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Prévia do material em texto

Avaliação Psicológica 
e Psicodiagnóstico
Unidade 2
Contextos de uso da avaliação psicológica
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria
JÉSSICA DE ASSIS SILVA 
SHEILA MARIA PRADO SOMA
FÁBIO PEREIRA SOMA
AUTORIA
Jéssica de Assis Silva
Sou formada em Psicologia pela Universidade Federal do Pará, 
com Mestrado em Psicologia pela Universidade Federal de São Carlos 
e Doutorado em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo. 
Adicionalmente, sou especialista em Terapia Comportamental e Cognitiva 
pela USP sendo docente em cursos de graduação e especialização 
e gostaria de dividir um pouco dessa experiência com você! A Editora 
Telesapiens e eu estamos empenhados em te acompanhar nessa jornada! 
Conte conosco!
Sheila Maria Prado Soma
Sou Psicóloga há 22 anos, com mestrado e doutorado pela 
Universidade Federal de São Carlos. Tenho experiência em Psicologia 
Clínica e docência no ensino superior, pois trabalhei todo esse tempo 
com a formação de profissionais nessa área e produção de conteúdos 
e pesquisas. Psicologia é a minha paixão e, transmitir minha experiência 
profissional e de vida àqueles que estão em formação é um dos focos do 
meu trabalho. Por esse motivo fui convidada pela Editora Telesapiens a 
integrar seu elenco de autores independentes. 
Fábio Pereira Soma
Tenho formação em Filosofia, Pedagogia e sou Mestre em Filosofia 
pela Unesp, com experiência técnico-profissional na área de educação de 
mais de 12 anos. Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha 
experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. 
Por isso fui convidado pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de 
autores independentes. 
Estamos muito felizes em ajudar você nesta fase de muito estudo e 
trabalho. Conte conosco!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
7
UNIDADE
02
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
8
INTRODUÇÃO
Você sabia que a área de Avaliação Psicológica é uma das mais 
versáteis na profissão e fornece bases para outros campos de atuação 
e intervenções? Isso mesmo. A área de Avaliação Psicológica pode 
se faz presente em diversas etapas de uma intervenção e em vários 
campos de atuação. Sua principal responsabilidade é compreender a 
amplitude de possibilidades na Avaliação Psicológica a partir dos mais 
diversos contextos de atuação. 
Você verá o profissional no âmbito clínico e as finalidades da 
avaliação atreladas a esse contexto. O ambiente organizacional também 
será abordado, além da importância e passos da avaliação psicológica 
em contexto escolar. Adicionalmente, a interdisciplinaridade desse 
campo de atuação pode ser mais bem vista a partir da aplicação 
da avaliação no campo jurídico e no esportivo, ambos os contextos 
em desenvolvimento na área são de extrema importância. Entendeu 
a importância de aprender um pouco mais sobre essa temática? Ao 
longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo!
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
9
OBJETIVOS
Olá! Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo é auxiliá-
lo no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o 
término desta etapa de estudos:
1. Analisar o contexto clínico e organizacional do uso da avaliação 
psicológica.
2. Analisar o contexto da avaliação psicológica em ambiente escolar.
3. Compreender a dinâmica da avaliação psicológica nos campos 
esportivos e judiciários.
4. Compreender a dinâmica da avaliação psicológica no ambiente 
esportivo e para porte de arma.
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
10
Contexto clínico e organizacional do uso 
da avaliação psicológica
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como funciona o contexto clínico e organizacional no 
campo da avaliação psicológica. Isto será fundamental para 
o exercício de sua profissão. As pessoas que se engajaram 
na compreensão desses contextos têm maior flexibilidade 
no mercado de trabalho e podem adentrar em variados 
tipos de instituições. E então? Motivado para desenvolver 
esta competência? Então vamos lá. Avante!
Contexto clínico
O profissional de avaliação psicológica, que pretende seguir no 
campo clínico, deve atentar-se para os princípios teóricos que norteiam 
a sua prática e refletir sobre os métodos e técnicas a serem empregados 
em sua atuação (ARAÚJO, 2007).
Arzeno (1995) enfatiza que a partir de um bom diagnóstico 
estabelecido no campo clínico, tal diagnóstico pode servir para as 
mais variadas ações, desde a atuação no âmbito jurídico até o campo 
vocacional, por exemplo. A Figura 1 exemplifica as vantagens de se 
estabelecer um diagnóstico. 
Figura 1 - Vantagens do estabelecimento de um diagnóstico
Compreender o 
que ocorre e suas 
causas
Avaliação de riscos 
e seguimento do 
tratamento
Proteção 
profissional
Fonte: Elaborado pelos autores (2021).
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
11
Um diagnóstico é vantajoso a partir do momento em que é possível 
uma melhor compreensão acerca do fenômeno analisado e suas possíveis 
causas. Adicionalmente, pode-se verificar se de fato é possível seguir com 
o tratamento ou intervenção. Ainda, o mesmo favorece a escolha do tipo 
de técnica e método a ser utilizado durante a intervenção (ARZENO, 1995). 
VOCÊ SABIA?
Estabelecer um diagnóstico também significa uma 
proteção profissional no sentido de reforçar ambos os 
compromissos: éticos e clínicos. Cabe ao profissional estar 
atento a possíveis desdobramentos a partir do diagnóstico 
realizado e também fundamentar a sua prática a partir de 
uma avaliação consistente (ARZENO, 1995).
A literatura aponta, de maneira geral, três pontos que auxiliam na 
escolha da técnica para a realização de uma avaliação em contexto clínico 
(ARAÚJO, 2007), conforme exposto na Figura 2. 
Figura 2 - Quesitos para a escolha de uma técnica de avaliação 
psicológica no contexto clínico segundo Araújo (2007)
Referencial teórico 
Abordagem psicológica
Objetivo 
Clínico, profissional etc.
Finalidade 
Diagnóstico, tratamento, 
prevenção.
Fonte: Elaborado pelos autores (2021).
Desde a concepção de homem e de mundo (referencial teórico) os 
objetivos e fins de uma avaliação são essenciais na seleção das técnicas 
e métodos a serem empregados (ARAÚJO, 2007). Para outros autores, 
há algumas outras finalidades no psicodiagnóstico clínico que devem 
ser enfatizadas. A Figura 3 resume as principais finalidades envolvendo o 
estabelecimento de uma avaliação no âmbito clínico:
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
12
Figura 3 - Finalidades do estabelecimento de um 
psicodiagnóstico clínico segundo Arzeno (1995)
Diagnóstico
Avaliação do tratamento
Meio de comunicação
Investigação
Psicodiagnóstico 
Clínico
Fonte: Elaborado pelos autores(2021).
Dentre as finalidades de um psicodiagnóstico clínico, Arzeno (1995) 
destaca o próprio diagnóstico, mas não no sentido de estabelecer um 
rótulo, entendendo que se trata de um processo dinâmico. O uso de testes 
padronizados, a análise do vínculo terapêutico em entrevistas iniciais é 
fundamental para um bom diagnóstico. Para tanto, o diagnóstico pode ser 
realizado para sanar dúvidas na avaliação ou nas etapas de intervenção, e 
ainda como resposta a alguma demanda específica (ARZENO, 1995).
IMPORTANTE:
Ao profissional cabe salientar, que quanto mais fontes de 
informação são utilizadas na avaliação, maior a segurança 
no estabelecimento do diagnóstico na prática clínica.
