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Triagem Nutricional E c
Larissa Calixto-Lima | Maria Cristina Gonzalez
Maier ccf~. dreras autoras
Siglas e Abreviaturas
Al ingestão adequada (adequa te rntake)
ALB albumina
AMBc área muscular do braço corrigida
Anvisa Agência Nacional de Vigilância Sanitária
ASG Avaliação Subjetiva Global
ASPEN American Society for Parenteral and Enteral Nutntion
BN balanço nitrogenado
CA circunferência abdominal
CAL calorias
CB circunferência do braço
CC circunferência da cintura
CHCM concentração de hemoglobina corpuscular média
CHO carboidratos
Cl constipação intestinal
CMB circunferência muscular do braço
CP circunferência da panturrilha
Cl contagem total de linfócitos
DCT dobra cutânea do triceps
DMA ácido docosa-hexaenoico
DM diabetes mehto
DRGE doença do refluxo gastroesofágico
DRI ingestões dietétlcas de referência (dietary referente tntakes)
DU débito urinário diário
EH encefalopatia hepática
EPA ácido eicosapentaenoico
ESPEN European Society for Parenteral and Enteral Nutrition
FA fator atividade
FL fator lesão
fl fenolitro
FT fator térmico
GET gasto energético total
HCM hemoglobina corpuscular média
HCT hipersensibilidade cutânea
HDL lipo proteínas de alta densidade
ICA índice de crea ti nina altura
IDL lipo proteínas de densidade intermediária
IG índice glicémico
IMG índice de massa corporal
INH índice Nutricional Hospitalar
IPIN índice Prognóstico Inflamatório Nutricional
IPN índice de Prognóstico Nutricional
IRB índice de Risco Nutricional
LDL lipoproteínas de baixa densidade
IIP lipidios
MAN Mmiavaliação Nutricional (Mim Nutritional Assessmenf)
MS Ministério da Saúde
MUST Ferramenta Universal para Triagem de Desnutnçáo (Mo/nutrírion
Universal Screening Tool)
NE nutnçào enteral
NHANES National Health and Nutntion Exammatlon Survey
NP nutrição parenteral
NRS Rastreamento de Risco Nutricional
OMS Organização Mundial de Saude
PC-R proteína C reativa
pg picograma
PTN proteínas
QM quilo microns
RDA ingestão dietética recomendada [recomended dietary allowance)
RDC Resolução da Diretoria Coleglada
SIC síndrome do intestino curto
SIRS síndrome da resposta mflamatoria sistêmica
TCM tnglicerídios de cadeia media
TGI trato gastrintestinal
TMB taxa metabólica basal
TN triagem nutricional; terapia nutricional
TRF transferrina
UF ultrafilt ração
UFC unidades formadoras de colônias
UI unidades internacionais
VCM volume corpuscular medio
VCT valor calórico total
VLDL lipoproteinas de muito baixa densidade
Sumário
1 Triagem Nutricional ...................................................................... 1
Larisso Calixto-Limo / Maria Cristina Gonzalez
2 Avaliação Nutricional.................................................................. 11
larisso Calixto-Lima I Maria Cristina Gonzalez
3 índices Prognósticos ................................................................... 37
Larisso Calixto-Limo / Maria Cristina Gonzalez
4 Exames Laboratoriais: Valores de Referência ........................... 43
Larisso Calixto-Limo / Lilian Mtka Horie / Michelle Grillo Barone /
Maria Cristina Gonzalez
5 Interação Fármaco-Nutrientes ................................................... 53
Kanne Pereira / Ana Paula Freitas Quintonilha Cardoso /
íansso Calixto-Limo / Nelzir Trindade Reis
6 Necessidades e Recomendações de Energia e
Nutrientes................................................................................... 71
Larisso Calixto-Lima I Liban Mtka Horie I Michelfe Grillo Barone /
Maria Cristina Gonzalez
7 Recomendações Nutricionais
em Situações Específicas ...... ..................................................... 83
Larisso Calixto-Lima / Maria Cristina Gonzalez
8 Fontes Alimentares de Vitaminas e Minerais ......................... 109
Emanuelly Varea Mana Wiegert / Laníso Calixto-Lima / LHian Mika Horie /
Michelle Grillo Borone I Maria Cristina Gonzalez
9 Orientação Nutricional quanto a Sintomas Gastrintestinais... 117
Larisso Calixto-Lima / Maria Cristina Gonzalez
1 0 Alimentos Funcionais................................................................ 127
Lanssa Calixto-Lima f Angélica Nakamura / Mana Cristina Gonzalez
1 1 Consistência de Dieta .............................................................. 137
íansso Calixto-Lima / Maria Cristina Gonzalez
1 2 Tabelas de Equivalentes dos Alimentos................................... 145
Manuela Pacheco / Lorisso Calixto-Lima
1 3 Terapia Nutricional ................................................................... 1S7
Icrossa Calixto-Lima I Mario Cristina Gonzalez
14 Preparo para Exames ............................................................... 171
tGfrsso Cabxto-Lima / Maria Cristina Gonzalez
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4. Capacidade funcional
( ) Não apresenta disfunção (capacidade completa)
( ) Disfunção Duração:semanas
Tipo de disfunção:
( )Trabalho subótimo ( ) Ambulatório ( ) Acamado
5. Doença principal e sua correlação com as necessidades nutricionais
Diagnóstico principal (especificar):____
Demanda metabólica:
( ) Baixo estresse ( ) Estresse moderado ( ) Estresse elevado
Exame físico subjetivo (para cada item, especificar: 0 = normal; 1 = leve;
2 = moderado(a); 3 = grave)
Perda de gordura subcutânea (bíceps, triceps e tórax):
Perda muscular (têmporas, ombros, clavícula, escápula, costelas, músculo interósseo
do dorso da mão, joelho, panturrilha, quadriceps):___
Edema de tornozelo:
Edema sacral:
Ascite:_____________
Avaliação subjetiva (selecione uma das opções a seguir)
( ) Bem nutrido
( ) Moderadamente desnutrido ou sob suspeita de desnutrição
( ) Gravemente desnutrido
Fonte: adaptada de Detsky, 1987.
Ferramenta Universal para Triagem de Desnutrição
A Ferramenta Universal para Triagem de Desnutrição (MUST) é um instru
mento de rastreamento simples, utilizado por diferentes profissionais de saú
de e que identifica adultos que estão sob risco de desnutrição ou obesos
(Tabela 1.2).
I ■!•< 1.1 । ' Modelo de questionário da Ferramenta Universal para Triagem de
I insnutrlçâo
Fonte: adaptada de Stratton, 2004.
Paciente:______________________________________________
Data: / /
Triagem
IMC (kg/altura2 [m]):
■ >20 (>30 obeso) = 0
■ 18,5 a 20=1
■ <18,5 = 2
Perda de peso nos
últimos 3 a 6 meses:
■ <5% = 0
■ 5%a10%=1
■ >10% = 2
Somar 2 pontos se
catabolismo ou jejum
previsto >5 dias
Diagnóstico de risco nutricional
Somar os valores encontrados acima, no item Triagem
0 = Baixo risco
Proceder aos cuidados
de rotina
1 = Médio risco
Observar o paciente
2 = Alto risco
Tratar o paciente
Repetir triagem
semanalmente
Realizar registro
alimentar por 3 dias. Se
ingestão inadequada:
seguir política local de
cuidados nutricionais.
Repetir triagem
semanalmente.
Prescrever nova dieta,
suporte nutricional ou
implementar política
local
Melhorar e aumentar a
ingestão nutricional
Monitorar e rever o plano
de cuidado nutricional
semanalmente
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Miniavaliação Nutricional
A Miniavaliação Nutricional (MAN) é uma ferramenta que inclui questões
sobre hábitos alimentares, aspectos mentais e físicos, avaliados por uma
escala simples. Trata-se de uma ferramenta de baixo custo, não invasiva, e
que pode ser aplicada à beira do leito. Compreende 18 itens agrupados
em quatro categorias: antropometria, cuidados gerais, avaliação dietética e
autoavaliação (Tabela 1.3).
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a Tabela 1.3 Modelo de questionário para Miniavaliação Nutricional
Paciente:________________________________________________
Data: / /
Controle
A. Nos últimos 3 meses, houve diminuição da ingestão alimentar devido a perda de
apetite, problemas digestivos ou dificuldade para mastigar ou deglutir?
■ Diminuição grave da ingestão = 0
■ Diminuição moderada da ingestão = 1
■ Não houve diminuição da ingestão = 2
B. Perda de peso nos últimos 3 meses:
■ >3kg = 0
■ Não soube informar = 1
■ Entre 1 kg e 3 kg =2
■ Não houve perda de peso = 3
C. Mobilidade:■ Restrito ao leito ou à cadeira de rodas = 0
■ Deambula, mas não é capaz de sair de casa = 1
■ Normal = 2
D. Passou por algum estresse psicológico ou doença aguda nos últimos 3 meses?
■ Sim = 0
■ Não = 2
E. Problemas neuropsicológicos:
■ Demência ou depressão graves = 0
■ Demência leve = 1
■ Não há problemas psicológicos = 2
F1. índice de massa corporal (kg/altura2 [m])
■ IMC <19 = 0
■ IMC de 19 a 20=1
■ IMC de 21 a 22 = 2
■ IMC >23 = 3
Observação: se o cálculo do IMC não for possível, substitua a questão Fl pela F2.
Não preencha a questão F2 se a questão F1 já tiver sido completada
F2. Circunferência da panturrilha (CP), em centímetros (cm)
6
I score do controle (subtotal máximo 14 pontos):
■ 12 pontos ou mais: estado nutricional normal - não necessita de avaliação
completa
■» 11 pontos ou menos: possível desnutrição - continuar avaliação
Avaliação
H1 li : :■
G. Vive com autonomia (sem necessidade de cuidados de terceiros)?
■ Não = 0
■ Sim = 1
H. Ingere por dia mais que 3 medicamentos receitados?
■ Sim = 0
■ Não = 1
I. Apresenta úlceras por pressão?
■ Sim = 0
■ Não = 1
J. Quantas refeições completas faz diariamente?
■ 1 refeição = 0
■ 2 refeições = 1
■ 3 refeições ou mais = 2
K. Selecionar os marcadores de consumo para ingestão de proteínas
■ Pelo menos 1 porção de produtos lácteos (leite, queijos, iogurte) por dia?
■ Duas ou mais porções de leguminosas ou ovos por semana?
■ Carne, peixe ou frango todos os dias?
• Se 0 ou 1 resposta afirmativa = 0
• Se 2 respostas afirmativas = 0,5
• Se 3 respostas afirmativas = 1
L. Consome 2 ou mais porções de frutas ou verduras por dia?
■ Não = 0
■ Sim = 1
M. Qual a quantidade de líquidos (água, suco, café, chás, leite) consumida por dia?
■ <3 xícaras/copos = 0
■ De 3 a 5 xícaras/copos = 0,5
■ >5 xícaras/copos = 1
(Continua)
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a Tabela 1.3 Modelo de questionário para Miniavaliação Nutricional (continuação)
N. Modo de alimentação
■ Não consegue alimentar-se sem ajuda = 0
■ Alimenta-se com certa dificuldade = 1
■ Alimenta-se sem dificuldade = 2
O. Ponto de vista do paciente acerca da sua condição nutricional
■ Vê-se desnutrido = 0
■ Não tem certeza da sua condição nutricional = 1
■ Vê-se sem problemas nutricionais = 2
P. Em comparação com outras pessoas da mesma idade, como avalia sua condição
de saúde?
■ Não tão boa = 0
■ Não sabe = 0,5
■ Tão boa quanto = 1
■ Melhor = 2
Q. Circunferência braquial (CB) em centímetros (cm)
■ CB<21 =0
■ CB de 21 a 22 = 0,5
■ CB >22 ou = 1
R. Circunferência da panturrilha (CP) em centímetros (cm)
■ CP <31 =0
■ CP 2:31 = 1
Escore de triagem
Escore de controle:
Escore de avaliação (máximo de 16 pontos):
Avaliação total (máximo de 30 pontos):
Escore do indicador de desnutrição:
■ Entre 17 e 23,5 pontos: risco de desnutrição
■ Menos de 17 pontos: desnutrição
Fonte: adaptada de Vellas, 2006.
8
R.istreamento de Risco Nutricional
() Rastreamento de Risco Nutricional (NRS), recomendado pela European So-
(Itrly for Clinical Nutrition and Metabolism (ESPEN), é considerado a técnica
mais indicada para aplicação em âmbito hospitalar (Tabela 1.4). Não exclui
grupos específicos e pode ser utilizada em pacientes submetidos a cirurgia; em
observação clínica; com câncer; e com problemas ortopédicos, entre outros. T
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l.ibela 1.4 Modelo de questionário para Rastreamento de Risco Nutricional
/ • mt, adaptada de Kondrup, 2003. [ 9
Paciente:______________________________________________
Data: / /
Triagem inicial
Em caso de resposta afirmativa a qualquer um dos itens, continuar para triagem final
Perguntas Sim Não
1. IMC <20,5kg/altura2(m)?
2. Perda de peso nos últimos 3 meses?
3. Redução da ingestão na última semana?
4. Saúde gravemente comprometida?
Triagem final
Pontuação Estado nutricional Pontuação Gravidade da doença
0 = ausente Estado nutricional normal 0 = ausente Requerimentos
nutricionais normais
1 = leve Perda de peso >5% em
3 meses ou consumo
alimentar entre 50% e
75% dos requerimentos
normais
1 = leve Fraturas, pacientes
crônicos com
complicações (cirrose,
diabetes, câncer,
hemodiálise)
2 moderada Perda de peso >5% em 2
meses ou IMC entre 18,5 e
20,5 ou consumo alimentar
entre 25% e 60%
2 = moderada Cirurgia abdominal,
pneumonia grave
3 = grave Perda de peso >5% em
1 mês ou IMC <18,5 ou
consumo alimentar entre
0% e 25%
3 = grave Transplante, UTI
Diagnóstico
( ) Escore >3: paciente nutricionalmente em situação de risco. Iniciar um plano de
cuidados nutricionais
( ) Escore <3: realizar rastreamento semanal do paciente
Referências
Detsky AS, Mdaughlin JR, Baker JP, Johnston N, Whittaker S, Mendelson RA, Jeejeebhoy KN.
What is subjective global assessment of nutritional status? JPEN J Parenter Enteral Nutr. 1987;
11(1):8-13.
Kondrup J, Rasmussen HH, Hamberg O, Stanga Z, Group AHEW. Nutritional risk screening
(NRS 2002): a new method based on an analysis of controlled clinical trials. Clin Nutr. 2003;
22(3):321-36.
Stratton RJ, Hackston A, Longmore D, Dixon R, Price S, Stroud M, King C, Elia M. Malnutrition
in hospital outpatients and inpatients: prevalence, concurrent validity and ease of use of the
'malnutrition universal screening tool' ('MUST) for adults. Br J Nutr. 2004; 92(5):799-808.
Velias B, Guigoz Y, Garry PJ, Nourhashemi F, Bennahum D, Lauque S, Albarede JL The mini
nutritional assessment (MNA) and its use in grading the nutritional state of elder, oatients.
Nutrition. 1999; 15(2): 116-22.
Bibliografia consultada
Bottoni A, Oliveira GPC, Ferrini MT, Waitzberg DL. Rastreamento e avaliação nutricional: exames
laboratoriais. In: Waitzberg DL (Ed.). Nutrição oral, enteral e parenteral na prática dínica. 4. ed.
São Paulo: Atheneu; 2009. p. 421-40.
Raslan M, Gonzalez MC, Dias MCG, Paes-Barbosa FC, Cecconello I, Waitzberg DL. Aplicabilidade
dos métodos de triagem nutricional no paciente hospitalizado. Rev Nutr. 2008; 21 (5):553-61.
Avaliação Nutricional
Larissa Calixto-Lima | Maria Cristina Gonzalez
Introdução
Já é reconhecido que uma intervenção dietoterápica adequada, associada ou
não a outras terapêuticas, é fundamental no tratamento de diversas situações
clínicas. No entanto, para que um adequado plano alimentar seja construído,
é necessário um diagnóstico nutricional prévio do indivíduo. Esse diagnósti
co pode ser obtido por meio da avaliação nutricional, método que utiliza a
associação de vários parâmetros — clínicos, bioquímicos, antropométricos
e de consumo alimentar —, visto que a utilização de um único indicador
não é suficiente para um diagnóstico nutricional confiável.
Inquéritos dietéticos
Os inquéritos dietéticos são métodos investigativos a partir dos quais são ob
tidas informações qualitativas e/ou quantitativas sobre o consumo alimentar
do indivíduo. Os métodos de inquéritos dietéticos podem ser classificados
como retrospectivos e prospectivos. Essa classificação é feita de acordo com
o tempo em que as informações são coletadas. Os métodos retrospectivos
coletam a informação do passado, tanto imediato quanto remoto, já os méto
dos prospectivos coletam a informação no tempo atual ou presente.
Os métodos prospectivos, devido à sua alta complexidade, são pouco
utilizados na prática clínica. Os principais métodos retrospectivos incluem o
recordatório de 24 horas e o questionário de frequência alimentar.
Recordatório de 24 horas
Para preenchimento do recordatório de 24 horas (Tabela 2.1), o indivíduo
relembra e informa ao entrevistador as quantidades de tudo o que consumiu
nas últimas 24h, ou durante o dia anterior. As informações citadas podem ser:
(1) o tipo de alimento; (2) a medida caseira; (3) o peso; (4) o volume; (5)
a embalagem industrial; (6) o modo de preparo.
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a Tabela 2.1 Exemplo de recordatório de 24 horas
Paciente:_________________________________________________
Data: _/
Refeição/horárioPreparação
Quantidade
(medida caseira) Quantidade (g)
Desjejum
Hora:_________
Colação
Hora:__________
Almoço
Hora:_________
Merenda
Hora:_________
Jantar
Hora:_________
Ceia
Hora:_________
Observações:_______________________
Questionário de frequência alimentar
0 questionário de frequência alimentar (Tabela 2.2) é constituído por uma
lista predefinida dos alimentos consumidos com maior frequência ou que
formam o padrão alimentar da região em que o indivíduo avaliado reside,
sendo registrada a frequência habitual de consumo de cada alimento (nunca,
diária, semanal, quinzenal, mensal, sazonal etc.).
14
Tabela 2.2 Exemplo de questionário de frequência alimentar
(Continua)
Alimento Nunca
Frequência semanal
Quinzenal Mensal
Porção consumida
Modo de preparo
1 2 3 4 5 6 7 P M G
Leite
( ) Integral
( ) Desnatado
( ) Semidesnatado
Iogurte
( ) Integral
( ) Desnatado
( ) Semidesnatado
Queijo (tipo)
Café
( ) Açúcar
( ) Adoçante
Frutas/Sucos
Carnes/tipos ( ) Assada
( ) Refogada
( ) Cozida
( ) Frita
Ovos
À
Avaliação Nutricional
Nutrição Clínica no Dia a Dia
Tabela 2.2 Exemplo de questionário de frequência alimentar (continuação)
Alimento Nunca
Frequência semanal
Quinzenal Mensal
Porção consumida
Modo de preparo
1 2 3 4 5 6 7 P M G
Frios/Embutidos
Pães
Roscas/Bolos
Arroz
Batata
Massa/tipo Molho:
( ) Al sugo
( )À bolonhesa
( ) Branco
( ) Rose
Cereais e derivados
Legu m i nosas.'Feijão
Legumes ( )Crus
( ) Refogados
( ) Cozidos
\ eg-ta s ^»hosos ( )Crus
P: pequena; M: média; G: grande.
Alimento Nunca
Frequência semanal
Quinzenal Mensal
Porção consumida
Modo de preparo
1 2 3 4 5 6 7 P M G
Frutas/Sucos
Refrigerantes
( ) Normal
( ) Diet
( ) Light
Doces/Balas
Frituras
Biscoitos
( ) Com recheio
( ) Sem recheio
Salgadinhos
Água
Outros
Avaliação Nutricional
Avaliação antropométrica
A avaliação antropométrica envolve a obtenção de medidas físic as com o pro
pósito de auxiliar na identificação do estado nutricional do indíviduo. Irata s<
de um método objetivo que inclui peso corporal, estatura, esp<n.i da1
dobras cutâneas, circunferências e diâmetros ósseos.
Peso corporal
É uma medida antropométrica que exf)itjssíi a < limeiisãr) da m<is., । ou do voli u 11<
corporais, ou seja, representa a soma de todos os compailimentos < oipói..... .
Peso ideal
Também conhecido como peso desejável, peso recomendável, peso s.mdá
vel e peso ótimo. Pode ser estimado a partir do IM(
Peso ideal (kg) = IMC ótimo - I statura' (m)
IMC ótimo:
■ Homens: 22kg/altura2 (m).
■ Mulheres: 2O,8kg/altura2 (m).
Adequação do peso
O estado nutricional de acordo com a adequação de peso atual em rehii.ãr
ao peso ideal ou desejável é calculado a partir da fórmula dose rita .1 ■epuii <
classificado conforme indica a Tabela 2.3.
Adequação do peso (%) = -
Peso atual x 100
Peso Ideal
Tabela 2.3 Classificação do estado nutricional conforme adequação do peso
atual
Fonte: adaptada de Blackburn & Thornton, 1979.
Valor encontrado (%) Classificação
>120 Obesidade
110,1 a 120 Sobrepeso
90,1 a 110 Normal
80,1 a 90 Desnutrição leve
70,1 a 80 Desnutrição moderada
<70 Desnutrição grave
Peso ajustado
É o peso ideal corrigido para a determinação das necessidades energéticas e
de nutrientes quando a adequação do peso atual for <95% ou >115%. Pode
ser obtido por meio da seguinte equação:
Peso ajustado = (Peso ideal - Peso atual) x 0,25 + Peso atual
Peso estimado
Quando não for possível a realização da medida do peso corporal atual,
como, por exemplo, nos pacientes acamados, pode-se estimá-lo por meio
das equações propostas por Chumlea e cols. (1994) (Tabela 2.4) e Rabito e
cols. (2006) (Tabela 2.5).
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a Tabela 2.4 Fórmulas para o cálculo do peso para adultos e Idosos, de a< oído
com o gênero
CP: circunferência da panturrllha; AJ: altura do Joelho; Cll i Ire unlriAix la do I....,i>; 1'1 Sl pmi|.t
cutânea subescapular.
Fonte: adaptada de Chumlea et al., 1988.
Gênero Equaçto
Mulheres {[1,27 x circunferência da panturrllha(cm)l i |O,87 ali...... Io
joelho(cm)| i-[0,98 x drcunfoiAncl.i do bim.oft m)| i |(),4 ilobi.i
cutânea subescapular] 62,35}
Homens {[0,98 x circunferência da panturrllha(c in)] i |l,lc> alluiado
joelho(cm)] +11,73 x circunferência do bnt<,o(<in)) i |(i, 1/ dobi.i
cutânea subescapular] 81,69]
Tabela 2.5 Fórmulas para o cálculo do peso para adultos e Idosos, de acordo
com o gênero
CB: circunferência do braço; CA: circunferência abdominal; CP: circunferência da panturrllha.
Fonte: adaptada de Rabito et al., 2006.
Gênero Equação
Mulheres 0,5759 x CB(cm) + 0,5263 x CA(cm) + 1,2452 x CP(cm) 4,8689 x
2-32,9241
Homens 0,5759 x CB(cm) + 0,5263 x CA(cm) + 1,2452 x CP(cm) - 4,8689 x
1 -32,9241
Peso corrigido
EDEMA E ASCITE
Para se estimar o peso de pacientes edemaciados ou com ascite, sejam ele1,
adultos ou idosos, é necessário subtrair do peso atual valores específicos
(Tabelas 2.6 e 2.7) que variam de acordo com o grau de retenção de líquido',
e com o local do edema.
Tabela 2.6 Peso a ser subtraído de acordo com o grau e o local do edema
Grau do edema Local atingido Peso a ser subtraído
+ Tornozelo 1 kg
++ Joelho 3 a 4kg
+++ Raiz da coxa 5 a 6kg
++++ Anasarca 10 a 12kg
Fonte: adaptada de Materese, 1997.
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Tabela 2.7 Peso a ser descontado de acordo com o grau de ascite
Grau de ascite Peso a ser subtraído
Leve 2,2kg
Moderada 6 kg
Grave 14kg
fonte: adaptada de James, 1989.
INDIVÍDUOS QUE SOFRERAM AMPUTAÇÃO
Em casos de amputação, deve-se adicionar o peso da extremidade amputada
ao peso atual aferido (Tabela 2.8).
Tabela 2.8 Percentual a ser adicionado para o cálculo do peso de indivíduos
que sofreram amputação
fonte: adaptada de Osterkamp, 1995.
Membro amputado %
Braço todo 5
Antebraço 1,6
Braço 2,7
Mão 0,7
Coxa 10,1
Perna 4,4
Pé 1,5
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a Percentual de mudança de peso
Quanto maior a perda de peso em curto tempo, maiores os riscos de desen
volvimento de morbidades e de mortalidade (Tabelas 2.9 e 2.10). A fórmula
para cálculo do porcentual de perda de peso é:
Peso usual - Peso atual
Percentual de mudança de peso =-------------------------------x 100
Peso usual
Tabela 2.9 Classificação do percentual da perda de peso de acordo com o
tempo
Fonte: adaptada de Blackburn etal., 1977.
Tempo Perda de peso significativa (%) Perda de peso grave (%)
1 semana 1 a2 >2
1 mês 5 >5
3 meses 7,5 >7,5
6 meses 10 >10
Tabela 2.10 Percentual de adequação de perda recente de peso em 3 a 6
meses
Fonte: adaptada de Blackburn et al., 1979.
Valor encontrado (%) Classificação
>10% Desnutrição instalada
>30% Risco de vida
Estatura
Estatura estimada
Quando não for possível a realização da medida da estatura, (p. ex., nos pa
cientes acamados), pode-se estimá-la pelas equações proposta por Chumlea
e cols. (1994) (Tabela 2.11) e Rabito e cols. (2006) (Tabela 2.12).
tabela 2.11 Fórmulas para o cálculo da estatura de adultos de acordo com o
gênero e a etnia
Fonte: adaptada de Chumlea etal., 1994.
Gênero Equação
Mulheres com 18 a 60 anos (brancas) 70,25 + [1,87 x altura do joelho(cm)] -
0,06 x idade (anos)
Mulheres com 18 a 60 anos (negras) 68,10 + [1,86 x altura do joelho(cm)] -
0,06 x idade (anos)
Homens com 18 a 60 anos (brancos) 71,85 + 1,88 x altura do joelho(cm)
Homens com 18 a 60 anos (negros) 73,42 + 1,79 x altura do joelho(cm)
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Tabela 2.12 Fórmulas para o cálculo da estatura de adultos de acordo com
o gênero
I: idade; CpB: comprimento do braço; ME: meia envergadura.
Fonte: adaptada de Rabito et al., 2006.
Gênero Equação
Mulheres 58,6940 - 2,9740 x 2 - 0,0736 x I (anos) + 0,4958 x CpB(cm) +
1,1320 xME(cm)
Homens 58,6940 - 2,9740 x 1 - 0,0736 x I (anos) + 0,4958 x CpB(cm) +
1,1320 x ME(cm)
índice de massa corporal
O índice de massa corporal (IMC), ou índice de Quetelet (1842), baseia-se
na relação entre o peso atual - real ou estimado - ea altura do indivíduo,
estabelecendo-se o peso corporal por altura ao quadrado em metro (kg/altu-
ra2 [m]). A classificação do estado nutricional para adultos e idosos de acordo
com o IMC encontra-se descrito nas Tabela 2.13 e 2.14, respectivamente.
Peso atual(kg)
IMC =------------------
Altura2(m)
Nu
tr
içã
o C
lín
ica
no
Di
a a
Di
a Tabela 2.13 Classificação do estado nutricional de adultos, com base no
índice de massa corporal
Fonte: adaptada de OMS, 1997.
Classificação IMC em kg/altura2(m)
Desnutrição grave <16
Desnutrição moderada 16a 17
Desnutrição leve 17 a 18,5
Adequado 18,5 a 24,9
Sobrepeso >25
Pré-obesidade 25 a 29,9
Obesidade de classe 1 30 a 34,9
Obesidade de classe II 35 a 39,9
Obesidade de classe III >40
Tabela 2.14 Classificação do estado nutricional de idosos, com base no
índice de massa corporal
Fonte: adaptada de Lipschitz, 1994.
Classificação IMC em kg/altura2(m)
Magreza <22
Eutrofia 22 a 27
Sobrepeso >27
Avaliação dos compartimentos corpóreos
Dobra cutânea do triceps
A dobra cutânea do triceps (DCT) é a dobra mais utilizada na prática clínica
para classificação do estado nutricional, visto que é a região mais representa
tiva da reserva de gordura subcutânea.
Para se classificar o estado nutricional por meio da DCT, deve-se calcu
lar o percentual de adequação dessa medida por meio da comparação do
resultado obtido na avaliação do paciente com os valores de referência do
National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES), demonstrados
em tabela de percentis por Frisancho (1974), de acordo com o gênero (Ta
belas 2.15 e 2.16).
Adequação da DCT(%) = (DCT obtida(mm) / DCT do percentil 50) x 100
O percentual de adequação da DCT encontrado é então classificado de
acordo com Blackburn & Thornton (1979) (Tabela 2.17).
