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EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 – 6ª FASE TUT 7 – CA gastrointestinal CA Pâncreas EPIDEMIOLOGIA: 11º lugar entre os CA (mundo); pior taxa de sobrevida que qualquer outro CA (5a); incidência tem aumentado entre 0,5 e 1% por ano FATORES DE RISCO: A idade (pico 65-74 anos); sexo masculino, negros; tabagismo (relacionado ao n de cigarros fumados); dieta (gordura da carne, bebidas gaseificadas açucaradas); clínica (pancreatite crônica não familiar (2,3-16x); obesidade, DM, sedentarismo) Genética: fatores hereditários (10 a 16% de todos os CA de pâncreas). HF associada a um aumento de 13x o risco. A identificação de qualquer uma dessas mut de linhagem germinativa pode levar a novas terapias específicas e efetivas # BRCA2 (mama/ovário); PALB2 P19/CDKN2A; ATM; STKII... # sem associação a H. Pylori/ consumo moderado de álcool # Fatores Protetores: alto consumo de frutas e vegetais PATOLOGIA A localização posterior do pâncreas → dx tardio Os CA de pâncreas podem ser divididos em neoplasias do pâncreas endócrino e tumores do pâncreas exócrino. O adenocarcinoma ductal infiltrante do pâncreas constitui a neoplasia + comum do pâncreas exócrino e a mais fatal. Outros subtipos de CAes não neuroendócrinos de pâncreas incluem o carcinoma de células acinares, o carcinoma medular, o adenoescamoso e outros subtipos. Características moleculares: adenocarcinoma ductal de pâncreas revelam 4 genes: + comum KRAS (100%); p16/CDKn2A (>90%); TP53 e DPC4/MADH4 (metade). Lesões precursoras: Muitos adenoca. de pâncreas parecem originar-se de lesões precursoras epiteliais não invasivas. Essas neoplasias intraepiteliais pancreáticas (NIPan) apresentam graus variáveis de displasia (NIPan 1 a 3). Nem todas as lesões NIPan progridem para neoplasia maligna invasiva. # tumor pancreático é a neoplasia cística mucinosa, que pode ser encontrada como achado incidental em cintilografias → tendência invasivas (20%), invade se volumo ou tenha nódulos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Clássica: dor abd. com perda de peso, c/ ou s/ icterícia A dor é mesoepigástrica (“incômoda”) // Com freq., ocorre dor lombar (invasão retroperitoneal do plexo nervoso esplâncnico).; A dor pode ser exacerbada pela ingestão de alimento ou pela posição em decúbito. - Coloração clara das fezes (esteatorreia → fezes fétidas) ou o início de DM no ano anterior.; Icterícia, detectada pela 1ª vez com nível de bilirrubina de 2,5 a 3,0 mg/dL, está geralmente associada a TU na cabeça do pâncreas. Prurido quando o nível de bilirrubina alcança 6 a 8 mg/dL. #depressão (com maior n de suicídios). Sinais físicos: icterícia, sinais de perda de peso, vesícula biliar palpável (sinal de Courvoisier), hepatomegalia, massa abdominal e até mesmo aumento do baço (indicando, em geral, trombose da veia porta). Tromboflebite superficial migratória (síndrome de Trousseau). Sinais de doença tardia: nódulo de Virchow, podem-se palpar metástases subcutâneas na área periumbilical, designadas como nódulos da Irmã Maria José. DIAGNÓSTICO - Imagem: Melhor técnica → TC helicoidal contrastada de dupla fase, utilizando o protocolo para CA de pâncreas, que possibilita um realce da fase arterial e da fase venosa portal Colangiopancreatografia Retrograda Endoscópica: indicada após TC de abdome em caso suspeito de CA de pâncreas sem identificar massa pancreática na TC. Possível biopsia dessas lesões, além