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Prof. Dr. Thiago Florêncio PRINCÍPIOS DA ANATOMIA SISTÊMICA E SEGMENTAR ATLAS E TEXTOS – ESTRUTURA E FUNÇÃO Página | 2 PREFÁCIO Com o propósito de promover conhecimentos e dar bases instrumentais a estudantes que desejam atuar na área da saúde, tem origem este material, cujo conteúdo é fruto de anos de experiência profissional e estudos aficionados na qualidade e melhoria dos resultados assistenciais. Produto de observações, investigações, estudos, pesquisas e vivência profissional voltados em diversas especialidades, este material destina-se a elevar substancialmente os conhecimentos dos leitores, capacitá-los para equacionar e assim alcançar o sucesso profissional. Antes de encerrar, não posso deixar de expressar minha admiração pelos profissionais da saúde, empenhados em transmitir e compartilhar os seus conhecimentos, e especialmente, pela dedicação e contínuo interesse em elevar o nome das profissões escolhidas. Aos alunos e leitores, aqui segue o meu convite: não apenas leiam este material, mas, sobretudo, o estudem com muita atenção e carinho. Dr. Thiago Florêncio Professor de Anatomia e Fisiologia Página | 3 SUMÁRIO Siglas e Abreviaturas............................................................................................................................. 04 MÓDULO I o História da Anatomia.................................................................................................................... 06 o Introdução à Anatomia Humana.................................................................................................. 08 o Sistema Esquelético (Osteologia)................................................................................................ 12 o Sistema Articular.......................................................................................................................... 40 o Sistema Muscular........................................................................................................................ 48 MÓDULO II o Sistema Respiratório.................................................................................................................... 70 o Sistema Cardiovascular............................................................................................................... 76 o Sistema Linfático.......................................................................................................................... 82 o Sistema Digestório....................................................................................................................... 85 MÓDULO III o Sistema Urinário (Excretor).......................................................................................................... 94 o Sistema Genital............................................................................................................................ 98 o Reprodutor Masculino..................................................................................................... 98 o Reprodutor Feminino...................................................................................................... 101 o Sistema Nervoso.......................................................................................................................... 104 o Sistema Endócrino (Hormonal).................................................................................................... 110 o Sistema Tegumentar.................................................................................................................... 115 Página | 4 SIGLAS E ABREVIATURAS AIDS – Síndrome da imunodeficiência adquirida (sigla em inglês). APH – Atendimento pré-hospitalar. ATLS – Suporte avançado de vida no trauma. AV – Acidente vascular. AVC – Acidente vascular cerebral. AVE – Acidente vascular encefálico. BPM – Batimentos por minuto. BCG – Vacinação contra tuberculose. Ca+ - Íons de cálcio. CAP – Cateter de artéria pulmonar. CAPS – Centro de apoio psicossocial. CCIH – Comissão de controle de infecção hospitalar. CIPA – Comissão interna de prevenção de acidentes. CO² - Dióxido de carbono. COT – Cânula orotraqueal. CVE – Centro de vigilância epidemiológica. DC – Débito cardíaco. DIU – Dispositivo intrauterino. DNA – Ácido desoxirribonucleico. DPOC – Doença pulmonar obstrutiva crônica. DT – Vacina contra difteria e tétano. EAP – Edema agudo de pulmão. ECG – Eletrocardiograma. EEG – Eletroencefalograma. EMG – Eletromiografia. EPI – Equipamento de proteção individual. EV – Endovenosa. FA – Fibrilação atrial. FA – Vacinação contra febre amarela. FC – Frequência cardíaca. FiO² - Fração inspiratória de oxigênio. FR – Frequência respiratória. FV – Fibrilação ventricular. GIG – Grande para idade gestacional. HAS – Hipertensão arterial sistêmica. HDA – Hemorragia digestiva alta. HDB – Hemorragia digestiva baixa. Hep B – Vacina contra hepatite B. Página | 5 HIV – Vírus da AIDS. HPV – Vírus do Herpes. H²O – Água. IAM – Infarto agudo do miocárdio. ICC – Insuficiência cardíaca congestiva. ID – Intradérmica. IM – Intramuscular. IRA – Insuficiência renal aguda. IRC – Insuficiência renal crônica. ITU – Infecção do trato urinário. K+ - Íon de potássio. Kcal – Unidade de medida quilocaloria. Kg – Quilograma. mmHg – Milímetros de mercúrio. ML – Milímetro. MM – Membros. MMII – Membros inferiores. MMSS – Membros superiores. MSD – Membro superior direito. MSE – Membro superior esquerdo. MID – Membro inferior direito. MIE – Membro inferior esquerdo. Na+ - Íons de sódio. NaCl – Cloreto de sódio (sal). NAPS – Núcleo de atenção psicossocial. O² - Oxigênio. PA – Pressão arterial. PAD – Pressão arterial diastólica. PAM – Pressão arterial média. PAS – Pressão arterial sistólica. PCR – Parada cardiorrespiratória. PIC – Pressão intracraniana. PIG – Pequeno para idade gestacional. RCP – Ressuscitação cardiopulmonar. RN – Recém-nascido. SC – Subcutânea. SCR – Vacina contra sarampo, caxumba e rubéola. SCQ – Superfície corpórea queimada. SDR – Síndrome do desconforto respiratório. SN – Sistema nervoso. SNA – Sistema nervoso autônomo. SNC – Sistema nervoso central. SNE – Sonda nasoenteral. SNG – Sonda nasogástrica. SpO² - Saturação de oxigênio. SSVV – Sinais vitais. TCE – Trauma cranioencefálico. TMO – Transplante de medula óssea. UTI – Unidade de terapia intensiva. VDRL – Exame laboratorial para detectar sífilis (sigla em inglês). Página | 6 HISTÓRIA DA ANATOMIA O conhecimento da anatomia humana e da medicina tem-se desenvolvido extraordinariamente nos últimos 100 anos, frequentemente devido a importantes descobertas de alguns pensadores revolucionários. O fascínio pelo nosso corpo, como ele funciona, por que fica doente e o que fazer para curá-lo é imenso. Ao longo da história, intocáveis teorias, na maioria errôneas, foram concebidas de diferentes maneiras por médicos, cirurgiões, curandeiros, feiticeiros, alquimistas, benzedores, astrólogos e charlatões, os quais em suas épocas foram respeitados e bem pagos. Apesardeste catálogo de maus praticantes, a história da medicina esta pontuada por brilhantes descobertas e pensamento verdadeiramente visionário, que contra todas as probabilidades, nos conduziram a era moderna da ciência médica. Hipócrates, o “pai da medicina”, praticava essa ciência na ilha grega de Cós, no século 15 a.C., e é, sem dúvida, a figura mais famosa e reconhecida dentre os primeiros “médicos”. Sua grande realização foi a de estabelecer um corpo de especialistas, governados por rigoroso código de ética, que empregavam métodos científicos em suas pesquisas. Isso estabeleceu a base da prática médica moderna. O trabalho de Hipócrates teve uma influência sobre a medicina, e seus ideais foram entusiasticamente difundidos pelos médicos nos séculos que seguiram. Infelizmente suas teorias sobre anatomia e doenças eram bastante imprecisas. Ele acreditava que quatro “humores” (bile negra, bile amarela, fleuma e sangue) gerenciavam a saúde do corpo humano e que qualquer doença era o resultado da falta de equilíbrio entre eles. Com exceção dos monges, que cultivam ervas e plantas com alguma propriedade medicinal genuína, a inexatidão era a marca registrada da medicina e anatomia durante a Idade Média. A teoria dos “humores” ainda foi amplamente mantida como verdadeira e as crenças religiosas cristã e islâmica eram bastante influentes na teoria médica. Todo tipo de ideia, tais como a do sangue drenando fluidos nocivos do corpo ou permitindo ao “excesso de fluido” circular livremente pelo corpo, era posta em pratica, frequentemente acompanhada de poções de boticários, as quais continham ingredientes tão bizarros e infames como língua de salamandra e fígado de verme. Com o advento do Renascimento na Itália, no final do século XIV, a ciência médica avançou. A