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Resumo de procedimentos - hab. médicas

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ACADÊMICAS - TXXI: 
Ana Julia Ribeiro, Carolina Carvalho, Larissa Yurie, Maria Vitória, Natalia Bueno, Renata Reis e 
Sarah Rhaquel. 
 
Resumo de Procedimentos – 3º 
Período 
 
Higienização das mãos 
A higienização das mãos é um dos mais 
importantes procedimentos a ser realizado pelos 
profissionais que trabalham em serviços de saúde, 
antes e depois do contato direto ou indireto com 
os pacientes. No ambiente cirúrgico, salienta-se a 
antissepsia cirúrgica ou preparo pré-operatório das 
mãos, também conhecido como escovação 
cirúrgica. A antissepsia cirúrgica das mãos é 
procedimento relevante para a atuação do 
enfermeiro perioperatório no ambiente cirúrgico. O 
objetivo é remover a sujeira e oleosidade da pele, 
bem como eliminar a microbiota transitória e 
reduzir a microbiota residente, além de 
proporcionar efeito residual na pele do profissional 
(ANVISA, 2009; NICOLLETE, 2007). 
 A higienização das mãos é a medida 
individual mais simples e menos 
dispendiosa para prevenir a propagação 
das infecções relacionadas à assistência à 
saúde; 
 Remoção de sujidade, suor, oleosidade, 
células descamativas e microbiota da pele; 
 Interrompe a transmissão de infecções 
veiculadas ao contato; 
 Prevenção e redução das infecções 
causadas pelas transmissões cruzadas. 
Para prevenir a transmissão de microrganismos 
pelas mãos, 3 elementos são necessários: 
1) Agente Tópico com eficácia antimicrobiana; 
2) Procedimento adequando no tempo 
preconizado; 
3) Adesão ao uso, nos momentos indicados. 
OBS: A eficácia da higienização simples das mãos 
depende da “técnica e do tempo” gasto no 
procedimento que é 20 segundos. 
 A higienização com sabonete líquido 
remove a microbiota transitória. Esse nível é 
o suficiente para os contatos sociais e para 
a maioria das atividades práticas nos 
serviços de saúde. 
 
 Lavagem das mãos 
Independente da escovação cirúrgica, é importante 
a lavagem rotineira das mãos antes e depois de 
qualquer procedimento com ou sem uso da luva 
de procedimentos ou estéril. 
Além da lavagem mecânica das mãos, preconiza-se 
a utilização de antissépticos (especialmente recém-
nascidos, UTI, procedimentos invasivos e pacientes 
imunodeprimidos). 
 
Clorexidina (gluconato de clorexidina): apresenta 
boa atividade contra bactérias Gram-positivas e 
vírus, e menor atividade contra bactérias Gram-
negativas. Tem sido incorporado na higienização 
das mãos devido ao seu efeito residual, em torno 
de 6h. 
 
 
Paramentação cirúrgica
 
Avaliação de sua adequação para a prevenção de 
riscos biológicos em cirurgias. 
 
 Introdução 
Inicialmente, o uso da paramentação cirúrgica 
objetivava principalmente a proteção dos clientes 
contra contaminação do sítio cirúrgico por 
microorganismos liberados pelo ambiente, pessoas, 
materiais e equipamentos em sala de operações 
(SO). Com a ênfase atual na proteção também dos 
profissionais contra exposição ao sangue e outros 
fluidos, essas barreiras ganharam nova dimensão, 
sendo objeto de inúmeras investigações para a sua 
melhor qualificação. 
Uma avaliação da paramentação deve começar 
pelas respostas às questões: a) o que é 
paramentação cirúrgica? b) a paramentação é 
realmente necessária para prevenir riscos 
biológicos em cirurgia? c) se ela é necessária, quais 
os critérios para considerar seu uso adequado? 
a) O que é paramentação cirúrgica? 
A paramentação é um conjunto de barreiras contra 
a invasão de microorganismos nos sítios cirúrgicos 
dos clientes e para proteção de exposição dos 
profissionais a sangue e outros fluidos orgânicos de 
clientes. Constituem-se de: propés, uniforme 
privativo (jaleco e calça), gorro, máscara, avental, 
luvas, campos da área cirúrgica e protetor ocular. 
 Os 3 momentos da paramentação quanto ao 
uso: tempos diferentes de participação dos 
membros da equipe no ato cirúrgico. 
1. Escovação, degermação e 
paramentação continuando até o 
preparo do paciente, materiais e 
equipamentos; 
2. A cirurgia propriamente dita do início 
ao fechamento da incisão; 
3. Retirada da paramentação com o 
devido cuidado de não contaminação 
da equipe. Tempos diferentes de 
participação dos membros da equipe 
no ato cirúrgico; 
“Os cuidados com a Paramentação devem se 
evidenciados por toda a equipe cirúrgica para que 
executem com segurança o caminho para uma 
cirurgia segura” 
b) A paramentação realmente é necessária 
para prevenir riscos biológicos em cirurgia? 
A infecção no cliente caracteriza-se pela sua 
variedade, quanto aos agentes etiológicos e formas 
de transmissão. A infecção do sítio cirúrgico é uma 
das causas mais comuns de infecção hospitalar. 
Apesar de se manifestar após a cirurgia, a maior 
chance de contaminação é durante a cirurgia, já que 
os sítios anatômicos são invadidos por tempo 
prolongado, com intensa manipulação. Portanto, é 
durante a cirurgia que o controle de infecção deve 
ser redobrado. 
A maioria das infecções que acometem o cliente 
são provocadas pela flora humana (endógena). Em 
SO, ela origina-se do próprio cliente e dos 
profissionais, além do ar ambiente, materiais e 
equipamentos contaminados por essa própria flora 
Das formas de transmissão conhecidas, as que o 
cliente está mais susceptível são contato, 
veiculação, gotículas e ar ambiente. As três 
primeiras já estão comprovadas. Já, a transmissão 
direta de microorganismos pelo ar ambiente ainda 
é objeto de intensa discussão. No entanto, não 
foram encontrados estudos que menosprezem a 
sua importância, principalmente nos casos de 
infecção de cirurgias limpas. 
Os riscos nos profissionais também existem. A 
principal forma de transmissão é o contato com 
sangue e outros fluidos do cliente. Um resumo da 
literatura dos últimos anos mostra os seguintes 
resultados: cirurgiões são os mais expostos, 
conforme a especialidade cirúrgica as técnicas 
utilizadas; os locais mais frequentes são mãos, 
seguidos de face, pescoço e mucosas; 1,0% a 15,0% 
 
correspondem a injúrias percutâneas; a transmissão 
de HIV é muito baixa (cerca de 0,09% em contato 
com mucosa e 0,3% em percutâneo). Já, risco de 
transmissão de Hepatite B é cerca de 100 vezes 
maior do que de HIV. 
O reconhecimento dos modos de transmissão em 
SO para clientes e profissionais e os riscos 
decorrentes justificam plenamente a utilização da 
paramentação. Do lado dos clientes, contendo a 
liberação dos microorganismos da sua própria flora 
e evitando sua transmissão por contato, gotículas e 
ar ambiente nos sítios invadidos. Do lado dos 
profissionais, evitando o contato de pele e mucosas 
com o sangue e outros fluidos do cliente. 
c) Se a paramentação é necessária, quais os 
critérios para considerar seu uso adequado? 
A paramentação adequada se refere tanto às 
especificações técnicas de sua confecção, quanto à 
forma como é utilizada. Estudos recentes têm se 
voltado principalmente para a discussão da 
primeira questão, ou seja a busca de confecção 
"ideal" como barreira, justificados pela ausência de 
padronização para a sua confecção, a qual permite 
variedade tanto nos tecidos com que são 
confeccionadas, quanto nos seus modelos e 
dificultando assim, sua confiabilidade como 
barreira para as funções a que se destinam. 
A “Paramentação Cirúrgica” faz parte de um 
conjunto de barreiras, tanto técnica como 
operacional, contra à invasão de microorganismos 
nos nossos pacientes, em nós profissionais e meio 
ambiente. 
 Critérios para avaliação do uso da 
paramentação cirúrgica 
O uso adequado da paramentação inicia-se pela 
sequência de sua colocação, quando a touca, 
seguida do jaleco e da calça comprida, são 
colocados no vestiário. O propé é calçado ao sair 
do vestiário ou da área comum de pessoas sem 
propés. A máscara, transportada no bolso do 
uniforme (e não no pescoço, para evitar sua 
colonização antecipada), é usada por todos os 
membros da equipe apenas para entrar na área 
restrita (SO). 
Os outros componentes da paramentação são 
colocados quando se inicia a cirurgia, conforme a 
função de cadacategoria e o momento do ato 
operatório. Os óculos são usados em toda a 
cirurgia por cirurgiões e instrumentadores; em 
alguns momentos, por anestesistas e circulantes 
(em procedimentos com risco de respingos de 
substâncias orgânicas como indução anestésica, 
aspiração, etc.). O avental é vestido pelos cirurgiões 
e instrumentadores na SO, após a degermação e 
secagem das mãos, permanecendo até o final das 
cirurgias. As luvas são calçadas pelos cirurgiões e 
instrumentadores, em seguida aos aventais. Os 
anestesistas e circulantes calçam luvas em situações 
específicas (realização de procedimentos assépticos 
ou em que há riscos de exposição ocupacional com 
substâncias orgânicas dos clientes). Tais 
componentes não devem ser usados fora da área 
restrita. Jóias não são recomendadas. A seguir, são 
tecidos alguns comentários por componentes da 
paramentação. 
 Touca: barreira de proteção contra 
microorganismos do cabelo e couro cabeludo, 
em tamanho adequado para a cobertura total 
do cabelo e sem solução de continuidade 
(furos, rasgos) para não "quebrar" a barreira 
asséptica. Por ser apenas limpa, não pode tocar 
em superfícies estéreis. 
 Uniforme privativo: evita liberação de 
microorganismos da pele, tronco e membros, 
fornecido em tamanhos que atendam os 
diferentes manequins dos usuários. O jaleco 
precisa cobrir todo o tronco, do final do 
pescoço até o início da pélvis. Devido riscos de 
contato dos braços com fluidos orgânicos, deve 
ter manga mais longa. Isso também protege 
contra a liberação de microorganismos das 
axilas. A calça precisa cobrir totalmente os 
membros inferiores, protegendo o trabalhador 
e também evitando a liberação ao ambiente da 
flora de suas pernas e períneo. Alguns autores 
sugerem calças com fechamento nos 
tornozelos como mais adequada para impedir a 
liberação dessa flora. Por ser apenas limpo, o 
uniforme não pode tocar em superfícies 
estéreis. 
 
