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CONTROLE DA POLUIÇÃO

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Prévia do material em texto

E-BOOK
CONTROLE DA POLUIÇÃO
Características gerais da atmosfera e 
fontes de poluição
APRESENTAÇÃO
Se não fosse pela atmosfera, a vida na Terra seria impossível. A atmosfera é constituída por 
diversos gases, entre eles o nitrogênio e o oxigênio, que são gases vitais para a vida de todos os 
seres vivos que habitam a este planeta. Nesta Unidade de Aprenziagem, você verá o que é 
atmosfera, suas camadas, a composição do ar e as principais fontes de poluição atmosférica. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever o que é atmosfera e suas camadas.•
Identificar a composição do ar.•
Identificar as principais fontes de poluição atmosférica.•
DESAFIO
Em uma determina cidade, foram dados diversos incentivos para a instalação de indústrias de 
grande porte. Isso aumentou, consequentemente, e muito, o número de habitantes dessa cidade, 
pois muitos vieram de outras regiões em busca de trabalho. Com isso, a cidade aumentou 
assustadoramente, pois ruas tiveram que ser abertas e o número de carros aumentou em 
praticamente 80%, em comparação a 10 anos atrás. Infelizmente, não houve organização e 
planejamento e, atualmente a cidade apresenta altos índices de poluição atmosférica.
João é um senhor, produtor rural, que reside a cerca de 30 km dessa cidade e vive 
tranquilamente. Porém, ele anda intrigado com algumas situações que vêm ocorrendo em sua 
propriedade e arredores.
João entrou em contato com você, especialista na área ambiental e um grande conhecedor dos 
impactos que as instalações de indústrias podem causar na região.
O senhor relata que em sua lavoura de pinus está ocorrendo uma grande mortandade de árvores 
e em seus açudes alguns peixes estão morrendo. Ele cita que esses fenômenos começaram a 
ocorrer desde que a cidade vizinha começou rapidamente a se desenvolver.
Para atender à solicitação de João, você irá elaborar um pequeno laudo técnico, informando o 
que está ocasionando essa situação em sua propriedade e nos arredores.
INFOGRÁFICO
A atmosfera é essencial para a vida na Terra, mas as atitudes impensáveis do homem estão 
colocando em risco o futuro do planeta. Diversas fontes de poluição liberam grandes 
quantidades de poluentes na atmosfera diariamente.
Vejo no infográfico as camadas que compõem a atmosfera e as principais fontes de poluição na 
zona rural e urbana.
CONTEÚDO DO LIVRO
Para ler mais sobre como as diferentes fontes de poluição atmosférica estão provocando 
mudanças no clima da Terra, faça a leitura do capítulo Características gerais da atmosfera e 
fontes de poluição, que faz parte do livro "Controle da poluição", base teória desta Unidade de 
Aprendizagem.
Boa leitura.
Características gerais 
da atmosfera e fontes 
de poluição
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever o que é atmosfera e quais são suas camadas.
 � Identificar a composição do ar.
 � Reconhecer as principais fontes de poluição atmosférica.
Introdução
A vida no nosso planeta seria impossível, se não fosse pela atmosfera, uma 
camada que envolve a Terra e apresenta uma espessura que ultrapassa 
2.000 km, apesar de 97% dos gases se concentrarem entre os primeiros 
30 km. Os limites superiores podem chegar a 10.000 km. 
A atmosfera é constituída por diversos gases, entre eles o nitrogê-
nio e o oxigênio, gases vitais para a vida de todos os seres vivos. No 
entanto, devido a inúmeras ações antrópicas irresponsáveis, a polui-
ção atmosférica está se agravando cada vez mais. O lançamento de 
poluentes de chaminés de fábricas e, principalmente, da queima de 
combustível fóssil de veículos automotores são as principais fontes 
de poluição.
Atmosfera: definições gerais
Segundo Boligian e Alves (2004), a atmosfera terrestre é uma mistura de gases 
que contorna o planeta Terra (sendo que, em condições normais, esses gases 
são inodoros e incolores) e está dividida pela exosfera, termosfera, mesosfera, 
estratosfera e troposfera. A atmosfera é formada por uma camada de gases 
com espessura entre 750 e 1.000 km, a qual envolve a superfície terrestre, 
sendo mantida ao redor do planeta pela força da gravidade.
Os gases que compõem a atmosfera são o nitrogênio (78%), o oxigênio 
(21%) e outros gases, tais como argônio, hélio, neônio, ozônio, dióxido de 
carbono e de vapor de água (1%), sendo que a concentração dos gases at-
mosféricos, no entanto, varia de acordo com a altitude, assim originando as 
diferentes camadas da atmosfera. Esses gases não se espalham devido à ação 
da gravidade. Do espaço, é possível vê-la contornando a Terra. A atmosfera 
exerce funções vitais que garantem a vida no planeta Terra. Entre essas fun-
ções, podemos citar a de filtragem, proteção, conservação e controle do efeito 
estuda, detalhadas a seguir.
 � Filtragem: uma das funções dos gases da atmosfera é impedir a pas-
sagem dos raios solares. Esses gases impedem cerca de dois terços das 
radiações solares, fazendo com que os raios em excesso e nocivos não 
cheguem à superfície terrestre, permitindo a vida na Terra.
 � Proteção: no espaço há muitos fragmentos de astros que se desinte-
gram, e os planetas são constantemente atingidos por esses fragmentos. 
A atmosfera é responsável por não deixar que eles cheguem até a 
superfície.
 � Conservação: ela é responsável por permitir a vida durante a noite. Todo 
o calor incidido no planeta durante o dia é conservado pela atmosfera 
para que durante a noite o planeta continue aquecido.
 � Efeito estufa: esta pode ser considerada a principal função da atmos-
fera, visando à existência de qualquer vida na Terra. O efeito estufa 
é o nome dado à capacidade que a atmosfera tem de manter as tem-
peraturas estáveis em nosso planeta. Sem esse efeito, as temperaturas 
teriam amplitudes térmicas enormes diárias e, assim, não haveria o 
desenvolvimento de nenhum tipo de vida em nosso planeta. 
À medida que se sobe em direção ao espaço, a atmosfera começa a ficar 
rarefeita, ou seja, com menor densidade e menor concentração de gases. 
Assim, a sua massa estará mais próxima da superfície do planeta. Não há 
uma separação visível entre a atmosfera e o espaço, mas geralmente o limite 
estabelecido é de 100 km de altitude, conhecido como Linha de Karman. 
Porém, levando em consideração a ação da gravidade na Terra, a espessura 
da atmosfera é bem maior, de aproximadamente 10.000 km.
Características gerais da atmosfera e fontes de poluição2
Tipos de raios solares
Em relação aos raios solares que incidem na atmosfera terrestre, eles podem 
ser divididos em três tipos: UVA, UVB e UVC. 
 � Os raios UVC são os mais perigosos, porém são filtrados na camada 
de ozônio antes de entrarem em contato com a superfície terrestre. 
 � Os raios UVA são caracterizados por estarem presentes em maior parte 
no espectro de radiação e na chegada à superfície terrestre. São mais 
longos e penetram profundamente na pele. São intensos durante todo 
o ano e causam manchas, envelhecimento cutâneo pela alteração das 
fibras de colágeno e elastina, fotoalergia e, a longo prazo, rugas, flacidez 
e câncer de pele pelo efeito acumulativo dos raios. 
 � Os raios UVB são mais intensos do que os UVA, mas são pouco longos 
e são parcialmente absorvidos pela camada de ozônio, atingindo a pele 
superficialmente. Durante o verão, em altas atitudes e em regiões próximas 
à linha do Equador, como no caso do Brasil, possuem maior intensidade, 
causando vermelhidão, queimaduras e predisposição ao câncer de pele.
Camadas da atmosfera
A atmosfera pode ser dividida em diferentes camadas: 
 � Exosfera: é a última camada atmosférica, estendendo-se da termos-
fera até o espaço exterior. É a camada onde se posicionam os satélites 
artificiais no entorno da Terra.
 � Termosfera: estende-se da mesosfera até cerca de 500 km de altitude. É uma 
camada importante para as comunicações, pois contém grande quantidade 
de gases ionizados que refletem determinadostipos de ondas de rádio.
 � Mesosfera: estende-se da estratosfera até aproximadamente 80 km. É 
a camada com as temperaturas mais baixas.
 � Estratosfera: estende-se da troposfera até cerca de 50 km de altitude. 
Nesta camada encontra-se a camada de gás ozônio (O3), de aproxima-
damente 22 km de altitude. Nesta mesma camada, são filtrados os raios 
ultravioletas emitidos pelo Sol.
 � Troposfera: esta é a camada mais baixa da atmosfera, estendendo-se 
até cerca de 15 km de altitude. Nesta camada ocorre a maioria dos 
fenômenos meteorológicos, tais como as tempestades, os ventos, as 
chuvas, as precipitações de neve ou granizo e a formação de geadas. 
3Características gerais da atmosfera e fontes de poluição
A Figura 1 apresenta uma ilustração da classificação das camadas 
atmosféricas.
Figura 1. Camadas da atmosfera.
Fonte: Adaptada de trgrowth/Shutterstock.com.
A
TERMOSFERA
EXOSFERA
A
ATMOSFERA
50 A 80 KM
MESOSFERA
12 A 50 KM
ESTRATOSFERA
TERMOSFERA
A
EXOSFERA
A .
A
LINHA DE KARMAN
CAMADA DE OZÔNIO
A 1.
ATMOSFERA
0 A 12 KM
TROPOSFERA
Alguns pesquisadores (BOLIGIAN; ALVES, 2004; BRYSON, 2005; 
FLANNERY, 2008) descrevem que a troposfera é parte mais importante das 
camadas terrestres, pois contém calor e oxigênio necessários para a sobre-
vivência humana. A um terço dela, encontra-se a camada mais baixa, que 
contém a metade de todos os gases na atmosfera, sendo a única parte de toda 
a atmosfera onde é possível respirar. 