Tabela 2.15 Padrão de normalidade para DCT em homens Av
al
ia
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o N
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ric
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na
l
Fonte: adaptada de Frisancho, 1974.
Idade DCT(mm)
19 a 24,9 10
25 a 34,9 12
35 a 44,9 12
45 a 54,9 12
55 a 64,9 11
65 a 74,9 11
Tabela 2.16 Padrão de normalidade para DCT em mulheres
Fonte: adaptada de Frisancho, 1974.
Idade DCT(mm)
19 a 24,9 18
25 a 34,9 21
35 a 44,9 23
45 a 54,9 25
55 a 64,9 25
65 a 74,9 24
Tabela 2.17 Classificação do estado nutricional de adultos pela DCT(mm),
CB(cm) e CMB(cm), segundo o percentual de adequação
( H: drcunferência do braço; CMB: circunferência muscular do braço.
Fonte: adaptada de Blackburn & Thornton, 1979.
Classificação
nutricional
Desnutrição Eutrofia Sobrepeso Obesidade
Grave Moderada Leve
CB/DCT/CMB <70% 70% a 80% 80% a
90%
90% a
110%
110% a
120% __
>120%
Nu
tr
içã
o C
lín
ica
no
D
ia
a
Di
a Circunferência do braço
A circunferência do braço (CB) representa a soma das áreas constituídas
pelos tecidos ósseo, gorduroso e muscular do braço.
Para se classificar o estado nutricional utilizando a CB, deve-se calcular o
percentual de adequação dessa medida por meio da comparação do resulta
do obtido na avaliação do paciente com os valores de referência do NHANES,
demonstrados em tabela de percentis por Frisancho (1974), de acordo com
o gênero (Tabelas 2.18 e 2.19).
Adequação de CB(%) = (CB obtidafmm] / CB do percentil 50) x 100
O percentual de adequação da CB encontrado é então classificado de
acordo com Blackburn & Thornton (1979) (Tabela 2.17).
Tabela 2.18 Padrão de normalidade para CB em homens
Idade CB(cm)
19 a 24,9 30,8
25 a 34,9 31,9
35 a 44,9 32,6
45 a 54,9 32,2
55 a 69,9 31,7
65 a 74,9 30,7
Fonte: adaptada de Frisancho, 1974.
Tabela 2.19 Padrão de normalidade para CB em mulheres
Idade CB(cm)
19 a 24,9 26,5
25 a 34,9 27,7
35 a 44,9 29
45 a 54,9 29,9
55 a 69,9 30,3
65 a 74,9 29,9
Fonte: adaptada de Frisancho, 1974.
( lit unferência muscular do braço
/\ । ii< iinferência muscular do braço (CMB) mensura a quantidade e a taxa
< I ■ variação de proteína muscular, com correção de tecido gorduroso e sem
< orreção da área óssea. Pode ser calculada pela seguinte fórmula:
CMB(cm) = CB(cm) - n x DCT(mm) -í- 10
sendo n = 3,14.
Fonte: adaptada de Gurney & Jelliffe, 1973.
Para se classificar o estado nutricional utilizando a CMB, deve-se calcular
o percentual de adequação dessa medida por meio da comparação do resul
tado obtido na equação para obtenção da CMB com os valores de referência
do NHANES, demonstrados em tabela de percentis por Frisancho (1981) de
acordo com o gênero (Tabelas 2.20 e 2.21).
Av
al
ia
çã
o N
ut
ric
io
na
l
CMB obtida(mm)
Adequação da CMB(%) =---------------------------x 100
CMB do percentil 50
O percentual de adequação da CMB encontrado é então classificado de
acordo com Blackburn & Thornton (1979) (ver Tabela 2.17).
Tabela 2.20 Padrão de normalidade para CMB em homens
Fonte: adaptada de Frisancho, 1981.
Idade CMB(cm)
19 a 24,9 27,3
25 a 34,9 27,9
35 a 44,9 28,6
45 a 54,9 28,1
55 a 69,9 27,8
65 a 74,9 26,8
Nu
tr
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lín
ica
no
D
ia
a
Di
a Tabela 2.21 Padrão de normalidade para CMB em mulheres
Idade CMB(cm)
19 a 24,9 20,7
25 a 34,9 21,2
35 a 44,9 21,8
45 a 54,9 22
55 a 69,9 22,5
65 a 74,9 22,5
Fonte: adaptada de Frisancho, 1981.
Área muscular do braço corrigida
Avalia a reserva de tecido muscular corrigindo a quantidade de tecido gor
duroso e a área óssea. A avaliação do estado nutricional segundo a área
muscular do braço corrigida (AMBc) pode ser obtida por meio da equação
apresentada na Tabela 2.22.
Tabela 2.22 Fórmula para cálculo da área muscular do braço de acordo com
o gênero
Fonte: adaptada de Heymsfield et al., 1999.
Gênero Equação
Masculino [CB(cm) - n x PCT(mm) +10]2
AMBc(cm ) =--------------------------------------------10
4?t
Feminino [CB(cm) - n x PCT(mm)10]2
AMBc(cm ) =----------------------------------------- -- 6,5
4n
O valor de AMBc encontrado poderá ser classificado com base na tabela
de referência do NHANES (Tabela 2.23), distribuída conforme o gênero e a
faixa etária. O percentil de AMBc encontrado é então classificado de acordo
com a classificação de Blackburn & Thornton (1979) (Tabela 2.24).
I.ibcla 2.23 Distribuição em percentis da área muscular do braço, com base
no gênero e na faixa etária
Fonte: adaptada de Frisancho, 1990.
Gênero
Faixa
etária
Percentil
5 10 15 25 50 75 85 90 95
Homens -
AMBc (cm2)
18 a 24,9 34,2 37,3 39,6 42,7 49,4 57,1 61,8 65 72
25 a 29,9 36,6 39,9 42,4 46 53 61,4 66,1 68,9 74,5
30 a 34,9 37,9 40,9 43,4 47,3 54,4 63,2 67,6 70,8 76,1
35 a 39,9 38,5 42,6 44,6 47,9 55,3 64 69,1 72,7 77,6
40 a 44,9 38,4 42,1 45,1 48,7 56 64 68,5 71,6 77
45 a 49,9 37,7 41,3 43,7 47,9 55,2 63,3 68,4 72,2 76,2
50 a 54,9 36 40 42,7 46,6 54 62,7 67 70,4 77,4
55 a 59,9 36,5 40,8 42,7 46,7 54,3 61,9 66,4 69,6 75,1
Mulheres -
AMB (cm2)
18 a 24,9 19,5 21,5 22,8 24,5 28,3 33,1 36,4 39 44,2
25 a 29,9 20,5 21,9 23,1 25,2 29,4 34,9 38,5 41,9 47,8
30 a 34,9 21,1 23 24,2 26,3 30,9 36,8 41,2 44,7 51,3
35 a 39,9 21,1 23,4 24,7 27,3 31,8 38,7 43,1 46,1 54,2
40 a 44,9 21,3 23,4 25,5 27,5 32,3 39,8 45.8 49.5 55,8
45 a 49,9 21,6 23,1 24,8 27,4 32,5 39,5 44,7 48,4 56,1
50 a 54,9 22,2 24,6 25,7 28,3 33,4 40,4 46,1 49,6 55,6
55 a 59,9 22,8 24,8 26,5 28,7 34,7 42,3 47,3 52,1 58,8
Av
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l
Tabela 2.24 Classificação do estado nutricional de adultos pela AMBc, com
base nos percentis
Fonte: adaptada de Blackburn & Thorton, 1979.
AMBc
Normal Desnutrição leve Desnutrição grave
Percentil >15 Percentil entre 5 e 15 Percentil <5
Medida da circunferência da cintura
A simples medida da circunferência da cintura (CC), apesar de não refletir
o estado nutricional, é considerada um indicador do risco de complicações
da obesidade (WHO, 1998). Pode ser classificada conforme a Tabela 2.25.
Nu
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lín
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no
Di
a a
Di
a Tabela 2.25 Classificação dos riscos para a saúde de adultos com base na
circunferência da cintura e no gênero
Fonte: adaptada de OMS, 1998.
Gênero Risco aumentado Risco muito aumentado
Homem >94cm >102cm
Mulher >80cm >88cm
Exames bioquímicos utilizadosna avaliação do
estado nutricional
Análise da massa muscular visceral: proteínas plasmáticas
A dosagem das proteínas plasmáticas auxilia no diagnóstico do estado nu
tricional, mas não deve ser o único parâmetro a ser utilizado. Em pacientes
graves e internados em unidade de terapia intensiva, esses marcadores não
são indicados para representar o perfil nutricional. A Tabela 2.26 explana a
interpretação do estado nutricional conforme esse índice.
Tabela 2.26 Interpretação do estado nutricional de acordo com a concentração
de albumina, transferrina, pré-albumina, proteína fixadora de retinol e proteínas
totais em adultos
PFR: proteína fixadora de retinol.
Fonte: adaptada de Martins, 2007; ASPEN, 2002.
Proteínas
Grau de depleção proteica
Vida média
Leve Moderada Grave
Albumina (mg/dL) 3 a 3,5 2,1 a 3,0 <2,1 16a 18 dias
Transferrina (mg%) 150 a 200 100a 150 <100 8 a 10 dias
Pré-albumina (mg/dL) 10a 15 5a 10 <5 2 dias
PFR (mEq/dL) 2 a 2,6 1,5 a 2,0 < 1,5 10 horas
Proteínas totais (g%) 5 -
30
Análise da massa muscular esquelética/somática
índice de creatinina-altura
0 índice de creatinina-altura (ICA) também pode ser utilizado na avaliação do
estado nutricional por meio da dosagem da creatinina urinária, visto que, duran
te a desnutrição, a hidrólise da creatinina muscular resulta em elevação desse
composto na urina. O ICA pode ser calculado pela equação apresentada a seguir,
e o resultado obtido deverá ser comparado com valores de referência descritos
na Tabela 2.27, distribuídos por gênero, faixa etária e altura. O resultado obtido
na equação é então classificado de acordo com Walser (1987) (Tabela 2.28).
Av
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ia
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io
na
l
*Excreção de creatinina urinária de 24h (mg)
ICA =-------------------------------------------------------------x 100
**Excreção de creatinina urinária 24h de um
indivíduo normal da mesma altura
" O valor da creatinina urinária de 24h deve ser observado em exame laboratorial.
»• O valor de creatinina urinária de 24h de um indivíduo normal pode ser obtido com base na Tabela
2.27, levando-se em consideração o gênero, a idade e a altura do indivíduo avaliado.
Fonte: adaptada de Viteri & Alvorado, 1970.
Tabela 2.27 Referencial para avaliação da excreção de creatinina urinária
ideal (mg/dia), de acordo com gênero, faixa etária e altura
(Continua)
Estatura
(cm)
Faixa etária
20 a 29
anos
30 a 39
anos
40 a 49
anos
50 a 59
anos
60 a 69
anos
70 a 79
anos
>80
anos
Homens
146 1.258 1.169 1.079 985 896 807 718
148 1.284 1.193 1.102 1.006 915 824 733
150 1.308 1.215 1.123 1.025 932 839 747
152 1.334 1.240 1.145 1.045 951 856 762
154 1.358 1.262 1.166 1.064 968 872 775
156 1.390 1.291 1.193 1.089 990 892 793
158 1.430 1.322 1.222 1.115 1.014 913 812
160 1.452 1.349 1.246 1.137 1.035 932 829
162 1.481 1.376 1.271 1.160 1.055 950 845
Nu
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lín
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no
D
ia
a
Di
a Tabela 2.27 Referencial para avaliação da excreção de creatinina urinária
ideal (mg/dia), de acordo com gênero, faixa etária e altura (continuação)
164 1.510 1.403 1.296 1.183 1.076 969 862
166 1.536 1.427 1.318 1.203 1.094 986 877
168 1.565 1.454 1.343 1.226 1.115 1.004 893
170 1.598 1.485 1.372 1.252 1.139 1.026 912
172 1.632 1.516 1.401 1.278 1.163 1.047 932
174 1.666 1.548 1.430 1.305 1.187 1.069 951
176 1.699 1.579 1.458 1.331 1.211 1.090 970
178 1.738 1.615 1.491 1.361 1.238 1.115 992
180 1.781 1.655 1.529 1.395 1.269 1.143 1.017
182 1.819 1.690 1.561 1.425 1.296 1.167 1.038
184 1.855 1.724 1.592 1.453 1.322 1.190 1.059
186 1.894 1.759 1.625 1.483 1.349 1.215 1.081
188 1.932 1.795 1.658 1.513 1.377 1.240 1.103
190 1.968 1.829 1.689 1.542 1.402 1.263 1.123
Mulheres
140 858 804 754 700 651 597 548
142 877 822 771 716 666 610 560
144 898 841 790 733 682 625 573
146 917 859 806 749 696 638 586
148 940 881 827 768 713 654 600
150 964 903 848 787 732 671 615
152 984 922 865 803 747 685 628
154 1.003 940 882 819 761 698 640
156 1.026 961 902 838 779 714 655
158 1.049 983 922 856 796 730 670
160 1.073 1.006 944 877 815 747 686
162 1.100 1.031 968 899 835 766 703
164 1.125 1.054 990 919 854 783 719
166 1.148 1.076 1.010 938 871 799 733
168 1.173 1.099 1.032 958 890 817 746
170 1.199 1.124 1.055 980 911 835 766
172 1.224 1.147 1.077 1.000 929 853 782
174 1.253 1.174 1.102 1.023 951 872 800
176 1.280 1.199 1.126 1.045 972 891 817
178 1.304 1.223 1.147 1.065 990 908 833
180 1.331 1.248 1.171 1.087 1.011 927 850
32 ) Fonte: adaptada de Walser, 1987.
l.ibcld 2.28 Classificação do estado nutricional de acordo com o índice de
< i<•<itInina-altura
Fonte: adaptada de Walser, 1987.
Percentual de adequação do ICA Classificação
>80 Normal
60 a 80 Depleçâo proteica moderada
<60 Depleção proteica grave Av
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na
l
Balanço nitrogenado (BN)
Consiste no cálculo da diferença entre o nitrogênio (N) ingerido e nitrogênio
excretado. Quando o balanço é suficiente para suprir as perdas, diz-se que
é positivo. Se, ao contrário, as perdas superarem as ingestões alimentares,
verifica-se balanço negativo. Pode ser obtido por meio da equação:
BN(g/dia) = Nitrogênio ingerido - Nitrogênio excretado
Fonte: adaptada de Martins, 2007.
Para o cálculo do nitrogênio ingerido considera-se que 1 g de nitrogênio
está contido em 6,25g de proteína. Para calcular o nitrogênio excretado parte-se
do conhecimento de que o nitrogênio ocupa 46,66% da molécula de ureia,
ou seja, cada 100g de ureia urinária contêm 46,66g de nitrogênio. O cálculo
do balanço nitrogenado é realizado de acordo com a fórmula apresentada a
seguir, e a Tabela 2.29 mostra a interpretação dos resultados.
BN = (Proteína ingerida/6,25) - (Ureia urinária/2,14)’ + 4" + Outras perdas"’
•100/46,66 = 2,14.
"Perdas insensíveis: fezes, pele e pulmões, entre outros.
'"Outras perdas: por exemplo, diarréia: 2,5g; fistula gastrintestinal: 1 g.
Fonte: adaptada de Martins, 2007.
Nu
tr
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a
Di
a Tabela 2.29 Interpretação dos resultados
Valor Interpretação
= 0 (zero) Equilíbrio
>0 ou positivo Anabolismo
<0 ou negativo Catabolismo
Fonte: adaptada de Martins, 2007.
Teste de competência imunológica
Contagem total de linfócitos
A contagem total de linfócitos (CTL), ou linfocitometria - também usada
na avaliação do estado nutricional pode ser calculada a partir do leuco-
grama, utilizando-se o percentual de linfócitos e o valor de leucócitos (mL),
pela equação apresentada a seguir. A interpretação dos valores encontrados
encontra-se na Tabela 2.30.
CTL = Percentual de linfócitos x leucócitos(mL)
100
Fonte: adaptada de Blackburn et al, 1977.
Tabela 2.30 Interpretação dos valores de acordo com a contagem total de
linfócitos
Fonte: adaptada de Blackburn et al., 1977.
Nível de desnutrição CTL(mm3)
Depleção leve 1.200 a 2.000 células/mm3
Depleção moderada 800 a 1.199 células/mm3
Depleção grave <800 células/mm3
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Av
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índices Prognósticos
Larissa Calixto-Lima | Maria Cristina Gonzalez
L
índices prognósticos
Os índices prognósticos têm como objetivo identificar pacientes sob risco
aumentado de morbidade e mortalidade em decorrência de mau estado
nutricional. São empregados para identificação de pacientes que poderão
se beneficiar da terapia nutricional. Os principais índices prognósticos são:
índice de prognóstico nutricional, índice de risco nutricional, índice nutricional
hospitalar e índice prognóstico inflamatório nutricional.
índice de Prognóstico Nutricional
O índice de Prognóstico Nutricional (IPN) é uma ferramenta que prevê o
risco operatório de pacientes que irão se submeter a cirurgias gastrintestinais.
Consiste em um modelo que se baseia em vários parâmetros nutricionais
clinicamente aplicáveis, e é calculado pela seguinte fórmula:
IPN = 158 - (16,6 x ALB) - (0,78 x DCT) - (0,2 x TRF) - (5,8 x HCT)
ín
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em que:
■ ALB: albumina (mg/dL).
■ DCT: dobra cutânea triciptal (mm).
■ TRF: transferrina sérica (mg/dL).
■ HCT: hipersensibilidade cutânea, sendo:
• Não reator = 0.
• Diâmetro da enduração >5mm = 1.
• Diâmetro da enduração >5mm = 2.
Interpretação:
■ IPN <40%: baixo risco.
■ IPN entre 40% e 50%: risco moderado.
■ IPN >50%: alto risco.
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a índice de Risco Nutricional
O índice de Risco Nutricional (IRN) determina o risco que o ।><k i< *nI < ■ t (>i i < •. h > •• i
submetido a um traumatismo qualquer, estando em uma condir,(In niiiiu h hi.iI
insatisfatória. Associa parâmetros empregados na avaliação iiiiIik nmal habí
tual (albumina e % de adequação de peso) em fórmula espec If ir a
IRN = (15,9 x ALB) + (0,417 x % de adequação de ।><".<>)
em que:
■ ALB: albumina (mg/dL).
■ % de adequação de peso: peso atual x 100 / peso usual.
Interpretação:
■ IRN >100%: estado nutricional adequado ou normal.
■ IRN entre 97,5% e 99,9%: desnutrição moderada.
■ IRN <97,5%: desnutrição grave.
índice Nutricional Hospitalar
O índice Nutricional Hospitalar (INH) é utilizado para se prever a chance de
sobrevida do paciente hospitalizado. É calculado a partir da seguinte fórmula
__________ _________
INH = (0,91 x ALB) - (1 x HTC) - (1,44 x sepse) + (0,98 x diagnóstico clínico)
em que:
■ ALB: albumina (mg/dL).
■ HCT: hipersensibilidade cutânea, sendo:
• Não reator = 0.
• Diâmetro da enduração <5 mm = 1.
• Diâmetro da enduração >5mm = 2.
■ Sepse:
• Presente =1.
• Ausente = 2.
■ Diagnóstico clínico:
• Câncer = 1.
• Outras doenças = 2.
Interpretação:
■ INH <—1: sobrevida de 25°/o.
■ INH = 0: sobrevida de 5O°/o.
■ INH >2,5: sobrevida de 90%.
índice Prognóstico Inflamatório Nutricional
O índice Prognóstico Inflamatório Nutricional (IPIN) tem sido utilizado para
se prever o risco de morbidade e de mortalidade em pacientes críticos. É
calculado a partir da seguinte fórmula:
alfa-1-GA + PCR
IPIN =----------------------
ALB + TTR
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em que:
■ alfa-l-CA: alfa-l-glicoproteína ácida (mg/dL).
■ PCR: proteína C reativa (mg/dL).
■ ALB: albumina (mg/dL).
■ TTR: transtirretina (mg/dL).
Interpretação:
■ IPIN >30: paciente sob risco de morte.
■ IPIN entre 21 e 31: paciente sob alto risco de complicações.
■ IPIN entre 11 e 20: paciente sob médio risco de complicações.
■ IPIN entre 1 e 10: paciente sob baixo risco de complicações.
■ IPIN <1: paciente sem infecção ou inflamação.
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a Bibliografia consultada
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população brasileira. Arq Bras Endocrinol Metab. 2004; 48(3):345-6 I
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42
4 Exames Laboratoriais:Valores de ReferênciaLarissa Calixto-Lima | Lilian Mika Horie
Michelle Grillo Barone | Maria Cristina Gonzalez
Avaliação hematológica do sangue
0 sangue tem várias funções, como: transporte de hormônios e enzimas;
manutenção da temperatura corporal; remoção dos resíduos tóxicos; trans
porte de oxigênio, de nutrientes e de elementos de defesa do organismo. É
composto por três diferentes linhagens celulares: glóbulos vermelhos (eri-
trócitos ou hemácias), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas (trombóci-
tos). O principal exame para verificação da função da célula sanguínea é o
hemograma.
Hemograma
O hemograma é uma das análises de sangue mais úteis e mais solicitadas
na prática clínica, sendo considerado a principal ferramenta diagnostica em
hematologia. Analisa as variações quantitativas e morfológicas dos elementos
figurados do sangue. Os valores laboratoriais de referência estão mostrados
na Tabela 4.1.
Tabela 4.1 Valores laboratoriais de referência para avaliação do hemograma
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(Continua)
Parâmetro Valores de referênciaEritrócitos ou hemácias (homens) 4.500.000 a 6.000.000 células/mm3
Eritrócitos ou hemácias (mulheres) 4.000.000 a 5.500.000 células/mm3
Hemoglobina (homens) 13,5 a 18g/dL
Hemoglobina (mulheres) 12 a 16g/dL
Hematócrito (homens) 40% a 54%
Hematócrito (mulheres) 37% a 47%
VCM 80 a 100ÍI
HCM 27 a 32pg
CHCM 32% a 35%
Neutrófilos em bastão 3% a 5% (150 a 400 células/mm3)
Neutrófilos segmentados 55% a 65% (3.000 a 5.000 células/mm3)
( 45
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(continuação)
Tabela 4.1 Valores laboratoriais de referência para avaliação do hemograma
Parâmetro Valorai tia raforànc In
Linfócitos 20% .1 10% (1 100 n 2 soo < úlul.r./inni')
Monócitos 4%.i8%(200litlSO(éli.ilrtH/mm')
Eosinófilos 2%,H>%(loo.i l00(<Mul,i'i/niin')
Basófilos 0 a 1% (50 ,i HOcàluIns/min')
Plaquetas ISO.» 4001-10* < éhil.r./nun1)
pH (sangue arterial) 7,35 a 7,45
pCO. 35 a 45mmHfl
Excesso de bases (BE) -3 a +3mmol/l
Conteúdo de CO2 23 a 27mmol/l
Bicarbonato 22 a 26minol/l
VCM: volume corpuscular médio; HCM: hemoglobina corpir., i>l.n nli.i, < 11< M ■ > >n< <•> it i
hemoglobina corpuscular média; fl: fenolitro; pg: plcogr..... .
Proteínas
As proteínas são macromoléculas compostas por aminoát idos, <0111 ligações
covalentes entre si. Existe, atualmente, elevado número de proteínas ideiiti
ficadas no soro, que diferem entre si estruturalmenle e participam em vários
processos fisiológicos, como anticorpos, carteadores de moléculas e íons,
enzimas, inibidores enzimáticos, fatores da coagulação, entre outras funções
A análise das proporções de suas frações tem considerável valor na aborda
gem de distúrbios agudos e crônicos, fornecendo informações clinicamente
úteis. A interpretação dos valores das proteínas e frações, de acordo com suas
concentrações, encontra-se na Tabela 4.2.
Tabela 4.2 Valores laboratoriais de referência para avaliação das principais
proteínas solicitadas na prática clínica
Proteínas Valores de referência
Proteínas totais 6 a 8g/dL
Albumina 3,5 a 5g/dL
Alfa-1-globulinas 0,1 aO,4g/dL
Alfa-2-globulinas 0,4 a 1 g/dL
Betaglobulinas 0,5 a 1,1 g/dL
Gamaglobulinas 0,6 a 1,6g/dL
Alfa-1-antitripsina 90 a 200mg/dL
Alfa-1-glicoproteína 40 a 120mg/dL
Ceruloplasmina 15a60mg/dL
Ferritina (homens) 30 a 300pg/L (30 a 300ng/mL)
Ferritina (mulheres) 10 a 200pg/L (10 a 200ng/mL)
Fibrinogênio 180 a 400mg/dL
Ligadora do retinol (proteína) 3 a 5mEq/dL
Leptina (homens) Até 9,2ng/mL
Leptina (mulheres) Até 18,5ng/mL
Transferrina 228 a 428pg/dL (20% a 45% dos sítios de ligação
do ferro da transferrina ocupados)
Pré-albumina Normal: 15,1 a 42mg/dL
Desnutrição leve: 10 a 15mg/dL
Desnutrição moderada: 5 a 9,9mg/dL
Desnutrição grave: <5mg/dL
Proteína C reativa Método qualitativo: valores negativos
Método quantitativo:
■ Imunodifusão radial: <0,4mg/dL
■ Nefelometria: <8mg/dL
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a Lipídios
Os lipídios, pelo fato de serem moléculas hidrolóbk as, pie< i-.riii solmi soluhi
lização para circular no meio aquoso plasmático. I m i’“.imes d< lalioi.ilório, r
perfil lipídico pode ser definido pelas deleimin<i(,ões I >io<p ifirm as do < < >h •
rol total, do colesterol ligado >10 III )| e ao I Dl e dos Innin < i f< h< >s (lal >• d.i -l i
Embora tenha funções orgânicas essenciais, como sei um leagriile dt
partida para a biossíntese de vários hormônios (coiiisol, ald>■ -.i<-i««i 1.1, l< •.!<>•.
terona, progesterona, estradiol), dos sais blhaies <■ da vitamina D, o . ole .h io
representa um dos fatores de rise o mar. important'paia o d, ■ s.-nvi «Ivli 11< i il<
de doenças cardiovasculares, quando em oxc o, Oc.oiie qur i subst.lii
cia é transportada por lipoproteínas printipalnienl'' dr b.n-a . d. alta deu
sidade. As lipoproteínas de baixa densidade (I Dl) levam o n >hh >1 paia .
circulação e permitem que ele se deposite nas ailénas ......... ...n> < < min•
cidas como colesterol ruim. I sse acúmulo loima priigt r.as pl. >. a . d> udm.
que, com o tempo, podem ser precursoras de uma ol>sinn,.to do limo .an
guíneo nas artérias do coração e do céiebro, dando ongun, u j.. . hvamimle,
ao infarto do miocárdio e ao acidente vasculai em el/ilit 11
As lipoproteínas de alta densidade (I IDI), ao < onii.iiio, i<m um <d»<il<
protetor sobre a saúde cardiovascular, pois participam do ii.ni-.p<>ii< mvoisi
do colesterol, retirando o acúmulo presente nos vasos sanpijllicos o ledr.in
buindo para os tecidos.
Tabela 4.3 Valores laboratoriais de referência para avall<u,.n> < |... Il| m ||. >
Lipídios/Frações lipídicas Valorai d* rafarftiu l«t
Lipídios totais 400 a 800m(j/<ll
Colesterol total ■ Ótimo: <200in<j/(ll
■ Limítrofe: 200 .i > romg/dl
■ Alto: 2:240mcj/(ll
HDL ■ Baixo: <40m<j/dl
■ Alto: >60mg/dl
48
Lipídios/Fraçôes lipídicas Valores de referência
LDL ■ Ótimo: <100mg/dL
■ Desejável: 100 a 129mg/dL
■ Limítrofe: 130 a 159mg/dL
■ Alto: 160 a 189mg/dL
■ Muito alto: >190mg/dL
Triglicerídios ■ Ótimo: <150mg/dL
■ Limítrofe: 150 a 199mg/dL
■ Alto: 200 a 499mg/dL
■ Muito alto: >500mg/dL
Apolipoproteína Al (homens) 115 a 190mg/dL
Apolipoproteína Al (mulheres) 115a 220mg/dL
Apolipoproteína Ali 0,21 a O,53g/L
Apolipoproteína B (homens) 70 a 160mg/dL
Apolipoproteína B (mulheres) 60 a 150mg/dL
Lipoproteína A Até 30mg/dL
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Minerais _
Os minerais constituem uma grande classe de micronutrientes, sendo em sua
maioria considerados essenciais. São tradicionalmente divididos em macromi-
nerais (elementos de volume) e microminerais (elementos-traço) [Tabela 4.4],
Tabela 4.4 Valores laboratoriais de referência para avaliação dos principais
minerais solicitados na prática clínica
Minerais Valores de referência
Cálcio total 8,8 a 10,2mg/dL
Cálcio ionizado 4 a 5,6mg/dL
Cloro 95 a 106mEq/L
Cobre (homens) 70 a 140pg/dL
Cobre (mulheres) 85a155pg/dL
Fósforo 2,4 a 4,6mg/dL
(Continua) I qg
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a Tabela 4.4 Valores laboratoriais de referência para avaliação dos principais
minerais solicitados na prática clínica (continuação)
Minerais Valores de referência
Ferro (homens) 60 a 160pg/dL
Ferro (mulheres) 30 a 150pg/dL
Magnésio 1,8 a 2,3mg/dL
Manganês 0,40a0,85mg/mL
Potássio 2,7 a 4,5mEq/L
Selênio 46 a 143pg/L
Sódio 135a145mEq/L
Zinco 70 a 150pg/dL
Função he pá ti ca
Os testes da função hepática, que incluem dosagens das enzimas hepátuas,
consistem em diversas avaliações bioquímicas laboratoriais realizadas paia loi
necer informações sobre o estado funcional do fígado de um paciente (labela
4.5). As hepatopatias provocam alterações no metabolismo de macronutiien
tes e micronutrientes, afetando o equilíbrio dos processos anabólicos e catabó
licos do organismo. A adequada assistência nutricional do paciente hepatopata
requer compreensão e monitoração de vários exames laboratoriais, não apenas
daqueles que mostram alterações da função ou lesão hepáticas, mas lambúni
daqueles que funcionam como marcadores virais e de inflamação, avaliam
resistência à insulina, além dos índices prognósticos compostos.