 Propé e/ou sapato privativo: justificado na 
prevenção de contaminação do chão de áreas 
críticas por microorganismos que são carreados 
nas solas dos sapatos e podem ser liberados ao 
ambiente. Porém, sua eficácia no controle de 
infecções tem sido questionada em vários 
estudos, cujo resumo de suas conclusões é 
apresentado a seguir: 
 Diferença não significativa de contaminação 
do chão entre calçados comuns e propés; - 
não é habitual a troca de propés, mesmo 
após pisotear secreções orgânicas 
presentes no chão, que se disseminam por 
todas as áreas do centro cirúrgico; 
 O ato de caminhar é a mais importante 
causa da dispersão bacteriana do chão do 
que o tipo de cobertura de sapatos 
utilizado; 
 Microorganismos do chão dificilmente se 
dissipam ao ar ambiente e não são aqueles 
causadores de infecção do sítio cirúrgico; 
 A chance de contaminação de uma ferida 
com microorganismos oriundos do chão se 
dá antes pela sua veiculação e por contato 
do que pela sua disseminação do chão para 
o ar ambiente. 
Mesmo assim, coberturas de sapatos ou sapatos 
privativos continuam sendo recomendados para 
proteção do trabalhador contra contaminação com 
fluidos. Entretanto, há que se atentar também para 
a sua eficácia como barreira, uma vez que esses 
dispositivos atualmente utilizados (tamancos com 
orifícios para transpiração e propés) não evitam 
ferimento dos pés com objeto perfuro-cortante. 
Nesse caso, o ideal seriam sapatos privativos 
fechados, pois os modelos anteriormente citados 
não contribuem para o controle de infecções e 
ainda determinam custos desnecessários. Outros 
estudos também discutem a eficiência dos propés 
como barreiras, de acordo com o tipo de tecido 
com que são confeccionados. Diante do exposto, o 
uso de coberturas de sapatos não será avaliado 
neste estudo. 
 Máscara cirúrgica ou protetor respiratório: evita 
a liberação de microorganismos oriundos do 
nariz e da boca dos profissionais, protegendo o 
cliente de contaminação na incisão cirúrgica. 
Do lado do profissional, protege suas mucosas 
de respingos de sangue e outros fluidos do 
cliente. Para isso, a máscara deve apresentar 
capacidade mínima de filtração por certo 
período de tempo e, nesse aspecto, há 
dificuldades para se determinar as suas 
características ideais de confecção, cuja 
discussão não é apresentada neste estudo 
.Nessa primeira parte da pesquisa, enfatiza-se 
que quaisquer protetores respiratórios não têm 
eficácia alguma se não forem usados 
corretamente. Isso significa que devem ser 
colocados por todos que entram e 
permanecem na SO, com cobertura completa 
do nariz e da boca, aderindo à pele nas regiões 
superior, inferior e laterais do rosto. 
Estudos citam que as máscaras convencionais 
apresentam uma vida útil de 2 horas, findas as 
quais é desejável que sejam trocadas 18 ou mesmo 
antes, por ocorrência de sujidade ou excesso de 
umidade. Por serem apenas limpas, não devem 
entrar em contato com superfícies estéreis. 
 Avental cirúrgico: evita a liberação de 
microrganismos oriundos do corpo dos 
profissionais e a contaminação dos sítios 
invadidos dos clientes. Com relação ao 
profissional, protege a pele do corpo da 
exposição ao sangue e outras substâncias 
orgânicas do cliente. A forma de uso 
compreende: 
 Tamanhos adequados aos diferentes 
manequins dos usuários, com cobertura 
completa do tronco (a partir do final do 
pescoço, membros superiores até o punho 
e inferiores até os joelhos); 
 Esterilizados, o que inclui abrir o pacote, 
desdobrar e vestir o avental tocando 
somente no lado interno (que ficará em 
contato com o corpo). O lado externo não 
deve tocar em superfícies não estéreis. É 
retirado pelo avesso, sendo tocado 
somente em seu lado interno, dessa vez, 
para proteger o profissional contra 
contaminação ocorrida do lado externo; 
 
 Protetor ocular: recomendado especialmente 
para proteção dos trabalhadores. Seu modelo 
deve permitir aderência à pele circunvizinha, 
evitando o contato da mucosa ocular com 
sangue e outros fluidos e impedindo o 
embaçamento por penetração da expiração. 
 Luvas cirúrgicas: servem como barreira tanto 
para proteger o cliente da flora microbiana das 
mãos da equipe cirúrgica, como para evitar 
infecção ocupacional pelo contato com sangue 
do cliente. Para tanto, as preocupações se 
iniciam com sua qualidade (flexibilidade, 
impermeabilidade e resistência ao tempo e 
movimentos cirúrgicos). Mesmo assim, não 
estão livres de sofrerem desgastes, furos e 
rasgos, por decorrência do tempo e do tipo de 
cirurgia. Uma alternativa é o uso de luvas 
duplas em cirurgias acima de 1 hora. Porém, 
queixas vêm sendo apresentadas, pela 
diminuição da sensibilidade tátil e "aperto" das 
mãos em demais. Outra alternativa tem sido a 
recomendação de troca das luvas a cada 2 
horas de cirurgia, além de sua observação 
frequente. As luvas devem ser usadas com 
técnica asséptica, para proteção do cliente. O 
lado externo só pode tocar em superfícies 
estéreis e no sítio cirúrgico. Para proteção do 
profissional, as luvas devem ser retiradas pelo 
avesso, sendo tocadas apenas na sua superfície 
interna. 
 Luvas duplas: é o uso de luvas duplas em 
cirurgias acima de 1 hora. Porém, queixas pela 
diminuição da sensibilidade tátil e "aperto" das 
mãos. Outra alternativa tem sido a 
recomendação de troca a cada 2 horas. São 
calçadas com técnica asséptica. O lado externo 
só pode tocar em superfícies estéreis e sítio 
cirúrgico. Para proteção do profissional, as 
luvas devem ser retiradas pelo avesso, sendo 
tocadas por sua superfície interna. 
 Escovação das mãos 
É um processo que visa a retirada de sujeira e 
detritos, redução substancial ou eliminação da flora 
transitória e redução parcial da flora residente, uma 
vez que a eliminação dessa última é virtualmente 
impossível". 
 
FLORA TRANSITÓRIA: facilmente eliminada com a 
lavagem básica das mãos com água e sabão por 7 
a 8 minutos. 
FLORA RESIDENTE: difícil remoção por estarem 
firmemente aderidas à superfície cutânea. Com a 
degermação cirúrgica procura-se reduzirao 
máximo os microrganismos existentes com ação 
residual. 
JUSTIFICATIVA DA DEGERMAÇÃO CIRÚRGICA: 
1º muitas luvas podem se apresentar furadas no 
início, durante e após a cirurgia; 
2º as bactérias tendem a se multiplicar sob as luvas 
(umidade e calor); 
3º as luvas sofrem constantes traumas por agulhas, 
unhas e outros. 
A solução antisséptica preconizada (PVPI 
degermante ou clorexidina). 
 Sabonetes não associados a antissépticos 
 O sabonete líquido torna-se passível de 
contaminação importância do cuidado. 
O desconforto e o risco de lesões cutâneas podem 
levar o profissional a reduzir o tempo de 
escovação, diminuindo assim o tempo de contato 
entre o antisséptico e a área a ser degermada. 
 Antissepsia das mãos 
 Busca a prevenção de Infecção do Sítio 
Cirúrgico (ISC); 
 A ISC acomete a ferida operatória ou 
qualquer tecido manipulado durante a 
operação; 
 A pele “nunca” é considerada totalmente 
estéril; 
 
 A antissepsia cirúrgica visa deixar o mínimo 
possível dos microrganismos nas unhas, 
mãos e braços, evitando assim o seu 
crescimento durante a realização do 
procedimento cirúrgico. 
A microbiota transitória coloniza a camada 
superficial da pele, sobrevive por curto período de 
tempo e é passível de remoção pela higienização 
simples das mãos, com água e sabonete, por meio 
de fricção mecânica. A microbiota residente está 
aderida às camadas mais profundas da pele, é mais 
resistente à remoção apenas por água e sabonete 
(ANVISA, 2007). Assim, a pele nunca poderá ser 
considerada totalmente estéril, mas a antissepsia 
cirúrgica visa deixar o mínimo possível dos 
microrganismos das unhas, mãos, antebraços e 
braços, evitando o seu crescimento durante a 
realização do procedimento cirúrgico (ANVISA, 
2009; NICOLLETE, 2007). 
OBS  O etanol/ álcool é reconhecido como 
agente antimicrobiano: o modo de ação 
predominante consiste na desnaturação e 
coagulação das proteínas. 
 Passo a passo 
 Inicialmente é necessário a retirada de jóias 
e acessórios da região das mãos, punhos e 
antebraços. 
 Vestir roupa privativa, colocar máscara, 
gorro e propés; 
 Pegar a escova de degermação (ainda 
embalada), abrir (sem retirar da 
embalagem) e deixa em um lugar de fácil 
acesso; 
A torneira deve ser acionada por pé ou cotovelo e 
não manualmente. 
 Fazer a lavagem simples das mãos; 
 Pegar escova de degermação, molhar com 
as cerdas para cima e espalhar o conteúdo 
(apertando a parte espumosa da escova) ao 
longo da mão, antebraço e cotovelos; 
 Realizar lavagem cirúrgica (sempre no 
sentido distal-proximal) 
 Mão: escovar as unhas 50 x com a parte 
de cerdas da escova, depois escovar 25 
xos espaços interdigitais dos dedos no 
sentido dedo mínimo para polegar com 
as cerdas ainda. Escovar 25 x o dorso da 
mão e depois a palma da mão. 
 Antebraço: escovar 15 x (com cerdas – 
homens / com parte espumosa – 
mulheres) cada uma das quatro regiões 
(anterior, medial, posterior e lateral). 
 Cotovelo: Escovar a região 25 x. 
 Realizar o mesmo procedimento no outro 
braço, fazendo espuma novamente (se 
necessário); 
 Deixar a escova de degermação cair no 
tanque (sem baixar os braços); 
 Enxaguar mãos, antebraço e cotovelos. 
Durante todo o processo, as mãos devem estar 
sempre acima do nível dos cotovelos. O processo 
todo deve durar rigorosamente cinco minutos para 
a primeira cirurgia e três minutos entre dois 
procedimentos cirúrgicos. 
 
 
 
 
 Paramentação – passo a passo 
 
 Após a lavagem cirúrgica das mãos, entrar na 
sala de cirurgia e ir para mesa estéril para 
receber as compressas; 
 Dobrar a compressa 2 x e colocar a compressa 
em uma das mãos, estender o braço, enxugar 
(movimentos compressivos) a mão, antebraço e 
cotovelo oposto (sentido distal-proximal e SEM 
VOLTAR). Depois fazer a mesma coisa com a 
outra mão, antebraço e cotovelo. 
 Desprezar a compressa; 
 Pegar o capote e vestir 
 Pegar o avental com a ponta dos dedos 
pelo seu lado interno (realizar pinça com 
dedo indicador e polegar, além de pegar a 
parte de baixo com os dedos médio, anelar 
e mínimo). Depois, elevá-lo, trazendo-o 
para fora da mesa. 
 estenda o braço que segura o capote e 
solte os 3 dedos que seguram a parte 
dobrada; abrir o capote com movimentos 
delicados e firmes, tendo o cuidado de não 
tocar sua face externa; 
 Segurar o capote afastado do corpo e 
introduzir, ao mesmo tempo, os dois braços 
nas mangas, com um movimento para cima 
e abrir os braços em movimento horizontal 
para que o capote possa “entrar”; 
 Dar as costas ao circulante de sala para que 
as tiras da parte posterior e da cintura 
(lateral) sejam amarradas por ele, 
afastando-as da cintura para facilitar a ação. 
 