de escovado da via biliar e do ducto de Wirsung # Presença de estenose única com >1cm é mais provável que se trate de neoplasia maligna. // Múltiplas estenoses é + provável que se trate de processo inflamatório crônico: pancreatite crônica// Sinal do duplo ducto: dilatação pré-estenótica do colédoco e do Wirsung indica com alta probabilidade a existência de um CA de pâncreas. - Dx histológico: é essencial e deve ser obtido por meio de biópsia por agulha cortante → acurácia e feito teste moleculares # Biópsia com agulha grossa (calibre 16-18) por meio de técnica guiada por US endoscópica para um TU loc no pâncreas ou, na presença de lesões hepáticas ou nódulo de Virchow, por meio de biópsia percutânea. - Marcadores séricos: Antes do tto, deve-se obter uma amostra dos níveis de CA19-9 e de antígeno carcinoembrionário (CEA) ou, se ambos forem -, de CA125 (que pode ser + quando CA19- 9 é -, pelo fato de o pcte não ser secretor do antígeno Lewis). Esses marcadores não são úteis para estadiamento, porém podem ajudar para acompanhar evolução do CA de pâncreas. CONSIDERAÇÕES IMEDIATAS IMPORTANTES - Enquanto o pcte está sendo avaliado e subm. a estadiamento, é preciso estar atento para a ocorrência de obstrução do trato biliar (e risco associado de sepse a partir da árvore biliar). Pode- se inserir um stent (de plástico→ temporário, ou metal, → prolongada), de modo a aliviar a icterícia e o prurido. - Os pcts geralmente apresentam hipercoagulabilidade e, com freq., tromboflebite migratória (sinal de Trousseau), bem como TVP com embolia pulmonar (uma causa freq. de morte). - Controle da dor ou de qualquer sintoma: Uso de uma enzima pancreática de reposição podem aliviar a distensão, as cólicas e a diarreia apresentadas por esses pctes. # A participação precoce de uma equipe de cuidados paliativos pode melhorar a qualidade de vida e, às vezes, até o tempo de sobrevida. ESTADIAMENTO TX: TU ñ pode ser avaliado; T0: nenhuma evidência de TU 1º; Tis: Carcinoma in situ (neoplasias de alto grau). T1: ≤ 2cm no maior diâmetro • T1a: ≤ 0,5cm • T1b: >0,5cm e <1cm • T1c: entre 1 e 2cm T2: >2cm e ≤ 4cm T3: >4cm T4: envolve tronco celíaco, artéria mesentérica superior e/ou hepática, independe do tamanho. N0: sem linfonodo acometido; N1 (1-3linf); N2 (4 ou mais linf). M0 (sem metást); M1 (metástase àD – fígado, peritônio, pulmão). PROGNÓSTICO E TRATAMENTO Doença ressecável (10-20%): sem encarceramento do tronco celíaco/art mesentérica; veia mesentérica e porta prévias; ausência de doença extrapancreática. Sobrevida 18-23m. - TU na cabeça ou no processo uncinado do pâncreas → duodenopancreatectomia com preservação do piloro (procedimento modifi de Whipple). - TU no corpo ou cauda do pâncreas → pancreatectomia distal # Achados clínicos e patológicos da ressecção: R0 (ausência de doença macro/microscópica após cirurgia) ou como ressecção R1, que se refere à probabilidade de doença residual. Os pcts com tumores menores e linfonodos - apresentam uma melhor sobrevida (med 18 a 23m // 5 a de cerca de 20%). 