Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Primeira Consulta do RN e Amamentação 1 Primeira Consulta do RN 2 Deve ser realizada na primeira semana de vida, idealmente entre o 3º e 5º dias Unidade de Atenção Primária à Saúde (APS), podendo ser realizada durante a visita domiciliar Em todas as consultas é necessário a utilização da Caderneta da Criança Primeira Consulta do RN e Amamentação 3 Primeira consulta do recém-nascido (RN) 3 Avaliar principalmente as condições do nascimento da criança (tipo de parto, local, peso ao nascer, idade gestacional, índice de Apgar, intercorrências clínicas na gestação, no parto, no período neonatal e tratamentos realizados) Primeira Consulta do RN e Amamentação 4 Anamnese 4 Alguns aspectos importantes aproximam a relação do profissional da saúde com a família: Chamar as pessoas pelos seus nomes Valorizar as preocupações da família - aceitar o que a família sente Dar informações claras e sucintas, não utilizando jargões técnicos Criar uma parceria efetiva com a família (reconhecendo capacidades, elogiando e dividindo as tarefas com os pais e outros membros da família) Primeira Consulta do RN e Amamentação 5 Anamnese 5 Alguns aspectos importantes aproximam a relação do profissional da saúde com a família: Aprimorar o uso de momentos próprios para ações educativas Personalizar a orientação preventiva (utilizando perguntas diretas e sugestões com foco nas condições reais da família) Respeitar as práticas e saberes tradicionais da família Primeira Consulta do RN e Amamentação 6 Anamnese 6 “Perguntas gatilho": “Que preocupações você gostaria de me contar hoje?” “Como você e sua família estão com o nascimento do seu filho?” "Como você está alimentando o seu bebê?" "Alguém em sua casa faz uso de cigarros, bebidas alcoólicas ou alguma droga ilícita?" Primeira Consulta do RN e Amamentação 7 Anamnese 7 Achados do exame clínico devem ser descritos na Caderneta da Criança e compartilhados com os pais/cuidadores Importância da lavagem das mãos e dos antebraços antes de manusear o RN, além da higienização de qualquer instrumento que entre em contato com a criança. Atento ao controle térmico, cuidando para que o ambiente, as mãos e os instrumentos estejam em temperatura adequada Primeira Consulta do RN e Amamentação 8 Exame físico 8 Primeira Consulta do RN e Amamentação 9 Tópicos do Exame Físico Ações específicas Peso, comprimento e perímetro cefálico Avalie o peso, o comprimento e o perímetro cefálico. Consideram-se normais tanto uma perda de peso de até 10% ao nascer quanto a sua recuperação entre o 10º e o 15º dia de vida O perímetro cefálico com medidas acima ou abaixo de dois desvios-padrão (< -2 ou > +2 escores “z”) pode estar relacionado a doenças neurológicas, como microcefalia (de causa genética ou ambiental) ou macrocefalia (por hidrocefalia), necessitando uma melhor avaliação neurológica e de desenvolvimento, para, se necessário, encaminhamento para atenção especializada Desenvolvimento social e psicoafetivo Observe o relacionamento da mãe/cuidador e dos familiares com o recém-nascido: como respondem às suas manifestações, como interagem e o estimulam Estado geral Postura normal: As extremidades fletidas, as mãos fechadas e o rosto, geralmente, dirigido a um dos lados Padrão respiratório: Os sons emitidos e a presença de anormalidades, como batimentos de asas do nariz, tiragem intercostal e subcostal Estado de vigília: O estado de alerta, o sono leve ou profundo e o choro e sua intensidade Sinais de desidratação e/ou hipoglicemia: Pouca diurese (pelo número de fraldas trocadas por dia, observando-se a condição socioeconômica da família - o neonato bem hidratado deve urinar pelo menos 6 vezes ao dia), má ingestão (a criança não consegue mamar ou vomita tudo o que mama), hipoatividade e letargia A temperatura axilar normal situa-se entre 36,4°C e 37,5°C. Lembre que a febre é um sintoma importante de baixa ingesta Face Pesquise alguma assimetria, malformação, deformidade ou aparência sindrômica. Exame físico 9 Primeira Consulta do RN e Amamentação 10 Exame físico Ganho de peso no primeiro ano de vida em gramas por dia 1º trimestre 20 a 