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ENSINO FUNDAMENTAL 9º ANO_ARTES_VOLUME 01 (PROFESSOR)

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9o. ano
Volume 1
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Arte
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Livro do professor
Livro
didático
Musa? Que nada, 
sou artista! 16
Sem medo de vaia 2
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VILLA-LOBOS apud 
MARIZ, V. Heitor Villa- 
-Lobos, compositor 
brasileiro. Rio de 
Janeiro: Divisão 
Cultural do Ministério 
das Relações Exteriores, 
1949. p. 39.
ANDRADE, Oswald de. O manifesto 
antropófago. In: TELES, Gilberto M. 
Vanguarda europeia e modernismo 
brasileiro: apresentação e crítica dos 
principais manifestos vanguardistas. 
Petrópolis: Vozes, 1976. 
Sem medo de vaia
Villa-Lobos
Oswald de Andrade
“Logo que sinto a 
influência de alguém, 
me sacudo e pulo fora.”
“Só me interessa o 
que não é meu.”
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1. Com base na afirmação do 
compositor Villa-Lobos, 
pense: É possível um artista 
criar algo sem receber algum 
tipo de influência de outros 
artistas? E por que um 
artista desejaria se afastar 
ao máximo de possíveis 
influências?
2. Diante da frase do escritor 
Oswald de Andrade, reflita: 
De que modo o interesse por 
tudo o que é do outro pode 
afetar uma criação artística?
3. Que obras e artistas o 
influenciam e como isso 
se manifesta em você? 
Anote em seu diário de 
bordo ao menos cinco das 
suas principais influências 
artísticas!
Encaminhamento da atividade.1Aulas 1 e 2
3
Objetivos
No início do século XX, jovens artistas brasileiros refletiram sobre suas influências. Descontentes com o tipo 
de arte produzida no país, submetida a uma série de regras acadêmicas, eles procuraram seguir tendências mais 
livres e desafiadoras, disseminadas, naquela época, por movimentos artísticos europeus, tais como o Impres-
sionismo, o Expressionismo, o Futurismo e o Cubismo.
Depois de entrar em contato com as vanguardas da arte moderna, alguns artistas de São Paulo apresen-
taram ao público novas ideias que, na época, foram reprovadas pelos críticos de arte locais.
ApreciArte
• As duas imagens se distanciam ou se aproximam de uma imagem fotográfica? Por quê?
• As orelhas e os narizes dos personagens, por exemplo, apresentam o mesmo nível de detalhamento? Expli-
que sua conclusão.
• Como foram trabalhadas as cores nas duas obras? 
• A sociedade da época era acostumada com obras como a da direita. Que tipo de reação você acha que as 
pessoas tiveram ao se depararem com a obra de Anita Malfatti?
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O homem amarelo é 
um dos quadros mais 
conhecidos da pintora 
Anita Malfatti. Pintado 
em 1915, enquanto a 
artista estudava nos 
Estados Unidos, ele 
retrata um imigrante 
italiano.
MALFATTI, Anita. O homem amarelo. [ca.1915]. 
1 óleo sobre tela, 61 cm × 51 cm. Coleção de Artes 
Visuais do Instituto de Estudos Brasileiros, São Paulo.
ALMEIDA, Belmiro de. Arrufos. 1887. 1 óleo sobre tela, 
81,1 cm × 116,1 cm. Rio de Janeiro, RJ, Museu Nacional 
de Belas Artes. Detalhe.
Encaminhamento de atividade.3
Em 1917, por exemplo, o escritor Monteiro Lobato (1882-1948) publicou um artigo no jornal O Estado de 
S. Paulo afirmando que as vanguardas europeias eram artes caricaturais, isto é, deformadas, ridículas, e que 
essas características prejudicavam os quadros da pintora paulistana Anita Malfatti (1889-1964), uma das pio-
neiras da arte moderna no Brasil. Leia a seguir um trecho dessa crítica.
Aprofundamento do conteúdo.2
• Características do ser humano 
• Apesar das grandes diferenças, os seres humanos são classificados biologicamente como uma 
mesma espécie: Homo sapiens. 
• As pesquisas feitas com fósseis de ancestrais humanos demonstram que nossa espécie possui 
uma série de características que nos identificam como seres humanos.
ObjetivosObjetivos
• Entender como a Semana de Arte Moderna mudou os rumos da arte brasileira no início do século XX.
• Analisar como os artistas modernistas e tropicalistas encaravam o público e não se importa-
vam com as reações negativas, como as vaias.
• Perceber que a nossa arte moderna “digeriu” tradições nacionais eruditas e populares com ele-
mentos das vanguardas europeias.
• Refletir sobre suas influências artísticas e criar uma exposição com base nelas.
Afinal pude desembrulhar em casa a minha Cabeça de 
Cristo. A notícia correu [...] e a parentada [...] invadiu a 
casa para ver. E brigar. Aquilo até era pecado mortal, onde 
se viu Cristo de trancinha! era feio, medonho!
[grifo nosso]
ANDRADE, Mário. Semana de 22, por Mário de Andrade. 
Disponível em: <http://cultura.estadao.com.br/noticias/
geral,semana-de-22-por-mario-de-andrade,20020210p2229>. 
Acesso em: 4 nov. 2016.
BRECHERET, Victor. Cabeça de Cristo. [ca. 1919]. 
1 escultura em bronze, 32 cm x 14 cm x 24,2 cm. Coleção de 
Artes Visuais do Instituto de Estudos Brasileiros, São Paulo.
LOBATO, Monteiro. Ideias de Jeca Tatu. São Paulo: Globo, 2008. p. 74-75. (grifo nosso).
Além dos críticos de jornais, na década de 1920, pessoas comuns também zombavam de obras que fu-
gissem dos padrões habituais. O escritor paulistano Mário de Andrade (1893-1945) conta como sua família 
reagiu ao ver uma escultura de Victor Brecheret (1894-1955), outro pioneiro da arte moderna no Brasil. Leia o 
depoimento de Mário de Andrade e observe a obra Cabeça de Cristo.
Paranoia ou mistificação?
Todas as artes são regidas por princípios imutáveis, leis fundamentais que não dependem do tempo 
nem da latitude. 
As medidas de proporção e do equilíbrio na forma ou na cor decorrem do que chamamos sentir. Quan-
do as coisas do mundo externo se transformam em impressões cerebrais, “sentimos”. Para que sintamos de 
maneira diversa, cúbica ou futurista, é forçoso ou que a harmonia do universo sofra completa alteração, 
ou que o nosso cérebro esteja em desarranjo por virtude de algum grave destempero. 
Enquanto a percepção sensorial se fizer no homem normalmente, através da porta comum dos cinco 
sentidos, um artista diante de um gato não poderá “sentir” senão um gato, e é falsa a “interpretação” que 
do bichano fizer um “totó”, um escaravelho ou um amontoado de cubos transparentes.
Estas considerações são provocadas pela exposição da senhora Malfatti, onde se notam acentuadíssimas 
tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso & cia. 
Essa artista possui talento vigoroso, fora do comum. [...] 
Entretanto, seduzida pelas teorias do que ela chama arte moderna, 
penetrou nos domínios dum impressionismo discutibilíssimo, e põe 
todo o seu talento a serviço duma nova espécie de caricatura. 
Sejamos sinceros: futurismo, cubismo, impressionismo [...] 
não passam de outros tantos ramos da arte caricatural. É a exten-
são da caricatura a regiões onde não havia até agora penetrado. 
Caricatura da cor, caricatura da forma – mas caricatura que não 
visa, como a verdadeira, ressaltar uma ideia, mas sim [...] atordoar 
a ingenuidade do espectador.
• O escritor Mário 
de Andrade re-
tratado pelo pin-
tor Di Cavalcanti
latitude: localização em 
relação à Linha do Equador.
cúbica: de maneira “cubista”.
destempero: desarranjo; 
desarmonia.
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Troca de ideias
Como você reagiria se alguém zombasse de suas influências? Já questionaram seus gostos artísticos? Como você 
reage diante de algo que é diferente do que está acostumado? Converse com seus colegas a respeito disso.
Em 1922, ano do centenário da independência 
do Brasil, existia, em São Paulo, um grupo de jovens 
disposto a defender uma nova forma de pensar e 
fazer arte no país. Esse grupo – formado por escri-
tores, como Mário de Andrade e Oswald de An-
drade (1890-1954), e o pintor carioca Di Cavalcanti 
(1897-1976) – decidiu criar um evento que reunisse 
as produções mais representativas da arte moderna 
daquele momento.
Esse evento,que se tornou um marco do movi-
mento modernista, ganhou o nome de Semana 
de Arte Moderna. Com o patrocínio de empresários 
paulistanos ligados à produção de café, o Theatro 
Municipal de São Paulo foi alugado para, durante 
os dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, sediar pa-
lestras, apresentações musicais e exposições de 
artes visuais. Participaram da Semana mais de 20 
artistas, como Anita Malfatti, Victor Brecheret e o 
compositor carioca Heitor Villa-Lobos (1887-1959), 
já considerado o principal representante da música 
modernista brasileira.
