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UNAR TCC CART A ARTE MODERNA ATRAVÉS DE ANITA MALFATTI VF 2 C2 (1)

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UNAR – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON”
CURSO ARTES VISUAIS
 
 
 
 
 
A ARTE MODERNA ATRAVÉS DE ANITA MALFATTI
 
 
 
Miriam Rodrigues Barbosa
Araras-SP 
2023
 
A ARTE MODERNA ATRAVÉS DE ANITA MALFATTI
Miriam Rodrigues Barbosa 
Orientador(a): Prof. Me./Dr. Raquel Livia Buzolin 
 
 
Monografia apresentada como exigência parcial para a conclusão do Curso de Artes Visuais UNAR- Centro Universitário de Araras- Dr. Edmundo Ulson
 
 
Araras-SP 
2023
 
 Parecer dos avaliadores
	
	
	
	
	
	
	
	
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO
 
 
 
A história cultural do Brasil começa na virada do século XX. Este artigo examina o modernismo brasileiro, começando com a exposição de Anita Malfatti em 1917, para dar provas da criação histórica de nossa modernidade. Os historiadores abordam o tema olhando para a vanguarda européia e norte-americana, o que nos leva a refletir sobre nosso próprio tipo de modernismo. É consenso geral que as tensões em torno da exposição de Anita Malfatti serviram como força motriz para a posterior restauração das artes brasileiras, que culminou com a Semana de Arte Moderna em 1922. À luz desta descoberta, nos propusemos a investigar os mecanismos subjacentes a esta metamorfose, bem como os processos que dela emergem para, em última instância, criar a base da identidade nacional brasileira.
Palavras-chave: Modernismo; vanguarda; arte moderna. Anita Malfati.
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO	6
CAPÍTULO I VANGUARDA EUROPÉIA/MODERNISMO BRASILEIRO	9
CAPÍTULO II  A EXPOSIÇÃO DE ANITA MALFATTI, DE 1917	14
CAPÍTULO III DISCUSSÃO	18
CONSIDERAÇÕES FINAIS	19
REFERÊNCIAS	20
APRESENTAÇÃO 
 