redescoberta de conhecimentos clássicos encorajou os médicos a reaplicar métodos científicos em suas pesquisas deixando para trás a influência da religião e da superstição. Grandes nomes do período, como Leonardo Da Vinci, trouxeram novas ideias. Leonardo acreditava que, para curar doenças, era necessário primeiro aprender sobre o corpo humano e seus processos, aprendizado que somente poderia ser adquirido por meio da dissecação de cadáveres humanos. A dissecação não era, contudo, uma ideia nova. Cláudio Galeno, influente médico do século II, já havia dissecado animais e presumia que a anatomia humana seguia o mesmo padrão, ideia que se tornou aceita por mais de 1.500 anos. Entretanto, no século XVI, o anatomista Andreas Vasalius, demonstrou que Galeno estava errado e revelou estruturas anatômicas até então desconhecidas no livro De Humani Corporis Fabrica (A estrutura do corpo humano), de 1543. A obtenção de coro para dissecação nessa época, porém, não era fácil e nem agradável. A igreja combatia a dissecação humana, que modo que anatomistas por toda Europa recorriam a pratica infame de roubar túmulos e forcas para obter material fresco para suas pesquisas. Outro trabalho pioneiro no registro das descobertas foi conduzido por Leonardo Da Vinci e Vasalius, que procuraram representar acuradamente a estrutura anatômica por meio de detalhados diagramas e ilustrações. Ainda assim, tais ideias e métodos eram controversos e frequentemente rejeitados. Em 1628, o doutro inglês William Harvey surpreendeu o mundo médico ao publicar An Anatomical Disquisition on the Movement of the Heart and Blood (Uma descrição anatômica do movimento do coração e sangue). Nesse livro ele demonstrou que o sangue circulava para todo o corpo, e foi ainda mais longe ao propor que o coração bombeava o sangue através das artérias. Ele também percebeu a função das válvulas do coração no controle do fluxo sanguíneo. Página | 7 Embora suas ideias fossem consideradas estranhas, esse método de pesquisa provou ser o caminho certo. Suas descobertas foram confirmadas pela invenção do microscópio no final do século XVII: pela primeira vez na história cientistas poderiam observar mais do que o olho nu permitia. No final do século XIX, estavam surgindo muitos dos procedimentos e práticas que hoje são comuns. Anestésicos rudimentares foram desenvolvidos por James Young Simpson, antissépticos foram criados por Joseph Lister e, em 1896, Wilhelm Rontgen maravilhou o mundo com sua nova invenção que permitia examinar internamente o corpo sem a necessidade de cirurgia: a máquina de raios X tinha nascido. Outros trabalhos inovadores como os de Louis Pasteur, que estabeleceu a ligação entre os germes e as doenças, e de Karl Ladsteiner, que descobriu os quatro principais grupos sanguíneos, pavimentaram o caminho para as cirurgias mais complexas, como as de transplantes de órgãos. Os cirurgiões podem realizar hoje o que seria um milagre há apenas 100 anos, com uma taxa de sobrevivência que teria espantado os antigos médicos. Página | 8 INTRODUÇÃO A Anatomia Humana é a ciência que estuda a estrutura do corpo, visa à compreensão e estudo das partes que compõem o corpo humano. É uma palavra de origem grega (Ana: “cortar” e Tomia: “em partes”). A palavra fisiologia também vem de uma origem grega onde Physis é igual à natureza e Logus tem o significado de estudo, é o estudo da matéria viva, órgãos e sistemas com a compreensão dos mecanismos, fatores químicos e físicos que originam, progridem e mantêm a vida, ou seja, seu funcionamento. Atualmente a anatomia pode ser subdividida em três grandes grupos: Anatomia Macroscópica, Anatomia Microscópica e Anatomia do Desenvolvimento. Anatomia Macroscópica é o estudo das estruturas observáveis a olho nu, utilizando ou não recursos tecnológicos os mais variáveis possíveis; Anatomia Microscópica é aquela relacionada com as estruturas corporais invisíveis a olho nu e requer o uso de instrumental para ampliação, como lupas, microscópios ópticos e eletrônicos. Este grupo é dividido em Citologia (estudo da célula) e Histologia (estudo dos tecidos e de como estes se organizam para a formação de órgãos); Anatomia do Desenvolvimento estuda o desenvolvimento do indivíduo a partir do ovo fertilizado até a forma adulta. Ela engloba a Embriologia que é o estudo do desenvolvimento até o nascimento Classificação de Normalidade Normal: para a anatomia seria o mais comum, o que se encontra na maioria dos casos; Variação Anatômica: é o que foge do normal sem prejuízo da função; Anomalia: a fuga da normalidade com prejuízo da função; Monstruosidade: se a anomalia for tão profunda com prejuízo da função, deformando a construção do corpo, sendo, em geral, incompatível com a vida. Nomenclatura Anatômica A primeira tentativa de uniformizar e criar uma nomenclatura anatômica internacional ocorreu em 1895. Em sucessivos congressos de Anatomia em 1933, 1936 e 1950 foram feitas revisões e finalmente em 1955, em Paris, foi aprovada oficialmente a Nomenclatura Anatômica. Ao designar uma estrutura do organismo, a nomenclatura procura utilizar termos que não sejam apenas sinais para a memória, mas tragam também alguma informação ou descrição sobre a referida estrutura. Dentro deste princípio os termos indicam: a forma (músculo trapézio); a sua posição ou situação (nervo mediano); o seu trajeto (artéria circunflexa da escápula); as suas conexões ou inter-relações (ligamento sacroilíaco); a sua relação com o esqueleto (artéria radial); sua função (m. levantador da escápula); critério misto (m. flexor superficial dos dedos – função e situação). Página | 9 Cavidades Corpóreas São espaços em potencial, que armazenam diversos órgãos, em cavidades divergentes, que em contrapartida,podem atuar em conjunto. Posição Anatômica É a posição padrão do corpo humana para a anatomia, para evitar diferentes descrições. “Indivíduo em posição ortostática e ereta, com a face voltada para frente, o olhar dirigido para o horizonte, membros superiores estendidos, aplicados ao tronco e com as palmas voltadas para frente, membros inferiores unidos, com as pontas dos pés dirigidas para frente.” Termos de Direção e Posição Anterior – A frente do corpo Posterior – Atrás do corpo, região do dorso o Superior – Acima em relação à outra estrutura o Inferior – Abaixo em relação à outra estrutura Medial – Relativo ao meio ou centro, mais próximo do plano mediano do que outra Lateral – Relativo ao lado de fora, mais distante do plano mediano o Proximal – Mais próximo ao centro do corpo o Distal – Mais distante do centro do corpo Superficial – Região mais superficial do que outra estrutura Profundo – Região mais profunda do que outra estrutura (AP) Antero-Posterior – Visão da face anterior em direção a posterior. (PA) Póstero-Anterior – Visão da face posterior em direção a anterior. (PERFIL) Látero-lateral – Visão da face lateral do corpo em direção ao outro lado. Página | 10 Decúbitos Decúbito Ventral – O corpo deitado com a face anterior do corpo, com o ventre. Decúbito Dorsal – O corpo deitado com a face dorsal do corpo, com as costas. Decúbito Lateral – O corpo deitado de lado. Posição de Trendelemburg – O corpo esta deitado com a face voltada para cima, com a cabeça sobre a maca inclinada para baixo cerca de 40º. Planos do Corpo Os planos de referência derivam das dimensões do espaço e se encontram formando ângulos retos entre si; são usados para descrever as disposições estruturais. Há três planos específicos: Plano Sagital – divide o segmento corporal em duas metades: direita e esquerda. Plano Frontal – divide o segmento corporal verticalmente em duas metades: anterior e posterior. Plano Transverso – divide o segmento corporal em duas metades: superior e inferior. Página | 11 Eixos Principais Os eixos são linhas reais ou imaginárias, ao redor das quais se efetua o movimento. Todo eixo é perpendicular ao plano. Existem três eixos básicos de referência para a descrição do movimento: Eixo Látero-lateral – linha imaginária em torno da qual ocorre rotação no plano sagital. Eixo Antero-posterior – linha imaginária em torno da qual ocorre a rotação no plano frontal. Eixo Longitudinal – linha imaginária em torno da qual ocorre a rotação do plano transverso. Página | 12 SISTEMA ESQUELÉTICO O sistema esquelético consiste em um conjunto de ossos, cartilagens e ligamentos, que se interligam para formar o arcabouço do corpo. O esqueleto confere ao corpo humano várias funções das quais podemos destacar: Fixação e alavanca para a musculatura esquelética, (o que confere a rigidez que serve de suporte ao corpo); Alojamento e proteção aos órgãos, (a caixa craniana aloja e protege o encéfalo, a caixa torácica protege coração e pulmões); Sustentação de partes moles com a inserção dos músculos; Locomoção, constituindo-se