Tremores no Theatro Municipal
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• Theatro Municipal de São Paulo
Em 1922, o Theatro Municipal de São Paulo era 
frequentado especialmente pela elite econômica da cidade. 
Pertencentes a essa elite, empresários paulistanos ligados 
à produção de café arcaram com as despesas da Semana 
de Arte Moderna.
À esquerda, o 
autorretrato do pintor 
carioca Di Cavalcanti. Ele 
criou a capa do programa 
da Semana de Arte 
Moderna, reproduzida 
à direita, e foi um dos 
principais articuladores 
desse evento.
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CAVALCANTI, Di. 
Autorretrato. 1943. 
1 óleo sobre tela, 
33,5 cm x 26 cm. 
Coleção particular.
Encaminhamento da atividade.4
Aula 3
Aprofundamento do conteúdo.5
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 Arte 5
Não foi exatamente um terremoto – como aquele que realmente abalou cidades paulistas semanas antes 
do evento –, mas é possível dizer que a Semana de Arte Moderna também sacudiu o Theatro Municipal, provo-
cando grande alvoroço. 
As obras expostas de Malfatti e Brecheret voltaram a ser recebidas com desdém por muitos visitantes, e 
escritores como Mário de Andrade e Oswald de Andrade foram insultados ao apresentarem suas ideias e seus 
textos modernos, que se opunham aos modelos vigentes.
Na imprensa, também foram publicadas críticas negativas a todos aqueles “futu-
ristas”. Esse termo era usado de maneira distorcida pelos jornalistas para se referir a 
qualquer artista que ousasse fazer experimentações, mesmo que ele não se identifi-
casse com o Futurismo – vanguarda surgida na Itália que se destacava por fomentar 
performances artísticas provocadoras.
Leia a seguir um trecho de um artigo do jornal Folha da Noite, publicado em 16 de fevereiro de 1922, em São Paulo:
récita: apresentação.
decantado: elogiado.
DicionArte
Na terceira noite de atrações, 
a Semana se encerrou com mais 
uma cena curiosa. Quando o com-
positor Villa-Lobos subiu ao palco, 
muitos acharam que ele estava de 
brincadeira, inspirado, talvez, pelos 
futuristas. Isso porque Villa-Lobos 
entrou vestindo uma tradicional 
casaca, mas calçava um chinelo em 
um dos pés! O motivo, porém, era 
simples: estava com um calo do-
lorido e não podia usar um sapato 
apertado. O público não perdoou 
e também atrapalhou as apresen-
tações de Villa-Lobos com muitas 
vaias e gracinhas.
• Anúncio da apresentação de Villa-Lobos 
na Semana de Arte Moderna
NICOLA, José. Literatura brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Scipione, 1998. p. 282.
Foi, como se esperava, um notável fracasso a récita de ontem da pomposa Semana de Arte 
Moderna, que melhor e mais acertadamente deveria chamar-se Semana de Mal às artes. O 
futurismo tão decantado não é positivamente de futuro...”
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9o. ano – Volume 16
A Semana de Arte Moderna foi um evento que entrou para a história. Você já foi ou assistiu pela televisão a 
algum evento artístico marcante? Quais são os principais eventos culturais de sua cidade? Converse com seus 
colegas a respeito.
Troca de ideiasTroca de ideias
Você vai participar de uma encenação da Semana de Arte Moderna. A turma será dividida em dois gru-
pos: o dos artistas e o dos “espectadores/críticos de arte”. Os alunos do primeiro grupo devem pesquisar 
um personagem da Semana que gostariam de representar. Para tanto, é 
necessário estudar a biografia do artista e a sua obra. Deve-se apresen-
tar um dos trabalhos desse artista, explicando aos “espectadores/críticos 
de arte” os elementos que compõem essa obra. O outro grupo vai agir 
como espectadores e críticos conservadores (pela manutenção da tradi-
ção e do status quo), com base nos princípios da arte anterior ao que foi 
apresentado na Semana.
Atividades
As informações sobre o movimento modernista foram embaralhadas. Com seus conhecimentos, religue 
as frases conforme o exemplo.
Organize as ideias
Anita Malfatti afirmou que as vanguardas europeias eram artes caricaturais.
Monteiro Lobato criava esculturas em estilo moderno, como a Cabeça de Cristo.
Victor Brecheret
foi um dos organizadores da Semana de Arte Mo-
derna de 1922, evento que apresentou ao público 
brasileiro uma série de obras que rompiam com 
os antigos padrões artísticos.
Mário de Andrade e 
Oswald de Andrade
foram insultados ao apresentar suas ideias e tex-
tos na Semana de Arte Moderna.
Villa-Lobos entrou de chinelo no palco do Theatro Municipal de São Paulo e foi vaiado pelo público.
Di Cavalcanti criadora do quadro O homem amarelo, foi pio-neira da arte moderna no Brasil.
Encaminhamento da atividade.6
Encaminhamento da atividade.7
Aulas 4 e 5
status quo: estado das 
coisas, sem alteração, 
deixando como era antes.
DicionArte
 Arte 7
Índio de casaca
Em sua participação na Semana de Arte 
Moderna, Villa-Lobos apresentou, entre outras 
composições, as Danças características dos ín-
dios mestiços do Brasil – um conjunto de três 
músicas inspiradas em sons do povo indígena 
Caripuna, do Mato Grosso.
Ao longo de toda a sua carreira, ele seria in-
fluenciado pela cultura e pela sonoridade dos 
indígenas. Por isso até ganhou o apelido de “ín-
dio de casaca”, dado por outro participante da 
Semana de 22, o escritor Menotti Del Picchia 
(1892-1988).
MONTEIRO, Vicente do Rêgo. A Cobra Grande manda para sua 
filha a Noz de Tucumã. 1921. 1 aquarela e nanquim sobre papel, 
23 cm x 20,5 cm. Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro.
A temática indígena estava presente em diversos 
contextos à época da Semana de 22, como podemos 
ver na obra de Vicente do Rêgo Monteiro (1899-1970), 
um dos artistas que idealizaram o evento.
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Heitor Villa-Lobos (1887-1959)
Nascido no Rio de Janeiro, Heitor Villa-Lobos era filho de 
um músico erudito. Ainda criança, “Tuhu” (seu apelido de 
infância) aprendeu a tocar violoncelo com o pai, Raul Villa-
Lobos. O violão ele aprendeu a tocar por conta própria, na 
adolescência. Nesse instrumento, aos 13 anos, criou sua pri-
meira composição, chamada de Panqueca.
Contrariando o desejo de sua mãe, Noêmia, em vez de se 
dedicar aos estudos para se tornar médico, Villa-Lobos fu-
gia de casa constantemente para tocar com outros artis-
tas da música popular. Aberto a diversos gêneros musicais 
de sua época, Villa-Lobos se apresentava tanto em bares 
quanto em teatros.
A partir dos seus 18 anos, realizou diversas viagens por es-
tados brasileiros, trabalhando como instrumentista e pes-
quisando as tradições musicais de cada região. Na década 
de 1920, foi a Paris, onde viveu por alguns anos e realizou 
apresentações bem-sucedidas de suas composições.
Ao retornar ao Brasil, em 1930, coordenou programas de 
educação musical para o governo do presidente Getúlio 
Vargas (1882-1954). Villa-Lobos chegou a reger um coro 
formado por 40 mil estudantes no estádio do clube Vasco 
da Gama, em 7 de setembro de 1940, na celebração da in-
dependência do país. Falecido aos 72 anos, deixou mais de 
mil composições e se tornou um dos músicos brasileiros 
mais conhecidos e interpretados no exterior.
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Nessa foto, Villa-Lobos segura uma cuíca e tem, apoiado nas 
pernas, o violão, um dos seus instrumentos preferidos. Sua 
composição Choros n.º 1 foi criada especialmente para esse 
instrumento, que no início do século XX não era bem-vistopor uma 
parcela da sociedade. Pouco presente em obras eruditas, o violão, 
assim como a cuíca, estava muito associado a “malandros” e a 
músicos populares.
Aprofundamento do conteúdo.9
Sugestão de filme.8
9o. ano – Volume 18
O Choros n.º 10 é a obra sinfônica mais célebre 
de Villa-Lobos. A primeira parte forma como que 
um prelúdio, desenhando ao mesmo tempo uma 
paisagem e uma espera. A paisagem é habitada por 
cantos de pássaros, a espera é tecida de momentos 
sonoros habitados por um prenúncio. Território 
musical, telúrico, de erosões e matas virgens que vai 
incorporando ritmos selvagens, incluindo uma pre-
sença humana nas densidades vegetais. A frase sinuosa da clarineta serpenteia no momento cal-
mo, carregado de pios do flautim, da flauta, do chocalho das cascavéis. [...]. Um tal mundo primi-
tivo, selvagem, não termina isolado. Villa-Lobos acrescenta-lhe a lembrança urbana do seresteiro.