2 abordagens estão sendo exploradas para tentar melhorar: - Terapia adjuvante pós-operatória → 6m de terapia com gencitabina + capecitabina. A sobrevida med no ensaio foi 28m - Uma abordagem mais experimental consiste em utilizar QT neoadjuvante para tentar reduzir o tamanho do TU e normalizar o nível sérico de CA19-9 do pcte. Doença localmente avançada (30%): sobrevida med (6-10m). Há encarceramento de artérias, oclusão venosa e ausência de doença extrapancreática. A abordagem tem sido reduzir o tamanho → RT+QT ou QT isolada, esperança de que a doença possa se tornar ressecável. Doença metastática avançada (60%): Apenas alguns dos numerosos ensaios clínicos randomizados: esquemas de QT combinada: gencitabina + erlotinibe; ác folínico + 5-FU + irinotecano + oxaplatina; nap-paclitaxel + gencitabina. # Estudos pré-clínicos sugeriram que a vit D pode inibir o desenv. e o cresc do CA. Estudo: pcts com níveis de vit D normal antes do dx apresentam uma sobrevida + longa do que aqueles com níveis reduzidos (35% menos risco de morte). Tumores Neuroendócrinos Pancreáticos TNEps funcionantes sintomas pelo excesso hormonal já TNEps não funcionantes (TNEp-NFs) são devidos ao próprio tumor. GASTRINOMA (SÍNDROME DE ZOLLINGER-ELLISON): TNE que secreta gastrina; → hipergastrinemia provoca hipersecreção de ácido gástrico (sínd. de Zollinger-Ellison). Sintomasiniciais + comuns: dor abdo (70-100%), diarreia (37- 73%) e DRGE (30-35%); // provoca doença ulcerosa péptica (DUP) → refratária e grave, e diarreia (crônica e inexplicável). # 20 a 25% dos pcts com SZE tem NEM 1, na maioria dos casos, ocorre hiperparatireoidismo antes do desenvolvimento da SZE. # 60 a 90% são malignos com metástase (linfonodo e fígado) Diagnóstico: determinação da gastrina em jejum em geral é o exame inicial. (IBP pode dar falso + → interromper 1 semana). Gastrina em jejum > 1.000 pg/mL (aumento de 10x), pH for ≤ 2,0, é diagnosticado após se excluir (síndrome do antro retido). Trat: med anti-secretores gástricos orais (IBPs (escolha); antagonistas do receptor H2 (mais dose, mais x). O trat de longo prazo com IBPs (> 15 anos) demonstrou ser seguro e efetivo, sem desenvolvimento de taquifilaxia. # defic de vitamina B12. INSULINOMA: acredita ser derivado das células B que secretam ectopicamente insulina. A idade média 40 a 50 anos. Sintomas (efeito da hipoglicemia no SNC): confusão, cefaleia, desorientação, dificuldades visuais, comportamento irracional, coma / lib. exce. catecolaminas sudorese, tremores e palpitação # Pequenos (> 90% têm < 2 cm) e únicos (90%); 5 a 15% são malignos, e quase invariavelmente ocorrem apenas no pâncreas Diagnóstico: nível plasmático elevado de insulina por ocasião da hipoglicemia. Exame + confiável é um jejum de até 72 hs (dosa: glicose, peptídeo C, proinsulina e insulina a cada 4-8 hs.) # glicemia ≤ 40 mg/dL; insulina ≥ 6 U/L; peptídeo C ≥ 200 pmol/L; Trat: 5-15% malignos → cirurgia (75-100% curados). Antes da cirurgia, a hipog. pode ser controlada com peq refeições freq e com o uso de diazóxido (150-800 mg/dia) → inibe lib insulina. GLUCAGONOMAS: secreta quant. excess. glucagon (45-70 a) Clínica: dermatite (eritema necrolítico migratório) (67-90%); intolerância à glicose (40-90%), perda de peso (66-96%), anemia (33-85%), diarreia (15-29%) e tromboembolismo (11-24%). # Exantema carac. em geral começa na forma de eritema anular (+ na virilha/ nádega), elevado → bolhas → ruptura → erosão. # Volumosos (5-10 cm). 