Tabela 4.5 Valores laboratoriais de referência para os principais marcadores do
avaliação da função hepática
Marcados da função hepática Valores de referência
Amônia 10 a 42pg/dL
Bilirrubina total Até 1,2mg/dL
Bilirrubina direta Até 0,4mg/dL
Bilirrubina indireta Até 0,8mg/dL
Desidrogenase 180a460UI/L
50
Marcados da função hepática Valores de referência
Fosfatase alcalina 40 a 130UI/L
Gamaglutamil transferase (GGT) 9a85UI/L
AST (TGO) 8 a 33UI/L
ALT (TGP) 4 a 36UI/L
Atividade de protrombina (TP) 70%a 100%
Funçãoj^nal
Os parâmetros laboratoriais para avaliação da função renal constituem uma
das etapas da avaliação da capacidade funcional dos rins (Tabela 4.6). A iden
tificação precoce de distúrbios renais por meio de marcadores laboratoriais
possibilita uma intervenção adequada com o objetivo de retardar a progressão da disfunção e impedir o aparecimento de complicações da uremia, o
que inclui deterioração do estado nutricional.
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Tabela 4.6 Valores laboratoriais de referência para os principais exames
bioquímicos utilizados para avaliação da função renal
Marcadores da função renal Valores de referência
Creatinina (homens) 0,7 a 1,3mg/dL
Creatinina (mulheres) 0,6 a 1,1m.g/dL
Nitrogênio ureico 7 a 21mg/dL
Ureia (adultos) 10 a 40mg/dL
Bibliografia consujtada
Calixto-Lima L, Reis NT. Interpretação de exames laboratoriais aplicados à nutrição clínica. 1. ed.
Rio de Janeiro: Rubio; 2012.
Cuppari L. Nutrição clínica do adulto. 2. ed. Barueri: Manole; 2010.
Waitzberg DL. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica. 4. ed. São Paulo: Atheneu;
2009.
Interaçao Farmaco-Nutnentes
Karine Pereira | Ana Paula Freitas Quintanilha Cardoso
Larissa Calixto-Lima | Nelzir Trindade Reis
Interação fármaco-nutriente
Nutrientes podem interagir com fármacos, levando a consequências indese
jáveis em termos do aproveitamento de ambos. O resultado pode ser redu
ção ou exacerbação do efeito terapêutico do fármaco, que, por sua vez, pode
modificar a bioutilização do nutriente, com implicações clínicas na eficácia
terapêutica do fármaco e no estado nutricional. O fenômeno de interação
pode ocorrer durante a ingestão do alimento, na absorção da droga ou do
nutriente, durante a distribuição e armazenamento nos tecidos, no processo
de biotransformação ou mesmo durante a excreção (Moura, 2002).
A Tabela 5.1 mostra as interações nutricionais relacionadas aos principais
fármacos utilizados na clínica médica e/ou especializada.
Tabela 5.1 Interação fármaco-nutriente relativo aos principais
medicamentos utilizados na prática clínica
Hipoglicemiantes orais
Fármaco Efeito do fármaco sobre o alimento ou nutriente, ou vice-versa
Acarbose Acarbose diminui absorção dos carboidratos da dieta
Dieta:
■ Ingerir acarbose durante as refeições
Clorpropamida Fármaco diminui a absorção de ferro e vitamina B12
Dieta:
■ Ingerir clopropamida 30min antes da primeira refeição do dia
■ É importante garantir uma alimentação adequada após
utilização da medicação
Glibenclamida Alimentos afetam absorção do fármaco, mas pico plasmático da
droga não é afetado
Dieta:
■ Ingerir glibenclamida 30min antes da primeira refeição do dia
■ É importante garantir uma alimentação adequada após
utilização da medicação
(Continua)
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a Tabela 5.1 Interação fármaco-nutriente relativo aos principais
medicamentos utilizados na prática clínica (continuai,.10)
Hipoglicemiantes orais
Fármaco Efeito do fármaco sobre 0 alimento ou nutdunto, ou vl<o v««mi
Gliclazida MR Alimentos afetam absorção do Mrm.u <1, m.r. pl< <• pla .mãlh <, d.i
droga não é afetado
Dieta:
■ Ingerir gliclazida MR 30mln <tiii<■•• da ।>1 li 1 >>-n. 1 n.i> > d< । dl.i
■ É importante garantir uma iillmeiibu.ao .idrqu.id.i .ip> >■.
utilização da medicação
Glimepirida Alimentos afetam absorção do lámi.u 0, m.r. pico plrr.m.HI< <1 d.i
droga não é afetado
Dieta:
■ Ingerir glimepirida iOmln antes da pilmolta irlulção ilodla
■ É importante garantir uma alImiMil.ição adequada api’is
utilização da medicação
Glipizida Alimentos afetam absorção do lãim.K 0, m.r. pito plrr.mãllt 0 da
droga não é afetado
Dieta:
■ Ingerir glipizidína 30mln antes da primeira irh-lção do dia
■ É importante garantir uma alimentação adequada após
utilização da medicação
Metformina Fármaco diminui a absorção de glicose (em pequena quanlidai h 1
Fármaco diminui neoglicogênese hepática rapidamente após
absorvido
Alimentos aumentam absorção do fármaco
Dieta:
■ Ingerir metformina durante as principais refeições.
■ Goma guar diminui a absorção do fármaco. Consumi-la 6h
após a ingestão da medicação
Nateglinida Alimentos diminuem biodisponibilidade do fármaco
Dieta:
■ Ingerir nateglinida com estômago vazio, 1 h antes ou 2h
depois da refeição
56
(Continua)
Doenças cardiovasculares/diuréticos
Fármaco Efeito do fármaco sobre o alimento ou nutriente, ou vice-versa
Amilorida 0 cálcio presente na alimentação interage com o fármaco,
reduzindo a absorção do mineral
Alimentos aumentam biodisponibilidade do fármaco
Dieta:
■ Ingerir amilorida com alimentos não lácteos
Captopril Alimentos diminuem absorção do fármaco. Captopril provoca
retenção de potássio
Dieta:
■ Ingerir captopril com estômago vazio, 1 h antes ou 2h depois
da refeição, ou com alimentos pobres em fibras
■ Pode ser necessária a diminuição do consumo de alimentos
ricos em potássio
■ Assegurar adequada ingestão hídrica (2 a 3L/dia)
Carvedilol Nutrientes não afetam absorção
Dieta:
■ Pode ser tomado juntamente com uma refeição para diminuir
o desconforto gastrintestinal e evitar queda de pressão ao se
levantar
■ Recomenda-se diminuição da ingestão de alimentos ricos em
cálcio e sódio durante o uso do fármaco
Digoxina As fibras presentes na alimentação interagem com a o fármaco,
reduzindo sua absorção
Dieta:
■ Ingerir digoxina com estômago vazio, 1 h antes ou 2h depois
da refeição, ou com alimentos pobres em fibras
■ Evitar a utilização com produtos a base de plantas (aloe e
espinheiro), durante o uso do fármaco
■ Suplementos de Mg, Ca, Fe e Zn, polivitamínicos contendo
minerais ou antiácidos contendo Al e Mg podem diminuir
absorção do fármaco: tomar separadamente, a um intervalo
mínimo de 2h
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a Tabela 5.1 Interação fármaco-nutriente relativo aos principais
medicamentos utilizados na prática clínica (continuação)
Doenças cardiovasculares/diuréticos
Fármaco Efeito do fármaco sobre o alimento ou nutriente, ou vice versa
Espironolactona Fármaco provoca retenção de potássio
Dieta:
■ Pode ser tomada juntamente com uma refeição para diminuir
desconforto Gl
■ Evitar tomar espironolactona com refrigerantes, bebidas
cítricas, chás e café
■ Pode ser necessária a diminuição do consumo de alimentos
ricos em potássio
Furosemida Fármaco provoca retenção de potássio
Dieta:
■ Pode ser tomado juntamente com uma refeição para diminuir
desconforto gastrintestinal
■ Evitar tomar furosemida com refrigerantes, bebidas cítricas,
chás e café
■ Pode ser necessária a diminuição do consumo de alimentos
ricos em potássio
Hidroclortiazida Alimentos diminuem biodisponibilidade do fármaco
Dieta:
■ Ingerir hidroclorotiazida com estômago vazio, 1 h antes ou 2h
depois da refeição
Nifedipino Alimentos aumentam biodisponibilidade do fármaco
Dieta:
■ Ingerir nifedipino durante as principais refeições
■ Evitar o consumo de gengibre, ginco, ginseng e alcaçuz,
durante a utilização do fármaco
Propranolol Alimentos proteicos aumentam biodisponibilidade do fármaco
Dieta:
■ Ingerir propranolol durante as principais refeições
■ Evitar o consumo de alcaçuz, durante a utilização do fármaco
58
(Continua)
Hipolipemiantes
Fármaco Efeito do fármaco sobre o alimento ou nutriente, ou vice-versa
Ácido nicotínico Refeições hiperlipídicas diminuem biodisponibilidade do
fármaco
Dieta:
■ Ingerir ácido nicotínico com alimentos pobres em gordura
para aumentar biodisponibilidade e diminuir desconforto
gastrintestinal
■ Ingerir fenofibrato preferencialmente durante a última
refeição do dia
■ Não ingerir com líquidos quentes e comidas picantes: pode
aumentar prurido
Atorvastatina Nutrientes não afetam absorção: tomar sem considerar
alimentação
Dieta:
■ Evitar o uso de erva-de-são-joão
■ Toranja (grapefruit) diminui biodisponibilidade de atorvastina
Colestiramina Refeições hiperlipídicas diminuem biodisponibilidade do
fármaco
Fármaco diminui absorção de cálcio, ferro, zinco, magnésio,
betacaroteno, folato e vitaminas lipossolúveis
Dieta:
■ Ingerir colestiramina com estômago vazio, 1 h antes ou 2h
depois da refeição
■ Durante utilização do fármaco, aumentar consumo de fibras
■ Para uso prolongado, recomenda-se a suplementação de
vitaminaslipossolúveis e folato
■ Assegurar adequada Ingestão hídrica (2 a 3L/dia)
Fenofibrato Refeições hiperlipídicas diminuem biodisponibilidade do
fármaco
Dieta:
■ Ingerir fenofibrato com alimentos pobres em gordura
para aumentar biodisponibilidade e diminuir desconforto
gastrintestinal
■ Ingerir fenofibrato preferencialmente durante a última
refeição do dia
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Tabela 5.1 Interação fármaco-nutriente relativo aos principais
medicamentos utilizados na prática clínica (continuação)
Hipolipemiantes
Fármaco Efeito do fármaco sobre o alimento ou nutriente, ou vice versa
Pravastatina Nutrientes não afetam absorção: tomar sem considerar
alimentação
Dieta:
■ Não consumir com altas doses de niacina (vitamina B,), pois
pode provocar miopatia
Sinvastatina Alimentos aumentam a biodisponibilidade do fármaco
Dieta:
■ Ingerir sinvastatina durante as principais refeições
■ Evitar ouso de erva-de-são-joão
■ Toranja (grapefruit) diminui biodisponibilidade de sinvastatina
Trato gastrintestinal
Fármaco Efeito do fármaco sobre o alimento ou nutriente, ou vice-versa
Omeprazol Fármaco diminui a absorção de ferro e vitamina B)2
Dieta:
■ Ingerir omeprazol com estômago vazio, anteriormente ao
desjejum, juntamente com sucos ácidos ou de maçã
■ Evitar o uso de erva-de-são-joão
■ Evitar ginkgo
Ranitidina Fármaco diminui a absorção de vitamina B12
Dieta:
■ Ingerir ranitidina com estômago vazio, 1 h antes ou 2h depois
da refeição, ou durante pequenos lanches
■ Limitar o consumo de cafeína e xantinas
■ Suplementos de Mg, Fe, Al e folato, polivitamínicos contendo
minerais ou antiácidos contendo Al e Mg podem diminuir
absorção do fármaco: tomar separadamente com intervalo
mínimo de 2h
------- - ------ — - - — ■ - ■■ ----- -
Analgésicos
Fármaco Efeito do fármaco sobre o alimento ou nutriente, ou vice-versa
Ácido
acetilsalicílico
Nutrientes não afetam absorção
Dieta:
■ Pode ser tomado juntamente com uma refeição para diminuir
desconforto gastrintestinal
■ Assegurar uma adequada ingestão hídrica
■ Limitar cafeína para diminuir os efeitos gastrintestinais
■ Evitar ou limitar os produtos naturais que afetam a coagulação
(p. ex.: alho, gengibre, gingko, gingsen, castanha)
Codeína Nutrientes não afetam absorção: tomar sem considerar
alimentação
Dieta:
■ Pode ser tomado juntamente com uma refeição para diminuir
desconforto gastrintestinal
Observação:
■ Evitar bebida alcoólica durante utilização do fármaco
Corticosteroides Nutrientes não afetam absorção
Dieta:
■ Podem ser tomados juntamente com uma refeição para
diminuir desconforto gastrintestinal
■ Evitar uso de cafeína para diminuir os efeitos gastrintestinais
■ Recomenda-se uma dieta pobre em sódio e rica em vitamina
D, cálcio e proteína durante utilização do fármaco
■ Para uso prolongado, recomenda-se a suplementação das
vitaminas A e C e dos minerais potássio e fósforo
Diclofenaco Nutrientes não afetam absorção
Dieta:
■ Pode ser tomado juntamente com uma refeição para diminuir
desconforto gastrintestinal
■ Evitar ou limitar os produtos naturais que afetam a coagulação
(p. ex.: alho, gengibre, gingko, gingsen, castanha) durante a
utilização do fármaco
■ Limitar cafeína para diminuir os efeitos gastrintestinais
■ Deve-se evitar a utilização comcomitante de suplementos de
K, pois aumentam o risco de irritação gastrintestinal
(Continua)
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a Tabela 5.1 Interação fármaco-nutriente relativo aos principais
medicamentos utilizados na prática clínica (continuação)
Analgésicos MM
Fármaco Efeito do fármaco sobre o alimento ou nutriente, ou vice-versa
Metadona Refeições ricas em gordura aumentam consideravelmente a
absorção do fármaco
Dieta:
■ Ingerir metadona com alimentos gordurosos ou leite integral
Observação:
■ Evitar bebida alcoólica durante utilização do fármaco
Morfina Nutrientes não afetam absorção: tomar sem considerar
alimentação
Dieta:
■ Pode ser tomado juntamente com uma refeição para diminuir
desconforto gastrintestinal
■ Assegurar adequada ingestão hídrica (2 a 3L/dia)
Observação:
■ Evitar bebida alcoólica durante utilização do fármaco
Paracetamol Refeições hiperglicídicas e que contenham pectina diminuem
biodisponibilidade do fármaco
Dieta:
■ Ingerir paracetamol com estômago vazio, 1 h antes ou 2h
depois da refeição, ou com alimentos pobres em carboidrato
e pectina
■ A utilização do fármaco com alimento quentes produz sabor
amargo
Tramadol Nutrientes não afetam absorção: tomar sem considerar
alimentação
Observação:
■ Evitar bebida alcoólica durante utilização do fármaco
62
(Continua)
Laxantes
Fármaco Efeito do fármaco sobre o alimento ou nutriente, ou vice-versa
Bisacodil Alimentos diminuem biodisponibilidade do fármaco
Dieta:
■ Ingerir bisacodil com estômago vazio, 1 h antes ou 2h depois
da refeição, ou durante pequenos lanches (sucos)
■ Consumir leite e derivados 1 h depois da administração do
fármaco
■ Engolir o comprimido inteiro, não triturar
■ Suplementos de Mg e Ca e polivitamínicos contendo minerais
podem diminuir absorção do fármaco: tomar separadamente
com intervalo mínimo de 2h
Lactulose Fármaco aumenta a absorção de cálcio e magnésio
Dieta:
■ Ingerir lactulose com produtos lácteos, suco, água ou com
alimentos doces para melhorar o sabor
■ Não há necessidade de restringir lactose e galactose na dieta
Óleo mineral Fármaco diminui a biodisponibilidade de cálcio, fósforo, potássio
e vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K)
Dieta:
Ingerir óleo mineral juntamente com alimentos pobres nos
nutrientes supracitados
Não consumir próximo a hora de dormir
Antifúngicos
Fármaco Efeito do fármaco sobre o alimento ou nutriente, ou vice-versa
Fluconazol Nutrientes não afetam absorção: tomar sem considerar
alimentação
Dieta:
■ Pode ser tomado juntamente com uma refeição para diminuir
desconforto gastrintestinal
Griseofulvina Refeições ricas em gordura aumentam consideravelmente a
absorção do fármaco
Dieta:
■ Ingerir griseofulvina com alimentos gordurosos ou leite
integral
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a Tabela 5.1 Interação fármaco-nutriente relativo aos principais
medicamentos utilizados na prática clínica (continuação)
Antifúngicos
Fármaco Efeito do fármaco sobre o alimento ou nutriente, ou vice-versa
Itraconazol Alimentos aumentam biodisponibilidade do fármaco em forma
de solução e aumentam biodisponibilidade do fármaco em
forma de cápsula
Dieta:
■ Itraconazol solução: tomar com estômago vazio, pelo menos
1h antes da refeição
■ Itraconazol cápsula: tomar com refeição completa para
aumentar absorção
■ Refrigerante a base de cola aumenta absorção de itraconazol
cápsula
■ Suplementos de Mg e Ca, polivitamínicos contendo minerais
ou antiácidos contendo Mg podem diminuir absorção do
fármaco (solução e cápsula): tomar separadamente com
intervalo mínimo de 2h
Voricorazol Alimentos diminuem biodisponibilidade do fármaco
Dieta:
■ Ingerir voriconazol com estômago vazio, 1 h antes ou 2h
depois da refeição
Antivirais
Fármaco Efeito do fármaco sobre o alimento ou nutriente, ou vice-versa
Aciclovir Nutrientes não afetam absorção: tomar sem considerar
alimentação
Dieta:
■ Pode ser tomado juntamente com uma refeição para diminuir
desconforto gastrintestinal
■ Assegurar adequada ingestão hídrica (2 a 3L/dia)
Fosca met Nutrientes não afetam absorção: tomar sem considerar
alimentação
Dieta:
■ Assegurar adequada ingestão hídrica (2 a 3L/dia)
Ganciclovir Refeições ricas em gordura aumentam consideravelmente a
absorção do fármaco
Dieta:
■ Ingerir ganciclovir com alimentos gordurosos ou leite integral
■ Assegurar adequada ingestão hídrica (2 a 3L/dia)
Osetalmivir Nutrientes não afetam absorção: tomar sem considerar alimentação
Dieta:
■ Pode ser tomado juntamente com uma refeição para diminuir
desconforto gastrintestinal
Rlbavirina Refeições ricas em gordura aumentamconsideravelmente a
absorção do fármaco
Dieta:
■ Ingerir ribavirina com alimentos gordurosos ou leite integral
■ Tomar antiácido com intervalo de pelo menos 1 h
■ É excretado pelo leite humano: não usar na lactação
Valaciclovir Nutrientes não afetam absorção: tomar sem considerar
alimentação
Dieta:
■ Assegurar adequada ingestão hídrica (2 a 3L/dia)
Antirretrovirais
Fármaco Efeito do fármaco sobre o alimento ou nutriente, ou vice-versa
Abacavir Nutrientes não afetam absorção: tomar sem considerar
alimentação
Dieta:
■ Pode ser tomado juntamente com uma refeição para diminuir
desconforto gastrintestinal
Observação:
■ Evitar bebida alcoólica durante utilização do fármaco
Amprenavir Refeições hiperlipídicas diminuem biodisponibilidade do
fármaco
Dieta:
■ Ingerir amprenavir com estômago vazio, 1 h antes ou 2h
depois da refeição, ou com alimentos pobres em gordura
■ Evitar o uso de erva-de-são-joão
■ Evitar suplemento de vitamina E
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a Tabela 5.1 Interação fármaco-nutriente relativo aos principais
medicamentos utilizados na prática clínica (continuação)
Antirretrovirais
Fármaco Efeito do fármaco sobre o alimento ou nutriente, ou vice-versa
Didanosina Refeições hiperlipídica diminuem biodisponibilidade do fármaco
Dieta:
■ Ingerir didanosina com estômago vazio, 1 h antes ou 2h
depois da refeição, ou com alimentos pobres em gordura
■ Não engolir o comprimido inteiro Mastigar ou triturar e
misturar com água Não misturar com líquidos ácidos
■ Suplementos de Mg, polivitamínicos contendo minerais ou
antiácidos contendo Al e Mg podem diminuir absorção do
fármaco: tomar separadamente com intervalo mínimo de 2h
Observação:
■ Evitar bebida alcoólica durante utilização do fármaco
Efavirenz Alimentos aumentam efeitos adversos relacionados ao fármaco
Dieta:
■ Ingerir efavirenz sem alimentos, preferencialmente antes de
dormir
■ Evitar o uso de erva-de-são-joão
Observação:
■ Evitar bebida alcoólica durante utilização do fármaco
Indinavir Proteínas, carboidratos e gorduras diminuem a
biodisponibilidade do fármaco
Dieta:
■ Ingerir indinavir com estômago vazio, 1 h antes ou 2h depois
da refeição, ou com alimentos leves tais como sucos, café com
leite desnatado
■ Assegurar adequada ingestão hídrica (2 a 3L/dia)
■ Toranja (grapefruit) diminui biodisponibilidade de indinavir
em 27%, valor não considerado clinicamente significante
Lamivudina Nutrientes não afetam absorção: tomar sem considerar
alimentação
Dieta:
■ Assegurar adequada ingestão hídrica (2 a 3L/dia)
l.oplnavir Alimentos aumentam biodisponibilidade do fármaco em forma
de cápsula ou solução
Dieta:
■ Lopinavir em forma de cápsula ou solução: deve ser
tomado com alimento
■ Lopinar em forma de comprimido: tomar sem considerar
alimentação
■ Pacientes em tratamento com liponavir (cápsula, solução ou
comprimido) não devem consumir quantidades excessivas de
alimentos e bebidas contendo tiramina (abacate, alimentos
de soja, anchova, carnes curadas, chocolate, feijão, framboesa,
iogurte, levedura de cerveja, queijos envelhecidos, mortadela,
presunto, suplemento proteico em pó ou diluído, vinhos), pois
o fármaco aumenta a resposta pressórica desta monoamina
Ritonavir Alimentos aumentam biodisponibilidade do fármaco em forma
de cápsula ou solução
Dieta:
■ Ritonavir em forma de cápsula ou solução: deve ser tomado
com alimento
■ Ritonavir em forma de comprimido: tomar sem considerar
alimentação
■ Não misturar a solução com leite achocolatado ou
suplementos nutricionais
■ Evitar o uso de erva-de-são-joão
■ Alho diminui biodisponibilidade de ritonavir em 17%, valor
não considerado clinicamente significante
Observação:
■ Evitar bebida alcoólica durante utilização do fármaco
Saquinavir Alimentos diminuem biodisponibilidade do fármaco
Dieta:
■ Tomar 2h após refeição rica em calorias e gordura
■ Vários componentes do suco de toranja (grapefruit)
demonstraram interferir no metabolismo de saquinavir em
estudos in vitro
■ Evitar o uso de erva-de-são-joão
Observação:
■ Evitar bebida alcoólica durante utilização do fármaco
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a Tabela 5.1 Interação fármaco-nutriente relativo aos principais
medicamentos utilizados na prática clínica (continuação)
Antirretrovirais
Fármaco Efeito do fármaco sobre o alimento ou nutriente, ou vice-versa
Tenofovir Refeições ricas em gordura aumentam consideravelmente a
absorção do fármaco
Dieta:
■ Ingerir tenofovir com alimentos gordurosos ou leite integral
Zalcitabina Alimentos diminuem absorção e concentração plasmática do
fármaco, além de prolongar o tempo necessário para o fármaco
atingir concentração máxima
Dieta:
■ Ingerir zalcitabina com estômago vazio, 1 h antes ou 2h depois
da refeição
■ Para uso prolongado, recomenda-se a suplementação de
zinco e cobre
Observação:
■ Evitar bebida alcoólica durante utilização do fármaco
Antiparasitários
Fármaco Efeito do fármaco sobre o alimento ou nutriente, ou vice-versa
Albendazol Refeições ricas em gordura aumentam consideravelmente a
absorção do fármaco
Dieta:
■ Ingerir albendazol com alimentos gordurosos ou leite integral
■ Suco de toranja (grapefruit) aumenta níveis plasmáticos do
fármaco
Atovaquona Alimentos aumentam a biodisponibilidade do fármaco. Refeições
ricas em gordura aumentam consideravelmente a absorção do
fármaco na forma de comprimido
Dieta:
■ Atovaquona na forma de comprimido: ingerir com
alimentos gordurosos ou leite integral
■ Atovaquona na forma de suspensão: deve ser tomado com
alimentos
68
Ivermectina Refeições ricas em gordura aumentam consideravelmente a
absorção do fármaco
Dieta:
■ Ingerir ivermectina com refeições gordurosas ou leite integral
Levamisol Nutrientes não afetam absorção: tomar sem considerar alimentação
Dieta:
■ Assegurar adequada ingestão hídrica (2 a 3L/dia)
Observação:
■ Evitar bebida alcoólica durante utilização do fármaco
Lumefantrina Refeições ricas em gordura aumentam consideravelmente a
absorção do fármaco
Dieta:
■ Ingerir lumefantrina com refeições gordurosas ou leite
integral
Metronidazol Nutrientes não afetam absorção.
Dieta:
■ Pode ser tomado juntamente com uma refeição para diminuir
desconforto gastrintestinal
■ Fármaco diminui absorção de B]2
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Bibliografia consultada
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Necessidades e Recomendações
de Energia e Nutrientes
Larissa Calixto-Lima | Lilian Mika Horie
Michelle Grillo Barone | Maria Cristina Gonzalez
Necessidades hídricas
As necessidades hídricas podem ser calculadas de duas maneiras: 25 a 40mL
de água para cada quilograma de peso corporal ao dia (Tabela 6.1) ou 1 mL de
água para cada quilocaloria oferecida na dieta. As prescrições variam de 1,5 a
3L e podem exceder a esse valor em situações clínicas específicas, como as
observadas em pacientes em terapia intensiva.
Tabela 6.1 Necessidades hídricas em 24h
Fonte: adaptada de Waitzberg, 2009.
Faixa etária Recomendação
Jovem ativo 40mL/kg/dia
Adulto (18 a 55 anos) 35mL/kg/dia
Idosos até 75 anos 30mL/kg/dia
Idosos >75 anos 25mL/kg/dia
Necessidades energéticas
As necessidades energéticas de um indivíduo podem ser obtidas por meio
de medidas diretas e indiretas (calorimetria), ou calculadas por meio de fór
mulas e tabelas que as estimam por correlação de parâmetros previamente
conhecidos. Na prática clínica, o segundo método é o mais empregado, em
razão do alto custo da realização das medidas calorimétricas.
Determinação do gasto energético
As atividades realizadas pelo ser humano, sejam voluntárias (como o trabalho
mecânico muscular) ou involuntárias (como a síntese de substâncias corpó-
reas para o crescimento e a manutenção do organismo), ocorrem mediante
utilização de energia.
O gasto energético total (GET) é constituído de diversos componentes,
entre os quais destaca-se a taxa metabólica basal (TMB), responsável por
60% a 70% do GET de pessoas saudáveis. A TMB consiste na energia gasta
por um indivíduo para manter o funcionamento normal do seu organismo,
como respiração, circulação sanguínea, conservação da temperatura corpó
rea, entre outras funções.
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a Existem diversas fórmulas disponíveis e validadas para a determinação
da TMB, sendo as de uso mais frequente a equação de Harris H Bennet lit I
(1919) (Tabela 6.2) e a equação proposta pela Organização Mundial de S.iii
de (OMS) (Tabela 6.3). Ambas avaliam a TMB levando em consideiaç.lo o
gênero, o peso corporal, a altura e a idade.
Tabela 6.2 Equações para cálculo da taxa metabólica basal proposta poi
Harris & Benedict
Fonte: adaptada de Harris & Bennedict, 1919.
Gênero Equações
Homens TMB = 66,5 + [13,8 x peso(kg)] + [5,0 x altura(cm)) [6,8 - Idade (anut.)|
Mulheres TMB = 665,1 + [9,6 x peso(kg)] + [1,9 x altura(cm)] - [4,7 Idade (ano'.))
Tabela 6.3 Equações para cálculo da taxa metabólica basal proposta pela
Organização Mundial de Saúde (OMS)
Fonte: adaptada de FAO/OMS, 1985.
