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Introducao ao direito empresarial

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MÓDULO I – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
 COMERCIAL 
 Conceito de comércio 
 A palavra comércio tem tríplice significado: o significado comum, o econômico 
 e o jurídico. 
 No sentido comum, traduz o vocábulo certas relações entre as pessoas, como 
 o comércio de idéias, de simpatia, de amizade. 
 No sentido econômico, comércio é o emprego da atividade humana destinada 
 a colocar em circulação a riqueza produzida, facilitando as trocas e aproximando o 
 produtor do consumidor. Excluídos os dois extremos – produtor e consumidor -, 
 comerciais sob o prisma econômico, serão todos os atos com que se forma a 
 corrente circulatória das riquezas. 
 Explicado, assim, o conceito econômico de comércio, fácil seria sobre ele 
 construir o conceito jurídico, para então se obter a definição do Direito Comercial. 
 Ocorre, porém, que quando o Direito se preocupa com as atividades do comércio, 
 para tutelá-lo com regras jurídicas, amplia por demais o seu conceito. Daí o conceito 
 econômico não se ajustar nem coincidir com o seu conceito jurídico. 
 Realmente, existem atividades que, embora se enquadram no conceito 
 econômico do comércio, escapam ao seu conceito jurídico. Exemplo: empresa que 
 exerce mediação especulativa sobre imóveis. Inversamente, muitas atividades que 
 fogem ao conceito de comércio se integram no seu conceito jurídico. Exemplo: o 
 pecuarista, que explora sua propriedade sob a forma de uma S/A (Sociedade 
 Anônima). Embora não exercendo qualquer atividade de intermediação, 
 juridicamente é ela comercial por força de lei, já que, qualquer que seja o objeto, a 
 Sociedade Anônima é sempre mercantil e se rege pelas leis e usos do comércio. 
 Resumindo, embora os conceitos econômico e jurídico do comércio 
 apresentem pontos comuns (em regra são comerciais os atos de intermediação na 
 troca), possuem também campos próprios (a lei, atendendo a motivos de 
 conveniência e utilidade públicas, amplia enormemente o conceito jurídico de 
 comércio). 
 Procurou-se assim, formular um conceito jurídico de comércio , que 
 abarcasse toda a sua extensão. O mais satisfatório, segundo os doutos, é o do 
 ilustre comercialista italiano Vidari, para quem: 
 “ COMÉRCIO É O COMPLEXO DE ATOS DE INTROMISSÃO ENTRE O 
 PRODUTOR E O CONSUMIDOR, QUE, EXERCIDOS HABITUALMENTE E 
 COM FINS DE LUCRO, REALIZAM, PROMOVEM OU FACILITAM A 
 CIRCULAÇÃO DOS PRODUTOS DA NATUREZA E DA INDÚSTRIA, PARA 
 TORNAR MAIS FÁCIL E PRONTA A PROCURA E A OFERTA” (cf. Rubens 
 Requião, ob. Cit., p. 5; De Plácido e Silva, Noções Práticas de Direito 
 Comercial, Ed. Forense, RJ, 1965, p. 18; Gastão A. Macedo, Curso de 
 Direito Comercial, Ed. Freitas Bastos, Rio/SP, 1956, p. 9). 
 Portanto, três os elementos que caracterizam o comércio, em sua 
 acepção jurídica: mediação, fim lucrativo e habitualidade (prática habitual ou 
 profissional). 
 Direito comercial – comércio 
 Com o advento do novo Código Civil, de 2002, o comércio passou a 
 representar apenas uma das atividades reguladas por um Direito mais amplo, o 
 Direito Empresarial, que abrange o exercício profissional de atividade econômica 
 organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços (artigo 966, do CC). 
 Tudo, naturalmente, a partir da vigência do novo Código Civil, em 11/01/2003. 
 O novo Código Civil revogou toda a Primeira Parte do Código Comercial, 
 composta de 456 artigos. Com isso, o Código Comercial não mais regula as 
 atividades comerciais terrestres, restando apenas a sua Segunda Parte, referente as 
 atividades marítimas. 
 O direito empresarial , portanto, é o regime jurídico especial destinado a 
 regulação das atividades econômicas e dos seus agentes produtivos. Contempla as 
 regras aplicadas aos agentes econômicos, os empresários. 
 Natureza e características do direito comercial 
 Possui o comércio algumas características que o distinguem de outras 
 atividades: 
 ❖ Simplicidade – em regra, o comércio é menos formalista; 
 ❖ Cosmopolitismo – o comércio tem traços acentuadamente 
 internacionais; 
 ❖ Onerosidade – não existe, em regra, ato mercantil gratuito. 