em seu elemento passivo; Hematopoiese, (o tecido esponjoso de alguns ossos com medula vermelha produz células sanguíneas); Armazenamento de sais minerais, principalmente cálcio, fósforo, sódio e magnésio, (podendo chegar a 60% do peso ósseo, com o cálcio correspondendo a 97%). Numeração No adulto existem 206 ossos. Este número varia de acordo com a idade (do nascimento a senilidade – há uma redução do número de ossos), fatores individuais e critérios de contagem. Cabeça = 22 ossos Pescoço = 08 ossos Crânio = 08 Ossículos do Ouvido = 03 ossos Face = 14 Tórax = 37 ossos Abdômen = 07 ossos 24 costelas 05 vértebras lombares 12 vértebras 01 sacro = 05 ossos 01 esterno 01 cóccix = 04 ossos Membro Superior = 32 ossos Membro Inferior = 31 ossos Cintura Escapular = 02 Cintura Pélvica = 01 Braço = 01 Coxa = 01 Antebraço = 02 Joelho = 01 Mão = 27 Perna = 02 Pé = 26 Classificação Óssea O sistema esquelético pode ser dividido em duas grandes porções, composta pelos ossos da cabeça, pescoço e tronco (Esqueleto Axial); outra formada pelos membros (Esqueleto Apendicular). Há varias maneiras de classificar os ossos. Uma delas é classificá-los por sua posição topográfica, reconhecendo-se os ossos axiais (que pertencem ao esqueleto axial), e apendiculares (que pertencem ao esqueleto apendicular). Página | 13 Entretanto, a classificação mais difundida é aquela que leva em consideração a forma dos ossos, classificando-os segundo a relação entre suas dimensões lineares (comprimento, largura e espessura), em ossos longos, curtos, planos (laminares) e irregulares. Osso Longo – seu comprimento é maior que a largura e a espessura (ex.: fêmur, úmero, rádio, ulna, tíbia, fíbula); Osso Plano – seu comprimento e sua largura são equivalentes, predominando sobre a espessura (ex.: frontal, parietal); Osso Curto – apresentam equivalência das três dimensões, (ex.: carpo e tarso); Osso Irregular – apresentam uma morfologia complexa não encontrando correspondência em formas geométricas conhecidas, (ex.: as vértebras); Osso Pneumático – apresentam uma ou mais cavidades, de volume variável, revestidas de mucosa e contendo ar. Estas cavidades recebem o nome de sinus ou seio, (ex.: frontal, maxila, temporal); Osso Sesamóide – se desenvolvem na substância de certos tendões ou da cápsula fibrosa que envolvem certas articulações, (ex.: patela). Composição do Tecido Ósseo O tecido ósseo é um tipo de especializado de tecido conjuntivo formado por células e material extracelular calcificado, a matriz óssea. As células são: Osteócitos: se situam em cavidades no interior da matriz; Osteoblastos: produtores da parte orgânica da matriz; Osteoclastos: reabsorvem o tecido ósseo, participando do processo de remodelação óssea. Página | 14 Estrutura Óssea Osso compacto (cortical): formado por partes sem cavidades visíveis; Osso esponjoso: formado por partes com muitas cavidades intercomunicantes; Medula óssea: localizada na cavidade do osso esponjoso, em toda diáfise óssea; o Vermelha: geralmente na infância devido ao alto teor de hemácias, e é ativa a produção de células do sangue. o Amarela: pouco a pouco com a idade, vai sendo infiltrada, por todo tecido adiposo, com diminuição da atividade hematógena. Endósteo e Periósteo: formados por tecido conjuntivo, recobrem a parte interna e externa do osso com a função de nutrição e o fornecimento de novos osteoblastos para o crescimento e a recuperação óssea. Diáfise: É a haste longa do osso, constituída principalmente por tecido ósseo compacto, proporcionado considerável resistência ao osso longo. Metáfise: Parte dilatada da diáfise, contudo, mais próxima da epífise distal. Epífise: As extremidades alargadas de um osso longo. Essa parte o une ou articula, a outro em uma articulação. Cada uma consiste de uma fina camada de osso compacto que reveste o osso esponjoso. Página | 15Acidentes Ósseos Na superfície dos ossos encontramos alterações, que são saliências, depressões ou orifícios que podem ser descritos como: Fossa: Depressão Maior Fóvea ou Fosseta: Depressão Menor Incisura: Depressão Entalhada Sulco: Depressão Alongada Forame: Orifício ou Abertura Espinha: Elevação longa e pontiaguda Processo: Elevação Maior Crista: Elevação Alongada mais desenvolvida Linha: Elevação Alongada pouco desenvolvida Tuberosidade: Proeminência localizada e arredondada Corno: Processo em forma de gancho Página | 16 NOMENCLATURA ÓSSEA – ESQUELETO AXIAL Crânio e Face O crânio é o esqueleto da cabeça e da face. Sua função básica é proteger o cérebro e os órgãos sensitivos especiais tais como olhos e partes do sistema respiratório e digestório. Ele também fornece fixação para muitos músculos do pescoço e da cabeça. Apesar de ainda ser frequentemente pensado como um único osso, o crânio é formado por 22 ossos articulados. Por conveniência ele é dividido em duas sessões principais: o crânio e a mandíbula. A base para isso esta no fato de que, enquanto a maioria dos ossos do crânio é articulada por juntas relativamente fixas, a mandíbula é facilmente desconectada. O crânio é também subdividido em pequenas regiões, incluindo: Abóboda craniana (porção superior do crânio); Base do crânio; Esqueleto facial; Maxilar; Cavidade acústica (orelha); Cavidades craniais (inferior do crânio, que aloja o cérebro). Uma visão lateral ou de perfil do crânio claramente revela a complexidade de sua estrutura, composta por diversos ossos e articulações entre eles. Alguns ossos desenvolvem-se em duas metades diferentes e depois se fundem na linha central, nomeadamente o osso frontal e a mandíbula. Os ossos do crânio constantemente sofrem um processo de remodelação: osso novo se desenvolve sobre a face externa do crânio, enquanto o excesso interno é reabsorvido pela corrente sanguínea. Este dinâmico processo é facilitado pela presença de inúmeras células e por um bom suprimento sanguíneo. Página | 17 Crânio Infantil Página | 18 Mandíbula Tórax A caixa torácica é apoiada no dorso por doze vértebras torácicas da coluna vertebral e é formada pelos doze pares de costelas, pelas cartilagens costais e pelo osso esterno, na frente. Ela protege os órgãos vitais do tórax e também providencia locais para a inserção de músculos no dorso, do peito e dos ombros. Ela também se movimenta durante a respiração. Página | 19 Costelas Cada um dos doze pares de costelas articula-se posteriormente à vértebra torácica numericamente correspondente. As costelas curvam-se para baixo e ao redor do peito em direção à superfície frontal do corpo. Os doze pares de costela podem ser divididos em três grupos de acordo com a sua articulação anterior: Costelas verdadeiras (costoesternais): os primeiros sete pares de costelas estão articulados anterior e diretamente ao esterno por uma cartilagem individual. Costelas falsas (costocondrais): estas não se articulam diretamente ao esterno por uma cartilagem individual. Do oitavo ao décimo par, articulam-se indiretamente ao esterno via fusão de cartilagem costal. Costelas flutuantes: do décimo primeiro ao décimo segundo par não ligação com osso ou cartilagem. Sua parte anterior esta inserida na musculatura da parte lateral do abdome. Esterno O esterno é um osso longo e plano, localizado verticalmente no centro da parede anterior do tórax em uma região conhecida como mediastino. Uma de suas principais funções é além de compor todo o gradil costal, realiza a proteção de órgãos do tórax como pulmão e coração. Consiste em três partes: Manúbrio: forma a parte superior do esterno, é áspero e seu corpo tem uma forma triangular com uma proeminência, facilmente palpável, no centro da margem superior, a incisura jugular. Corpo: o manúbrio e o corpo do esterno estão em planos ligeiramente diferentes, num ângulo que permite que sua articulação projete-se para frente, formando o ângulo esternal (de Louis). O corpo do esterno é mais longo que o manúbrio e forma a grande extensão do osso do tórax. Processo Xifoide: este é um pequeno osso agudo que se projeta para baixo levemente para trás da parte inferior do corpo do esterno. Em jovens ele pode ser cartilaginoso, mas usualmente torna-se completamente ossificado entre a quarta ou a quinta década de vida. Página | 20 Coluna Vertebral A coluna vertebral, também chamada de espinha dorsal, estende-se do crânio até a pelve. Ela é responsável por dois quintos do peso corporal total e é composta por tecido conjuntivo e por uma série de ossos, chamados vértebras, as quais estão sobrepostas em forma de uma coluna, daí o termo coluna vertebral. A coluna vertebral é constituída por 24 vértebras, o sacro e o cóccix. Superiormente, se articula com o osso occipital (crânio); inferiormente, articula-se com o osso do quadril (Ilíaco). A coluna vertebral é dividida em quatro regiões: Cervical, Torácica, Lombar, Sacro e Cóccix. São 7 vértebras cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e cerca de 4 coccígeas. Numa vista lateral, a coluna apresenta várias curvaturas consideradas fisiológicas. São elas: cervical (convexa ventralmente - Lordose), torácica (côncava ventralmente - Cifose), lombar (convexa ventralmente - Lordose) e sacro e cóccix (côncava ventralmente - Cifose). Quando uma destas curvaturas está aumentada, chamamos de Hipercifose (Região dorsal e pélvica) ou Hiperlordose (Região cervical e lombar). Numa vista anterior ou posterior, a coluna vertebral não apresenta nenhuma curvatura. Quando ocorre alguma curvatura neste plano chamamos de Escoliose. Dente diversas funções da coluna vertebral podemos destacar: Protege a medula espinhal e os nervos espinhais; Suporta o peso do corpo; Fornece um eixo parcialmente rígido e flexível para o corpo e um pivô para a cabeça; Exerce um papel importante na postura e locomoção; Serve de ponto de fixação para as costelas, a cintura pélvica e os músculos do dorso; Proporciona flexibilidade para o corpo, podendo fletir-se para frente, para trás e para os lados e ainda girar sobre seu eixo maior. Página | 21 O canal vertebral segue as diferentes curvas da coluna vertebral. É grande e triangular nas regiões onde a coluna possui maior mobilidade (cervical e lombar) e é pequeno e redondo na região que não possui muita mobilidade (torácica). Disco Intervertebral Entre os corpos de duas vértebras adjacentes desde a segunda vértebra cervical até o sacro, existem discos intervertebrais. Constituído por um disco fibroso periférico composto por tecido fibrocartilaginoso, chamado anel fibroso; e uma substância interna, elástica e macia, chamada núcleo pulposo. Os discos formam fortes articulações, permitem vários movimentos da coluna vertebral e absorvem os impactos. Página | 22 Vértebras Cervicais Há sete vértebras cervicais que, unidas, constituem o esqueleto do pescoço. Estas vértebras protegem a medula espinhal, suportam o crânio e permitem uma série de movimentos. No conjunto de vértebras cervicais, as cinco inferiores são similares, embora a sétima tenha alguma característica distinta. A primeira vértebra cervical (Atlas) e a segunda vértebra cervical (Axis)apresentam especializações relativas à articulação da coluna vertebral com o crânio. Da terceira a sexta, as vértebras cervicais apresentam dois componentes principais: anteriormente, o corpo e, posteriormente, o arco vertebral. Entre o corpo e o arco esta o forame vertebral, que, como parte da coluna vertebral, forma o canal vertebral. O corpo é pequeno comparado a vértebras de outras regiões da coluna vertebral e é quase cilíndrico. A primeira vértebra cervical é a Atlas, uma vértebra que se articula com o crânio. Diferente das outras vértebras, a Atlas não tem um corpo, esta sendo incorporado na segunda vértebra cervical como dente. Ela também não tem processo espinhoso. Em vez disso a Atlas assume a forma de um fino anel ósseo com o arco anterior e posterior, na superfície do qual aparecem sulcos por onde as artérias vertebrais passam antes de entrar no crânio. A segunda vértebra cervical, a Áxis, pode ser diferenciada das outras vértebras cervicais pela presença de um dente. Este articula-se com a faceta na parte de baixo da superfície do arco anterior da vértebra atlas. A rotação da cabeça ocorre nesta articulação. O corpo da áxis parece com os das outras vértebras cervicais. Esta vértebra tem o mais longo processo espinhal quando comparado às outras vértebras cervicais, e pode ser prontamente palpada, sendo, por isso, denominada de vértebra proeminente. Os processos transversos também são mais largos comprados aos das outras vértebras cervicais, bem como o forame transverso, por onde passa a veria vertebral acessória. Página | 23 Vértebras Torácicas ou Dorsais As doze vértebras torácicas são ossos da coluna espinhal, aos quais as costelas estão articuladas. As vértebras torácicas localizam-se entre as cervicais e as lombares. Cada vértebra torácica tem dois componentes, um corpo cilíndrico na frente e um arco vertebral atrás. O corpo e o arco formam o forame vertebral, que é arredondado. Quando todas as vértebras se articulam juntas, o espaço estabelecido pelos forames conectados forma o canal vertebral. Este aloja a medula espinhal, que é protegida por três meninges. A parte do arco vertebral que se liga ao corpo de cada lado é chamada de pedículo vertebral, e o arco se completo por trás por duas lâminas unidas na linha média, que formam o processo espinhoso. Este processo se projeta de modo descendente, sendo o oitavo o mais longo e o mais vertical. Na junção dos pedículos e lâminas, fica o processo transverso, o qual diminui de tamanho de cima para baixo. Página | 24 Vértebras Lombares A parte frontal das vértebras lombares forma uma curvatura convexa quando vista de perfil, conhecida como lordose lombar. Esta aumenta a força e ajuda a absorver os impactos. As cinco vértebras lombares estão sujeitas a forças de compressão vertical maiores do que o resto da coluna vertebral. Por essa razão, são vértebras largas e fortes. As vértebras lombares são as maiores e mais fortes da coluna vertebral. Sua posição inferior é estratégica, pois seu corpo suporta mais peso. O arranjo da parte lombar da coluna vertebral é desenhado para promover a máxima flexibilidade (permitindo-nos tocar os dedos dos pés) e alguma flexão lateral (permitindo-nos alcançar as laterais), mais uma pequena rotação (pois isso ocorre em nível torácico). Como a vértebra cervical e a torácica, cada vértebra lombar tem o mesmo plano básico, que consiste em um corpo cilíndrico anterior e um arco vertebral atrás, o qual envolve um espaço chamado de forame vertebral. Cada arco vertebral compreende um número de processos. Há dois processos transversos projetando-se lateralmente, um processo espinhoso, posicionado centralmente, dois pares de fóveas articulares, um abaixo e um acima. Os processos transversos e os processos espinhosos são mais curtos e espessos quando comparados aos das outras vértebras e estão bem adaptados para a fixação de grandes músculos e fortes ligamentos. Página | 25 Vértebras Sacrais e Coccígeas Na coluna vertebral encontramos também o sacro (cerca de quatro ou cinco vértebras fundidas - não móveis) e inferiormente ao mesmo, localiza-se o cóccix (fusão de 4 vértebras - não móveis). O sacro tem a forma de uma pirâmide quadrangular com a base voltada para cima e o ápice para baixo. Articula-se superiormente com a 5ª vértebra lombar e inferiormente com o cóccix. Ela é a fusão de cinco vértebras e apresenta 4 faces: duas laterais, uma anterior e uma posterior. O principal acidente das faces laterais são as faces auriculares que servem de ponto de articulação com o osso do quadril (Ilíaco). Já o cóccix é a fusão de 3 a 5 vértebras, apresentando a base voltada para cima e o ápice para baixo, onde o mesmo não contém expressivas funções fisiológicas corpóreas. Página | 26 NOMENCLATURA ÓSSEA – ESQUELETO APENDICULAR SUPERIOR Uma importante diferença do esqueleto axial e do apendicular, é que os ossos do esqueleto axial são predominantemente planos e irregulares, e isso auxilia para a sua função de estabilidade e proteção. Já os ossos do esqueleto apendicular são predominantemente longos, e isso é coerente com sua principal função de movimentos de grandes amplitudes. Essa região refere-se à junção entre os membros superiores e o tronco, ou esqueleto apendicular e axial. Constituído pela escápula e pela clavícula, a primeira encontra-se a parte dorsal do tórax, envolta por musculatura que impede o contato direto com o gradil costal, enquanto que a clavícula se encontra na parte ventral do tórax, superior ao gradil costal. Clavícula Osso longo, que se estende da borda superior do manúbrio esternal ao acrômio da escápula, ligando dessa forma o tronco ao membro superior indiretamente através da escápula. Seus dois terços mediais são convexos anteriormente; seu terço lateral é côncavo; sua extremidade acromial é achatada; sua extremidade esternal é levemente arredondada; possui uma face rugosa voltada inferiormente e sua face lisa esta voltada superiormente. Seus principais acidentes ósseos são a extremidade esternal, Extremidade acromial e o Corpo da clavícula. Página | 27 Escápula Ligada ao osso esterno pela clavícula, articula-se com o úmero pela cavidade glenóide e está situada na parede póstero-superior do tórax. Para observar sua posição anatômica, observe que sua face côncava (fossa subescapular), é anterior; sua espinha é posterior; o acrômio e a cavidade glenóide são laterais. Possui ainda bordas superior, medial e lateral e ângulos superior, inferior, lateral e acromial. Úmero O úmero, um típico osso longo, encontra-se no membro superior. Ele tem um longo corpo com extremidades