50-80% na cauda do pâncreas. Cerca de 50- 82% disseminação metastática em geral para o fígado. OBS.: A doença de Mahvash pode causar hiperglucagonemia Diag: nível plasmático elevado de glucagon > 1.000 pg/mL (VR < 150 pg/mL) em 90% dos casos; TTO: 50-80% metástases → cirúrgica curativa não é possível. A cirurgia citorredutora em pctes com doença avançada. Os análogos da somatostatina de ação longa (octreotida/lanreotida), melhoram a erupção cutânea em 75% dos pctes... SÍNDROME DO SOMATOSTATINOMA: secreta quant. exces. de somatostatina, causando uma síndrome: DM, doença da vesícula biliar, diarreia e esteatorreia. A idade média 51 anos. # sínd. do somatostatinoma ocorre 30-90% dos somatostatinom. # Metástases hepáticas são comuns, obs em 69-84% dos pcts. DX: maioria foram encontrados acidentalmente, por ocasião de uma colecistectomia ou durante uma endoscopia. O dx dessa síndrome → níveis plasmáticos elevados de somatostatina. TTO: A cirurgia é a escolha para os que não apresentam metástases hepáticas disseminadas. Os sintomas de síndrome do somatostatinoma → aliviados pelo tto com octreotida VIPomas: secretam quant. exces. de VIP, provoca síndrome → diarreia de grande volume, hipopotassemia e desidratação. EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 – 6ª FASE # A idade média 49 anos // pode ocorrer em crianças, geralmente é causada por um ganglioneuroma ou ganglioneuroblastoma. Sintoma: diarreia de grande volume (100%) intensa o suficiente para causar hipopotassemia (80-100%), desidratação (83%), hipocloridria (54-76%) e rubor (20%). # TU solitários, 50-75% estão localizados na cauda do pâncreas, e 37 a 68% apresentam metástases hepáticas ao dx. DX: nível plasmático elevado de VIP e a presença de diarreia de grande volume → < 700 mL/dia para excluir o dx OBS.: níveis elevados de VIP não devem ser a única base para o dx, observados em alguns estados diarreicos, incluindo DII TTO: inicial + importante → corrigir a desidratação, a hipoK a e reposição hidroeletrolítica. A octreotida/lanreotida controla diarreia em curto/longo prazo em 75 a 100% dos pctes. TUMORES NEUROENDÓCRINOS PANCREÁTICOS NÃO FUNCIONANTES: se originam no pâncreas e que não secretam nenhum produto ou seus produtos não provocam síndrome clínica significativa. → cromogranina A (90-100%), cromogranina B (90-100%), α-hCG (40%), enolase neurônio-específica (31%) e β-hCG (20%). Como 40 a 90% secretam PP, eles também são frequentemente denominados PPomas. # sintomas são devidos à massa tumoral, assistência médica tardiamente TU invasivos e metástases hepáticas (64-92%); os tumores geralmente são volumosos (72% são > 5 cm). Os sintomas + comuns consistem em dor abdominal (30-80%), icterícia (20-35%) e perda de peso, fadiga ou sangramento TTO: cirurgia curativa só pode ser considerada em uma minoria (30 a 92%) → apresentam doença metastática difusa. TU malignos do fígado - O CA de fígado ocupa o 6º lugar entre os CA mais comuns em todo o mundo, é a segunda causa principal de morte por CA e uma das poucas neoplasias cuja incidência e taxa de mortalidade vêm apresentando aumento contínuo. Estimativa de chegar em 1 milhão de casos em 2030. - Carcinoma hepatocelular (85-90%); Colangiocarcinoma intra- hepático - CCAi (10%); Outras neoplasias <1%, como fibrolamelar, misto, hemangioma epitelioide. CARCINOMA HEPATOCELULAR - CHC - Representa 90% dos casos de CA fígado primário. Maiores taxas na Ásia e África Subsaariana por alta prevalência de infecção pelo vírus hepatite B. - Tem predomínio em homens, com incidência aumentando com idade, pico entre 65-70 anos. Em chineses e negros africanos (transmissão vertical do HBV), idade 40-50a. Fatores de risco: cirrose e lesão hepática associada (causada por inflamação e fibrose) de qlqr etiologia são responsáveis por 80% dos casos. - Pcte cirrótico é 1% da população, e 1/3 deles terá CHC durante