Uma segunda possibilidade, quanto à realização de um 
psicodiagnóstico clínico, pode envolver a própria avaliação do tratamento, 
de maneira a verificar possíveis avanços terapêuticos ou mesmo o 
estabelecimento e planejamento de uma alta no processo ou reavaliação 
para a proposição de uma nova conduta (ARZENO, 1995).
Nesse sentido, é extremamente importante no contexto clínico a 
atitude imparcial do profissional psicólogo quanto ao seu trabalho e a 
intervenção realizada, assumindo o papel de um observador/ “fotógrafo” 
da situação (ARZENO, 1995). Araújo (2007) enfatiza, todavia, a postura 
profissional para além da neutralidade e objetividade: os avanços no 
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
13
psicodiagnóstico a partir do momento que cederam lugar a subjetividade 
e a relação terapêutica permitiram uma compreensão do indivíduo de 
forma global. 
Figura 4 - Fotógrafo
Fonte: FreeImages
O psicodiagnóstico clínico também pode funcionar como um meio 
de comunicação de maneira a ampliar a consciência do cliente acerca 
do que foi analisado ou mesmo do que é necessário intervir, sendo uma 
das formas de auxiliar no engajamento para a resolução do problema 
disposto. Por fim, o psicodiagnóstico também pode servir como fonte de 
investigação, cujos objetivos podem ser a construção de instrumentos 
ou mesmo a avaliação quanto a validade das conclusões/ informações 
obtidas dentro do processo clínico (ARZENO, 1995).
IMPORTANTE:
É válido frisar que o diagnóstico clínico pode ser um meio 
também para que haja um melhor aceite por parte do 
cliente, das condições estabelecidas para o tratamento e 
mesmo uma forma de discutir com os familiares, quando é o 
caso, sobre o melhor tipo de tratamento a ser estabelecido 
e as diretrizes da intervenção.
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
14
Um processo de psicodiagnóstico pode ser longo e engloba 
diferentes etapas. Ocampo (2005) destaca quatro etapas envolvendo o 
diagnóstico clínico, conforme destacado na figura 5. 
Figura 5 - Etapas envolvendo o diagnóstico segundo Ocampo (2005).
Entrevista Inicial
Aplicação de testes 
e técnicas projetivas
Encerramento com 
devolutiva oral
Laudo
Fonte: Elaborado pelos autores (2001).
As etapas do psicodiagnóstico clínico devem envolver desde o 
contato inicial do avaliador com o cliente até a devolutiva, também por 
escrito, a respeito do que foi realizado, apresentando a seguinte sequência: 
1) entrevista inicial, de maneira a conhecer a demanda e estabelecer 
os objetivos do trabalho; 2) a aplicação de testes e técnicas projetivas, 
compreendendo a base de um psicodiagnóstico no âmbito psicodinâmico; 
3) a devolutiva oral, a respeito de todas as etapas e resultados obtidos ao 
longo do processo a serem devolvidos ao cliente ou aos responsáveis (ex. 
pais, em se tratando de avaliação infantil); 4) Elaboração de um laudo, um 
documento escrito como retorno da avaliação de maneira a registrar e 
finalizar o processo. 
Arzeno (1995) detalha as etapas do psicodiagnóstico clínico em sete 
momentos, a saber:
1. Solicitação da consulta: tal etapa é referente ao contato inicial do 
profissional com a demanda.
2. Entrevista: Etapa em que há a coleta de informações e histórico 
de vida e clínico do cliente.
3. Reflexão: Etapa na qual são elaboradas hipóteses iniciais e, é 
realizado o planejamento da intervenção.
4. Estratégia diagnóstica: Etapa na qual as técnicas selecionadas 
são empregadas ao longo do processo.
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
15
5. Análise: integração dos dados frutos do processo de avaliação. 
6. Devolução: Etapa na qual há a entrevista devolutiva a partir do 
que foi observado e concluído do processo. 
7. Laudo: Elaboração de um documento por escrito devolvido a 
quem de interesse na avaliação. 
Sobre as etapas iniciais no processo de avaliação clínico, há autores 
que enfatizam e incluem nesse contato inicial com a demanda, a prática 
do enquadre (ARAÚJO, 2007; ARZENO, 1995). 
DEFINIÇÃO:
Enquadre, de maneira geral, consiste em um contrato 
terapêutico estabelecido com o cliente de maneira a 
elucidar os pontos acerca do tratamento e estabelecer os 
limites de seu trabalho (CATANI, 2013).
Araújo (2007) destaca alguns tópicos que são úteis no 
estabelecimento do contrato terapêutico entre terapeuta e cliente e/ou 
responsáveis, como detalhar os objetivos da intervenção, os principais 
papéis desempenhados na relação, a duração, local, horário/tempo da 
avaliação, bem como, quais os honorários e como serão realizados os 
pagamentos. 
Figura 6 - Pessoa organizando a agenda
Fonte: FreeImages.
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
16
O enquadre pode ser realizado em outros contextos que não só 
o clínico. O texto de Catani (2013) aborda o enquadre na abordagem 
psicanalítica e no contexto hospitalar, discutindo possibilidades e limites 
dessa etapa. Acesso-o clicando aqui. 
Contexto organizacional
No contexto organizacional, há a responsabilidade do profissional em 
avaliação, entre outras atividades, contribuir junto as tarefas de recrutamento 
e seleção. Tal responsabilidade se reflete tanto na captação, quanto na 
classificação de pessoas em organizações (MAHL; SCHWAB, 2017). 
Figura 7 – Avaliação em empresa
Fonte: Freepik
DEFINIÇÃO:
Recrutamento refere-se ao processo cujo objetivo é atrair 
pessoas com potencial para compor vagas existentes em 
uma organização (LACOMBE, 2005).
O quadro 1 mostra a diferença entre recrutamento interno e 
recrutamento externo, conforme exposto por Mahl e Schwab (2017) e de 
acordo com outros autores, condizente com o que é descrito na literatura 
da área. 
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
17
Quadro 1 – Comparativo entre Recrutamento interno e 
Recrutamento externo conforme apontado por Mahl e Schwab (2017)
Tipos de Recrutamento
Recrutamento Interno Recrutamento Externo
Envolve, sobretudo, o remanejamento 
de colaboradores em uma empresa 
(Exemplo: promoção, transferência).
Envolve o preenchimento da vaga por 
uma pessoa externa à organização, mas 
com potencial a esse preenchimento.
Fonte: Elaborado pelos autores (2021).
Seleção implica em uma vaga a ser preenchida a partir da escolha de 
um candidato conforme o seu potencial para a vaga, de maneira a prezar 
pela manutenção ou aumento do desempenho da equipe, ou mesmo um 
aumento da eficácia da empresa em questão (CHIAVENATO, 2009). 
Segundo Pereira et al. (2003 apud MAHL; SCHWAB, 2017), o 
processo de seleção depende inicialmente da própria descrição do cargo 
e as competências que são exigidas para a ocupação do mesmo. Apesar 
de haver essa variação, Lacombe (2005) enfatiza algumas possíveis etapas 
envolvendo o processo de seleção, conforme apontado pela Figura 8. 
Figura 8 - Etapas de um processo de seleção de pessoas para 
cargos em uma organização segundo Lacombe (2005)
Análise de curriculo Triagem preliminar
Testes técnico-
profissionais
Testes psicológicos
Entrevista
Dinâmicas
Entrevista com os 
chefes
Análise de histórico 
laboral
Informações 
cadastrais
Exame médico
Fonte: Elaborado pelos autores (2021).