30g/dia 2º trimestre 15 a 20g/dia 3º trimestre 10 a 15g/dia 4º trimestre 05 a 10g/dia Tempo de Vida Ganho Estatural 1º mês 4 cm 2º ao 3º mês 3 cm 4º ao 9º mês 2 cm 10º ao 18º mês 1 cm 10º ao 24º mês 0,7 cm/mês Idade Ganho de PC Nos primeiros 3 meses 2 cm/mês Do 4º. ao 6º. mês de vida 1 cm/mês Do 6º.ao 12º. mês de vida 0,5 cm/mês No 2º. ano de vida 0,3 cm/mês 10 Primeira Consulta do RN e Amamentação 11 Pele A presença de alguns achados comuns como presença de milium, lanugo, vérnix e mancha mongólica não têm repercussão clínica. Observe a presença de: Edema: Generalizado - sugere doença hemolítica perinatal, uso de coloides ou cristaloides em excesso, insuficiência cardíaca, sepse; localizado - sugere trauma de parto Palidez: Sangramento, anemia, vasoconstrição periférica ou sinal de arlequim Cianose: Generalizada - sugere doenças cardiorrespiratórias graves; localizada nas extremidades ou na região perioral - pode sugerir hipotermia Icterícia: Atenção se tenha iniciado nas primeiras 24 horas ou depois do 7° dia de vida, tenha duração maior do que uma semana no RN a termo, duração maior do que duas semanas no pré-termo ou se espalha pelo corpo estendendo-se às pernas e aos braços Presença de assaduras, miliária, pústulas (impetigo), exantemas, vesículas, hemangiomas e bolhas Se eritema tóxico, esclareça à família sobre sua benignidade Crânio Examine as fontanelas: Fontanela anterior (magna ou bregmática): Mede de 1 cm a 4 cm, tem forma losangular, fecha-se entre 9° e o 18° mês e isso não deve acontecer antes desse período Fontanela posterior (lambdoide): Mede cerca de 0,5 cm, tem forma triangular e fecha-se até o segundo mês As fontanelas não devem estar túrgidas, abauladas ou deprimidas Observe presença de: Bossa: Representa edema das partes moles na área da apresentação, não respeita o limite dos ossos do crânio, é depressível e regride nos primeiros dias pós-parto Céfalo-hematomas: Mais delimitados do que a bossa e que involuem mais lentamente, desaparecem espontaneamente Exame físico 11 Problemas comuns na pele do RN Acne neonatal Eritema tóxico neonatal Miliária Primeira Consulta do RN e Amamentação 12 12 Primeira Consulta do RN e Amamentação 13 Exame físico Olhos Reflexo fotomotor: Projeta-se um feixe de luz em posição ligeiramente lateral a um olho. A pupila deve se contrair rapidamente. O teste deve ser repetido no outro olho, devendo ser comparado com o contralateral Teste do reflexo vermelho ou Bruckner test: O TRV é realizado com o oftalmoscópio direto. Durante o teste, a sala escurecida facilita a observação dos reflexos, não havendo a necessidade de dilatação das pupilas. O oftalmoscópio, com a lente do aparelho ajustada no “0”,deve ser posicionado a uma distância de 50 cm a um metro dos olhos do recém-nascido (cerca de um braço esticado). Em seguida, localizam-se os olhos da criança através do orifício do equipamento e iluminam-se suas pupilas. Observa-se então, o reflexo vermelho em cada uma delas, avaliando-se sua presença ou ausência e na presença, comparar a intensidade e simetria entre os olhos. No resultado do TRV consideram-se três respostas possíveis: reflexo presente, ausente, ou duvidoso, este último quando há assimetria evidente ou suspeita do reflexo alterado. Se o reflexo for ausente em um ou ambos os olhos ou duvidoso a criança deverá ser encaminhada ao oftalmologista, pois poderá ter problemas como: catarata congênita, retinoblastoma ou retinopatia da prematuridade (GRAZIANO, 2002). É importante lembrar que todos os prematuros com 32 semanas ou menos e/ou menores de 1500g devem ser avaliados com dilatação de pupila por oftalmologista na 6ª semana de vida e acompanhados de acordo com o quadro clínico, pois o teste do reflexo vermelho detecta retinopatia da prematuridade apenas de grau 5, já com descolamento de retina e prognóstico reservado. Oteste do reflexo vermelho, deve ser realizado na primeira consulta do recém-nascido na APS e repetido aos 4, 6 e 12 meses e na consulta dos 2 anos de idade 13 Primeira Consulta do RN e Amamentação 14 Exame físico Olhos Conjuntivites: as pálpebras podem estar edemaciadas (tanto pela passagem do canal de parto, quanto