sua vida. - Etiologia como: infecção crônica por HBV, HCV, abuso de álcool, síndrome metabólica por DM, obesidade, esteato- hepatite ñ alcoólica e hemocromatose (mutação linhagem germinativa do gene HFE1). - CHC menos comum na cirrose associada à deficiência de alfa1-antitripsina, hepatite autoimune, doença de Wilson e dist hepáticos colestático. Além disso, tabagismo e aflatoxiina B1 estão associados, este é um carcinógeno que pode gerar mutação P53. - Estudos mostram um polimorfismo que ativa EGFR, receptor de fator de crescimento epidérmico, associado ao CHC por HCV. Preditores do desenvolvimento de CA entre pcte cirrótico: gravidade da doença hepática (plaq <100.000), grau de rigidez hepática medida por elastografia transitória e assinatura gênica hepática. ?? PATOGÊNESE MOLECULAR - Múltiplas etapas envolvidas. Começa com nódulos cirróticos pré-cancerosos, nódulos displásicos de baixo grau, evoluem para nódulos displásicos de alto grau, que podem se transformar em CHC estágio inicial. - Hepatócitos adultos podem ser células de origem, se transformar diretamente em CHC ou sofrer desdiferenciação em céls precursoras dos hepatócitos. - TU que resulta de 35-40 alterações de genes, sendo que 4-8 são condutores de CA. - O CHC é o protótipo do CA associado à inflamação, em que o microambiente imune e o estresse oxidativo presente no fígado com lesão crônica desempenham um papel central na indução de mutações. - As mutações mais comuns são observadas nos genes promotores da transcriptase reversa da telomerase (TERT) que fica hiperexpressado (56%), TP53 que fica inativado (27%), CTNNB1 (26%), ARID2 (7%), ARID1A (6%) e AXIN1 (5%). Esses genes com mutação participam no controle do ciclo celular e da senescência – TERT ou TP53 –, na diferenciação celular (ativação da via Wnt/β-catenina) –CTNNB1 e AXIN-1 – e no remodelamento da cromatina – ARID2 e ARID1A. - Os genes que geralmente são mutados em outros tumores sólidos, como EGFR, HER2, PIK3CA, BRAF ou KRAS, raramente apresentam mutação no CHC (< 5%). - Duas subclasses moleculares de CHC, 50% dos pctes cada. Proliferativa: associada a etiologias relacionadas ao HBV, hiperexpressão de alfa-fetoproteína e mau prognóstico. Não proliferativa: mutação no CTNNB1 e melhor desfecho. MANIFESTAÇÃO CLÍNICA: mal-estar, perda de peso, anorexia, desconforto abdominal ou sinais associados à disfunção hepática avançada. DIAGNÓSTICO - Dx - Dx nos estágios iniciais ou intermediário no ocidente, avançado na maioria dos países asiáticos e africanos. - Sem vigilância, é descoberto o CA como achado radiológico ou consequência de sintomas relacionados ao CA. Qdo sintoma, CA avançado e expectativa de vida < 1 ano. - Começa com o achado de um nódulo hepático na US abdome As 4 fases da TC são: sem realce, arterial, venosa e tardia. - Características típicas do CHC consiste em captação vascular do nódulo com washout (lavagem) nas fases venosa portal e tardia. Isso captura a natureza hipervascular, característica do CHC. - Dx patológico é necessário em pcte sem cirrose e quando a radiologia não é típica em pelo menos 1 (TC ou RM). - Biópsia não é um padrão de referência ideal, por variação em amostra e possíveis complicações. Sensibilidade 70-90% para TU de todos os tamanhos, PORÉM, <50% para TU 1-2cm. - Alfa-fetoproteína é o principal marcador tumoral do CHC, >20 em pcte cirrótico já sugere CHC, >200 tem alta especificidade. Está aumentada também em metástases hepática, tumores