A avaliação psicológica em contexto organizacional permite a 
comparação entre as características que são pessoais/individuais do 
candidato às características compatíveisa demanda da função a ser 
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
18
executada. Cabe destacar que a seleção pode não só impactar diretamente 
na função, mas também no próprio clima organizacional, o que mostra a 
relevância de se realizar uma boa seleção (MAHL; SCHWARB, 2017). 
Wechsler (1999 apud MAHL; SCHWARB, 2017) enfatiza que o 
profissional nesses processos deve não só conhecer a organização, mas 
o departamento no qual essa função será executada. Adicionalmente, o 
mesmo autor destaca a importância de conhecer as características da 
vaga além das relações estabelecidas a partir da função desempenhada.
Apesar do profissional de psicologia ser o mais adequado para a 
realização da seleção, outras pessoas podem executar a seleção sem 
quaisquer impedimentos, ainda que não tenham a formação adequada 
para isso (MAHL; SCHWARB, 2017). Há muitos testes utilizados no contexto 
organizacional. Nesse sentido, em meio a realidade de testes muitas vezes 
sem a adaptação para o contexto brasileiro, há a necessidade natural da 
adaptação ou construção de um instrumento na área. Para que isso seja 
feito é importante e recomendável o contato com os responsáveis pelo 
teste e, em seguida, seguir algumas etapas, conforme apontado por 
Bandeira e Hutz (2020) e dispostas na Figura 9. 
SAIBA MAIS:
O estudo de Borsa et al. (2012) fornece maiores detalhes 
e exemplificação a respeito do processo de adaptação de 
instrumentos para uso profissional.
BORSA, J. C. et al. Adaptação e validação de instrumentos 
psicológicos entre culturas: algumas considerações. 
Paidéia, v. 22, n. 53, p. 423-432, Ribeirão Preto, 2012.
Figura 9 - etapas de adaptação de testes estrangeiros para 
uso no campo organizacional segundo Bandeira e Hutz (2020)
Tradução Síntese
Estudo piloto Tradução reversa
Avaliação por especialistas
Avaliação pelo público-alvo
Fonte: Elaborado pelos autores (2021).
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
19
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo, tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo deste 
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter 
aprendido que é possível aplicar a avaliação psicológica 
considerando contextos diferentes, a exemplo da clínica 
e das organizações. No contexto clínico a importância 
da avaliação reside também no fato de poder servir de 
base para a atuação em outros contextos. Tal avaliação 
depende do referencial adotado, do objetivo e de sua 
finalidade. Além disso, o diagnostico nesse âmbito pode 
ser entendido também como forma de proteção além de 
um cuidado ético e técnico profissional. O processo de 
avaliação psicológica clínico é composto por várias etapas 
desde o primeiro contato com a demanda até a finalização 
do processo envolvendo a elaboração de um documento 
psicológico. Já no contexto organizacional, as etapas de 
avaliação dependem do contexto organizacional e uma das 
formas de trabalhar é dentro de processos de recrutamento 
e seleção. Você viu que há dois tipos de recrutamento, 
interno e externo, e diversas etapas no processo de 
seleção que envolve desde a análise de currículo até o 
preenchimento no cargo. Você também viu que em alguns 
casos são necessárias adaptações de instrumentos para 
avaliação pensando na realidade brasileira e que não 
necessariamente o processo de seleção seja exclusivo 
do psicólogo, muito embora seja um dos profissionais 
mais indicados para o desempenho dessa função. 
Resumidamente, é tarefa do profissional em avaliação no 
âmbito organizacional e envolvendo contratação, verificar a 
compatibilidade de habilidades individuais e de habilidades 
exigidas pela função a ser desempenhada. 
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
20
Contexto da avaliação psicológica em 
ambiente escolar
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como funciona a avaliação psicológica no contexto escolar. 
Isto será fundamental para o exercício de sua profissão, 
sobretudo para aqueles profissionais que têm interesse em 
adentrar no campo da Educação. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
Psicologia escolar e da educação
É importante para a discussão do profissional da psicologia inserido 
no contexto escolar compreender a diferença entre Psicologia Escolar e 
Psicologia Educacional. Embora sejam campos passíveis de articulação, 
as ênfases são distintas (ANTUNES, 2008). 
Psicologia Educacional é relativa a uma subárea da Psicologia, 
cujos objetivos são relativos à produção de conhecimento em torno do 
processo psicológico e discussão de processos educativos (ANTUNES, 
2008). 
Figura 10 - Livro aberto
Fonte: FreeImages
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
21
A Resolução nº 13/2007 do Conselho Federal de Psicologia (CFP) 
reconhece a Psicologia Escolar enquanto área de atuação do profissional 
da Psicologia. Há a possibilidade para o profissional refletir quanto a 
processos de ensino e aprendizagem, bem como os impactos de vários 
fatores sobre esse processo. 
A Psicologia Escolar refere-se ao campo de atuação profissional e 
lida diretamente com o processo de escolarização, bem como, com as 
relações estabelecidas em ambiente escolar. 
A Resolução nº 13/2007 do CFP também destaca que o profissional 
pode realizar o trabalho dentro de uma equipe interdisciplinar, possuindo 
algumas tarefas, exemplificadas na Figura 11. 
Figura 11 - Tarefas executadas por um psicólogo na área escolar 
Aplicação de 
conhecimentos 
psicológicos
Análise de relações no 
sistema de ensino
Estudo de processo 
ensino-aprendizagem 
e produtividade 
educacional
Desenvolvimento 
de programas de 
qualidade de vida
Prestação de serviços 
a agentes educacionais
Desenvolver 
habilidades para 
aquisição de 
conhecimento
Validação e utilização 
de testes
Desenvolvimento 
científico
Fonte: Elaborado pelos autores (2021) com base na Resolução nº 13/2007 do CFP.
ACESSE:
A resolução versa sobre as especialidades do profissional 
de Psicologia, dentre elas a Psicologia Escolar/Educacional. 
Clique aqui para acessá-la.
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2008/08/Resolucao_CFP_nx_013-2007.pdf
22
É válido frisar que o campo da educação sempre esteve em destaque 
na Psicologia, seja auxiliando no estabelecimento da Psicologia enquanto 
profissão ou contribuindo para o status científico da mesma (MÄDER, 
2016). É importante que o profissional, nessa área, tenha conhecimentos 
acerca do desenvolvimento humano e que compreenda como uma de 
suas possibilidades de atuação também pode ser a de facilitar o trabalho 
de educadores. 
SAIBA MAIS:
Para saber mais sobre o histórico da Psicologia Escolar e 
Educacional, o artigo de Antunes (2008) é uma excelente 
referência, fornecendo inclusive um debate a respeito de 
perspectivas na área. Acesse-o clicando aqui. 
Embora adentre no campo escolar, cabe destacar que o psicólogo 
não se torna pedagogo, mas dele é exigido conhecimentos acerca da 
área e um trabalho com enfoque interdisciplinar. Antunes (2008) enfatiza 
que o profissional na área escolar deve atuar em três instâncias, sendo: 
a) aquele que se compromete; b) aquele com quem se compromete e c) 
aquilo com o que se compromete. 
Figura 12 - Menina realizando atividades escolares
Fonte: FreeImages
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
https://www.scielo.br/j/pee/a/kgkH3QxCXKNNvxpbgPwL8Sj/
23
Avaliação em contexto escolar
Inicialmente o uso de testes no campo escolar era visto de maneira 
ruim e passava desconfiança quanto à validade dos resultados, visto que 
muitas avaliações eram realizadas como caráter classificatório (OLIVEIRA 
et al., 2007).