 Anita Malfatti (São Paulo, 1889-1964) foi uma artista brasileira que estudou no exterior e contribuiu para o estabelecimento da Semana Brasileira de Arte Moderna em 1922. No final de 1917, ela realizou uma exposição intitulada "Anita Malfatti Exhibition of Modern Art", que foi notável por sua novidade e provocou um debate sobre seu trabalho. A pintora, que na época era jovem e algo desconhecida, optou por expor 53 de seus quadros, todos de estilo contemporâneo e exibiu uma inclinação expressionista que teria sido estranha à comunidade acadêmica na qual trabalhava (BATISTA,2006). 
Uma exposição de arte moderna foi uma novidade para a cidade, e provocou uma resposta que também era novidade: uma polêmica nas artes visuais. O público e os críticos ficaram indignados com as imagens deformadas e nunca esqueceram a mulher e o paulista que ousaram retratá-las. A crítica direta do crítico Monteiro Lobato os empurrou para a beira de uma revolta total. Apesar do coro crescente de oposição, vários aspirantes a modernistas defenderam o espetáculo e vieram a se identificar com a pintora e suas obras. Eles encontraram uma ilustração do tipo de obra de arte de ponta que esperavam encontrar neles. A ruptura de Anita Malfatti com a pintura acadêmica estabeleceu uma nova direção para os artistas brasileiros à medida que a polarização se espalhava (STANGOS,2000). 
Com o avanço do tempo a partir de 1917, o grupo modernista evoluiu e, em fevereiro de 1922, eles acolheram sua primeira manifestação coletiva conhecida como a Semana de Arte Moderna. Além disso, Anita Malfatti recebeu os holofotes na exposição de arte que montaram no saguão do Teatro Municipal de São Paulo; a exposição deveria servir como uma reminiscência da performance de 1917 que havia deixado tal impressão no público. Eles prestaram homenagem e reconheceram o papel pioneiro do pintor como o "rastilho do modernismo" com uma modesta retrospectiva.
As pinturas de Anita Malfatti foram examinadas e discutidas pela primeira vez em uma retrospectiva realizada em São Paulo naquele ano. Foi descoberto para surpresa de todos que o trabalho pioneiro no centro da controvérsia era, de fato, uma criação intemporal e altamente plástica. Não só por causa da controvérsia que ela causou em 1917, mas também por causa do alto padrão que ela estabeleceu para si mesma em sua escrita, Anita Malfatti tem suportado como um ícone histórico.
Também é mencionado que após a exposição de 1917, Anita Malfatti foi considerada a "protomártir do movimento modernista". Deve-se notar que o pintor acabou se aterrorizando demais com a pressão e as críticas feitas a ele para continuar trabalhando, e sua carreira acabou se desvanecendo. A pintura, no entanto, já havia se tornado sua vida, de modo que a polêmica não a dissuadia de fazê-lo. Através de suas pinturas, ela foi capaz de se expressar e se unir à raça humana (AMARAL,1942). 
Ao longo dos anos de 1911 até 1964, ela fez progressos constantes em sua profissão. Depois de passar mais de meio século defendendo artistas e protestos locais, dando aulas de arte que valorizavam a liberdade criativa e pintando ela mesma para se sustentar, ela se aposentou. Mesmo depois de 1918, continua a atordoar com suas técnicas inventivas, seja na forma de seções antes despercebidas de uma pintura ou na forma de sua instrução de desenho escolar. Estes altos e baixos são, no mínimo, representativos da vida e da obra de um grande pintor São Paulo de sua época. Como avaliar as obras de Anita Malfati? O objetivo deste trabalho é avaliar a obra de Anita Malfati e descrever sobre suas obras, sua técnica de vanguarda e sua exposição. 
Os dois lados da personalidade de Anita Malfatti, como vistos em sua vida e obra agora, são surpreendentes e únicos. Ela sempre mostrou traços de curiosidade, independência e determinação que são incomuns para uma menina que cresceu em São Paulo na virada do século. Mas ela precisava do apoio de entes queridos e de um ambiente familiar. Ela estava determinada a seguir sua paixão artística, mas estava frustrada com a falta de compreensão das pessoas. Quando foi levada longe demais, ela cedeu ao seu redor, mas surpreendeu a todos ao deixar para trás traços afirmando quando menos esperavam. Em sua vida e carreira, ela alternou entre uma determinação feroz de ser ouvida e um profundo desejo de aprender sobre o mundo ao seu redor.
Os resultados de uma revisão bibliográfica foram compilados. As bases de dados utilizadas foram Google Acadêmico, Scielo (Scientific Electronic Library Online) e o portal de Periódicos da Coordenação para o Aperfeiçoamento do Pessoal de Ensino Superior - Capes. O período coberto foi de 1997 a 2022, e as palavras-chave:   Modernismo; vanguarda; arte moderna; Anita Malfati foram utilizadas ao longo de todo o estudo. No banco de dados do Google Acadêmico, foi selecionada a opção "Pesquisa avançada", e a opção "Tudo no título" foi utilizada como critério de pesquisa. A opção "busca de artigos" foi selecionada na seção "palavras no título" da base de dados Scielo, enquanto as opções "portal do periódico" e "assunto da busca" foram selecionadas na base de dados Periódicos Capes.