Características gerais da atmosfera e fontes de poluição4
Composição do ar
O homem interfere há séculos no meio ambiente, apropriando-se dos recursos 
naturais esgotáveis para diferentes finalidades, cuja variação se dá de acordo 
com seu estágio de desenvolvimento tecnológico, com a demanda em função 
do crescimento populacional e com os padrões de consumo. Após a Revolução 
Industrial, ocorreu a intensificação das intervenções humanas, acarretando 
na degradação dos sistemas naturais. Atualmente, a poluição atmosférica é 
um problema mundial que vem se agravando devido às irresponsáveis interfe-
rências antrópicas. Há uma urgente necessidade de proteger o meio ambiente, 
visto que as ações humanas estão acarretando modificações das condições 
que possibilitam a vida nele.
É graças ao ar atmosférico que a vida na Terra se torna possível. Logo, é 
fundamental que seu aspecto biológico esteja em conformidade com os padrões 
de qualidade. O uso biológico do ar ocorre por meio da respiração aeróbia, 
pela troca de gases realizada pelos seres vivos, com o objetivo de assegurar 
a sua existência e manter o equilíbrio químico atmosférico.
O oxigênio compõe aproximadamente 21% da nossa atmosfera e é o terceiro elemento 
mais abundante do universo. Ainda assim, não é uma molécula fácil de se manter. Ele é 
extremamente reativo, formando óxidos e outros compostos com praticamente todos 
os outros elementos da tabela periódica. É com a ajuda das cianobactérias, também 
conhecidas como algas azuis, que existe tanto oxigênio na atmosfera. Essas algas 
são capazes de usar a luz solar e combinar água com dióxido de carbono, formando 
carboidratos e oxigênio. Esse processo, a fotossíntese, é feito não só pelas algas, mas 
também pelos cloroplastos das plantas, que não deixam de ser algas incorporadas 
simbioticamente.
A qualidade do ar atmosférico possui grande relevância em relação aos 
direitos à vida e à existência digna. A Constituição Federal de 1988 descreve 
que todos têm o direito de viver com qualidade, respirar o ar não poluído, 
consumir água limpa, ter acesso à proteção e à saúde. Logo, existe uma corre-
lação entre o direito à vida, à saúde e ao equilíbrio ambiental (BRASIL, 1988).
A composição do ar não é constante nem no tempo, nem no espaço. Contudo, 
se removêssemos as partículas suspensas, vapor d’água e certos gases variáveis, 
5Características gerais da atmosfera e fontes de poluição
presentes em pequenas quantidades, encontraríamos uma composição muito 
estável sobre a Terra. A seguir apresentamos a proporção dos 15 principais 
gases presente na atmosfera:
Gases permanentes:
 � Nitrogênio (N2): 78,08% 
 � Oxigênio (O2): 20,95% 
 � Argônio (Ar): 0,93% 
 � Neônio (Ne): 0,0018%
 � Hélio (He): 0,00052%
 � Criptônio (Kr): 0,00010%
 � Xenônio (Xe): 0,000009%
 � Hidrogênio (H2): 0,00005%
 � Óxido nitroso (N2O): 0,00005%
Gases variáveis: 
 � Vapor d’água (H2O): 5300 ppmv em média 
 � Gás carbônico (CO2): 0,035% 
 � Ozônio (O3): 0 a 0,01% 
 � Dióxido de enxofre (SO2): 0 a 1,0 ppmv 
 � Metanol (CH4): 2,0 ppmv 
 � Propanol (C3H8): 2,0 ppmv
Tais proporções compõem o padrão ideal de pureza do ar, que deve ser 
preservado ou, ao menos, servir como meta a ser atingida, dado que traduz 
o conceito de ar como matéria-prima da respiração dos seres vivos. O vapor 
d’água é um dos mais variáveis gases na atmosfera e também tem pequena 
participação relativa. Nos trópicos úmidos e quentes, ele constitui não mais do 
que 4% do volume da baixa atmosfera, enquanto, sobre os desertos e regiões 
polares, ele pode constituir uma pequena fração de 1%. Contudo, sem vapor 
d’água, não há nuvens, chuva ou neve. Além disso, o vapor d’água também 
tem grande capacidade de absorção, tanto da energia radiante emitida pela 
Terra (em ondas longas) quanto de alguma energia solar.
O oxigênio e o gás carbônico são os componentes mais importantes 
do ar atmosférico. O primeiro é um produto da fotossíntese, sendo um 
subproduto da reação que objetiva a fixação do carbono do gás carbônico 
atmosférico. Sua principal função é possibilitar a vida pela respiração 
Características gerais da atmosfera e fontes de poluição6
 aeróbica. O segundo é originado essencialmente de calcinações e com-
bustões, também fundamental na respiração aeróbica. Ele é fixado pelos 
organismos fotossintetizantes pelo processo da fotossíntese, que constrói 
as moléculas de hidrato de carbono.
O ozônio é um gás vital para a vida na Terra devido a sua capacidade 
de absorver a radiação ultravioleta do Sol na reação de fotodissociação. Na 
ausência da camada de ozônio, a radiação ultravioleta seria letal para a vida. 
Desde os anos 1970, tem havido uma contínua preocupação de que uma redução 
na camada de ozônio na atmosfera possa estar ocorrendo por interferência 
humana, principalmente devido ao uso dos clorofluorcarbonos (CFCs), que 
estão presentes nos aerossóis, ar-condicionado, gás de geladeira, espumas 
plásticas e solventes e acumulam-se nas camadas superiores da atmosfera, 
onde podem ser decompostos pela radiação ultravioleta (UV). Assim, liberam 
bromo e cloro, os quais reagem com o ozônio, decompondo-o em oxigênio. 
Com isso, o principal constituinte dessa camada, o ozônio, está aos poucos 
sendo eliminado, e um buraco na camada de ozônio está sendo formado. 
Dessa forma, os raios UV não são mais retidos e incidem sobre a atmosfera, 
causando sérios danos aos seres vivos. 
A atmosfera, além de conter gases, também contém pequenas partículas, 
líquidas e sólidas, chamadas de aerossóis atmosféricos. São partículas sólidas 
ou líquidas em suspensão em um gás e possuem várias denominações, de acordo 
com seu tamanho, origem e processo de formação. A maior concentração é 
encontrada na baixa atmosfera, próxima à sua fonte principal, a superfície 
da Terra. Eles podem se originar de incêndios florestais, erosão do solo pelo 
vento, cristais de sal marinho dispersos pelas ondas que se quebram, emissões 
vulcânicas e atividades agrícolas e industriais. Alguns aerossóis podem se 
originar na parte superior da atmosfera, como a poeira dos meteoros que se 
desintegram. 
Embora a concentração dos aerossóis seja relativamente pequena, eles 
participam de processos meteorológicos importantes:
1. Os aerossóis agem como núcleos de condensação para o vapor d’água, 
sendo importantes para a formação de nevoeiros, nuvens e precipitação. 
2. Os aerossóis podem absorver ou refletir a radiação solar incidente, 
influenciando a temperatura. 
3. Os aerossóis contribuem para um fenômeno ótico conhecido: asvárias 
tonalidades de vermelho e laranja no nascer e no pôr do sol.
7Características gerais da atmosfera e fontes de poluição
No artigo a seguir, apresentam-se a origem do termo “aerossol” e seu histórico, bem 
como as estimativas de produção e seus efeitos. Acesse o link a seguir.
https://goo.gl/ea69Jy
Fontes de poluição atmosférica
Segundo o artigo 3º, da Lei nº 6.938/81, poluição é o dano causado ao meio 
ambiente devido às ações antrópicas, não se considerando como tal as causas 
naturais. As fontes de poluição atmosférica são predominantemente relacio-
nadas com as zonas urbanas, mas também podem estar presentes no meio 
rural. A qualidade do ar atmosférico se compromete a partir do momento em 
que substâncias como, por exemplo, o monóxido de carbono e o dióxido de 
carbono são emitidas em grandes quantidades. No meio rural, esse fato pode 
estar relacionado à ocorrência de queimadas antes de realizar o cultivo ou para 
limpeza do terreno. No entanto, existem outras fontes de poluição atmosférica 
provocadas por agrotóxicos, uso de incineradores, a utilização inadequada 
de resíduos, entre outras.
A poluição atmosférica em zonas urbanas está relacionada principalmente 
com os poluentes lançados pelas chaminés de fábricas e pelos contaminantes 
lançados da queima de combustível fóssil pelos veículos automotores.
Os poluentes emitidos pelos veículos automotores são responsáveis pelas 
emissões de gases como hidrocarbonetos, óxidos de nitrogênio e monóxido de 
carbono, bem como de material particulado. Os índices de emissões de gases 
dependem da natureza do combustível, sendo que, no Brasil, os principais com-
bustíveis utilizados são o etanol, diesel, gasolina e gás natural. Conforme Brito 
(2005), os gases mais conhecidos originados pela queima desses combustíveis 
e com os limites definidos pela legislação são o monóxido de carbono (CO), 
hidrocarbonetos (HC), óxidos de nitrogênio (NOx) e óxidos de enxofre (SOx).
Derivados de petróleo, como gasolina e óleo diesel ainda continuam sendo 
os combustíveis predominantes utilizados nos meios de transporte. No caso 
do Brasil, ocorre um amplo uso de álcool etílico ou etanol, utilizado tanto 
como combustível exclusivo quanto misturado a derivados de petróleo como a 
gasolina. Entretanto, percebe-se uma expansão no uso do gás natural veicular, 
Características gerais da atmosfera e fontes de poluição8
principalmente em veículos leves de uso intensivo (táxis e frotas cativas) em 
grandes centros urbanos (MENDES, 2004).