No campo musical de Villa-Lobos
Ouça o quarto movimento (toccata) de Bachianas brasileiras n.º 2, conhecido como “O trenzinho do caipira”, 
uma composição de Villa-Lobos criada em 1930.
• Que sons é possível identificar nessa música?
• É possível associar esses sons com lugares, pessoas, animais e objetos? Quais?
• Se você tivesse que utilizar cores para descrever essa música, que cores usaria? Por quê?
• O texto a seguir é sobre outra obra de Villa-Lobos, o Choros n.º 10.
Porém, não foram apenas as temáticas indígenas que marcaram a carreira de Villa-Lobos. Sua música trazia 
os diversos tons regionais do Brasil. É o feitio brasileiro em termos de ritmo, de melodia e de conteúdo expressi-
vo, aplicado à nossa música clássica. Muitas das composições de Villa-Lobos já estiveram entre os grandes best-
-sellers nos Estados Unidos e em outros países, o que demonstra o caráter universal de sua música e a enorme 
aceitação que tem esse gênio brasileiro no exterior. A seguir, vamos escutar uma de suas obras mais conhecidas, 
uma de suas Bachianas, de que falaremos mais adiante.
ApreciArte
• É possível descrever uma paisagem com base nas Bachianas Brasileiras nº. 2 (“O trenzinho do caipira”), como 
o autor Jorge Coli fez em seu texto sobre Choros nº. 10? Como ela seria? Há pessoas ou animais nela? Discuta 
com seus colegas.
• Se você fosse utilizar os sons que fazem parte de um local frequentado por você, em seu cotidiano, para 
compor uma música, que sonoridades utilizaria? Relaxe, tente recordar-se do máximo possível de sons que 
fazem parte desse lugar. Descreva as partes da sua música feita com base nesses sons. Como ela iniciaria? O 
que haveria em seguida? Como ela se encerraria?
• Reúna-se com alguns de seus colegas e troquem ideias sobre os sons que seriam utilizados em suas 
composições.
• Anote no Diário de bordo as suas percepções sobre as Bachianas brasileiras nº. 2, de Villa-Lobos, e sobre a 
sua composição com os sons do ambiente.
prenúncio: algo que é anunciado antecipadamente.
telúrico: que diz respeito à Terra ou ao solo.
sinuosa: que faz curvas, serpenteia.
DicionArte
COLI, Jorge. Texto encarte. In: VILLA-LOBOS, Heitor. Choros n.ºs 2, 3, 10 e 12. Intérprete: Orquestra Sinfônica de São Paulo. Regente: John Neschling. 
Åkersberga, Suécia: Bis, 2008. 1 CD.
Encaminhamento da atividade.10
 Arte 9
Do chorinho aos Choros
É comum, na música clássica, que um compositor nomeie algumas de suas obras com nomes semelhan-
tes, mudando apenas a numeração. Esse é o caso, por exemplo, das composições de Villa-Lobos Choros nº. 1 e 
Choros nº. 3. Na verdade, elas fazem parte de uma série de 14 composições intitulada Choros, criada entre 1920 
e 1929. A inspiração para essa nomenclatura veio de um estilo de música popular surgido no fim do século XIX, 
no Rio de Janeiro, chamado choro ou chorinho, que Villa-Lobos conheceu ainda na adolescência. Resultado 
de uma mistura de ritmos europeus e afro-brasileiros, o choro é marcado, em geral, pelo improviso instrumental 
de diversos músicos.
Para compor suas Bachianas brasileiras, Villa-Lobos usou 
elementos da estética musical do compositor alemão do século 
XVIII Johann Sebastian Bach, juntamente com elementos do folclore 
brasileiro – por exemplo, a cultura caipira.
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• Grandes nomes do choro: Pixinguinha, no 
saxofone, e Waldir Azevedo, no cavaquinho
Do barroco ao caipira
Villa-Lobos criou, entre 1930 e 1945, outra série de 
composições, as Bachianas brasileiras, de que já ouvimos 
parte de uma peça. Desta vez, o nome faz referência a 
um ilustre estrangeiro: o compositor alemão Johann 
Sebastian Bach (1685-1750), que fez parte do período 
Barroco (compreendido entre 1600 e 1750) da música 
europeia. Mas, como o nome indica, as Bachianas são 
bem brasileiras e foram criadas sob forte influência da 
cultura popular nacional.
Você já ouviu o chorinho do carioca Waldir Azevedo (1923-1980), batizado de Brasileirinho (1949)? É uma 
das músicas mais famosas do gênero!
Outro compositor de choros bastante conhecido é o também carioca Pixinguinha (1897-1973). Em 1922, no 
mesmo ano da Semana de Arte Moderna, ele se apresentou na Europa com seu grupo Os Oito Batutas. Uma de 
suas composições mais conhecidas é Carinhoso (1916).
Se possível, busque na internet as músicas Brasileirinho e Carinhoso e as escute.
Embasamento teórico.11
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HAUSSMANN, Elias G. Johann Sebastian Bach. 
1746. 1 óleo sobre tela, 79,5 cm × 63,5 cm. 
Museu de Bach, Leipzig. Montagem.
9o. ano – Volume 110
Agora, ouça novamente o quarto movimento (toccata) das Bachianas brasileiras nº. 2, de Villa-Lobos, e con-
verse com os seus colegas sobre as questões a seguir.
a) Como a música começa em termos de andamento, isto é, o andamento é lento, moderado ou rápido?
b) O que ocorre em seguida com o andamento?
c) Que tipos de instrumentos são mais marcantes no início da composição?
d) Quando começa a melodia principal?
e) Que sensação essa música lhe proporciona?
f) Que semelhanças e diferenças são possíveis de identificar entre essa composição e as que você conhece 
de música clássica?
Anote no Diário de bordo suas percepções sobre a música e, depois, converse com seus colegas.
ApreciArte
Aprofundamento do conteúdo e encaminhamento da atividade.13
Encaminhamento da atividade.12
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f) Que semelhanças e diferenças são possíveis de identificar entre essa composição e as que você conhece 
de música clássica?
Anote no Diário de bordo suas percepções sobre a música e, depois, converse com seus colegas.
Aprofundamento do conteúdo e encaminhamento da atividade.13
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Raqsonu. 2018. Digital.
 Arte 11
 Ninguém cria de barriga vazia
Para criar suas composições, Villa-Lobos se “alimentou” de várias referências. Absorveu tanto elementos da cul-
tura indígena e afro-brasileira quanto da música erudita europeia e popular nacional. Apesar disso, disse certa vez:
“Logo que sinto a influência de alguém, me sacudo todo e pulo fora”.
Assim ele expressava o desejo de não ser um mero imitador das suas influências. Elas eram usadas livremen-
te para a criação de obras novas, que refletiam a personalidade de Villa-Lobos.
Com essa postura, o compositor estava próximo de ideias 
difundidas pelo escritor Oswald de Andrade, amigo a quem 
Villa-Lobos dedicou o Choros n.º 3. Em 1928, Oswald escreveu o 
Manifesto antropófago, inspirado no quadro Abaporu, obra de 
Tarsila do Amaral.
Composto por uma série de frases irônicas e provocadoras, 
esse texto lançava reflexões – já iniciadas na Semana de Arte 
Moderna – sobre uma nova postura do brasileiro em relação ao 
mundo e à produçãoartística.
Também admirador da cultura indígena, Oswald criou a metáfora da antropofagia cul-
tural. Essa ideia tinha como fonte de inspiração alguns grupos indígenas brasileiros que, com 
o intuito de se fortalecer, costumavam devorar seus inimigos durante certos rituais.
De modo semelhante, Oswald sugeria ao artista brasileiro se alimentar de uma série de influências, 
fossem elas indígenas ou estrangeiras. Por isso, há esta frase no manifesto:
Só me interessa o que não é meu. [...]. Lei do antropófago. [...]
ANDRADE, Oswald. Manifesto antropófago. Disponível em: <https://digital.bbm.usp.br/bitstream/bbm/7064/1/45000033273.pdf>. Acesso em: 4 set. 2018.
Para Oswald, o artista deveria “digerir” tudo o que lhe fosse importante do outro e dispensar o resto. 
Essa absorção de valores culturais e artísticos seria feita, portanto, mediada pelo senso crítico de cada um.
No final da década de 1960, a antropofagia oswaldiana voltaria a influenciar artistas brasileiros dentro do 
Tropicalismo, movimento esse que também renovou as artes nacionais. Nesse período, as informações sobre 
arte circulavam mais livremente, especialmente pela televisão e pelo rádio – tecnologias que, vale lembrar, não 
existiam no país na época da Semana de Arte Moderna. Tais meios de comunicação influenciariam o compor-
tamento das pessoas e a produção artística.
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O termo “Tropicalismo” surgiu de uma música 
de Caetano Veloso, intitulada Tropicália, e de 
um disco de 1968, chamado Tropicália ou 
Panis et circenses. Esse álbum foi idealizado 
por Caetano e reuniu artistas, como Gilberto 
Gil, Gal Costa, Tom Zé e Os mutantes. O 
trabalho pode ser entendido como um 
manifesto a favor da mistura livre de 
sonoridades e influências daquele tempo.