CAPÍTULO I VANGUARDA EUROPÉIA/MODERNISMO BRASILEIRO
 O Dicionário de Língua Portuguesa define "vanguarda" como "a parte mais consciente e combativa, ou de ideias mais avançadas, de qualquer grupo social" e "um grupo de indivíduos que, por seu conhecimento ou por uma tendência natural, desempenham o papel de precursor ou pioneiro em determinado movimento cultural, artístico, científico, etc.". Novo Aurélio do século XXI deriva, portanto, da vanguarda francesa (ANDRADE,1942).
O desenvolvimento aparentemente regular e suave das artes pareceu subitamente perturbado na virada dos séculos XIX e XX. Isto refletiu, sem dúvida, uma mudança semelhante na maneira como as pessoas geralmente veem o mundo. Paralelamente aos avanços da filosofia e da ciência, vieram as mudanças na política e na economia. As normas conservadoras e as crenças de longa data também estava sendo questionadas. No mundo criativo, as normas há muito estabelecidas estavam sendo fundamentalmente questionadas. Embora os numerosos estilos vanguardistas na pintura tenham começado com osimpressionistas, eles ocorreram praticamente ao mesmo tempo. A tentativa de coisas novas era um princípio central de todos esses grupos. Havia outros documentos, manifestos e declarações de propósito. Como já foi apontado, muitos artistas não estavam exclusivamente afiliados a qualquer movimento, mas se movimentavam livremente entre eles (MARIANI,2022).
A acreditar em Argan, em 1847, quando ele anunciou sua missão de "realismo", Courbet já havia ultrapassado tanto a arte "clássica" quanto a "romântica". A situação se tornou mais difícil porque eles agora tinham que lidar com o mundo sem nenhum dos dois. Além disso, para liberar a sensação de qualquer idéia ou postura aprendida que pudesse prejudicar sua qualidade imediata, e para liberar a operação visual de qualquer regra ou costume técnico que pudesse dificultar seu retrato através da cor (BURKHARDT, 1991).
Foi uma exposição de artistas "independentes" no estúdio de fotografia de Nadar, em 1874, que introduziu o público ao movimento impressionista. O impressionismo se baseia na idéia de deixar pequenas seções da tela por pintar. Quando um crítico escreveu uma crítica favorável de uma exposição coletiva com a pintura de Claude Monet Impression, o sol nascente, ele cunhou o termo "impressionista", que foi rapidamente abraçado pelos artistas expositores. O impacto da visão sobre o observador-artista é realçado na Impressão de Monet, Sol Nascente. Esta impressão seria ao mesmo tempo única e refletiva da prática individual do artista. No início, no entanto, fiquei impressionado com uma sensação de coesão global do quadro, o resultado de uma aplicação harmoniosa da cor. Nesta perspectiva, a experiência sensorial precede o processamento cognitivo, e, criticamente, fá-lo sem qualquer juízo de valor ligado aos dados colhidos dos sentidos (PIRES,2022). 
O efeito global (individual e afetado pela emoção) de um todo complexo apresentado diretamente à percepção seria o que os impressionistas consideravam ser a "impressão". O fato de o olho humano só pode perceber a cor e a luz deu credibilidade à alegação dos impressionistas de que as sensações visuais deveriam prevalecer sobre coisas como linhas, objetos sólidos, e a ilusão de profundidade. Foi também teorizado que as nossas percepções visuais não são uma fonte de informação fiável sobre o mundo exterior, uma vez que não correspondem exatamente às formas e características invariáveis dos objetos, mas servem antes como símbolos das várias coisas que produzem estas experiências variáveis, emitindo ou refletindo a luz que atinge o olho (BATISTA,2006). 
Segue-se que um pintor moderno, habituado a investigar a natureza e as suas próprias imagens, não se sentirá preso numa visão ingénua da sua arte como uma réplica exata dos objetos tal como os conhecemos na nossa relação prática com o ambiente, dada esta descrição de impressões de sentido como "sinais", e em particular sinais coordenados ao longo da experiência e da ação. A abordagem realista de Courbet, que procura expandir e melhorar a nossa compreensão das características dinâmicas das coisas através de uma investigação da nossa experiência das ocorrências, é consistente com esta noção de sensações como sinais e não como cópias da natureza.
Muitos estudiosos têm estudado a carreira criativa de Anita Malfatti e, felizmente, seu trabalho continua a ser publicado.
Em 1914, ao retornar da Alemanha, onde havia passado quase três anos estudando pintura, Anita realizou sua primeira exposição individual. A mostra de arte moderna de Anita Malfatti, que ela também organizou em 1917, é considerada um momento decisivo no modernismo brasileiro, pois foi o primeiro evento a estimular com sucesso o debate sobre arte moderna entre os intelectuais do São Paulo.
Além de participar da icônica Semana de Arte Moderna de 1922, Anita Malfatti também foi membro ativo da Sociedade Pró-arte Moderna, do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo e da Família Artística Paulista, todas associações e grupos formados por artistas de destaque.