pela reação ao nitrato de prata a 1%) e a regressão é espontânea em 24h a 48h. A presença de secreção purulenta evidencia uma conjuntivite e, principalmente no RN, é importante descartar a infecção por gonococo, clamídia e herpesvírus (SOCIEDADE..., 2006). A conduta correta é sempre coletar a secreção e solicitar exame bacteriológico e bacterioscópico. A coleta pode ser feita do fundo de saco, com espátula para swab, e encaminhada ao laboratório de microbiologia em meio de cultura. Após a coleta, deve-se iniciar imediatamente o tratamento com colírio (tobramicina ou ofloxacina) e, após o resultado, deve-se tratar o agravo de acordo com o agente etiológico. O grande risco é a conjuntivite por gonococo, pois a bactéria pode penetrar na córnea intacta e causar perfuração ocular em 24h. Estrabismo (ou esotropia) e nistagmo lateral são comuns nesta fase, devendo ser reavaliados posteriormente. Os recém-nascidos podem apresentar eventualmente algum tipo de desvio ocular, pois a visão binocular só estará bem desenvolvida entre 3 e 7 meses. Raramente o estrabismo congênito tem seu diagnóstico feito antes dos 6 meses de vida (GRAZIANO, 2002). A idade ideal para o encaminhamento é a partir dos 4 meses. 14 Primeira Consulta do RN e Amamentação 15 Exame físico Orelhas e audição Observe se o RN responde piscando os olhos à emissão de um ruído próximo ao ouvido (reflexo cócleo-palpebral). Independentemente do resultado, é obrigatório o rastreamento da deficiência auditiva por meio de medidas fisiológicas da audição. Oriente a família para a realização da triagem auditiva neonatal universal (Tanu) ou “teste da orelhinha”, o qual é realizado idealmente ainda na maternidade Observe também a implantação, o tamanho e a simetria das orelhas. Nariz Avalie a forma e a possível presença de secreção (sífilis). Boca Alterações morfológicas podem representar dificuldade para a pega durante a amamentação, o que exigirá suporte e acompanhamento adequados Observe: A formação do palato, se normal ou em ogiva, e sua integridade. A Fenda palatina pode ocorrer de forma isolada ou associada a lábio leporino O tamanho e a mobilidade da língua: Macroglossia sugere hipotireoidismo ou síndrome de Beckwith-Wiedemann (macroglossia, gigantismo, onfalocele e hipoglicemia grave) A úvula, o freio lingual (teste da linguinha) e a coloração dos lábios. Para mais informações acesse a Nota Técnica nº 11/2021-COCAM/CG CIVIL/DAPES/SAS/MS Avaliar a presença de dentes neonatais 15 Primeira Consulta do RN e Amamentação 16 Exame físico 16 Primeira Consulta do RN e Amamentação 17 Exame físico Pescoço Avalie a assimetria facial e a posição viciosa da cabeça. O torcicolo congênito tem resolução espontânea em 90% dos casos. No entanto, nos casos mais persistentes, pode ser necessária fisioterapia ou correção cirúrgica (protelada até os três anos de idade) A presença de pele redundante na nuca pode estar associada à síndrome de Down, e na parte lateral (o chamado pescoço alado) à síndrome de Turner Apalpe a parte mediana do pescoço a fim de se detectar o crescimento anormal da tireóide (bócio) e a presença de fístulas, cistos e restos de arcos branquiais Tórax Avalie a assimetria: Pode estar associada à malformação cardíaca, pulmonares, de coluna ou arcabouço costal Apalpe as clavículas: Fraturas podem acarretar diminuição ou ausência de movimentos do braço. A fratura de clavícula é manejada prendendo-se o braço ao tórax, para proporcionar conforto ao bebê. Tem caráter benigno e ocorre formação de calo ósseo em 2 a 3 semanas Oriente a família para a involução espontânea de mamas quando ingurgitadas ou com presença de secreção leitosa (passagem de hormônios maternos) e que não se deve espremer a mama ingurgitada do RN, devido ao risco de contaminação e desenvolvimento de mastite, que é uma condição grave Aparelho respiratório: Na frequência respiratória média é de 40 a 60 incursões por minuto (contada em 1 minuto). Frequência acima de 60 caracteriza a taquipneia, que deve ser investigada. Presença de tiragem intercostal supra e infraesternal é anormal, mesmo em RN prematuros A palpação, percussão e ausculta devem ser feitas em