O nome Tropicália, usado por Caetano, foi criado originalmente pelo artista Hélio Oiticica 
(1937-1980) em 1967. Era o título de um ambiente artístico criado por Hélio no Museu de 
Arte Moderna do Rio de Janeiro. O público percorria uma espécie de labirinto, formado por 
plantas e paredes de madeira, caminhando descalço na areia, como se estivesse em um 
morro carioca. No final do labirinto, as pessoas encontravam uma televisão ligada.
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manifesto: tipo de declaração pública na qual 
uma pessoa ou grupo apresenta suas ideias.
antropófago: termo de origem grega 
(anthropos significa homem, e phagos, comer) 
relativo a quem se alimenta de carne humana.
DicionArte
Aprofundamento do conteúdo.14
Aulas 6 e 7
Aprofundamento do conteúdo.15
9o. ano – Volume 112
Um dos principais integrantes do Tropicalismo foi o cantor e compositor baiano Caetano Veloso (1942-), 
que se destacou por misturar, livremente, influências musicais nacionais e estrangeiras. Tal como os modernis-
tas, Caetano teve de lidar com críticas severas por ousar romper com antigos padrões artísticos.
Em 1968, durante um festival musical exibido pela televisão, ele foi bastante vaiado ao cantar a canção É 
proibido proibir. Leia, a seguir, um depoimento de Caetano sobre esse episódio, ocorrido no Teatro da Universi-
dade Católica de São Paulo.
Eu estava vestido com uma roupa de plásti-
co verde e preta, o peito coberto de colares fei-
tos de fios elétricos com tomadas nas pontas, 
correntes grossas e dentes de animais grandes. 
[...]
Eu sabia que estava fazendo uma provoca-
ção. [...]
Gil, atendendo ao meu chamado, subiu ao 
palco e, entre as coisas que nos atiravam da 
plateia (em geral pedaços de papel embolados, 
copos de plástico ou de papelão etc.), um peda-
ço de madeira serrada, do tamanho e da espes-
sura de um maço de cigarros mais ou menos, 
acertou sua canela, tirando sangue. Saímos [do 
teatro] amedrontados.
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Antropofagia no mundo digital
O conceito de antropofagia continua sendo retomado e discutido no século XXI, quando também surgem 
artistas indígenas que combinam suas tradições com referências estrangeiras – algo que não acontecia quando 
Oswald de Andrade escreveu o Manifesto antropófago.
Hoje é possível, por exemplo, encontrar as artes e tradições do povo Huni Kuin, que vive em terras no estado 
do Acre, reunidas até em um video game! Será que Oswald seria bom no jogo Huni Kuin: os caminhos da jiboia?
Em 1968, a plateia do 3.º Festival Internacional da Canção vaiou Caetano 
Veloso pela ousadia de sua performance. Vestido com roupas estranhas, 
no meio da canção É proibido proibir, ele fez um discurso contra a 
desclassificação, no festival, de uma música de seu amigo Gilberto Gil. O 
público atirou objetos nos dois e feriu a canela de Gil.
VELOSO, Caetano. Verdade tropical. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 299, 301, 303.
Cerca de 30 indígenas colaboraram na produ-
ção do game. As imagens e os sons presentes no 
jogo são baseados nas artes do povo Huni Kuin 
(Kaxinawá), assim como as histórias retratadas 
são as próprias histórias antigas deste povo. O 
game foi desenvolvido pelo antropólogo santista 
Guilherme Meneses, em parceria com uma equi-
pe de programadores, artistas e outros antropó-
logos da Universidade de São Paulo, em parceria 
com o coletivo indígena Beya Xinã Bena (Cultura 
Novo Tempo), coordenado por Osvaldo Mateus 
Kaxinawá.
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No jogo Huni Kuin: os caminhos da jiboia, um casal de gêmeos do povo Huni 
Kuin precisa vencer desafios na floresta. Ele se conclui quando o menino vira 
um curandeiro e a menina se transforma em uma mestra dos desenhos do 
seu povo.
Aprofundamento do conteúdo.16
 Arte 13
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Você sabe que povos indígenas habitam ou habitaram seu estado? O que você conhece sobre as artes e a 
cultura deles? Faça uma pesquisa a respeito disso e depois compartilhe suas informações com os colegas. Para 
isso, consulte a biblioteca de sua escola ou cidade.
Troca de ideiasTroca de ideias
Quem gosta de festa? À fantasia, junina, de Carnaval... E uma festa voltada para as artes? Você já foi a 
alguma festa assim? Convidamos a turma a organizar um festival na escola até o fim do ano, momento 
em que todos devem compartilhar um pouco das suas experiências artísticas, em um clima de diversão. 
Sempre que você encontrar o ícone Festival das Artes, saiba que está diante de algo que pode ser apre-
sentado nesse evento!
Atividades
Encaminhamento da atividade.17
Todos os dias, alimentos são cozidos em panelas. 
Mas desta vez esses utensílios irão “cozinhar” as 
influências artísticas da turma, gerando uma nova 
obra: a exposição antropofágica!
• Onde a exposição vai acontecer?
• De que forma esse local vai ser preparado para tornar a exposição mais interessante?
• Como será a relação com o público?
• As pessoas poderão abrir algumas panelas livremente?
• Alguém apresentará as panelas aos visitantes? Nesse caso, como será a apresentação das suas 
influências?
• Quais informações você irá transmitir e como isso pode ser feito de maneira ousada, assim como 
fizeram os modernistas?
No início do capítulo, você anotou no Diário de bordo cinco das suas principais influências artísticas. Que 
tal agora apresentar essas influências em uma exposição antropofágica produzida pela turma?
Para brincar com a ideia de alimentação, presente no conceito de antropofagia, é 
preciso que cada um traga ao menos um tipo de panela com tampa. Den-
tro dela, coloque elementos que demonstrem as suas influências, por 
exemplo: um livro, uma imagem recortada de um artista, uma 
capa de DVD, um desenho ou texto seu. É possível, ainda, usar 
recursos multimídia, como colocar na panela um celular que 
toque música ou exiba um vídeo.
Em grupo, tente responder às perguntas a seguir. Elas servem para gerar ideias sobre 
as múltiplas formas de organizar essa exposição.
9o. ano – Volume 114
Hora de estudo
Com base no texto e no conteúdo apresentado ao longo deste capítulo, assinale com (V) as alternativas 
verdadeiras e, com (F), as falsas.
( V ) Assim como os artistas do movimento modernista, os jovens indígenasdo grupo Bro MC’s escolhe-
ram se abrir para influências de outras culturas – nesse caso, a cultura do hip-hop, que surgiu nos 
Estados Unidos.
( V ) O jogo Huni Kuin: os caminhos da jiboia, mostra que a tecnologia atual pode ser usada para difun-
dir uma série informações sobre as tradições de povos indígenas.
( V ) A Semana de Arte Moderna foi criada em um período em que as informações não circulavam com 
tanta facilidade como hoje. Afinal, em fevereiro de 1922, ainda não existia rádio ou televisão no Brasil.
( F ) As novidades artísticas introduzidas pelos modernistas e depois pelos tropicalistas sempre foram 
apoiadas pelo público e pela crítica brasileira. 
( F ) Compositor erudito e influenciado pelo alemão Sebastian Bach, Villa-Lobos contrariava a ideia de 
antropofagia, pois preferiu não se “alimentar” de elementos das culturas popular e indígena do Brasil.
Nascido nos Estados Unidos, na década de 1970, o movimento 
cultural do hip-hop – que engloba a arte musical (com os versos 
de rap e o som de DJs), a dança (break) e artes visuais (graffiti) – 
tornou-se popular no mundo todo.
No Brasil, essa cultura foi primeiramente absorvida por jovens 
urbanos, mas, nas últimas décadas, também tem influenciado jo-
vens indígenas. Leia, a seguir, um texto sobre o primeiro grupo de 
rap formado por indígenas no país.
Quem são os Brô MC’s, primeiro grupo de rap indígena do Brasil
[...]
Para criar um grupo de rap, quatro indígenas Guarani Kaiowá tiveram que ignorar 
objeções de dois lados: de um, um público estranho à ideia do ritmo ser apropriado pela etnia; 
de outro, no interior de seu próprio povoado, com caciques questionando a empreitada.
Os contratempos foram desfeitos, e os Brô MC’s ganharam repercussão cantando sobre o 
cotidiano das aldeias Jaguapirú e Bororó, localizadas na cidade de Dourados, oeste do Mato 
Grosso do Sul. [...]
“Koangagua” (que significa nos dias de hoje), canção cujo clipe foi lançado em 2015 pelo 
Guateka – canal do YouTube criado para divulgar a cultura indígena –, fala sobre como é fazer 
rap na comunidade indígena. “Minha fala é forte e está comigo / Falo a verdade, não quero ser 
que nem você / Canto vários temas e isso que venho mostrando / Voz indígena é a voz de ago-
ra”, diz a tradução da letra, cantada em guarani. Os vídeos do canal têm legendas. [...]
