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UNIVERSIDADE PAULISTA Ana Clara Pereira Santos Silva André Moresi Sonsin Felipe Rodrigues Campina Mariana Tarricone Caramico Thais Martins de Santana Automedicação em tempos de pandemia Mitos e verdades SÃO PAULO 2021 Ana Clara Pereira Santos Silva André Moresi Sonsin Felipe Rodrigues Campina Mariana Tarricone Caramico Thais Martins de Santana Automedicação em tempos de pandemia Mitos e verdades Trabalho da disciplina de Práticas Educativas em Saúde do curso de Farmácia da Universidade Paulista-UNIP. Orientadora: Prof. Maristela Tsujita SÃO PAULO 2021 Sumário 1. INTRODUÇÃO 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 Questionário inicial 2.2 Resultados do questionário inicial 2.3 Recurso metodológico 2.4 Questionário final 2.5 Resultados do questionário final 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. INTRODUÇÃO O termo ´automedicação´, é derivado de duas outras palavras: auto oriundo de um prefixo grego com mesma grafia e significado de si mesmo, si próprio; e medicação que é proveniente do termo latino medicatio onis, e desde a criação deste termo nos tempos antigos, agora na pandemia da Covid-19 a automedicação tem sido recorrente no cotidiano da população mundial. Os primeiros casos humanos de COVID-19, a doença causada pelo novo coronavírus causando COVID-19, subsequentemente denominado de SARS-CoV-2 foram relatados pela primeira vez na cidade de Wuhan, China, em dezembro de 2019. (OMS,2020). Em resposta a covid-19 diversas nações (incluindo o Brasil) introduziram regras e leis que implementaram o distanciamento e o isolamento social. Além disso muitas cidades estão sofrendo com a falta de atendimento médico, independentemente de ser público ou privado juntando ao medo de buscar hospitais de clinicas com risco de infecção. Estes fatores combinados com a alta transmissão de notícias não verídicas também chamadas de “Fake News” na internet ou até mesmo por discursos de autoridades públicas, acarretaram a diversos mitos e especulações sobre medicações que supostamente poderiam “curar” ou “tratar” o SARS-CoV-2. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS, Genebra, Suiça;2000), automedicação é um elemento importante do autocuidado, e é definida como a tomada de medicamentos para a cura de problemas autodiagnosticados ou a autoadministração de medicamentos prescritos por um médico no caso de doenças crônicas, recorrentes ou sintomas. Contudo a automedicação já era um costume muito difundido em todo o mundo, pois antes mesmo da pandemia muitos países já sofriam com falta de estrutura em seus sistemas de saúde aumentando a procura por farmácias onde a maioria dos medicamentos não é exigido prescrição medica, são estatísticas alarmantes. No Brasil, existe uma farmácia para cada 2.700 habitantes, número muito próximo ao dos países europeus. Entretanto, o consumo per capita de medicamentos de prescrição é baixo em relação aos países desenvolvidos. O brasileiro consome, em média, US$ 82 ao ano em medicamentos de prescrição, segundo levantamento da IQVIA. Nossos vizinhos argentinos gastam US$ 88, enquanto em países como o Canadá a média chega a US$ 500. Nos Estados Unidos, o valor é de US$ 1.000. (Conselho Federal de Farmácia ,2020) Porém por uma vista positiva o número de farmácias por habitantes diminuiu consideravelmente pois em 2005 havia uma concentração consideravelmente maior “No Brasil existe uma farmácia (ou drogaria) para cada 3.300 habitantes” (Conselho Federal de Farmácia, 2005). A Automedicação e sua cronicidade levaram aos órgãos internacionais a realização de diversos estudos a respeito, de acordo com um estudo coordenado pela Organização das Nações Unidas (ONU) no ano de 2019 foi concluído que a automedicação pode levar a 10 milhões de óbitos até o ano de 2050. Somado a isso no Brasil, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) entre 40% e 60% das doenças infecciosas já são resistentes a medicamentos. Sendo assim este hábito também está relacionado a uma busca popular pela “felicidade plena”, “A sociedade brasileira não tolera dor e acha que o estado de tristeza deve ser evitado. Quando essa felicidade não ocorre, recorremos a uma muleta química, o remédio.” (Karnal; Leandro, 2016). Com isso a sociedade brasileira como um todo acaba se sustentando muito nestas muletas e quem se apoia muito em muletas quando não as tem não sabe o que fazer. Além disto a COVID-19 desencadeou um lockdown geral em diversas regiões do globo, deixando um senso que os únicos recursos disponíveis são a autoajuda, o autocuidado e a automedicação, este último em particular se agrava com a infodemia de fake News que acompanhou a pandemia. O objetivo deste trabalho é expor e desmistificar para pessoas de faixa etária dos 16 aos 60 anos de idade as crenças errôneas com relação a automedicação em tempos pandêmicos. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 QUESTIONÁRIO INICIAL 1-Qual sua idade? 2.1- Você se automedicou durante a pandemia para combater a covid 19? ( ) SIM ( ) NÃO 2.2- Se sim, os medicamentos estão entre: ( ) Ivermectina ou annita ( ) Hidroxicloroquina ou cloroquina ( ) Dexametasona ( ) Azitromicina ( ) Outros 2.3- Remédios caseiros? ( ) chás para imunidade ( ) Ingerir alho e água quente ( ) Gargarejo com vinagre ( ) Outros 3-Durante a pandemia você começou a tomar mais suplementos vitamínicos (poli vitamínicos)? ( ) Sim ( ) Não 4- Antes de se automedicar procurou informações, ou esclarecimentos adicionais sobre o medicamento? ( ) Sim ( ) Não 5-De quais fontes você recebe suas notícias e informações: ( ) Fontes convencionais como jornais ( físicos , digitais ou via televisão/rádio) sites vinculados a órgãos confiáveis como ONU, Ministério da saúde e afins. ( ) Fontes menos convencionais e possivelmente menos seguras como: Redes sociais (Instagram, Facebook e derivados) blogs e sites de notícias não vinculados a órgãos ( ) Recebo minhas notícias dos dois meios citados anteriormente. 2.2 RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO INICIAL Foi realizado uma pesquisa de campo com 86 entrevistados a respeito do seu cotidiano em relação a automedicação durante o período pandêmico. Dentre 86 pessoas que participaram deste projeto, a idade na qual mais houve participantes foi de 17 anos. Na pesquisa 26% dos participantes responderam que se automedicaram durante a pandemia. Onde obtivemos os resultados exibidos a seguir no gráfico abaixo que temos a relação de medicamentos e remédios utilizado pelos entrevistados Gráfico 1 – Medicamentos utilizados durante a pandemia para combater ou curar sarscov2 Gráfico 2 – Remédios caseiros utilizados durante a pandemia para combater ou curar sarscov2 Estes gráficos representam a quantidade de medicamentos utilizados durante a pandemia pelas pessoas que responderam este questionário. Notamos que a maioria delas não utilizaram nenhuns medicamentos para prevenção ou cura da doença. Observamos que a Ivermectina e chás para imunidade, foram os medicamentos mais utilizado pelas pessoas nesses tempos difíceis. Abordamos a pergunta sobre aqueles que se embasaram em tomar poli vitamínicos na pandemia para buscarem um estado melhor de saúde, onde obtivemos o resultado de 30% de pessoas buscando esse tipo de medicamento. Os participantes foram questionados sobre procurar ou não informações complementares sobre os medicamentos aos quais se automedicaram durante o processo. E o resultado foi de 51% respondendoque não fizeram a lição de casa em pesquisar ou obter esclarecimento sobre as medicações. Para encerrarmos, perguntamos onde eles buscavam suas informações e fontes de pesquisa, onde tivemos estes resultados surpreendentes; 2.3 RECURSO METODOLÓGICO USADO Nossa promoção escolhida foi de edição de vídeo, imagens e textos em conjunto para criar um compilado de mitos e verdades sobre o uso de medicamentos e receitas caseiras que prometem a cura ou tratamento da covid 19, no formato storytelling pois é uma forma interativa, divertida e prática de ensinar o nosso público alvo. Nele levantamos mentiras que circularam pela internet e tentamos explicar de um jeito simples e direto para acabar de vez com as dúvidas e as fakes News. Para o vídeo, cada membro do grupo juntou informações importantes e de fontes confiáveis para adicionar na nossa promoção. Junto com o vídeo adicionamos a dublagem de uma das participantes do trabalho, para ficar ainda mais fácil o entendimento e o acesso do nosso vídeo, nessa dublagem contém todo o conteúdo escrito ao decorrer do vídeo. Algumas partes do vídeo foram printadas para se ter uma ideia de como ele ficou (Figura 1, 2, 3, 4 e 5) Figura 1: Capa do vídeo Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5 Link para acesso ao vídeo: https://youtu.be/kztoycLryw4 O vídeo foi colocado junto com o questionário, assim, facilitando o acesso dos dois para nosso público. Nosso questionário foi focado em saber o feedback do nosso público com uma pergunta especial pensada para fazer uma nuvem de palavras. 