toda a área de extensão do parênquima pulmonar. A percussão deve revelar o som claro pulmonar característico, exceto na área de projeção do fígado, onde o som pode ser submaciço ou maciço Conte a frequência cardíaca: Varia, em média, de 120 a 140 bpm. RN em repouso com frequência cardíaca acima de 160 bpm (taquicardia) devem ser mais bem avaliados Na ausculta cardíaca, observe o ritmo e a presença de sopros Observe se há presença de cianose, abaulamento precordial, turgência jugular, ictus cordis Verifique os pulsos: Amplitude e simetria 17 Primeira Consulta do RN e Amamentação 18 Exame físico Abdome Observe a respiração, que é basicamente abdominal no recém-nascido Inspeção: A presença de abdome globoso, distendido, com ondas peristálticas visíveis sugere obstrução (habitualmente não se visualizam ondas peristálticas), se escavado pode indicar hérnia diafragmática Presença de hérnias inguinal e umbilical: Os casos de hérnia inguinal têm indicação cirúrgica imediata, devido ao risco de encarceramento ou estrangulamento. Já os casos de hérnia umbilical, se persistente até 5 anos de idade, ou o defeito fascial for maior do que 1,5 a 2 cm, após 2 anos de idade, e não houver redução após um 1 ano ou mais de acompanhamento na APS Avalie a presença de diástase dos retos abdominais e agenesia da musculatura abdominal Verifique a presença de granuloma umbilical que pode ocorrer após a queda do coto e é tratado com nitrato de prata. Se a região umbilical estiver vermelha, edemaciada e com secreção fétida, o achado pode indicar onfalite, infecção de alto risco, e a criança deve ser encaminhada para a emergência Palpação: A presença de massas abdominais sugere alguma enfermidade. A massa pode ser decorrente de distensão da bexiga (bexigoma) causada por simples retenção urinária ou por uma real obstrução de saída da urina por um fecalito de cólon ou por alguma condição mais complexa como cistos ovarianos, cistos mesentéricos, neuroblastoma, tumor de Wilms, entre outras. Deve-se então descrever a localização, forma, tamanho, mobilidade, consistência e eventuais irregularidades de superfície 18 Primeira Consulta do RN e Amamentação 19 Exame físico Aparelho geniturinário Avaliação do RN do sexo masculino: Apalpe a bolsa escrotal para identificar a presença dos testículos. Testículos não palpáveis na bolsa escrotal na primeira consulta do RN são um achado comum, especialmente em pré-termos. Na maioria das vezes, os testículos “descem” para a bolsa escrotal até os 3 meses de vida, se não ocorrer a descida do testículo até os 6 meses, encaminhar para avaliação cirúrgica pediátrica. A não palpação dos testículos na bolsa pode significar criptorquidia. Quando a criptorquidia é bilateral e os testículos não são palpáveis nem na bolsa escrotal nem no canal inguinal, deve-se suspeitar de genitália ambígua O acúmulo de líquido peritoneal ao redor do testículo caracteriza hidrocele, que em geral tem regressão lenta, com resolução espontânea até os 2 anos de idade da criança A fimose é um achado habitual ao nascimento e é considerada fisiológica. Observar a localização do meato urinário para excluir hipospádia ou epispádia que, geralmente, é observada quando já existe exposição espontânea da glande Avaliação do RN do sexo feminino: Na genitália feminina, os pequenos lábios e o clitóris estão mais proeminentes em RN. Deve-se observar a perfuração himenal por onde é comum a saída de secreção esbranquiçada ou translúcida em consequência da ação do estrógeno materno, e que costuma desaparecer ao final da primeirasemana de vida. No segundo ou terceiro dia pode ocorrer discreto sangramento vaginal Ânus e reto Verifique a permeabilidade anal, bem como a posição do orifício e a presença de fissuras. 