O Brô MC’s começou quando Veron [Bruno Veron, 
membro do grupo] frequentava a Escola Municipal Indíge-
na Araporã, em 2006. O diretor, à época, pediu aos alunos 
que apresentassem um trabalho falando sobre o meio am-
biente, mas num formato diferente, que fugisse aos padrões 
acadêmicos normais. Foi então que Veron começou a rimar 
guarani com português no ritmo hip-hop.
Anos mais tarde, em 2009, uniu-se aos colegas Clemer-
som Batista, Kelvin Peixoto e Charlie Peixoto para montar o 
grupo. [...]
MONTESANTI, Beatriz. Quem são os Brô MC’s, primeiro grupo de rap indígena do Brasil. Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/
expresso/2017/02/16/Quem-s%C3%A3o-os-Br%C3%B4-MCs-primeiro-grupo-de-rap-ind%C3%ADgena-do-Brasil>. Acesso em: 10 mar. 2018.
• Integrantes do grupo de rap Brô MC’s
Guarani Kaiowá: um povo indígena.
objeções: oposições.
caciques: líderes indígenas.
contratempos: obstáculos.
guarani: uma língua indígena.
DicionArte
Falsa. Basta lembrar a crítica de Monteiro Lobato aos modernistas e as 
vaias a Caetano Veloso, em um festival de música, na fase do Tropicalismo.
Falsa. Villa-Lobos foi influenciado tanto por Bach quanto pela música popular e de origem indígena.
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“Tu és divina e graciosa / Estátua majestosa do amor / 
Por Deus esculturada” Rosa, Pixinguinha e Otávio de Souza
1. Verifique, na ficha técnica, o nome dos 
artistas que pintaram esses quadros. São 
homens ou mulheres? E os personagens 
retratados são do sexo feminino ou 
masculino?
2. A quem as músicas se dirigem?
3. Você sabe o que é uma musa? O que ela faz? 
4. Por que não ouvimos falar em “muso”?
5. Você conhece alguma música em que o 
tema seja as mulheres? Qual a visão sobre a 
mulher que é apresentada nessa música?
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 Observe atentamente as telas a seguir, já estudadas por você. 
Leia também trechos de algumas letras da Música Popular Brasileira.
VINCI, Leonardo da. Mona Lisa. [ca. 1502] 1 óleo sobre 
madeira, 77 cm x 53 cm. Museu do Louvre, Paris, França.
MATISSE, Henri. Mulher com chapéu. 1905. 1 óleo sobre 
tela, 80,65 cm x 59,69 cm. Museu de Arte Moderna, São 
Francisco, EUA.
Musa? 
Que nada, sou artista!
Encaminhamento da atividade.1
divina e graciosa / Estátua majestosa do amor / 
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leira.
“Você é mais bonita 
que a flor, quem dera, 
a primavera da flor / 
Tivesse todo esse aroma 
de beleza” Coisa mais 
linda, Carlos Lyra e Vinicius 
de Moraes
“A noite é linda e ela 
mais ainda / Todinha 
de rosa” Oba, lá vem ela, 
Jorge Ben Jor
“Uma tigresa de unhas negras e íris cor de mel / Uma mulher, 
uma beleza que me aconteceu” Tigresa, Caetano Veloso
“Moça do corpo 
dourado / Do sol 
de Ipanema / O seu 
balançado é mais que 
um poema” Garota de 
Ipanema, Tom Jobim 
e Vinicius de Moraes
16
Você acabou de estudar a Semana de Arte Moderna, um 
marco da história da arte no Brasil. Embora esse evento tenha 
ocorrido em 1922, as bases do Modernismo em nosso país fo-
ram fundadas alguns anos antes, por uma mulher chamada 
Anita Malfatti. Em 1910, Anita embarcou para a Alemanha e lá 
iniciou seus estudos em arte, financiados pelo padrinho. Bem 
nessa época, a Europa vivia um período muito efervescente, 
agitada por vanguardas artísticas, como o Expressionismo – 
que influenciou profundamente a artista.
Estudar fora do país era algo comum para quem tinha algum 
dinheiro, já que praticamente não existiam instituições de arte 
no Brasil. Imagine que, nessa época, nem museus havia na cida-
de de São Paulo!
Ao retornar à capital paulista, em 1914, Anita encontrou um 
cenário muito semelhante ao que deixara quando partiu: o de 
uma arte acadêmica voltada para a reprodução fiel da realida-
de. Seus quadros, apresentados em uma primeira mostra indi-
vidual chamada Exposição de estudos de pintura Anita Malfatti, 
foram tomados pela família e pelos visitantes como uma espé-
cie de ensaio, que ainda necessitava de maior desenvolvimento 
técnico.
Embora a artista estivesse no início da carreira, a verdade é 
que o público brasileiro não estava preparado para as inovações 
trazidas por ela. Suas telas estavam longe da “suavidade” espera-
da para os trabalhos produzidos pelas mulheres na época.
Tudo começou com Anita Malfatti
Nascida em São Paulo, Anita começou a pin-
tar por volta dos 20 anos, por influência da 
família de construtores e engenheiros, que 
desenhavam com frequência, e da mãe, que 
pintava desde jovem. Quando criança, a artis-
ta sofreu com uma deficiência na mão direita. 
Isso não a impediu de exercer seu ofício, pois 
logo aprendeu a escrever e a desenhar com 
a outra mão.
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Aulas 2 e 3
Aprofundamento do conteúdo.3
Aprofundamento do 
conteúdo.
2
Aprofundamento do conteúdo.5
Aprofundamento do conteúdo.4
Anita Malfatti (1889-1964)
MALFATTI, Anita. Meu irmão Alexandre. 1914. 1 óleo sobre tela, 
43 cm x 57 cm. Coleção Sylvia Roberto de Sousa, São Paulo. 
Ao retornar ao Brasil, em 1914, Anita continuava 
estimulada a pintar, retratando pessoas de seus 
círculos familiares e de amigos. Neste quadro, 
pintou o irmão ainda de forma mais realista, 
mas em uma pose pouco convencional, usando 
pinceladas curvas em vaivém. Não tinha mais a 
preocupação de aplicar a tinta em linhas paralelas.
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Objetivos
• Conhecer a importância do trabalho de Anita Malfatti e Tarsila do Amaral para a arte brasileira.
• Criar umaobra antropofágica.
• Escrever uma crítica de arte.
Apostando em uma possível “melhora artística”, a fa-
mília de Anita proporciona-lhe nova ida ao exterior. Desta 
vez para os Estados Unidos, já que na Europa estava acon-
tecendo a Primeira Guerra Mundial.
O resultado da experiência foi uma “festa da cor”, que 
sacudiu a arte acadêmica no Brasil.
Leia o texto a seguir, grifando as partes mais importantes dele. Depois, no Diário de bordo, faça um es-
quema que resuma o significado da Exposição de Arte Moderna Anita Malfatti, realizada em 1917. Você 
pode usar palavras-chave e setas para relacionar tudo.
Organize as ideias
No final de 1917 abria-se, em São Paulo, a decisiva “Exposição de Arte Moderna Anita 
Malfatti”. Sob o título explicativo, a pintora – então jovem e pouco conhecida, vinda de 
estudos no exterior – decidia mostrar 53 de seus trabalhos, obras modernas de tendência 
expressionista, incompreensíveis para aquele momento artístico unanimemente acadêmico. 
O fato inusitado – uma mostra de arte moderna – gerou atitude também inédita na cidade: 
uma polêmica artística. Aquelas figuras deformadas causavam indignação: população e críti-
ca reagiram, não perdoaram a ousadia daquela paulista, e mulher.
[...] Nada da técnica apurada produzindo a esperada “pintura suave” – e sim uma pintura 
mais “crua” do que a que trouxera da Alemanha. Nada da perspectiva “correta” com o colo-
rido “exato” que imitasse a natureza – eram paisagens e retratos chapados, de planos super-
postos, sem ilusão de profundidade, “sem ar”, e de cores gritantes e “irreais”. Nada do “Belo”, 
de temas “agradáveis e bonitos” – mas retratos “de mau gosto” de O homem amarelo, A boba, 
ou A mulher de cabelos verdes, e sem preocupação com a verossimilhança, inadmissíveis, de 
construção marcadamente assimétrica e colorido “cru”. [...] Nada da esperada pintura sua-
vemente feminina – eram telas nem mesmo admissíveis na “pintura masculina” de então, e 
os inúmeros desenhos a carvão [...] também assimétricos e deformados em suas proporções.
[...] Iniciava-se a polarização e Anita Malfatti tornava-se o “divisor de águas”: encerrando 
o capítulo da arte acadêmica, abria o da arte moderna. Anita Malfatti inseria-se na História 
da Arte no Brasil, num lugar muito definido: o de marco inicial do movimento modernista.
BATISTA, Marta R. Anita Malfatti no tempo e no espaço: biografia e estudo da obra. São Paulo: Editora 34/Edusp, 2006. p. 17, 178.