Sisto et al. (2001 apud OLIVEIRA et al., 2007) destacam que os testes 
são mais um recurso para a avaliação e não devem ser considerados 
como fonte única de informação. O autor indica possibilidades de 
complementação dos dados de maneiraqualitativa, a partir do uso de 
entrevistas ou técnicas de observação, por exemplo. 
Oliveira et al. (2007) enfatizaram que a avaliação psicológica em 
contexto escolar abarca múltiplas dimensões e que os instrumentos 
utilizados podem variar entre uma abordagem direta ou indireta do 
fenômeno observado. A Figura 13 aponta as dimensões passíveis de 
avaliação psicológica no referido contexto.
Figura 13 - Dimensões debatidas em uma avaliação psicológica escolar
Aspectos 
cognitivos
Aspectos 
afetivos
Aspectos 
culturais
Aspectos 
sociais
Fonte: Elaborado pelos autores (2021).
Oliveira et al. (2007) destacam como possibilidades de investigação 
em avaliação psicológica, habilidades de leitura e escrita, que são 
os estudos tradicionalmente realizados, além de outros pontos 
de investigação, tais como as habilidades sociais, dificuldades de 
aprendizagem ou avaliação da interação entre os participantes do ambiente 
escolar. A literatura aponta, como principal causa de encaminhamento 
para avaliação, as dificuldades escolares (SANTOS; CAVALCANTE, 2016; 
SPRADA; GARGUETTI, 2016). Nesse sentido, cabe destacar o fato de que a 
deficiência nem sempre equivale a dificuldade de aprendizagem, embora 
em ambos os casos exista a necessidade de adaptações num modelo de 
atendimento especial (SPRADA; GARGUETTI, 2016). 
Segundo Arzeno (1995), um psicodiagnóstico clínico poderia servir 
como fundamentos para um psicodiagnóstico psicopedagógico. A autora 
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
24
relata que muitos profissionais restringem a sua prática à aplicação de 
testes e uma análise quanto a aptidões do indivíduo, embora uma 
contextualização da história de vida e das relações estabelecidas pelo 
cliente possa favorecer uma atuação mais contemplativa do fenômeno. 
Cabe lembrar que apesar de mais comum, a avaliação em contexto 
de aprendizagem engloba não só crianças, pois adolescentes e adultos 
também recorrentemente precisam de atenção a respeito das dificuldades 
no campo de aprendizagem (ARZENO, 1995). 
Figura 14 - Pessoa adulta estudando
Fonte: Freepik
As dificuldades de aprendizagem podem causar impactos sob 
o desenvolvimento da criança, por isso a necessidade não só da sua 
identificação, mas também da sua avaliação e tratamento (SPRADA; 
GARGUETTI, 2016).
Dificuldades de aprendizagem envolvem e podem ter sua influência 
na escola, na família ou fatores da própria criança. Rotta (2006) enfatiza 
que as questões podem ser então relativas a fatores orgânicos, de ordem 
psicológica ou ambiental. Dessa forma, uma abordagem multidisciplinar 
favoreceria essa avaliação. 
Furtado (2010 apud SPRADA; GARGUETTI, 2016) fala que uma pessoa 
em situação de aprendizagem pode apresentar uma disponibilidade tanto 
favorável quanto desfavorável em aprender. A Figura 15 indica os fatores 
que influenciam tal disponibilidade. 
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
25
Figura 15 - Fatores que exercem influência sob a 
disponibilidade para aprender segundo Furtado 
Momento de vida
História pessoal
Percepção do contexto de aprendizagem
Fonte: Elaborado pelos autores (2021).
A análise dos fatores que influenciam a disponibilidade de aprender 
em articulação com os fatores mais comuns atrelados a dificuldades de 
aprendizagem, fornecem uma visão global do indivíduo e favorecem o 
processo de avaliação (SPRADA; GARGUETTI, 2016). 
O quadro 2 exemplifica os dois tipos de enfoque apontados por 
Mäder (2016) para ações desenvolvidas no contexto escolar, sendo cada 
um desses enfoques responsáveis por diferentes estratégias ou mesmo 
locais onde ocorrem a intervenção. 
Quadro 2 – Diferentes enfoques na Avaliação Psicológica 
em contexto educacional segundo Mäder (2016)
Foco de Avaliação Psicopedagógica Preliminar
Objetivo
Compreensão do processo 
de aprendizagem, verificando 
potencialidades e obstáculos 
a aquisição de conhecimento.
Focal, com demandas de 
processo de aprendizagem, 
sendo útil para a realização 
de encaminhamentos ou 
orientação.
Estratégias comuns
Entrevistas, aplicação 
de testes, escalas e 
questionários, recursos 
complementares, análise 
documental, observação, 
contato institucional e com 
outros profissionais.
Entrevistas, análise 
documental, recursos 
complementares, observação, 
contato com outros 
profissionais.
Número de 
encontros
Depende do objetivo e 
fenômeno envolvido. 
Depende do objetivo e 
fenômenos envolvidos. 
Local
Clínicas psicológicas e 
multiprofissionais. 
Instituições educacionais. 
Fonte: Elaborado pelos autores (2021) com base em Mäder (2016).
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
26
Mäder (2016) aponta ainda processos que são comuns as etapas de 
avaliação psicológica em contexto educacional: 
1. Acolhimento da demanda: motivo da avaliação, queixa etc. 
2. Caracterização do objeto de estudo: quem e o que será avaliado. 
3. Análise da demanda: Detalhamento da demanda e hipóteses 
iniciais relativas ao fenômeno. 
4. Definição do objetivo da avaliação: o que o profissional pretende 
realizar a partir da demanda e avaliação inicial. 
5. Construção do planejamento técnico: seleção das melhores 
estratégias e estabelecimento do método e enquadre. 
6. Aplicação do plano estabelecido: desenvolvimento da intervenção 
em si. 
7. Levantamento, análise e interpretação dos dado: a partir do que 
foi observado e das técnicas e instrumentos aplicados.
8. Integração dos resultados: A partir do que foi avaliado dos 
resultados, estabelecimento de um raciocínio crítico. 
9. Discussão dos dados a partir da perspectiva teórica adotada para 
a avaliação. 
10. Elaboração de uma conclusão de maneira sintética a respeito do 
que foi observado e avaliado. 
11. Planejamento da proposta de intervenção.
12. Elaboração de documento psicológico de maneira a concluir/ 
finalizar a avaliação realizada.
13. Seleção de uma metodologia adequada para a sessão ou sessões 
de devolutiva. 
14. Devolutiva. 
A escola por si só já é um ambiente diferente para a criança, por 
isso a apreensão dos pais é algo recorrente. Normalmente há a ideia de 
fracasso se opondo ao sucesso, e compreender que muitas vezes se 
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
27
busca um ideal de comportamento da criança (SANTOS; CAVALCANTE, 
2016). A contextualização da criança em suas relações e seu histórico é 
fundamental e imperativa: trata-se de uma análise biopsicossocial a ser 
realizada. 
Figura 16 - Crianças na escola
Fonte: FreeImages
Santos e Cavalcante (2016) enfatizam que há a necessidade de 
atentar-se, quando se trabalha com crianças no contexto escolar, em 
realizar uma boa anamnese, complementada por uma entrevista com 
pais. Os autores destacam ainda a necessidade de empatia na relação 
profissional-criança, para a garantia de uma intervenção bem-sucedida. 
Inclusive, a ação dos professores, quando motivadores, favorecem 
também o desenvolvimento saudável da criança. 