2.4 QUESTIONÁRIO FINAL 2.5 RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO FINAL Nossa promoção de saúde junto com o questionário foi acessada por 37 pessoas. Nosso vídeo se trata de informações com mitos e verdades sobre a covid 19 e outras coisas derivadas, já o nosso questionário foi para saber o quanto as pessoas gostaram da nossa promoção, colocando uma " nota " de 1 a 5, onde 1 é ruim e 5 é muito bom, no final do questionário pedimos para as pessoas escreverem uma palavra que represente o impacto que elas sentiram ao assistir o vídeo, e vamos usar todas elas para formar uma " nuvem de palavras ". Gráfico 1- Avaliação da qualidade das informações e roteiro do vídeo Neste gráfico colocamos os dados da avaliação de qualidade das informações, e surpreendentemente a nota máxima, que é 5, foi a mais selecionada (78,4% das pessoas), 18,9% deram nota 4. Houveram outras perguntas como a de qualidade audiovisual do vídeo, que obtivemos 5 como mais selecionada (75,7% das pessoas), 18,9% das pessoas selecionaram a nota 4, e 5,4% selecionaram a nota 3. Na pergunta sobre a qualidade do modelo do vídeo, obtivemos como a mais selecionada a nota 5 (83,8% das pessoas), 10,8% selecionaram a nota 4, e 5,4% selecionaram a 3. Também fizemos uma pergunta sem ser avaliação, que foi focada para saber se as pessoas tinham conhecimento de algumas informações que estavam apresentadas no vídeo, e este foi o surpreendente resultado Por último, mas não menos importante, essa foi nossa "nuvem de palavras" feita com o que nossos participantes sentiram ao ver o vídeo. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este projeto teve como escopo fundamental analisar e influenciar positivamente as atitudes e pensamentos dos indivíduos entrevistados em relação a suas formas de se portarem diante das diversas fake News sobre a sarscov-2. De início todos os integrantes do grupo especularam que os resultados dos questionários seriam extremamente desapontantes, levando em com consideração o cenário atual da pandemia e o quão rápido uma informação mal-intencionada pode se espalhar pelas redes sociais, porém o comportamento dos indivíduos questionados foi extremamente positivo, com a maior parte não se automedicando com quaisquer métodos sejam eles caseiros ou pela utilização de fármacos sem comprovação científica. Com isso decidimos desmentir as fake News utilizando seus próprios artifícios de propagação, ou seja, compartilhamos materiais informativos em formato de vídeo pelas redes sociais. Deste modo pudemos analisar e concluir de maneira extremamente nítida que o comportamento idiossincrático dos entrevistados foi extremamente louvável e exemplar, mesmo havendo algumas divergências, além disso a recepção da nossa proposta de intervenção foi excessivamente positivo com grande porcentagem dos indivíduos avaliando a proposta com nota máxima, além disso algumas palavras utilizadas para descrevê-la foram: esclarecedor, informativo, responsável, surpreendente entre outras. Enquanto desenvolvíamos o vídeo-intervenção fomos atrás das fontes mais fidedignas, idôneas e atuais para serem os pilares fundamentais de nossa intervenção, além disso como pilares complementares decidimos compilar estas informações coletadas de maneira dinâmica e clara para que a compreensão do vídeo fosse a mais clara possível sem que se tornasse algo cansativo. Dessa parte pode-se concluir que este projeto trouxe um valioso conhecimento não só para os indivíduos entrevistados, mas principalmente para nós enquanto desenvolvíamos o projeto, e pesquisávamos sobre as fake News mais “virais” e populares acerca da Covid19. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS “Vendas de medicamentos crescem durante a pandemia do Covid-19”. CRF / AL, 6 de mai. de 2020, http://www.crf-al.org.br/2020/05/vendas-de-medicamentos-crescem- durante-pandemia-do-covid-19/. “Automedicação”. Revista da Associação Médica Brasileira, vol. 47, n o 4, dez. de 2001, p. 269–70. SciELO, doi: 10.1590 / S0104-42302001000400001. Estadão. “Nas farmácias, venda de remédio subiu 42% em cinco anos”. 27 o Curso Estado de Jornalismo, https://infograficos.estadao.com.br/focas/tanto-remedio-para- que/checkup-1.php. Acessado 16 de mar. de 2021. Makowska, Marta, et al. “Auto-Medication-Related Behaviors and Poland's COVID-19 Lockdown”. Jornal Internacional de Pesquisa Ambiental e Saúde Pública, vol. 17, n o 22, novembro de 2020. PubMed Central, doi: 10.3390 / ijerph17228344. “Coronavírus: 6 mitos e conselhos falsos que você deve ignorar sobre a covid- 19”. BBC News Brasil, 10 de março de 2020, https://www.bbc.com/portuguese/internacional-51808368. Joaquim, Magali Rocha. Automedicação versus indicação farmacêutica. 2011. sapientia.ualg.pt, https://sapientia.ualg.pt/handle/10400.1/1746. http://www.crf-al.org.br/2020/05/vendas-de-medicamentos-crescem-durante-pandemia-do-covid-19/ http://www.crf-al.org.br/2020/05/vendas-de-medicamentos-crescem-durante-pandemia-do-covid-19/ https://www.bbc.com/portuguese/internacional-51808368 https://sapientia.ualg.pt/handle/10400.1/1746 “27 perguntas e respostas para entender tudo que importa sobre o novo coronavírus”. BBC News Brasil. www.bbc.com, https://www.bbc.com/portuguese/brasil-51673933. Acessado 22 de mar. de 2021.
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