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Produzido na Alemanha, este retrato foi feito com pinceladas 
rápidas e pintado sobre um fundo de dois planos de cor, sem 
dar a sensação de profundidade. Anita aplica várias cores na 
tela, sem misturá-las previamente.
MALFATTI, Anita. Retrato de um professor. [ca. 1912]. 1 óleo sobre 
tela, 50,5 cm x 40 cm. Museu de Arte Brasileira FAAP, São Paulo.
Aprofundamento do 
conteúdo.
6
Orientação didática.7
9o. ano – Volume 118
Os retratos a seguir, produzidos com grande liberdade durante os estudos de Anita Malfatti nos Estados 
Unidos, foram muito importantes para o desenvolvimento da arte moderna no Brasil. Observe-os com atenção.
Embasamento teórico.9
ApreciArte
MALFATTI, Anita. A mulher de cabelos verdes. [ca. 1915]. 
1 óleo sobre tela, 61 cm x 51 cm. Coleção Ernesto Wolf, 
São Paulo.
As cores gritantes e 
as deformações dos 
retratos de Anita são uma 
síntese das influências 
que a artista recebeu 
em seus estudos no 
exterior, que passavam 
pelo Cubismo, Fauvismo 
e Expressionismo. Essas 
características fazem 
parte de sua linguagem e 
lhe conferem autonomia 
artística, desvinculando-a 
da “obrigação” de ser 
fiel à realidade. O que 
Anita buscava era “uma 
expressão psicológica 
e simbólica para o 
sofrimento humano”.
MALFATTI, Anita. A boba. [ca. 1915]. 1 óleo sobre tela, 
61 cm x 50,5 cm. Museu de Arte Contemporânea da USP, 
São Paulo.
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MALFATTI, Anita. A estudante russa. [ca. 1915]. 
1 óleo sobre tela, 76 cm x 51 cm. Instituto de Estudos 
Brasileiros, USP, São Paulo.
MALFATTI, Anita. Uma estudante. [ca. 1915]. 1 óleo sobre 
tela, 76,5 cm x 60,5 cm. Museu de Arte de São Paulo.
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Em seus retratos com tinta a 
óleo, Anita “desenhava” com a 
cor. Seus traços eram poucos, 
vinham apenas no início para 
delimitar as principais linhas. 
Podemos observar a assimetria 
de seus personagens, as 
angulações de suas faces e, com 
frequência, mãos que não cabem 
na tela ou uma mão encobrindo 
a outra. Talvez uma referência à 
sua própria mão e uma forma de 
pontuar o caráter autobiográfico 
de sua obra. Anita conta seu 
drama pessoal por meio de seus 
personagens.
Encaminhamento da atividade.8
 Arte 19
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Uma revolução
AMÉRICO, Pedro. Independência ou morte (O grito do Ipiranga). 1888. 1 óleo sobre tela, 415 cm x 760 cm. Museu Paulista, São Paulo.
Independência ou morte (O grito do Ipiranga) é um exemplo de pintura histórica realizada por um representante da arte 
acadêmica no Brasil, Pedro Américo (1843-1905). Pode-se dizer que ele e Anita Malfatti foram contemporâneos, ou seja, 
viveram na mesma época, tendo em vista que ela nasceu em 1889, enquanto Pedro Américo já atuava como artista.
Troca de ideiasTroca de ideias
Aulas 4 a 6
Após analisar as obras presentes na seção ApreciArte, conte à turma e ao professor o que você imagina ser 
a “suavidade” esperada para os trabalhos femininos produzidos no início do século XX. Por que, em sua opinião, 
a pintura de Anita Malfatti não atendeu a essa expectativa?
Vamos fazer o retrato de alguém conhecido seu, pode ser um colega, o professor, etc., inspirando-se na 
estética expressionista de Anita Malfatti. Utilize lápis grafite e giz de cera. Lembre-se de procurar repre-
sentar os sentimentos e as emoções.
Você já ouviu falar de artistas brasileiras anteriores a Anita Malfatti e Tarsila do Amaral? Será que existi-
ram mulheres artistas antes desse período? E que artistas visuais mulheres você conhece que estejam em 
atividade nos dias de hoje?
Procure levantar nomes internacionais, nacionais e de sua cidade. Escolha um deles. Depois, compartilhe 
com seus colegas de classe, trazendo um exemplar da obra da artista. Apresente um pouco da biografia 
e do contexto em que essa artista viveu (ou vive).
Atividades
Encaminhamento da atividade.10
Encaminhamento da atividade.11
Encaminhamento da atividade.12
A atividade deve ser feita em casa. Começar as próximas aulas com 
a exposição sobre as artistas pesquisadas.
9o. ano – Volume 120
Você acha que a delicadeza é um atributo exclusivamente feminino? Um cirurgião médico ou dentista tam-
bém não precisa ser delicado? Liste, com a turma e o professor, características que, no senso comum, são 
associadas ao sexo feminino e ao masculino. Depois, elenque situações que comprovam que, na verdade, tais 
características podem ser atribuídas tanto a homens quanto a mulheres.
A exposição de Anita Malfatti provocou a ira do público e da crítica – como você pôde ver no capítulo an-
terior, no texto Paranoia ou mistificação, de Monteiro Lobato –, porque sua obra revolucionou não apenas os 
cânones da arte produzida em nosso país, mas os padrões sociais vigentes.
Naquela época, havia distinção de “pintura feminina” e “pintura masculina”. As pinturas consideradas “pro-
fissionais” eram produzidas por homens. Eles frequentavam escolas e se dedicavam aos temas considerados 
nobres, como as cenas históricas, mitológicas e as paisagens.
Já às mulheres, restavam os temas “menores”: retratos, cenas domésticas e nature-
zas-mortas (em especial, as com flores). Além disso, sua técnica deveria transparecer 
a “delicadeza feminina” decor, formas e pinceladas.
Troca de ideiasTroca de ideias
Encaminhamento da atividade.14
Orientação didática.13
MALFATTI, Anita. O homem de sete cores. [ca. 1915]. 
1 carvão e pastel sobre papel, 60,7 cm x 45 cm. Museu 
de Arte Brasileira, FAAP, São Paulo.
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O trabalho das pintoras era consi-
derado “amador” ou “não profissional”. 
Não lhes era permitido frequentar as 
escolas oficiais, apenas os ateliês de 
artistas conhecidos da família. Isso 
porque, para pintar o corpo humano, 
é preciso estudar sua anatomia, e as 
mulheres trabalharem com modelos 
nus era um tabu para a sociedade 
da época. Na Europa e nos Estados 
Unidos, onde Anita estudou, ela teve 
liberdade para trabalhar com o tema 
que quisesse.
Aprofundamento do conteúdo.15
 Arte 21
Observe o cartaz a seguir, criado por um coletivo de artistas estadunidenses, o Guerrilla Girls, em atividade 
desde 1985, denunciando o sexismo no mundo da arte.
Troca de ideiasTroca de ideias
Encaminhamento da atividade.16
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• Cartaz da exposição Guerrilla Girls Gráfica – 1985-2017, 
no Museu de Arte de São Paulo
O cartaz foi exposto pela primeira vez em 1989, como uma crítica ao Museu Metropolitano de Nova Iorque, 
por ter menos de 5% de artistas mulheres no acervo e 85% dos nus femininos. Ele mostra o corpo da Grande 
Odalisca, do pintor francês Jean-Auguste Ingres (1780-1867), com cabeça de gorila, um símbolo das artistas 
estadunidenses.
“Nós fomos as Gorilla Girls antes de ser Guerrilla Girls por lapso de uma redatora, que confundiu os nomes 
gorilla e guerrilla”. [...] “Foi um erro iluminador, pois sugeriu o uso das máscaras de gorilas, disfarces que nos dão 
maior liberdade de expressão”, diz uma das artistas do coletivo. Elas já assinaram centenas de projetos e partici-
param de mostras importantes no mundo todo, como a Bienal de Veneza, sempre criticando as instituições que 
as convidam. Em 2017, elas atualizaram o cartaz para a mostra Guerrilla Girls Gráfica – 1985-2017, no Museu de 
Arte de São Paulo.
Converse com a turma e o professor a respeito das questões a seguir.
a) Você já parou para pensar sobre como, ainda hoje, são poucas as mulheres que adentram, como artis-
tas, museus e outros espaços destinados às artes visuais?
b) Por que você acha que isso ocorre?
c) Por que há mais homens do que mulheres na história da arte?
Com base na ideia do cartaz das Guerrilla Girls, crie uma peça que expresse a sua visão sobre a participa-
ção das mulheres na arte.
Encaminhamento da atividade.17
Atividades
9o. ano – Volume 122
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Esse estudo do corpo humano foi produzido na França, 
quando a artista se debruçava sobre as técnicas cubistas. 
Observe a presença de diversas formas geométricas – 
círculo, triângulo, losango, quadrado e retângulo – e de 
linhas que cortam a tela.
AMARAL, Tarsila. Estudo (Nu). 1923. 1 óleo sobre 
tela, 61 cm x 50 cm. Coleção Saul Libman, São Paulo.