Figura 17 - Adulto auxiliando criança
Fonte: FreeImages
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
28
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo, tudinho? Agora, só para termos certeza de que 
você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
que a relação da Psicologia com o campo da Educação 
é uma relação antiga. Há a necessidade, pois, de você 
aprender a diferenciação entre Psicologia Educacional e 
Psicologia Escolar, sendo a primeira um campo de saber 
e produção de conhecimento, uma subárea da Psicologia 
e a segunda um campo de atuação, uma especialidade na 
prática profissional do psicólogo. Em se tratando de atuação, 
o psicólogo em contexto escolar pode exercer múltiplas 
funções, desde a avaliação da criança e seu desenvolvimento 
até a promoção de processos de aprendizagem mais 
favoráveis. A avaliação psicológica é uma das ações que 
podem ser desempenhadas. É importante destacar que 
as dificuldades de aprendizagemrepresentam a maior 
demanda nesse contexto e, por tanto, o principal motivo 
de solicitação de avaliação. Cabe lembrar que o profissional 
deve realizar uma análise global do indivíduo a partir da 
avaliação das seguintes dimensões: cognitiva, afetiva, social 
e/ou cultural. A avaliação psicológica em contexto escolar 
não deve ser restrita a testes, entendo que há recursos 
complementares que podem favorecer essa avaliação, tais 
como a entrevista envolvendo pais. A avaliação psicológica 
em contexto escolar pode ter enfoques diferentes, mas 
o psicodiagnóstico clínico pode fornecer bases para a 
atuação profissional na escola. Escola, família e indivíduo 
devem ser avaliados, destacando-se que não só crianças 
participam desse processo, mas adolescentes e adultos 
também podem ser objetos de avaliação, principalmente 
quando se trata de dificuldades de aprendizagem. 
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
29
A avaliação psicológica no campo 
judiciário e esportivo
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como funciona o contexto jurídico da avaliação psicológica, 
bem como, possibilidades para a atuação profissional no 
campo esportivo. Isto será fundamental para compreender 
a amplitude do exercício de sua profissão. As pessoas que 
se engajarem na compreensão desses contextos terão 
maior flexibilidade no mercado de trabalho, no sentido 
que compreenderão um pouco mais sobre o trabalho 
profissional em contextos interdisciplinares. E então? 
Motivado para desenvolver esta competência? Então 
vamos lá. Avante!
A Psicologia e suas aproximações com o 
Direito
Para Urra e Mezquita, (1993, apud PENSO; CONCEIÇÃO; COSTA, 
2018), o termo “Psicologia Jurídica” seria o termo adequado para abarcar 
ambas as práticas, tanto a Psicologia Forense quanto a Psicologia Criminal. 
Figura 18 - Homem sendo preso
Fonte: Freepik
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
30
A interdisciplinaridade do campo recai sobre o comportamento 
humano, todavia o Direito é responsável pela regulamentação do mesmo, 
enquanto que a Psicologia trabalha em prol da sua compreensão e 
contextualização (GAUDÊNCIO et al., 2015). Dessa forma, a Psicologia 
está interessada além da aplicação de uma lei, também na aplicação de 
princípios do comportamento humano para fornecer suporte à prática 
jurídica (HUSS, 2001), contribuindo com a objetividade e a mensuração, 
tanto do que é passível de observação, como o que é de cunho privado, 
como crenças, processos tanto cognitivos como emocionais (QUINTERO; 
LOPEZ, 2010).
Não há subordinação entre o Direito e a Psicologia, são áreas 
autônomas podendo ser complementares na Psicologia Jurídica/
Forense. A Figura 19 enfatiza algumas diferenças entre a Psicologia 
e o Direito, conforme apontado por Huss (2001). 
Figura 19 - Quadro comparativo entre as ciências Direito e Psicologia
Psicologia Direito
Empírica
Nomotética
Caráter Probabilístico
Pesquisa objetiva 
(experimentação)
Caráter descritivo
Dogmático
Ideográfico
Caráter definitivo
Sistema adversarial (disputa)
Caráter prescritivo
Fonte: Elaborado pelos autores (2021).
Observando o contexto histórico, a década de 50 foi um marco 
para a entrada da Psicologia no âmbito jurídico, muito embora com uma 
prática restrita a diagnósticos, mais como um parecer para servir de base a 
decisões dos profissionais de direito (PENSO; CONCEIÇÃO; COSTA, 2018). 
É a partir de 1984 que ocorrem mudanças pertinentes à prática 
psicológica no campo da justiça, no qual no Código Criminal Federal 
Brasileiro o testemunho de profissionais psicólogos é adicionado, prática 
antes restrita apenas ao campo da Psicologia (GOMIDE, 2016).
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
31
A Resolução nº 02/2001 do Conselho Federal de Psicologia (CFP) 
foi fundamental, sobretudo na criação de uma prática fruto da inserção 
do profissional no contexto jurídico, a de Psicologia Jurídica. Tal resolução 
contribuiu estabelecendo regras pertinentes à função do profissional, 
bem como a elaboração de documentos relativos a essa especialidade. 
ACESSE:
A Resolução nº 02/2001 versa sobre o título de especialista 
em Psicologia. Para saber mais acesse-a clicando aqui.
Figura 20 - Alguns marcos da prática psicológica forense
Déc. 50 
Entrada da 
Psicologia no 
Direito
1984 
Testemunho 
de Profissionais 
psicólogos
Resolução 
02/2001 - CFP 
Especialidade 
de Psicologia 
Jurídica.
Fonte: Elaborado pelos autores (2021).
A Resolução nº 007/2003 envolveu o esclarecimento quanto 
à elaboração de laudos, pareceres ou relatórios psicológicos como 
exemplos de documentos envolvidos na prática de perito ou assistente 
técnico do judiciário. 
ACESSE:
A Resolução nº 007/2003 versa sobre a elaboração de 
documentos escritos oriundos da prática de avaliação 
psicológica. Para acessá-la, Clique aqui.
Para Huss (2001) há três subáreas principais na prática forense, 
sendo elas a de avaliação, tratamento e consultoria. Gomide (2016) destaca 
outras possibilidades de atuação, inclusive enfatizando a relevância que a 
pesquisa tem, não só na proposição e modificação no contexto legislativo, 
mas também produzindo bases científicas para atuação nas medidas de 
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2006/01/resolucao2001_2.pdf
https://transparencia.cfp.org.br/wp-content/uploads/sites/15/2016/12/resolucao2003-07.pdf
32
conflito e justiça. A figura 21 apresenta um resumo das áreas de atuação 
do profissional na prática forense. 
Figura 21 - Áreas de atuação no campo forense segundo Gomide (2016)
Psicologia do 
Crime
Avaliação 
Forense
Psicologia 
do Sistema 
Correcional
Psicologia 
aplicada a 
Programas de 
Prevenção
Clínica Forense
Psicologia da 
Polícia
Assessoria/
consultoria
Pesquisa
Fonte: Elaborado pelos autores (2021).
O psicólogo em trabalho na área jurídica/forense pode auxiliar 
em questões de inimputabilidade ou mesmo avaliar sobre aspectos 
de negligência. Adicionalmente, pode auxiliar em tratativas acerca de 
danos oriundos de crimes na esfera civil (HUSS, 2021). Apesar de muitas 
possibilidades de atuação, Gomide (2016) aponta que na literatura a prática 
de avaliação é considera como prática nuclear da Psicologia Forense. 