 Calçar as luvas cirúrgicas 
 Pegar o pacote de luvas da mão do auxiliar 
e colocar na mesa. Ter o cuidado de afastar 
a aba interna do pacote sem tocar as luvas 
com as mãos desnudas; 
 retirar a luva esquerda do envelope, 
segurando-a pelo punho com a mão 
direita; 
 calçar a luva esquerda com o auxílio da 
mão direita tocando-a apenas pelo lado de 
dentro e mantendo a dobra do punho; 
 retirar a luva direita do envelope, colocando 
a mão esquerda na abertura do mesmo e 
introduzindo os quatro dedos sob a dobra 
do punho; 
 calçar essa luva com o auxílio da mão 
esquerda mantendo os dedos desta mão 
introduzidos na dobra e puxando até cobrir 
o punho da manga do capote; 
 manter as mãos enluvadas para o alto 
(acima da cintura) e, quando não ocupadas, 
protegê-las com compressa estéril ou 
campo estéril. Existem alguns capotes com 
local apropriado para o descanso e 
proteção das mãos enluvadas. 
Retirada do capote: colocar uma das mãos por 
dentro do capote à nível do ombro e puxar até 
metade do braço; realizar o mesmo no lado 
contrário com a mão contrária, retirando 
totalmente o braço; terminar de retirar o capote; 
dobrá-lo e desprezá-lo. 
 
 
 
 
 
 
Cuidados com recémnascido na 
sala de parto 
 Anamnese materna 
Pediatra ou neonatologista: apresenta-se a mãe  
realizar uma anamnese materna. 
Investigar: idade materna; tipagem sanguínea da 
genitora (ABO e Rh); idade gestacional; se realizou 
pré-natal e quantas consultas; se tem algumas 
doença crônicas (ex. DM), DHEG; infecção do trato 
urinário (ITU – principalmente se é assintomático 
ou não tratado) ou corrimento vaginal; se cria 
animais; avaliar USG, sorologias 1º e 3º trimestre; se 
tem bolsa rota e há quanto tempo; se fez uso de 
corticoide ou sulfato de magnésio na gestação. 
Pré-natal bem realizado – recomendado pelo MS: 6 
consultas de pré-natal e realização de exames 
maternos, incluindo sorologias, no 1º e 3º trimestre 
da gestação aumenta a chance de o RN nascer A 
TERMO: > ou igual a 38 semanas de vida. 
 
 Atendimento RN em sala de parto 
 
 Preparo para a reanimação  História materna, 
equipamentos e equipe 
 História materna 
 Intercorrências clinicas; 
 Intercorrências gestacionais; 
 Intercorrências no trabalho de parto e 
parto; 
 Líquido amniótico meconial? 
 Gestação é de termo? 
 Equipamentos 
 Fonte de calor radiante (sala de parto com 
temperatura ambiente – cerca de 26ºC); 
 Fontes de O2 ar e vácuo; 
 Material para aspiração; 
 Material para ventilação; 
 Material para oxigenação; 
 Material para intubação; 
 Material para cateterismo umbilical; 
 Medicamentos. 
 
Prevenir hipotermia: colocar RN sob calor radiante, 
posicionar a cabeça com discreta extensão do 
pescoço e aspirar boca e narinas (se necessário). 
Secar a superfície corpórea e remover os campos 
úmidos e reposicionar o RN. 
 Equipe 
Pelo menos um profissional, cuja responsabilidade 
seja apenas o RN e capaz de iniciar todos os 
procedimentos de reanimação neonatal, deve estar 
presente em todo nascimento. 
 Precauções padrão  higiene das mãos, 
avental e óculos, máscara e gorro, luvas e 
outros s/n 
 
 Perguntar ao nascer  Gestação a termo? 
Ausência de mecônio? Respirando ou chorando? 
Tônus bom?  Sim (considera-se que oRN 
apresenta boa vitalidade e não necessita de 
qualquer manobra de reanimação)  Cuidados 
de rotina junto à mãe (RN saudável): 
 Recepcionar o RN em campos aquecidos; 
 Posicionar o RN no abdome materno pele a 
pele (próximo à placenta) - o contato do 
RN com a pele da mãe logo após sua 
expulsão, em temperatura ambiente de 
26°C, reduz o risco de hipotermia em RN 
de termo com boa vitalidade, por propiciar 
maior troca de calor desde que cobertos 
com campos pré-aquecidos e aumentar o 
vínculo entre mãe e bebê; 
 Aspirar boca e depois narinas (se 
necessário); 
 Clampear o cordão umbilical (1 a 3 min de 
vida) - quando o RN é prematuro, mas 
apresenta boa vitalidade ao nascer, 
podemos aguardar entre 30 a 60 segundos 
para o clampeamento do cordão para 
então conduzi-lo à mesa de reanimação; 
Quando o RN, seja prematuro ou a termo, não está 
respirando e/ou apresenta-se hipotônico, deve ser 
realizado o clampeamento imediato do cordão 
para a sua condução à mesa de reanimação e 
adoção dos passos iniciais. 
 Colocar o RN para sugar seio materno na 1º 
meia hora de vida; 
 
 Manter o RN junto à mãe por 30 a 60 min 
após o nascimento; 
 Avaliação continuada da vitalidade do RN. 
Uma resposta NÃO a uma das 4 perguntas acima: 
necessita de reanimação. 
Na presença de líquido amniótico meconial, fluido 
ou espesso, o obstetra não deve realizar a 
aspiração das vias aéreas, pois esse procedimento 
não diminui a incidência de Síndrome de Aspiração 
de Mecônio, a necessidade de ventilação mecânica 
nos recém-nascidos que desenvolvem pneumonia 
aspirativa, nem o tempo de oxigenoterapia ou de 
hospitalização. A conduta do profissional frente à 
presença de líquido tinto de mecônio depende da 
vitalidade do recém-nascido. Caso o neonato com 
líquido meconial fluido ou espesso apresente, logo 
após o nascimento, movimentos respiratórios 
rítmicos e regulares, tônus muscular adequado e 
frequência cardíaca maior que 100bpm, a conduta 
deverá ser os passos de reanimação. 
TESTE DE APGAR (Avaliação dos 5 sentidos do RN – 
FC, respiração, tônus muscular, reflexo e cor de 
pele)  Feito no 1º e 5º min de vida (normal é que 
a somatória dê entre 8 e 10). 
Sempre que a pontuação for menor ou igual a seis, 
o escore continua a ser calculado com intervalos de 
5 minutos (Ex: 10°, 15°, 20° minutos) até que se 
obtenha uma nota maior ou igual a 7. 
recém- nascidos, significa que o bebê nasceu em 
ótimas condições. Apgar 5 a 7 significa que o bebê 
apresentou uma dificuldade leve. Apgar 3 a 4 
traduz uma dificuldade de grau moderado e Apgar 
0 a 2 aponta uma dificuldade de ordem grave. 
 0 1 2 
FC Ausente < 100 bpm > 100 bpm 
Respiração Ausente Irregular Choro 
Tônus Flácido Flexão 
Moviment
os 
Irritabilida
de reflexa 
Sem 
resposta 
Caretas 
Espirro, 
tosse, 
choro 
Cor 
Cianose 
generaliza
da 
Extremidad
es 
cianóticas 
Acianótico 
(rosado) 
 
 Laqueadura do cordão umbilical: fixando o 
clampeador a 2-3 cm do anel umbilical. 
Verificar se existem 2 artérias e 1 veia no cordão 
(artéria única: anomalias congênitas). 
Preconiza-se atualmente o clampeamento tardio 
do cordão, o que parece trazer benefícios para os 
índices hematológicos entre três e seis meses de 
vida, embora possa elevar a necessidade de 
fototerapia por hiperbilirrubinemia indireta na 
primeira semana de vida. 
 
O curativo deve ser realizado com álcool 70 a cada 
troca de fralda ou a cada cuidado higiênico na pele 
do RN. 
 Os passos iniciais da reanimação são: 
1) Prover calor: o objetivo é manter a 
temperatura corporal do RN entre 36,5 e 
37°C. Para isso a temperatura da sala deve 
estar ao redor de 26°C, o RN deve ser 
recebido em campos aquecidos e colocado 
sob uma fonte de calor radiante. A 
ocorrência de hipotermia deve ser evitada, 
pois é um fator de risco independente para 
a morbidade e mortalidade perinatal. 
2) Posicionar a cabeça em leve extensão: a 
colocação de coxim sob os ombros pode 
facilitar esse posicionamento. Esse 
posicionamento da cabeça visa tão 
somente à permeabilidade das vias aéreas. 
3) Aspirar as vias aéreas (se necessário): a 
aspiração das vias aéreas é realizada com 
 
sonda traqueal conectada ao vácuo sob 
uma pressão máxima de aproximadamente 
100mmHg. Aspira-se primeiramente a boca 
e, a seguir, as narinas, Essa aspiração não 
deve ser sempre realizada, estando restrita 
àquelas situações em há excesso de 
secreções obstruindo a respiração 
espontânea ou quando será necessária a 
ventilação com pressão positiva. 
4) Secar o paciente: secar o bebê e desprezar 
campos úmidos. 
 Coleta de sangue do cordão umbilical para 
tipagem e sorologia (ex.: TGO/TGP). 
 Identificação RN: impressão digital plantar 
(declaração de nascido vivo – DNV – 3 vias), 
pulseira de identificação MSD e MID. 
Apresentar RN para mãe – identificação segura 
(meta 1 – segurança do paciente). 
 Exame físico simplificado, com peso, 
comprimento, PC, PT e PA: 
 Antropometria: mensurar altura e 
perímetros (PC = 33 a 35 cm, abdominal = 
2 a 3 cm); 
 Verificar peso ao nascimento (imediato para 
cálculo da IG); 
 Administração de vitamina K (1 mg): 
prevenção da doença hemorrágica (IM). A 
capacidade corporal do RN para armazenar 
vitamina K é muito baixa e a meia-vida dos 
fatores de coagulação dependentes; 
 Prevenção de oftalmia gonocócica: obtido 
pelo método de Credê. Após a retirada do 
vénix da região ocular, instila-se uma gota 
de nitrato de prata a 1%, 1 gota em cada 
olho. Essa medida deve ser realizada ainda 
na primeira hora após o nascimento tanto 
no parto vaginal quanto cesárea. 
MÉTODO DE CAPURRO: é uma forma de avaliar a 
idade gestacional através de exame físico somático 
e neurológico do RN, cujos achados apresentam 
correspondência com seu grau de maturidade. 
Capurro utiliza apenas seis características clínicas 
que deveriam ser analisadas até 48h de vida. É 
bastante adequado para bebês com 29 semanas de 
gestação ou mais. Na determinação da idade 
gestacional para classificar o risco ao nascer, caso a 
DUM não seja conhecida, utiliza-se o método de 
Capurro somático, avaliando-se somente as cinco 
características físicas do método. Já o Capurro 
neurológico utiliza 4 parâmetros somáticos e 2 
neurológicos. 
SOMÁTICO: somatório dos pontos + 204 / 7 
SOMÁTICO-NEUROLÓGICO: somatório dos pontos 
+ 200 / 7 
 
 
 
 
 
 Aleitamento materno 
Recém-nascidos estáveis devem permanecer junto 
de suas mães e serem transportados com elas até o 
ALCON. 
Dentre os 10 passos do Hospital amigo da criança, 
os passos 4 e 7 devem ser implementados: 
Passo 4: ajudar as mães a iniciar o aleitamento 
materno na 1º meia hora pós-nascimento; 
Passo 7: permitir que as mães e seus bebês 
permaneçam 24 horas do dia juntos. 
Cuidados gerais com o RN: ainda na maternidade, 
obter informações sobre onde e como realizar os 
testes do pezinho (3º a 5º dias de vida) e da 
Orelhinha (no máximo até o 4º mês de vida), além 
da vacina BCG. 
Assistência ao recém nascido 
no alojamento conjunto 
 Puerpério 
-
puerperal em que as modificações locais e 
sistêmicas, imprimidas pela gestação no organismo 
materno, retornam ao estado pré-gravídico. 
 Classificação: 
 Imediato – dequitação (saída da placenta) 
até o 10º dia; 
 Tardio – 11º dia ao 45º dia; 
 Remoto – 46º dia até a completa 
recuperação e a volta dos ciclos menstruais 
ovulatórios normais. 
 