de testículos ou ovários e gravidez. ESTADIAMENTO - O prognóstico da doença hepática crônica é geralmente determinado por meio do escore de Child-Pugh, que utiliza cinco medidas clínicas – bilirrubina total, nível sérico de albumina, tempo de protrombina, gravidade da ascite e grau da encefalopatia hepática – para classificar os pctes em três grupos (A-C) de taxas previstas de sobrevida. Em resumo, o grupo A reflete uma função hepática bem preservada, o grupo B, a presença de disfunção hepática moderada com expectativa de vida de 3 anos, e o grupo C, uma disfunção hepática grave, com expectativa de vida de cerca de 1 ano. TRATAMENTO - Cerca de 40% dos pctes são diagnosticados com doença nos estágios 0 e A e, portanto, são elegíveis para terapias potencialmente curativas: ressecção, transplante e ablação local. Não recomenda terapia adjuvante. - Pcte no estágio intermediário (B) com função hepática preservada beneficiam-se de quimioembolização arterial transcateter (TACE). Qdo pcte progride ou está no estágio avançado (C), beneficiam-se de terapias sistêmicas, como lenvatinibe, sorafenibe. - Para pctes com doença em estágio terminal (D), deve-se considerar o suporte nutricional e psicológico e o controle adequado da dor. - Ressecção cirúrgica: pcte ñ cirrótico em estágio inicial (0 ou A). No pcte cirrótico, ablação por RF. - O transplante de fígado é o tto de escolha para pctes cirróticos com tumor isolado ≤ 5 cm e hipertensão portal (incluindo Child- Pugh B e C) ou com pequenos tumores multinodulares (≤ 3 nódulos, cada um com ≤ 3 cm). PREVENÇÃO - Prevenção por meio da vacina contra HBV e tto da infecção por HBV e HCV. Vacina indicada para todos os RN e pessoas com fator de risco (profissionais da saúde, pessoas que viajam para lugares com a infecção prevalente, múltiplas parcerias sexuais, usuário de drogas injetáveis). - O impacto da vacinação infantil contra o HBV diminuiu a taxa de CHC relacionado com o HBV nos países endêmicos, como Taiwan. - Terapias antivirais a base de interferon podem impedir desenvolvimento de cirrose e ocorrência de CHC. TTO com Antivirais de ação direta para HCV levam a uma resposta viral sustentada de >90% após 12sem de TTO, incluindo se o pcte tem cirrose, porém, não há confirmação de que a terapia tenha efeito sobre a recidiva. Vigilância: pctes cirróticos, pcte com fibrose por HCV, infecção crônica por HBV asiático >40a, africano >20a ou HF de CHC. - Faz vigilância com US a cada 6m. Em casos de pcte obeso ou com esteatose hepática podem fazer TC ou RM. EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 – 6ª FASE CARCINOMA HEPATOCELULAR FIBROLAMELAR - CFL - Rara forma de CA hepático primário. Afeta crianças e adultos jovens (10-30a) sem doença hepática subjacente. - O CFL é considerado uma entidade singular, com presença de um oncogene de fusão específico PRKACA-DNAJB1 em 80 a 100% dos casos. - Tem melhor prognóstico do que CHC, provavelmente por não ter cirrose e apresentar-se em idade + jovem. - Ressecção cirúrgica é a base. Sobrevida de 70m após ressecção. < 20m se estágio avançado. QT ñ é efetiva e não há tto padrão. HEPATOBLASTOMA - HB - TU primário mais frequente em crianças. Raro ter doença hepática subjacente. - Sinalização wnt são importantes e mutações CTNNB1 é o evento molecular relatado com mais frequência. - Estratégia de tto é a ressecção, seguida de QT com doxorrubicina. - Melhor prognóstico em pctes estágios I e II, <3a, AFP > 1000 e