Nesta tela, a influência cubista e as diversas formas 
geométricas permanecem. Entretanto, a artista retrata uma 
paisagem brasileira, o Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro.
AMARAL, Tarsila. Rio de Janeiro. 1923. 1 óleo sobre tela, 
33 cm x 40,8 cm. Acervo Fundação cultural Ema Gordon 
Klabin, São Paulo.
ApreciArte
A cara do Brasil
Se Anita Malfatti foi a precursora do Modernismo no Brasil, influenciando até mesmo a produção em outras 
linguagens artísticas – como a literatura e a música –, Tarsila do Amaral foi a responsável pela consolidação 
dessa nova liberdade de pintar. Com o caminho aberto e sem ouvir as duras críticas que Anita sofreu, Tarsila 
pôde desenvolver seu trabalho com mais tranquilidade. Sua marca era inserir a cara do Brasil nos quadros, como 
veremos a seguir.
Tarsila do Amaral (1886-1973)
Tarsila nasceu em Capivari, interior de São Paulo. 
Seu pai era um grande fazendeiro de café, o que lhe 
proporcionou uma situação financeira confortável. 
Começou a ter aulas de pintura na capital paulista, 
onde conheceu e ficou amiga de Anita Malfatti – isso 
após a exposição de 1917. Tarsila também passou uma 
temporada em Paris, onde assimilou a linguagem das 
vanguardas artísticas, mesclando-a gradativamente 
ao seu próprio referencial visual brasileiro – especial-
mente o das memórias de menina do interior.
Aprofundamento do conteúdo.19
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Texto complementar.18
 Arte 23
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As linhas mais duras, de influência cubista, vão dando lugar 
a formas arredondadas. As figuras dessa cena de uma cidade 
de interior aparecem chapadas na tela, sem sombra ou ilusão 
de profundidade. A tela é cheia de cores, especialmente as 
consideradas “caipiras”, de que Tarsila tanto gostava quando 
criança: “azul puríssimo, rosa violáceo, amarelo vivo, verde 
cantante, tudo em gradações mais ou menos fortes, conforme 
a mistura de branco”.
AMARAL, Tarsila. O mamoeiro. 1925. 1 óleo sobre tela, 
65 cm x 70 cm. Coleção Mário de Andrade, Instituto de 
Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo, São Paulo.
A Cuca é o primeiro quadro de uma série em que a artista deixa 
de lado a preocupação de reproduzir a realidade e registra na 
tela personagens que povoavam as histórias de sua infância. “É 
um bicho esquisito, no mato com um sapo, um tatu e outro bicho 
inventado”, disse a artista em carta à sua filha Dulce.
AMARAL, Tarsila. A Cuca. 1924. 1 óleo sobre tela, 73 cm x 100 cm. 
Acervo Musée de Grénoble, França.
 1. Observe as duas telas a seguir, ambas de Tarsila do Amaral, também apresentadas em versão ampliada 
no material de apoio. Faça uma descrição, em detalhes, do que você está vendo. Procure ser objetivo, 
detendo-se no que você vê e não no que você acha que a obra significa.
Atividades
“[...] figura sentada com dois robustos toros de pernas cruzadas, uma
arroba de seio pesando sobre o braço, lábios enormes, pendentes,
cabeça proporcionalmente pequena.”(AMARAL,2003, p. 280)
“Figura solitária monstruosa, pés imensos, sentada numa planí-
cie verde, o braço dobrado repousando num joelho, a mão sus-
tentando o peso-pena da cabecinha minúscula. Em frente, um 
cacto explodindo numa flor absurda”. (AMARAL, 2003, p. 280)
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Encaminhamento da atividade.22
AMARAL, Tarsila. A Negra. 
1923. 1 óleo sobre tela, 
100 cm x 80 cm. Museu de 
Arte Contemporânea da 
USP, São Paulo.
AMARAL, Tarsila. Abaporu. 
1928. 1 óleo sobre tela, 
85 cm x 73 cm. Coleção 
Eduardo Constantini, Museo 
de Arte Latinoamericano de 
Buenos Aires, Buenos Aires.
Embasamento teórico.23
Embasamento teórico.20 Embasamento teórico.21
9o. ano – Volume 124
AMARAL, Tarsila. Antropofagia. 1929. 1 óleo sobre tela, 
126 cm x 142 cm. Coleção particular, São Paulo.
 2. No material de apoio, há dois pequenos textos escritos por Tarsila sobre cada uma dessas obras. Recor-
te-os e cole-os corretamente nos espaços disponíveis perto das imagens. Depois, compare-os à descrição 
que você fez e à que seus colegas fizeram, observando se os textos se aproximam em alguma coisa.
 3. O quadro a seguir se chama Antropofagia.
Pessoal.
As três pinturas da atividade anterior estão en-
tre as mais importantes da carreira da artista. Tarsila 
pinta A Negra ainda sob influência cubista, como é 
possível observar no fundo geométrico da tela. En-
tretanto, ela já começara a buscar novas possibilida-
des para sua arte, ao retratar a personagem gigante 
e deformada no centro do quadro.
Alguns anos depois, vem Abaporu, aprofundan-
doessa linguagem. As deformações aparecem mais 
intensas e o fundo é substituído por um cacto e um 
“sol-flor” estilizado.
Os personagens das telas foram inspirados na 
infância da artista. As mulheres negras que traba-
lhavam em sua casa contavam histórias às crianças, 
algumas assustadoras. Das estranhas imagens que 
ficaram na memória de Tarsila, surgem A Negra e 
Abaporu.
Aula 7
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• Oswald de Andrade criou o movimen-
to antropofágico inspirado no quadro 
Abaporu de Tarsila do Amaral
Observe se ele tem algo em comum com as outras 
telas. Depois, escreva um pequeno texto com sua in-
terpretação sobre essa imagem, ou seja, o que você 
acha que a imagem representa, quem são seus per-
sonagens, se ela conta uma história, etc. Nesse caso, 
você é totalmente livre para imaginar o que quiser.
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 Arte 25
Atividades
Com base em suas referências pessoais, crie uma obra em que você, inspirado em Tarsila, seja o artista 
antropofágico. Você pode trabalhar com desenho, pintura ou colagem, mas lembre-se de que você está 
criando uma obra totalmente nova, e o melhor: de forma antropofágica!
Abaporu foi um presente de aniversário da artista para o então esposo Oswald de Andrade. Ele ficou muito 
impressionado com a pintura. Juntos, foram buscar em um dicionário de tupi-guarani o nome “abaporu”, que 
significa “homem que come gente” (aba: homem, poru: que come). Inspirado nesse quadro, Oswald criou o 
movimento antropofágico, que você estudou no capítulo anterior.
Já a tela Antropofagia é uma fusão de A Negra com Abaporu. Fazia parte do processo criativo de Tarsila aprovei-
tar elementos de telas anteriores para criar novas.
Para o Festival das Artes, a turma pode organizar uma exposição com as panelas e o caldo de influências 
de cada um de vocês, junto com os trabalhos antropofágicos que vocês criaram inspirados em Tarsila do Ama-
ral. Será um banquete antropofágico!
O nono ano também será responsável por produzir críticas dos trabalhos de todas as turmas que partici-
parem do Festival das Artes. Vocês podem dividir-se em grupos, de forma que pelo menos um trabalho de 
cada ano seja contemplado com uma crítica. Os textos podem ser escritos em conjunto ou individualmente, de 
acordo com as orientações do professor.
A crítica é um importante instrumento de registro e, ao final do evento, vocês podem reunir os textos em 
uma revista e deixá-la disponível para que todos os alunos possam lê-la!
Para escrevê-las, lembrem-se das quatro operações que vocês aprenderam: descrição, interpretação, con-
textualização e avaliação! Elas devem aparecer mescladas ao longo do texto.
Aula 8
Festival das Artes
Aprofundamento do conteúdo.24
Aprofundamento do conteúdo.25
As informações que você acabou de ler são uma contextualização das três obras, isto é, uma explica-
ção sobre o contexto em que elas foram produzidas. Para isso, foram levantados dados concretos, relacio-
nados à sua história, à época e ao local onde surgiram. Entrevistar pessoas, consultar livros, jornais, revistas 
e/ou artigos de sites confiáveis na internet, como os das universidades, são uma forma de reunir material 
para contextualizar uma obra artística.
Descrição, interpretação e contextualização são operações realizadas pelos críticos de arte, profissio-
nais responsáveis por mediar a relação entre público e artista. Ao mesmo tempo que, com seu olhar es-
pecializado, trazem novas possibilidades de leitura ao público, eles oferecem ao artista um retorno de sua 
produção, na forma de análise.
Além dessas operações, há também a avaliação, em que se emite um julgamento sobre a obra. Essa, 
em especial, deve ser feita com muito cuidado e de forma construtiva, sempre usando argumentos para 
embasar a colocação. A crítica de Monteiro Lobato à Anita Malfatti, que você viu no capítulo anterior, tem 
um perfil mais avaliativo. Se desejar, retorne ao texto e leia-o novamente.