Gênero Faixa etária
—
TMB (kcal/din)
Homens <18anos 310,2 + 63,3(kg) 0,263(kt|’)
18 a 30 anos (15,4 x peso) + (27 x altura) i 71/
31 a 60 anos (11,3 x peso) + (16 x altura) I 901
>60 anos (8,8 x peso) + (1,128 x altura) 10/1
Mulheres <18 anos 263,4 + 65,3(kg2) 0,454(k<j)
18 a 30 anos (13,3 x peso) + (334 x altura) i t'>
31 a 60 anos (8,7 x peso) - (255 x altura) l 865
>60 anos (9,2 x peso) + (637 x altura) to.’
Considerando que a demanda energética sofre a influência do vátios Li
tores - prática de exercício físico, efeito térmico dos alimentos, lemperiiluia
corporal, uso de fármacos sedativos e demanda metabólica determinada poi
situações como crescimento, gestação, lactação e condições do estiesse ,
Long e cols. (1979) propuseram um ajuste adicional para obtenção do (d I
por meio da multiplicação da TMB pelo fator atividade (FA) e pelo latoi lesão
(FL). Posteriormente, o fator térmico (FT) foi acrescentado à equação. Assim:
GET = TMB X FA x FL x FT
Os valores propostos para FA, FL e FT podem ser vistos nas Tabelas 6.4
a 6.6.
Tabela 6.4 índices de coeficiente de atividade física (fator atividade)
Fonte: adaptada de FAO/OMS, 1985.
Idade/Gênero Leve Moderada Intensa
<18 anos 1,53 1,76 2,25
Homens 1,55 1,78 2,10
Mulheres 1,56 1,64 1,82
Tabela 6.5 Fatores para se estimarem as necessidades energéticas diárias de
indivíduos hospitalizados, de acordo com o fator lesão
SIRS: síndrome da resposta inflamatória sistêmica.
Fonte: adaptada de Williams & Cintra, 2003; Diener et al., 2001; Freitas & Sipaúba, 2006.
Condição clínica Fator lesão
Cirurgias pequenas (eletivas) 1,1 a 1,2
Cirurgia de grande porte 1,2 a 1,5
Desnutrição leve 1,2
Desnutrição grave 1,5
Fratura simples 1,2
Infecção leve 1,2
Infecção moderada 1,4
Infecção grave 1,6
Pancreatite 1,3 a 1,6
Peritonite 1,2 a 1,5
Pós-operatório de câncer 1,1 a 1,4
Pós-operatório de cirurgia geral 1,0a 1,5
Sepse 1,2 a 1,5
SIRS 1,5a 1,7
Transplante de fígado 1,2a 1,5
Transplante de medula óssea 1,2 a 1,3
Traumatismo 1,1 a 1,8
Várias fraturas 1,2 a 1,35
Ne
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a Tabela 6.6 índices de coeficiente de fator térmico
Fator térmico (FT)
■ 38°C = 1,1
■ 39°C=1,2
■ 40°C = 1,3
■ 41°C = 1,4
Fonte: adaptada de Avesani et al., 2005.
Para o cálculo da TMB de paciente obesos, é necessário corrigir o peso
corporal a partir da equação proposta por Wilkens (1984):
Peso corrigido = (Peso ideal - Peso atual) x 0,25 + Peso atual
O cálculo do peso ideal baseia-se na utilização do IMC médio desejável,
tomando-se como padrão para homens o valor de 22kg/altura2(m) e, para
mulheres, o valor de 20,8kg/altura2(m), conforme a equação apresentada:
Peso ideal(kg) = IMC desejado x Altura2(m)
O GET pode ser obtido também por meio de equações simplificadas
(fórmulas de bolso) que consideram apenas o peso corporal (Tabela 6.7).
Tabela 6.7 Determinação do gasto energético total por meio de equações
simplificadas
Fonte: adaptada de Singer, 2009; Waitzberg, 2009; Sobotka, 2008.
Determinante energético Kcal/kg/dia
Perda de peso 20 a 25
Manutenção do peso 25 a 30
....____________________ i
Ganho de peso 30 a 35
Paciente grave (fase aguda inicial) 20 a 25
Paciente grave (fase de recuperação) 25 a 30
Paraplegia 28
Quadriplegia 23
76
Necessidade proteicas ______
Um adequado aporte proteico diário (Tabela 6.8) é essencial para síntese de
proteínas endógenas, defesa e recuperação celular, preservação de massa
muscular esquelética e redução do catabolismo proteico para a neoglicogê-
nese.
Tabela 6.8 Necessidades proteicas de indivíduos adultos
Fonte: adaptada de Merrit, 2005.
Condição do paciente kcal/kg/dia
Função renal preservada
Sem estresse 0,8 a 1
Estresse moderado 1,3 a 1,5
Estresse grave 1,5 a 2
Insuficiência renal
Tratamento conservador 0,8 a 1,2
Hemodiálise 1 a 1,4
Diálise peritonial 1,5 a 2,5
Ne
ce
ss
id
ad
es
e
Re
co
m
en
da
çõ
es
de
En
er
gi
a e
N
ut
rie
nt
es
Necessidadescle vitaminas
As vitaminas são compostos orgânicos indispensáveis para a manutenção
do metabolismo normal e para o desempenho de funções fisiológicas
específicas.
Asrecomendações de ingestão de vitaminas lipossolúveis e hidrossolú-
veis para adultos saudáveis encontram-se descritas nas Tabelas 6.9 e 6.10.
À
Nu
tr
içã
o
Cl
ín
ica
no
D
ia
a
Di
a Tabela 6.9 Ingestões dietéticas de referência (DRI, 2002) de vitaminas
lipossolúveis para indivíduos adultos saudáveis
NA: não se aplica; Al: ingestão adequada; RDA: ingestão dietética recomendada.
Fonte: adaptada de Food and Nutrition Board and Institute of Medicine, 2000; 2001; 2011.
Faixa
etária
(anos)
Vitamina A Vitamina D Vitamina E Vitamina K
RDA/AI (pg/dia) RDA/AI (pg/dia) RDA/AI (mg/dia) RDA/AI (pg/dia)
Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem.
9a 13 600 600 15 15 11 11 60 60
14a 18 900 700 20 20 15 15 75 75
19a30 900 700 20 20 15 15 120 90
31 a 50 900 700 20 20 15 15 120 90
51 a 70 900 700 20 20 15 15 120 90
>70 900 700 20 20 15 15 120 90
Gestante
<18 NA 750 NA 15 NA 15 NA 75
19a30 NA 770 NA 15 NA 15 NA 90
31 a 50 NA 770 NA 15 NA 15 NA 90
Lactente
<18 NA 1.200 NA 15 NA 19 NA 75
19a30 NA 1.300 NA 15 NA 19 NA 90
31 a 50 NA 1.300 NA 15 NA 19 NA 90
78
Tabela 6.10 Ingestões dietéticas de referência (DRI, 2002) de vitaminas hidrossolúveis para indivíduos adultos saudáveis
Faixa
etária
(anos)
Vitamina B, Vitamina B2 Vitamina B3 Vitamina B5 Vitamina B6 Vitamina B? Vitamina B9 Vitamina Bn Vitamina C
RDA/AI
(mg/dia)
RDA/AI
(mg/dia)
RDA/AI
(mg/dia)
RDA/AI
(mg/dia)
RDA/AI
(mg/dia)
RDA/AI
(pg/dia)
RDA/AI
(pg/dia)
RDA/AI
(pg/dia)
RDA/AI
(mg/dia)
Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem.
9a 13 0,9 0,9 0,9 0,9 12 12 4 4 1 1 20 20 300 300 1,8 1,8 375 375
14a 18 1,2 1,0 1,3 1 16 14 5 5 1,3 1,2 24 24 400 400 2,4 2,4 550 400
19a30 1,2 1,1 1,3 1,1 16 14 5 5 1,3 1,3 30 30 400 400 2,4 2,4 550 425
31 a 50 1,2 1,1 1,3 1,1 16 14 5 5 1,3 1,3 30 30 400 400 2,4 2,4 550 425
51 a 70 1,2 1,1 1,3 1,1 16 14 5 5 1,7 1,5 30 30 400 400 2,4 2,4 550 425
>70 1,2 1,1 1,3 1,1 16 14 5 5 1,7 1,5 30 30 400 400 2,4 2,4 550 425
Gestante
<18 NA 1,4 NA 1,4 NA 18 NA 6 NA 1,9 NA 30 NA 600 NA 2,6 NA 450
19a30 NA 1,4 NA 1,4 NA 18 NA 6 NA 1,9 NA 30 NA 600 NA 2,6 NA 450
31 a 50 NA 1,4 NA 1,4 NA 18 NA 6 NA 1,9 NA 30 NA 600 NA 2,6 NA 450
Lactente
<18 NA 1,4 NA 1,6 NA 17 NA 7 NA 2 NA 35 NA 500 NA 2,8 NA 550
19a30 NA 1,4 NA 1,6 NA 17 NA 7 NA 2 NA 35 NA 500 NA 2,8 NA 550
31 a 50 NA 1,4 NA 1,6 NA 17 NA 7 NA 2 NA 35 NA 500 NA 2,8 NA 550
NA: não se aplica; Al: ingestão adequada; RDA: ingestão dietética recomendada.
Fonte-, adaptada de Food and Nutrition Board and Institute of Medicine, 2000; 1998.
- 3 - - - - - - - - - ------------ - - —--------------- - _ - _
Necessidades e Recomendações de Energia e Nutrientes
Nu
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ica
no
D
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a
Di
a Necessidades de minerais
Os minerais são substâncias inorgânicas que atuam na forma iônica e n.i
composição de diferentes substâncias. Exercem influência na regulação do
metabolismo enzimático, na manutenção do equilíbrio acidobásico, na lun
ção muscular e na pressão osmótica. Facilitam a transferência de compostos
pelas membranas celulares e a composição dos tecidos orgânicos. Os mine
rais têm funções sinérgicas entre si, visto que o excesso ou a deficiência de
um interfere no metabolismo do outro.
As recomendações de macrominerais e microminerais para adultos sau
dáveis encontram-se descritas nas Tabelas 6.11 e 6.12.
Tabela 6.11 Ingestões dietéticas de referência (DRI, 2002) de macrominerais
para indivíduos adultos saudáveis
NA: não se aplica; Al: ingestão adequada: RDA: ingestão dietética recomendada
Fonte: adaptada de Food and Nutrition Board and Institute of Medicine, 1997; 21) 11
Faixa etá
ria (anos)
Cálcio Fósforo Magnésio
RDA/AI (mg/dia) RDA/AI (mg/dia) rda/ai (mg/dln)
Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fain.
9a 13 1.300 1.300 1.250 1.250 240 240
14a 18 1.300 1.300 1.250 1.250 410 360
19a30 1.000 1.000 700 700 400 310
31 a 50 1.000 1.000 700 700 420 320
51 a 70 1.000 1.200 700 700 420 120
>70 1.200 1.200 700 700 420 320
Gestante ■■
<18 NA 1.300 NA 1.250 NA 400
19a30 NA 1.000 NA 700 NA 3 SO
31 a 50 NA 1.000 NA 700 NA loO
Lactente
<18 NA 1.300 NA 1.250 NA Ini)
19 a 30 NA 1.000 NA 700 NA HO
31 a 50 NA 1.000 NA 700 NA )20
Tabela 6.12 Ingestões dietéticas de referência (DRI, 2002) de microminerais para indivíduos adultos saudáveis
Faixa
etária
(anos)
Ferro Zinco Cobre Selênio Cromo Iodo Molibdênio Manganês Flúor
RDA/AI*
(ma/dia)
RDA/AI* RDA/AI* RDA/AI* RDA/AI* RDA/AI* RDA/AI* RDA/AI* RDA/AI*
(ma/dia) (pg/dia) (pg/dia) (pg/dia) (pg/dia) (iia/dia) (mn/dia) fmn/dia)
Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem.
9a 13 8 8 8 8 700 700 40 40 25 21 120 120 34 34 1,9* 1,6* 2* 2*
14a 18 11 15 11 9 890 890 55 55 35 24 150 150 43 43 2,2* 1,6* 3* 3*
19a30 8 18 11 8 900 900 55 55 35 25 150 150 45 45 2,3* 1,8* 4* 3*
31 a 50 8 18 11 8 900 900 55 55 35 25 150 150 45 45 2,3* 1,8* 4* 3*
51 a 70 8 8 11 8 900 900 55 55 30 20 150 150 45 45 2,3* 1,8* 4* 3*
>70 8 8 11 8 900 900 55 55 30 20 150 150 45 45 2,3* 1,8* 4* 3*
Gestante
<18 NA 27 NA 13 NA 1.000 NA 60 NA 29 NA 220 NA 50 NA 2* NA 3*
19a30 NA 27 NA 11 NA 1.000 NA 60 NA 30 NA 220 NA 50 NA 2* NA 3*
31 a 50 NA 27 NA 11 NA 1.000 NA 60 NA 30 NA 220 NA 50 NA 2* NA 3*
Lactente
<18 NA 10 NA 14 NA 1.300 NA 70 NA 44 NA 290 NA 50 NA 2,6’ NA 3'
19a30 NA 9 NA 12 NA 1.300 NA 70 NA 45 NA 290 NA 50 NA 2,6' NA 3'
31 a 50 NA 9 NA 12 NA 1.300 NA 70 NA 45 NA 290 NA 50 NA 2,6' NA
NA: não se aplica; Al: ingestão adequada; RDA: ingestão dietética recomendada.
Fonte: adaptada de Food and Nutrition Board and Institute of Medicine, 1997; 2000; 2001; 2005.
CO—l
Necessidades e Recomendações de Energia e Nutrientes
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ica
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a Referências
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Wilkens K. Adjustment for obesity. ADA Renal Practice Group News; 1984.
Recomendações Nutricionais
em Situações Específicas
Larissa Calixto-Lima | Maria Cristina Gonzalez
Diabetes melito
O diabetes melito (DM) abrange um grupo heterogêneo de doenças meta
bólicas caracterizadas por hiperglicemia resultante de defeitos na secreção de
insulina e/ou em sua ação.
Orientação dietética para pacientes com diabetes melito
■ Fazer seis refeições diariamente (desjejum, colação, almoço, merenda,
jantar, ceia).
■ Não deixar de fazer nenhuma das refeições ou lanches, principalmente o
lanche noturno.
■ Comer devagar e mastigar bem os alimentos.
■ Evitar açúcar ou qualquer alimento que leve açúcar, chocolate, mel ou
rapadura.
■ Quando necessário, utilizar adoçantes artificiais: sucralose, estévia, acessul-
fame de potássio.
■ Evitar excesso de sal, alimentos enlatados e alimentos em conserva.
■ Preferir alimentos desnatados ou do tipo light.
■ Consumir diariamente alimentos ricos em fibras, como frutas (principal
mente com bagaço) e verduras, aveia, cereais, leguminosas, produtos in
tegrais.
■ Ingerir uma média de 2L de água por dia.
■ Respeitar os horários das refeições.
■ Praticar exercícios físicos regularmente, conforme orientação médica.
■ Evitar o consumo excessivo e concomitante de pão, bolacha, biscoito, fa
rinha de mandioca, Neston®, arrozina, amido de milho, amido de arroz,
batata-inglesa, batata-doce, aipim, inhame.
■ Evitar o consumo de refrigerante comum e bebidas alcoólicas.
■ Evitar alimentos gordurosos, como óleos, manteiga, margarina, coco, cre
me de leite, produtos de confeitaria, carnes e leites gordurosos, molhos. /'
( 85
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a a
Di
a ■ Em relação às frutas, preferir laranja-pera, carambola, limão, melão, goiaba,
caju, laranja-cravo, abacaxi não maduro, pitanga, pera, mamão, maracujá,
acerola, tamarindo. Evitar caqui, uva, sapoti, banana prata, banana maçã,
jaca, fruta-do-conde (pinha), laranja-mimosa.
Ingestão recomendada de energia e nutrientes
A ingestão recomendada de energia e nutrientes para par ionh". < h.il >< l« < >•.
está descrita na Tabela 7.1.
Tabela 7.1 Ingestão recomendada de energia e nutrient'", paia p.n o i il<
diabéticos
Energia e nutrientes Ingestão recom»n<lndn
Valor calórico total (VCT) De acordo com o peso d'".").ul"
Carboidratos (CHO) 50% a 60% do V( 1
Fibras Mínimo de 20fl/dln
Gordura total 30%doVC 1 oti80%.iH’.1''.,lfi lid i
gordura
Gordura saturada <10% do VCT
Gordura poli-insaturada Até 10%doV( 1
Gordura monoinsaturada 10%doV( I Oli00%n /(»■•..il<’ • ll(i i
gordura monolmnliunil'i
Colesterol <200mg/dla
Proteína 15%a20%doV( 1
índice glicêmico
Os carboidratos presentes nos alimentos, quando mg, ndii’., ’.olmm digi-’.i.i"
no trato gastrintestinal. Se absorvidos, são lhiir.foim.idn'. । m gl........ ।...... ip.il
combustível energético imediato do organismo. () hr In • gh< < 11 n- • -11<. ► - ■ >i i i
te na capacidade de um determinado alimento loiih d> < nl.....Iirilo
elevar os níveis de glicose no sangue, quando । oinpui.idn ........ i .il......... . lo
mado como referência, à glicose ou ao pão l»i.nno l.ih>i> "inr> i pu >i" i
de fibras solúveis, o nível do processamento do alimento e a interação do
carboidrato com proteínas e lipídios podem influir nos valores do IG.
A classificação do alimento quanto ao índice glicêmico é descrita a seguir:
■ Alimentos de alto índice glicêmico:
• Em relação à glicose (>75).
• Em relação ao pão (>95).
■ Alimentos de moderado índice glicêmico:
• Em relação à glicose (56 a 69).
• Em relação ao pão (76 a 94).
■ Alimentos de baixo índice glicêmico:
• Em relação à glicose (<55).
• Em relação ao pão (<75).
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s
A Tabela 7.2 mostra o índice glicêmico de alguns alimentos em relação
ao pão e à glicose.
Tabela 7.2 índice glicêmico (valores aproximados) de alguns alimentos em
relação à glicose e ao pão
Alimentos
índice glicêmico
em relação à
glicose = 100
índice glicêmico
em relação
ao pão = 100
Tamanho da
porção
Biscoitos
Biscoito de água e sal
Tostines® Nestlé
63 90 25g
Biscoito de milho sem
glúten
87 124 25g
Biscoito cream cracker 65 93 25g
Salgadinho de milho 42 60 50g
Waffle de baunilha 77 110 25g
Waffle de morango 76 109 35g
(Continua)
Nu
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Di
a a
Di
a Tabela 7.2 índice glicêmico (valores aproximados) de .ilgurr. .iliinenlo1. mi
relação à glicose e ao pão (continuação)
Alimentos
índice glicêmico
em relação à
glicose = 100
índice gllcêmh o
em relação
ao pão । 100
Inmnnlio <la
porçAo
Bolos
Bolinho de trigo 92 131 29o
Bolo de aveia 68 98
Bolo de banana (com
açúcar)
47 67 BOg
Bolo de banana (sem
açúcar)
55 79 flOg
Bolo de banana, aveia e mel 60 86 SO(J
Bolo de cenoura 59 84 57fl
Bolo de chocolate caseiro 53 75 50g
Bolo de chocolate Nestlé® 38 54 111g
Bolo de coco e mel 60 86 50g
Bolo de farelo 60 85 57g
Bolo de maçã (com açúcar) 44 63 60g
Bolo de maçã (sem açúcar) 48 69 60g
Bolo de milho 72 102 100g
Bolo do tipo donuts 76 108 4/<|
Bolo triturado 54 77 53g
Pães
Baguete 95 136 30<)
Croissant 67 96 57g
Pão branco com manteiga 59 84 10()g
Pão branco de trigo 71 101 30g
Pão cocktail fatiado 55 79 30g
Pão com semente de aveia 65 93 30g
Pão com semente de trigo 52 74 30g
88
--------- ----- - -
Alimentos
índice glicêmico
em relação à
glicose = 100
índice glicêmico
em relação
ao pão = 100
Tamanho da
porção
Pão de centeio light 68 97 30g
Pão de frutas Nestlé® 68 97 120g
Pão de frutas Continental* 47 67 30g
Pão de hambúrguer 61 87 30g
Pão de leite 63 90 60g
Pão com semente de centeio 41 58 30g
Pão de semolina 64 92 30g
Pão de trigo, linhaça e soja 50 71 30g
Pão doce com frutas 44 63 30g
Pão preto de centeio 76 109 30g
Pão torrado de centeio 63 90 25g
Pretzels sabor tradicional 83 119 30g
Massas e preparações com massas
Capellini 45 64 180g
Espaguete à bolonhesa 52 74 360g
Fettuccine com ovos 32 46 180g
Macarrão instantâneo 46 66 180g
Nhoque 68 97 180g
Panquecas 67 96 80g
Pizza de queijo 60 86 100g
Cereais e preparações com cereais
Arroz branco 69 99 150g
Espiga de milho com
margarina
69 99 150g
Milho miúdo fervido 71 101 150g
Pipoca de micro-ondas 55 79 20g
Risoto de frango 69 99 150g
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CH(Continua)
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no
Di
a a
Di
a Tabela 7.2 índice glicêmico (valores aproximados) de alguns alimentos em
relação à glicose e ao pão (continuação)
~r'."'
Alimentos
índice glicêmico
em relação à
glicose = 100
índice glicêmico
em relação
ao pão= 100
Tamanho da
। porçfto
Cereais matinais
Cereal de aveia Quaked 77 54 25g
Cereal de milho 59 85 30g
Cereal matinal All Bran, com
aveia e frutas Kellogg's’
39 56 30g
Cereal matinal All Bran,
com fibras e soja Kellogg'sv
33 47 30g
Cereal matinal All Bran
Kellogg's*
30 43 30g
Cereal matinal Choco pops
Kellogg's’
77 110 30g
Cereal matinal Cornflakes
Kellogg's*
77 110 30fl
Cereal matinal Crispix
Kellogg s"
87 124 30g
Farelo de trigo Quaker® 75 107 30g
Mingau de aveia 42 60 250ml.
Mingau de aveia Quaker5 65 93 10g
Mingau de milho Nestlé" 109 156 250g
Mingau tradicional de aveia 51 73 250ml
Sobremesas
Chocolate branco 44 63 50g
Geleia de morango51 73 10ml
Iogurte desnatado de
morango
23 33 200ml
Leite condensado 61 87 250ml
Minibolo de morango 43 61 HOy
Musse de chocolate branco 40 57 BOml
Alimentos
Índice glicêmico
em relação à
glicose = 100
índice glicêmico
em relação
ao pão = 100
Tamanho da
porção
Pudim de baunilha feito
com leite
40 57 100mL
Pudim de chocolate feito
com leite
47 67 100mL
Sorvete de morango 36 51 50mL
Sorvete metade baunilha,
metade chocolate
57 82 50g
Sorvete com sabor de
chocolate
68 97 50g
Torta de chocolate 70 100 50g
Frutas, hortaliças e leguminosas
Abacaxi 66 94 120g
Abóbora 75 107 80g
Ameixa 24 34 120g
Banana madura amarela 51 73 120g
Batata-inglesa 60 85 150g
Batata-doce 44 63 150g
Beterraba 64 91 80g
Cenoura 16 23 80g
Damasco 57 82 120g
Ervilha-verde em lata 66 66 250g
Ervilha-verde fervida 39 55 80g
Feijão 40 57 80g
Lentilhas cozidas 44 63 250g
Maçã 40 57 120g
Melancia 72 103 120g
Pera 33 47 120g
Pêssego 28 40 120g
Uva 25 36 120g
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(Continua)
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a Tabela 7.2 índice glicêmico (valores aproximados) de alguns alimentos em
relação à glicose e ao pão (continuação)
Fonte: adaptado de Foster-Powell e cols., 2002 apud Pujol, 2011.
Alimentos
índice glicêmico
em relação à
glicose = 100
índice glicêmico
em relação
ao pão = 100
Tamanho da
porção
Bebidas
Cappucino 47 67 250mL
Chocolate quente 51 73 250mL
Coca-Cola* 53 76 250mL
Complemento alimentar
Sustagen®
43 61 250mL
Fanta® laranja 68 97 250mL
Gatorade" 78 11 250mL
Leite 11 15 250mL
Leite com chocolate 45 64 50mL
Leite de soja 36 51 250mL
Leite de vaca 45 64 250mL
Suco de cenoura 43 61 250mL
Suco de laranja (sem
açúcar)
56 76 250mL
Suco de maçã (sem açúcar) 39 55 250mL
Suco de tomate (sem
açúcar)
38 54 250mL
Suco de uva (sem açúcar) 48 69 250mL
Adoçantes
Substitutos do açúcar na alimentação diária, os adoçantes ou edulcorantes
são classificados como calóricos e não calóricos. Os alimentos dietéticos sêlo
produtos à base de edulcorantes.
■ Adoçantes calóricos: aspartame, sorbitol, manitol, xilitol, frutose.
92
■ Adoçantes não calóricos: sacarina sódica, ciclamato de sódio, acessul-
l.ime de potássio, estévia, sucralose.
A Tabela 7.3 apresenta as principais características e nomes comerciais
de alguns adoçantes.
Tabela 7.3 Principais adoçantes utilizados e algumas marcas comerciais
Nota: a substância aspartame não pode ser utilizada por pacientes portadores de fenilcetonúria; as
substâncias ciclamato de sódio e sacarina sódica devem ser utilizadas com cautela por pacientes
hipertensos.
Adoçantes Nome comercial
Aspartame ■ Finn®
■ Zero Cal*
Ciclamato de sódio e sacarina sódica ■ Lowçucar®
■ Tal & Qual®
■ Doce Menor®
■ Adocyl*
■ Assugrin®
■ Gold*
Sucralose ■ Linea®
Estévia ■ Stevita*
■ Lowçuúcar*
Frutose ■ Lowçucar®
■ Doce Menor®
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Terapia farmacológica para pacientes com diabetes melito
O tratamento do DM inclui, além de modificações dos hábitos alimentares,
alterações no estilo de vida (abstenção de fumo, prática regular de ativida
de física) e utilização de medicamentos antidiabéticos. As Tabelas 7.4 e 7.5
mostram os mecanismos de ação dos hipoglicemiantes e dos diversos tipos
de insulina. f
Tabela 7.4 Mecanismos de ação dos hipoglicemiantes
Hipoglicemiante Mecanismo de ação Fármacos comercializados
Sulfonilureias Estimulam o pâncreas a
liberar insulina
Glibenclamida’,
Clorpropamida',
Glimepirida® e Glipizida ’
Meglitinidas Atuam tal como as
sulfonilureias, mas têm açâo
mais rápida
Nateglinida' e Repaglinida"
Biguanidas Reduzem a resistência à
insulina
Metformina®
Tiazolidinedionas Reduzem a resistência à
insulina
Pioglitazona* e
Rosiglitazona®
Inibidores de
alfaglicosidade
Retardam a absorção da
glicose
Acarbose®, Miglitol" e
Glucobay'4
Exenatida e
Pranlintida
Reduzem a gliconeogênese
e estimulam o pâncreas a
produzir insulina
Byetta*
Tabela 7.5 Ação das diferentes insulinas comercializadas
Tipos de insulina Ação
Início Pico Duração
Ultrarrápidas Lispro 15min 1h 3a5h
Aspart 10 a 15min 1 a 2h 4 a 6h
Glulisina
Rápidas Regular 30min 2a3h 6a8h
Intermediárias NPH 2 a 4h 6a8h 10a 18h
Ultralentas ou
prolongadas
Glargina Lantus® 2h Sem pico 20 a 24h
Detemir Levemir* 6a8h 18h
Dislipidemia
A dislipidemia é o fator de risco mais fortemente associado às doenças car
diovasculares. Consiste na modificação dos níveis circulantes de lipídios em
relação a valores de referência para uma determinada amostra populacional.
l ipos de lipídios circulantes
As principais formas de lipídios encontrados na circulação sanguínea são des
critas a seguir.
■ Quilomícrons (QM).
■ Lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL).
■ Lipoproteínas de baixa densidade (LDL).
■ Lipoproteínas de densidade intermediária (IDL).
■ Lipoproteínas de alta densidade (HDL).
Orientação dietética para pacientes com hipercolesterolemia
ou hipertrigliceridemia
■ Diminuir a ingestão de carne bovina para no máximo 2 vezes por semana.
■ Aumentar a ingestão de fibras por meio do consumo de vegetais folhosos
crus, frutas com bagaço, cereais integrais.
■ Evitar alimentos fritos. Preferir alimentos cozidos em água ou assados no
forno.
Evitar:
■ Vísceras, miúdos (coração, fígado, rim, moela), linguiça, carne de porco,
mariscos, ovos, embutidos em geral, bacon, lula, camarão, siri, carangue
jo, ostras, ovas de peixe, lagosta, mexilhão, sardinha em lata e frios em
geral.
■ Manteiga, creme de leite, creme chantilly, banha de porco, leite de coco,
gordura de aves, frituras, gema de ovo.
■ Leite integral, iogurte integral, queijos amarelos em geral (parmesão, mu-
çarela, prato, cheddar, reino), leite condensado.
■ Açúcar, sorvetes, tortas, pudins, bolos, croissant, biscoitos doces e aman
teigados, bolo, doces em geral, pizzas, patês, sopas e molhos preparados
à base de leite e ovos, pão doce, pão-de-queijo, pão de alho, alimentos
empanados, salgadinhos de pastelaria. I
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a ■ Coco, chocolate (inclusive o dietético).