ausência de metástases. Sobrevida de 90% em 5a. - Baixo nível de AFP indica pior prognóstico. Sobrevida de 20- 30% em 5 anos. Neoplasias malignas biliares COLANGIOCARCINOMA - Classificada de acordo com sua localização em intra-hepático (30%), peri-hilar (50%), distal (20%). Estes dois últimos são colangioma extra-hepático, onde ductos biliares de segunda ordem são ponto de separação. - Três subtipos de CCA diferem na localização anatômica, epidemiologia, fatores de risco, célula de origem, patogênese e tto. CCAi se origina de colangiócitos adultos, transdiferenciação de hepatócitos adultos e células progenitoras hepáticas. Fusões de FGFR2 e mutação IDH1/2. CCAe tem origem no epitélio biliar e glândulas peribiliares. Mostra amplificação de ERBB2, mutações na enzima editora do RNAm da apoliproteína B e fusão de PKA. EPIDEMIOLOGIA E FATORES DE RISCO: 2º CA de fígado mais comum após CHC, com sobrevida em 5a de 10%. Tio Google disse que esse é um CA de vias biliares e não de fígado. Fatores de risco: colangite esclerosante primária, cisto dos ductos biliares, hepatolitíase. Pcte com CEP anualmente deve fazer acompanhamento do CA 19-9 e exames de imagem. HBV e HCV tem sido associado com CCAi também. - Mutações no KRAS (15%), BRAF (5%), EGFR (3%), P53 (30%). KRAS e P53 mais comum no extra-hepático. DX/ESTAD. COLANGIOCARCINOMA INTRA-HEPÁTICO - Na maioria dos casos, o CCAi é diagnosticado em estágios avançados, quando já estão presentes sintomas como perda de peso, mal-estar, desconforto abdominal ou icterícia. - A TC dinâmica caracteriza 80% dos casos de CCAi como tumores hepáticos formando massa, com captação progressiva do meio de contraste da fase arterial para a fase venosa/tardia. - As imagens de RM dinâmica também revelam realce periférico na fase arterial, seguido de enchimento progressivo do tumor. Em 10% dos casos, ocorre comportamento radiológico atípico, com realce arterial, lembrando o CHC. - A colangiopancreatografia por RM (RM/CPRM) é útil para visualizar o sistema ductal e as estruturas vasculares. - US com Doppler pode definir presença de invasão vascular. - Marcador CA 19-9 é marcador de prognóstico, mas acurácia ñ é tão boa. ESTADIAMENTO: T1 são isolados, sem invasão vascular; T2 com múltiplos TU ou com invasão vascular; T3 invadem estruturas adjacentes; T4 inclui TU com qualquer infiltrante periductal: metástases de linfonodos regionais hilares, periduodenais e peripacreáticos são N1, disseminação àD é M1. - Ressecção cirúrgica é a única opção de tto curativo em 30-40% dos pctes, com sobrevida de 5a de 30%. Avaliação pré-op deve descartar invasão vascular, N1 e M1. - Nos indivíduos nãocirróticos, os melhores candidatos à ressecção são pctes em estágio TNM I ou II, ao passo que, nos pctes com cirrose, a função hepática deve ser avaliada. - Recomenda-se linfadenectomia regional, pelo valor prognóstico. - Preditores de recidiva e sobrevida: recidiva 50-60% em 3a. Maioria identificada no exame patológico, com presença de invasão vascular, metástase de linfonodo e pouca diferenciação. Não há terapia adjuvante. - Transplante de fígado é controverso, alguns estudos relataram ser bom para TU solitário menor e igual 2cm. - Pcte em estágio III tem baixa expectativa de vida, pode ser considerado neles as terapias locorregionais, como quimio ou radioembolização. Em estágio avançado (IV), QT sistêmica é a prática padrão DX/ESTAD. COLANGIOCARCINOMA EXTRA-HEPÁTICO - Colangiocarcinoma peri-hilar (CCAp) e distal (CCAd) - CCAp surge entre os ductos biliares de 2ª ordem até inserção do ducto cístico. CCAd surge a partir desse ponto até a Ampola de Vater, podendo ser difícil distinguir do CA de pâncreas em estágio inicial. - Há início agudo de icterícia indolor em 90% dos pctes com CCAp e 10% com colangite. - Colangite biliar primária com Ca 19-9 > 129 é suspeita para CCA. Avaliação de imagem começa por TC e RM, que detectam grau de comprometimento dos ductos biliares e invasão da veia hepática e da veia porta. - Colangiografia por RM define extensão da lesão dos ductos biliares. Descarta a possibilidade de colangiopatia por IgG4. - Num segundo passo, faz colangiografia retrógrada endoscópica com escovado para explorar citologia e hibridização por FISH para investigar polissomia. - DX é feito pela patologia. - Qdo estenose dominante com cito/biópsia +, obtém biópsia d linfonodo por US endoscópica. - O CCAp com linfonodos negativos é mais bem tratado por meio de cirurgia, ressecção ou transplante hepático, que constituem as únicas opções curativas. - A ressecção implica remoção do ducto hepático e ductos biliares, hepaticojejunostomia em Y de Roux com linfadenectomia regional. - CCAp isolado e não ressecável < 3 cm sem disseminação pode ser considerado para transplante de fígado, com quimiorradioterapia neoadjuvante. Sobrevida 70% em 5a. - Na presença de comprometimento dos linfonodos, pode-se considerar a quimioterapia sistêmica, juntamente com colocação de stent no trato biliar. - A ressecção cirúrgica (técnica de Whipple) é a principal opção para o tto do CCAd. Sobrevida 2a e 25% e 5a. CA DE VESÍCULA BILIAR - CA + comum do trato biliar no mundo todo. Mais em mulheres. - Colelitíase é o principal fator de risco, porém <1% dos pctes com o problema desenvolve esse CA. - Pólipos da vesícula biliar com risco de transformação são os que tem >10mm. Casos precoces descobertos incidentalmente na colecistectomia. - Sintomas clínicos como icterícia, dor e perda de peso estão associados com estágio avançado. - Estadiamento segue TNM. Técnica melhor para estadiamento e invasão vascular e do trato biliar é CPRM. TC e PET podem ser úteis para estágio pré-op. TTO cirúrgico: colecistectomia simples ou radical (hepatectomia parcial e dissecção de linfonodos regionais) para estágio I ou 22. - Apenas cerca de 20% dos pctes são candidatos à cirurgia com intenção curativa. As taxas de sobrevida em 5 anos aproximem- se de 80 a 90% para o estágio I e variam de 60 a 90% para o estágio II. - Fatores prognósticos: estado dos linfonodos regionais e profundidade de invasão do TU. - CA nos estágios III e IV não são ressecáveis e devem ser tratados com QT. Sobrevida 10-12meses. - Drenagem trans-hepática percutânea quando obstrução biliar. CARCINOMA DE PAPILA DE VATER - Medcurso - Caráter flutuante da icterícia, pela propensão de sofrer necrose, liberando passagem da bile, tendo episódios acompanhados de melena pela necrose com sangramento que é drenado para duodeno. Achado de vesícula palpável, distendida chama de vesícula de Courvoisier-Terrier. - 2/3 dos tumores na papila de vater são malignos (adenocarcinoma), apenas 1/3 benigno (mas ainda com chance de malignização). - Diagnóstico com endoscópio de visão lateral. - Estadiamento pré op com USG endoscópica (T) e TC (N e M). - Conduta envolve cirurgia de Whipple (pancreatoduodenectomia), 90% são ressecáveis.
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