expandidas que se articulam com a escápula, na articulação do ombro, e com o rádio e a ulna no cotovelo. No topo do úmero (extremidade proximal) fica a lisa e hemisférica cabeça que se encaixa na cavidade glenoide da escápula, na articulação do ombro. Atrás da cabeça há uma rasa constrição conhecida como colo anatômico do úmero, que separa a cabeça de duas proeminências ósseas, o tubérculo maior e menor. Estes são locais de inserção muscular. Na extremidade superior do corpo, fica o ligeiramente estreito colo cirúrgico, local comum de fraturas. Relativamente liso, em cerca da metade do caminho do corpo do úmero para baixo na lateral há uma dilatação, a tuberosidade deltoide, ponto de inserção para o músculo deltoideo.Proeminências em cada lado da parte inferior seguem ate a extremidade nos epicôndilos medial e lateral. Há duas partes principais na superfície articular: a tróclea, que se articula com a ulna e o capitulo que se articula com o rádio. Consiste de uma diáfise ou corpo, com epífises em cada extremidade. A diáfise é uma estrutura tubular com parede espessa e densa envolvendo a medula óssea, já as epífises são a cabeça e a região do côndilo inferiormente. Essas extremidades são compostas de uma camada fina de osso compacto cobrindo o osso esponjoso, o qual constitui a maior parte de seu volume. A superfície do úmero é revestida por uma espessa membrana, o periósteo. Suas superfícies articulares são as únicas partes do osso não cobertas pelo periósteo e sim revestidas por resistentes cartilagens articulares do tipo hialina, que é lisa e permite que o osso deslize sobre o outro. Página | 28 Ulna e Rádio A ulna e o rádio são dois ossos longos paralelos do antebraço, posicionados entre o cotovelo e o carpo. A ulna localiza-se no mesmo lado do dedo mínimo (medial), enquanto o rádio localiza-se no mesmo lado do polegar (lateralmente). A articulação rádio-ulnar permite que a ulna e o rádio rodem em torno um do outro, no movimento peculiar do antebraço chamado de pronação e supinação. Ulna A ulna é maior que o rádio e é o principal osso estabilizador do antebraço. Ela tem um longo corpo com duas extremidades expandidas. A extremidade superior tem duas projeções, o olecrano e o processo coronóide, que estão separados pela incisura troclear, que se articula com a tróclea do úmero. Na margem lateral do processo coronóide há um pequeno e arredondado recesso, a incisura radial, a qual é o local da articulação da extremidade superior da ulna com a cabeça do seu osso vizinho, o rádio. A cabeça da ulna é separada da articulação do carpo por um disco articular e não tem função nesta articulação. Página | 29 Rádio Como a ulna, o rádio tem um longo corpo com extremidade superior e inferior expandidas. Enquanto a ulna é osso do antebraço, o qual contribui para o cotovelo, o rádio tem papel fundamental na articulação do carpo. Sua cabeça em forma de disco tem uma concavidade superior, onde se articula com o capitulo umeral, na articulação do cotovelo. A cartilagem que recobre esta concavidade continua para baixo sobre a cabeça, especialmente no lado da ulna, para permitir o deslizamento da articulação da cabeça do rádio com a incisura radial da ulna. O corpo do rádio torna-se progressivamente mais espesso conforme se aproxima do carpo. Ele também tem uma borda aguda para fixação da membrana interóssea. Do lado medial, próximo da ulna, há uma concavidade que é o local da articulação com a cabeça ulnar. Estendendo-se do lado oposto fica o processo estiloide do rádio, um cone sem ponta que se projeta um pouco mais abaixo do que o processo estiloide ulnar. Na parte superior da extremidade radial, facilmente sentido na parte de trás do carpo dica o tubérculo dorsal. Página | 30 Ossos da Mão O esqueleto da mão é formado por oito ossos carpais, cinco ossos metacarpais que suportam a palma da mão e 14 falanges, os ossos dos dedos. Carpos A região denominada carpo é composta por oito ossos dispostos em duas fileiras. Primeira fileira ou fileira proximal (de lateral para medial) – Escafóide; apresenta anteriormente um tubérculo e posteriormente um sulco. Semilunar; recebe esse nome por ter a forma de uma meia lua. Piramidal; tem a forma de uma pirâmide. Pisiforme; é o menor dos ossos do carpo, localiza-se se na face anterior do piramidal, em alguns casos esta aderida. A fileira proximal articula-se com o rádio (exceto pisiforme). Segunda fileira ou fileira distal (de lateral para medial) – Trapézio; recebe este nome pelo formato de um trapézio, possui uma protuberância em formato de sela, que se articula com a base do primeiro metacarpo. Trapezóide; formato de um trapézio, porém menor, mais largo dorsal do que ventralmente. Capitato; é o maior dos ossos do carpo. Hamato; facilmente reconhecido pelo seu gancho. Além da articulação entre si, a segunda fileira articula – se proximalmente com os ossos da primeira fileira e distalmente com os ossos do metacarpo. Página | 31 Metacarpos Cinco ossos finos que irradiam do carpo em direção aos dedos, formando o suporte da palma da mão. Eles estão numerados de 1 a 5, iniciando pelo polegar. Cada um dos metacarpos tem um corpo e duas extremidades ligeiramente arredondadas. A extremidade proximal ou base articula-se com um dos ossos do carpo. Extremidade distal ou cabeça articula-se com a primeira falange do dedo correspondente. Na posição de punho cerrado, as cabeças dos metacarpos são as juntas. O primeiro metacarpo, na base do polegar, é o mais curto e espesso dos cinco ossos e é levemente virado para fora. Ele é extremamente móvel, permitindo amplitude de movimentos do polegar, incluindo a ação de oposição, por meio da qual o polegar pode tocar o topo de cada um dos dedos. Falanges Com exceção do polegar, cada um dos dedos é formado por três falanges, que se articulam entre si e com os ossos metacarpais. Falange Proximal: estes ossos ficam próximo do carpo e articulam-se com o metacarpo, na articulação metacarpofalangiana; Falange Média: estes ossos articulam-se com as falanges proximal e distal nas articulações interfalangianas; Falange Distal: estes ossos estão nas pontas dos dedos; cada osso é achatado onde fica a unha na extremidade. Obs.: O polegar não tem a falange média, consiste apenas de ossos distal e proximal. Página | 32 NOMENCLATURA ÓSSEA – ESQUELETO APENADICULAR INFERIOR Da mesma forma que a cintura escapular é a junção entre membros superiores e tronco, a cintura pélvica é a junção entre membros inferiores e tronco. Quando neném, esses ossos ficam ligados entre si apenas por uma cartilagem na área do acetábulo, e se fundem apenas ao redor dos 16 anos em um único osso. Os membros inferiores são compostos pelo fêmur, tíbia, fíbula e ossos do pé. Outra forma de organizarmos o esqueleto apendicular inferior é por segmentos. Dessa forma, teríamos o primeiro segmento (cintura pélvica), segundo segmento (coxa), terceiro segmento (perna) e quarto segmento (pé). Em relação à função dos membros inferiores, é claro que a locomoção é a primeira grande importância deles que vem a nossa mente, mas, não se pode esquecer que os ossos dos membros inferiores são muito importantes na hematopoiese, principalmente nas crianças. A pelve é a junção do osso do quadril direito com o osso do quadril esquerdo, articulados anteriormente com o púbis e posteriormente com o sacro. O sacro participa da pelve, porém ele é um osso do esqueleto axial, pertencente à coluna vertebral. Pode-se dizer que a pelve esta dividida em duas partes por um plano imaginário que passa pelo promontório e pela sínfise púbica: Acima do promontório surge a falsa pelve, que sustenta o conteúdo abdominal inferior. Abaixo deste plano localiza-se a verdadeira pelve; no sexo feminino, ela forma o canal restrito para o parto, por onde passa o bebê durante o nascimento. Página | 33 A pelve masculina difere da feminina, sendo mais pesada e com ossos mais espessos. Além disso, o arco púbico é mais estreito e a sínfise púbica é mais profunda em homens. Pelve Masculina Pelve Feminina Quandofalamos em osso do quadril nos referimos ao osso Ilíaco, que se subdivide em mais três ossos distintos: ao ílio, ísquio e ao púbis. Página | 34 Página | 35 Fêmur O fêmur é o mais longo e pesado osso do corpo. Medindo aproximadamente 45 cm de comprimento no homem adulto, constitui cerca de um quarto da altura total de uma pessoa. O fêmur tem um corpo longo e espesso com expansões nas suas extremidades. A extremidade proximal articula-se com a pelve para formar a articulação do quadril, enquanto a extremidade distal se articula com a tíbia e a patela para formar a articulação do joelho. Patela A patela é um osso tipo sesamoide, grosso, que se articula com o fêmur e cobre e protege a superfície articular anterior da articulação do joelho. Seu centro de ossificação é