 Fenômenos involutivos 
 Pós-parto imediato 
 Útero 
 Logo após o parto o útero já estará 
regredindo. Por volta do 46º dia o útero 
já estará na cavidade pélvica. Em 
situações normais a ação da 
progesterona e da ocitocina e do 
aleitamento, o qual irá estimular os 
hormônios há um retorno mais rápido 
do útero. O sangramento também vai 
estar diminuindo. 
 O ritmo da involução não é constante. 
Entre o 3º e o 10º dia, os processos 
regressivos desenrolam-se em 
compasso acelerado, alentecendo-se 
depois. 
 A partir do 4o ou 5o dia, a zona 
palpada como fundus uteri não mais 
corresponde, estritamente,à 
designação anatômica. A 
anteversoflexão faz com que a região se 
relacione com a parede abdominal e a 
reborda púbica. O limite superior, 
perceptível, da matriz, é a região 
posterior do fundo, e, parcialmente, a 
parede, também posterior, do corpo. 
Até o 10o dia, a matriz é órgão 
abdominal; depois retorna à pelve. 
 Na lactante, a involução uterina é mais 
rápida, em decorrência da exacerbação 
da retração e contratilidade uterinas a 
cada amamentação. O reflexo 
uteromamário diz respeito à 
estimulação dos mamilos e da árvore 
galactófora que desperta as contrações 
uterinas, acusadas pela paciente como 
cólicas. Em função de sua matriz muito 
volumosa, as primíparas apresentam 
ritmo da involução uterina 
aparentemente mais rápido que as 
multíparas. 
o Loquiação – perda vaginal após 
o parto (produto de exsudatos, 
transudatos, produtos de 
descamação e sangue que 
procedem da ferida placentária, 
colo uterino e vagina. Odor 
semelhante ao da menstruação. 
Logo após o parto assim que saí 
a placenta, vai estar diminuindo 
com o passar dos dias, antes era 
vermelho vivo, mas que no final 
estará claro. 
Classificação da loquiação: 
 
 Vermelho ou sanguíneos (lochia rubra ou 
cruenta) – até o 4º dia pós-parto; 
 Escuros ou serossanguinolento (lochia 
fusca) – do 3º ao 5º dia pós-parto; 
 Amarelos (lochia flava): presente do 5º ao 
10º dia – Alba – após 10º dia. 
Sempre perguntar para mulher se ela está 
sangrando e como é esse sangramento. 
 Vagina 
 Também sofre importantes alterações 
involutivas no pós-parto imediato. As 
transformações regressivas de maior 
evidência desenrolam-se no epitélio 
escamoso de revestimento. É a crise 
vaginal do pós-parto. 
 A partir do 3º ou 4º dia os esfregaços 
vaginais vão se tornando nitidamente 
atróficos e, ao final do pós-parto 
imediato (10º dia), à metade, ou menos, 
o epitélio fica abreviado das 30 a 35 
carreiras celulares achadas à ocasião do 
parto. Nessa fase, o comportamento é 
absolutamente idêntico na nutriz e na 
mulher que não amamenta. 
A medida que a mulher vai amamentando o 
sangramento vai diminuindo. 
 Pós-parto tardio 
 Útero 
 Continua a regredir, porém muito 
lentamente até 6 semanas, sem 
retornar, nunca mais, às proporções 
encontradas nas nulíparas. 
 A cavidade uterina acha-se inteiramente 
epitelizada ao fim do 25º dia do pós-
parto. O corrimento loquial prossegue 
comumente até meados do pós-parto 
tardio, passando de serossanguíneo a 
seroso (lochia flava). O comportamento 
posterior do endométrio difere quando 
há lactação. Nas mulheres que não 
amamentam, apesar da regressão 
miometrial mais lenta, o endométrio 
tende a proliferar nos moldes 
conhecidos, alcançando, no término do 
pós-parto tardio, estádio semelhante à 
fase proliferativa do ciclo menstrual. Nas 
nutrizes, tudo se passa como se os 
estímulos reguladores endócrinos se 
encontrassem em recesso ocasional. 
 Vagina 
 O desempenho da mucosa vaginal 
também varia de acordo com a 
lactação. 
 Objetivada pela descamação do 
epitélio, reduzido às camadas 
profundas, a crise vaginal alcança, pelo 
geral, sua regressão máxima em torno 
do 15o dia pós-parto; a partir de então 
se esboçam as primeiras manifestações 
regenerativas. Até aproximar-se o 25o 
dia, embora haja grandes variações 
individuais no evoluir da recuperação 
vaginal, é difícil a distinção entre casos 
com lactação ou sem ela. O 
comportamento, no entanto, segue 
padrões e rumos diferentes haja ou não 
aleitamento. Nas mulheres que não 
amamentam, a citologia mostra 
aceleração do processo vaginal 
evolutivo, quando comparadas às 
nutrizes. 
 Pós-parto remoto: trata-se de um período de 
duração imprecisa, que varia com a presença 
ou não de lactação. Nas mulheres que não 
amamentam, a menstruação retorna, em 
média, com 1,5 mês, e precedida de ovulação, 
ao contrário do que se pensava anteriormente. 
 
 Medidas antropométricas 
Portaria MS Nº 1.067, 4 de julho de 2005 – “Todo 
recém-nascido tem direito à assistência neonatal 
de forma humanizada e segura”. 
Com o RN normais, nada mais deve ser realizado 
além de enxuga-los, aquecê-los, avaliar as suas 
condições e entrega-los às suas mães para 
estabelecer um contato precoce e íntimo. A s 
manobras de reanimação devem ser realizadas 
apenas em situações necessárias, sendo 
desaconselhável empregar estes procedimentos de 
forma rotineira” (Ministério da Saúde, 2005). 
CONFORME IDADE GESTACIONAL 
 
 Pré-termo < 37 semanas; 
 Termo 37-41 semanas e 6 dias; 
 Pós-termo ≥ 42 semanas. 
CLASSIFICAÇÃO PELA PESO AO NASCER 
 Macrossômico  4.000 g ou mais; 
 Peso normal ao nascimento (PNN) 
2.500 a 4.000 g; 
 Baixo peso ao nascimento (BPN) 
Menos de 2.500 g. 
Os recém-nascidos com baixo peso podem ainda 
ser subclassificados como se segue. 
 Muito baixo peso ao nascimento (MBPN) 
 menos de 1.500 g; 
 Extremo baixo peso ao nascimento (EBPN) 
 
CLASSIFICAÇÃO PELA RELAÇÃO PESO/IG 
 Adequado para a idade gestacional (AIG): 
peso compreendido entre os percentis 10 e 
90. 
 Grande para a idade gestacional (GIG): peso 
acima do percentil 90. 
 Pequeno para a idade gestacional (PIG): 
peso abaixo do percentil 10. 
 
PERIMETRO CEFÁLICO 
De acordo com as novas normas do Ministério da 
Saúde, e em detrimento com o aumento da 
incidência de crianças com microcefalia, ficou 
definido o PC de meninos como 31,9cm e de 
meninas 31,5 cm. 
 Exame físico do RN 
O exame físico minucioso deverá ser feito após 
algumas horas de vida, preferencialmente antes de 
o bebê completar 12 horas de vida. 
Estar sempre atento ao controle térmico, cuidando 
para que o ambiente, as mãos e os instrumentos 
estejam em temperatura adequada – RN tem 
pouca capacidade de tolerar alterações térmicas 
ambientais. 
O exame vai do externo para o interno, do geral 
para o especial e no sentido crânio-caudal. 
 INSPEÇÃO 
O aspecto geral, a atividade, a intensidade do 
choro, a movimentação e o estado de hidratação 
são outras informações que devem constar do 
exame físico geral. 
 Malformações e fácies típicas de algumas 
síndromes (como trissomias do 13, 18 e 21 e 
síndrome de Pierre-Robin). 
 Cianose e alteração da frequência 
respiratória. 
 Esforço respiratório 
 Sinais de angústia respiratória, como 
gemidos inspiratórios ou expiratórios, 
batimento de aletas nasais, retrações de 
fúrcula ou torácica (caso a criança esteja 
despida). 
 Postura do RN 
 Normal: simétrica e fletida, semelhante 
à postura fetal. 
 Lesão neurológica periférica: postura 
assimétrica. 
 Hidratação 
 
 Pele 
Devem-se avaliar: textura, umidade, cor, presença 
de milium, presença de lanugo, presença de vérnix, 
presença de mancha mongólica, presença de 
icterícia, presença de anomalias. 
 
 TEXTURA E UMIDADE: a textura da pele é 
um dos parâmetros utilizados na avaliação 
da idade gestacional 
 RN pré-termo extremo possui pele 
muito fina e gelatinosa. 
 RN pós-termo ou com insuficiência 
placentária, pele seca, enrugada, 
apergaminhada e com descamação 
acentuada. 
Nos casos de hipotireoidismo congênito podem-se 
observar pele seca e áspera. 
 COR: RN de cor branca são rosados e os 
filhos de pais negros nascem avermelhados 
com maior quantidade de melanina nos 
mamilos, região periungueal, na pele da 
borda do umbigo e na genitália. 
 Pletora é observada em RN 
policitêmicos, hiperoxigenados ou com 
hipertermia. 
 A palidez acentuada pode indicar 
anemia (aguda ou crônica), 
vasoconstrição periférica ou choque. 
 A presença de uma linha delimitando 
um hemicorpo com eritema e outro 
com coloração normal é conhecida 
como fenômeno de Arlequim, benigno 
e representa um grau de instabilidade 
vasomotora. 
 