Brito (2005) afirma que as emissões veiculares advêm do tubo de escapa-
mento (gases), do sistema de alimentação de combustível, juntas e conexões 
(emissões evaporativas) e dos respiros do cárter, e também deve ser levado em 
conta o material particulado. Entre 1980 e 2009, com projeções para o período 
entre 2010 e 2020, foi realizada uma pesquisa sobre emissões veiculares no 
Brasil pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA). Esse estudo indicou 
que, até 2020, ainda haverá um crescimento na frota veicular. Em 2009, os 
carros movidos a gasolina foram responsáveis por 71% das emissões de CO, 
enquanto o etanol foi responsável por 18%. Estima-se que, em 2020, 47% das 
emissões de CO serão de carros movidos a gasolina, e 33%, dos movidos a 
etanol. 
A quantidade e o tipo de poluente emitido dependem do tipo de combustível 
utilizado, do tipo de motor, da regularidade de manutenção e do modo como 
o veículo é conduzido. Os veículos podem emitir hidrocarbonetos mesmo 
se inoperantes pela evaporação do combustível pelo respiro do tanque e no 
sistema de carburação do motor. Já em veículos mais novos, com a adição 
de novas tecnologias como catalisadores, injeção eletrônica de combustível, 
entre outras tecnologias, esse tipo de emissão se torna insignificante, mas, ao 
se analisar o número de veículos existentes nas grandes cidades, verifica-se a 
geração de toneladas desses poluentes por dia (MANZOLI, 2009).
Conforme apresentado na Figura 2, as emissões de combustíveis fós-
seis aumentaram em 63,5% entre os anos de 1990 a 2005, de 189.635 para 
309.978 GgCO2 (Gigagrama de CO2). No período analisado, observa-se uma 
média anual de crescimento das emissões de 3,4%. Ao longo do período, as 
emissões dos fósseis líquidos se mantêm predominantes, embora tenham sua 
participação, no total de emissões, reduzida de 79,9% para 71,4% (COMPA-
NHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2010 apud 
POZZAGNOLO, 2013).
Para Manzoli (2009), a grande maioria dos poluentes lançados na at-
mosfera por veículos automotores é devido à combustão incompleta do 
combustível. A combustão incompleta, somada ao uso de combustível de 
forma ineficiente, decorrente de proporções inadequadas de ar e combustível 
fornecidos ao motor, contribui para a presença de monóxido de carbono nos 
produtos da combustão. Quando a combustão é completa, todo o combustível 
é convertido em dióxido de carbono e água. Esse processo ocorre quando a 
quantidade de ar e de combustível são fornecidos nas proporções corretas 
para a sua queima.
9Características gerais da atmosfera e fontes de poluição
Em 2011, os principais combustíveis utilizados pela frota nacional foram o óleo diesel, 
gasolina, etanol e gás natural. Observe o gráfico da Figura 2.
Figura 2. Consumo de energia nos transportes em 2011.
Fonte: Empresa de Pesquisa Energética (2012, p. 27).
Características gerais da atmosfera e fontes de poluição10
Características gerais da atmosfera e fontes de poluição12
BOLIGIAN, L.; ALVES, A. Geografia: espaço e vivência. São Paulo: Atual, 2004. (Ensino 
Médio, v. único).
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: 
Senado Federal, 1988.
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio 
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providên-
cias. Brasília: Presidência da República, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm>. Acesso em: 22 jun. 2017.
BRITO, H. P. Análise das emissões atmosféricas geradas por veículos automotores em 
Natal - RN. 2005. 166 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) – Programa 
de Pós-graduação em Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Rio Grande 
do Norte, Natal, 2005.
BRYSON, B. Breve história de quase tudo. São Paulo: Companhia da Letras, 2005.
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Balanço energético nacional 2012. Rio de Janeiro: 
EPE, 2012. Disponível em: <https://ben.epe.gov.br/downloads/Resultados_Pre_
BEN_2012.pdf>. Acesso em: 08 jun. 2017.
FLANNERY, T. Os senhores do clima. 2. ed. São Paulo: Record, 2008.
MENDES, F. E. Avaliação de programas de controle e poluição atmosférica por veículos no 
Brasil. 2004. 189 f. Tese (Doutorado em Engenharia) – Programa de Pós-Graduação em 
Engenharia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004.
POZZAGNOLO, M. Análise das emissões de gases em veículos automotores do ciclo Otto. 
2013. 96 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Ambiental) – 
Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas, UNIVATES, 2013. Disponível em: <https://
www.univates.br/bdu/bitstream/10737/393/1/MarceloPozzagnolo%20.pdf>. Acesso 
em: 23 jun. 2017.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
 
DICA DO PROFESSOR
As indústrias são grandes emissoras de poluentes atmosféricos, os quais podem variar em maior 
ou menor grau, dependendo do porte da indústria, do tipo de segmento (atividade) e da matéria 
prima utilizada.
Veja no vídeo a seguir um pouco mais sobre as medidas diretas que visam minimizar os 
poluentes atmosféricos industriais.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) Em relação à atmosfera, ela pode ser dividida em diferentes camadas. Em qual das 
camadas citadas a seguir ocorre a formação da maioria dos fenômenos 
meteorológicos?
A) Troposfera.
B) Mesosfera.C) Estratosfera.
D) Termosfera.
E) Exosfera.
2) Sabe-se que o reflorestamento é uma maneira que visa diminuir o grau de poluentes 
encontrados na atmosfera. Em relação a tal prática, qual a alternativa correta?
A) O reflorestamento irá contribuir para uma melhoria contínua da temperatura global.
B) O reflorestamento auxilia na retenção do carbono na matéria orgânica das árvores, o que 
diminui o gás carbônico atmosférico responsável pelo efeito estufa.
C) O reflorestamento auxilia no uso de combustíveis renováveis, como o carvão vegetal, e 
contribui para a diminuição da emissão de gás carbônico na atmosfera.
D) O reflorestamento auxilia na absorção de clorofluorcarbonetos (CFC), um dos principais 
gases responsáveis pela destruição da camada de ozônio.
E) O reflorestamento pode melhorar o clima de um continente inteiro.
3) A atmosfera contém pequenas partículas, que podem ser líquidas ou sólidas e 
algumas podem ser, inclusive, visíveis em forma de nuvens. A maior concentração é 
encontrada na baixa atmosfera, próxima à sua fonte principal, a superfície da Terra. 
Eles podem originar-se de incêndios florestais, erosão do solo pelo vento, cristais de 
sal marinho dispersos pelas ondas que se quebram, emissões vulcânicas e de 
atividades agrícolas e industriais. 
Esta descrição se refere a qual alternativa?
A) Oxigênio.
B) Vapor d'água.
C) Aerossóis.
D) Ozônio.
E) Gás carbônico.
4) Em relação à atmosfera, assinale a alternativa correta.
A) O ozônio encontra-se na mesosfera.
B) A termosfera é uma camada muito importante, pois é com ela que os habitantes da Terra 
estão permanentemente em contato e é nela que se formam os ventos, as nuvens e a chuva.
C) O oxigênio existe em maior quantidade nos lugares mais altos. Pode-se, então, dizer que a 
atmosfera é homogênea.
D) Na troposfera, os gases que predominam são nitrogênio, gás carbônico, oxigênio e gás 
natural.
E) O ar, ao contrário da terra e da água, não transforma a energia solar em calor.
5) Infelizmente, as atividades desenfreadas do homem estão colocando em risco o 
planeta Terra. Os poluentes atmosféricos são um grande desafio a ser enfrentado. É 
preciso diminuir as emissões, uma vez que esses são responsáveis pelo aquecimento 
global, pelo efeito estufa, pela chuva ácida e pelo SMOG fotoquímico. 
Em relação à chuva ácida, qual das alternativas a seguir apresenta o poluente 
responsável por sua ocorrência?
A) Dióxido de enxofre.
B) Hidrofluorcarbonetos.
C) Óxido nitroso.
D) Gás metano.
E) Dióxido de carbono (CO2).
NA PRÁTICA
Carlos Menezes é especialista em gestão ambiental e foi contratado por uma empresa para 
resolver alguns problemas relacionados às emissões atmosféricas, uma vez que ela não está 
atendendo à legislação.
É fundamental que Carlos entenda que não é uma tarefa fácil, pois é necessário conhecer todas 
as tecnologias disponíveis no mercado, a fim de poder optar pela menos poluidora possível e 
diferentes segmentos de indústrias exigem diferentes cuidados, o que pode ser em maior ou 
menor grau.
Carlos precisou analisar todas as etapas de produção do empreendimento em questão para que 
pudesse resolver os problemas relacionados às emissões atmosféricas, pois elas interferem 
diretamente nas emissões.
Neste caso, Carlos optou por, inicialmente, tentar diminuir a geração de poluentes atmosféricos. 
Para isso, ele analisou se todos os equipamentos estão operando conforme manda o fabricante, 
se a caldeira não excede sua capacidade de queima e se as manutenções foram realizadas correta 
e constantemente.
No caso do controle de poluentes atmosféricos, Carlos preferiu utilizar o filtro de manga, que é 
um dos mais usados devido ao seu custo benefício. Os filtros de mangas têm por finalidade 
separar as partículas existentes no fluxo de gases industriais. A filtragem é realizada pela 
passagem do ar carregado de partículas por meio de mangas em que partículas ficam retidas na 
superfície e nos poros dos fios, formando um bolo que atua também como meio filtrante.
Com todas as ações tomadas por Carlos, a empresa conseguiu se adequar à legislação e diminuir 
consideravelmente a geração de poluentes e a sua emissão à atmosfera.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Chuva ácida: uma breve explicação
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Dica ambiental: poluição do ar
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Emissões de Fontes Veiculares - região metropolitana do Rio de Janeiro
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Mudanças Climáticas
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Principais poluentes
APRESENTAÇÃO
Desde a formação da Terra, a atmosfera contém poluentes, principalmente devido às erupções 
vulcânicas. Com a evolução da Terra, esses níveis de poluentes diminuíram drasticamente e 
favoreceram a formação de vida em nosso planeta. Porém, desde o século XX, a taxa de 
poluentes voltou a aumentar e em grande escala devido, principalmente, ao uso de combustíveis 
fósseis e queimadas ocasionadas pelo homem.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá quais são esses poluentes, onde se concentram os 
maiores geradores e as consequências para a saúde humana e para o meio ambiente. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Caracterizar o desenvolvimento da atmosfera.•
Identificar os principais poluentes atmosféricos.•
Relacionar os combustíveis fósseis aos poluentes atmosféricos.•
DESAFIO
Um empresário entrou em contato com você, profissional da área ambiental, para instruí-lo com 
aberturas de processos ambientais. Clique na imagem e veja o desenrolar da conversa.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Na situação apresentada, cabe a você, profissional da área ambiental, orientá-lo.