9o. ano – Volume 126
Hora de estudo
Leia a entrevista a seguir, com a professora da Universidade de São Paulo (USP) e estudiosa da arte Ana 
Paula Simioni.
Ana Paula Cavalcanti Simioni, professora: 
“As mulheres foram classificadas como amadoras”
O Globo: Conte algo que não sei.
Ana Paula Simioni: A primeira artista plásti-
ca a ser premiada, em 1884, é do interior do Rio 
de Janeiro, da cidade de Vassouras, e se chamava 
Abigail de Andrade. A premiação foi da Exposi-
ção Geral de Belas Artes. Ela foi uma pintora mui-
to atuante entre 1881 e 1884. Pioneira, teve bom 
reconhecimento da crítica, fez várias exposições, 
mas, infelizmente, nenhum museu público tem 
obras dela. Ela se mudou cedo para a capital, para 
estudar no Liceu de Artes e Ofícios, a primeira 
instituição pública com nível próximo ao ensino 
superior para as mulheres. No Rio, foi aluna de 
Ângelo Agostini, dono da revista Illustrada. Eles 
se apaixonaram. Foi uma reviravolta à época por-
que ele era casado. Grávida do segundo filho dele 
e morando na França, assim que o bebê nasce ele 
morre de tuberculose e ela também. Apesar de cur-
ta, foi uma trajetória muito rica. É triste que sua 
obra fique apenas em coleções privadas.
O Globo: Por que isso acontece?
Ana Paula Simioni: As instituições da época 
não tinham um olhar para as mulheres, o que foi 
gerando vários empecilhos ao longo do tempo. 
No Brasil, isso não é uma questão de política afir-
mativa apenas, a questão é que historicamente as 
mulheres foram classificadas como amadoras. Os 
críticos de arte viam as mulheres à maneira do seu 
tempo, como seres sem plena capacidade. Tudo 
isso contribuiu para a produção de uma amnésia. 
É a história de que desconhecimento gera desco-
nhecimento, assim como conhecimento gera mais 
conhecimento.
O Globo: O que muda quando as mulheres 
chegam à universidade?
Ana Paula Simioni: Elas podiam ganhar prê-
mios acadêmicos importantes e o reconhecimento 
passa a vir de outra forma. A academia no Brasil 
abre a possibilidade de inscrição para as mulheres 
a partir de 1892, e no ano de 1893 você já tem alu-
nas. Com a transformação do regime (da monarquia 
para a República), é feita uma lei em que os cursos 
superiores passam a admitir mulheres. Esses cursos 
eram medicina, direito, engenharia e a escola de be-
las artes. Antes disso, elas só podiam pensar em Me-
dicina porque tinham formação de parteiras.
O Globo: O que chama atenção entre as pri-
meiras acadêmicas artistas?
Ana Paula Simioni: Há obras que até chegaram 
a museus, mas ficaram em reservas técnicas. Foi o 
caso de Julieta de França, uma escultora nascida 
em Belém, no Pará, e filha de músicos, que veio 
para o Rio onde fez parte do primeiro grupo de 
alunas da Escola Nacional de Belas Artes. Ela ga-
nhou o prêmio de viagem ao estrangeiro em 1900. 
Era o prêmio máximo da academia, apenas um por 
ano. Todos os homens que ganharam entraram 
para a história. Mas pouco se sabia sobre essa mu-
lher, quando comecei a pesquisar. Há obras dela na 
reserva técnica do Museu Nacional de Belas Artes, 
sem ser exibida, onde está escrito “participou do 
Salão da França de 1903 e obteve menção honro-
sa”. Quantos artistas brasileiros foram para Paris, 
passaram cinco anos, conseguiram expor no salão 
e obtiveram menção honrosa? Ela foi para a Fran-
ça, estudou, ganhou prêmio, foi aluna de Auguste 
Rodin. Como ela não entrou para a História?
O Globo: Como o público poderia conhecer 
as obras dessas mulheres?
Ana Paula Simioni: O MASP e o MAM, por 
exemplo, ou o MoMA, nos EUA, foram formados 
com doações, mas acho que nossa elite, hoje, tem 
pouca sensibilidade para essas questões, além de 
uma desconfiança em relação à capacidade das 
instituições públicas no Brasil de cuidar das obras. 
Precisamos encontrar uma solução.
PRADO, Amanda. Ana Paula Cavalcanti Simioni, professora: “As mulheres foram classificadas como amadoras”. Disponível em: <http://oglobo.
globo.com/sociedade/ana-paula-cavalcanti-simioni-professora-as-mulheres-foram-classificadas-como-amadoras-19579738>. Acesso em: 18 nov.2016. ©Agência O Globo/Amanda Prado
27
XAVIER, Alex. MoMA apresenta a Nova York obras essenciais de Tarsila 
do Amaral. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/entretenimento/
moma-apresenta-a-nova-york-obras-essenciais-de-tarsila-do-amaral/>. 
Acesso em: 17 ago. 2018.
Com base na leitura do texto e no que você estudou neste capítulo, assinale como verdadeira (V) ou falsa 
(F) as afirmações a seguir.
( F ) Anita Malfatti, em 1914, foi a primeira artista brasileira a expor seus quadros em uma exposição.
( V ) Assim como Anita, Tarsila do Amaral passou uma temporada no exterior estudando as vanguardas 
artísticas europeias. O que diferencia as duas artistas é a cor local que Tarsila imprimiu a suas obras.
( F ) As mulheres artistas que viveram antes do século XX, no Brasil, eram classificadas como amadoras, 
pois amavam sua arte e se dedicavam plenamente a ela.
( V ) Ainda hoje, o trabalho de muitas artistas brasileiras fica restrito à reserva técnica dos museus, longe 
do contato com o público e permanecendo desconhecido da maioria das pessoas.
( V ) Mulheres como Abigail de Andrade, Julieta de França, Anita Malfatti e Tarsila do Amaral não se 
contentaram com o lugar de “musa inspiradora” na arte e buscaram o protagonismo em suas ações, 
produzindo suas próprias obras e fazendo história.
Leia um trecho de uma reportagem sobre uma exposição de Tarsila do Amaral realizada nos Estados 
Unidos em 2018. 
Falsa. É difícil delimitar com certeza quem foi a primeira artista a expor no Brasil, já que as pesquisas históricas po-
dem alterar esse dado a qualquer momento. Entretanto, podemos dizer que, de acordo com a entrevista, a artista 
mais antiga a expor no Brasil foi Abigail de Andrade, na Exposição Geral de Belas Artes, em 1884.
Falsa. Chamá-las assim dava a entender que elas realiza-
vam seus trabalhos apenas como passatempo, o que não é verdade.
• Tela Antropofagia (1928), de Tarsila 
do Amaral (MoMA/Divulgação).
MoMA apresenta a Nova York obras essen-
ciais de Tarsila do Amaral
[...] O Museu de Arte Moderna de Nova 
York (MoMA) abrigará uma exposição indivi-
dual dedicada à artista paulista Tarsila do Ama-
ral (1886-1973), um dos nomes mais impor-
tantes do Modernismo latino-americano. [...]. 
O interesse do museu, um dos mais importan-
tes do mundo, pela obra de Tarsila representa 
o reconhecimento internacional da brasileira 
como artista de vanguarda. [....] Abaporu [...] 
é a tela brasileira mais valorizada atualmente. 
Avaliada em cerca 40 milhões de dólares, per-
tence ao acervo do Museu de Arte Latino-Ame-
ricana de Buenos Aires [...]. 
Com base na leitura do texto e nos seus conhecimentos sobre a pintora Tarsila do Amaral, marque a 
única alternativa incorreta: 
a) Reconhecida internacionalmente, Tarsila é um dos grandes nomes da pintura moderna brasileira.
b) Seus quadros influenciaram diretamente o movimento antropofágico.
X c) Sua obra mais valiosa é o quadro O homem amarelo. 
d) No século XXI, seus quadros continuam despertando o interesse do público.
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Capítulo 2 – Página 24 – Atividades
“Figura solitária monstruosa, pés imensos, sen-
tada numa planície verde, o braço dobrado 
repousando num joelho, a mão sustentando o 
peso-pena da cabecinha minúscula. Em fren-
te, um cacto explodindo numa flor absurda.” 
(AMARAL, 2003, p. 280).
AMARAL, Tarsila. Abaporu. 1928. 1 óleo sobre tela, 85 cm x 73 cm. 
Coleção Eduardo Constantini, Museo de Arte Latinoamericano de 
Buenos Aires, Buenos Aires.
9o. ano – Volume 1
Material de apoio
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“[...] figura sentada com dois robustos to-
ros de pernas cruzadas, uma arroba de seio 
pesando sobre o braço, lábios enormes, 
pendentes, cabeça proporcionalmente pe-
quena.” (AMARAL, 2003, p. 280). 
AMARAL, Tarsila. A Negra. 1923. 1 óleo sobre tela, 100 cm x 80 cm. 
Museu de Arte Contemporânea da USP, São Paulo.
 Arte 3
9o. ano – Volume 1
Material de apoio

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