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Conceitos básicos de simetria e cristalografia Prof. Pedro Rosa pedro.rosa.geo@gmail.co Sala 2039 - IGC Universidade Federal de Minas Gerais Departamento de Geologia GEL054 – Introdução ao Estudo dos Minerais Química Belo Horizonte Abril de 2022 2 Esfalerita ▪ Sólido homogêneo ▪ Ocorrência natural • Processos geológicos ▪ Arranjo atômico ordenado ▪ Composição química definida (comumente não fixa) • 5794 espécies descritas (até março de 2022) O que é mineral? Uvarovita Ordenamento periódico dos átomos Estrutura cristalina Quartzo (SiO2) Vidro (SiO2) O que é ordem? O que é ordem? O que encontramos na ordem? Repetição e simetria! O que encontramos na ordem? Repetição e simetria! Simetria nos cristais • Um objeto é considerado simétrico quando possui partes que são a repetição sistemática de outras • A forma externa dos cristais reflete seu arranjo atômico ordenado e serão delimitados por faces lisas e planas quando houver condições favoráveis Diamante (C) Fluorita (CaF2) Magnetita (Fe3O4) Tema principal e/ou recorrente que estabelece um padrão Motivo “All in all you're just another brick in the wall” Como formar um padrão? Como formar um padrão? Retículo de pontosMotivo Retículo cristalino + = Um mesmo motivo pode gerar diversos padrões diferentes Simetria Cristalografia Descrição de cristais ▪ Ciência que estuda o arranjo atômico dos materiais sólidos ▪ Minerais, metais, cerâmicas, ácidos, carboidratos, proteínas Cristais = do grego do grego “krústallos” = gelo ▪ Significado original associado ao quartzo (SiO2), que os filósofos da Grécia antiga acreditavam tratar-se de água congelada sob temperaturas muito baixas Estrutura cristalina Cela unitária é a menor parte de uma estrutura (motivo) que pode ser repetido infinitamente para gerar a estrutura inteira Retículo cristalino é um padrão imaginário de pontos (ou nós) no qual cada ponto tem um ambiente idêntico àquele de qualquer outro ponto do padrão O2- Si4+ Cela unitária 4,9 Å 1 Å = 10-10 m Quartzo SiO2 Cristal ▪ Desenvolvimento de faces cristalinas ▪ Comportamento isótropo ou anisótropo (clivagem, coeficientes de dilatação, condução térmica, transmissão e absorção de luz, etc); ▪ Simetria! • Interna (retículo cristalino) • Externa (formas cristalinas) Muscovita (KAl2AlSi3O10(OH)2) Elementos geométricos Cristais são formados (limitados) por faces, arestas e vértices (além dos ângulos que formam as estruturas cristalinas) Padrões de repetição ordenada de suas partes semelhantes: o mecanismo responsável por esta repetição denomina-se operação de simetria através de elementos de simetria. ▪ Elementos de simetria: plano (m), eixo (A), ponto (i) Simetria Operadores de simetria Rotação InversãoReflexãoTranslação Um determinado motivo é repetido por translações sucessivas em uma, duas ou três direções não paralelas Translação Translação Translação Cada direção de translação é identificada por um vetor de translação, que define a orientação e o módulo (= dimensão, distância) da operação. • Uma direção : vetor t1, com módulo a = retículo linear; • Duas direções : vetores t1 e t2, com módulos a e b e ângulo γ entre eles = retículo planar • Três direções: vetores t1, t2 e t3, com módulos a, b e c e ângulos entre vetores α, β e γ = retículo espacial Translação Retículo de pontosMotivo + = Retículo cristalino O menor pedaço de um retículo que reproduz o retículo inteiro por translações sucessivas paralelas às suas arestas • Funcionam como um “código genético”, que permite reconstituir as características do retículo sem ter que recorrer à análise de porções extensas do mesmo. Cela