desenvolvido em um tendão. Possui um formato triangular e fica localizado na frente do joelho, protegendo a articulação. A patela está ossificada a partir de um único centro, que geralmente faz a sua aparição no segundo ou terceiro ano, mas pode ser adiado até o sexto ano. A mesma parece estar de cabeça para baixo porque seu ápice pontiagudo está localizado na borda inferior e sua base é a borda superior. A superfície anterior ou externa é côncava e áspera, e a superfície posterior interna é lisa e ovulada, pois se articula com o fêmur. Tem como funções a melhora do movimento de flex-extensão (polia) e proteção às estruturas internas. Página | 36 Tíbia A tíbia e a fíbula juntas formam o esqueleto da perna. A tíbia é mais larga e forte do que a fíbula, pois ela suporta o peso do corpo. Perdendo apenas para o fêmur em tamanho, a tíbia tem um formato de um típico osso longo, com um corpo alongado e duas extremidades expandidas. A tíbia esta posicionada ao lado da fíbula, na parte interna, e articula-se com estas nas suas extremidades superior e inferior. A extremidade proximal da tíbia é expandida para formar o côndilo tibial lateral e o côndilo tibial medial, articulando-se com os côndilos do fêmur na articulação do joelho. A extremidade distal da tíbia é menos pronunciada do que a superior. Ela articula-se com os ossos tálus (osso do tornozelo) e com a extremidade distal da fíbula. Fíbula A fíbula é um osso longo e fino que não tem a mesma força da tíbia. Ela localiza-se lateralmente junto à tíbia e articula-se com esta. A fíbula não participa da articulação do joelho, mas é um importante suporte para o tornozelo. O corpo da fíbula é estreito e possui sulcos associados à sua importante função como local para inserção muscular da perna. Página | 37 (Imagem Tíbia) (Imagem Fíbula) Página | 38 Ossos do Pé O pé humano tem 26 ossos no total: sete grandes ossos tarsais irregulares, cinco ossos metatarsais seguindo o comprimento do pé e quatorze falanges formando o esqueleto do pé. Tarsais Os ossos tarsais do pé são equivalentes aos ossos carpais do carpo, mas há sete ossos tarsais e oito ossos carpais no carpo. Os ossos tarsais diferem um pouco dos ossos do carpo na organização, refletindo as diferentes funções da mão e do pé. Os ossos tarsais consistem de: Talus; articula-se com a tíbia e a fíbula na articulação do tornozelo. Ele suporta todo o peso do corpo transferido pela tíbia. Seu formato é tal que ele pode então distribuir este peso ao longo do pé, do calcanhar aos dedos do pé. Calcâneo; maior osso do pé e pode ser facilmente sentido abaixo da pele como a proeminência do calcanhar. Ele precisa ser grande e forte, pois tem a importância de transmitir o peso do corpo do tálus para o chão. Navicular; um osso relativamente pequeno, nomeado pela aparência de um barco. Ele tem uma projeção, a tuberosidade do osso navicular, que, se muito grande, pode causar dor pelo atrito com o sapato. Cubóide; tem uma forma aproximada de um cubo. Localizado na margem lateral do pé, ele tem uma incisura na sua face inferior para permitir a passagem do tendão muscular. Três ossos Cuneiformes; são nomeados de acordo com a sua posição, medial, intermédio e lateral. O medial é o maior desses três ossos em forma de cunha. Metatarsais É constituído por 5 ossos metatarsianos que são numerados no sentido medial para lateral em I, II, III, IV e V e correspondem aos dedos do pé, sendo o primeiro denominado hálux e o quinto o mínimo. Considerados ossos longos. Apresentam uma epífise proximal que é a base e uma epífise distal que é a cabeça. Falanges As falanges do pé são ossos largos, em número de três para cada dedo, exceto o hálux, que tem apenas dois, denominados falange proximal, falange média e falange distal, respectivamente; contam de um corpo e dos extremos. Página | 39 Ossos Tarsais 1- Tálus 2- Calcâneo 3- Navicular Falanges 4- Cubóide 5- Cuneiforme Medial P – Falanges Proximais 6- Cuneiforme Intermédio M – Falanges Mediais 7- Cuneiforme Lateral D – Falanges Distais Página | 40 SISTEMA ARTICULAR O Sistema Articular é a parte da anatomia que estuda as articulações. Uma articulação é um ponto de união entre um ou mais ossos ou entre ossos e cartilagens independente do grau de movimentação nela existentes. Tem como função básica: Possibilita o movimento; Degrada a força; Possibilita resgatar o equilíbrio e Flexibilidade Características morfofuncionais entre as uniões ósseas variam, determinando diferenças quanto aos movimentos. É importante compreender que nem todas as articulações realizam movimento. Na verdade, os dois primeiros tipos de articulação a serem descritas são imóveis ou são articulações de movimentos ligeiros unidas por várias faixas fibrosas ou por cartilagens. Essas articulações são mais adaptadas ao crescimento ao invés do movimento. O terceiro grupo de articulações inclui a maioria das articulações do organismo, que são adaptadas para o movimento. Funcionalmente, podemos classificar as articulações em: Sinartrose: articulações imóveis (vértebras sacrais, crânio); Anfiartrose: articulações semi-móveis (púbis, coluna); Diartrose: articulações de grande movimento. De acordo com o tipo de tecido entre as peças, as articulações podem ser classificadas em 3 grandes grupos: Fibrosas (Sinartrose) Cartilaginosas (Anfiartrose) Sinoviais (Diartrose) Fibrosas As articulações fibrosas incluem todas as articulações onde as superfícies dos ossos estão quase em contato direto, como nas articulações entre os ossos do crânio (exceto a ATM). Há três tipos principais de articulações fibrosas: Suturas Nas suturas as extremidades dos ossos têm interdigitações ou sulcos, que os mantêm íntima e firmemente unidos. Consequentemente, as fibras de conexão são muito curtas preenchendo uma pequena fenda entre os ossos. Este tipo de articulação é encontrado somente entre os ossos planos do crânio. Subdividem-se ainda em planas, serreadas e escamosas. Página | 41 Sindesmoses Nestas suturas o tecido interposto é também o conjuntivo fibroso, mas não ocorre nos ossos do crânio. Na verdade, a Nomenclatura Anatômica só registra dois exemplos: sindesmose tíbio-fibular e sindesmose radio-ulnar. Os ossos são unidos por meio de tecido fibroso formandoum ligamento que permite ou não mais movimentação. Gonfoses Também chamada de articulação em cavilha, é uma articulação fibrosa especializada à fixação dos dentes nas cavidades alveolares na mandíbula e maxilas. O colágeno do periodonto une o cemento dentário com o osso alveolar. Página | 42 Cartilaginosas Nas articulações cartilaginosas, os ossos são unidos por cartilagem pelo fato de pequenos movimentos serem possíveis nestas articulações, elas também são chamadas de anfiartroses. Existem dois tipos de articulações cartilagíneas: Sincondroses Os ossos de uma articulação do tipo sincondrose estão unidos por uma cartilagem hialina. Muitas sincondroses são articulações temporárias, com a cartilagem sendo substituída por osso com o passar do tempo (isso ocorre em ossos longos e entre alguns ossos do crânio). As articulações entre as dez primeiras costelas e as cartilagens costais são sincondroses permanentes. Sínfises As superfícies articulares dos ossos unidos por sínfises estão cobertas por uma camada de cartilagem hialina. Entre os ossos da articulação, há um disco fibrocartilaginoso, sendo essa a característica distintiva da sínfise. Esses discos por serem compressíveis permitem que a sínfise absorva impactos. A articulação entre os ossos púbicos e a articulação entre os corpos vertebrais são exemplos de sínfises. Página | 43 Sinoviais As articulações sinoviais incluem a maioria das articulações do corpo. As superfícies ósseas são recobertas por cartilagem articular e unidas por ligamentos revestidos por membrana sinovial. A articulação pode ser dividida completamente ou incompletamente por um disco ou menisco articular cuja periferia se continua com a cápsula fibrosa, enquanto que suas faces livres são recobertas por membrana sinovial. O movimento das articulações depende, essencialmente da forma das superfícies que entram em contato e dos meios de união que podem limita-lo. Na dependência destes fatores as articulações podem realizar movimentos de um, dois ou três eixos. Este é o critério adotado para classifica-las funcionalmente. Anaxial Articulação plana, não ocorre ao redor de nenhum eixo, apenas deslizam entre si e entre as faces articulares. Ex.: ossos do carpo e tarso Uniaxial ou Monoaxial Movimento em torno de 01 eixo. Há duas variedades nas quais o movimento é uniaxial: gínglimo ou articulação em dobradiça – as superfícies articulares permitem movimento em um só plano. As articulações são mantidas por fortes ligamentos colaterais (ex.: cotovelo) e trocóide ou articulação em pivô – quando o movimento é exclusivamente