O processo de avaliação no contexto 
jurídico
É importante pontuar que a avaliação psicológica no contexto 
jurídico depende, entre outros quesitos, de variáveis como idade, gênero, 
tipologia e gravidade dos crimes envolvidos (GOMIDE, 2016). Nessa 
área podem ser trabalhadas desde a identificação de psicopatologias a 
elaboração e aplicação de testes. A avaliação neuropsicológica também 
se faz presente nesse campo, sobretudo no fornecimento de subsídios 
em perícias (SERAFIM et al., 2010). Há pelo menos três campos de 
possibilidade de atuação profissional indicados por Serafim et al. (2016) e 
dispostos na Figura 22. 
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
33
Figura 22 - Possibilidades de atuação em avaliação neuropsicológica forense
Vara criminal 
Ministério Público
Vara cível 
Interesses privados; 
Vara da Família; Vara da 
Infância e Juventude
Vara trabalhista 
Relações de trabalho, 
engloba também o 
Direito Administrativo e 
Direito Militar
Fonte: Elaborado pelos autores (2021).
Gomide (2016) destaca a possibilidade do psicólogo forense em 
atender demandas voltadas não só para o agressor, como também para 
a vítima, avaliando desde a responsabilidade criminal do réu em questão, 
a indicação de reclusão ou reinserção social; quanto a vítima, verificar os 
impactos a partir da ocorrência do crime. O profissional no campo jurídico 
também pode atuar em situações que envolvem o assédio moral no 
trabalho ou em outros contextos, como em disputas de guarda. 
Há muitos procedimentos voltados tanto para o agente, quanto para o 
receptor de ações no campo jurídico e, normalmente a procura pelo serviço 
se dá por uma imposição de um juiz, dificilmente há demanda espontânea(GAUDÊNCIO et al., 2015). É importante constar que o próprio ambiente 
jurídico impacta o indivíduo e seu comportamento, o que pode se tornar 
um obstáculo a prática da avaliação, sendo essa de caráter multifatorial 
(GAUDÊNCIO et al., 2015). Tavares (2012) aponta algumas variáveis relevantes 
pertinentes ao processo avaliativo, destacadas na Figura 23. 
Figura 23 - Variáveis relevantes no processo de 
avaliação segundo apontado por Tavares (2012)
Relação sujeito x avaliador
Características do sujeito
Técnicas do procedimento
Complexidade da tarefa
Sujeito x contexto avaliativo
História/ contexto de vida do sujeito
Fonte: Elaborado pelos autores (2021).
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
34
A literatura aponta que há algumas condutas comumente 
associadas à prática de crimes, tais como o baixo engajamento a papéis 
sociais tradicionais ou valores e mesmo alguns transtornos, a exemplo 
do Transtorno de Personalidade Antissocial, cuja indiferença relativa aos 
sentimentos do outro é marcante (GAUDÊNCIO; CARVALHO, 2015). 
Cabe destacar que há dificuldades quanto a instrumentos de 
avaliação psicológica no sistema prisional brasileiro (GAUDÊNCIO; 
CARVALHO, 2015). Um dos exemplos atrelados a psicopatia é o 
Psychopathy Checklist Revised (PCL-R), traduzido e validado por Morana 
(2003). 
SAIBA MAIS:
A tese de doutorado de Morana (2003) discute a avaliação do 
instrumento PCL-R para a realidade brasileira associando-o 
a traços de personalidade. Uma ótima oportunidade para 
saber mais sobre essa relação. 
MORANA, H. C. P. Identificação do ponto de corte para 
a escala PCL-R (Psychopathy Checklist Revised) em 
população forense brasileira: caracterização de dois 
subtipos de personalidade; transtorno global e parcial. 178f. 
Tese (Doutorado) Faculdade de Medicina, Universidade de 
São Paulo, São Paulo. 2003. Clique aqui.
Figura 24 - Individuo em avaliação
Fonte: Freepik
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-14022004-211709/publico/HildaMorana.pdf
35
As vantagens do uso de diversos recursos para um psicodiagnóstico 
completo, de cunho dinâmico e com maior viabilidade para a realização 
de inferências na prática clínica são apontadas por Costa e Costa (2016). 
As autoras validam, sobretudo, a entrevista como fonte de informação e 
uma atenção especial a confiabilidade dos testes utilizados, visto que os 
resultados impactam diretamente no trabalho de outras áreas, como o 
Direito ou mesmo a Psiquiatria. 
O profissional de psicologia no contexto de avaliação psicológica 
em articulação com o direito deve sempre refletir sobre os objetivos da 
avaliação, a qual instância ele responde e quem deve ser priorizado nessa 
avaliação (WILLIAMS; CASTRO, 2016). 
É comum a existência de múltiplos informantes durante a avaliação. 
Em questões de disputa sobre guarda de uma criança, é interessante 
elencar os fatores de risco e proteção presentes no ambiente familiar, bem 
como, os tipos de relacionamento presentes (WILLIAMS; CASTRO, 2016). 
Baish e Lago (2016) destacam que o relacionamento entre os pais 
deve ser considerado, bem como a comunicação entre os mesmos ou 
flexibilidade do contato. Atenção especial quando há comportamentos 
cujo objetivo seja desqualificar o ex-companheiro. Para uma criança 
com necessidades de cuidado e proteção, a organização de tempo e 
financeira do cuidador frente às demandas da criança/adolescente deve 
ser considerada. O psicólogo pode então indicar ou contraindicar uma 
guarda compartilhada, por exemplo.
Figura 25 - Criança diante do conflito dos pais
Fonte: Freepik
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
36
SAIBA MAIS:
O texto de Lago e Bandeira (2008) exemplifica processos 
de disputa de guarda no Brasil e o papel da avaliação 
psicológica nesse contexto. Vale à pena conferir! Clique 
aqui para ler!
Outra possibilidade de atuação profissional é em casos de adoção 
no qual cabe ao psicólogo avaliar ambos, adotado e adotante, orientando 
os pais no que se concerne a essa nova etapa de vida e trabalhando em 
prol da garantia de um ambiente familiar saudável (MAGALHÃES, 2017). 
É importante destacar que o psicólogo, nesses casos, não necessita 
fornecer a devolutiva diretamente ao indivíduo avaliado, o que muitas 
vezes gera conflito inclusive com os princípios éticos da profissão. A 
demanda judicial é a que deve ser atendida (WILLIAMS; CASTRO, 2016).
Psicologia no esporte: possibilidades para 
avaliação psicológica
A Psicologia no campo do esporte normalmente é ligada a práticas 
envolvendo o estudo do atleta de alto rendimento, mas pode ser ligado 
também a atividades esportivas e atividades não regulamentadas 
(RABELO, 2016). 
DEFINIÇÃO:
Entende-se por esporte, não somente as práticas 
profissionais e de alto rendimento, mas uma classificação 
mais abrangente, envolvendo qualquer atividade física 
(RABELO, 2016).
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-04712008000200013
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-04712008000200013
37
Figura 26 - Grupo de pessoas jogando basquete
Fonte: FreeImages
O esporte pode ser considerado um elemento que viabiliza a 
interação social e pode ser um meio de auxílio a políticas de saúde 
ou mesmo uma forma de promoção de lazer. Nesse sentido, pode 
ser considerado inclusive como uma oportunidade de promoção de 
igualdade e justiça social (RABELO, 2016).
As práticas de avaliação nesse campo podem envolver o 
aprimoramento do indivíduo, considerando aspectos físicos, técnicos 
e emocionais, bem como o enfoque no máximo aproveitamento das 
potencialidades individuais, agindo em prol também do desenvolvimento 
das ciências do esporte. 