Para isso, faça uma pesquisa para a inclusão desses dados no formulário e apresente alguns 
equipamentos cabíveis que visam minimizar a poluição atmosférica. Em relação a esses 
equipamentos, você precisa indicá-los para seu cliente e justificar o motivo da sua escolha.
INFOGRÁFICO
Os poluentes atmosféricos são gases e partículas sólidas resultantes das atividades humanas e de 
fenômenos naturais dispersos no ar atmosférico.
Veja no infográfico os principais poluentes, os principais gases por eles emitidos e as 
consequências.
CONTEÚDO DO LIVRO
Existem diferentes tipos de poluentes atmosféricos, que podem ser encontrados, em grande 
parte, nas regiões metropolitanas devido ao grande fluxo de veículos e à concentração de 
indústrias e atividades que trazem grande impacto ambiental negativo.
Para saber mais sobre os tipos de poluentes atmosféricos, leia o livro Controle da poluição, base 
teórica desta Unidade de Aprendizagem, inciciando seus estudos pelo capítulo Principais 
poluentes.
Boa leitura.
CONTROLE DA 
POLUÍÇÃO
Guilherme Semprebom Meller
Karina Fürstenau de oliveira
Ronei Tiago Stein
Vanessa de Souza Machado
Principais poluentes 
atmosféricos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Caracterizar o desenvolvimento da atmosfera.
  Identificar os principais poluentes atmosféricos.
  Relacionar os combustíveis fósseis aos poluentes atmosféricos.
Introdução
Desde a formação da Terra, a atmosfera continha poluentes, devido 
principalmente às erupções vulcânicas. Com a evolução da Terra, esses 
níveis de poluentes diminuíram drasticamente, favorecendo a formação 
de vida em nosso planeta. Porém, desde o século XX, a taxa de poluentes 
voltou a aumentar, e em grande escala, devido principalmente ao uso 
de combustíveis fósseis e queimadas ocasionadas pelo homem. Entre 
esses poluentes, podemos citar o monóxido de carbono (CO), dióxido 
de nitrogênio (NO2), dióxido de enxofre (SO2), hidrocarbonetos e demais 
partículas. Os grandes centros urbanos são os maioresgeradores de 
poluentes e, consequentemente, sofrem mais com os efeitos deles, tanto 
na saúde humana quanto no ambiente.
Poluentes na atmosfera primitiva
De acordo com Freitas (2017), a atmosfera pode ser considerada como um 
conjunto de gases que não possuem cheiro, cor ou gosto, sendo que eles estão 
envoltos na Terra. Essa parte da biosfera é indispensável por oferecer condições 
de vida no planeta, além de regular a temperatura da Terra, disponibilizar 
condições para a ocorrência do processo de combustão, facilitar a propagação 
do som e difundir a luz.
U4_C16_Controle da poluição.indd 261 06/07/2017 21:43:17
Mas como surgiu a atmosfera? Ela sempre foi da mesma forma que é atu-
almente? De acordo com estimativas, o surgimento da atmosfera ocorreu há 
cerca de 4 bilhões de anos. Porém, as condições da Terra antes do surgimento 
dos primeiros seres vivos eram muito diferentes das atuais. As erupções vul-
cânicas eram frequentes (Figura 1), liberando grandes quantidades de gases 
e de partículas para a atmosfera. Esses gases e partículas ficaram retidos por 
ação da força da gravidade e passaram a compor a atmosfera primitiva.
Figura 1. Formação da atmosfera primitiva.
Fonte: Juancat/Shutterstock.com.
Não existe um consenso entre os pesquisadores sobre a composição da 
atmosfera primitiva, porém se imagina que ela era constituída de metano 
(CH4), amônia (NH3), gás hidrogênio (H2) e vapor d’água (H2O). Não havia gás 
oxigênio (O2) como na atmosfera atual, ou, caso existisse, a concentração era 
tão baixa, que a vida no planeta Terra era impossível. Em um determinado 
momento, a Terra começou a passar por um processo de resfriamento. Então, 
começou a ser expelido vapor de água e uma considerável quantidade de 
gases, dentre outros elementos. Os mesmos se dirigiram em direção ao espaço 
sideral, porém uma parte se fixou ao redor do planeta, evento proporcionado 
pela força gravitacional (FREITAS, 2017).
Segundo Galembeck e Costa (2016), as descargas elétricas e as radiações 
eram intensas e forneceram energia para que algumas moléculas presentes na 
atmosfera se unissem, dando origem a moléculas maiores e mais complexas, 
 Controle da poluição 262
U4_C16_Controle da poluição.indd 262 06/07/2017 21:43:18
ou seja, às primeiras moléculas orgânicas. Os mesmos autores comentam que, 
na atmosfera daquela época, diferentemente do que ocorre atualmente, não 
havia o escudo de ozônio (O3) contra as radiações, especialmente a ultravioleta, 
que, assim, atingiam a Terra com grande intensidade.
As moléculas orgânicas formadas eram arrastadas pelas águas das chuvas 
e passavam a se acumular nos mares primitivos, que eram quentes e rasos. 
Esse processo, repetindo-se ao longo de muitos anos, teria transformado os 
mares primitivos em verdadeiras “sopas nutritivas” ricas em matéria orgânica. 
Essas moléculas orgânicas poderiam ter se agregado, formando coacervados, 
nome derivado do latim coacervare, que significa formar grupos. No caso, 
o sentido de coacervados é o de conjunto de moléculas orgânicas reunidas 
em grupos envoltos por moléculas de água (GALEMBECK; COSTA, 2016).
Esses coacervados não eram seres vivos, mas uma primitiva organização 
das substâncias orgânicas em um sistema semi-isolado do meio, podendo 
trocar substâncias com o meio externo e havendo possibilidade de ocorrerem 
inúmeras reações químicas em seu interior.
Não se sabe como a primeira célula surgiu, mas pode-se supor que, se foi 
possível o surgimento de um sistema organizado como os coacervados, podem 
ter surgido sistemas equivalentes envoltos por uma membrana formada por 
lipídeos e proteínas e contendo em seu interior a molécula de ácido nucléico. 
Com a presença do ácido nucléico, essas formas teriam adquirido a capacidade 
de reprodução e regulação das reações internas. Nesse momento, teriam surgido 
os primeiros seres vivos que, apesar de muito primitivos, eram capazes de se 
reproduzir, dando origem a outros seres semelhantes a eles (GALEMBECK; 
COSTA, 2016).
A atmosfera primitiva detinha em sua composição gases com substâncias 
venenosas. A realidade inviável à vida sofreu alterações positivas a partir do 
surgimento dos oceanos e das plantas (marinhas) que, por meio do processo de 
fotossíntese, mudaram a condição adversa. A configuração atual da atmosfera 
se consolidou há cerca de 65 milhões de anos.
A atmosfera terrestre atual é constituída por diferentes gases, dos quais 
podemos destacar: o nitrogênio, com 78%; oxigênio, 21%; e outros gases (como 
dióxido de carbono, neônio, ozônio, hélio e vapor de água), 1%. Os percentuais 
apresentados são imprescindíveis para a proliferação da vida no planeta.
263Principais poluentes atmosféricos
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Alterações na atmosfera atualmente
Desde o início do século XX, a composição química da atmosfera vem sofrendo 
signifi cativas alterações. Essas alterações estão relacionadas com o aumento de 
gases e partículas, as quais já estavam presente na atmosfera, e ao surgimento 
de novos gases e partículas, as quais são emitidos para a atmosfera.
Durante séculos, alguns desses gases foram produzidos e consumidos pela 
Terra de forma cíclica, mantendo um equilíbrio entre a sua emissão para a 
atmosfera e a sua retirada da mesma. Um exemplo disso é o dióxido de carbono, 
o qual é lançado para a atmosfera devido à combustão e à respiração dos seres 
vivos, sendo posteriormente absorvido pelas plantas, através da fotossíntese, e 
pelos oceanos, onde se dissolve na água, reagindo com as rochas e formando, 
desta forma, os carbonatos. A partir do momento em que a velocidade com 
que alguns desses gases começam a ser lançados para a atmosfera supera a 
velocidade com que eles são retirados dela, a sua concentração na atmosfera 
aumenta, passando a exercer efeitos nocivos sobre o meio natural e os seres 
vivos.
Existem basicamente dois tipos de causas que explicam o aumento da 
concentração desses gases na atmosfera: as causas naturais e as causas antró-
picas. Em relação às causas naturais, podem-se citar os vulcões em erupção 
e a biosfera. Os vulcões lançam milhares de metros cúbicos de matéria para 
a atmosfera (cinzas, poeiras e gases), sendo que os materiais mais leves são 
dispersos pelos ventos, atingindo vastas regiões. O gás emitido em maior quan-
tidade é o dióxido de enxofre, seguido do monóxido de carbono e do sulfureto 
de hidrogénio, entre outros gases em quantidades menores. A biosfera também 
contribui para o aumento da concentração de alguns gases na atmosfera devido 
à atividade de alguns microrganismos que liberam metano para a atmosfera. 
Alguns ruminantes (como, por exemplo, as vacas) também contribuem para 
a emissão de uma pequena porcentagem de metano para a atmosfera.
Entretanto, o maior problema do aumento de poluentes na atmosfera está 
relacionado com o aumento da população e da industrialização, principalmente 
após a Revolução Industrial. Os gases poluentes não ficam circunscritos aos 
locais onde são emitidos para a atmosfera; pelo contrário, geralmente os gases 
são emitidos a temperaturas maiores do que os gases na atmosfera em seu 
redor. São, portanto, menos densos, o que os faz subir, sendo depois arrasta-
dos pelo vento para outros locais. Esses fenômenos são mais frequentes nas 
zonas urbanas e industrializadas e podem originar atmosferas tóxicas para o 
ser humano (Figura 2).