■ Pele de frango e de peixe.
Preferir:
■ Carne magra (peixes magros, peito de frango sem pele, peito de peru).
■ Azeite e óleo vegetal (de canola, milho ou girassol) em pouca quantidade.
■ Leite desnatado, iogurte desnatado, leite de soja, ricota, queijo-de-minas ou
cottage, requeijão light, sorvete de fruta sem leite, clara de ovo e pão integral.
■ Frutas com bagaço e casca, quando comestíveis: laranja e maçã junto às
refeições (almoço e jantar), tangerina, limão, acerola, caju, morango, quiuí,
abacaxi e goiaba.
■ Sucos de frutas não coados.
■ Alimentos ricos em fibras: verduras cruas ou ligeiramente cozidas, farelo de
aveia, linhaça ou trigo.
Ingestão recomendada de energia e nutrientes
A ingestão recomendada de energia e nutrientes para pacientes dislipidêmicos
está descrita na Tabela 7.6.
Tabela 7.6 Ingestão recomendada de energia e nutrientes para o tratamento
de hipercolesterolemia
Energia e nutrientes Ingestão recomendada
Gordura total 25% a 35% das calorias totais
Ácidos graxos saturados <7% das calorias totais
Ácidos graxos poli-insaturados <10% das calorias totais
Ácidos graxos monoinsaturados >20% das calorias totais
Carboidratos 50% a 60% das calorias totais
Proteínas =15% das calorias totais
Colesterol <200mg/dia
Fibras 20 a 30g/dia
Calorias O suficiente para se atingir e manter o
peso desejável
Hipertensão arterial sistêmica
Uma definição geral de hipertensão é uma pressão sanguínea sistólica
■ ■ l40mmHg ou pressão sanguínea diastólica >90mmHg.
Orientações dietéticas para pacientes com hipertensão arterial
Recomendações gerais:
■ Preparar todos os alimentos sem sal.
■ Mastigar bem os alimentos.
■ Fracionar as refeições em 5 a 6 vezes ao dia (desjejum,colação, almoço,
merenda, jantar e ceia).
■ Não levar saleiro para a mesa.
■ Verificar o rótulo dos alimentos industrializados e observar a presença e a
quantidade de sódio. Atenção às seguintes substâncias: cloreto de sódio,
glutamato monossódico, fosfato dissódico, nitrato de sódio, sacarina sódica
(presente em alguns adoçantes), ciclamato de sódio, bicarbonato de sódio.
■ Consumir alimentos ricos em potássio: feijão, vegetais verde-escuros, abóbora,
melão, tomate, banana, mamão, batata-inglesa, água de coco, maracujá.
■ Substituir o sal por temperos naturais como limão, laranja, abacaxi, tomate,
alho, cebola, cebolinha, salsinha, orégano, coentro, alecrim, manjericão,
páprica, gengibre, hortelã, erva-doce, açafrão, manjerona, louro, noz-mos
cada, vinagre, cravo-da-índia.
■ Preferir sempre alimentos naturais aos industrializados.
■ Dar preferência às carnes magras (peixes magros, peito de peru, peito de
frango sem pele).
■ Substituir manteiga ou margarina com sal pelas versões sem sal.
■ Consumir somente queijo-de-minas sem sal, ricota ou queijo tipo cottage.
■ Não fumar. O cigarro é um importante fator de risco para o desenvolvimen
to de doenças cardiovasculares.
■ A prática regular de exercícios favorece o controle da pressão arterial.
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a Evitar:
■ Enlatados (ervilha, palmito, molho de tomate, sardinha) e conservas (pi
cles, azeitonas, aspargos, palmito, milho, patês, algas, chucrutes, minicebo-
las, cogumelo).
■ Carnes gordas e defumadas (charque, carne de sol, toucinho, bacon),
vísceras (fígado, língua, bucho), embutidos (mortadela, presunto, lin
guiça do tipo calabresa, salsicha), peixes salgados (bacalhau, atum,
sardinha em lata).
■ Molhos industrializados como maionese, mostarda, catchup, shoyu, molho
inglês, extrato de tomate, caldo de carne ou de galinha, temperos prontos.
■ Leite e iogurte integral, queijos amarelos (prato, provolone, parmesão, mu
çarela, do tipo cheddar, Catupiry®, do reino), manteiga e margarina com
sal, creme de leite, nata.
■ Sopas prontas, desidratadas ou enlatadas, bolos industrializados.
■ Carnes processadas: bacalhau, carne-seca ou carne defumada, charque,
camarão seco, bacon, toucinho.
■ Pastelaria e salgadinhos para aperitivos (batata frita, amendoim salgado).
■ Massas prontas que contenham recheios salgados (canelone, lasanha, ra
vióli, capelete).
■ Refrigerantes do tipo diet e adoçantes à base de ciclamato de sódio, café,
chá-preto, chocolates, mate e guaraná natural.
Doenças do trato gasjrintestinal
Doença do refluxo gastroesofágico/esofagite
O deslocamento, sem esforço, de conteúdo gástrico do estômago para o csô
fago, acompanhado de sintomas e/ou lesão de tecidos, caracteriza a doença
do refluxo gastroesofágico (DRGE). Já a esofagite consiste em inflamação
da mucosa esofágica decorrente do refluxo de conteúdo acidopéptico do
estômago.
Orientação dietética para pacientes com azia/refluxo
gastroesofágico/esofagite
■ Aumentar o fracionamento da dieta (realizar refeições pequenas e fre
quentes).
■ Mastigar bem os alimentos antes de degluti-los.
■ Manter o peso adequado.
■ Evitar a ingestão alimentar 3h antes de deitar.
■ Evitar ingerir líquidos muito quentes.
■ Manter a postura ereta antes e após as refeições e dormir com a cabeceira
da cama elevada.
■ Evitar roupas que apertam a área abdominal.
■ Evitar alimentos que estimulem a secreção ácida gástrica como café, cho
colate, chá preto, bebidas alcoólicas, gordura e frituras, queijos gordurosos,
milk-shakes, doces em geral.
■ Os líquidos devem ser ingeridos Ih antes ou após as refeições, e não
durante as refeições.
■ Consumir feijão com moderação.
■ Preferir preparações assadas, grelhadas, cozidas e ensopadas. Não fritar
os alimentos.
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Preferir:
■ Pães simples, biscoitos, cereais feitos com pouca gordura.
■ Leite desnatado, queijos magros (dos tipos coalho, requeijão light, minas
fresca I, cottage, ricota).
■ Carnes magras, peito de frango sem pele, peixes magros.
■ Frutas que não sejam cítricas, conforme a tolerância.
■ Hortaliças como couve, brócolis.
■ Legumes bem cozidos preparados sem gordura.
■ Molhos sem maionese, sem adição de margarina, manteiga, extrato de
tomate e creme de leite.
■ Sobremesas que contenham pouca gordura, como gelatinas ou cremes à
base de frutas.
Evitar:
■ Pães e cereais muito gordurosos (croissant, sonho, folhados), produtos de
confeitaria ricos em gorduras, biscoitos recheados.
■ Carnes gordurosas ou fritas, embutidos (salsicha, linguiça, mortadela), bacon.
■ Leite integral, queijos amarelos (dos tipos prato, provolone, parmesão, mu-
çarela, cheddar, Catupiry®, do reino).
■ Frutas cítricas como laranja, limão, morango, tangerina, caju, abacaxi, toma
te, e sucos cítricos.
■ Vegetais fritos amanteigados ou em conserva.
■ Margarinas, manteiga, azeite, extrato de tomate.
■ Sobremesas muito doces, cremes feitos com leite integral, sorvete, cho
colate, pudins.
■ Carminatives como menta e hortelã.
Gastrite
Gastrite é a inflamação da mucosa gástrica decorrente de uma resposta anor
mal do organismo a uma agressão aguda ou crônica.
Orientação dietética para paciente com gastrite
■ Comer devagar e mastigar bem os alimentos.
■ Estabelecer horários fixos para as refeições.
■ Fazer refeições frequentes (a cada 2h) e de pequeno volume.
■ Evitar períodos longos de jejum.
■ Observar se tem intolerância a certos alimentos.
■ Evitar beber líquidos durante as refeições (almoço e jantar).
■ Evitar alimentos muito quentes ou muito gelados (temperatura morna é
o ideal).
■ O leite não deve ser consumido como mecanismo para aliviar a dor e
a queimação, pois estimula a produção de ácido gástrico, o que poderá
intensificar a dor.
Preferir:
■ Pães, torradas e biscoitos simples.
■ Legumes e verduras cozidos.
■ Caldo de leguminosas.
■ Carne bovina magra, peito de frango sem pele e peixes magros (bem
cozidos, assados ou grelhados).
Evitar:
■ Bolos, balas, son/etes, pudins, pavês, flãs, biscoitos recheados e amanteiga
dos, sonhos, pães doces, tortas, bombons, chicletes, chocolates, musses,
doce de leite.
■ Frituras, empanados, preparações à milanesa, carnes gordas, gordura de
origem animal, linguiça, mortadela, lombo, carne-seca, carne de porco, sal
sicha, salame, salaminho e presunto.
■ Nozes, avelãs, amêndoas, castanha e amendoim.
■ Queijos amarelos, maionese, manteiga, creme de leite.
■ Chá-preto, café, mate, limonada, bebidas alcoólicas, refrigerantes, guaraná
natural, água gaseificada.
■ Hortelã, canela, pimenta, cominho, orégano, extrato de tomate, catchup,
mostarda, molho inglês, molho de soja, caldos de carne industrializados,
temperos prontos, preparações semiprontas (sopas, macarrão instantâneo).
■ Frutas e sucos ácidos (limão, laranja-pera, maracujá, acerola, abacaxi).
■ Frutas gordurosas: abacate, coco.
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a Intolerância ao glúten
O glúten é uma substância albuminoide, insolúvel em água, presente na
farinha de trigo, no centeio, na cevada e na aveia. A intolerância ao glúten é
definida como um estado de resposta imunológica - celular e humoral - ao
glúten presente nos cereais citados.
Orientação dietética para pacientes com intolerância ao glúten
■ Preferir alimentos bem cozidos a crus.
■ Observar o rótulo dos alimentos industrializados.
■ Em momentos de crise de intolerância, retirar da dieta alimentos que
contenham lactose e sacarose.
Evitar:
■ Todos os alimentos que contenham trigo, aveia, centeio, cevada e seus
derivados.
■ Bebidas derivadas dos produtos anteriores (leites maltados, Ovomaltine'"'
e cerveja).
■ Pães, bolos e biscoitos à base de farinha de trigo, aveia ou centeio.
■ Alimentos empanados comfarinha de rosca ou trigo.
■ Sopas ou cremes engrossados com farinha de trigo, aveia ou centeio.
■ Macarrão e massas em geral.
■ Embutidos como salsicha, linguiça e almôndegas industrializadas.
■ Gérmen de trigo.
Alimentos que podem ser consumidos sem restrição:
■ Leite, chá, café e refrigerante.
■ Cereais à base de arroz e milho.
■ Féculas (de batata e de mandioca).
■ Amido de arroz ou de milho.
■ Farinha de arroz, de milho (fubá), de soja e de mandioca.
■ Batata, cenoura, mandioquinha, feijão, ervilha, lentilha e soja.
■ Carne vermelha, peixe, aves, miúdos, ovos e queijos.
■ Verduras.
■ Frutas e sucos de frutas.
■ Biscoitos de polvilho e de araruta.
■ Temperos naturais.
Doenças reumatoides
Gota
Gota é um distúrbio do metabolismo das purinas pelo qual níveis anormais
de ácido úrico se acumulam no sangue.
Orientação dietética para pacientes com hiperuricemia
■ Aumentar a ingestão de líquidos para no mínimo 3L/dia.
■ Estabelecer horários fixos para as refeições.
■ Evitar períodos longos de jejum.
■ Fazer pelo menos quatro refeições por dia.
■ Utilizar quantidades pequenas de óleo vegetal e de sal no preparo das refeições.
■ Na fase aguda da gota, recomenda-se uma dieta líquida à base de leite,
suco de fruta e caldo de legumes sem carne.
Evitar:
■ Anchova, arenque, sardinha, salmão, cavala, bacalhau, ovas de peixes,
mexilhão, miúdos em geral (fígado, rim, coração, língua), carne de peru,
pato, porco, carneiro e cabrito, bacon, presunto e embutidos.
■ Caldos concentrados de carne vermelha, galinha e bacon (em tabletes ou
em pó).
■ Espinafre, ruibarbo, aspargo e cogumelo.
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a ■ Alimentos fermentados.
■ Extrato de tomate.
■ Figo, abacate, coco, amendoim, nozes, castanha de caju, cevada.
■ Chocolates.
■ Bebidas alcoólicas (principalmente cerveja).
Consumir com moderação:
■ Carne bovina magra, frango desossado ou peixe sem pele.
■ Frutos do mar (camarão, siri, caranguejo, lagosta).
■ Feijão, lentilha, ervilha, grão-de-bico e soja.
■ Trigo em grão.
■ Açúcar e doces.
Alimentos que podem ser consumidos sem restrição:
■ Leite desnatado, queijos magros (dos tipos coalho, minas frescal, ricota,
cottage), iogurte, ovos.
■ Legumes, verduras, frutas e seus produtos (exceto os citados nos itens
anteriores).
■ Massas, pão branco, bolos e biscoitos.
■ Café, chás e bebidas carbonatadas.
■ Condimentos naturais, ervas, manteiga, margarina, molho branco.
■ Gelatina, sorvete de frutas.
Alimentos com potencial de reduzir o ácido úrico:
■ Agrião.
■ Alcachofra.
■ Alho.
■ Laranja.
■ Milho.
■ Pepino.
■ Morango.
■ Uva.
Doenças hepáticas
Ingestão recomendada de energia e nutrientes
A ingestão recomendada de energia e nutrientes para pacientes com doença
hepática está descrita na Tabela 7.7.
Tabela 7.7 Ingestão recomendada de energia e macronutrientes para
pacientes com doença hepática
AACR: aminoácidos de cadeia ramificada.
l onte: adaptada de Jesus, 2009.
Hepatopatia Proteína (g/kg/dia)
Energia
(kcal/kg/dia)
Carboidratos
(%)
Lipídios
(%)
Objetivos
Esteato-
hepatite
alcoólica e
não alcoólica
(NASH)
1,2 a 1,5 35 a 40 67 a 80 20 a 33 Prevenir
desnutrição
Favorecer
regeneração
Cirrose
compensada
1,2 a 1,5 35 a 40 67 a 80 20 a 33 Prevenir
desnutrição
Favorecer
regeneração
Cirrose descompensada por
Desnutrição 1,5 a 1,8 35 a 50 72 28 Tratar
desnutrição
Colestase 1,0 a 1,5 30 a 40 73 a 80 20 a 27 Tratar má
absorção
Encefalopatia hepática (EH)
Grau 1 ou 2 1,0a 1,2
Proteína
vegetal +
laticínios
25 a 40 75 25
Grau 3 ou 4 0,5 + 0,25
AACR
25 a 40 75 25
Transplante
Antes 1,2 a 1,75 35 a 40 70 a 80 20 a 30 -
Depois 1,2 a 1,5 30 a 35 >70 <30 -
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Doenças renais
Ingestão recomendada de energia e nutrientes
A ingestão recomendada de energia e nutrientes para pacientes com doença
renal está descrita na Tabela 7.8.
Tabela 7.8 Necessidades nutricionais diárias para pacientes (estáveis) com
insuficiência renal crônica, em hemodiálise ou diálise peritonial
* Incluindo a energia (glicose) do dialisado.
DU: débito urinário diário; UF: ultrafiltração.
Tratamento vigente Terapia conservadora
Hemodiálise Diálise peritoneal
Energia (kcal/kg) >35 >35 >35*
Proteína (g/kg) 0,6 a 0,9 1,1 a 1,4 1,2 a 1,5
Fósforo (mg)
(mmol)
600 a 1.000
19 a 31
800 a 100
25 a 32
800 a 1.000
25 a 32
Potássio (mg)
(mmol)
1.500 a 2.000
38 a 40
2.000 a 2.500
40 a 63
2.000 a 2.500
40 a 63
Sódio (g)
(mmol)
1,8 a 2,5
77 a 106
1,8 a 2,5
77 a 106
1,8 a 2,5
77 a 106
Líquidos (mL) Sem restrições 1.000mL+ DU 1.000mL+ UF + DU
Litíase renal
Ingestão recomendada de energia e nutrientes
A ingestão recomendada de energia e nutrientes para pacientes com litíase
renal está descrita na Tabela 7.9.
Tabela 7.9 Ingestão recomendada de energia e nutrientes para pacientes
com litíase renal
Energia e nutrientes
---------- -----------.------------ .------- —t-—.
Ingestão recomendada
Energia 25 a 30kcal/kg
Proteínas 0,8 a 1,0g/kg
Carboidrato 50% a 60%
Lipídios 25%
Sódio <4g
Cálcio 800 a 1.200mg
Vitamina C Até 1g
Líquidos 30mL/kg
Orientação dietética para pacientes com litíase renal
■ Manter a ingestão de cálcio dentro das recomendações normais (três por
ções diárias de leite e/ou derivados).
■ Ingerir no mínimo 2L de água por dia.
■ Evitar o consumo de vitamina C em forma de medicamento.
■ Moderar o consumo de alimentos que sejam fontes de proteínas: carnes,
ovos, leite, aves, peixe.
■ O consumo de feijão deve limitar-se a 3 vezes por semana, em dias al
ternados.
Evitar:
■ Chás escuros, café, mate, bebidas alcoólicas e bebidas fermentadas.
■ Doces, tortas, caldo de cana e açúcar.
■ Sal em excesso, alimentos enlatados, embutidos, temperos prontos; pre
ferir os temperos verdes.
■ Vitela, cabrito, bacon, fígado, língua, rim, miúdo, anchova, sardinha, aren
que, bacalhau, trutas, ovas de peixe, mexilhão, galeto, peru, porco, coelho,
pato.
■ Amendoim, amêndoa, castanha de caju, nozes, cacau, manteiga de amen
doim, marmelada.
■ Beterraba, aipo, cebolinha, repolho crespo, berinjela, couve, alho-poró,
quiabo, salsa, batata-doce, espinafre, abóbora, acelga, agrião.
■ Grãos, gérmen de trigo.
■ Sopa de legumes, sopa de tomate.
Preferir:
■ Abacate, abacaxi, maçã, banana, cereja, uvas verdes, manga, melão, me
lancia, pêssego.
■ Couve-de-bruxelas, couve-flor, palmito, cogumelos, cebola, ervilha frescas
ou congeladas.
■ Macarrão, arroz, pão.
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a Referência
Jesus RP de, Waitzberg DL, Oliveira e Silva A de, D'Albuquerque LAC, Camilo ME. Insufuciência
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Waitzberg DL. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica. 4. ed. São Paulo: Atheneu;
2009.
( Fontes Alimentares de
) Vitaminas e Minerais
Emanuelly Varea Maria Wiegert | Larissa Calixto-Lima | Lilian Mika Horie
Michelle Grillo Barone | Maria Cristina Gonzalez
IntroduçãoAs vitaminas e os minerais são nutrientes necessários ao organismo e devem
ser ingeridos diariamente. Esses nutrientes, encontrados em pequena quanti
dade nos alimentos, são indispensáveis para o funcionamento do organismo.
O segredo para ingeri-los de maneira adequada é seguir uma dieta equilibra
da, balanceada e variada, sendo esses alguns dos fatores fundamentais para
o bom desenvolvimento físico, psíquico e social.
As fontes alimentares de vitaminas e minerais, assim como os efeitos
clínicos causados pela deficiência desses micronutrientes no organismo, en-
contram-se descritos nas Tabelas 8.1 e 8.2.
Tabela 8.1 Fontes alimentares de vitaminas e efeitos de sua deficiência no
organismo
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(Continua)
Vitaminas
Principais fontes
alimentares de
origem animal
Principais fontes
alimentares de
origem vegetal
Principais efeitos
da deficiência
A Fígado; leite,
manteiga, gema de
ovo; óleo de fígado
de bacalhau; salmão
e outros peixes de
água fria
Margarina;
carotenoides
provitamina A:
vegetais de folhas
verde-escuras,
vegetais e frutas
amarelo-alaranjados
(abóbora, mamão,
tomate, cenoura,
laranja, manga),
batata-doce
Xeroftalmia,
cegueira noturna,
risco aumentado de
algumas neoplasias
D Óleo de fígado
de peixe; leite,
manteiga, gema de
ovo; sardinha, atum,
salmão
Óleos vegetais Osteomalacia (adulto),
raquitismo (crianças),
função imunológica
alterada
E Manteiga, gema
de ovo
Amendoim,
amêndoas, nozes;
linhaça; óleos vegetais
comestíveis (gérmen
de trigo, açafrão,
girassol, soja e milho)
Anemia hemolítica,
aterosclerose
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a Tabela 8.1 Fontes alimentares de vitaminas e efeitos de sua deficiência no
organismo (continuação)
Vitaminas
Principais fontes
alimentares de
origem animal
Principais fontes
alimentares de
origem vegetal
Principais efeitos
da defidôncln
K Gema de ovo;
vísceras (fígado, rim,
coração)
Abacate; óleos;
vegetais de folhas
verde-escuras (alface,
agrião, brócolis,
couve, espinafre,
nabo, repolho, rúcula)
Distúrbio
hemorrágico,
distúrbios ósseos
B1 (tiamina) Carne vermelha;
vísceras (fígado, rim,
coração)
Arroz; cereais
integrais e cereais
fortificados; feijão,
grão-de-blco, lentilha
e soja; levedo de
cerveja; nozes
Uerlbárl corn efeitos
ncurológlt os e
cardiac os, síndrome
de Weinlt ke
Korsakoff, função
Imunológlt a alieiatla
(riboflavina)
Gema de ovo; leite
e seus derivados;
vísceras (fígado, rim,
coração)
Agrião, beterraba,
berinjela, brócolis,
couve, espinafre;
cereais Integrais e
cereais fortificados;
soja
Hat haduias ou
llssuias nos < .mios da
boi a, Inflamai,a<idos
lábios, Vetmelhldíiit
da língua, função
Imunológlt a alieiatla
BJniacina) Carne vermelha;
frango; leite maltado;
sardinha, atum;
vísceras (fígado, rim,
coração)
Acerola, almelrflo,
agrião, batata dot e,
cenoura, couve,
cupuaçu; avela,
gérmen de trigo,
levedo de cerveja;
feijão, amendoim
1 rsOes < U1.lne.ts
(p ex,,|ielat|ia),
fraque/,i e dlauela
B5 (ácido
pantotênico)
Carne vermelha;
frango; vísceras
(fígado, rim, coração)
Amendoim,
amêndoas; brócolis,
couve-flor, batata,
banana, cogumelos;
levedo de cerveja
1'aieslesla nos
artrlhos e solas dos
pés, sensação de
queimai,.Io nos pés,
depiessão, fadiga,
Insônia <• haque/a
112
Vitaminas
Principais fontes
alimentares de
origem animal
Principais fontes
alimentares de
origem vegetal
Principais efeitos
da deficiência
(piridoxina)
Carne de porco;
carne vermelha; leite
de vaca; vísceras
(fígado, rim, coração)
Abacate, banana,
batata; cereais
integrais e cereais
fortificados; feijâo-
branco, soja; gérmen
de trigo, levedo de
cerveja
Anemia, lesões nos
lábios e na pele,
sintomas
pré-menstruais
B?(biotina) Vísceras (fígado,
rim, coração); gema
de ovo
Amendoim, nozes;
aveia, cereais
integrais e cereais
fortificados; batata,
banana, cogumelo;
levedo de cerveja
Dermatite escamosa,
perda de cabelo
Bg(folato) Carne vermelha;
frango; vísceras
(fígado, rim, coração)
Alface, agrião,
aspargo, espinafre,
brócolis, couve,
rúcula, repolho;
amendoim; cereais
fortificados;
leguminosas
Anemia
megaloblástica
B12(cianoco-
balamina)
Vísceras (fígado, rim,
coração); ovos; carne
vermelha; peixe;
ostras; leite
Cereais fortificados Anemia
megaloblástica,
desmielinização de
neurônios
C (ácido
ascórbico)
Acerola, limão,
laranja, abacaxi,
mamão, goiaba, caju,
tomate, morango,
quiuí, mexerica,
pêssego; alface,
agrião, brócolis,
couve, espinafre,
pimentão, batata,
tomate
Escorbuto,
cicatrização deficiente
de feridas, função
imunológica alterada,
danos oxidativos
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a Tabela 8.2 Fontes alimentares de minerais e efeitos de sua deficiência no
organismo
Minerais
Principais fontes
alimentares de
origem animal
Principais fontes
alimentares de
origem vegetal
Principais afeitos
da doficlâncla
Cálcio Caranguejo, camarão;
creme de leite;
iogurte; leite (vaca,
cabra, búfala); queijo,
requeijão; sardinha,
pescada, lambari
Agrião, espinafre,
brócolis, couve,
rúcula; amêndoa,
castanha-do-pará;
cereais fortificados;
gergelim, linhaça
Osteoporose
Fósforo Carne vermelha,
peixes e frango; ovos;
presunto, salame;
queijo, requeijão
Cereais integrais; chás
e café; feijão, lentilha;
refrigerantes de sabor
cola
Anormalidades
neurológicas,
musculares <■
esqueléticas
Magnésio Frutos do mar Arroz integral, aveia,
cereais fortificados;
espinafre, almeirão,
couve, brócolis; jaca,
tamarindo, banana,
figo, maçã; melado,
açúcar mascavo;
pistache, avelã,
semente de abóbora;
tofu
Tremores, espasmos
musculares, mudança
de personalidade,
anorexia, náuseas e
vômitos
Zinco Ostras; fígado; carne
vermelha
Aveia, cereais
fortificados, gergelim,
linhaça; castanha-do-
pará, castanha de caju,
nozes
Crescimento
deficiente, perda
de cabelo, erupção
cutânea, função
imunológlca alterada
Ferro Carne vermelha; ovos;
sardinha; vísceras
(fígado, rim, coração)
Alface, agrião,
almeirão; aveia, cereais
fortificados; castanha
de caju, amêndoas;
feijão, lentilha; frutas
secas; melado, açúcar
mascavo, rapadura
Anemia hipocròmh a
114
Minerais
Principais fontes
alimentares de
origem animal
Principais fontes
alimentares de
origem vegetal
Principais efeitos
da deficiência
Cobre Carne vermelha;
fígado, frutos do mar
Ameixa, banana,
mamão, tamarindo;
aveia, farinha integral,
gergelim, linhaça
extrato de soja; feijão,
lentilha; melado,
chocolate; nozes
Sangramento
subperiosteal, arritmia
cardíaca, anemia,
neutropenia
Selênio Aves; frutos do mar;
salmão; vísceras
(fígado, rim, coração)
Castanha-do-pará;
cebola, alho e
cogumelos; cereais
integrais
Cardiomiopatia,
miopatia esquelética,
anomalias da unha,
macrocitose
Cromo Queijo; vísceras
(fígado, rim, coração)
Cereais integrais;
gérmen de trigo;
levedo de cerveja
Intolerância à glicose,
perda de peso,
neuropatia periférica
lodo Frutos do mar; leite e
derivados; presunto,
mortadela, salame,
salsicha
Margarina com
sal; sal, temperos e
alimentos processados
e enlatados
Bócio endêmico ou
simples, deficiência
mental
Manganês Café, chá; nozes;
leguminosas; farelo
Açaí, pequi, pitanga;
amendoim, feijão,
grão de bico, soja,
gergelim, linhaça;
beterraba, palmito,
nabo; café, chá;
melado
Anormalidades
esqueléticas, ataxia,
dermatite transitória,
esterilidade, perda
de peso
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Bibliografia consultada
Cozzolino SMF. Biodisponibilidade de nutrientes. 2. ed. Barueri: Manole; 2007.
Cuppari L. Nutrição clínica do adulto. 2. ed. Barueri: Manole; 2010.
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Wailzberg DL. Nutriçãooral, enteral e parenteral na prática clínica. 4. ed. São Paulo: Atheneu;
2009.
( 115
Orientação Nutricional quanto
a Sintomas Gastrintestinais
Larissa Calixto-Lima | Maria Cristina Gonzalez
Introdução
Os sintomas gastrintestinais mais frequentes na prática clínica nutricional são
náuseas e vômitos, constipação intestinal, diarréia, xerostomia, mucosite, dis-
fagia, disgeusia e anorexia. As modificações nutricionais para minimizar, con
trolar e possibilitar a alimentação na presença desses sintomas encontram-se
descritas neste capítulo.
Náuseas e vômitos
Náuseas constituem uma sensação desagradável, manifestada no epigástrio
ou na garganta, que provoca um desejo iminente de vomitar. Em grau inten
so, impede a alimentação e interfere no nível de atividade. Vômitos consis
tem em expelir de maneira violenta, através da boca e do nariz, o conteú
do do estômago, do duodeno e/ou do jejuno proximal. Náuseas e vômitos
frequentemente incidem juntos e são acompanhados de sinais e sintomas,
como taquicardia, palidez cutânea, sensação de fraqueza, tontura e sudorese.
As mudanças nos hábitos alimentares que auxiliam o paciente no trata
mento de náuseas e vômitos são:
■ Comer devagar, fazendo refeições frequentes e de pequeno volume.