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
38
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo, tudinho? Agora, só para termos certeza de que 
você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
que a avaliação psicológica pode ser aplicada em diversos 
contextos, inclusive no âmbito jurídico e nas ciências 
esportivas. O trabalho do psicólogo em avaliação psicológica 
no contexto jurídico é um campo interdisciplinar e o que é 
comunicado como forma de devolutiva normalmente é de 
posse do juiz o que pode causar algum conflito quanto a 
princípios éticos. É importante, pois, o profissional refletir 
a quem ele presta serviços naquele momento. Nesse 
contexto, cabe diferenciar Psicologia e Direito como 
ciências autônomas e, mesmo na área jurídica não deve 
haver submissão, mas sim, colaboração entre ambas as 
partes para um trabalho envolvendo o comportamento 
humano sob essas diferentes perspectivas. Dentre as 
várias possibilidades de atuação o profissional pode atuar 
em casos de imputabilidade, disputa de guarda, saúde do 
trabalhador e adoção. Cabe ao profissional uma leitura de 
diversos aspectos do avaliando, desde o contexto no qual 
ele se insere, as suas relações e histórico. No campo do 
esporte, é válido frisar que se entende por essa prática a 
atividade esportiva num sentido amplo, e a avaliação não 
é feita apenas em situações que envolvem atletas de 
alto rendimento, mas qualquer atividade, mesmo as não 
regulamentadas. O trabalho no esporte pode atuar em 
complemento com princípios de saúde e igualdade entre 
os indivíduos.
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
39
Avaliação Psicológica no esporte e para 
porte de arma de fogo
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como funciona o contexto de avaliação no âmbito da 
Psicologia do Esporte e do Exercício. Adicionalmente, 
você aprenderá sobre a Avaliação Psicológica no contexto 
da segurança pública e privada, sobretudo no que se 
concerne a avaliação para porte de arma de fogo. As 
pessoas que se engajaram na compreensão desses 
contextos têm maior flexibilidade no mercado de trabalho 
epodem ampliar sua prática e senso de contribuição social. 
E então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Então vamos lá. Avante!
Avaliação Psicológica no esporte
A Resolução nº 013/2007 do Conselho Federal de Psicologia (CFP) 
regulamenta a prática do profissional de Psicologia no âmbito esportivo. 
Tal prática é concernente tanto ao auxílio a atletas, como ao auxílio à 
comissão técnica, sobretudo com vias de aumento de desempenho do 
atleta como melhora em sua performance (GARCIA; BORSA, 2016). 
Figura 27 - Ciclistas
Fonte: FreeImages
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
40
SAIBA MAIS:
O texto de Vieira et al. (2010) traz uma discussão a respeito 
do desenvolvimento da Psicologia como uma Psicologia 
do Esporte. São discutidas questões históricas do 
desenvolvimento da área, bem como aspectos da ética e 
formação. Clique aqui.
É válido frisar que o profissional pode atuar em prol do aumento do 
engajamento de participantes nas atividades esportivas, sejam adultos, 
crianças ou pessoas portadoras de necessidades especiais (GARCIA; 
BORSA, 2016). 
Testes psicológicos no campo esportivo são raros, sobretudo no 
Brasil. Tem sido realizado um esforço em termos de pesquisas na área e, 
quando necessários, são utilizados instrumentos do contexto clínico ou 
educacional para melhor embasamento da avaliação. Pesquisas nesse 
sentido são necessárias, embora ainda seja importante a diferenciação 
da prática de avaliação de uma simples testagem psicológica (GARCIA; 
BORSA, 2016).
Rabelo (2016) coloca a avaliação psicológica no campo do esporte 
aproximando-a de um processo psicodiagnóstico esportivo, cujos 
objetivos normalmente envolvem a avaliação de características individuais 
do esportista ou equipe esportiva em situações como preparação ou 
mesmo competições. A Figura 28 descreve o enfoque do psicodiagnóstico 
esportivo nas três categorias de análise segundo estabelecido por Fleury 
(2002). 
Figura 28 - Tópicos de atenção no psicodiagnóstico esportivo segundo Fleury (2002)
Característica do esportista
Requisitos técnicos do esporte
Objetivos do treinamento
Fonte: Elaborado pelos autores (2021).
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
https://www.scielo.br/j/pe/a/dxqXV7GtH7zkCLkzYq7K7Wd/?format=pdf
41
As características do esportista são relevantes no que concerne a 
sua idade, o nível de competitividade e histórico na modalidade praticada, 
bem como recursos sociais. Já os requisitos técnicos envolvem, por 
exemplo, a modalidade e as regras ou o que é demandado no esporte. Por 
fim, os objetivos específicos do treinamento seria uma maneira de refletir 
se a finalidade é aumento de desempenho, melhora na performance, 
competitividade etc. (FLEURY, 2002). 
Figura 29 - Jogadora de vôlei de praia
Fonte: FreeImages
O profissional da Psicologia do Esporte e do Exercício deve adotar 
uma postura investigativa de maneira a aprimorar o desempenho do 
atleta em situações de treino ou competições (RABELO, 2016). 
Além de auxiliar o atleta, a avaliação pode favorecer também a 
equipe ou técnico esportivo de maneira a favorecer o desempenho do 
atleta em questão (RABELO, 2016). 
Como estratégias de avaliação, o profissional pode fazer uso de 
entrevistas, observação do comportamento, realizar dinâmicas de grupo 
ou aplicação de testes, entre outros recursos. Para uma boa prática no 
campo do esporte, o profissional deve ampliar seus conhecimentos 
acerca do esporte e mesmo da modalidade com a qual irá trabalhar, 
sempre preocupado com as bases científicas ao exercer sua função, 
embora pesquisas na área ainda sejam escassas (RABELO, 2016). 
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
42
Ao profissional, também é recomendada uma parceria e 
conhecimento, sobretudo com as áreas de tecnologia e informática, as 
quais podem auxiliar o profissional e a equipe no fornecimento de maior 
controle e gestão de dados produzidos (RABELO, 2016). 
Figura 30 - Time e treinador de futebol americano
Fonte: FreeImages
Para atletas de alto rendimento, podem ser trabalhados 
também, aspectos motivacionais e as relações com técnico e equipe. 
Adicionalmente, é possível não só quantificar, como também qualificar as 
emoções envolvidas nos diversos contextos nos quais o atleta participa. 
É importante destacar que quanto maior a consciência do indivíduo 
sobre a atividade a qual ele participa, maiores as chances de regulação 
(RABELO, 2016).
SAIBA MAIS:
O texto de Rubio (2007) discute a singularidade da 
prática em avaliação esportiva no Brasil, comparando ao 
desenvolvimento em outros países e a necessidade de se 
ampliar a visão sobre as possibilidades da prática no país. 
Clique aqui para acessá-lo.
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-91452007000100007
43
Avaliação Psicológica para porte de arma 
de fogo
Mäder (2016) destaca que há a possibilidade de trabalho do 
profissional de psicologia no campo da avaliação psicológica tanto na 
segurança pública como na segurança privada. A Figura 31 destaca as 
possibilidades de atuação nesse campo. 
Figura 31 - Possibilidades de Avaliação Psicológica na segurança pública e privada
Avaliação Psicológica Admissional
Avaliação Psicológica Periódica
Avaliação Psicológica para 
porte/registro de arma de fogo
Segurança pública 
ou privada
Fonte: Elaborado pelos autores (2021).
No âmbito da segurança, seja na esfera pública ou privada o 
profissional pode trabalhar com a Avaliação Psicológica Admissional que 
envolve a prática de avaliação voltada para concursos em uma interface 
com práticas de recrutamento e seleção (MÄDER, 2016). 