 Texto de apoio: Mercosul em debate 
 (por Agnes Pinto Borges e Gabriel R. Kuznietz) 
 A livre circulação de pessoas entre diferentes países 
 Antecedentes 
 O Mercado Comum do Sul - Mercosul foi criado pelo Tratado de Assunção, seguido pela 
 assinatura do Protocolo de Ouro Preto, que completou a estrutura institucional do bloco. 
 Desde sua criação, o Mercosul teve como objetivo a constituição de um mercado 
 comum, que é uma das etapas mais avançadas de um processo de integração, antecedido 
 apenas pela zona de livre comércio e pela união aduaneira. Hoje, o Mercosul é uma união 
 aduaneira imperfeita, visto que a TEC - Tarifa Externa Comum -, característica essencial de uma 
 união aduaneira, possui uma extensa lista de exceções. 
 Contudo, no mês de dezembro de 2002 o Mercosul deu um importante passo para a 
 constituição do mercado comum, qual seja a assinatura de um acordo sobre a livre circulação de 
 pessoas. Vale lembrar que a constituição de um mercado comum pressupõe a existência de 
 quatro liberdades: (i) livre circulação de pessoas (assalariadas ou não); (ii) livre circulação de 
 capital; (iii) livre circulação de mercadorias, e (iv) livre circulação de serviços. 
 O Acordo sobre Residência para Nacionais dos Estados Partes do Mercosul ("Acordo 
 sobre Residência"), celebrado no dia 6 de dezembro de 2002 na cidade de Brasília juntamente 
 com os países associados Bolívia e Chile, sem dúvida nenhuma marca o início de uma nova 
 etapa na história da integração dos Estados Membros do Mercosul. Podemos dizer que este foi 
 o acontecimento mais significativo no domínio da livre circulação de pessoas e da consolidação 
 do mercado comum ocorrido até hoje. 
 A livre circulação atingirá as pessoas físicas e jurídicas de maneira igualitária, podendo 
 cada uma delas entrar e se estabelecer da maneira que lhe aprouver em qualquer dos Estados 
 Membros, exercendo qualquer atividade econômica. 
 Os procedimentos e tarefas para colocar em prática a liberdade de circulação de 
 pessoas e, conseqüentemente, a liberdade de estabelecimento no âmbito do Mercosul 
 certamente não é fácil, em virtude do conflito de interesses e da ausência de uma legislação 
 uniforme entre os Estados Membros. 
 Porém, esta tampouco é uma tarefa impossível. 
 Os Estados Membros precisarão implementar um programa geral de liberação das 
 atividades comerciais de maneira a atingir as principais atividades existentes dentro do 
 Mercosul. Para tanto, será necessária uma aproximação das legislações vigentes nos Estados 
 Membros, e será importante avançar em diferentes matérias, tais como, (i) reconhecimentos de 
 diplomas, certificados e outros títulos, a fim de permitir a livre circulação dos profissionais dentro 
 dos Estados Membros do Mercosul, e (ii) harmonização dos sistemas de seguridade social e de 
 saúde. 
 A experiência europeia 
 Tomemos como exemplo a experiência da União Europeia, onde não se admite a 
 existência de fronteiras internas ou de obstáculos à liberdade de circulação das pessoas. O 
 próprio Tratadode Roma veda o tratamento discriminatório entre nacionais dos Estados 
 Membros baseado na nacionalidade. 
 Fazendo um breve resumo da evolução da livre circulação de pessoas no âmbito da 
 União Europeia, vimos que o conceito de liberdade de circulação de pessoas primeiramente foi 
 tratado como liberdade de circulação de sujeitos econômicos, quer como trabalhadores 
 assalariados, quer como prestadores de serviços. O Tratado de Roma 1 , em seu artigo 48, já 
 falava da liberdade de circulação de trabalhadores. Aliás, o direito dos trabalhadores de circular 
 livremente para trabalhar ou para encontrar trabalho em outro Estado Membro foi também 
 disciplinado por Regulamento e Diretiva já em 1968 2 . 
 Com o passar do tempo, o Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias começou a 
 ampliar a interpretação do conceito de trabalhador na Europa. Em meados da década de 80, 
 com o Ato Único 3 e devido ao objetivo de completar o Mercado Único Europeu 4 , ficou óbvio que 
 o controle nas barreiras entre Estados Membros da Europa deveria ser removidas. Já em 1990, 
 a União Europeia adotou três Diretivas muito importantes no que diz respeito à livre circulação 
 de pessoas; contemplando a situação dos estudantes, aposentados e de nacionais não 
 protegidos por outras disposições. 
 4 Também conhecido por mercado interno, entende-se por mercado único europeu a totalidade da 
 atividade econômica e comercial existente dentro dos Estados Membros. 