19 Primeira Consulta do RN e Amamentação 20 Primeira Consulta do RN e Amamentação 21 Exame físico Sistema osteoarticular Deve-se avaliar cuidadosamente a presença de deformidades ósseas, inadequações de mobilidade e dor à palpação de todos os ossos e articulações do RN Membros superiores e inferiores: Avalie sua resistência à extensão, a flexão, a possibilidade de flacidez excessiva e a presença de paralisia. Identifique a presença de pé torto, que pode ser desde posicional (corrigido espontaneamente ou com imobilização) até um pé torto congênito grave, associado a outras anormalidades congênitas. O exame da flexibilidade do pé ajuda na diferenciação, já que na forma grave não se consegue mobilizar o pé para sua posição anatômica Realize rastreamento de displasia evolutiva do quadril através das manobras de Barlow (provocativa do deslocamento) e Ortolani (sua redução - a manobra de Ortolani faz com que a cabeça do fêmur se encaixe no fundo do acetábulo; esse deslocamento é percebido nas mãos como um “click” - Ortolani positivo) nas primeiras consultas (15 dias, 30 dias e 2 meses), testando um membro de cada vez Observe se há má formação do hálux, que ocorre na Fibrodisplasia Ossificante Progressiva 21 Primeira Consulta do RN e Amamentação 22 Exame físico Coluna vertebral Examine toda a coluna percorrendo a linha média, em especial a área lombo-sacra para afastar espinha bífida, especialmente na ocorrência de tufos de cabelo nesta região Avaliação neurológica Reflexos: sucção, busca, preensão, marcha, fuga à asfixia, cutâneo-plantar, apoio plantar, moro (assimetria ou ausência do reflexo pode indicar lesões nervosas, musculares ou ósseas, que devem ser avaliadas). Magnus-De-Kleijn (do esgrimista), reflexo dos olhos de boneca, que é desencadeado quando se promove a rotação lateral da cabeça do RN. O tônus normal é de semiflexão generalizada e lateralização da cabeça até o final do primeiro mês Observe a presença de movimentos normais e espontâneos de flexão/extensão dos membros Fonte: Adaptado de Cadernos de Atenção Básica: Saúde criança: crescimento desenvolvimento. Brasília: Ministério da Saúde, 2012; “Quando crianças com hérnia umbilical devem ser tratadas cirurgicamente?”. Porto Alegre: TelessaúdeRS-UFRGS, 2020. https://linhasdecuidado.saude.gov.br/portal/puericultura/unidade-de-atencao-primaria/recem-nascido/#pills-exame-clinico 22 Triagens Neonatais Teste do coraçãozinho: Capaz de diagnosticar precocemente cardiopatias congênitas graves. É importante que seja feito entre 24 e 48 horas e até o segundo dia de vida. Confira se foi realizado na maternidade e, se positivo, que o paciente tenha sido encaminhado para atenção especializada. A saturação periférica normal deverá ser igual ou maior a 95% em ambas as medidas e a diferença menor que 3% entre elas. Se isso não acontecer, o teste deve ser repetido em uma hora. Primeira Consulta do RN e Amamentação 23 Triagens Neonatais Teste do pezinho: Triagem de fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, fibrose cística, doenças falciformes e outras hemoglobinopatias, deficiência de biotinidase e hiperplasia adrenal congênita. É recomendado que a coleta seja realizada preferencialmente na alta da maternidade ou entre o 3º e o 5º dia de vida do lactente No DF é realizado o teste do pezinho ampliado – 30 doenças Primeira Consulta do RN e Amamentação 24 Triagens Neonatais Teste da orelhinha: Para que se possa detectar, ainda no primeiro mês de vida, uma possível perda auditiva. O exame deve ser realizado nos primeiros dias de vida (24h a 48h), antes da alta da maternidade, ou durante o primeiro mês de vida. As equipes da Atenção Primária à Saúde devem monitorar se a criança realizou a testagem na maternidade. Em caso de não ter realizado ou de ter falhado no teste, a criança deve ser encaminhada para os serviços especializados para realização dos exames necessários. Primeira Consulta do RN e Amamentação 25 Triagens Neonatais Teste do olhinho: Na ausência do teste na maternidade, o profissional de saúde na APS deverá realizar o teste, desde que capacitado, preferencialmente na primeira consulta e repetir no 4º, 6º e 12º mês de nascimento e na consulta dos 2 anos de idade. Primeira Consulta do RN e Amamentação 26 Primeira Consulta do RN e Amamentação 27 Orientações importantes que devem ser fornecidas aos pais/cuidadores Higienização de mãos Por todas as pessoas que têm contato com a criança em todas as consultas de puericultura, com o objetivo de evitar a propagação de microrganismos causadores de doenças respiratórias Uso de