Anita também passou quase trinta anos como professora, como se o seu envolvimento fundamental no mundo das artes não fosse suficiente. Ela passou a maior parte de seu tempo instruindo alunos em seu próprio estúdio, embora ela também lecionasse no Colégio Mackenzie e na Organização Cívica Feminina em São Paulo.Anita também estava interessada em assuntos teóricos e históricos; nos anos 30, ela projetou e ministrou um curso precursor de História da Arte na cidade brasileira de São Paulo (PIRES,2022). 
A educadora-artista era frequentemente entrevistada sobre suas aulas, durante as quais ela elaborava sua filosofia pedagógica e o impacto que se esperava que seus alunos tivessem na sociedade. Ela manteve a prática e a mentalidade de uma educadora reflexiva e orientada à pesquisa, mantendo cadernos de estudo nos quais ela anotou os horários das aulas, materiais de história da arte e textos sobre ideias de arte moderna.
Para melhor compreender as hipóteses e teorias levantadas e discutidas a respeito das questões específicas do ensino da arte, é necessário destacar aspectos fundamentais da formação de Anita Malfatti como artista e os momentos mais significativos de sua carreira, contextualizando estas situações. Para isso, esta seção considerará o clima artístico da cidade onde Anita passou a maior parte de sua vida, São Paulo na virada do século XX; as experiências mais formativas que moldaram a artista e que, portanto, são entendidas como tendo tido o maior impacto em sua abordagem pedagógica; e, finalmente, as exposições e performances nas quais Anita esteve mais ativamente envolvida.
Assim, a área urbana de Paulo expandiu-se principalmente por causa de seu papel industrial na virada do século passado. Higienópolis, por exemplo, floresceu com seus palácios estilo art nouveau, apesar de não estar localizada em um local tradicionalmente industrial; fabricantes misturados com casas de proletariado, produzindo comunidades mistas.
Muitos escravos e imigrantes recém-libertados se estabeleceram nas áreas centrais das cidades em busca de emprego e abrigo. Durante este período, a estrutura urbana foi definida por uma concentração de empresas, residentes e visitantes na área central da cidade. O terreno foi gradualmente dividido em zonas residenciais, comerciais e industriais.
No início de 1919, as pessoas comemoravam o fim dos "três Gês"; a gripe (espanhola), a geada e os gafanhotos; como um sinal de que o novo ano traria felicidade. Mesmo outras versões, ampliadas para incluir a Guerra e as greves, criticaram também os "cinco Gês" entre calafrios. 
Sofisticação na Era Belle Então Paulo significava emular a cultura européia, particularmente a francesa. Iria se imitar suas ações, palavras e aparência. Os paulistanos, expostos à atmosfera quente e úmida, eram deixados em situações desagradáveis quando a cultura de se vestir com roupas ricas - que incluía ternos, chapéus, vestidos com saiotes e mil tecidos; era importada da França. A elite paulistana muitas vezes sabia praticamente tudo sobre a França, mas não sabia nada sobre a história e a geografia de seu próprio país (MARIANI,2022).
Os novos salões da cidade, modelados a partir dos de Paris, rapidamente se tornaram um símbolo de classe social, com os membros prometendo tudo, desde felicidade matrimonial até dicas de como subir nas fileiras do governo.
Durante a década de 1910 até os anos 30, as conferências foram toda a raiva, e as pessoas falavam de tudo, desde arte e literatura até ciência e sociedade. Ao considerar o clima intelectual, estético e espiritual da belle época paulistano, a literatura se destaca como a clara vanguarda.
Canalizando o rio Tamanduate, criando a Avenida do Estado, abrindo o Monumento Ipiranga, o atual prédio dos Correios, o Monumento Carlos Gomes e o novo Mosteiro São Bento foram todos realizados no ano do centenário da Independência, no mesmo ano da Semana da Arte Moderna. Além disso, a iluminação pública elétrica foi lançada em maior número a partir de 1922 (antes, a maioria dasruas era iluminada por gás). Cerca de 600.000 pessoas chamavam a cidade de casa na época.
A escolha de atividades e eventos do paulistano explodiu exponencialmente. Ele teve acesso a uma grande variedade de opções de entretenimento, incluindo passeios pelo parque, feiras de rua, eventos esportivos, jogos de cassino, viagens a cassinos, exibição de filmes, apresentações teatrais e muito mais. 
Argumenta que poucos indivíduos estavam adequadamente equipados para a vida na cidade contemporânea, com as gerações mais jovens se distanciando melhor como resultado de seu destemido abraço aos desafios da nova era.
À medida que o futebol ganhou popularidade, mais e mais pessoas começaram a se reunir nos estádios, e a presença de torcedores opostos contribuiu para uma já crescente prevalência da violência nos finais de semana.	