 Controle da poluição 264
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Figura 2. Poluentes espalhados na atmosfera terrestre. 
Fonte: Kris Leov/Shutterstock.com.
Principais poluentes atmosféricos
A poluição da atmosfera ocorre pela introdução de inúmeras partículas suspen-
sas no ar, alterando, dessa forma, as condições naturais de vários ecossistemas, 
bem como provocando danos à saúde humana. Os poluentes mais incidentes 
na atmosfera, em geral nas grandes metrópoles, estão relacionados à emissão 
de gases, como, por exemplo, o monóxido de carbono (CO), dióxido de nitro-gênio (NO2), dióxido de enxofre (SO2), hidrocarbonetos e demais partículas, 
principalmente pelas atividades humanas. A seguir, você verá uma descrição 
desses poluentes e seus efeitos sobre a saúde humana.
O dióxido de enxofre (SO2) é introduzido na atmosfera por atividades 
naturais ou humanas e é um dos principais poluentes atmosféricos oriundos 
da queima de combustíveis que contenham enxofre, como, por exemplo, o óleo 
diesel, óleo combustível industrial e gasolina. Na atmosfera, esse poluente pode 
ser oxidado, originando ácido sulfúrico (H2SO4), segundo a Companhia De 
Tecnologia de Saneamento Ambiental (2012). Em relação aos danos à saúde 
humana, o INEA (Instituto Nacional do Meio Ambiente do Rio de Janeiro), 
descreve que o dióxido de enxofre causa irritação nas vias respiratórias, 
265Principais poluentes atmosféricos
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provocando tosse e falta de ar, o que pode ocasionar no agravamento dos 
sintomas da asma e da bronquite crônica.
Já o monóxido de carbono (CO) é um gás incolor e inodoro que resulta da 
queima incompleta de combustíveis de origem orgânica, combustíveis fósseis, 
biomassa, entre outros. Geralmente é encontrado em maiores concentrações nas 
cidades (zonas urbanas) devido à intensa circulação de veículos (ALMEIDA, 
I.,1999) (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIEN-
TAL, 2012). Os efeitos da exposição ao monóxido de carbono na saúde humana 
estão associados à diminuição da capacidade de transporte de oxigênio pelo 
sangue. O monóxido de carbono apresenta afinidade pela hemoglobina 240 
vezes maior do que a do oxigênio, o que faz com que uma pequena quantidade 
de CO possa saturar uma grande quantidade de moléculas de hemoglobina, 
diminuindo a capacidade do sangue em transportar o oxigênio aos tecidos. 
Ele também pode se combinar com a mioglobina e proteínas mitocondriais 
(CLEVA; LAUDANNA, 2007). A diminuição da disponibilidade de oxigênio 
pode causar hipóxia, provocando diversos sintomas no organismo, como fadiga, 
sonolência, tontura, dor de cabeça e euforia, além de provocar alterações no tato, 
visão, discernimento, raciocínio, tempo de reação e na coordenação motora.
O monóxido de nitrogênio (NO) e o dióxido de nitrogênio (NO2) são 
mais dos grandes poluentes atmosféricos, sendo formados durante os processos 
de combustão. Em grandes cidades, os veículos geralmente são os principais 
responsáveis pela emissão dos óxidos de nitrogênio. O NO, sob a ação de luz 
solar, transforma-se em NO2, o qual apresenta papel importante na formação 
de oxidantes fotoquímicos como o ozônio. Dependendo das concentrações, 
o NO2 causa prejuízos à saúde, como irritação nos olhos, nariz e garganta 
(COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2012 
apud POZZAGNOLO, 2013; FORNARI, 2001). Cavalcanti (2010) descreve que, 
devido à sua baixa solubilidade, o NO2 é capaz de penetrar profundamente no 
sistema respiratório, podendo dar origem às nitrosaminas, algumas das quais 
podem ser carcinogênicas. 
Os oxidantes fotoquímicos e o ozônio (O3) são outros exemplos de po-
luentes. Os oxidantes fotoquímicos são denominados como a mistura de 
poluentes secundários, formados pelas reações entre os óxidos de nitrogênio 
e os compostos orgânicos voláteis na presença de luz solar. Os compostos 
orgânicos voláteis são liberados na queima incompleta e na evaporação de 
combustíveis e solventes. O principal produto dessa reação é o ozônio, e é por 
isso que ele é utilizado como parâmetro indicador da presença de oxidantes 
fotoquímicos na atmosfera. Tais poluentes formam a chamada névoa foto-
química ou “smog fotoquímico”, recebendo esse nome devido à diminuição 
 Controle da poluição 266
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da visibilidade (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO 
AMBIENTAL, 2012). A Figura 3 apresenta uma ilustração dessa névoa que 
ocorre principalmente em grandes centros urbanos. 
Figura 3. Névoa sobre a cidade de Tóquio, fenômeno conhecido como smog.
Fonte: humphery/Shutterstock.com.
Segundo Marschall e Greganti (2010), o ozônio é um poluente secundário 
com impacto significativo à saúde humana. O gás ozônio é capaz de provocar 
lesões nas células humanas, levando a alterações que podem ser responsáveis 
pelo aparecimento de tumores ou até mesmo provocar mutações. 
A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (2012) ressalta a 
importância de distinguir o ozônio que ocorre na estratosfera (a cerca de 25 
km de altitude) do “mau ozônio” encontrado na troposfera. Na estratosfera, 
esse composto atua como um filtro dos raios ultravioletas emitidos pelo Sol, 
protegendo a vida na Terra. Já o ozônio presente mais próximo da superfície 
da Terra, o ozônio troposférico, é prejudicial à saúde humana, assim como à 
vegetação e a outros animais.
Os hidrocarbonetos (HC) são compostos formados exclusivamente por 
átomos de carbono e hidrogênio. O petróleo é constituído principalmente de 
HC, portanto seus derivados – como gás de cozinha, gasolina, querosene e 
óleo diesel, os quais constituem a maioria dos combustíveis de uso humano 
(SILVEIRA, 2011) – também são. Em relação aos efeitos na saúde humana, 
267Principais poluentes atmosféricos
U4_C16_Controle da poluição.indd 267 06/07/2017 21:43:20
pode-se dizer que diversos hidrocarbonetos, como o benzeno, são cancerígenos 
e mutagênicos, não havendo uma concentração ambiente totalmente segura.
Os materiais particulados (MP) não constituem uma espécie química defi-
nida, mas um conjunto de partículas no estado sólido ou líquido, incluindo pós, 
poeiras, fumaças e aerossóis emitidos para a atmosfera de diversas maneiras 
(TORRES; ROCHA; RIBEIRO, 2008). O tamanho das partículas interfere 
na saúde humana. Quanto menores as partículas, maiores são as chances de 
ocorrer malefícios à saúde. Outro impacto dos materiais particulados é quanto 
à redução de visibilidade na atmosfera.
As partículas totais em suspensão (PTS) são partículas com diâmetro 
aerodinâmico (partículas não esféricas) menores que 50μm. Uma parte dessas 
partículas é inalável, causando problemas à saúde; já a outra parte afeta des-
favoravelmente a qualidade de vida da população, interferindo nas condições 
estéticas do ambiente e prejudicando as atividades normais da comunidade 
(COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 
2012).
As partículas inaláveis (PI) são todas aquelas cujo diâmetro aerodinâmico 
é menor que 10µm e podem ser classificadas como:
  Partículas inaláveis finas: com MP 2,5 (< 2,5µm);
  Partículas inaláveis grossas (2,5 a 10µm). 
As partículas finas, devido ao seu tamanho diminuto, podem atingir os 
alvéolos pulmonares, enquanto as grossas ficam retidas na parte superior do 
sistema respiratório, conforme Companhia de Tecnologia de Saneamento 
Ambiental (2012). 
Segundo Florios (2016), estima-se que 12,6 milhões de pessoas morreram em de-
corrência de viverem ou trabalharem em ambientes insalubres. Em 2012, quase 1 
em cada 4 do total de mortes globais, de acordo com as novas estimativas da OMS 
(Organização Mundial de Saúde), era ocasionada por ambientes insalubres. Fatores 
de riscos ambientais – como o ar, a água e a poluição do solo, a exposição à produtos 
químicos, as mudanças climáticas e a radiação ultravioleta – contribuem para mais 
de 100 doenças e lesões.
 Controle da poluição 268
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Principais tipos de combustíveis fósseis
Se, nesse exato instante, a população mundial inteira parasse de desmatar 
as fl orestas em 100%, ainda assim a providência não seria sufi ciente para 
frear o ritmo forte do aquecimento global. Isso só seria possível se os países 
desenvolvidos parassem imediatamente de queimar combustíveis fósseis 
(JUNIOR, 2017). 
Porém, quais são os principais tipos de combustíveis fósseis utilizados 
pelo homem, e como eles interferem diretamente na poluição atmosférica 
e, consequentemente, no aquecimento global? Os combustíveis fósseis maisconhecidos são: gasolina, óleo diesel, gás natural e carvão mineral. A queima 
desses combustíveis é usada para gerar energia e movimentar motores de 
máquinas, veículos e até mesmo gerar energia elétrica (no caso das usinas 
termoelétricas). A seguir, você verá uma descrição desses tipos de combustíveis.
A gasolina é um derivado do petróleo utilizada como fonte de energia 
para veículos leves do ciclo Otto (LANDRIGAN, 2002). O ciclo Otto pode ser 
definido como sendo um ciclo termodinâmico de quatro fases, o qual teoriza 
o funcionamento de motores de combustão interna de veículos. Em 1922, 
passou a ser misturado chumbo tetraetila (aditivo antidetonante) na gasolina, 
sendo que, em 1970, ocorreram as primeiras discussões sobre a abolição do 
uso desse aditivo, levando em conta seu impacto sobre a saúde da população 
e o meio ambiente. Na década de 90, cerca de 80% de toda a gasolina vendida 
no mundo já estava sem chumbo. O Brasil, junto com a estatal Petrobras, foi 
um dos primeiros países do mundo a eliminar o chumbo da gasolina. 