 SUBCUTÂNEO 
A quantidade de tecido subcutâneo pode ser 
aferida por meio da prega cutânea, que costuma 
ter cerca de 1 cm nos RNs a termo e ser 
uniformemente distribuída pelo corpo. 
A prega indica o depósito de gordura da criança, 
assim como o turgor da pele. 
O turgor, quando firme,está associado ao bom 
estado nutricional. Crianças emagrecidas podem 
apresentar turgor frouxo. O turgor pastoso, 
caracterizado pelo lento retorno do tecido 
subcutâneo após pinçamento dele, em RN está 
mais associado à desnutrição ao final da gestação, 
geralmente por insuficiência placentária. 
Em caso de edema acentuado no dorso das mãos e 
pés, a síndrome de Turner deve ser considerada. 
 GÂNGLIOS 
É necessário procurar palpar todas as cadeias 
ganglionares: cervicais, occipitais, submandibulares, 
axilares e inguinais; e descrever o número de 
gânglios palpáveis, seu tamanho, consistência, 
mobilidade e sinais inflamatórios. 
Habitualmente o RN apresenta raros pequenos 
gânglios em torno de 3 mm. 
Nas infecções congênitas pode haver hipertrofia 
ganglionar. 
 MUCOSAS 
Avaliam-se cor, umidade e presença de lesões. 
O exame da mucosa oral é apropriado e pode ser 
feito em detalhes durante o choro da criança mais 
(já que a mucosa conjuntival está irritada devido a 
solução de nitrato de prata a 1% instilada nos olhos 
dos RNs como medida de prevenção da 
conjuntivite gonocócica). 
 MUSCULATURA 
São avaliados o tônus e o trofismo. 
Um RN normal a termo apresenta hipertonia em 
flexão dos membros. 
O RN a termo em decúbito dorsal apresenta os 
membros superiores fletidos e os inferiores 
semifletidos, cabeça lateralizada e mãos cerradas. 
O trofismo pode ser averiguado pela palpação do 
músculo peitoral. 
Considera-se a espessura em torno de 1cm como 
trofismo adequado. 
 ESQUELETO E ARTICULAÇÕES 
Deve-se avaliar cuidadosamente a presença de 
deformidades ósseas, inadequações de mobilidade 
e dor à palpação de todos os ossos e articulações 
do RN. 
 Polidactilia – com o dedo extranumerário 
fixado na face lateral da segunda ou 
terceira falange do dedo mínimo; 
 
 Sindactilia – dedos unidos; 
 Aracnodactilia – dedos muito longos; 
 Clinodactilia – dedos desviados do eixo 
 Agenesias (de rádio, fêmur, tíbia, úmero 
etc.), devem ser atentamente procuradas. 
 Analisar as pregas palmares 
Prega palmar única em ambas as mãos associada à 
ausência de prega falangiana no 5º quirodáctilo 
(dedo mínimo - é observada em situações de 
hipotonia fetal, como na Síndrome de Down) 
 A simetria e a adequação da movimentação 
dos membros; 
 Fratura de clavícula 
Pode causar restrições de movimentação do 
membro correspondente devido à intensa dor, 
podendo mimetizar uma paralisia obstétrica. 
O diagnóstico é feito pela palpação da clavícula; se 
houver fratura, podem-se sentir crepitação local e 
observar manifestação de dor no RN. 
 Articulação coxo-femoral 
Displasia do desenvolvimento do quadril – há 
instabilidade da articulação coxo-femural ao 
nascimento devido ao fato de o acetábulo ser mais 
raso e a cápsula mais frouxa, o que permite 
mobilização inadequada da cabeça do fêmur que 
fica parcialmente desencaixada do acetábulo – 
Indolor – não provoca deformidades e não limita 
os movimentos - o RN é aparentemente normal. 
Isso significa que a displasia só será diagnosticada 
se pesquisada. 
Displasia unilateral - Podem-se encontrar 
assimetria das pregas glúteas e encurtamento do 
membro afetado no caso; porém, mais 
frequentemente a alteração não provoca 
deformidades, não limita os movimentos e é 
indolor, ou seja, o RN é aparentemente normal. 
Isso significa que a displasia só será diagnosticada 
se pesquisada 
A displasia só será diagnosticada se pesquisada - 
As manobras de Barlow e de Ortolani, além do 
exame ultrassonográfico, podem auxiliar no 
diagnóstico. 
Manobra de Ortolani 
Flexiona-se o joelho e quadril em 90 graus, 
segurando as pernas e as coxas do RN com as 
mãos e apoiando o polegar na face medial da coxa, 
na altura do pequeno trocanter e o dedo médio no 
grande trocanter. Ao promover a abdução das 
coxas, quando a cabeça do femur está luxada 
ocorre o deslizamento da mesma para dentro do 
acetábulo provocando um ressalto na mão do 
examinador; no movimento de adução da 
articulação coxofemural a cabeça do fêmur desliza 
para fora e para trás constatandos-se novamente o 
ressalto; 
Quando positiva (“CLUNK!), indica displasia coxo-
femural. 
Manobra de Barlow 
Com os quadris em abdução média, enquanto uma 
mão segura a coxa com o polegar no pequeno 
trocanter e o dedo indicador na face lateral da coxa 
apoiado no grande trocanter, a outra mão 
estabiliza o quadril. Quando há instabilidade 
articular ocorre a entrada da cabeça do fêmur no 
acetábulo ao se pressionar o grande trocanter, e a 
saída ao se presionar o polegar na região inguinal 
sobre a cabeça do fêmur. 
Permite o diagnóstico de instabilidade do quadril. 
 
 Pés-Tortos: é necessário diferenciar o pé 
torto posicional, decorrente da posição 
intrauterina, do pé torto congênito. 
 Deve-se apalpar a linha média da coluna 
vertebral na busca de espinha bífida, 
 
meningocele e outros defeitos, 
especialmente na região sacrolombar. 
 
 Exame físico especial 
 
 Crânio 
 Inicia-se o exame verificando assimetrias. 
 Assimetrias transitórias, que variam de 
acordo com a apresentação fetal. 
 No parto normal, especialmente na raça 
negra, pode causar o aumento do diâmetro 
anteroposterior (dolicocéfalo). Por outro 
lado, no parto cesáreo, o crânio pode 
apresentar-se mais “arredondado”, já que a 
cabeça não sofre adaptação ou 
amoldamento no canal de parto. 
 Suturas cranianas: faz-se a palpação das suturas 
cranianas. São comuns as sobreposições das 
bordas dos ossos do crânio (cavalgamentos), 
especialmente no parto normal, as quais 
desaparecem em poucos dias, bem como as 
disjunções de suturas, sem qualquer expressão 
patológica. Por outro lado, quando ocorre a 
fusão intrauterina das suturas, o osso para de 
crescer e ocorre afundamento local com 
assimetria do crânio, o que constitui a 
craniossinostose. Essa situação patológica pode 
requerer tratamento cirúrgico. 
 
 Fontanelas 
Na palpação das fontanelas, deve-se estar atento 
para o tamanho (medido em centímetros nas 
diagonais), a tensão, os abaulamentos ou as 
depressões e pulsações. 
 A fontanela bregmática, na forma de 
losango, formada na confluência dos ossos 
frontal e parietais, apresenta-se com 
tamanho variável no RN a termo. 
 Aumento da pressão intracraniana  
abaulamento da fontanela bregmática – 
meningite, hidrocefalia, edema cerebral ou 
hemorragia intracraniana. 
 Desidratação  fontanela bregmática 
deprimida. Quando deprimida, associa-se à 
desidratação. 
 A lambdoide, entre os ossos parietais e 
occipital, geralmente é pequena 
(justaposta). Quando grande, pode estar 
associada a doenças como hipotireoidismo 
e síndrome de Down. 
 
 COURO CABELUDO 
Palpação do couro cabeludo detectam-se 
abaulamentos com relativa frequência, como na 
bossa serossanguínea e no céfalo-hematoma. 
 
das partes moles na área da apresentação, 
não respeita o limite dos ossos do crânio, é 
depressível e regride nos primeiros dias 
pós-parto. 
 Céfalo-
vaso subperiostal secundário ao 
traumatismo do parto. Sua consistência é 
de conteúdo líquido e restringe-se ao limite 
do osso, geralmente o parietal. 
 
 OLHOS 
Os olhos dos RNs estão fechados a maior parte do 
tempo. 
 Deve-se observar a distância entre os olhos, 
a posição da fenda palpebral. 
 Estrabismo transitório e nistagmo 
horizontal podem ser eventualmente 
verificados. 
 Pesquisar exoftalmia, microftalmia 
(microcórnea), catarata (reflexo 
esbranquiçado da pupila), coloboma – 
fenda inferior de íris, tamanho da pupila 
(midríase e miose), isocoria ou anisocoria, 
glaucoma congênito e reação à luz. 
 Pesquisar lacrimejamento anormal por 
obstrução do canal lacrimal 
(dacrioestenose). 
 Observar hemorragias conjutivais (comuns). 
 A esclera é branca ou levemente azulada 
nos RNs pré-termo. Cor azul mais intensa 
 osteogênese 
imperfeita. 
TESTE DO REFLEXO VERMELHO/TESTE DO 
OLHINHO - Com o auxílio de oftalmoscópio em 
 
quarto escuro (para melhor abertura das pupilas) e 
a cerca de 40 a 50 cm de distância,deve-se 
pesquisar o reflexo vermelho do fundo do olho, 
que indica a adequada transparência da córnea e 
do cristalino. Se for notado um reflexo diferente 
entre os olhos ou A PRESENÇA DE OPACIDADE, a 
criança deverá ser avaliada por um oftalmologista 
com urgência, pois poderá ter problemas como: 
CATARATA CONGÊNITA ((alteração da 
transparência do cristalino), RETINOBLASTOMA 
(alteração da coloração da retina pelo tumor 
intraocular) OU RETINOPATIA DA 
PREMATURIDADE. 
 
 
Todos os prematuros com 32 semanas ou menos 
e/ou menores de 1500g devem ser avaliados com 
dilatação de pupila por oftalmologista na 6ª 
semana de vida. 
 OUVIDOS 
Deve-se verificar a forma, a consistência e a 
implantação dos pavilhões auriculares. Avaliar a 
presença de condutos auditivos externos, fístulas 
retroauriculares e apêndices pré-auriculares. 
 A adequada implantação pode ser aferida 
traçando-se um plano imaginário que passe 
pela fenda palpebral e se estenda 
horizontalmente em direção às orelhas. A 
borda superior da orelha deve estar pouco 
acima dessa linha. 
 Geralmente a implantação baixa da orelha é 
acompanhada de rotação posterior do eixo 
do pavilhão auricular e está associada a 
defeitos renais, à malformação do primeiro 
arco branquial e às anomalias 
cromossômicas. 
 A consistência do pavilhão aumenta com a 
idade gestacional, assim como a presença 
de dobra na borda superior. 
 RN a termo, o pavilhão possui 
consistência cartilaginosa, voltando 
rapidamente à posição normal quando 
solto após ser dobrado. 
 RN pré-termo, o pavilhão não retorna à 
posição inicial após ser dobrado e é liso 
em sua borda superior. 
 Deve-se observar se o RN responde 
piscando os olhos à emissão de um ruído 
próximo ao ouvido (reflexo cócleo-
palpebral). Independente do resultado, é 
obrigatório o rastreamento da deficiência 
auditiva por meio de medidas fisiológicas 
da audição (teste da orelhinha). 
 