Houve um frenesi para construir monumentos, incluindo os dedicados à raça, Verdi, independência, Olavo Bilac, e eventualmente o clássico culto Monumento às Bandeiras por Victor Brecheret. Estas estruturas eram todas obras de arte grandiosas que faziam uso de materiais de alta qualidade e intimidadores. Serviram como um cenário simbólico-político para excitar, sublinhar e reafirmar disposições emocionais, regularizadas na interação do povo com o espaço público, e foram apenas uma pequena porção da visibilidade com que a cidade solicitou seus (MARIANI,2022).
Até 1930, os modelos europeus foram a principal fonte de inspiração para a construção em São Paulo. Doze casas de baixo custo e modernistas do arquiteto Gregori Warchavchik foram construídas na Rua Berta, na Vila Mariana, durante esta década. Estas residências eram protegidas pelo governo e ainda estão de pé .
CAPÍTULO II  A EXPOSIÇÃO DE ANITA MALFATTI, DE 1917 
Anita Malfatti pertence à geração de artistas brasileiros contemporâneos que tiveram sua instrução artística no exterior. Mas ao invés de Paris, a artista São Paulo estudou lá pela primeira vez de 1910 a 1914, seguida pelos Estados Unidos em sua segunda viagem do final de 1914 a 1916. Como os artistas brasileiros que foram a Paris, muitos dos quais receberam prêmios de estudo, receberam instruções para estudar nas renomadas Academias, eles se dissociaram do ambiente mais comprometido com as revoluções estéticas que estavam ocorrendo na cidade e assim se beneficiaram de seu contato com a arte moderna.
Figura 1 Anitta Malfatti
Malfatti entrou em contato com o maior do "Expressionismo" durante seus anos de residência em Berlim. Segundo os especialistas do movimento alemão, o expressionismo como um todo - literatura, música, teatro e artes visuais - amadureceu em 1910. Desde 1899, os espetáculos da Seção de Berlim têm apresentado peças de Munch e outros jovens artistas alemães, bem como obras dos modernistas franceses que estavam divulgando seus conhecimentos. O grupo alemão Impressionista, que difere muito do Impressionismo francês e está relacionado com a herança Realista, os pintores estabelecidos fizeram deles seu feudo. Devido à necessidade de resistir aos gostos intelectuais e autoritários do tribunal de Berlim, Berlim foi receptiva ao impressionismo (STANGOS,2000).
A exibição controvertida das obras de Munch na Associação dos Artistas de Berlim em 1892, que foi encerrada uma semana após o seu início, serviu de inspiração para a Secessão de Berlim. Um grupo de artistas protestou e desistiu da Associação. Eles imediatamente tomaram o nome de seus colegas de Munique, Sezession, e organizaram com sucesso sua primeira exposição em 1899, já em seu próprio espaço.
Embora originalmente permissivos, os "impressionistas alemães" - um seleto grupo de artistas proeminentes que nunca deixaram a liderança - governaram o Sezession. No entanto, havia constantemente peças modernistas francesas, assim como obras do início do século 20 de pintores de vanguarda alemães, incluindo as de Nolde, Nauen, Kandinsky e Jawlensky em 1905 e algumas peças gráficas de Brücke em 1908. Quando a Secessão rejeitou as obras de 27 novos artistas, incluindo Nolde, membro do grupo desde 1907; e que foi expulso, em 1910, considerou terminada sua missão de vanguarda. A Neue Sezession foi formada quando os rejeitados se reuniram para expor. Assim, até 1912, a Nova Secessão serviu como o primeiro "foyer" da capital para a pintura expressionista, particularmente para o grupo Brücke, cujos membros estavam se mudando para Berlim (ANDRADE, 1942).
 Figura 2 Tropical
Fonte: Anita Malfatti (1917). 
A visão impressionista foi ferozmente atacada pelo grupo Brücke. Argan afirma que enquanto o Expressionismo do grupo Brücke "produziu" a realidade, o Impressionismo "pegou" o realismo. A arte deveria, portanto, eliminar tudo o que precede a ação do artista para ser uma produção do real, começando do zero.
Anita Malfatti visitou museus com freqüência na época e trabalhou diligentemente para compreender as grandes obras de arte ali existentes: "Foi um momento de autoexame e perplexidade diante da pintura", ela se lembraria mais tarde. Passou um ano estudando na Academia Imperial de Belas Artes de Berlim, antes de começar a desenhar. "Eu esbocei dia e noite durante seis meses", disse ele (MARIANI,2022).
 Figura 3 O farol
Fonte: Anita Malfati (1915/1917). 
Depois ele começou a ter aulas com Fritz Burger. Fritz Burger havia estudado em Paris e na Academia de Munique. Grandes nomes como Wölfflin reconheceram seu talento artístico. O estudante iniciou com ele sua pesquisa sobre "o segredo da composição de cores". 
Foi este primeiro mestre, com suas teorias da subdivisão da cor, deixando espaços livres para que este espaço vazio, silencioso, forme a nota livre, igual, necessária para toda a harmonia, que me levou a fazer, durante diversos meses, centos de pequenas experiências de separações e misturas, para descobrir qual regra que rege a harmonia das cores. O mesmo fiz com os espaços livres e os encerrados pela linha. O mesmo com as sombras. Aí foi que procurei obter o máximo do efeito, no mínimo da forma e da cor. Nesta experiência não deve haver hesitações, dúvidas, arrependimentos ou fraquezas. Nesta arte a inspiração inicial deve ser conservada a todo custo” (PIRES,2022).  
 