■ Evitar alimentos muito condimentados, gordurosos e doces.
■ Preferir bebidas e alimentos gelados (picolés, sorvetes, milk-shakes'), pois,
quando quentes, contribuem para a sensação de náuseas.
■ Evitar ingerir líquidos durante as refeições.
■ Consumir alimentos bem tolerados e de odor neutro.
■ Preferir alimentos secos, como torradas, biscoitos e cereais.
■ Consumir algo antes de ter a sensação de fome, na medida em que esta
pode exacerbar as náuseas.
■ Ficar afastado da cozinha durante o preparo das refeições.
■ Comer em ambiente agradável, pouco aquecido e com ar fresco.
Também é importante identificar crenças negativas que podem causar
ansiedade e estresse. /
í 119
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Constipação intestinal
As definições de constipação intestinal (Cl) tendem .1 s<-i .di.iti i< 1 il» .ul «p’
tivas. Com base na frequência de evacuações estabelc< i<l.i paia n iiiinuk
ocidental, considera-se típica de constipação a passagem d'- monos de li<
evacuações semanais. Entretanto, não se devedelinn ( I •.< 1111«•/. 11 <111<<H1I1
a percepção do paciente.
As recomendações nutricionais para pacientes com (I m< h i«-i 11
■ Aumentar a ingestão de líquidos com água, chás, água de <......e simr.
■ Dar preferência a líquidos gelados, os quais notmalmciile <-.tn 1 n 1L1111 o
peristaltismo intestinal.
■ Aumentar 0 consumo de pães integrais, de cernais inlegiais <• Lmniia d<
grãos integrais.
■ Evitar frutas com propriedades constipantes, como goiaba, I >.m.n 1.1. < .1)11,
maçã, limão, preferindo as frutas com propriedades laxantes ionic) ma
mão, ameixa, laranja, uva, manga, morango, abacate
■ Incluir na alimentação hortaliças e vegetais < ms
■ Evitar 0 consumo de preparações que? levem ci<•me de aim/, .111 ipi.’ ।im
possível, adicionar cereais integrais, aveia, laimlia de In il i.k,. 1, laielo de lng.
granola, gérmen de trigo, mel e ameixa preta ao leite, a vitaminas, n igi 11 !<••.,
coalhadas, frutas.
■ Evitar o consumo de batata-inglesa, macarrão, pão branco, aim/ biain o,
biscoitos dos tipos cream-cracker, Maizena"', Maria ou água <■ sal, ( onsu
mi-los, quando possível, na versão integral.
■ Ingerir alimentos com lactobacilos vivos (iogurtes, leites fermentados)
Diarréia
Pode-se definir diarréia como 0 aumento da frequência evacuatória, assim
como aumento do volume e do conteúdo líquido das fezes, diferentemenle
do padrão habitual de eliminação fecal; pode ou não ser acompanhada de
dor abdominal ou cólicas. Consiste em três ou mais evacuações por dia, de
conteúdo amolecido e líquido.
O primeiro passo no tratamento da diarréia consiste em reposição de
líquidos e de eletrólitos por via oral.
As orientações nutricionais para controle da diarréia são:
■ Ingerir refeições pequenas e frequentes.
■ Evitar alimentos ricos em lactose (leite e produtos lácteos), uma vez que,
na vigência de diarréia, o nível de lactase nos enterócitos encontra-se dimi
nuído, e isso pode causar intolerância.
■ Aumentar a ingestão de líquidos para um mínimo de 3L por dia, que podem
incluir água, água de coco, bebidas isotônicas, chás, sucos coados e gelatinas.
■ Retirar da dieta alimentos com propriedades irritantes e estimulantes do
peristaltismo, como cereais integrais, fibras insolúveis, frituras, alimentos
gordurosos, condimentados, frutas frescas e vegetais crus, café, chocolate,
frutas e sucos cítricos (laranja, tangerina, acerola, pitanga, goiaba, caju, aba
caxi, limão, quiuí e cajá).
■ Ingerir alimentos ricos em fibras solúveis para auxiliar no controle do trân
sito intestinal em razão da viscosidade que proporciona e da possibilidade
de produção de ácidos graxos de cadeia curta, importantes para a integri
dade e recuperação da mucosa intestinal.
■ Evitar alimentos que causem flatulência, como alho, cebola, repolho, bró
colis, pimentão, batata-doce, doces em geral (caramelos, bombons, cho
colate, mel, açúcar), queijos, feijão, ervilha, milho, lentilha, abacate, goiaba,
maçã, uva, melão, melancia, jaca, laranja, aveia, bebidas gaseificadas, café
e condimentos em geral (exceto sal).
■ Evitar alimentos muito quentes ou muito frios.
■ Substituir a sacarose por adoçante ou por maltodextrina.
Xerostomia
Xerostomia, ou secura na boca, consiste em interrupção ou diminuição drás
tica da secreção das glândulas salivares. Normalmente é produzido 0,3 a
0,5mL de saliva por minuto, sendo considerado característico de xerostomia
um fluxo salivar inferior a 0,1 mL por minuto.
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Di
a As orientações nutricionais para controle da xerostomia s.io
■ Preferir alimentos úmidos, macios, com molhos, em loima de pui<', <.il<l< r.
e sorvete.
■ Evitar alimentos secos, duros, difíceis de deglutir.
■ Preferir alimentos gelados.
■ Chupar balas de frutas e picolés ácido, e utili/ar goma de mast .11
■ Acompanharas refeições com líquidos, preferencialmenle sucos .‘i« i< h<s, <>s
quais estimulam a produção de saliva.
■ Espremer limão embaixo da língua para aumentar a salivação,
■ Evitar fumo e bebidas alcoólicas.
Mucosite
Mucosite consiste em uma resposta inflamatória das mucosas a uma agios
são. Caracteriza-se por lesões mais ou menos difusas na mucosa 01 al, < *111 ge
ral associada a dor, secura, queimação, sangramento e inle< ções, Ao exame
físico, observam-se eritema, erosões e ulcerações.
As orientações nutricionais para pacientes com mucosite são:
■ Adequara alimentação a seu próprio gosto no que se rolem ,1 (oiisisleiK ia,
tempero, acidez e temperatura.
■ Fazer refeições frequentes e pouco abundantes, dando pielciAiu ia aos
alimentos ricos em proteínas e calorias.
■ Explicar ao paciente que alterações do paladar são comuns e podem pie
nunciar sinais e sintomas de mucosite.
■ Oferecer alimentos de consistência pastosa ou semilíquida, laceis de mas
tigar e de engolir, de sabor suave e servidos à temperatura ambiente (nem
muito frios, nem muito quentes).
■ Excluir da dieta alimentos com propriedades irritante1, da mucosa, minii sal
ou especiarias, temperos apimentados e ácidos, alimentos do tipo </;//>•.
(p. ex., batata frita tipo chips').
■ Ingerir alimentos macios e com molhos, purês, cremes, vitaminas de leite
com frutas.122
■ Beber as vitaminas e os sucos com canudo, pois isto facilita a deglutição.
■ Incentivar a ingestão de líquidos (cerca de 2 a 3L por dia).
Algumas orientações gerais também podem contribuir para o controle
da mucosite:
■ Enfatizar junto ao paciente e aos familiares a importância da manutenção
de uma boa higiene oral para prevenção das complicações associadas
à mucosite.
■ Orientaro paciente quanto às soluções mais indicadas para iniciar boche
chos, como soluções salinas de cloreto de sódio e soluções alcalinas de bi
carbonato de sódio, e quanto às soluções contraindicadas, como soluções
comerciais que contenham diluentes alcoólicos.
■ Orientar o paciente a abster-se de fumar.
■ Promover hidratação local com manteiga de cacau ou cremes à base de
vaselina.
Disfagia
Disfagia é a dificuldade ou até impossibilidade de mastigar e deglutir nor
malmente os alimentos. Quando há dor associada ao processo de deglu
tição, denomina-se odinofagia. Alguns sintomas de disfagia são: engasgar
ou tossir após as refeições, sensação de sufocamento, sensação anormal
de parada do alimento na região posterior da garganta, e voz gorgolejante.
As estratégias alimentares para facilitar a deglutição e impedir aspiração
dos alimentos devem incluir os seguintes aspectos:
■ Adequar a consistência dos alimentos à tolerância individual.
■ Fazer refeições frequentes e de pequeno volume.
■ Evitar alimentos a temperaturas extremas.
■ Excluir da dieta alimentos com propriedades irritantes, como sal ou espe
ciarias, temperos apimentados e ácidos, alimentos do tipo chips (p. ex.,
batata frita tipo chips').
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a ■ Manter postura ereta durante as refeições e nos 30min seguintes, para
reduzir o risco de aspiração.
■ Evitar distrações no ambiente e conversas durante as refeições. Estimular
o enfermo a concentrar-se no processo de alimentação ajuda a reduzir a
possibilidade de engasgamento.
■ Acrescentar espessantes aos alimentos líquidos - para que estes não se
jam aspirados como leite desnatado em pó, amido de milho, suplemen
tos modulares de carboidratos ou espessantes comerciais que contenham
amido de milho modificado.
Disgeusia
A disgeusia consiste em uma alteração, em graus variáveis, do paladar, fre
quentemente associada a um gosto desagradável na boca, descrito pelo pa
ciente como sabor metálico, pútrido ou rançoso ou como um dos sabores
primários, sendo que qualquer um deles pode afetar a ingestão alimenl.ii
Hipogeusia refere-se a menor acuidade do paladar, ao passo que ageusia
refere-se à ausência de paladar.
Ingerir alimentos sem o prazer de sentir o seu verdadeiro sabor é partir u
larmente difícil; por isso, aconselham-se as seguintes medidas:
■ Fazer refeições frequentes e pouco volumosas.
■ Comer quando estiver com fome e não porque é horário da relei(,<lo
■ Utilizar talheres de plástico se os alimentos tiverem goslo metálico
■ Fazer refeições na companhia da família.
■ Na fase de melhora, experimentar novos alimentos.
■ Substituira carne vermelha por frango, peixe, ovos e queijos, uma ve/ que
a aversão à carne vermelha é frequente e associada ao sabor iiicI.'iIk o,
■ Aumentar o consumo de alimentos que sejam fontes de zinco, como
peixe, aves, leite e laticínios, castanha-do-pará, castanha de caju, ceiear.
integrais e feijão.
Anorexia
Anorexia consiste em perda do apetite, saciedade precoce, uma combinação
de ambas, ou mudança nas preferências alimentares. Uma vez instalada a
anorexia, seus efeitos progridem rapidamente e são difíceis de reverter, o que
torna a intervenção precoce uma estratégia compensadora no que se refere
ao estado nutricional do paciente.
Algumas estratégias alimentares para reduzir o mal-estar associado à in
gestão de alimentos e para aumentar de maneira significativa o consumo de
nutrientes energéticos são:
■ Reforçar as primeiras refeições do dia, pois com frequência, nesse horário,
a anorexia é menos intensa.
■ Comer devagar, fazendo refeições frequentes e de pequeno volume, e
procurando evitar a ingestão de líquidos durante as refeições (essas me
didas destinam-se a contrariar a saciedade precoce e a distensão gástrica
que, associadas à falta de apetite, limitam a ingestão alimentar).
■ Evitar repetições frequentes dos alimentos.
■ Evitar excesso de gordura, uma vez que esta aumenta a saciedade e retar
da o esvaziamento gástrico.
■ Permitir que o paciente escolha os alimentos de sua preferência.
■ Suplementos nutricionais hipercalóricos e hiperproteicos oferecem com-
plementação de grande valia.
■ Incentivar higiene oral antes das refeições para melhorar o paladar.
■ Comer sempre que tiver fome.
■ Estimulantes do apetite devem ser administrados a critério médico.
Aumentar o teor calórico e proteico da alimentação é também uma im
portante estratégia, nos seguintes termos:
■ Acréscimo calórico: geleias de frutas no iogurte ou no leite; leite con
densado ou mel na salada de frutas; feculentos como batata, inhame e
mandioca em sopas e saladas; mingau preparado com leite e espessante. ( 125
Or
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■ Acréscimo proteico: queijo parmesão ou outro de tipo na sopa; leite em
pó diluído em leite líquido; ovo acrescentado a algumas preparações, como
sopas; omelete enriquecido com queijo ou leite; caldos de carne, fran
go ou peixe em preparações como sopas, arroz, feijão; frango, carne, pei
xes, desfiados em saladas ou sanduíches; sucos feito com leite.
Podem-se destacar ainda, como medidas adicionais importantes, que:
■ As refeições sejam feitas em ambiente tranquilo, e que haja boa mastiga
ção dos alimentos.
■ O paciente deve ficar afastado do local em que o alimento é preparado,
para que os odores exalados não o atrapalhem o momento da refeição.
■ A prática de exercício físico, se possível adaptado à tolerância de cada pa
ciente, deve ser feita antes das refeições, pois pode incrementar o apetite.
Bibliografia consultada
Bonassa EMA. Toxicidade gastrintestinal. In: Bonassa EMA, Santana TR. Enfermagem em tera
pêutica oncológica. 3. ed. São Paulo: Atheneu; 2005. p. 101-30.
Calixto-Lima L, Andrade EM, Gomes AP, Geller M, Siqueira-Batista R. Dietetic management in
gastrointestinal complications from antimalignant chemotherapy. Nutr Hop. 2012; 27(l):65-75.
Alimentos Funcionais10
Larissa Calixto-Lima | Angélica Nakamura | Maria Cristina Gonzalez
Introdução
Alimento funcional é qualquer alimento que, além de suas funções nutri
cionais básicas pode proporcionar ao indivíduo benefícios metabólicos e
fisiológicos, além de reduzir o risco de doenças crônicas, se for consumi
do como parte da dieta habitual. Em aparência, os alimentos funcionais
são similares aos alimentos convencionais. Um alimento funcional pode
ser natural ou modificado e pode ser funcional para toda a população
ou apenas para um grupo específico de pessoas. A Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) é o órgão que inspeciona e legisla sobre os
alimentos e nutrientes ditos funcionais, os quais podem ser visualizados
na Tabela 10.1.
Tabela 10.1 Lista de alimentos e/ou nutrientes com alegação de propriedades
funcionais aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Ácidos graxos
Ómega 3:
Alegação: o consumo de ácidos graxos ômega 3 favorece a manutenção de níveis
saudáveis detriglicerídios, desde que associado a uma dieta equilibrada e hábitos
devida saudáveis
■ Fontes dietéticas: óleo de peixe, linhaça
Requisitos específicos:
• Essa alegação só se aplica aos ácidos graxos ômega 3 de cadeia longa
provenientes de óleos de peixe (ácido eicosapentaenoico [EPA] e ácido docosa-
hexaenoico [DHA])
• O produto deve apresentar no mínimo 0,1 g de EPA e/ou DHA na porção ou em
100g ou 100mL do produto pronto para consumo, caso a porção seja >100g ou
100mL
No rótulo do produto deve constar, em destaque e em negrito, a seguinte
advertência:
"Pessoas que apresentem doenças ou alterações fisiológicas, mulheres que
estejam grávidas ou amamentando (nutrizes) deverão consultar o médico
antes de usar este produto"
(Continua)
Nu
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a Tabela 10.1 Lista de alimentos e/ou nutrientes com alegação de propriedades
funcionais aprovadospela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (continuação)
Carotenoides ■m
Licopeno:
■ Alegação: o licopeno tem ação antioxidante que protege as < Nulas contia os
radicais livres. Seu consumo deve estar associado a uma dieta equilibrada <•
hábitos de vida saudáveis
■ Fontes dietéticas: tomate e seus subprodutos, mamão, goiaba veimelha, pllanga
e melancia
Luteína:
■ Alegação: a luteína tem ação antioxidante que protege as < Nulns r onlni r>s
radicais livres. Seu consumo deve ser associado a uma diet.|iilllbradn >• IMbll<>s
devida saudáveis
■ Fontes dietéticas: espinafre, milho, qulul, gema de ovo, uva n.illa, abobrinha,
abóbora e pepino
Zeaxantina:
■ Alegação: a zeaxantina tem ação antioxidante que protege as । Nulas < onlia >r.
radicais livres. Seu consumo deve ser associado a uma diet a equilibrada <• hábitos
devida saudáveis
■ Fontes dietéticas: milho, fubá, suco de laranja, gema de ovo, uva llalla
Fibras alimentares
130
■ Alegação: as fibras alimentares facilitam o funclonamento do lnl< stlno 'am
consumo deve ser associado a uma dieta equilibrada e hábitos de vida saudáveis
■ Fontes dietéticas: polpa e casca de frutas, cereais Integrais, legumes, veidui.r.
■ Requisitos específicos:
• Essa alegação pode ser utilizada desde que a porção do produto pionm paia
consumo forneça no mínimo 3g de fibras, se o alimento lor sólido, ou I. j de
fibras, se o alimento for líquido
• Quando apresentadas de modo isolado em cápsulas, t.rbleles, < ompilmldo
pós e similares, deve constar no rótulo do produto, em desi.ig. em ncinlto, a
seguinte informação:
"O consumo deste produto deve ser acompanhado da Ingestão do liquido* *
Betaglucana:
Alegação: a betaglucana auxilia na redução da absorção de colesterol. Seu
consumo deve ser associado a uma dieta equilibrada e hábitos de vida saudáveis
Fonte dietética: aveia
Requisitos específicos:
• Essa alegação pode ser utilizada desde que a porção do produto pronto para
consumo forneça no mínimo 3g de betaglucana, se o alimento for sólido; ou
1,5g, se o alimento for líquido
• Essa alegação só está aprovada para a betaglucana presente na aveia
• Quando apresentada de modo isolado em cápsulas, tabletes, comprimidos, pós
e similares, deve constar no rótulo do produto, em destaque e em negrito, a
seguinte informação:
"O consumo deste produto deve ser acompanhado da ingestão de
líquidos"
Dextrina resistente:
Alegação: as dextrinas resistentes facilitam o funcionamento do intestino.
Seu consumo deve ser associado a uma dieta equilibrada e hábitos de vida
saudáveis
; Fonte dietética: módulo de fibras
■ Requisitos específicos:
• Essa alegação pode ser utilizada desde que a porção do produto pronto para
consumo forneça no mínimo 3g de dextrina resistente, se o alimento for sólido;
ou 1,5g, se o alimento for líquido
• O uso do ingrediente não deve ultrapassar 30g na recomendação diária do
produto pronto para consumo, conforme indicação do fabricante
• Quando apresentada de modo isolado em cápsulas, tabletes, comprimidos, pós
e similares, deve constar no rótulo do produto, em destaque e em negrito, a
seguinte informação:
"O consumo deste produto deve ser acompanhado da ingestão de
líquidos"
(Continua)
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Tabela 10.1 Lista de alimentos e/ou nutrientes com alegação de propriedades
funcionais aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (continuação)
Fibras alimentares
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Fruto-oligossacarídeos:
Alegação: os fruto-oligossacarídeos (FOS) contribuem para o equilíbrio da flora
intestinal. Seu consumo deve ser associado a uma dieta equilibrada e hábitos de
vida saudáveis
Fontes dietéticas: trigo, cebola, alho, tomate, banana, beterraba, hidrólise
enzimática da inulina, alcachofra, aspargo, chicória, mel
■ Requisitos específicos:
• Essa alegação pode ser utilizada desde que a porção do produto pronto para
consumo forneça no mínimo 3g de FOS, se o alimento for sólido; ou 1,5g, se o
alimento for líquido
• O uso do ingrediente não deve ultrapassar 30g na porção diária recomendada
do produto pronto para consumo, conforme indicação do fabricante
• Quando apresentados de modo isolado em cápsulas, tabletes, comprimidos,
pós e similares, deve constar no rótulo do produto, em destaque e em negrito, a
seguinte informação:
"O consumo deste produto deve ser acompanhado da ingestão de
líquidos"
Goma guar parcialmente hidrolisada:
. a Alegação: a goma guar facilita o funcionamento do intestino. Seu consumo devo
estar associado a uma dieta equilibrada e hábitos de vida saudáveis
a Fontes dietéticas: módulo de fibras
■ Requisitos específicos:
• Essa alegação pode ser utilizada desde que a porção do produto pronto p.ii.i
consumo forneça no mínimo 3g de goma guar parcialmente hidrolisada, ■.<’<>
alimento for sólido; ou 1,5g de fibras, se o alimento for líquido
• Essa alegação só está aprovada para a goma guar parcialmente hldrolls.x l.i
obtida da espécie vegetal
• Caso o produto seja comercializado em forma isolada (p. ex., em •..!< he ou pó),
a empresa deve informar no rótulo a quantidade mínima de líquido em que o
produto deve ser dissolvido
• Quando apresentada de modo isolado em cápsulas, tabletes, comprimido’., p< «•.
e similares, deve constar no rótulo do produto, em destaque e em negrito, .i
seguinte informação:
"O consumo deste produto deve ser acompanhado da ingestão do
líquidos"
132
Inulina:
Alegação: a inulina contribui para o equilíbrio da flora intestinal. Seu consumo
deve ser associado a uma dieta equilibrada e hábitos de vida saudáveis
i Fontes dietética: trigo, cebola, alho, tomate, banana, beterraba, alcachofra,
aspargo, alho-poró e raiz de chicória
Requisitos específicos:
• Essa alegação pode ser utilizada desde que a porção do produto pronto para
consumo forneça no mínimo 3g de inulina se o alimento for sólido; ou 1,5g, se
o alimento for líquido
• O uso do ingrediente não deve ultrapassar 30g na porção diária recomendada
do produto pronto para consumo, conforme indicação do fabricante
• Quando apresentada de modo isolado em cápsulas, tabletes, comprimidos, pós
e similares, deve constar no rótulo do produto, em destaque e em negrito, a
seguinte informação:
"O consumo deste produto deve ser acompanhado da ingestão de líquidos"
Lactulose:
v Alegação: a lactulose auxilia no funcionamento do intestino. Seu consumo deve
estar associado a uma dieta equilibrada e hábitos de vida saudáveis
Fontes dietéticas: módulo de fibras
Requisitos específicos:
• Essa alegação pode ser utilizada desde que a porção do produto pronto para
consumo forneça no mínimo 3g de lactulose, se o alimento for sólido; ou 1,5g,
se o alimento for líquido
• Quando apresentada de modo isolado em cápsulas, tabletes, comprimidos, pós
e similares, deve constar no rótulo do produto, em destaque e em negrito, a
seguinte informação:
"O consumo deste produto deve ser acompanhado da ingestão de líquidos"
Polidextrose:
■ Alegação: as polidextroses auxiliam no funcionamento do intestino. Seu consumo
deve ser associado a uma dieta equilibrada e hábitos de vida saudáveis
■ Fontes dietéticas: obtida por polimerização da glicose a vácuo em presença do
sorbitol
■ Requisitos específicos:
• Essa alegação pode ser utilizada desde que a porção do produto pronto para
consumo forneça no mínimo 3g de polidextrose, se o alimento for sólido; ou
1,5g de fibras, se o alimento for líquido
• Quando apresentada de modo isolado em cápsulas, tabletes, comprimidos, pós
e similares, deve constar no rótulo do produto, em destaque e em negrito, a
seguinte informação:
"O consumo deste produto deve ser acompanhado da ingestão de líquidos"
(Continua)
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a Tabela 10.1 Lista de alimentos e/ou nutrientes com alegação de propriedades
funcionais aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (continuação)
Fibras alimentares
Psílio:
■ Alegação: psílio auxilia na redução da absorção de gordura.Seu consumo deve ser
associado a uma dieta equilibrada e hábitos de vida saudáveis
■ Fontes dietéticas: módulo de fibras
■ Requisitos específicos:
• Essa alegação pode ser utilizada desde que a porção diária do produto pronto
para consumo forneça no mínimo 3g de fibra de psílio, se o alimento foi sólido;
ou 1,5g, se o alimento for líquido
A única espécie já avaliada é a Plantago ovata. Qualquer outra espécie deve ser
avaliada quanto à segurança de uso
• Quando apresentado de modo isolado em cápsulas, tabletes, comprimidos, pós
e similares, deve constar no rótulo do produto, em destaque e em negrito, a
seguinte informação:
"O consumo deste produto deve ser acompanhado da ingestão de
líquidos"
Quitosana:
■ Alegação: a quitosana auxilia na redução da absorção de gordura e colesterol.
Seu consumo deve ser associado a uma dieta equilibrada e hábitos de vida
saudáveis
m Fontes dietéticas: módulo de fibras
■ Requisitos específicos:
• Essa alegação pode ser adotada desde que a porção do produto pronto para
consumo forneça no mínimo 3g de quitosana, se o alimento for sólido; ou 1,5g,
se o alimento for líquido
• No rótulo, deve constar, em destaque e negrito, esta frase de advertência:
"Pessoas alérgicas a peixes e crustáceos devem evitar o consumo deste
produto"
• Quando apresentada de modo isolado em cápsulas, tabletes, comprimidos, pós
e similares, deve constar no rótulo do produto, em destaque e em negrito, a
seguinte informação:
"O consumo deste produto deve ser acompanhado da ingestão de
líquidos"
134
Fitosteróis
Alegação: os fitosteróis auxiliam na redução da absorção de colesterol. Seu
consumo deve ser associado a uma dieta equilibrada e hábitos de vida saudáveis
Fontes alimentares: iogurte com fitosteróis, leite com fitosteróis
Requisitos específicos:
• A porção do produto pronto para consumo deve fornecer no mínimo 0,8g
de fitosteróis livres. Poderão ser utilizadas quantidades inferiores, desde que
comprovadas na matriz alimentar
• A recomendação diária do produto, que deve ser de 1 a 3 porções, deve garantir
uma ingestão de 1 a 3g de fitosteróis livres por dia
• No rótulo, devem constar, em destaque e em negrito, as seguintes frases de
advertência:
"Pessoas com níveis elevados de colesterol devem procurar orientação
médica"
"Os fitosteróis não fornecem benefícios adicionais quando consumidos
acima de 3g/dia"
"O produto não é adequado para crianças abaixo de 5 anos, gestantes e
lactentes"
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Polióis
Manitol/xilitol/sorbitol:
Alegação: manitol, xilitol e sorbitol não produzem ácidos que danifiquem os
dentes. 0 consumo do produto não substitui hábitos adequados de higiene bucal
e de alimentação
Fontes dietéticas: são alcoóis de açúcar obtidos por redução da glicose (sorbitol)
e da frutose (manitol)
Requisitos específicos:
• Alegação aprovada somente para gomas de mascar isentas de açúcar
(Continua)
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a Tabela 10,1 Lista de alimentos e/ou nutrientes com alegação de propriedades
funcionais aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (continuação)
Probióticos
Lactobacillus acidophilus/Lactobacillus casei shirota/L. casei var. rhamnosus/L.
casei var. defensis/LactobacilIus paracasei/Lactococcus lactis/Bifidobacterium
bifidum/Bifídobacterium animallis (inclusive a subespécie B. lactis]/
Bifidobacterium longum/Enterococcus faecium:
Alegação: o probiótico contribui para o equilíbrio da flora intestinal. Seu consumo
deve ser associado a uma dieta equilibrada e hábitos de vida saudáveis
Fontes dietéticas: leite fermentado com probióticos, iogurte com probióticos
Requisitos específicos:
A quantidade mínima viável de probióticos deve ser de 108 a 109 unidades
formadoras de colônias (UFC) na porção diária recomendada do produto
pronto para consumo, conforme indicação do fabricante. Valores menores
podem ser aceitos, desde que a empresa comprove sua eficácia
• Os microrganismos Lactobacillus delbrueckii (subespécie bulgaricus) e
Streptococcus salivarius (subespécie thermophillus) foram retirados da lista,
tendo em vista que, além de serem espécies necessárias para a produção de
iogurte, não têm efeito probiótico cientificamente comprovado
Proteína de soja
Alegação: o consumo diário de no mínimo 25g de proteína de soja pode ajudar
a reduzir o colesterol. Seu consumo deve ser associado a uma dieta equilibrada e
hábitos de vida saudáveis
■ Fontes dietéticas: soja e produtos de soja
Requisitos específicos:
• Os dizeres de rotulagem e o material publicitário dos produtos à base de soja
não podem veicular qualquer alegação em função das isoflavonas, seja de
conteúdo ('contém'), funcional, de saúde ou terapêutica (prevenção, tratamento
e cura de doenças)
Fome: adaptada de Anvisa, 2004.
Bibliografia consultada
Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Informe Técnico n° 9, de 21 de
maio de 2004. Orientação para utilização, em rótulos de alimentos, de alegações de propriedades
funcionais de nutrientes com funções plenamente reconhecidas pela comunidade científica (item
3.3 da Resolução Anvisa/MS n2 18/99). Disponível em: http://portal.anvisa.gov.bt/wps/content/
Anvisa+Portal/Anvisa/lnicio/Alimentos/Assuntos+de+lnteresse/Alimentos+Com+Alegacoes+de+
Propriedades+Funcionais+e+ou+de+Saude/Alegacoes+de+propriedade+funcional+Aprovadas.
Stringhueta PC, Aquino AM, Vilela MAP. Legislação brasileira sobre alimentos "funcionais". In:
Costa NMB, Rosa COB. Alimentos funcionais. Rio de Janeiro: Rubio; 2010. p. 9-35.
Ferreira CLLF (Ed.). Prebióticos e probióticos: atualização e prospecção. Rio de Janeiro: Rubio; 2012.
http://portal.anvisa.gov.bt/wps/content/
Introdução
As dietas podem sofrer modificações em sua textura para que se adéquem
às necessidades dos pacientes. Muitas vezes, a orientação adequada quanto
à consistência da dieta evita desconforto e desnutrição.