 NARIZ 
 Pesquisar forma, permeabilidade de coanas 
e presença de secreção; 
 A presença de coriza mucoide, 
mucopurulenta ou mucopiossanguinolenta 
é rara e sugere o diagnóstico de lues 
congênita; 
 RN respira pelo nariz, espirros e muco 
branco e ralo são comuns. 
Observar sinais de esforço respiratório: à obstrução 
nasal e presença de movimento das asas do nariz. 
 BOCA 
O exame pode ser feito durante o choro e, na 
maioria das vezes, não há necessidade de se utilizar 
abaixador de língua para sua melhor visualização. 
O desvio da comissura labial durante o choro pode 
estar associado à paralisia facial decorrente de 
posturas anormais intraútero ou trauma de parto, 
como por exemplo na compressão pelo fórceps. 
Observar inicialmente as mucosas: 
 Podem-se encontrar aftas de Bednar, 
decorrentes de lesão traumática da mucosa 
por aspiração ou limpeza agressiva logo 
após o parto. 
 
desidratação, e a sialorreia pode ser 
 
Avaliar a forma do palato, se normal ou em ogiva, 
e sua integridade: 
 Fenda palatina pode ocorrer de forma 
isolada ou associada a lábio leporino 
 
 No palato podem-se ainda encontrar as 
PÉROLAS DE EPSTEIN 
pequenas formações esbranquiçadas junto 
à rafe mediana, compostas de restos 
celulares e sem repercussões clínicas. 
Avaliando-se o palato mole podem-se detectar 
ainda úvula bífida e tumores. 
Na gengiva, deve-se verificar a presença de cistos 
devem ser avaliados quanto à sua implantação, já 
que habitualmente são frouxos e com raízes fracas, 
nessas condições devem ser extraídos, devido ao 
risco de aspiração. 
 O tamanho e a mobilidade da língua devem 
ser avaliados; macroglossia sugere 
hipotireoidismo ou síndrome de Beckwith-
Wiedemann. 
 
 PESCOÇO 
Deve-se palpar a parte mediana do pescoço a fim 
de se detectar o crescimento anormal da tireóide 
(bócio) e a presença de fístulas, cistos e restos de 
arcos branquiais. 
Em sua parte lateral, deve-se verificar a presença 
de estase jugular,palpar o músculo 
esternocleidomastoideo a fim de verificar a 
presença de contraturas (torcicolo congênito). 
Pele redundante na nuca pode estar associado à 
Síndrome de Down, e na parte lateral (o chamado 
pescoço alado) à Síndrome de Turner. 
 TÓRAX 
Normalmente o tórax do RN é simétrico, cilindrico, 
levemente arredondado, com a distância 
anteroposterior maior que sua largura. 
 No Rn a termo o perímetro torácico (passando 
pelos mamilos) é cerca de 2 cm menor que o 
cefálico. 
Assimetria pode estar associado à malformação 
cardíaca, pulmonar, da coluna e do arcabouço 
costal, 
O apêndice xifoide é frequentemente saliente. 
Pode ocorrer hipertrofia bilateral das glândulas 
mamárias de estimulo estrogênico materno. 
 APARELHO RESPIRATÓRIO 
É importante que o exame do sistema 
cardiorrespiratório se faça com o RN calmo, já que 
o choro costuma alterar os parâmetros, que devem 
ser medidos em repouso. 
 INSPEÇÃO/PALPAÇÃO/PERCUSSÃO/AUSCU
LTA 
A respiração do RN é toraco-abdominal 
É presente variação de frequência e ritmo 
respiratório 
Observa-se pausas respiratórias nos recém- 
nascidos prematuros – 5 segundos (diferente de 
apneia)  pausas maiores que 20s ou menor, mas 
associadas à cianose e bradicardia. 
Obs.: Frequência respiratória média é de 40 a 60 
incursões por minuto – Frequência acima de 60 
caracteriza taquipneia e de deve ser investigada 
(exceção 1ª hora de vida). 
Presença de tiragem intercostal supra e 
infraesternal é anormal, mesmo em RNs 
prematuros. 
A palpação, a percussão e a ausculta devem ser 
feitas em toda a área de extensão do parênquima 
pulmonar. 
  deve revelar o som claro pulmonar 
característico, exceto na área de projeção do 
fígado, onde o som pode ser submaciço ou maciço. 
Ausculta do murmúrio vesicular  estertores 
finos ou creptantes são comuns logo após o 
nascimento, assim como ronco de transmissão, 
decorrente de obstrução nasal. 
 APARELHO CARDIOCIRCULATÓRIO 
 INSPEÇÃO/PALPAÇÃO/AUSCULTA 
Ictus cordis  em geral não é visível nos RNs e a 
palpação do precórdio é pouco perceptível. 
 No RN, a posição horizontalizada do 
coração faz com que o ictus, quando 
palpável, encontre-se no quarto espaço 
 
intercostal esquerdo, lateralmente, à 
esquerda da linha hemiclavicular. 
 O deslocamento do ictus pode indicar 
 deslocamento para a direita 
pode ser decorrente de pneumotórax 
hipertensivo à esquerda. 
A detecção de frêmito é sempre sugestiva de 
cardiopatia, principalmente se associado a sopro. 
Obs.: A frequência cardíaca varia, em média, de 120 
a 140 bpm – em RNs em repouso com frequência 
cardíaca acima de 160 bpm (taquicardia) devem ser 
mais bem avaliados. 
 AUSCULTA 
Deve ser sistematizada, realizada com a criança 
calma e repetidas vezes, avaliando-se as bulhas nos 
focos em que são normalmente mais audíveis. 
 A primeira bulha (fechamento das valvas 
atrioventriculares no início da sístole ventricular) é 
mais bem avaliada nos focos do ápice; e a segunda, 
nos focos da base. 
 A detecção de terceira e quarta bulhas (galope) são 
sugestivas de cardiopatia. 
 Na ausculta da segunda bulha detecta-se 
frequentemente desdobramento inconstante por 
fechamento assincrônico das valvas semilunares, 
aórtica e pulmonar, nessa ordem. Esse 
desdobramento normalmente é associado à 
respiração, aumentando na inspiração e 
diminuindo ou desaparecendo com a expiração. 
 Na ausculta cardíaca do RN, sopros ou 
arritmias podem ser transitórios. 
 É fundamental a palpação cuidadosa dos 
pulsos periféricos. 
 Pulsos cheios em RN prematuro 
arterial. 
 Pulsos femorais débeis ou ausentes 
apontam para coarctação da aorta. 
 A pressão arterial é de difícil 
determinação, podendo ser aferida 
com mais facilidade por meio de 
aparelhos que se valem do efeito 
Doppler. 
 ABDOME 
 INSPEÇÃO  Durante a inspeção, o 
abdome do RN apresenta-se semigloboso, 
com perímetro abdominal cerca de 2 a 3 
cm menor que o cefálico. 
 Habitualmente, não se visualizam ondas 
peristálticas. 
 A presença de abdome globoso, 
distendido, com ondas peristálticas 
 
 Abdomeescavado é sugestivo de 
hérnia diafragmática. 
 A diástase dos músculos retos 
abdominais (aumento da distância entre 
os retos com presença de pequeno 
abaulamento herniário) é observação 
frequente e sem significado clínico - 
habitualmente regride após o início da 
deambulação. 
Deve-se inspecionar as condições do coto umbilical 
- inicialmente gelatinoso, ele seca 
progressivamente, mumificando-se perto do 3º ou 
4º dia de vida, e costuma desprender-se do corpo 
em torno do 6º ao 15º dia. 
Habitualmente o cordão umbilical apresenta duas 
artérias e uma veia. A presença de artéria umbilical 
única pode estar associada a anomalias renais ou a 
problemas genéticos, principalmente trissomia do 
18. 
É importante pesquisar a presença de secreções na 
base do coto umbilical ou de eritema da pele ao 
redor da implantação umbilical. 
Obs.: Secreção purulenta na base do coto, com 
edema e hiperemia da parede abdominal, 
sobretudo se formar um triângulo na parte superior 
do umbigo, indicam onfalite, infecção de alto risco 
para a criança. 
Na inspeção, podem-se ainda detectar defeitos da 
parede abdominal, como a onfalocele e a 
gastrosquise. 
 ONFALOCELE - ocorre herniação na linha 
média, recoberta por saco peritoneal, com 
o cordão umbilical inserido no centro dessa 
massa. Pode estar associada a trissomias ou 
a outras anomalias congênitas. 
 
 GASTROSQUISE - o defeito encontra-se à 
direita do umbigo, com as alças intestinais e 
outros órgãos abdominais podendo 
exteriorizar-se através dessa abertura, sem 
membrana peritoneal recobrindo o 
conteúdo exposto. 
MECÔNIO: eliminação de mecônio costuma ocorrer 
nas primeiras 24 a 36 horas de vida. Trata-se de 
material viscoso, verde escuro, composto por sais 
biliares, células epiteliais de descamação, sucos 
digestivos e lanugo. Após esse período, as fezes, 
denominadas de transição, têm coloração amarelo-
esverdeada, liquefeitas, podendo até ser 
confundidas com diarreia. 
O reflexo gastrocólico exacerbado, isto é, o 
relaxamento do esfíncter anal que ocorre com a 
distensão do estômago, aumenta o número de 
evacuações diárias, sobretudo no RN em 
aleitamento materno exclusivo sob livre demanda, 
que pode evacuar em cada mamada. 
 PERCUSSÃO  com a percussão abdominal 
(e torácica) podem-se determinar o 
tamanho do fígado acompanhando o som 
submaciço. Caracteristicamente, encontra-
se som timpânico no resto do abdome – 
Além disso, consegue-se delimitar o 
tamanho do baço, especialmente quando 
aumentado. 
 PALPAÇÃO  fica tecnicamente mais fácil 
quando realizada com o RN dormindo, 
recomenda-se realizá-la logo no início do 
exame físico. 
A palpação deve ser suave e superficial no início, 
partindo-se da fossa ilíaca em direção ao rebordo 
costal. Após a palpação superficial, podem-se fazer 
uma palpação mais profunda. 
Em condições normais não se encontram massas 
abdominais e é possível a palpação da borda do 
fígado a cerca de 2 cm do rebordo costal direito, 
na linha mamilar. 
Fígado  -se descrever as características 
do fígado: consistência (parenquimatosa, 
endurecida), superfície (lisa, granulada) e borda. No 
RN, a borda do fígado é um pouco mais 
arredondada, diferentemente da borda fina 
encontrada em crianças maiores e em adultos. 
Baço  -se 
palpar o polo inferior do baço no nível do rebordo 
costal esquerdo. Sempre que se consegue palpar o 
baço é necessária investigação, devido à 
possibilidade de infecção ou de incompatibilidade 
sanguínea. 
Rins  com manobras cuidadosas e profundas, os 
rins podem ser palpados, principalmente em RNs 
prematuros. Por vezes fica-se em dúvida se a 
massa que está sendo palpada é o rim ou o baço. 
 Lembrar que quando se trata do baço, 
não se consegue palpar depressão 
entre o rebordo costal e o órgão (ele 
vem de baixo das costelas). Os rins 
podem estar aumentados na doença 
policística, hidronefrose ou trombose da 
veia renal, entre outras doenças. 
Massas abdominais sugere alguma enfermidade  
A massa pode ser decorrente de distensão da 
bexiga (bexigoma) causada por simples retenção 
urinária ou por uma real obstrução de saída da 
urina por um fecalito de cólon ou por alguma 
condição mais complexa como cistos ovarianos, 
cistos mesentéricos, neuroblastoma, tumor de 
Wilms, entre outras. 
 Devem-se então descrever a 
localização, a forma, o tamanho, a 
mobilidade, a consistência e as 
eventuais irregularidades de superfície. 
 AUSCULTA  verifica-se que no RN os 
ruídos hidroaéreos são bem frequentes. 
Ruídos aumentados, que ocorrem nas 
situações de luta contra obstrução, ou 
ausência de ruídos são sinais preocupantes 
que indicam doença grave. 
 