Em território nacional, começou-se a investir na produção do álcool 
derivado da cana-de-açúcar, o que trouxe vantagens quanto à diminuição 
das emissões de poluentes, além de ser uma fonte de combustível renová-
vel (LANDRIGAN, 2002). Atualmente não é comercializada gasolina sem 
etanol, conforme a Portaria nº 678, de 31 de agosto de 2011, do Ministério 
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), e 20% de toda gasolina 
comercializada é composta por etanol anidro.
Manzoli (2009) destaca que esse combustível é composto por uma mistura 
de hidrocarbonetos com alguns contaminantes, como enxofre, nitrogênio e 
certos metais, e sua composição também varia conforme a origem do petró-
leo, os processos de refino e especificações de qualidade como o índice de 
octanagem. O índice de octanagem é a resistência à detonação (do processo de 
combustão) de combustíveis usados em motores do ciclo Otto. Quanto maior 
for o índice, mais resistente à detonação o combustível é. 
269Principais poluentes atmosféricos
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No Brasil, a Petrobras produz diversos tipos de gasolina:
  Gasolina comum: é o tipo de gasolina mais simples. Apresenta índice antidetonante, 
ou seja, capacidade de suportar altas compressões, com IAD (índice antidetonante) 
igual a 87, possuindo 1000 ppm de teor de enxofre. Não recebe nenhum tipo de 
aditivo, apenas adição de álcool anidro, conforme a legislação vigente.
  Gasolina supra-aditivada: possui a mesma octanagem da gasolina comum, 
porém apresenta detergentes/dispersantes, os quais mantêm limpo o sistema de 
combustão. A adição de álcool anidro é conforme a legislação vigente.
  Gasolina Petrobras Podium: essa gasolina foi lançada em 2002, possui octana-
gem superior (IAD = 95), aproveitando melhor a potência do motor. Ela contém 
detergentes/dispersantes que mantêm limpo o sistema de combustão e adição 
de álcool anidro, conforme a legislação vigente.
Em relação ao óleo diesel, ele é um combustível formado basicamente por 
átomos de carbono e hidrogênio (hidrocarbonetos) e, em menores concentra-
ções, por enxofre, nitrogênio e oxigênio. É um produto altamente inflamável, 
com toxidade mediana, pouco volátil, límpido, isento de material em suspensão 
e com odor forte e característico. 
O óleo diesel recebeu esse nome em homenagem a seu descobridor, o ale-
mão Rudolf Diesel, o qual inventou um meio mecânico para explorar a reação 
química originada da mistura de óleo e do oxigênio presente no ar, capaz de 
produzir uma forte explosão quando comprimida. O diesel é o combustível 
mais usado no Brasil, sendo proveniente da destilação do petróleo, e contém 
de 12 a 22 átomos de carbono. Atualmente, ele é utilizado para gerar energia 
e movimentar máquinas e motores de grande porte (veículos pesados), tais 
como: tratores, caminhões, automóveis de passeio, furgões, ônibus, pequenas 
embarcações marítimas, locomotivas, navios, entre outros.
O gás natural, de acordo com a Petrobras, é o combustível do futuro, 
sendo formado por uma mistura de hidrocarbonetos leves encontrados em 
rochas porosas no subsolo e frequentemente acompanhado por petróleo. No 
estado bruto, o gás natural apresenta baixos teores de contaminantes como 
nitrogênio e dióxido de carbono.
O gás natural como combustível é conhecido como Gás Natural Veicular 
(GNV) ou Gás Metano Veicular (GMV). A queima do GNV é reconhecidamente 
uma das mais limpas, praticamente sem emissão de monóxido de carbono. Por 
não possuir enxofre em sua composição, a queima do gás natural não lança 
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compostos que produzam chuva ácida quando em contato com a umidade 
atmosférica, contribuindo, dessa forma, para a melhoria da qualidade de vida 
da população e do meio ambiente. 
O GNV tem uma temperatura de ignição superior a 600ºC, muito acima 
da temperatura de ignição do álcool e da gasolina (entre 200ºC a 300ºC). A 
queima do gás natural, por ser mais completa do que a dos outros combustíveis, 
reduz as emissões de monóxido de carbono e hidrocarbonetos, em comparação 
com a gasolina (MENDES, 2004).
O carvão mineral é composto por carbono (sendo este encontrado em 
maior parte), oxigênio, hidrogênio, enxofre e cinzas. Seu uso se intensificou 
principalmente após a Revolução Industrial, sendo que, nessa época, ele 
era usado para gerar energia para as máquinas e locomotivas. Atualmente, 
sua principal função está relacionada como fonte de energia. A queima do 
carvão mineral para gerar energia lança no ar partículas sólidas e gases po-
luentes. Esses gases atuam no processo do efeito estufa e contribuem para o 
aquecimento global. Portanto, o carvão mineral não é uma fonte de energia 
limpa e deveria ser banida pelo homem. Infelizmente, devido principalmente 
a questões econômicas, sendo que em muitas regiões do mundo ele é uma 
fonte energética barata e ainda muito utilizado para gerar energia elétrica em 
usinas termoelétricas.
O carvão mineral é a principal fonte de geração de eletricidade no mundo. Apro-
ximadamente 40% de toda eletricidade do mundo depende do carvão devido ao 
abastecimento das usinas termoelétricas, onde é queimado para gerar energia. No 
Brasil, aproximadamente 3,0% da energia elétrica é gerada a partir dessa fonte, sendo 
que a maior parcela da energia é oriunda de usinas hidroelétricas. Estima-se que 40% 
de todo o gás carbônico (CO2) gerado no mundo tem como origem a queima do 
carvão mineral.
Os combustíveis fósseis, os quais se encontram na natureza em quantidades limitadas 
e se extinguem ao longo do tempo, são considerados recursos naturais não renováveis 
devido ao tempo necessário para sua produção. Apenas se forem considerados naturais, 
esses combustíveis trazem severos problemas ambientais, como o aquecimento global, 
causado pelo excesso de CO2 na atmosfera, a chuva ácida, ocasionada pela reação 
entre os poluentes e o vapor d’água, além da poluição da atmosfera e a contaminação 
das águas e solos.
271Principais poluentes atmosféricos
U4_C16_Controle da poluição.indd 271 06/07/2017 21:43:21
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria nº 678, de 31 de 
agosto de 2011. Fixa em vinte por cento o percentual obrigatório de adição de etanol 
anidro combustível à gasolina, a partir de zero hora do dia 1º de outubro de 2011. 
Brasília: MAPA, 2011.
CAVALCANTI, P. M. P. S. Modelo de gestão da qualidade do ar: abordagem preventiva 
e corretiva. 2010; 269 f. Tese (Doutorado em Planejamento Energético) – Programa 
de Pós-Graduação em Planejamento Energético, Universidade Federal do Rio de 
Janeiro, Rio de Janeiro, 2010.
CLEVA, R.; LAUDANNA, A. Sinais e sintomas em gastroenterologia. In: LOPES, A. C. (Ed.) 
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formas de vida que habitam a terra. Revista Química Nova Escola, São Paulo, v. 38, n. 
4, p. 318-323, nov. 2016.
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Ministério do Meio Ambiente, Disponível em: <http://www.mma.gov.br/informma/
273Principais poluentes atmosféricos
U4_C16_Controle da poluição.indd 273 06/07/2017 21:43:22
item/4125-combustiveis-fosseis-sao-maiores-responsaveis-pelo-efeito-estufa>. Acesso 
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– Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas, UNIVATES, 2013. Disponível em: <https://
www.univates.br/bdu/bitstream/10737/393/1/MarceloPozzagnolo%20.pdf>. Acesso 
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SILVEIRA, I. B. Produção de biodiesel. São Paulo: Biblioteca 24h.com, 2011.
TORRES, P. T. F.; ROCHA, C. G.; RIBERIO, A. G. Geociências aplicadas: diferentes aborda-
gens. Ubá: Geographica, consultoria, estudos e projetos ambientais, 2008
 Controle da poluição 274
U4_C16_Controle da poluição.indd 274 06/07/2017 21:43:22
DICA DO PROFESSOR
As dioxinas e os furanos são compostos que são considerados poluentes orgânicos persistentes 
(POPs). Eles são compostos altamente estáveis e que persistem no ambiente, resistindo à 
degradação química, fotolítica e biológica.
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EXERCÍCIOS
1) Visando manter o armazenamento de carbono — que foi retirado da atmosfera — 
por um maior prazo, é aconselhável: 
A) Controlar as atividades vulcânicas.
B) Transformar as florestas em zonas agrícolas.
C) Instalar hortas em grande parte das residências.
D) Impedir o desflorestamento e estimular o reflorestamento.
E) Diminuir a biodiversidade, facilitando os cálculos sobre as atividades respiratórias.
2) Em relação à gasolina, um dos combustíveis fósseis mais utilizados, qual a alternativa 
correta? 
A) A gasolina vendida atualmente é constituída por 30% de chumbo.
B) A gasolina é um produto obtido a partir do refinamento do petróleo.
C) A utilização de álcool derivado de cana de açúcar aumentou as emissões atmosféricas.
D) No Brasil, existe dois tipos de gasolinas, com a presença de etanol e sem a presença de 
etanol.
E) A densidade da água é menor do que a densidade da gasolina.
3) Assinale a alternativa correta em relação ao poluente monóxido de carbono. 
A) É um gás incolor e com um forte cheiro característico, o qual resulta da queima incompleta 
de combustíveis de origem orgânica, de combustíveis fósseis, de biomassa, entre outros.
B) É liberado na atmosfera unicamente pelas fontes naturais, como as erupções vulcânicas.
C) Na atmosfera, o monóxido de carbono pode sofrer oxidação e formar dióxido de carbono.