tabaco e semelhantes Orientar a família sobre o uso de cigarros dentro de casa Coto umbilical Manter limpo e seco. Orientar os pais/cuidadores que a limpeza deve ser realizada com álcool 70% (não utilizar outros produtos para cicatrização do coto umbilical), restrita ao coto, protegendo a pele do abdome ao aplicar A sua queda deverá ocorrer nas primeiras duas semanas Prevenção de assaduras Troca de fraldas frequentes, secar bem a criança após o banho, não utilizar talcos e evitar a utilização frequente de lenços umedecidos (preferir algodão com água morna) Posição supina (de “barriga para cima”) para dormir Protege contra a morte súbita do lactente 27 Primeira Consulta do RN e Amamentação 28 Orientações importantes que devem ser fornecidas aos pais/cuidadores Sono O coleito (quando o bebê é colocado para dormir na cama dos pais) deve ser desaconselhado. Caso se pratique, alertar para os casos em que certos comportamentos dos pais (ingerir bebida alcoólica, o uso de drogas ilícitas ou cigarros, utilização de medicação que age no sistema nervoso central) podem acarretar maior risco de morte súbita do lactente, além de lesões não intencionais: Cair da cama, ser prensado ou sufocado. Também por segurança, os pais devem ser instruídos a não dormir com a criança em sofás ou poltronas Choro excessivo Os seguintes aspectos devem ser avaliados: Estado geral da criança, momento de início, duração, e alteração do padrão do choro, tensão no ambiente, hábitos de alimentação, diurese, evacuação, dieta da mãe (se estiver amamentando), regurgitações excessivas ou vômitos (refluxo gastroesofágico), história familiar de alergias, reação dos pais ao choro e fatores que o aliviam ou o agravam 28 Primeira Consulta do RN e Amamentação 29 Orientações importantes que devem ser fornecidas aos pais/cuidadores Uso de chupetas (“bicos”) e protetores de mamilos Deve ser desaconselhado pela possibilidade de interferir na prática e duração do aleitamento materno, assim como trazer prejuízo à saúde bucal da criança. O mesmo deve ser orientado quanto ao uso de protetores de mamilos Mãe/pai adolescente Incentivar a formação de vínculos afetivos sustentáveis no âmbito da família para que adultos de confiança dos adolescente, possam oferecer orientações adequadas ao exercício da paternidade e maternidade de forma responsável 29 Primeira Consulta do RN e Amamentação 30 Orientações importantes que devem ser fornecidas aos pais/cuidadores Lactentes em Situação de Vulnerabilidade Promover o acompanhamento continuado do lactente, inclusive para famílias que vivem em itinerância, condições vulneráveis de moradia, acesso precário a saneamento básico e água potável, insegurança alimentar e nutricional ou outras condições de vulnerabilidade socioeconômica. Além de orientar sobre acesso a outras políticas públicas e aos benefícios sociais quando necessário Orientar quanto os cuidados no uso de práticas e saberes tradicionais com o lactente, por exemplo: Uso de chás, ervas, xaropes ou outras substâncias para alívio de cólicas, no cuidado com o coto umbilical, para tratamento de doenças ou outras condições Fonte: Adaptado de Cadernos de Atenção Básica: Saúde criança: crescimento desenvolvimento. Brasília: Ministérioda Saúde, 2012; e Cuidando de Adolescentes: orientações básicas para a saúde sexual e a saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2018. 30 Primeira Consulta do RN e Amamentação 31 Orientações preventivas Banho: A temperatura ideal da água é de 37°C Não deixar a criança sozinha na banheira, mesmo que com pouca água, ou sob supervisão de outras crianças Atentar-se para não ingestão do sabonete ou outros produtos cosméticos Berço: Manter as grades levantadas, a distância entre as ripas da grade do berço não deve ser superior a 6 cm Não utilizar almofadas decorativas, travesseiros ou bichos de pelúcia no berço do RN Evitar utilizar cobertas para evitar a sufocação da criança. Se estiver frio, é preferível agasalha-la com maior quantidade de roupas do que cobri-la com muitas cobertas Não é recomendado o uso de travesseiro para recém-nascidos ou lactentes 31 Primeira Consulta do RN e Amamentação 32 Orientações