CAPÍTULO III DISCUSSÃO 
 A educação de Anita Malfatti na pesquisa moderna de cores, que ela começou como resultado de seu interesse pelo impressionismo, viu-a passar do desenho a dificuldades pictóricas. Primeiro, houve "a festa da cor", como ela disse, por sua maravilhosa realização que ela trouxe da Alemanha. Após se mudar para Berlim na virada do século, Lovis Corinto estabeleceu ali uma escola privada altamente conceituada. Embora estivesse associado à Secessão e tivesse laços com os chamados impressionistas alemães, este pintor gregário e desinibido, dono de um grande e diversificado corpo de obras e admirador dos mestres holandeses, desafiava a classificação. Os movimentos do final do século tiveram um impacto negativo em sua arte no início (BATISTA,2006). 
Em 1911, ano em que se tornou presidente da Secessão (representando a facção mais fortemente oposta aos jovens expressionistas), Corinto sofreu um derrame que o tornou incapaz de pintar por vários meses; foi durante este período, após sua enfermidade, que Anita estudou com ele. Fixando violentamente reações instantâneas a estímulos visuais, integrando em tela todo o espaço, frente e costas, em um único movimento vívido, e expressando-se através de uma escrita mais livre, apesar de sua oposição aos expressionistas da Secessão, ele estava se aproximando deles com sua pintura, e eles viriam a respeitá-lo neste período final à medida que ele recuperasse o controle de sua técnica.
Não foi difícil colocar suas mãos na arte de Lovis Corinth na capital alemã. Anita Malfatti viu sua arte em uma exposição individual única de Corinto, uma exposição altamente comentada, nos próprios terrenos da Secessão. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 
Como participante da modernidade, a Semana de Arte Moderna permanecerá sempreuma pergunta sem resposta, muito parecida com a arte de Anita Malfatti, e qualquer resposta que dermos será necessariamente relativa e parcial. Elas mostram tantas inconsistências e nos causam tanta estranheza que se tornam a chamada arte moderna; ela será sempre incomum e inexplicável.
Por causa das mudanças radicais que estão ocorrendo, o Brasil de Anita é um tema de debate acalorado mesmo agora. Somente uma cultura com o germe da modernidade adormecido dentro dela experimentaria todos estes problemas e inconsistências. Ao iluminar este lado até então oculto da modernidade brasileira, a mostra de arte de Anita Malfatti de 1917 constitui um momento decisivo no cânone cultural do país.
Assim como as razões e interesses dos vários componentes do Impressionismo e do Expressionismo não eram os mesmos, Anita fez suas obras de acordo com seus próprios interesses, como mostra a comparação de suas obras de antes da exposição de 1917 e depois da Semana de Arte Moderna. É essencial demonstrar, entretanto, que a realidade vivida através da pintura é sempre uma experiência completa e válida que não pode ser substituída por outras realidades vividas. Aqui, a arte é validada como um campo de estudo legítimo por direito próprio. Portanto, o método visual deve ser integrado na estrutura cultural altamente científica dos dias atuais. O antinaturalíssimo que é central nas inclinações da arte moderna é responsável por sua independência em relação a seu referente.
REFERÊNCIAS
ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna, São Paulo: Companhia das Letras,1992.
________________. Imagem e Persuasão. São Paulo: Cia das Letras, 2005.
BATISTA, Marta Rosseti. Anita Malfatti no tempo e no espaço, São Paulo:Ed.34; Edusp,2006.
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira, São Paulo: Ed. Pensamento-Cultrix Ltda,1994.
BURKHARDT, Jacob. A cultura do renascimento italiano. São Paulo: Cia das Letras, 1991.
BRITO, Ronaldo. O trauma do moderno. In: A experiência crítica: textos selecionados. Sueli de Lima (org.), São Paulo: Cosac Naify, 2005.
CHIARELLI, D. Tadeu. Um jeca nos vernissagens, São Paulo: Edusp, 1995.
NAVES, Rodrigo. A forma difícil. Ensaios sobre a arte brasileira. São Paulo: Ática, 1996.
STANGOS, Nikos (org.). Conceitos de Arte Moderna, Rio de Janeiro: Jorge Zahar,2000.
TELES, Gilberto Mendonça. Vanguardas Européias e Modernismo Brasileiro, Petrópolis: Vozes, 1986.

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