D) O monóxido de carbono não possui alta toxidade, por isso não apresenta grandes 
problemas de saúde.
E) Não existe um padrão de qualidade ao certo do ar para o monóxido de carbono.
4) Há estudos que apontam razões econômicas e ambientais para que o gás natural 
possa vir a se tornar, ao longo deste século, a principal fonte de energia em vez do 
petróleo. Qual alternativa está correta em relação ao gás natural? 
A) Além de muito abundante na natureza, é um combustível renovável.
B) Existem várias novas jazidas sendo exploradas, pois o gás natural é menos poluente que o 
petróleo.
C) Vem sendo produzido a partir do carvão mineral.
D) Pode ser renovado em escala de tempo muito inferior a do petróleo.
E) Não produz CO2 em sua queima, impedindo o efeito estufa.
5) Esse gás é incolor, sem cheiro ou sabor, inflamável e perigoso devido à sua grande 
toxicidade. Sua periculosidade aumenta ainda mais no inverno, quando as pessoas 
fecham totalmente suas casas e ligam os aquecedores, sendo que, caso o ambiente 
fique saturado desse gás, poderá levar a morte, uma vez que ele tem a propriedade de 
se combinar com a hemoglobina do sangue, inutilizando-a para o transporte de gás 
oxigênio. 
Essa descrição se refere a qual poluente? 
A) Dióxido de carbono.
B) Dióxido de enxofre.
C) Metano.
D) Monóxido de carbono.
E) Ozônio.
NA PRÁTICA
Mariana é uma jovem preocupada com as questões ambientais, principalmente em relação ao 
aquecimento global. Ela resolveu percorrer sua cidade para analisar quais são as principais 
formas de poluição atmosférica da sua cidade.
Clique na imagem e veja quais foram as descobertas de Mariana.
Mariana retornou para casa empolgada com as descobertas e não via a hora de chegar em seu 
curso no dia seguinte para conversar com o professor sobre elas.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Conversa periódica, química na atmosfera, os poluentes atmosféricos.
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Estudo da emissão de gases de veículos do ciclo otto no município de Lajeado/RS.
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Tipos e fonte de poluição
APRESENTAÇÃO
Infelizmente, as mais diversas atividades antrópicas ocasionam, em sua grande maioria, em 
poluição ambiental, sendo os solos um dos elementos naturais mais afetados. São diversas as 
fontes de poluição, podendo-se citar os resíduos sólidos, o lançamento de esgoto ou efluentes 
industriais, a impermeabilização do solo e, até mesmo, a poluição do ar. Logo, percebe-se que 
todas as formas de poluição (do ar, da água e do solo) estão interligadas diretamente, pois, caso 
um rio esteja contaminado, provavelmente o solo também esteja com suas características físicas, 
químicas e microbiológicas alteradas. A poluição do solo pode tanto ser em meio rural como 
urbano, porém, como a maior parcela da população brasileira vive em zonas urbanas, esta se 
encontra mais suscetível às patologias que podem surgir. Nesta Unidade de Aprendizagem, você 
verá o que é poluição do solo, como identificar suas fontes de poluição e a caracterização do 
solo em ambientes urbanos.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer o conceito de poluição do solo.•
Identificar as fontes da poluição do solo.•
Caracterizar a alteração do solo nos ambientes urbanos.•
DESAFIO
Você é um consultor da área ambiental e foi convidado a participar de uma reunião na prefeitura 
de uma determinada cidade brasileira. Na reunião, é relatado que a economia está em pleno 
crescimento, ocorrendo a instalação de novas indústrias e, consequentemente, de novas 
moradias.
Veja na imagem o relato do problema ambiental que a cidade se encontra atualmente.
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Diante da situação apresentada, você deverá elaborar um pequeno relatório contendo:
A) Como as diferentes atividades antrópicas interferem no nível dos rios? 
B) Comopodemos resolver esse problema?
INFOGRÁFICO
Existem várias formas de contaminação do solo, sendo que a maior parcela destas está 
relacionada com as atividades antrópicas. Porém, é fundamental entender que a poluição pode 
contaminar todos os elementos naturais, como água, ar e solo, havendo uma relação direta entre 
estas.
Veja no infográfico a seguir as formas de poluição e a consequência da impermeabilização do 
solo.
CONTEÚDO DO LIVRO
A poluição ocorre devido à deposição, ao armazenamento, ao acúmulo, à injeção, ao 
aterramento ou à infiltração de produtos, nos estados sólido, líquido ou gasoso, que provocam 
alterações na composição natural do solo.
Para saber mais sobre o assunto, leia o capítulo Tipos e fontes de poluição do livro "Controle da 
Poluição", base teórica desta Unidade de Aprendizgem.
CONTROLE 
DA POLUIÇÃO
Guilherme Semprebom Meller
Karina Furstenau de Oliveira
Ronei Tiago Stein
Vanessa de Souza Machado
Tipos e fontes de 
poluição do solo
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Expressar o conceito de poluição do solo.
  Identi� car as fontes da poluição do solo.
  Caracterizar a alteração do solo nos ambientes urbanos.
Introdução
Infelizmente as mais diversas atividades antrópicas resultam, em sua 
grande maioria, em poluição ambiental, sendo o solo um dos elementos 
naturais mais afetados. São diversas as fontes de poluição, podendo-se 
citar os resíduos sólidos, o lançamento de esgoto ou efluentes indus-
triais, a impermeabilização do solo e até mesmo a poluição do ar. Logo, 
percebe-se que todas as formas de poluição (do ar, da água, do solo) 
estão interligadas diretamente, pois, caso um rio esteja contaminado, 
provavelmente o solo também esteja com suas características físicas, 
químicas e microbiológicas alteradas. A poluição do solo pode ser tanto 
em meio rural como urbano, porém, como a maior parcela da população 
brasileira vive em zonas urbanas, esta é mais suscetível às patologias que 
podem surgir. 
Poluição do solo – conceitos gerais
A poluição ambiental sempre existiu, porém os efeitos eram tão pequenos, que 
praticamente não havia consequências para o meio ambiente. Esta situação 
começou a mudar principalmente após a Revolução Industrial, durante a 
qual o homem deixou de produzir produtos e alimentos unicamente para seu 
consumo próprio e começou a produzir em larga escala. Barsano, Barbosa e 
Viana (2014) descrevem que, com o passar dos anos, a sociedade foi se modi-
U3_C12_Controle da poluição.indd 202 07/07/2017 11:14:25
fi cando de acordo com o desenvolvimento tecnológico e científi co, buscando 
melhorias na vida humana, bem como o atendimento aos objetivos individuais 
e coletivos de crescimento econômico.
Os mesmos autores ressaltam que o desenvolvimento tecnológico industrial, 
a busca desenfreada de riquezas naturais e a falta de um planejamento de 
recuperação do meio ambiente são origens de um apanhado de consequências 
negativas, como é o caso das grandes catástrofes naturais, as terríveis enchentes 
e um aquecimento global como nunca visto antes (BARSANO; BARBOSA; 
VIANA, 2014).
Em relação à poluição dos solos, estes sofrem diariamente os efeitos de-
vido às diversas atividades antrópicas que causam sua deterioração. Poluição 
refere-se a qualquer degradação das condições ambientais do habitar de uma 
coletividade humana. A poluição ocorre devido a deposição, armazenamento, 
acúmulo, injeção, aterramento ou infiltração de produtos, no estado sólido, 
líquido ou gasoso, que provocam alterações na composição natural do solo, 
ou seja, provocam mudanças nas suas características físicas, químicas e bio-
lógicas (Figura 1).
Figura 1. Exemplos de práticas que resultam na poluição dos solos.
Fonte: (a) Fotokostic/Shutterstock.com.; (b) Mikadun/Shutterstock.com.; (c) Tom Wang/Shutterstock.com.
Santos e Daibert (2014) descrevem que a poluição do solo ocorre devido à 
contaminação por substâncias capazes de provocar alterações significativas em 
sua estrutura natural. Para que os alimentos dele retirados sejam de qualidade 
e em quantidade suficiente para atender às necessidades da população, o solo 
203Tipos e fontes de poluição do solo
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deve ser fértil, ou seja, deve ser um solo saudável e produtivo. Quando o solo 
é poluído, os alimentos nele cultivados ficam contaminados.
Ainda de acordo com Santos e Daibert (2014), o solo tem, em sua compo-
sição: ar, água, matéria orgânica e mineral. Essa estrutura é o que possibilita 
o desenvolvimento das mais diversas espécies de plantas que conhecemos. 
Pelo solo, é retirada direta ou indiretamente a maior parte dos alimentos con-
sumidos pela humanidade – e se ele estiver contaminado, certamente nossa 
saúde estará́ em risco (Figura 2).
Figura 2. Alimentos contaminados por pesticidas colocam em risco a saúde humana.
Fonte: Antonmaria Galante/Shutterstock.com.
Barsano, Barbosa e Viana (2014) comentam que existem muitas doenças que 
estão direta ou indiretamente relacionadas com o solo. As mais conhecidas são: 
tétano, ancilostomose (amarelão), teníase, ascaridíase (lombriga) e a oxiúricas. 
É importante ressaltar que existe diferença entre uma área degradada e uma 
área contaminada. A área degradada é uma área onde ocorreram processos de 
alteração das propriedades físicas e/ou químicas de um ou mais compartimentos 
do meio ambiente. Já uma área contaminada é uma área que contém substân-
cias ou resíduos em condições que possam causar danos à saúde humana, ao 
meio ambiente ou a outro bem a proteger, que nela tenham sido depositados, 
acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados de forma planejada, 
acidental ou até mesmo natural. Sendo assim, uma área contaminada pode 
ser considerada um caso particular de uma área degradada, onde ocorrem 
alterações principalmente das propriedades químicas. A Figura 3 apresenta 
um exemplo de uma área contaminada e uma área degradada.
 Controle da poluição 204
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Figura 3. (a) área degradada (por práticas de mineração) e (b) área contaminada (devido 
à deposição de resíduos sólidos sobre os solos).