unitária O menor pedaço de um retículo que reproduz o retículo inteiro por translações sucessivas paralelas às suas arestas Cela unitária Existem 5 formas possíveis de celas bidimensionais Nós da cela Unitária: correspondem aos pontos equivalentes que foram selecionados para servir de vértices da cela. Além dos nós nos vértices, podem haver nós no centro e nas faces da cela Critérios para a definição da cela unitária (Donnay 1943): ▪ Seus vértices devem coincidir, sempre que possível, com algum dos eixos de simetria presentes no retículo; ▪ Se possível, estes vértices devem estar relacionados através da simetria do retículo; ▪ Deve-se escolher a menor cela que preencha os requisitos anteriores (a e b). Cela unitária As informações contidas na Cela Unitária: • dimensões a, b e c das suas arestas (= módulos de t1, t2 e t3); • ângulos entre as arestas α, β e γ (orientação espacial dos vetores de translação); • Note que a^b = γ, a^c = β, b^c = α • número de nós (= fator de multiplicidade); • elementos de simetria; • simetria do motivo, e • simetria do retículo Cela unitária • P (primitivas) – nós só nos vértices conteúdo em nós = 1 • I (de corpo centrado) – nós no centro da cela e nos vértices conteúdo em nós = 2 • F (de faces centradas) – nós no centro das faces e nos vértices conteúdo em nós = 4 • A, B ou C – nós no centro de um par de faces (pinacóide) e nos vértices conteúdo em nós = 2 Cela unitária 8 x 1 8 = 1 8 x 1 8 + 1 = 2 (8 x 1 8 ) + (6 x 1 2 ) = 4 Considerando apenas a translação de pontos, há 14 combinações espaciais possíveis variando os parâmetros lineares e angulares Estas combinações são representados pelas suas celas unitárias, conhecidas como celas de Bravais. Tipos de celas: • P = primitiva • I = de corpo centrado • C = centrado lateralmente (em A, B ou C) • F = de face centrada (todas as faces) • R = romboédrica Celas de Bravais Outras operações de simetria Transforma o motivo em seu simétrico através de um plano de reflexão (m) Reflexão Um objeto (ou cristal) pode ter muitos planos de reflexão w w w .m in so ca m .o rg /m sa /D G T_ Fi gu re s/ C h ap te r1 2 .h tm l Translação + reflexão O motivo é rotado em torno de um eixo (A) imaginário que intercepta o centro do cristal, repetindo n vezes em uma rotação completa. • O número de repetições por volta é chamado ordem. Rotação Ordem 1 360° Ordem 2 180° Ordem 3 120° Ordem 4 90° Ordem 6 60° w w w .m in so ca m .o rg /m sa /D G T_ Fi gu re s/ C h ap te r1 2 .h tm l Não formam padrões contínuos! E eixos de rotação 5 ou >6?? Transforma um ponto no seu simétrico em relação a um centro de simetria (i) Inversão w w w .m in so ca m .o rg /m sa /D G T_ Fi gu re s/ C h ap te r1 2 .h tm l Combinação das operações de rotação e inversão realizada por um eixo impróprio (തA) • Primeiro aplica-se a operação de rotação por meio de um eixo e depois a inversão por meio de um centro de simetria • Alguns operações realizadas por eixos impróprios podem resultar em operações iguais a de outros elementos combinado Rotoinversão Eixos impróprios • Eixo impróprio de ordem 1 = centro de simetria (തA1 = i) Rotoinversão – ordem 1 www.minsocam.org/msa/DGT_Figures/Chapter12.html • Eixo impróprio de ordem 2 = plano de simetria (തA2 = m) Rotoinversão – ordem 2 www.minsocam.org/msa/DGT_Figures/Chapter12.html • Eixo impróprio de ordem 3 = eixo de ordem 3 + centro de simetria (തA3 = A3 + i) Rotoinversão – ordem 3 www.minsocam.org/msa/DGT_Figures/Chapter12.html Rotoinversão – ordem 4 www.minsocam.org/msa/DGT_Figures/Chapter12.html • Eixo impróprio de ordem 6 = eixo de ordem 3 perpendicular a um plano de simetria (തA6 = A3 / m) Rotoinversão – ordem 