Dieta líquida de prova
Os alimentos que compõem uma dieta líquida de prova incluem água, chás de
cor clara e água de coco, alimentos que proporcionam o mínimo de resíduos
alimentares, o que possibilita repouso intestinal máximo. Por ser uma dieta
restritiva e nutricionalmente inadequada, não deve ser utilizada por período su
perior a três dias. Em geral é indicada como primeiro passo na alimentação por
via oral em pacientes que passaram por jejum prolongado, além de servir de
estímulo inicial para o funcionamento dos processos de digestão e absorção.
Dieta líquida restrita
Consiste na dieta líquida de prova acrescida de sucos naturais coados, caldos
de carne, gelatinas e bebidas isotônicas. Assim como as dietas líquidas de
prova, as dietas líquidas restritas são restritivas e nutricionalmente inadequa
das e não devem ser utilizadas por período superior a três dias. Essas dietas
são indicadas no pós-operatório imediato de cirurgias do trato gastrintestinal,
tais como gastroplastia redutora. Também podem ser prescritas para pacien
tes em processos iniciais de infecção grave e diarréia aguda, bem como para
aqueles que se preparam para exames.
Dieta líquida completa
Uma dieta líquida completa inclui qualquer alimento ou preparação de consis
tência líquida ou que dissolve rapidamente na boca: água, chás, água de coco,
sucos naturais, caldo de carne, caldo de feijão, mate, café, bebidas isotônicas,
leite, picolés, sorvetes, gelatinas. Trata-se de dieta caracteristicamente mais caló
rica do que as dietas citadas anteriormente, e que tem no leite a fonte proteica.
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a A dieta líquida completa é indicada para pacientes com problemas mecâ
nicos de deglutição (disfagia) e de mastigação; no pós-operatório de cirurgias
de cabeça e pescoço; ou para pacientes com problemas mecânicos do traio
digestivo superior.
A Tabela 11.1 traz um exemplo de dieta líquida completa.
Tabela 11.1 Exemplo de dieta líquida completa
Refeição Alimento
Desjejum ■ Leitedesnatadooulntcqr.il■ Suco de frutas
Colação ■ Chá ou água de coco
Almoço ■ Caldo da sopa (caldo de carne com legumes < nado)
■ Gelatina (diet)
Lanche da tarde ■ Leitedesnatadooulntegr.il
■ Suco de frutas
Jantar ■ Caldo da sopa (caldo de carne com legume1. < oado)
■ Gelatina (diet)
Ceia ■ Chá ou água de coco
Dieta líquido-pastosa ou semilíquida
Os alimentos de uma dieta líquida completa podem ser engrossados, carat
terizando então uma dieta semilíquida. Os alimentos permitidos são: vitamina
de frutas, mingau ralo, sopa liquidificada e coada, iogurtes, coalhada, sorvetes
e picolés, papa de fruta, milk-shakes. Dietas semilíquidas são indiradas paia
pacientes com dificuldade de deglutir ou mastigar adequadamente os ali
mentos ou como uma etapa na evolução da consistência da dieta.
A Tabela 11.2 traz um exemplo de dieta semilíquida.
140
Leitedesnatadooulntcqr.il
Leitedesnatadooulntegr.il
r<il>vl<i11 2 Exemplo de dieta semilíquida
Refeição Alimento
Desjejum ■ Vitamina de frutas
Colação ■ Iogurte ou coalhada, ou papa de fruta
Almoço ■ Sopa liquidificada e coada
■ Suco de frutas
Lanche da tarde Vitamina de frutas --------------- 1
Jantar ■ Sopa liquidificada e coada
■ Suco de frutas
Ceia ■ Mingau ralo (aveia, fubá, amido de arroz ou de milho)
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Dieta pastosa
A dieta pastosa inclui alimentos abrandados por cocção e por processos me
cânicos, como os alimentos moídos, liquidificados, amassados ou em forma
de purê: arroz pastoso; purê de batata, abóbora, aipim ou inhame; carne ver
melha ou de frango moída; frutas amassadas; caldos e sopas engrossados;
creme de milho ou de espinafre; macarrão bem cozido; nhoque; requeijão;
pão mole molhado no leite ou no café; ovo cozido.
Situações que indicam a utilização da dieta pastosa incluem:
i" Ausência dos dentes ou uso de próteses dentárias mal adaptadas.
■ Alterações anatômicas da boca.
■ Doenças esofágicas.
■ Distúrbios neurológicos ou neuromotores.
■ Retardamento metal grave.
A Tabela 11.3 traz um exemplo de dieta pastosa.
Tabela 11.3 Exemplo de dieta pastosa
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Refeição Alimento
Desjejum
Colação
Fruta amassada ou raspada (banana, maçã, mamão, pera)
। Café, leite, café com leite
Pâo mole (molhado em café, leite ou café com leite)
Suco de frutas
Almoço Arroz pastoso
■ Caldo de feijão
Purê de batata, abóbora, aipim ou Inhame
■ Carne vermelha ou de frango molda
■ Suco de frutas
Lanche da tarde
|... ........... ..........
■ Fruta amassada ou raspada (banana, ma<,a, main.lo, pera)
■ Café, leite, café com leite ou chá
■ Pão mole (molhado em café, leite, café c om leite out li.i)
Jantar n Sopa engrossada
■ Suco de frutas
Ceia Mingau engrossado
Dieta branda
Uma dieta branda inclui os alimentos típicos de uma dieta de consistência
normal, mas com restrição de frituras, alimentos que causem flatulência e
alimentos crus, exceto os de textura macia. São permitidos pedaços de legu
mes, vegetais, carnes, e não é obrigatório que o alimento seja triturado ou
moído. Para que uma dieta se caracterize como branda, a maior parte dos
alimentos é abrandada por cozimento, que os faz adquirirem consistênc i<i
mais tenra. Esse tipo de dieta em geral é utilizado na fase de transição de
uma dieta pastosa para uma dieta normal, ou em pacientes com saciedade
precoce, por ter baixo teor de fibras.
A Tabela 11A traz um exemplo de dieta branda.
142
I.i I I t Exemplo de dieta branda
Refeição Alimento
Desjejum ■ Fruta macia
■ Café, leite, café com leite
Pão francês com margarina ou biscoito Maizena® ou
biscoito do tipo água-e-sal
Colação ■ Suco de frutas
Almoço Arroz bem cozido
Caldo de feijão
■ Carne bem cozida
■ Legumes cozidos
■ Suco de frutas
Lanche da tarde ■ Fruta macia
« Café, leite, café com leite
■ Pão francês com margarina ou biscoito Maizena® ou
biscoito do tipo água-e-sal
Jantar ■ Arroz bem cozido
a Frango bem cozido
■ Legumes cozidos
■ Suco de frutas
Cela ■ Leite ou chá, ou suco de frutas natural
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Dieta normal
I )ieta nutricionalmente equilibrada, sem restrições de cunho qualitativo, indi
cadas para pacientes cuja condição clínica não exige modificação na consis
tência da dieta. Todos os alimentos estão incluídos nesse grupo.
A Tabela 11.5 traz um exemplo de dieta normal.
Tabela 11.5 Exemplo de dieta normal
Refeição AlimentoI__
Desjejum ■ Fruta
■ Café, leite, café com leite
. ■ Pão francês
■ Margarina ou queijo branco
Colação ■ Fruta
Almoço ■ Salada crua
■ Arroz ou substituto
■ Feijão ou substituto
। ■ Carne (de boi, frango ou peixe) ou substituto
■ Guarnição
■ Fruta
Lanche da tarde ■ Café, leite, café com leite
■ Pão francês
■ Margarina ou queijo branco
Jantar
——_ ________________
» Salada crua
■ Arroz ou substituto
■ Feijão ou substituto
Carne (de boi, frango ou peixe) ou substituto
■ Guarnição
■ Fruta
Ceia ■ Leite ou iogurte
Bibliografia consultada
Oliveira AD, Vieira LP, Albano MRC, Molina VBC. Composição nutricional de difl.r. <i|<-h•<nl.v.
In: Isosaki M, Cardoso E. Manual de dietoterapia e avaliação nutricional, São Paulo Alheiirii,
2004. p. 101-69.
Pinho N, Pacheco S, Baluz K, Oliveira A. Manual de nutrição oncológk a: bas<". । llnu ao ' ..h >
Paulo: Atheneu; 2004. p. 123-7.
Tabelas de Equivalentes
dos Alimentos
Manuela Pacheco | Larissa Calixto-Lima
Introdução
Alimentos equivalentes são aqueles que podem substituir outros alimentos
em uma dieta ou cardápio. Após a escolha do produto ou alimento a ser
substituído, é necessário saber o valor calórico de uma porção predefinida
do produto ou alimento em questão. Uma porção do alimento equivalente
deverá ter características e calorias similares às da porção predefinida. Entre as
características, é importante destacar:
■ Funções e ações semelhantes por grupos alimentares (energéticos, regula
dores, construtores ou, em algumas situações, laxantes, constipantes etc.).
■ Fontes de nutrientes (se contêm ou não as mesmas vitaminas ou minerais). Ta
be
la
s d
e E
qu
iv
al
en
te
s d
os
A
lim
en
to
s
Listamos a seguir alguns equivalentes, levando em consideração o grupo
alimentar e as calorias da porção.
Equivalentes do arroz
CAL: calorias; CHO: carboidratos; PTN: proteínas; LIP: lipídios.
Alimento/
Preparação
Quantidade
(g)
CAL CHO
(9)
PTN
(g)
LIP
(g)
Fibras
(g)
Arroz branco 2 col. (sopa) 50g 60,92 12,74 1,14 0,6 1,44
Arroz doce 1 col. (sopa) cheia 40g 67,41 13,2 1,56 0,93 0,17
Arroz integral 4 col. (sopa) 100g 60,72 11,64 1,2 1,04 3,44
Batata frita Vs escum. (M) 22g 60,73 7,8 0,93 2,86 0,26
Batata-inglesa
cozida
1 unid. (P) 70g 62,03 14,05 1,3 0,07 1,25
Farofa 1 col. (sopa) rasa 15g 59,8 11,75 0,05 1,4 0,1
Macarrão à
bolonhesa
'/2 escum. (M) 55g 68,5 12,15 2,95 0,9 0,75
Macarrão
al sugo
'/j escum. (M) 55g 56 11,85 1,7 0,2 0,7
Macarrão
cozido sem
molho
1Z> escum. (M) 55g 76,2 15,56 2,62 0,36 0,82
Nhoque de
batata
2 col. (sopa) 40g 73,86 13,6 1,94 1,3 0,7
Purê de batata 2 col. (sopa) 60g 66,1 9,56 1,16 2,58 0,6
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Di
a Equivalentes da aveia
Alimento/
Preparação
Quantidade
(g)
CAL
CHO
(0)
PTN
(0)
LIP
(0)
Fibra*
(0)
Aveia 1 col. (sopa) 15g 57,8 9,73 2,47 1 1,46
Cremogema" 1 Vi col. (sopa)
16,5g
60 15 TR IR 0
Farelo de trigo 2 col. (sopa) 20g 62 11,33 2,86 0,5 1 0
Farinha de arroz
branco
1Vi col. (sopa)
15g
54,9 12,01 0,89 0,21 (1,16
Farinha de arroz
integral
1 Vi col. (sopa)
15g
54,45 11,46 1,08 0,41 0,69
Farinha de
mandioca
1 col. (sopa) 16g 58,4 14,28 0,2 0,05 1,04
Farinha de rosca 1 col. (sopa) 16g 65,2 11,8 1.8 1,2 0,66
Farinha de soja 1 col.
(sobremesa)
cheia 12g
55,36 3,79 4,54 2,44 0,24
Farinha de trigo 1 col. (sopa) 20g 68,75 14,84 1,97 0,19 0,54
Maizena 1 col. (sopa) 20g 73 17 TR IR III
Mucilon* de arroz 2 col. (sopa) 14g 53,32 12 0,72 0 0
Mucilon" de milho 2 col. (sopa) 14g 52,66 12 0,72 0 0
CAI: calorias; CHO: carboidratos; PTN: proteínas; LIP: llpldios; IR. traçr
Equivalentesdas carnes
Alimento/
Preparação
Quantidade
(g)
CAL
CHO
(g)
PTN
(0)
LIP
(0)
I Ibra*
(u)
Almôndega de
carne bovina frita
2 unid. (P) 60g 161,84 4,4 12,66 10,4 0,26
Atum em conserva
(óleo vegetal)
4 col. (sopa)
64g
179,84 0 15,44 1 1,12 NI)
Bife à milanesa 1 unid. (P) 65g 193,96 7,15 11,37 1 1,12 0
Bife assado ou
grelhado
1 unid. (M)
100g
186,08 0 30,41 /,!(> 0
Bife cozido ou
ensopado
1 unid. (P) 80g 170,8 0 26,32 7,28 0
Camarão ensopado 1 concha150g 139,63 0 31,33 1,59 0
8
CAL: calorias; CHO: carboidratos; PTN: proteínas; LIP: lipidios; ND: não determinado.
Alimento/
Preparação
Quantidade
(9)
CAL
CHO
(g)
PTN
(9)
LIP
(9)
Fibras
(g)
Carne molda
refogado
2 col. (sopa)
50g
143,2 0,4 12 10,4 0,06
Filé de frango à
mllanesa
1 unid. (P) 80g 183,68 8,72 19,2 8 0,08
Filé de peito de 1 unid. (M)
frango grelhado 100g
175,16 0,25 29,66 6,16 0
Frango assado
(carne e pele)
1 coxa (M) 80g 165,6 0 21,6 8,8 0
1 peito (P) 90g 172,8 0 27 7,2 0
Frango ensopado
(carne e pele)
1 coxa (M) 80g 159,2 0 20 8,8 0
1 peito (P) 90g 142,06 0 22,43 5,81 0
Frango frito (carne
e pele)
1 coxa (M) 70g 169,4 1,4 18,9 9,8 0
1 peito (P) 85g 184,45 1,7 27,2 7,65 0
0,18Lombo de porco
assado
1 fatia (M) 100g 178,25 1,66 16,08 11,91
Ovo - clara cozida 10 unid. 300g 163,5 0 40,2 0,3 ND
Ovo cozido 2 unid. 90g 142 0,4 11,6 10,4 0
Ovo frito 116 unid. 67,5g 158,1 0 10,5 12,9 0
Ovo - gema cozida 3 unid. 45g 156,18 0,72 7,14 13,86 0
Ovo mexido 2 unid. 90g 130 1,08 11,16 8,96 0
Peixe grelhado 1 filé (G) 155g 166,74 0 38,54 1,39 0
Peru - peito assado 16 pedaço (G)
95g
158,17 0 27,78 5,22 °
Rosbife 2 fatias 100g 166 0 28
L______
ND
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de
Eq
ui
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le
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do
s A
lim
en
to
s
Equivalentes de algumas leguminosas
(Continua)
Alimento/
Preparação
Quantidade
(g)
CAL
CHO
(g)
PTN
(g)
LIP
(g)
Fibras
(9)
Feijão-carioca (grãos
e caldo)
1 concha150g 91,2 12,4 5 2,4 6,3
Feijão-verde 1 concha150g 79,1 2,3 0,6 7,5 1
Feijâo-tropeiro 2 col. (sopa)
30g
100,3
_______
14,7 4,3 2,7 3,8
CAL: calorias; CHO: carboidratos; PTN: proteínas; III1 ll|>ldl<r
Alimento/
Preparação
Quantidade
(g)
CAL CHO
(g)
PTN
(g)
LIP
(g)
Fibras
(g)
Feijoada 2 col. (sopa)
cheia 50g
86,02 3,32 4,1 6,26 0,98
pasta de 1 col. (das de 76 12,3 4 1,2 2,2
grão-de-bico arroz) cheia
45g
Soja em grãos 1’/j col. (sopa)
45g
84,15 4,42 7,5 4,05 2,77
Lentilha 4 col. (sopa)
80g
96,56 16 7,24 0,4 3,6
Equivalentes de alguns embutidos
CAL: calorias; CHO: carboidratos; PTN: proteinas; LIP: lipidios; ND: náo determinado
Alimento/
Preparação
Quantidade
(g)
CAL CHO
(g)
PTN
(g)
LIP
(U)
1llirn»
(0)
Hambúrguer bovino
frito
1 unid. 56g 155,67 6,32 11,2 9,51 1,7
Mortadela Sadia’ 5 fatias 75g 157,5 3 7,8 12,75 NI)
Presunto 3 fatias 45g 138 0 7,5 12 0,57
Salsicha de frango 2 unid. 60g 152,32 4,08 7,72 11,68 0
Salsicha de peru 2 unid. 60g 133,2 0,88 8,56 10,6 0
Eq u iva le ntes da s frutas
Alimento/ Quantidade CHO PTN UP Flbrns
Preparação (g) (g) (g) (g) (g)
Abacate picado 1 col. (sopa) 35g 62 2,2 0,6 5,6 1,4
Abacaxi 1 rodela (G)
100g
54,8 12,4 0,4 0,4 1,2
Acerola 15 unid. 180g 57,5
66,1
13,12 0,37 0,37 2
Ameixa-preta seca 5 unid. 25g 15,7 0,6 0,1 2,3
Ameixa-vermelha 3 unid. (G) 90g 53,88 11,7 0,69 0,48 1,68
Banana-prata 1 unid. (P) 63g 68,4 14,7 0,6 0,8 1,3
Cajá 12 unid. 120g 60,96 13,68 1,56 TR ’,12
( Al • < Glorias; CHO: carboidratos; PTN: proteínas; LIP: lipidios; TR: traços.
Alimento/
Preparação
Quantidade
(g)
CAL CHO
(g)
PTN
(g)
UP
(g)
Fibras
(g)
Caju 1 unid. (M) 140g 71,9 16,2 1,1 0,3 2,1
Caqui 1 unid. (P) 80g 62,8 14,9 0,46 0 2,9
Carambola 1 unid. (M) 150g 54,5 11,7 0,8 0,5 4
Ciriguela 100g 84,8 18,9 1,4 0,4 3,9
Damasco fresco 3 unid. 105g 66 14,4 0,75 0,6 1,8
Figo 7 unid. 84g 60,41 15,61 0,56 0,21 2,66
Goiaba 1 unid. (M)
s100g
51 11,9 0,8 0,6 5,4
Jabuticaba 15 unid. 75g 60 11,4 0,45 TR 1,65
Jaca 5 bagos 60g 62,5 14,5 1 0,05 1
Jambo 3 unid. 180g 54,9 11,7 1,62 0,18 9,18
Laranja 1 unid. (P) 140g 73 16,5 1,3 0,2 2,6
Limão 4 unid. (P) 132g 64,48 12,28 2,4 0,64 3,68
Maçã vermelha 1 unid. (P) 130g 84 19,9 0,2 0,4 2,5
Mamão-papaia ’/2 unid. (P) 160g 68,7 15,71 0,97 0,22 2,88
Manga 1 fatia (M) 112,5g 80,61 19,07 0,52 0,25 3,12
Maracujá 1 unid. (G) 100g 76,1 12,3 2 2,1 1,1
Melancia (polpa,
sem casca e
semente)
1 fatia (G)150g 50,9 11,32 0,91 0,22 0,6
_______
Melão 1 fatia (M) 150g 52,77 10,82 0,91 0,65 0,39
Morango 8 unid. (G) 160g 52,96 11,2 0,96 0,48 2,4
Pera 1 unid. (M) 110g 71,6 16,6 0,4 0,4 2,6
Pêssego 1 unid. (G) 110g 52,9 12,2 0,8 0,1 2,2
Pinha ou
fruta-do-conde
'/2 unid. (P) 80g 78,64 17,92 1,2 0,24 2,72
Pitanga 12 unid. 120g 55,44 12,24 1,08 0,24 3,84
Quiuí 1 unid. (M) 75g 50,3 11,2 0,7 0,3 1,4
Salada de frutas 2 col. (sopa) 70g 69,14 16,42 0,46 0,18 0,84
langerina 1 unid. (M) 140g 57,82 13,44 0,7 0,14 1,26
Uva 10 unid. (M) 80g 60,6 14,2 0,5 0,2 0,5
ab
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as
de
Eq
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s A
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to
s
Nu
tr
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lín
ica
no
Di
a a
Di
a Equivalentes de algumas gorduras
CAL: calorias; CHO: carboidratos: PTN: proteínas; LIP; lipídios.
Alimento/
Preparação
Quantidade
(g ou mL| CAL
CHO
<g)
PTN
(9)
LIP
(9)
Fibras
(g)
Azeite de oliva 1 col. (sopa) 8mL 72 0 0 8 0
Creme de leite 3 col. (sopa) 30g 76 0 0 7,6 0
Maionese 2 col. (sopa) 24g 80 1,8 0 8 0
Manteiga 1 col. (sopa) rasa
10g
73,57 0 0,71 7,85 0
Margarina 1 col. (sopa) 10g 72 0 0 8 0
Óleo de coco 1 col. (sopa) 8mL 68,96 0 0 8 0
Óleo de fígado de
bacalhau
1 col. (sopa) 8mL 72,16 0 0 8 0
Óleo de soja 1 col. (sopa) 8mL 70,72 0 0 8 0
Equivalentes de legumes e hortaliças
Alimento/
Preparação
Quantidade
(g)
CAL CHO
(g)
PTN
(g)
LIP
(g)
Fibras
(g)
Abóbora ou jerimum
cozida com sal
1 xícara 200g 49,44 10 2 0,16 2
Berinjela cozida 1 escum. (M)
125g
50,28 10,91 1,03 0,28 3,12
Beterraba cozida 6 col. (sopa)
cheia 120g
52,2 11,7 1,2 0,06 2,04
Beterraba crua 7 col. (sopa)
cheia 112g
51,1 10,71 1,75 0,14 3,08
Brócolis cozidos 1 14 xíc. (chá)
150g
53,02 7,57 4,5 0,52 4,5
Cebola picada 15 col. (sopa)
cheias 150g
57,15 12,3 1,65 0,15 2,4
Cenoura cozida 5 col. (sopa)
cheias 125g
59,65 13,05 1,3 0,25 3,15
Cenoura crua 10 col. (sopa)
cheias 120g
54,6 12 1,2 0,2 3,1
Chuchu cozido
sem sal
1 unid.(P) 170g 46 8,7 1 0,8 1
CAI. calorias; CHO: carboidratos; PTN; proteínas; LIP: lipidios; G: grande.
Alimento/
Preparação
Quantidade
(g)
CAL CHO
(g)
PTN
(g)
LIP
(g)
Fibras
(g)
(ouve refogada 2 col. (sopa)
cheias 40g
50,56 3,6 1,12 3,52 1
Couve-flor cozida
corn sal
2 ramos (G) 200g 55,7 8,22 3,68 0,9 5,4
1 splnafre cozido 8 col. (sopa)
200g
57,44 7,44 5,84 0,48 4,56
1 splnafre refogado 3 col. (sopa) 75g 57,09 3,15 2,01 4,05 1,86
Vagem cozida 7 col. (sopa)
140g
58,1 11,06 2,66 0,35 4,48
Ta
be
la
s d
e E
qu
iv
al
en
te
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os
A
lim
en
to
s
Equivalentes do leite
Alimento/
Preparação
Quantidade
(g oumL)
CAL CHO
(g)
PTN
(g)
LIP
(g)
Fibras
(g)
Leite de cabra 1 copo 200mL 139 9 7,12 8,28 0
Leite de vaca
desnatado
2 copos 400mL 120 18 12
_______
0 0
Leite de vaca
integral
1 copo 200mL 122 9,3 6,6 6,6 0
Leite de soja 2 copos 400mL 142,5 7,3 11 7,7 5,2
Iogurte Natural
Desnatado Nestlé®
1 % unid. 277,5g 118,5 16,5 11,55 0,9 0
Iogurte Natural
Integral Nestlé*
1 unid. 200g 149 11 8 8,2 0
Queijo camembert 1 unid. 50g 149,3 0,2 9,9 12,1 0
Queijo cheddar 1 fatia 30g 120,7 0,4 7,5 9,9 0
Queijo gorgonzola 1 fatia 30g 105,9 0,6 6,3 8,7 0
Queijo Minas Frescal
Frescatino’
'Zzunid. (G)62,5g 123,75 3,12 8,12 8,75 0
Queijo Minas Padrão
Itacolomy"
2’/2 fatias 37,5g 135 0,37 8,37 0
Queijo muçarela 3 fatias 45g 126,4 8,7 9,7 0
Queijo muçarela
light
3 fatias 45g 114,3 1,35 10,8 4,8 0
(Continua)
Nu
tr
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o
Cl
ín
ica
no
D
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a
CAL: calorias; CHO: carboidratos; PTN: proteínas; UI’: llpídlos. I': pequeno, M medio;'. <ji.mr|p
Alimento/
Preparação
Quantidade
(goumL) CAL
CHO
(g)
PTN
(g)
LIP
(g)
Fibras
(g)
Queijo parmesão
ralado
2 col. (sopa) 30g 135,4 1,112,5 9 0
Queijo prato 3 fatias 45g 160,6 0,6 11,2 12,5 0
Queijo provolone 3 fatias 45g 157,9 0,9 11,5 11,9 0
Queijo ricota 2 fatias (M) 70g 121,8 2,1 7,9 9,1 0
Queijo roquefort 2 fatias (P) 40g 146,7 0,8 8,6 12,2 0
Queijo Catupiry" 2 col. (sopa) 60g 136 2 6 12 0
Equivalentes de oleaginosas
CAL: calorias; CHO: carboidratos; PTN: proteínas; LIP: lipldios.
Alimento/
Preparação
Quantidade
(g)
CAL CHO
(g)
PTN
(g>
LIP
(g)
Plbrai
(g)
Amendoim assado
com sal
1 col. (sopa) 17g 96,9 2,68 4,45 8,43 1,36
Amendoim cozido
com sal
'A xíc. (chá) 30g 101,4 6,3 4,2 6,6 2,7
Castanha de caju
torrada
6 unid. 15g 91,2 4,86 2,28 6,96 0,42
Semente de gergelim 1 Vi col. (sopa)
15g
92,1 3,45 2,7 7,5 2,55
Semente de linhaça 2 col. (sopa)
rasas 20g
104 4 4 8 5,6
Equivalentes do pão
Alimento/
Preparação
Quantidade
(g)
CAL CHO
(g)
PTN
(g)
LIP
(g)
Fibras
(g)
Batata-doce cozida 1'Z> unid. (P)
150g
157,5 36,4 2,5 0,4 3,4
Biscoito doce (tipo
Maria)
5 unid. 35g 132,3 21,9 2,6 3,8 0,73
Biscoito salgado (tipo
cream cracker)
5 unid. 30g 135 19,9 3,3 4,5 0,75
Bolo de chocolate 1 fatia (P) 50g 182,3 26,22 2,7 7,4 0,65
i Al.: । alorlas; CHO: carboidratos; PTN: proteínas; LIP: lipidios;TR: traços; P: pequeno; M: médio.
Alimento/
Preparação
Quantidade
(g)
CAL CHO
(g)
PTN
(g)
LIP
(g)
Fibras
(g)
Bolo simples 1 fatia (P) 50g 159,8 27,6 2,9 4,2 0,7
(uscuzde milho 1 fatia (P) 135g 156,94 34,15 2,97 0,94 2,83
Cuscuz paulista ’/z fatia (P) 65g 122,12 15,01 3,38 5,4 2,8
Inliame 1 rodela (P) 94g 110,21 25,94 1,41 0,09 3,67
Macaxeira (mandioca
ou aipim) cozida sem
casca
1 pedaço (M)
125g
149
..
36,1 0,7 0,2 2,06
Pão de batata 1 unid. (M) 50g 121 18,3 3.4 3,8 1,3
Pão de centeio 2 fatias 50g 128,28 24,14 4,24 1,64 2,9
Pão de forma 2 fatias 50g 134,1 28,7 4,6 0,1 1,2
Pão de hambúrguer 1 unid. 60g 164,79 29,67 5,7 2,59 1,26
Pão de milho 1 unid. (P) 50g 143,35 28,2 4,15 1,55 2,15
Pão doce 2/3 unid. (P) 34g 124 19,06 1,83 4,48 0
Pão francês, ou
< arioquinha (CE), ou
cacetinho (RS)
1 unid. (P)50g 136,95 25,1
_______
4,3 2,15 1,6
Pão italiano 1V2 fatia 45g 120,07 22,5 3,97 1,57 1,39
Pizza de muçarela 1 fatia (P) 80g 154,7 13,9 7 7,9 1,1
laploca 2/3 unid. 34g 120,9 30,15 0,06 TR 0,3
forrada Bauducco®
integral
4 unid. 40g 140 21,33 3,33 2,4 2,4
lorrada de pâo
francês
5 fatias 35g
______________
129z35
_______
26,11
_______
3,67 1,15 1,19
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el
as
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do
s A
lim
en
to
s
Bibliografia consultada
I'.u heco M. Tabela de composição química dos alimentos e medidas caseiras: guia de bolso.
Rio do Janeiro: Rubio; 2010. p. 63.
I'at heco M. Tabela de equivalentes, medidas caseiras e composição química dos alimentos. 2.
oil Rio de Janeiro: Rubio; 2011. p. 671.