SAIBA MAIS:
O texto de Parpinelli e Lunardelli (2006) destaca sobre a 
avaliação psicológica em processos seletivos, embasada 
na abordagem sistêmica. É uma excelente fonte de 
pesquisa para você conhecer um pouquinho mais sobre a 
área. Clique aqui para acessá-lo.
A Avaliação Psicológica Periódica é comum na segurança privada 
e normalmente envolve o período de renovação a cada dois anos, 
juntamente com a reciclagem e atualização da formação. Se inapto, o 
profissional tem suas atividades suspensas por 30 dias, podendo refazer a 
avaliação após esse período (MÄDER, 2016). 
Na Avaliação Psicológica envolvendo o porte ou registro de arma de 
fogo é avaliada desde a necessidade do indivíduo em fazer uso e possuir 
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
https://www.scielo.br/j/estpsi/a/DT9kJ3pPbm8fKQcpjdms8CJ/
44
a arma, até a sua capacidade técnica e aptidão psicológica para tal. O 
profissional nesse campo deve estar em constante atualização quanto a 
sua formação e normatizações (MÄDER, 2016). Trata-se de uma área com 
interfaces, demonstradas na Figura 32. 
Figura 32 - Áreas da Psicologia com envolvimento 
na avaliação de porte ou registro de armas
Psicologia Organizacional e do Trabalho
Psicologia Forense
Psicologia da Saúde
Psicologia Social
Psicologia Clínica
Fonte: Elaborado pelos autores (2021).
Os psicólogos, para realizar a avaliação de porte de armas, devem 
atender aos requisitos estabelecidos pelo Sistema Nacional de Armas 
– SINARM. A Polícia Federal é a responsável pelo credenciamento 
e capacitação de indivíduos para exercer a função de avaliação. Tal 
credenciamento é necessário, exceto pelos casos previstos na Lei nº 
10.826/03 (BRASIL, 2003). 
Há em algumas legislações da qual o profissional dessa área 
deve estar ciente para exercer adequadamente a sua prática, conforme 
apontado a seguir: 
 • Código de ética profissional do psicólogo, estabelecido pelo 
Conselho Federal de Psicologia (2005), que elucida sobre a 
postura ética do profissional. 
 • Resolução CFP nº 007/2003: que envolvia o antigo Manual de 
Elaboração de Documentos Escritos, com vias de elaboração dos 
documentos psicológicos.
 • Resolução nº 006/2019: envolve as diretrizes atuais sobre a 
elaboração de documentos psicológicos.
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico45
 • Resolução CFP nº 018/2008: envolvendo as diretrizes do trabalho 
profissional para o registro e/ou porte de armas de fogo. 
 • Resolução CFP nº 002/2009 altera a Resolução CFP nº 018/2008. 
 • Resolução CFP nº 009/2018: fornece diretrizes para avaliação e 
para o sistema de avaliação de testes psicológicos – SATEPSI. 
 • Lei Federal nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o Estatuto do 
Desarmamento. 
 • Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, que dispõe sobre 
registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, 
sobre o Sistema Nacional de Armas (SINARM) e define crimes. 
 • Instrução Normativa do Departamento de Polícia Federal n° 78, 
no qual há diretrizes tanto para o credenciamento como para a 
fiscalização, aplicação e correção de exames realizados pelos 
profissionais credenciados e laudos sobre a aptidão do manuseio de 
arma de fogo para o exercer da profissão no campo de segurança.
Figura 33 - Arma apontada para o céu
Fonte: FreeImages.
Para Gaudêncio et al (2015) a avaliação psicológica, no que tange 
ao porte de armas é de extrema importância, uma vez que pode auxiliar 
na minimização da violência na sociedade. A violência é compreendida 
também, como um fenômeno social e de grandes impactos ao indivíduo 
e nas suas diferentes formas, além disso, a violência envolvendo armas é 
destaque na violência urbana. 
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
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SAIBA MAIS:
O estudo de Caneda e Teodoro (2012) traz uma revisão da 
literatura a respeito da avaliação psicológica envolvendo o 
porte de armas no Brasil. Vale à pena conhecer um pouco 
mais sobre o que é discutido nessa temática. 
CANEDA, C. R. G.; TEODORO, M. L. M. Contribuições da avaliação 
psicológica ao porte de arma: uma revisão de estudos brasileiros. n. 38-39. 
Aletheia, 2012. p. 162-172
Figura 34 - Assalto envolvendo arma
Fonte: FreeImages
Para a avaliação, o profissional deve estar atento desde aos aspectos 
cognitivos, ao grau de impulsividade, à presença de psicopatologia ou 
mudanças em seu estado emocional. É imprescindível que o indivíduo 
seja avaliado quanto a sua capacidade em avaliar situações de risco 
ou planejamento (GAUDÊNCIO et al., 2015). Impulsividade pode ser 
compreendida, conforme apontado por (VON DIEMEN, 2006 apud 
GAUDÊNCIO et al., 2015) condutas tipicamente precipitadas com ausência 
de planejamento e com impactos negativos aos indivíduos. 
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
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Figura 25 - Atirador
Fonte: FreeImages
É válido frisar que para profissionais das forças armadas, profissionais 
de corporações policiais, empresas do ramo privado de segurança ou 
em contextos de transporte de valores e caçadores, são permitidos o 
manuseio de arma mediante avaliação, sendo avaliados quesitos como a 
tomada de decisão desses indivíduos (GAUDÊNCIO et al., 2015).
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo, tudinho? Agora, só para termos certeza de que 
você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
que tanto o contexto do esporte como o contexto de 
segurança são passíveis de atuação do profissional de 
avaliação psicológica. No campo esportivo normalmente 
a avaliação psicológica coincide com a nomenclatura de 
psicodiagnóstico esportivo e tal área é comprometida tanto 
com o auxílio ao atleta como a comissão técnica. 
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
48
RESUMINDO:
Para se atuar no campo esportivo, faz-se necessário obter 
informações sobre as características do esportista tanto 
quanto se informar a respeito das técnicas e objetivos do 
esporte e do treinamento, respectivamente. Normalmente 
nesse tópico são trabalhados tanto a melhora no 
desempenho como na performance do indivíduo. Podem 
ser trabalhados ainda, aspectos motivacionais. Você 
também viu que, embora sejam fontes importantes de 
informação, há uma escassez de testes que servem a essa 
área de avaliação esportiva, sendo recorrente a necessidade 
de fazer uso de instrumentos de outros campos de 
avaliação. Adicionalmente, é uma área que pode envolver o 
trabalho com indivíduos de diferentes idades, promovendo 
um aprimoramento de seu desempenho. No campo da 
segurança, o trabalho do profissional psicólogo em avaliação 
pode ser concernente tanto a esfera pública como a esfera 
privada. Há pelo menos três tipos de avaliação que servem 
a esse contexto, como a avaliação admissional, a periódica 
e a de porte e registro de armas, amplamente discutida 
nesse capítulo. Para a atuação enquanto psicólogo avaliador 
de porte de armas, faz-se necessário o credenciamento 
no conselho de classe, bem como no Departamento de 
Policia Federal, exceto por casos presentes na lei. É de 
extrema importância que o profissional esteja atento as 
normatizações envolvendo a prática nesse contexto, para 
que sejam garantidos o compromisso técnico e ético com 
sua prática. Adicionalmente, a importância de se trabalhar 
com avaliação psicológica no contexto de porte de armas 
promove ainda um reflexo de comprometimento social, 
sendo uma das formas de combate à violência instaurada 
em nossa sociedade.
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
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