 APARELHO GENITURINÁRIO 
A primeira diurese costuma ocorrer na sala de 
parto ou nas primeiras 48h. 
 SEXO MASCULINO 
 
O pênis normal de um RN mede de 2 a 3 cm – A 
glande não costuma ser exposta. 
Hipospádia  -se na 
face ventral do pênis. 
Epispádia  orifício de saída é na face dorsal do 
pênis. 
Bolsa escrotal é rugosa no RN a termo – Sua 
palpação permite verificar a presença dos 
testículos, assim como sua sensibilidade, tamanho e 
consistência. 
Os testículos - no RN a termo os testículos são 
habitualmente encontrados dentro da bolsa 
escrotal. 
 A não palpação dos testículos na bolsa 
de um ou dois testículos na bolsa. 
 Quando a criptorquidia é bilateral e os 
testículos não são palpáveis nem na 
bolsa escrotal nem no canal inguinal, 
deve-se suspeitar de genitália ambígua. 
 Os testículos têm consistência firme, 
parenquimatosa, com tamanho de cerca 
de 1 cm, e não são hipersensíveis - 
aumento dos testículos à palpação 
frequentemente é decorrente de 
hidrocele. 
 
 SEXO FEMININO 
O tamanho dos grandes lábios depende do 
depósito de gordura e da idade gestacional da 
criança. Assim, nas crianças pré-termo pequenas 
podem ser quase inexistentes, e nas crianças a 
termo os grandes lábios chegam a recobrir 
totalmente os pequenos lábios - Afastados os 
grandes lábios, avalia-se o sulco entre os grandes e 
pequenos lábios, frequentemente recobertos de 
vérnix. Aderências de pequenos lábios são raras e 
requerem intervenção. 
 Aderência de pequenos lábios 
sinéquia. 
 Afastando-se os pequenos lábios, 
examina-se o hímen. 
 É comum a saída de secreção 
esbranquiçada ou translúcida em 
consequência da ação do estrógeno 
materno e costuma desaparecer ao final 
da primeira semana de vida. 
 No segundo ou terceiro dia pode 
ocorrer discreto sangramento vaginal. 
 O tamanho do clitóris é pequeno, 
porém em RN pré-termo, devido ao 
pouco desenvolvimento dos grandes 
lábios, ele pode sobressair-se, dando a 
impressão errônea de clitoromegalia. 
 
 ÂNUS 
O exame do orifício anal deve ser feito 
obrigatoriamente, podendo-se detectar anomalias 
anorretais e fístulas - Habitualmente faz-se apenas 
a inspeção, podendo-se verificar, por palpação 
delicada, o tônus anal. 
 SISTEMA NERVOSO 
Postura, movimentação espontânea, resposta ao 
manuseio e choro são parâmetros importantes 
dessa avaliação - Ao nascer, a criança costuma ficar 
durante cerca de 1 a 2 horas muito desperta e a 
seguir habitualmente dorme profundamente por 
algumas horas, por vezes até 12 horas - Deve-se 
evitar a realização do exame neurológico nas 
primeiras 12 horas de vida para minimizar a 
influência do estresse do parto, que pode mascarar 
algumas respostas normais, dando falsa impressão 
de comprometimento. 
 Os reflexos primitivos característicos do RN 
devem ser avaliados, pois podem trazer 
informações importantes sobre seu estado 
de saúde. 
 São caracterizados por resposta motora 
involuntária a um estímulo. 
 São mediados por mecanismo 
neuromusculares subcorticais, que se 
encontram desenvolvidos desde o período 
pré-natal. 
 O desaparecimento desses reflexos durante 
o curso normal de maturação do sistema 
neuromuscular nos primeiros 6 meses de 
vida é atribuído ao desenvolvimento de 
mecanismos corticais inibitórios. 
 
 São diversos os reflexos primitivos 
encontrados no RN, porémnão há 
necessidade de avaliação de todos durante 
o exame físico rotineiro do RN a termo. 
 
 SUCÇÃO: a sucção reflexa manifesta-se quando 
os lábios da criança são tocados por algum 
objeto, desencadeando-se movimentos de 
sucção dos lábios e da língua. Somente após 32 
a 34 semanas de gestação é que o bebê 
desenvolve sincronia entre respiração, sucção e 
deglutição, tornando a alimentação por via oral 
difícil em RN pré-termo. 
 
 VORACIDADE: o reflexo da voracidade ou de 
procura manifesta-se quando é tocada a 
bochecha perto da boca, fazendo com que a 
criança desloque a face e a boca para o lado do 
estímulo. Este reflexo não deve ser procurado 
logo após a amamentação, pois a resposta ao 
estímulo pode ser débil ou não ocorrer. Está 
presente no bebê até os 3 meses de idade. 
 
 PREENSÃO: A preensão palmoplantar se obtém 
com leve pressão do dedo do examinador na 
palma das mãos da criança e abaixo dos dedos 
do pé. 
 
 MARCHA: a marcha reflexa e o apoio plantar 
podem ser pesquisados segurando-se a criança 
pelas axilas em posição ortostática. Ao contato 
das plantas do pé com a superfície, a criança 
estende as pernas até então fletidas. Se a 
criança for inclinada para a frente, inicia a 
marcha reflexa. 
 
 FUGA À ASFIXIA: o reflexo de fuga à asfixia é 
avaliado colocando-se a criança em decúbito 
ventral no leito, com a face voltada para o 
colchão. Em alguns segundos o RN deverá virar 
o rosto liberando o nariz para respirar 
adequadamente. 
 
 CUTÂNEO-PLANTAR: o reflexo cutâneo-plantar 
em extensão é obtido fazendo-se estímulo 
contínuo da planta do pé a partir do calcâneo 
no sentido dos artelhos. Os dedos adquirem 
postura em extensão. 
 
 
 MORO: é um dos mais importantes a serem 
avaliados, devido à grande quantidade de 
informações que pode trazer. É desencadeado 
por algum estímulo brusco como bater palmas, 
estirar bruscamente o lençol onde a criança 
está deitada ou soltar os braços semiesticados 
quando se faz a avaliação da preensão palmar. 
O reflexo consiste em uma resposta de 
extensão-abdução dos membros superiores 
(eventualmente dos inferiores), ou seja, na 
primeira fase os braços ficam estendidos e 
abertos, com abertura dos dedos da mão, e em 
seguida de flexão-adução dos braços, com 
retorno à posição original. Tem início a partir 
de 28 semanas de gestação e costuma 
desaparecer por volta dos 6 meses de idade. A 
assimetria ou a ausência do reflexo pode 
indicar lesões nervosas, musculares ou ósseas, 
que devem ser avaliadas. 
 
 MAGNUS-DE-KLEIJIN (do esgrimista) em que, 
com a criança posicionada em decúbito dorsal, 
o examinador com uma das mãos estabiliza a 
região anterior do tórax e com a outra vira a 
cabeça da criança para o lado. A resposta 
esperada é a extensão dos membros do lado 
para o qual a face está voltada e a flexão dos 
membros voltados para o outro lado. 
 OLHOS DE BONECA que é desencadeado 
quando se promove a rotação lateral da cabeça 
do RN, e os olhos seguem lentamente para o 
lado da rotação. 
 REFLEXO DE BABKIN é uma reação à pressão 
simultânea das palmas das mãos do bebê. Com 
esse estímulo, a criança abre a boca e mantém 
a cabeça na linha média levantando sua 
cabeça. Pode também haver fechamento dos 
olhos e flexão do antebraço do bebê. 
 REFLEXOS TENDINOSOS podem ser avaliados 
utilizando-se o martelo com ponta de borracha 
ou o próprio dedo do examinador para o 
estímulo. O reflexo patelar costuma ser 
facilmente detectável. 
 
 ALCON 
Segundo o Ministério da Saúde, é o sistema 
hospitalar em que o recém-nascido sadio, logo 
após o nascimento, permanece com a mãe, 24h 
por dia, num mesmo ambiente, até a alta 
hospitalar. 
Possibilita a prestação de todos os cuidados 
assistenciais, bem como a orientação à mãe sobre a 
saúde de binômio mãe e filho. A mulher deve ser 
estimulada ao autocuidado, à amamentação e 
cuidados com RN, assim que possível. 
 proporcionar e fortalecer o 
vínculo mãe-filho e estimular o aleitamento 
materno. 
“Os hospitais e demais estabelecimentos de 
atenção à saúde de gestantes, públicos e 
particulares, são obrigados a manter alojamento 
conjunto, possibilitando ao neonato a permanência 
junto à mãe” (Capítulo I, Art.10º, inciso V). 
Sempre que as condições da mãe e do RN 
permitirem, o primeiro contato pele a pele deve ser 
feito imediatamente após o parto. Após a 
finalização dos procedimentos de sala de parto, a 
mãe, com o RN, deve ir para um local dentro da 
maternidade que permita a eles ficarem juntos 24 
horas por dia até a alta hospitalar. Para isso, foi 
implantado o sistema de alojamento conjunto nas 
maternidades. 
 VANTAGENS DO ALOJAMENTO CONJUNTO 
 Humanização do atendimento do binômio 
mãe-filho e sua família. 
 Convivência contínua entre mãe e bebê, o 
que facilita o conhecimento mútuo e a 
satisfação imediata das necessidades físicas 
e emocionais do RN. Bebês em alojamento 
conjunto choram menos e dormem mais 
(permanecem no estado “sono quieto”) do 
que quando se encontram em berçários. 
 
 Maior envolvimento dos pais e/ou de 
outras pessoas significativas no futuro 
cuidado com a criança. 
 Promoção do estabelecimento precoce do 
vínculo afetivo entre a mãe e o seu filho. Há 
relatos de que o alojamento conjunto 
aumenta a ligação afetiva da mãe a sua 
criança e reduz os casos de abuso ou de 
negligência infantil e de abandono da 
criança. 
 Promoção do aleitamento materno. Vários 
estudos demonstram o efeito benéfico do 
alojamento conjunto na prática da 
amamentação: descida do leite mais rápida, 
melhor atitude em relação ao aleitamento 
materno e tempo mais prolongado de 
amamentação. 
 Oportunidade para as mães, em especial as 
primigestas, aprenderem noções básicas 
dos cuidados com os RNs. Isso aumenta 
sua autocon fiança. 
 Tranquilidade para as mães que ficam 
inseguras quanto ao atendimento prestado 
a seus filhos quando não estão perto deles. 
A ansiedade pode inibir a produção de 
ocitocina, importante para a liberação do 
leite materno e para a contração do útero, 
enquanto a presença da criança e seu 
choro costumam estimular o reflexo de 
ejeção do leite. 
 Troca de experiências com outras mães 
quando compartilham o mesmo quarto, em 
especial com mães mais experientes que 
também estão cuidando dos seus filhos. 
 Maior interação entre a mãe e sua família e 
os profissionais de saúde responsáveis pela 
atenção à criança. 
 Diminuição do risco de infecção hospitalar. 
Há vários relatos de redução das taxas de 
infecção neonatal após a implantação do 
alojamento conjunto em maternidades. 
 