 3 Tratado este celebrado em 1986 e em vigor desde Julho de 1997, foi a primeira revisão substancial 
 dos Tratados originais, a saber: Tratado de Paris (1951); Tratado de Roma (1957) e Tratado 
 EURATOM (1957). 
 2 Regulamento 1612/68 e Diretiva 68/360/CEE. Regulamentos e Diretivas são tipos de instrumentos legais 
 estabelecidos pelo Tratado de Roma para disciplinar a Comunidade Européia. A diferença essencial entre 
 Regulamento e Diretiva é que esta deverá ser transposta na legislação nacional de cada Estado Membro antes 
 de entrar em vigor, enquanto o Regulamento é diretamente aplicável aos Estados Membros. 
 1 Celebrado em 1957 pelos seis Estados Membros iniciais (França, Alemanha, Itália, Bélgica, Holanda e 
 Luxemburgo), instituiu a Comunidade Econômica Européia, posteriormente denominada de Comunidade 
 Européia 
 Assim, um cidadão da União Europeia pode residir em qualquer Estado Membro, desde 
 que coberto por um seguro de saúde e que tenha recursos suficientes para viver naquele país. 
 Aliás, a "cidadania europeia" foi outro passo à consolidação da livre circulação de pessoas, 
 tendo sido criada em 1992 pelo Tratado de Maastrich. Um cidadão alemão ou francês, por 
 exemplo, passou a ser visto, assim, como um "cidadão europeu", gozando de todas as 
 prerrogativas inerentes a tal condição. 
 Em suma, é garantido ao cidadão da União Europeia a mobilidade geográfica e 
 profissional no âmbito de seus Estados Membros. 
 Com a assinatura do Tratado de Amsterdam em 1997, o Acordo de Schengen 5 foi 
 incorporado à legislação comunitária. Pela assinatura deste Acordo, as fronteiras internas e os 
 controles para todas as pessoas foram sendo paulatinamente suprimidas e acompanhadas por 
 medidas que visaram reforçar os controles nas fronteiras externas. Isto compreendia uma 
 política comum de vistos, a possibilidade de examinar os pedidos de asilo, a cooperação policial 
 e judicial e o intercâmbio de informações. Essencialmente, para o seu funcionamento eficaz, foi 
 criado um Sistema de Informação Schengen ("SIS") que fornece informações sobre a entrada de 
 cidadãos de terceiros países, a emissão de vistos e a cooperação policial, instrumento este 
 reservado às polícias e autoridades responsáveis pelos controles nas fronteiras externas. 
 No âmbito da União Europeia, os direitos inerentes à livre circulação de pessoas estão 
 sujeitos apenas às limitações justificadas por razões de segurança, ordem e saúde pública. Em 
 regra, não há necessidade de pedido de visto, residência ou de qualquer formalidade deste tipo. 
 O simples fato de uma pessoa ser nacional de um Estado Membro confere a ela o direito à 
 mobilidade geográfica e profissional dentro da União Europeia. 
 Conclusão 
 Como se pode ver através da experiência europeia, no âmbito do Mercosul há muito o 
 que ser feito no que se relaciona à livre circulação de pessoas, mas o Acordo sobre Residência 
 de dezembro de 2002 pode e deve ser o início da efetivação de um dos objetivos do bloco: a 
 constituição de um mercado comum. 
 Para entrar em vigor, o Acordo sobre Residência ainda necessita ser ratificado ainda 
 pelos Congressos de alguns dos Estados Membros. Uma vez em vigor, os Estados Membros 
 deverão concentrar seu trabalho em criar os alicerces legais necessários para assegurar a livre 
 circulação de pessoas entre os diferentes países do Mercosul. 
 Lembremos que até agora o Mercosul vem sendo apenas uma integração econômica, o 
 que acaba por afastar o cidadão do processo integracionista. Quando os cidadãos dos Estados 
 Membros do Mercosul puderem sentir de perto os efeitos reais da integração regional em sua 
 vida diária, os cidadãos certamente terão uma visão diferente do Mercosul, que desta forma 
 ganhará o apoio de cada um de nós 
 5 Celebrado em 14 de junho de 1985. Atualmente fazem parte deste Acordo França, Alemanha, 
 Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Portugal, Espanha, Áustria, Grécia, Itália, Dinamarca, Finlândia, 
 Suécia, Islândia e Noruega. 
 Fonte: Revista Consultor Jurídico, 21 de março de 2003. 
 QUESTÃO : Como o avanço de mercados comuns, como o MERCOSUL e a UNIÃO EUROPEIA, 
 favorecem o desenvolvimento do comércio? Para responder, utilize o conceito jurídico de comércio e, 
 também, a evolução histórica do comércio.

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