de rotação. A articulação é formada por um processo em forma de pivô rodando dentro de um anel ou um anel sobre um pivô. (ex.: rádio-ulnar). Página | 44 Biaxial Movimento em torno de 02 eixos. Há duas variedades de articulações biaxiais: articulações condilar - Nesse tipo de articulação, uma superfície articular ovóide ou condilar é recebida em uma cavidade elíptica de modo a permitir os movimentos de flexão e extensão, adução e abdução (ex.: joelho) e selar Nestas articulações as faces ósseas são reciprocamente côncavo-convexas. Permitem os mesmos movimentos das articulações condilares (ex.: carpometacarpica do polegar). Triaxial Movimento em torno de 03 eixos (03 graus de liberdade), articulação esferóide. É uma forma de articulação na qual o osso distal é capaz de movimentar-se em torno de vários eixos, que tem um centro comum (ex.: quadril e ombro). Página | 45 Estruturas das Articulações Móveis Ligamentos Os ligamentos são constituídos por fibras colágenas dispostas paralelamente ou intimamente entrelaçadas umas as outras. São maleáveis e flexíveis para permitir perfeita liberdade de movimento, porém são muito fortes, resistentes e inelásticos (para não ceder facilmente à ação de forças). Cápsula Articular É uma membrana conjuntiva que envolve as articulações sinoviais como um manguito. Apresenta-se com duas camadas: a membrana fibrosa (externa) e a membrana sinovial (interna). A membrana fibrosa (cápsula fibrosa) é mais resistente e pode estar reforçada, em alguns pontos por feixes também fibrosos, que constituem os ligamentos capsulares, destinados a aumentar sua resistência. Em muitas articulações sinoviais existem ligamentos independentes da cápsula articular denominados extra-capsulares ou acessórios e em algumas, como na articulação do joelho, aparecem também ligamentos intra-articulares. Ligamentos e cápsula articular têm por finalidade manter a união entre os ossos, mas além disso, impedem o movimento em planos indesejáveis e limitam a amplitude dos movimentos considerados normais. A membrana sinovial é a mais interna das camadas da cápsula articular e forma um saco fechado denominado cavidade sinovial. É abundantemente vascularizada e inervada sendo encarregada da produção de líquido sinovial. Discute-se que a sinóvia é uma verdadeira secreção ou um ultra-filtrado do sangue, mas é certo que contém ácido hialurônico que lhe confere a viscosidade necessária a sua função lubrificadora. Página | 46 Discos e Meniscos Em várias articulações sinoviais, interpostas as superfícies articulares, encontram-se formações fibrocartilagíneas, os discos e meniscos intra-articulares, de função discutida: serviriam a melhor adaptação das superfícies que se articulam (tornando-as congruentes) ou seriam estruturas destinadas a receber violentas pressões, agindo como amortecedores. Meniscos, com sua característica em forma de meia lua, são encontrados na articulação do joelho. Exemplo de disco intra-articular encontramos nas articulações esternoclavicular e ATM. Bolsas Sinoviais (Bursas) São fendas no tecido conjuntivo entre os músculos, tendões, ligamentos e ossos. São constituídas por sacos fechados de revestimento sinovial. Facilitam o deslizamento de músculos ou de tendões sobre proeminências ósseas ou ligamentosas. Página | 47 Líquido Sinovial Trata-se de um líquido viscoso, produzido pela membrana sinovial. Sua função é nutrir a cartilagem articular e diminuir o mecanismo de fricção sobre a cartilagem, graças a sua viscosidade. Página | 48 SISTEMA MUSCULAR São estruturas individualizadas que cruzam uma ou mais articulações e pela sua contração são capazes de transmitir-lhes movimento. Este é efetuado por células especializadas denominadas fibras musculares, cuja energia latente é ou pode ser controlada pelo sistema nervoso. Os músculos são capazes de transformar energia química em energia mecânica. As células musculares são especializadas para a contração e o relaxamento, estas células se agrupam em feixes para formar os músculos. Assim os músculos são estruturas que movem os segmentos do corpo por encurtamento da distancia que existe entre suas extremidades fixas por contração. Os músculos têm como função principal: Produção dos movimentos corporais: Movimentos globais do corpo, como andar e correr. Estabilização das Posições Corporais: A contração dos músculos esqueléticos estabilizam as articulações e participam da manutenção das posições corporais, como a de ficar em pé ou sentar. Regulação do Volume dos Órgãos: A contração sustentada das faixas anelares dos músculos lisos(esfíncteres) pode impedir a saída do conteúdo de um órgão oco. Movimento de Substâncias dentro do Corpo: As contrações dos músculos lisos das paredes dos vasos sanguíneos regulam a intensidade do fluxo. Os músculos lisos também podem mover alimentos, urina e gametas do sistema reprodutivo. Os músculos esqueléticos promovem o fluxo de linfa e o retorno do sangue para o coração. Produção de Calor: Quando o tecido muscular se contrai ele produz calor e grande parte desse calor liberado pelo músculo é usado na manutenção da temperatura corporal. Existem três tipos de músculos, sendo eles: Músculos Estriados Esqueléticos Contraem-se por influência da nossa vontade, ou seja, são voluntários. O tecido muscular esquelético é chamado de estriado porque faixas alternadas claras e escuras (estriações) podem ser vistas no microscópio óptico. Controlado pelo Sistema Nervoso Central. Página | 49 Músculos Lisos Localizado nos vasos sanguíneos, vias aéreas e maioria dos órgãos da cavidade abdômino-pélvica. Ação involuntária controlada pelo Sistema Nervoso Autônomo. Músculo Estriado Cardíaco Representa a arquitetura cardíaca. Encontrado somente no coração. É um músculo estriado, porém involuntário – Auto Ritimicidade. Controlado pelo Sistema Nervoso Autônomo. Pode-se afirmar que seria a junção do músculo estriado esquelético com o músculo liso. Componentes Anatômicos: Ventre Muscular: é a porção contrátil do músculo, constituída por fibras musculares que se contraem. Constitui o corpo do músculo (porção carnosa). Página | 50 Tendão: é um elemento de tecido conjuntivo, ricos em fibras colágenas e que serve para fixação do ventre, em ossos, no tecido subcutâneo e em cápsulas articulares. Possuem aspecto morfológico de fitas ou de cilindros. Aponeurose: é uma estrutura formada por tecido conjuntivo. Membrana que envolve grupos musculares. Geralmente apresenta-se em forma de lâminas ou em leques. Fáscia muscular: é uma lâmina de tecido conjuntivo que envolve cada músculo. A espessura da fáscia muscular varia de músculo para músculo. Classificações Quanto a Situação: Superficiais ou Cutâneos: Estão logo abaixo da pele e apresentam no mínimo uma de suas inserções na camada profunda da derme. Estão localizados na cabeça (crânio e face), pescoço e na mão. Profundos ou Subaponeuróticos: São músculos que não apresentam inserções na camada profunda da derme, e na maioria das vezes, se inserem em ossos. Quanto a Forma: Longos: São encontrados especialmente nos membros. Os mais superficiais são os mais longos, podendo passar duas ou mais articulações. Exemplo: Bíceps braquial. Curtos: Encontram-se nas articulações cujos movimentos têm pouca amplitude, o que não exclui força nem especialização. Exemplo: Músculos da mão. Largos: Caracterizam-se por serem laminares. São encontrados nas paredes das grandes cavidades (tórax e abdome). Exemplo: Diafragma. Página | 51 Quanto ao Arranjo das Fibras Fibras paralelas: temos músculos longos (onde as fibras são longas) e os músculos largos (onde as fibras equivalem no comprimento e na largura). Fibras oblíquas: as fibras são finas em relação aos tendões (extensores dos dedos do pé) Quanto a Origem e Inserção Origem: Local onde os músculos se iniciam com auxílio do tendão de forma proximal. Inserção: Local onde os músculos se inserem nos ossos com auxilio do tendão de forma distal. Quanto a Função Agonistas: São os músculos principais que ativam um movimento específico do corpo, eles se contraem ativamente para produzir um movimento desejado. Ex: Pegar uma chave sobre a mesa, agonistas são os flexores dos dedos. Antagonistas: Músculos que se opõem à ação dos agonistas, quando o agonista se contrai, o antagonista relaxa progressivamente, produzindo um movimento suave. Ex: idem anterior, porém os antagonistas são os extensores dos dedos. Sinergistas: São aqueles que participam estabilizando as articulações para que não ocorram movimentos indesejáveis durante a ação principal. Ex: idem anterior, os sinergistas são estabilizadores do punho, cotovelo e ombro. Quanto a Contratibilidade e Extensibilidade: Contratibilidade: em contração o músculo pode encurtar-se em até 50% do seu tamanho natural. Extensibilidade: em extensão o músculo pode