preventivas Transporte da criança em automóvel: Deve ser feito sempre no banco traseiro, o assento deve ser um bebê conforto, instalado de costas para o banco dianteiro, com cinto de segurança Posição para dormir: Alertar quanto ao risco de morte súbita em crianças no primeiro ano de vida, sobretudo, nos primeiros seis meses. Orientar que a melhor maneira de prevenção é colocando a criança para dormir de “barriga para cima” (posição supina) e não de lado ou de bruços Prevenção de infecção viral respiratória: Orientar a higienização de mãos por todas as pessoas que têm contato com o lactente, com o objetivo de evitar a propagação de vírus causadores de doenças respiratórias. Evitar aglomerações em ambientes fechados, especialmente no período de sazonalidade do Vírus Sincicial Respiratório na Região 32 Aleitamento Materno Primeira Consulta do RN e Amamentação a Consulta do RN e Amamentação 33 Primeira Consulta do RN e Amamentação 34 Aleitamento Materno A criança que é alimentada com leite materno até os 2 anos de vida ou mais, sendo de maneira exclusiva até os 6 meses apresenta menor morbidade e menor risco de mortalidade. A amamentação oferece diversos benefícios ao recém-nascido (RN) como a prevenção de má-oclusão a partir do correto desenvolvimento neuromuscular e craniofacial Recomenda-se o aleitamento exclusivo nos primeiros 6 meses de vida, seguido pela introdução de alimentação complementar saudável e pela manutenção do aleitamento materno até os 2 anos de idade ou mais. A “preparação das mamas” não é recomendada na rotina (exemplo: uso de conchas ou manobras para fortalecer os mamilos) 34 Primeira Consulta do RN e Amamentação 35 Aleitamento Materno A criança deve ser amamentada na primeira hora de vida e, após, sob livre demanda (sempre que a criança pedir). O oferecimento de mamadeira e chupeta é desaconselhado, pois prejudicam a amamentação Atenção: Se a mãe apresentar dificuldades para amamentar sua criança menor de 6 meses, ela deve ser orientada a retornar em 2 dias para reavaliação na unidade de saúde. Sempre que a mulher tiver alguma queixa ou dificuldade na amamentação, ela pode buscar a equipe da APS. Os Bancos de Leite Humano também são uma referência para realização do manejo adequado das queixas de amamentação. 35 Primeira Consulta do RN e Amamentação 36 Técnica de amamentação Uma pega adequada favorece a ejeção do leite materno e não machuca os mamilos. O corpo da criança deve ficar virado para o corpo da mãe, para facilitar a pega correta Apoiar a mama com a mão em forma de “C” (evitar a tesoura) Sinais que indicam uma pega favorável: boca bem aberta, lábios virados para fora (boca de peixinho), queixo encostado na mama e ver a aréola aparecer mais acima do que abaixo da boca do bebê. 36 Primeira Consulta do RN e Amamentação 37 Técnica de amamentação 37 Situações incompatíveis com a Amamentação Puérpera vivendo com HIV/Aids (o aleitamento materno contribui substancialmente para a transmissão vertical do HIV). Oriente que ela tem direito de receber fórmula láctea infantil pelo menos até a criança completar 6 meses. Inicie a orientação para o aleitamento artificial já durante o pré-natal Mães infectadas pelo HTLV1 e HTLV2 Uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação. Acesse o Manual Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias ou https://www.e-lactancia.org/ Primeira Consulta do RN e Amamentação 38 38 Recomendações sobre o tempo de interrupção da amamentação após uso de droga de abuso pela nutriz Drogas Período de interrupção da Amamentação Álcool 2 horas para cada dose* consumida Anfetamina e ecstasy 24 a 36 horas Cocaína e crack 24 horas Heroína e morfina 24 horas LSD 48 horas Maconha 24 horas Primeira Consulta do RN e Amamentação 39 *Uma dose (14 g de álcool puro) = 350 mL de cerveja; 150 mL de vinho; 45 mL de destilado. Fonte: Adaptado do Protocolo e Diretrizes de Atendimento em Aleitamento Materno. Ribeirão Preto: Secretaria Municipal de Saúde, 2020. "Não considere nenhuma prática como imutável. Mude e esteja pronto a mudar novamente. Não aceite verdade eterna. Experimente." - B. F. Skinner 40 40 Obrigada 41
Compartilhar