Fonte: (a) kemdim/Shutterstock.com; (b) Dewi Putra/Shutterstock.com.
Nem toda área degradada está necessariamente contaminada. Um exemplo disso é 
uma mina, onde ocorre extração de minerais. 
Normalmente a contaminação dos solos são mais preocupantes, pois estão 
relacionados com os seguintes problemas:
  Riscos à saúde humana:
 ■ Exposição a poluentes químicos perigosos.
 ■ Acúmulo de gases em residências a partir de solos e águas subter-
râneas contaminadas por substâncias voláteis.
  Danos aos ecossistemas:
 ■ Contaminação das águas subterrâneas utilizadas para abastecimento 
público e domiciliar.
  Limitações dos usos possíveis do solo:
 ■ Restrições ao desenvolvimento urbano e redução do valor imobiliário 
das propriedades.
205Tipos e fontes de poluição do solo
U3_C12_Controle da poluição.indd 205 07/07/2017 11:14:26
Passivo ambiental é todo dano infringido ao meio natural por uma determinada 
atividade ou um conjunto das ações humanas, que podem ou não ser avaliados 
economicamente.
Para entender melhor sobre passivos ambientais em solo e água contaminada, leia 
a norma ABNT NBR 15515-1:2011, referência para avaliação preliminar.
Principais fontes de poluição dos solos
Abiko e Moraes (2009) descrevem que os principais tipos de poluição são: 
poluição do solo, do ar, da água, acústica e visual, sendo que estes tipos de 
poluição difi cilmente ocorrem de forma isolada – geralmente ocorrem con-
juntamente, com várias relações de interdependência entre elas. Os referidos 
autores exemplifi cam pela disposição inadequada de lixo em terrenos baldios, 
o qual pode causar, simultaneamente, a poluição do solo e da água pelo líquido 
gerado pelo resíduo que percola pelas camadas do solo, podendo atingir o 
lençol freático;do ar, pela queima e pelos gases gerados; e visual, pelo aspecto 
desagradável dos resíduos.
Na Tabela 1, são apresentados alguns dos principais impactos ambientais 
causados devido às diferentes atividades humanas. 
 Controle da poluição 206
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 Fonte: Adaptado de Mota (1999). 
Atividades Impactos ambientais
Desmatamento Alterações climáticas; danos à flora e à fauna; erosão 
do solo; empobrecimento do solo; assoreamento 
de recursos hídricos; aumento do escoamento da 
água; redução de infiltração da água; inundações.
Movimentos 
de terra
Alterações na drenagem das águas; erosão do 
solo; assoreamento dos recursos hídricos.
Impermeabilização 
do solo
Aumento do escoamento das águas; redução da 
infiltração da água; problemas de drenagem; inundações.
Aterros de rios, 
riachos, lagoas, 
entre outros
Problemas de drenagem; assoreamento; 
inundações; prejuízos econômicos e sociais.
Destruição dos 
ecossistemas
Danos à fauna e à flora; desfiguração da paisagem; 
problemas ecológicos; prejuízos às atividades 
do homem; danos sociais e econômicos.
Emissão de 
resíduos
Poluição ambiental: 
  Prejuízos à saúde do homem 
  Danos à fauna e flora 
  Danos materiais 
  Prejuízos às atividades 
  Danos econômicos e sociais
Emissão de 
gás carbônico, 
clorofluorcarbono 
(CFC), metano, 
entre outros
Alterações de caráter global: 
  Efeito estufa (aumento da temperatura; elevação do 
nível de oceanos, alterações na precipitação; desapa-
recimento de espécies animais e vegetais)
  Destruição da camada de ozônio (aumento da radiação 
ultravioleta; riscos à diversidade genética; câncer de 
pele; catarata)
 Tabela 1. Principais impactos ambientais das diferentes atividades antrópicas. 
Segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB, 2017), 
o solo atua frequentemente como um filtro, apresentando uma capacidade 
de depuração e imobilizando grande parte das impurezas nele depositadas. 
Entretanto, essa capacidade apresenta limitações, podendo ocorrer alteração 
da qualidade do solo devido ao efeito cumulativo da deposição de poluentes 
207Tipos e fontes de poluição do solo
U3_C12_Controle da poluição.indd 207 07/07/2017 11:14:27
atmosféricos, aplicação de defensivos agrícolas e fertilizantes e disposição de 
resíduos sólidos industriais, urbanos, materiais tóxicos e radioativos.
Abiko e Moraes (2009) descrevem que a poluição do solo ocorre basica-
mente sob duas formas: atividades humanas que provocam alterações em 
suas características e o lançamento de resíduos no solo. Entre essas fontes de 
poluição, podem-se citar:
  Aplicação de agentes químicos;
  Presença de dejetos oriundos de animais;
  Despejos de resíduos sólidos;
  Lançamento de resíduos líquidos, domésticos ou industriais; 
  Atividades que possam resultar na erosão do solo.
Ainda de acordo com Abiko e Moraes (2009), uma das grandes preocupa-
ções relacionadas com a poluição dos solos, principalmente em áreas urbanas, 
é quanto aos resíduos sólidos, principalmente porque estes, em muitos casos, 
são lançados no ambiente de forma incorreta. Entre as consequências negativas 
ocasionadas por essa prática inadequada dos resíduos, podem-se citar:
  Aspecto estético desagradável.
  Maus odores, resultantes da decomposição dos detritos.
  Proliferação de insetos e roedores, transmissores de doenças.
  Possibilidade de acesso de pessoas, podendo ocasionar doenças por 
contato direto.
  Poluição da água subterrânea ou superficial pela infiltração de líquidos 
e carreamento de impurezas por escoamento superficial.
  Possibilidade de queima dos resíduos, como incômodos à população e 
causando poluição do ar.
  Desvalorização de áreas próximas ao depósito de resíduos sólidos. 
Os aterros sanitários são locais destinados à decomposição final de resíduos sólidos 
gerados pelas diferentes atividades humanas. Contudo, caso o aterro não seja correta-
mente construído, ele pode provocar, além da poluição do solo, a poluição de águas 
superficiais e subterrâneas pela percolação do chorume.
 Controle da poluição 208
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O lançamento de resíduos líquidos (domésticos ou industriais) no solo 
também é uma forma de poluição dos solos. A poluição do solo por essas fontes 
de poluição é consequência da falta de um sistema adequado de esgotamento 
sanitário. Além da poluição do solo, da água superficial e subterrânea, há o 
perigo de proliferação de patologias devido ao contato direto de pessoas. A 
erosão também pode ser considerada uma forma de poluição do solo devido 
ao processo de modificação de sua estrutura, além de ser uma grande fonte 
de poluição da água, ocasionado pelo carreamento de resíduos para os corpos 
d’água (ABIKO; MORAES, 2009). A Figura 4 apresenta um exemplo de 
lançamentos de resíduos líquidos e da erosão dos solos, fatores que resultam 
na poluição dos solos.
Figura 4. Poluição dos solos devido ao lançamento de resíduos líquidos e erosão dos solos.
Fonte: yurchak/Shutterstock.com; Andrii Zhezhera/Shutterstock.com.
Estima-se que 43% das residências brasileiras não possuíam rede de esgoto, segundo 
uma pesquisa realizada pela PNAD (Pesquisa Nacional de Domicílio) em 2012. Com 
isso, ocorre contaminação dos solos e da água (superficial e subterrânea), além de 
poder ocasionar em patologias (G1, 2013).
209Tipos e fontes de poluição do solo
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Alteração do solo em áreas urbanas
Segundo Miranda (2006), o Brasil se tornou um país urbano, principalmente 
após 1950, devido à intensifi cação do processo de industrialização brasileiro 
ocorrido a partir de 1956. Para se ter uma ideia, em 1940, os moradores das 
cidades somavam 12,9 milhões de habitantes, representando cerca de 30% 
do total da população do país. No entanto, esse percentual cresceu acele-
radamente, e em 1970 mais da metade dos brasileiros já vivia nas cidades 
(55,9%). De acordo com o Censo de 2000, a população brasileira é agora 
majoritariamente urbana (81,2%), ou seja, de cada dez habitantes brasileiros, 
oito vivem em cidades.
Entretanto, infelizmente as cidades cresceram sem o menor planejamento, 
resultando em enormes transtornos, tanto em relação à sociedade (problemas 
de transporte, moradias em áreas de risco, entre outros) quanto a problemas 
ambientais. Entre os problemas ambientais, pode-se citar a contaminação 
dos solos, causada principalmente devido ao lançamento de metais pesados. 
Pedron et al. (2004) descrevem que existe uma grande dificuldade na 
definição de critérios para classificação dos solos urbanos, bem como na 
identificação das causas dos poluentes, consequência das complexidades de 
diferentes atividades humanas, podendo ser detectada pela alta concentra-
ção de metais pesados, como metano, deposição de rejeitos de construção e 
industriais e/ou alteração do regime hídrico e térmico do solo. Os mesmos 
autores ressaltam ainda as principais funções dos solos em áreas urbanas: 
suportar e fornecer material para obras civis, sustentar agriculturas urbanas, 
suburbanas e áreas verdes, recepcionar descarte de resíduos e armazenar e 
filtrar águas pluviais. 
No entanto, a maior parte das atividades antrópicas que ocorrem nos cen-
tros urbanos gera a impermeabilização destes (total ou parcial), o que pode 
ser considerado uma forma de poluição dos solos, pois impede-se que o solo 
cumpra sua função no ciclo hidrológico, além de resultar em alterações físico, 
químico e microbiológicos. A Figura 5 demostra como esta impermeabilização 
dos solos ocorre em áreas urbanas.
 Controle da poluição 210
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Figura 5. Exemplo de como ocorre a impermeabilização do solo urbano.
Fonte: ventdusud/Shutterstock.com.
Existem diferentes tipos de solos, e cada um apresenta capacidade de infiltração da 
água de maneiras diferentes. Confira alguns dos principais tipos de solos encontrados:

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