alongar-se em até 50% do seu tamanho natural. Obs.: o ponto máximo da contratibilidade até o ponto máximo da extensibilidade chama-se excursão muscular. Dentro da musculatura estriada esquelética existem 03 tipos de fibras musculares distintas que se contraem em velocidades diferentes, com características diversas, permitindo ao músculo grande amplitude de ação. Fibras de Abalo Rápido (Branca): Contraem-se vigorosamente; São maiores, pertencem a unidades motoras maiores; Atuam quando se demanda um movimento rápido e vigoroso, fadigam rapidamente; Consideradas anaeróbicas, porque não requerem muito O2 para se contraírem; Obtém ATP pela conversão de glicose em ácido lático. Fibras de Abalo Lento (Vermelha): Contraem mais lentamente; São menores, pertencem a unidades motoras menores; Página | 52 Contraem com menor intensidade e não entram em fadiga rapidamente; Mantém contração por longo período de tempo; Contém grande quantidade de hemoglobina, considerada aeróbica, porque requer O2 para sua contração; Não produz ácido lático. Fibras Intermediárias: Combinam as qualidades das fibras brancas e vermelhas Contração rápida e moderada Vigorosa com moderada resistência à fadiga. Obs.: em geral, 50% das fibras de um músculo são vermelhas, 35% são intermediárias e 15% são fibras brancas. Tipos de Contração Muscular Isométrica: contração sem a mudança de tamanho do músculo (manutenção da postura), aumento do nível de tônus, sem que o músculo saia do local. Há um gasto muito grande de energia. Isotônica: contração com a mudança do tamanho dos músculos. Podendo ser subdividido em 02 formas: o Concêntrica: quando há a aproximação das inserções. o Excêntrica: quando há o afastamento das inserções. Isocinética: quando a velocidade de contratibilidade ou extensibilidade se dá de forma constante. Página | 53 Músculos do Ombro Deltóide É o músculo mais superficial dos mm do ombro, modela o ombro, é o músculo mais escolhido para aplicação de Vacinas (Intra Musculares). Origem: borda anterior da clavícula, acrômio (na escapula) e espinha da escápula. Inserção: Tuberosidade deltóidea – úmero (próximo ao corpo do úmero, região medial). Ação: Abdução do braço, auxilia nos movimentos de flexão, extensão, rotação lateral e medial, flexão e extensão horizontal do braço. Estabilização da articulação do ombro Infra-Espinhal Origem: Fossa infra-espinhal da escápula Inserção: Faceta média do tubérculo maior do úmero Ação: Rotação lateral do braço Subescapular Origem: Fossa subescapular Inserção: Tubérculo menor Ação: Rotação medial e adução do braço Página | 54 Músculos do Braço Bíceps Braquial É o mais superficial dos mm anteriores do braço, com duas origens. Origem: Porção Longa: Tubérculo supra-glenoidal Porção Curta: Processo coracóide Inserção: Tuberosidade radial Ação: Flexão do antebraço. BraquialOrigem: Face anterior do úmero Inserção: Processo coronóide e tuberosidade da ulna Ação: Flexão de cotovelo e antebraço. Tríceps Braquial Origem: Porção Longa: Tubérculo infra-glenoidal Porção Medial:face posterior do úmero Porção Lateral: face posterior do úmero Inserção: Olécrano (na ulna) Ação: Extensão do cotovelo Página | 55 Músculos do Antebraço Palmar Longo Origem: Epicôndilo medial Inserção Distal: metacarpo e falanges (aponeurose e tendões) Ação: Flexão do punho, tensão da aponeurose palmar e flexão da mão. Pronador Quadrado Origem:face anterior da ulna Inserção: face anterior do rádio Ação:Flexão do punho e mão Extensor curto do polegar Origem: Face posterior do rádio Inserção : falange proximal do polegar Ação: Extensão do polegar Página | 56 Músculos do Ombro e Braço (Vista Anterior) Músculos do Ombro e Braço (Vista Posterior) Página | 57 Músculos do Antebraço (Vista Anterior) Músculos do Antebraço (Vista Posterior) Página | 58 Músculos do Quadril Glúteo Máximo Origem: íleo, sacro e cóccix Inserção: tuberosidade glútea do fêmur Ação: Extensão e rotação lateral do quadril Glúteo Médio Origem: Face externa do íleo entre a crista ilíaca Inserção Inferior: Trocânter maior (fêmur) Ação: Abdução e rotação medial da coxa Glúteo Mínimo Origem: Asa ilíaca (entre linha glútea anterior e inferior) Inserção : Trocânter maior Ação: Abdução e rotação medial da coxa OBS.: Piriforme, Obturatório interno, Obturatório externo e Gêmeos superiores e inferiores:se localizam no interior do glúteo. Página | 59 Músculos da Coxa Tensor da fáscia lata Origem: Crista ilíaca (íleo) Inserção: tíbia Ação: Flexão, abdução e rotação medial do quadril e rotação lateral do joelho Sartório Origem: Espinha ilíaca (íleo) Inserção: tíbia Ação: Flexão, abdução e rotação lateral da coxa e flexão e rotação medial do joelho Quadríceps É o mais volumoso e potente m.do corpo, possui quatro cabeças: reto da coxa, vasto lateral, vasto medial e vasto intermédio. Origem: Reto Anterior: Espinha ilíaca ântero-inferior Vasto Lateral: Trocânter maior, linha áspera, linha intertrocantérica e tuberosidade glútea Vasto Medial: linha intertrocantérica Vasto Intermédio:face anterior e lateral do fêmur Inserção: Patela e, através do ligamento patelar, na tuberosidade anterior da tíbia. Ação: Extensão do joelho e realiza flexão do quadril. O vasto medial realiza rotação medial e o vasto lateral, rotação lateral. Página | 60 Bíceps da coxa, Semitendinoso e Semimembranoso São conhecidos em conjunto como músculo do jarrete. Origem: ísquio Inserção: tíbia Ação: movimentação do quadril e do joelho Grácil Origem: púbis Inserção: Superfície medial da tuberosidade da tíbia Ação: Adução da coxa, flexão e rotação medial do joelho. Pectíneo Origem: púbis Inserção Distal: fêmur Ação: Flexão do quadril e adução da coxa Página | 61 Adutor Curto Origem: Ramo inferior do púbis Inserção : fêmur Ação: Adução da coxa Adutor Longo Origem: Superfície anterior do púbis e sínfise púbica Inserção Distal: fêmur Ação: Adução da coxa Adutor Magno Origem: púbis Inserção Distal: fêmur e tíbia Ação: Adução da coxa Página | 62 Músculos do Quadril e Coxa (Vista Anterior) Músculos do Quadril e Coxa (Vista Posterior) Página | 63 Músculos da Perna Tibial Anterior Origem: Côndilo lateral da tíbia Inserção: base do 1º metatarso Ação: Flexão dorsal e inversão do pé Gastrocnêmico Origem: Côndilo medial do fêmur Inserção: Calcâneo Ação: Flexão do joelho e flexão plantar do tornozelo Sóleo Origem: face medial da tíbia e cabeça da fíbula Inserção Distal: Calcâneo (tendão dos gastrocnêmios) Ação: Flexão plantar do tornozelo Página | 64 Músculos da Perna (Vista Anterior) Músculos da Perna (Vista Lateral e Posterior) Página | 65 Músculos do Tórax Peitoral Maior Origem: borda anterior da clavícula, face anterior do esterno e costelas. Inserção: tubérculo maior (úmero) Ação: Adução, rotação medial e flexão do ombro. Músculos do Abdômen Diafragma Origem: Face interna das 6 últimas costelas, face interna do processo xifóide e corpos vertebrais das vértebras lombares superiores Inserção: No tendão central Ação: Inspiratório, pois diminui a pressão interna da caixa torácica permitindo a entrada do ar nos pulmões, estabilização da coluna vertebral e expulsões (defecação, vômito, micção e parto) Iliopsoas Origem: fossa ilíaca, crista ilíaca, asa do sacro e lombares Inserção: Trocânter menor Ação: Flexão de quadril e flexão da coluna lombar (30° - 90°) Página | 66 Reto do abdômen Origem: 5ª à 7ª cartilagens costais (costelas) e processo xifóide (esterno) Inserção : Corpo do púbis e sínfise púbica Ação: Aumento da pressão intra-abdominal (Expiração, Vômito, Defecação, Micção e no Parto) Músculos do Tórax e Abdômen (Vista Anterior) Página | 67 Músculos do Dorso Trapézio Origem: Linha nucal superior e processos espinhosos da C7 a T12 Inserção: Borda posterior da clavícula, acrômio e espinha da escápula Ação: * Fixo na Coluna: Elevação do ombro, adução das escápulas, rotação superior das escápulas e depressão de ombro * Fixo na Escápula: Inclinação homolateral e rotação da cabeça e extensão da cabeça. Página | 68 Músculos do Pescoço Esternocleidomastóideo Origem: linha nucal superior Inserção Inferior: Face anterior do esterno junto à face superior e borda anterior da clavícula Ação:Ação inspiratória , Flexão, rotação com a face virada para o lado oposto e flexão da cabeça . Página | 69 Músculos da Face (Vista Anterior) Página | 70 SISTEMA RESPIRATÓRIO Constituído por dois pulmões e pelas veias respiratórias, vias aéreas ou também conhecido como trato respiratório (nariz, faringe, laringe, traquéia e brônquios, bronquíolos e alvéolos). As vias respiratórias têm por função conduzir o ar do meio ambiente (meio externo) para os pulmões (meio interno) filtrar, pré-aquecer e umedecer o ar inspirado. Cavidade Nasal A cavidade nasal é a entrada das vias respiratórias, o nariz externo é uma estrutura em forma de
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