 NORMAS BÁSICAS 
Segundo as normas básicas para alojamento 
conjunto aprovadas pelo Ministério da Saúde, todo 
binômio mãe-filho, com as características descritas 
a seguir, deve permanecer em alojamento conjunto 
até a alta hospitalar: 
 Mães livres de condições que 
impossibilitem ou contraindiquem o 
contato com os RNs. 
 RN com boa vitalidade, capacidade de 
sucção e controle térmico. 
 Em geral, esses RNs têm mais de 2.000g, 
mais de 35 semanas de gestação e índice 
de Apgar maior que seis no quinto minuto. 
Entre as atribuições da equipe de saúde no 
alojamento conjunto estão: 
 Encorajar o aleitamento materno sob livre 
demanda. 
 Não dar ao RN nenhum outro alimento ou 
bebida, além do leite materno, a não ser 
que seja indicado pelo médico. 
 Não dar bicos artificiais ou chupetas às 
crianças amamentadas no seio. 
Especialmente no período de 
estabelecimento da lactação, esses 
artefatos podem causar “confusão de 
bicos”, uma vez que os movimentos da 
boca e da língua na amamentação são 
muito diferentes dos utilizados para sugar 
mamadeira ou chupetas. A associação entre 
uso de chupeta e menor duração da 
amamentação já está bem documentada. 
 Orientar as mães para que não amamentem 
outros RNs que não os seus (amamentação 
cruzada) e não permitam que outras mães 
amamentem seu filho. Essa medida visa a 
prevenir a contaminação de crianças com 
possíveis patógenos que podem ser 
encontradosno leite materno, incluindo o 
HIV. 
 Realizar visitas diárias, esclarecendo, 
orientando e dando segurança à mãe 
quanto ao estado de saúde de seu filho. 
 
 Recomenda-se, sempre que possível e 
desejável, que o binômio mãe-filho 
permaneça no alojamento conjunto por, no 
mínimo, 48 horas, haja vista a oportunidade 
ímpar de aprendizagem para as mães 
durante a sua permanência em alojamento 
 
conjunto e de detecção de complicações 
pós-parto e afecções neonatais 
 Desde 2005, existe uma lei que garante às 
parturientes o direito à presença de 
acompanhante, indicado por ela, durante o 
trabalho de parto, parto e pósparto 
imediato (até dez dias após o parto). 
 O acompanhante deve participar do 
atendimento sempre que for 
possível e adequado. O 
atendimento à criança no 
alojamento conjunto é uma 
excelente oportunidade para 
conversar com os familiares e 
estimulá-los a apoiar a mãe/nutriz. É 
importante que o profissional 
investigue o contexto familiar e dê 
apoio à dupla mãe-bebê. 
 
 RECOMENDAÇÕES ASSISTENCIAIS 
 Cuidados locais 
 Períneo – lavar o períneo com água e sabão 
 Mamas – manter as mamas limpas 
 Incisão abdominal – Não ficar com o 
curativo oclusivo 
 Dieta alimentar – reforçar a alimentação 
nutritiva 
 Cuidado com o RN 
 Atividade sexual – até 30 dias sem atividade 
sexual 
 Aleitamento materno – o Ministério da 
Saúde recomenda até os 2 anos de idade 
 Planejamento familiar 
 Licença maternidade – depende do 
trabalho, mas tem pelo menos 180 dias 
 Revisão ginecológica – de 6 a 8 semanas, 
também vai depender da rotina e da 
unidade, geralmente volta 4 semanas pós-
parto. 
 
Pré-natal de baixo risco I 
“Tem por objetivo geral salvaguardar a saúde das 
mulheres durante a gravidez, incentivar e apoiar o 
parto normal, prepara-la para os cuidados com o 
recém e promover o aleitamento”. 
As consultas de pré-natal poderão ser realizadas na 
unidade de saúde ou durante visitas domiciliares. O 
calendário de atendimento durante o pré-natal 
deve ser programado em função dos períodos 
gestacionais que determinam maior risco materno 
e perinatal. 
O calendário deve ser iniciado precocemente (no 
primeiro trimestre) e deve ser regular, garantindo-
se que todas as avaliações propostas sejam 
realizadas e que tanto o Cartão da Gestante quanto 
a Ficha de Pré-Natal sejam preenchidos. 
O total de consultas deverá ser de, no mínimo, 6 
(seis), com acompanhamento intercalado entre 
médico e enfermeiro. Sempre que possível, as 
consultas devem ser realizadas conforme o 
seguinte cronograma: 
 Até 28ª semana – mensalmente; 
 Da 28ª até a 36ª semana – quinzenalmente; 
 Da 36ª até a 41ª semana – semanalmente. 
Quando o parto não ocorre até a 41ª semana, é 
necessário encaminhar a gestante para avaliação 
do bem-estar fetal, incluindo avaliação do índice 
do líquido amniótico e monitoramento cardíaco 
fetal. 
O acompanhamento da mulher no ciclo grávido-
puerperal deve ser iniciado o mais precocemente 
possível e só se encerra após o 42º dia de 
puerpério, período em que a consulta de puerpério 
deverá ter sido realizada. 
 Objetivos específicos 
 
 Fazer profilaxia de doenças preveníveis e 
tratamento das doenças intercorrentes; 
 Orientações dos hábitos de vida; 
 Assistência psicológica; 
 Preparação para a maternidade; 
 Evitar o uso de medicamentos nocivos ao 
concepto; 
 Tratar os pequenos distúrbios habituais na 
gestação; 
 Prevenção de malformações; 
 Identificar alterações do desenvolvimento fetal; 
 Prevenção de abortamento, parto prematuro, 
óbito perinatal, infecções. 
 
 
 Diagnóstico de gravidez 
Se o atraso menstrual for superior a 12 semanas, o 
diagnóstico de gravidez poderá ser feito pelo 
exame clínico e torna-se desnecessária a solicitação 
do TIG. 
 
 Sinais de presunção: 
 Atraso menstrual; 
 Manifestações clínicas (náuseas, vômitos, 
tonturas, salivação excessiva, mudança de 
apetite, aumento da frequência urinária e 
sonolência); 
 Modificações anatômicas (aumento do 
volume das mamas, hipersensibilidade nos 
mamilos, tubérculos de Montgomery, saída 
de colostro pelo mamilo, coloração violácea 
vulvar, cianose vaginal e cervical, aumento 
do volume abdominal). 
 Sinais de probabilidade: 
 Amolecimento da cérvice uterina, com 
posterior aumento do seu volume; 
 Paredes vaginais aumentadas, com 
aumento da vascularização (pode-se 
observar pulsação da artéria vaginal nos 
fundos de sacos laterais); 
 TIG – história de atraso menstrual de mais 
de 15 dias – hCG urinário; 
 hCG sanguíneo – diagnóstico precoce 
detectado 8 a 11 dias após concepção. 
DUM: 11% a 42% são incorretas 
 Alterações locais: 
 
 Sinal de Hegar: amolecimento do 
istmo uterino, percebe-se na 
palpação bimanual. 
 Sinal de Goodel: mudança da 
consistência do colo uterino (mais 
amolecido). 
 Sinal de Puzzos: na palpação 
bimanual da vagina, sente um 
rechaço no fundo do saco vaginal. 
 Sinal de Piskacek: útero assimétrico 
à palpação. Normalmente o 
embrião se implanta em um dos 
lados do útero, logo o útero cresce 
mais de um lado. 
 Sinal de Nobile-Budin: 
preenchimento do fundo de saco 
vaginal por um útero mais globoso. 
 Sinal de Osiander: percepção do 
pulso arterial nos fundos de saco 
laterais e posterior da vagina. 
 Sinais de certeza: 
 Presença dos batimentos cardíacos fetais 
(BCF), que são detectados pelo sonar a 
partir de 12 semanas e pelo Pinard a partir 
de 20 semanas; 
 Percepção dos movimentos fetais (de 18 a 
20 semanas); 
 USG: o saco gestacional pode ser 
observado por via transvaginal com apenas 
4 a 5 semanas gestacionais e a atividade 
cardíaca é a primeira manifestação do 
embrião com 6 semanas gestacionais. 
Após a confirmação da gravidez, a gestante deverá 
receber as orientações necessárias referentes ao 
acompanhamento de pré-natal: sequência de 
consultas (mensalmente, se possível), visitas 
domiciliares e grupos educativos. Deverão ser 
fornecidos: 
 O Cartão da Gestante, com a identificação 
preenchida, o número do Cartão Nacional 
da Saúde, o hospital de referência para o 
parto e as orientações sobre este; 
 O calendário de vacinas e suas orientações; 
 A solicitação dos exames de rotina; 
 
 As orientações sobre a participação nas 
atividades educativas (reuniões e visitas 
domiciliares); 
 Calendário de consultas. 
 
 Exame físico obstétrico 
INSPEÇÃO – GENITÁLIA EXTERNA 
 Hiperpigmentação da pele; 
 Mucosas violáceas (Sinal de Jacquemier ou 
Chadwick). 
USG – TRANSVAGINAL 
 Primeiro trimestre (10-12 semanas); 
 Implantação, gestações múltiplas; 
 Translucência nucal (atentar se > 2,5mm); 
 Determinação da IG. 
USG – OBSTÉTRICA 
 Segundo trimestre (20-24 semanas); 
 Avaliação morfológica, malformações; 
 Terceiro trimestre (acima de 34 semanas); 
 Peso fetal e apresentação fetal, placenta, 
líquido amniótico, perfil biofísico fetal (quando 
necessário). 
 
 Anamnese ginecológica + Exame físico geral 
Primeira consulta – precoce  Relação médico-
paciente 
 Identificação; 
 Condições socioeconômicas e culturais; 
 Antecedentes pessoais, familiares, 
obstétricos, identificação de vícios, alergias; 
 Exame físico; 
 Identificação dos fatores de risco. 
 
 Interrogatório sintomático: 
 Dor tipo cólica; 
 Sangramento; 
 Leucorréia. 
 
 Antecedentes clínicos pessoas – especial 
atenção para: 
 Hipertensão arterial; cardiopatias; 
 Doenças metabólicas; 
 Doenças autoimune; 
 Doenças renais crônicas; 
 Anemias, transfusões de sangue; 
 Viroses; 
 Cirurgias; 
 Alergias, principalmente medicamentosa; 
 Hanseníase, tuberculose, hepatites B e C. 
 
 Antecedentes familiares, especial atenção para: 
 Hipertensão, diabetes; IAM, AVC 
 Doenças congênitas 
 Gemelaridade; 
 Câncer de mama; 
 Hanseníase; 
 Tuberculose; 
 Anotar contatos domiciliares (anotar o 
evento e o grau de parentesco). 
 
 Antecedentes ginecológicos: 
 Menarca, ciclo menstrual; 
 Atividade sexual; 
 Uso de métodos

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