6 www.minsocam.org/msa/DGT_Figures/Chapter12.html Os 10 elementos básicos de simetria: • A1, A2, A3, A4, A6 • തA1 (= i), തA2 (= m), തA3 (=A3+i), തA4, തA6 (=A3/m) Combinaçõesem que 3 ou mais desses elementos passam por um centro de simetria (i) são suficientes para descrever a simetria externa de qualquer cristal existente As combinações possíveis dos elementos de simetria (eixos, planos, centros) não é ilimitada: há somente 32 combinações possíveis: • 32 classes cristalinas (grupos pontuais) • Muitas combinações são duplicatas de outras Combinação dos elementos de simetria É o conjunto de todos os elementos de simetria de um cristal. Grau de simetria a c b a = b ≠ c α = β = γ = 90° É o conjunto de todos os elementos de simetria de um cristal. Grau de simetria a c b a = b ≠ c α = β = γ = 90° Grau de simetria É o conjunto de todos os elementos de simetria de um cristal. a c b a = b ≠ c α = β = γ = 90° Grau de simetria É o conjunto de todos os elementos de simetria de um cristal. a c b a = b ≠ c α = β = γ = 90° Grau de simetria É o conjunto de todos os elementos de simetria de um cristal. a c b a = b ≠ c α = β = γ = 90° Grau de simetria É o conjunto de todos os elementos de simetria de um cristal. a c b a = b ≠ c α = β = γ = 90° Grau de simetria É o conjunto de todos os elementos de simetria de um cristal. a c b a = b ≠ c α = β = γ = 90° Grau de simetria 1A4, 4A2, 5m, i É o conjunto de todos os elementos de simetria de um cristal. a c b a = b ≠ c α = β = γ = 90° Grau de simetria Um mesmo conjunto de simetria pode ser aplicado em várias formas cristalinas 1A4, 4A2, 5m, i Grau de simetria 1A2 1A2, m, i 1A4, 4A2, 5m, i 3A4, 6A2, 4Ā3, 9m, i 3A2, 3m, i Há 32 combinações possíveis de simetria para os cristais, chamadas de classes cristalinas ou grupo pontuais As 32 classes cristalinas As 32 classes cristalinas Trigonal Hexagonal Isométrico Usada para projetar cristais de três dimensões em um plano Projeções estereográficas Projeções estereográficas Projeções estereográficas 1A2 1A2, m, i 1A4, 4A2, 5m, i3A2, 3m, i 1Ā4 i Projeções estereográficas 1A6, 6A2, 7m, i 3A3, 4Ā3, 6m 1Ā3, 3A2, 3m Projeções estereográficas das 32 classes cristalinas divididas nos 7 sistemas cristalinos Projeções estereográficas A rrib as et a l.(2 0 1 4 ) • Klein, C. & Dutrow, B. 2011. Manual de Ciência dos Minerais. 23ª Ed. Capítulo 6, 7, 8 e 9 • Nesse, 2016. Introduction to Mineralogy. 3th. Capítulo 2 • Curso de mineralogia da Universidade de Tulane, Prof. Stephen A. Nelson. Elements of Crystal Symmetry www.tulane.edu/~sanelson/eens211/introsymmetry.ht • Arribas, V.; Casas, L.; Estop, E.; Labrador, M. 2014. Interactive PDF files with embedded 3D designs as support material to study the 32 crystallographic point groups. Computers & Geosciences 62:53-61. https://doi.org/10.1016/j.cageo.2013.09.004 Sites de visualização • Teaching Mineralogy, Symmetry Elements: https://serc.carleton.edu/NAGTWorkshops/mineralogy/xtlsymmetry/elements.html • Interactive Mineralogy Illustrations, Chapter 11 e 12 – Symmetry: http://www.minsocam.org/msa/DGT_Figures/Chapter11.html http://www.minsocam.org/msa/DGT_Figures/Chapter12.html • Mllopis gemologia, Cristalografía y minerales: https://gemologiamllopis.com/cristalografia/#a • Smorf crystal models: https://www.smorf.nl/index.php Referências https://serc.carleton.edu/NAGTWorkshops/mineralogy/xtlsymmetry/elements.html http://www.minsocam.org/msa/DGT_Figures/Chapter11.html http://www.minsocam.org/msa/DGT_Figures/Chapter12.html https://gemologiamllopis.com/cristalografia/#a https://www.smorf.nl/index.php Escher (1947) Another Word
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