Terapia Nutricional
Larissa Calixto-Lima | Maria Cristina Gonzalez
Introdução
A Portaria ne 272/MS/SNVS, de 8 de abril de 1998, define terapia nutricional
(TN) como um conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção
ou recuperação do estado nutricional do paciente, por meio de nutrição
parenteral e/ou enteral. As vias de acesso disponíveis para terapia nutricional
encontram-se descritas na Figura 13.1.
Nutrição enteral
A nutrição enteral (NE) é um procedimento pelo qual se administram soluções
de nutrientes para dentro do trato gastrintestinal (TGI) através de um tubo. A
Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) na 63 da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária do Ministério da Saúde (Anvisa/MS), de 6/7/00, propõe uma definição
mais completa de NE:
Alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nu
trientes, na forma isolada ou combinada, de composição defini
da ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso
por sonda ou via oral, industrializada ou não, utilizada exclusiva
ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação
oral, em pacientes desnutridos ou não, conforme suas neces
sidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou do
miciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos
e sistemas.
Vias de acesso para nutrição enteral
As indicações para escolha das vias de acesso para nutrição enteral estão
mostradas na Figura 13.2.
Via enteral
Figura 13.1 Vias de acesso para terapia nutricional
* Suplemento: todo alimento ou substância que se destina a fornecerrraaonutrentes e- cror-_— •rtss»- zã- necess caces normais dc -no .duo.*
• Complemento: alimento fornecido para complementar o aporte nutncor^ ta-te oe .—a a —erscãc rsuíoya*
TGI funcionante?
Figura 13.2 Organograma para escolha da via de acesso em nutrição enteral
Métodos de administração
Dependendo da via de acesso utilizada, o método de administração da dieta
enteral poderá ser:
■ Em bolo: administração da dieta diretamente, com seringa de 60ml
■ Gotejamento intermitente: administração da dieta a intervalos de ’> a
4h com bomba de infusão ou gotejamento por gravid.ido
■ Gotejamento contínuo: administração da dieta em /Mli com utilização
obrigatória de bomba de infusão.
Indicações de nutrição enteral
As seguintes condições podem constituir indicações de NI
■ Anorexia grave.
■ Deglutição comprometida de causa muscular ou neurológica (dislagia)
« Desnutrição ou risco de desnutrição.
■ Doença inflamatória intestinal.
« Doenças degenerativas.
■ Fistulas enterocutâneas (a depender do débito e da localização).
a Ingestão alimentar inferior a 70% das necessidades calóricas por período
igual ou superior a 5 dias.
■ Neoplasias de cabeça e pescoço, gastrintestinais e encefálicas.
■ Pancreatite aguda com motilidade preservada.gastrintestin.il
■ Queimaduras.
■ Quimioterapia.
■ Radioterapia.
« Traumatismo.
gastrintestin.il
Contraindicações da nutrição enteral
As seguintes condições podem contraindicar o uso de acesso nutricional en
teral:
■ Doenças terminais (contraindicação relativa).
■ Fistulas enterocutâneas (a depender'do débito e da localização).
■ Hipomotilidade intestinal.
■ íleo paralítico ou adinâmico.
■ Instabilidade hemodinâmica.
■ Obstrução intestinal maligna.
■ Vômito ou diarréia incontroláveis (contraindicação relativa).
Classificação das dietas enterais
Quanto ao modo de preparo
■ Artesanais.
■ Industrializadas.
Quanto à complexidade dos nutrientes
Levam em consideração, principalmente, o estado de hidrólise das proteínas:
■ NE monomérica ou elementar: proteína em forma de aminoácidos
livres, lipídios representados por triglicerídios de cadeia média (TCM) e
ácidos graxos essenciais e carboidratos em forma de mono- e oligossa-
carídeos. As fórmulas monoméricas são isentas de lactose e não contêm
fibras.
। NE oligomérica ou semielementar: fonte proteica hidrolisada em for
ma de peptídios enriquecidos com aminoácidos, carboidratos em forma de
mono- e oligossacarídeos.
■ NE polimérica: contém macronutrientes na forma de proteína intacta
(caseinato, lactoalbumina, proteína isolada da soja), trigliceridios e políme
ros de carboidrato.
Quanto à osmolaridade da fórmula
■ NE hipotônica: 280 a 300m0sm/kg.
■ NE isotônica (próximo dos líquidos corporais): 300 a 550m0sm/kg.
■ NE levemente hipertônica: .550 a 550m0sm/kg.
■ NE hipertônica: 550 a 750m0sm/kg.
■ NE acentuadamente hipertônica -/'iOmOsm/kg
Quanto à densidade da fórmula
■ Acentuadamente hipocalórica: <0,6k< al/ml.
■ Hipocalórica: 0,6 a 0,8kcal/ml.
« Normocalórica: 0,9 a 1,2kcal/ml..
■ Hipercalórica: 1,3 a l,5kcal/mL.
■ Acentuadamente hipercalórica: >1,5kcal/ml
Complicações da nutrição enteral
■ Complicações mecânicas: deslocamento da sonda devido <’i presença
de vômitos ou outros fatores; esofagite; ulceração esofágica; estenose gir-
trintestinal; escoriação da ostomia; obstrução da sonda; otite.
■ Complicações gastrintestinais: constipação intestinal e/ou diarréia,
associadas Ou não à dieta; distensão abdominal; cólicas; empachamento;
náuseas e vômitos.
■ Complicações infecciosas: contaminação microbiológica da íóiinnla ou
do sistema de infusão; pneumonia aspirativa.
- Complicações metabólicas: deficiência de micronutrientesespecíficos;
desidratação hipertônica; hiper-hidratação; hipocalemia; hipercalemia; hi-
ponatremia; intolerância à glicose; síndrome do roubo celular.*
Nutrição parenteral
Segundo a Portaria n2 272/MS/SNVS, de 8 de abril de 1998, nutrição
parenteral é uma
solução ou emulsão, composta basicamente de carboidratos,
aminoácidos, lipídios, vitaminas e minerais, estéril e apirogênica,
acondicionada em recipiente de vidro ou plástico, destinada a
administração endovenosa em pacientes desnutridos ou não,
em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando à sínte
se ou à manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas.
Vias de acesso para nutrição parenteral
« Nutrição parenteral periférica: acesso venoso periférico refere-se à
localização da ponta do cateter em uma veia superficial de grosso calibre,
em geral as veias das extremidades superiores, na mão ou no antebraço.
■ Nutrição parenteral central: acesso venoso central refere-se à locali
zação da ponta do cateter em uma veia de alto fluxo sanguíneo interligada
ã veia cava superior ou ao átrio direito, ou seja, a infusão parenteral chega
diretamente ao coração.
* Também chamada síndrome de realimentação: caracteriza-se por desequilíbrio dos
líquidos e eletrólitos, falência cardíaca e falência respiratória. Ocorre em pacientes desnu
tridos graves ou em jejum prolongado, submetidos a terapia nutricional não balanceada
ou excessiva, em fase de anabolismo celular. Está principalmente associada aos íons
intracelulares (potássio, magnésio e fósforo), pois estes são consumidos na síntese de
novos tecidos. Ingestão calórica excessiva determina a liberação de insulina e rápido
desvio de glicose para dentro da célula, arrastando consigo esses íons e reduzindo, às
vezes drasticamente, seus níveis plasmáticos.
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Indicações de nutrição parenteral
■ Complicações cirúrgicas pós-operatórias
• Fistula gastrintestinal.
• lleo prolongado.
■ Distúrbios gastrintestinals
• Vômitos crônicos.
• Doença intestinal infecciosa.
• Diarréia intratável.
• Enteropatias inflamatórias (colite uheialiva <• • l<>» ik,.) <|c ( mim)
■ Hemorragias gastrintestinals.
■ Obstruções mecânicas do trato gastrintestinal (TGI)
■ Pancreatite aguda: quando nutrição enteial não for po-.slvnl iiciii In
lerada.
■ Pós-traumática:
• Hipomotilidade gástrica causada por hipertensão inlrar lanian.i (lirqnm
te nos traumatismos cranioencefálicos).
• Baixa perfusão esplâncnica.
• Ventilação mecânica.
• íleo paralítico.
• Sangramentos digestivos.
• Pseudo-obstrução intestinal.
• Síndrome da artéria mesentérica superior (frequente nos । >.)Ci< nl< ■■■
queimados).
*
■ Pré-operatória
■ Síndrome do intestino curto (SIC).
Contraindicações de nutrição parenteral
■ Anúria sem diálise.
■ Distúrbios metabólicos.
■ Edema agudo de pulmão.
■ Fase aguda do traumatismo (ebb-phase).
■ Infarto agudo do miocárdio.
■ Instabilidade hemodinâmica (hipovolemia, choque cardiogênico ou sép
tico).
Componentes energéticos da nutrição parenteral
Aminoácidos
■ Composição: aminoácidos cristalinos essenciais e não essenciais.
■ Concentração: 6,7% a 15%.
■ Apresentação: frascos de vidro de 50mL, 100mL, 250mL e 1.000mL.
■ Características físico-químicas: osmolaridade em torno de
900mOsmol/L e pH entre 5,5 e 6,5.
■ Concentração calórica: cada Ig de aminoácidos fornece 4kcal.
Glicose
■ Composição: glicose mono-hidratada (C6H12O6. H2O) ou anidra (C6H]2O6).
11 Concentração: 2,5% a 70%.
■ Apresentação: ampolas plásticas de 10mL ou frascos ou bolsas plásticas
de 100mL, 250mL, 500mL, 1.000mL e 2.000mL.
■ Características físico-químicas: osmolaridade em torno de
5,555mOsmol/g e pH em torno de 3.
■ Concentração calórica: cada Ig de glicose mono-hidratada fornece
3,4kcal e cada Ig de glicose anidra fornece 3,85kcal.
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Triglicerídios
■ Composição: óleo de soja, óleo de coco, óleo de oliva e/oii óleo de
peixe.
■ Concentração: 10% a 20%.
■ Apresentação: frascos de vidro de 50ml, 100ml ou de 500ml
■ Características físico-quimicas: osmolaridade em torno do
273mOsmol/L e pH entre 6,5 e 8,8.
■ Concentração calórica: a emulsão lipídico a 10% contribui com
l,lkcal/mL ou llkcal/g, enquanto a emulsão a 20% contém
ou 10kcal/g.
2kc.il/ml
Sistemas em nutrição parenteral
■ Nutrição parenteral 2:1 (2 em 1) ou sistema glicídico: o aporte de
calorias é feito exclusivamente pela glicose.
■ Nutrição parenteral 3:1 (3 em 1) ou mistura parenteral total
(MPT): o aporte de calorias é feito pela glicose e pelos Triglicerídios.
Monitoração da nutrição parenteral
As variáveis para monitoração da nutrição parenteral estão descritas na Tabela
13.1.
2kc.il/ml
i.iIm-I.i i ' I Variáveis de monitoração da nutrição parenteral e sua
fn'<|uência em adulto
Parâmetro
Primeira semana do
pré-operatório ■
Fase estável Fase instável
corpóreo Diariamente Diariamente Diariamente
No sangue
1 lotrólltos plasmáticos
(N<i',K',CI )
2 vezes/semana Semanalmente- Diariamente
( .'ik Io total e fósforo
Inorgânico plasmático
2 vezes/semana Semanalmente' 2 vezes/semana
Magnésio 2 vezes/semana Semanalmente' 2 vezes/semana
Glicemia Diariamente Semanalmente’ 2 a 3 vezes/dia
Osmolaridade plasmática 2 vezes/semana Diariamente Diariamente
Urela plasmática 2 vezes/semana Semanalmente' 3 vezes/semana
Proteína total e frações 2 vezes/semana Semanalmente’ 2 vezes/semana
Hlllrrubina total e frações Semanalmente Semanalmente' Semanalmente
li.insaminases
plasmétiças
2 vezes/semana Semanalmente’ 2 vezes/semana
1 lemoglobina Semanalmente Semanalmente’ Diariamente
pH e gasometria Semanalmente Quando iniciado Diariamente
Irlgllcerídios Semanalmente Semanalmente' Semanalmente
Na urina
Glicose, cetonas 4 a 6 dias 2 vezes/semana 4 a 6 dias
1 )ensldade ou
osmolaridade
2 a 4 dias Diariamente 2 a 4 dias
Controles gerais A cada 8h A cada 8h Continuamente
Sinais vitais
(temperatura corporal,
pulso e pressão arterial)
Diariamente Diariamente A cada 6h
Volume de infusão Diariamente Diariamente A cada 6h
Ingestão oral Diariamente Diariamente A cada 6h
l )<-blto urinário/balanço
hídrico
A cada 12h A cada 12h A cada 6h
(Continua)
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Tabela 13,1 Variáveis de monitoração da nutrição parenteral e sua
frequência em adulto (continuação)
* Nos doentes estáveis com NP e regime domiciliar, podem ser feitos quinzenaliwnh ■.
Fonte: adaptada de Waitzberg e cols., 2009.
Parâmetro Primeira semana do pré-operatório Fase estável
Fase instável
Detecção de infecção
Observação clínica Diariamente Diariamente Diariamente
Leucograma com
diferencial
Quando iniciado Quando iniciado Quando Iniciado
Culturas Quando iniciado Quando iniciado Quando Iniciado
Complicações em nutrição parenteral
■ Complicações relativas ao cateter: pneumotórax, embolia gasosa,
embolia por cateter, lesão do dueto torácico, localização inadequada do
cateter, lesão arterial, além de trombose venosa, oclusão do acesso venoso
e saída acidental do cateter.
■ Complicações infecciosas: contaminação da ponta do cateter, contami
nação da formulação parenteral.
■ Complicações metabólicas: deficiência de ácidos graxos essenciais,
esteatose hepática, hipercapnia, hiperglicemia, hipertrigliceridemia, hipogli
cernia, síndrome do roubo celular.
® Complicações gastrintestinais: atrofia da mucosa gastrintestinal, gas
trite e úlcera.
Bibliografia consultada
Calixto-Lima L, Abrahão V, Auad GRV, Coelho SC, Gonzalez MC, Silva RL da S. Manual de nutri
ção parenteral. Rio de Janeiro: Rubio; 2010.
Waitzberg DL. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica, 4. ed. São Paulo: Alheneu;
2009.
14 Preparo para Exames
Larissa Calixto-Lima | Maria Cristina Gonzalez
kitrodução
Alguns exames comumente utilizados na prática clínica — laboratoriais ou
de imagem — exigem um preparo dietético especial, para que se obtenham
resultados fidedignos que vão auxiliar no diagnóstico e no acompanhamento
clínico. Esse preparo dietético pode consistirem uma dieta modificada em
termos qualitativos ou quantitativos, na necessidade de jejum alimentar, ou
em ambos.
O jejum alimentar é importante para que não haja interferência imediata
dos componentes da dieta no resultado do exame. O tempo de jejum varia
de acordo com o exame a ser realizado, a critério médico ou conforme a
urgência para realização do exame.
A Tabela 14.1 mostra o preparo dietético, descrito no tópico "Orientações
para coleta", necessário para coleta de material para a realização dos princi
pais exames laboratoriais e de imagem solicitados na prática clínica.
Tabela 14.1 Principais exames laboratoriais e de imagem utilizados na
prática clínica: orientação para coleta
Pr
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Exame Orientações para coleta
Absorção de D-xilose ■ Dosagem sérica: não é necessário jejum nem
preparação nutricional
■ Dosagem urinária: excluir da dieta frutas, doces e
geleias nas 24h que antecedem o teste
Ácido fólico eritrocitário
Sinonímia: folato eritrocitário,
ácido fólico nas hemácias,
folato nas hemácias
■ Jejum alimentar de 4h’
Ácido fólico sérico
Sinonímia: folato sérico
■ Jejum alimentar de 4h'
■ A coleta do material deve ocorrer antes de
transfusão sanguínea ou de terapia com folato
Ácido úrico sérico
Sinonímia: urato sérico
■ Jejum alimentar de 4 a 8h’
(Continua)
173
Nu
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a Tabela 14.1 Principais exames laboratoriais e de imagem utilizados na
prática clínica: orientação para coleta (continuação)
Exame Orientações para coleta
Ácido úrico urinário
Sinonímia: urato urinário
■ Não é necessário jejum nem preparo nutricional
■ Desprezar a primeira amostra de urina; no dia
seguinte, ao se completarem 24h do teste, ,i
primeira amostra da manhã deve sei in< luíd.i
Albumina sérica
Sinonímia: albuminemia
■ Jejum alimentar de 4 a 8h'
Alfa-1-antitripsina fecal ■ Não é necessário jejum nem preparo nutricional
Alfa-1-antitripsina sérica ■ Jejum alimentar de 4h'
Alfafetoproteína ■ Jejum alimentar de 4h'
Amilase pancreática sérica
Sinonímia: amilasemia
■ Não é necessário Jejum nem preparo milrlclon.il
Anticorpo antiendomísio ■ Não é necessário jejum nem preparo nutrlc lonal
Anticorpo antigliadina ■ Não é necessário jejum nem preparo nutricional
Anticorpo anti-Saccharomyces
cerevisiae (ASCA)
■ Não é necessário jejum nem preparo nutricional
Anticorpo
antitransglutaminase
■ Não é necessário jejum nem preparo nutricional
Anticorpo anti-HBc ■ Não é necessário jejum nem preparo nutricional
Anticorpo anti-HBe ■ Não é necessário jejum nem preparo nutricional
Anticorpo anti-HBs ■ Não é necessário jejum nem preparo nutricional
Anticorpo anti-VHA IgG
e IgM
■ Não é necessário jejum nem preparo nutricional
Anticorpo anti-VHC ■ Não é necessário jejum nem preparo nutricional
Apolipoproteínas séricas ■ Jejum alimentar de 12h'
Arteriografia ■ Dieta normal na véspera do exame
■ Jejum alimentar de 6h
Anticorpo perinuclear
contra estruturas
citoplasmáticas do
neutrófilo (p-ANCA)
■ Jejum alimentar de 8h'
Bilirrubinas séricas ■ Não é necessário jejum nem preparo nutricional
174
milrlclon.il
(Continua)
Exame Orientações para coleta
Cálcio sérico (total e iônico)
Sinonimia. calcemia
■ Jejum alimentar de 4h'
■ Evitar garroteamento prolongado
Cálcio urinário
Sinonimia: calciúria
■ Não é necessário jejum nem preparação
nutricional
Capacidade total de ligação
do ferro
Sinonimia: capacidade
ferropéxica total, capacidade
de ligação do ferro total
■ Jejum alimentar de 4 a 8h'
Ceruloplasmina ■ Jejum alimentar de 6h'
Cintilografia ■ Dieta normal na véspera do exame
■ Jejum alimentar de 4h
Clister opaco
Sinonimia: enema opaco
■ Nas 48h antecedentes ao exame: dieta branda
pobre em resíduos
■ Nas 24h antecedentes ao exame: dieta líquida
restrita
■ Jejum alimentar de 12h
Cobre sérico ■ Jejum alimentar de 4 a 8h'
Colesterol HDL ■ Jejum alimentar de 12 a 14h
■ Evitar o consumo de álcool e refeições não
habituais ricas em gordura nas 24h que
antecedem o exame
Colesterol LDL ■ Jejum alimentar de 12 a 14h
■ Evitar o consumo de álcool e refeições não
habituais ricas em gordura nas 24h que
antecedem o exame
Colesterol total sérico
Sinonimia: colesterolemia
■ Jejum alimentar de 12 a 14h'
■ Evitar exercício físico extenuante nas 24h que
antecedem o exame
■ Evitar o consumo de álcool e refeições não
habituais ricas em gordura nas 24h que
antecedem o exame
Colonoscopia ■ Nas 48h, que antecedem o exame: dieta branda
pobre em resíduos
■ Nas 24h que antecedem o exame: dieta com
restrição de líquidos
■ Jejum alimentar de 12h
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175
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a Tabela 14.1 Principais exames laboratoriais e de imagem utilizados na
prática clínica: orientação para coleta (continuação)
Exame Orientações para coleta
Coprocultura ■ Não é necessário jejum nem preparação nutricional.
A coleta pode ser feita em qualquer evacuação do
dia
Coprologia funcional ■ Evitar o uso de bebidas gasosas (p. ex.,
refrigerantes, água gaseificada) e alcoólicas
durante os 3 dias que antecedem a coleta
■ Recomenda-se que nas últimas 72h que
antecedem a coleta sejam consumidos ao
desjejum e ao lanche da tarde, alimentos como
manteiga, leite e queijos. Ao almoço o ao jantai
devem ser consumidos carnes, arroz, fel|a<>, batata
cozida e, de sobremesa, banana
■ A amostra deve ser coletada no a 1 dia após
realização de dieta de preparo. Coletai todo o
volume fecal da primeira evacuação, sendo que< >
volume necessário é de 20g
Creatinina sérica ■ Jejum alimentar de 4h'
Creatinina urinária
Sinonímia: creatinúria
■ Não é necessário jejum nem preparação nutricional
Creatinina urinária de 24h
Sinonímia: creatinúria de 24h
■ Não é necessário jejum nem preparação nutricion.il
Cromo sérico ■ Não é necessário jejum nem preparação nutricional
Cromo urinário ■ Não é necessário jejum nem preparação nutricional
Endoscopia digestiva alta ■ Dieta normal na véspera do exame
■ Jejum alimentar de 4 a 8h
Exame parasitológico de
fezes
■ Não é necessário jejum nem preparação nutricional
■ A coleta pode ser feita em qualquer evacuação do dia
Fator antinuclear (FAN) ■ Não é necessário jejum nem preparação nutricional
Fator reumatoide (FR) ■ Não é necessário jejum nem preparação nutricional
Ferritina sérica ■ Não é necessário jejum nem preparação nutricional
Ferro sérico ■ Jejum alimentar de 8h'
Fósforo sérico
Sinonímia: fosfatemia
■ Jejum alimentar de 6h
176
nutricion.il
Exame Orientações para coleta
Frutosamina sérica ■ Não é necessário jejum nem preparação nutricional
Gamaglutamil transferase
(GGT)
■ Jejum alimentar de 4h
Glicose de jejum
Sinonímia: glicemia de jejum
■ Jejum alimentar de 8h
■ A dieta dos 3 dias que antecedem o exame deve
conter um mínimo de 150g de carboidratos, para
evitar cetose
■ Evitar o consumo de álcool e refeições não
habituais ricas em gordura nas 24h que
antecedem o exame
Gordura fecal
(teste quantitativo de Van de
Kamer)
■ Ingestão durante 5 a 7 dias de uma dieta com 35%
de seu valor calórico total em gordura
■ Coleta de toda a evacuação das últimas 72h de
realização da dieta
HBeAg ■ Nâo é necessário jejum nem preparação nutricional
HBsAg ■ Não é necessário jejum nem preparação nutricional
Hemoglobina glicada ■ Não é necessário jejum nem preparação nutricional
Hemograma
Sinonímia: eritrograma,
leucograma, plaquetograma
■ Não é necessário jejum nem preparação nutricional
Homocisteína sérica ■ Jejum alimentar de 8h
Hormônio estimulante da
tireoide (TSH)
■ Não é necessário jejum nem preparação
nutricional
Hormônio liberador de
tireotropina (teste de
estimulação com)
■ Conforme orientação para coleta deTSH
IgE específica sérica ■ Jejum alimentar de 4h
Insulina plasmática
Sinonímia: insulinemia
■ Jejum alimentar de 8h
Lipase pancreática sérica
Sinonímia: lipasemia
■ Não é necessário jejum nem preparação
nutricional
Lipoproteína (a) ■ Jejum alimentar de 12h
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(Continua)
177
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a Tabela 14.1 Principais exames laboratoriais e de imagem utilizados na
prática clínica: orientação para coleta (continuação)
Exame Orientações para coleta
Magnésio sérico
Sinonímia: magnesemia
■ Jejum alimentar de 4h
Manganês sérico ■ Não é necessário jejum nem preparação nutricional
Microalbuminuria ■ Não é necessário jejum nem preparação nutricional
N1 -metilnicotinamida
urinária
■ Não é necessário jejum nem preparação
nutricional
Nível sérico de fosfatase
alcalina osseoespecífica
■ Não é necessário jejum nem preparação
nutricional
Nível sérico de fosfatase
alcalina
■ Jejum alimentar de 8 a 12h'
Paratormônio (PTH) ■ Jejum alimentar de 4 a 8h
Peptídio C sérico ■ Jejum alimentar de 12 a 14h
Pesquisa de sangue oculto
nas fezes
Alimentos não permitidos:
■ Alimentos ricos em ferro: fígado, mariscos, ostras,
rim, coração, carnes vermelhas, aves, peixes, feijão,
soja, lentilha, grão-de-bico, ervilha, broto de
feijão, ovo, frutas secas, beterraba, açaí, abacate,
levedo de cerveja e embutidos
■ Vegetais verdes e com grande quantidade de
peroxidase: brócolis, couve-flor, espinafre, nabo
e rabanete
■ Alimentos ricos em vitamina C: laranja, limão,
acerola, caju, goiaba, manga, morango, tomate,
maracujá, abacaxi e quiuí
■ Alimentos ricos em carotenóides: cenoura,
abóbora, beterraba, mamão, tomate
■ Bebidas alcoólicas
Pesquisa de substâncias
redutoras nas fezes
■ Não é necessário jejum nem preparação nutricional
pH fecal ■ Não é necessário jejum nem preparação nutricional
Potássio sérico
Sinonímia: potassemia
■ Não é necessário jejum nem preparação nutricional
Pré-albumina ■ Jejum alimentar de 4h
178
Exame Orientações para coleta
1'iotdna C reativa (PC-R) ■ Não é necessário jejum nem preparação nutricional
1'rotuína ligadora de retinol
(1’LR)
Sinonímia: proteína
ii.insportadora de retinol
■ Não é necessário jejum nem preparação nutricional
Proteinuria ■ Não é necessário jejum nem preparação nutricional
Ressonância magnética ■ Dieta normal na véspera do exame
■ Jejum alimentar de 4h
Retossigmoidoscopia ■ Nas 48h que antecedem o exame: dieta branda,
pobre em resíduos
■ Nas 24h que antecedem o exame: dieta com
restrição de líquidos
■ Jejum alimentar de 12h
Selênio sérico ■ Não é necessário jejum nem preparação nutricional
Sódio sérico
Sinonímia: natremia
■ Não é necessário jejum nem preparação nutricional
Sódio urinário
Sinonímia: natriúria
■ Não é necessário jejum nem preparação nutricional
Tempo de atividade da
protrombina (TAP) ou
relação normalizada
internacional (RNI)
■ Jejum alimentar de 4h
Teste de tolerância à lactose ■ Dosagem da glicemia de jejum com posterior
ingestão de 50g de lactose. Realiza-se, em
seguida, uma curva de glicemia após 30 e 60min
Teste oral de tolerância à
glicose (TOTG)
■ Jejum alimentar de 8 a 16h
■ Nos 3 dias que antecedem o exame não se deve
restringir o consumo de carboidratos: mínimo
de 150g, para evitar cetose. Evitar o consumo
de álcool, alimentos e bebidas que contenham
cafeína e refeições não habituais ricas em gordura
nas 24h que antecedem o exame
Tiroxina (TJ ■ Não é necessário jejum nem preparação nutricional
(Continua)
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a Tabela 14.1 Principais exames laboratoriais e de imagem utilizados na
prática clínica: orientação para coleta (continuação)
Exame Orientações para coleta
Tomografia
computadorizada (TC)
■ Dieta normal na véspera do exame
■ TC com contraste: jejum alimentar de 6h
■ TC sem contraste: não é necessário jejum nem
preparação nutricional
Transaminases (aspartato
aminotransferase -
AST/TGO e alanina
aminotransferase - ALT/
TGP)
■ Não é necessário jejum nem preparação nutricional
Transferrina sérica
(Determinada pelo
quociente entre ferro sérico e
capacidade ferropéxica total)
Triglicerídios
Sinonímia: trigliceridemia
■ Jejum alimentar de 12 a 14h
■ Evitar o consumo de álcool e refeições não
habituais ricas em gordura nas 24h que
antecedem o exame
Tri-iodotironina (T3) ■ Não é necessário jejum nem preparação nutricional
Ultrassonografia abdominal
e pélvica
■ Dieta normal na véspera do exame
■ Jejum alimentar de 4h
Ureia sérica
Sinonímia: uremia
■ Jejum alimentar de 4h
Vitamina A sérica
Sinonímia: retinol sérico
■ Jejum alimentar de 8 a 12h
Vitamina B, sérica
Sinonímia: tiamina sérica
■ Jejum alimentar de 8 a 12h
■ Não ingerir álcool 24h antes da coleta do material
Vitamina B12 sérica
Sinonímia: cianocobalamina
sérica
■ Jejum alimentar de 4h
■ Evitar o consumo de álcool e refeições não
habituais ricas em gordura nas 24h que
antecedem o exame
Vitamina C sérica
Sinonímia: ácido ascórbico
sérico
■ Não é necessário jejum nem preparação nutricional
180
'Devido a variações nictemerais e pós-prandiais.
Observação: amostra de sangue deve ser coletada sempre com o indivíduo em posição sentada,
evitando-se estase venosa maior que 2min.
Exame Orientações para coleta
Vitamina D sérica
Sinonímia: calcitriol sérico
■ Jejum alimentar de 4h
Vitamina E plasmática
Sinonímia: tocoferol
plasmático
■ Jejum alimentar de 8 a 12h. Não ingerir álcool 24h
antes da coleta do material
Zinco sérico ■ Não é necessário jejum nem preparação nutricional
Pr
ep
ar
o p
ar
a E
xa
m
es
B^ografi^consultada___
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