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UNIPLAN – CENTRO UNIVERSITARIO PLANALTO DO DISTRITO FEDERAL CURSO: ENFERMAGEM BACHARELADO POLO: AÇAILANDIA/MA FRANCISCA ALVES MAGALHÃES –UL-19208660 CASO CLINICO: HIPERTENSÃO ARTERIAL Estudo de caso, que visa complementar a nota de Estágio Supervisionado de Bacharelado em Enfermagem, sob a Supervisão e Receptadora com os Profissionais. Maria Rosa Mística da Paz Oliveira – Receptadora Ana Brasilina Barros Saboia – Supervisor AÇAILANDIA/ MA 2022 UNIPLAN – CENTRO UNIVERSITARIO PLANALTO DO DISTRITO FEDERAL CURSO: ENFERMAGEM BACHARELADO POLO: AÇAILANDIA/MA FRANCISCA ALVES MAGALHÃES –UL-19208660 CASO CLINICO: HIPERTENSÃO ARTERIAL TRABALHO AVALIADO COM NOTA SENDO O MESMO ANA BRASILINA BARROS SABOIA SUPERVISORA DE ESTAGIO AÇAILANDIA/ MA 2022 RESUMO: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma doença crônica de evolução progressiva, caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). Pode culminar em inúmeras complicações, embora o acompanhamento e a abordagem adequada contribuam para minimizá-las. Considerando o compromisso de atenção integral das abordagens em saúde da família. A HAS, afeta grande parte da população e está diretamente ligada aos hábitos de vida das pessoas que a possuem, interferindo diretamente no indivíduo, suas famílias e na sociedade em que vivem. Ter hábitos saudáveis é essencial no combate e tratamento à hipertensão, uma forma visível e superficial de analisar se o organismo está bem, é considerando como peso saudável, o peso relativo, avaliado pelo índice de massa corporal (IMC= peso em kg/altura2 em m) de até 24,9. Conclui-se que a hipertensão arterial constitui-se atualmente em um problema de saúde pública e as ações de prevenção e tratamento precisam ser intensificadas e focadas no contexto social e cultural dos usuários. PALAVRAS CHAVE: Hipertensão arterial. Fatores de risco. Atenção básica à saúde. ABSTRACT: Systemic Arterial Hypertension (SAH) is a chronic disease of progressive evolution, characterized by high and sustained levels of blood pressure (BP). It can culminate in numerous complications, although follow-up and an adequate approach contribute to minimize them. Considering the commitment to comprehensive care of family health approaches. SAH affects a large part of the population and is directly linked to the lifestyle of people who have it, directly interfering with the individual, their families and the society in which they live. Having healthy habits is essential in combating and treating hypertension, a visible and superficial way of analyzing whether the body is doing well, is considering a healthy weight, the relative weight, evaluated by the body mass index (BMI= weight in kg/height2 in m) up to 24.9. It is concluded that arterial hypertension is currently a public health problem and prevention and treatment actions need to be intensified and focused on the social and cultural context of users. KEYWORDS: Arterial hypertension. Risk factors. Basic health care. RESUMEN: La Hipertensión Arterial Sistémica (HAS) es una enfermedad crónica de evolución progresiva, caracterizada por niveles elevados y sostenidos de presión arterial (PA). Puede culminar en numerosas complicaciones, aunque el seguimiento y un abordaje adecuado contribuyen a minimizarlas. Considerando el compromiso con los enfoques de atención integral de la salud de la familia. La HAS afecta a gran parte de la población y está directamente ligada al estilo de vida de las personas que la padecen, interfiriendo directamente en el individuo, su familia y la sociedad en la que vive. Tener hábitos saludables es fundamental para combatir y tratar la hipertensión, una forma visible y superficial de analizar si el cuerpo está bien, es considerando un peso saludable, el peso relativo, evaluado por el índice de masa corporal (IMC= peso en kg/talla2 en m) hasta 24,9. Se concluye que la hipertensión arterial es actualmente un problema de salud pública y es necesario intensificar las acciones de prevención y tratamiento y enfocarlas en el contexto social y cultural de los usuarios. PALABRAS CLAVE: Hipertensión arterial. Factores de riesgo. Atención básica de la salud. INTRODUÇÃO No últimos tempos, o Brasil está passando por um processo de transição seguindo a tendência do cenário mundial, está se presenciando uma modificação no perfil das doenças epidemiológicas na população, modificação esta, influenciada por diversos fatores, como o aumento da expectativa de vida, mudança dos hábitos de vida cada vez menos saudáveis, má alimentação e sedentarismo (MALTA, 2006). Dado que é uma das doenças que está atingindo cada vez mais a população, influenciada pelos novos costumes da sociedade mundial, é a hipertensão arterial sistêmica, doença está que, na maioria das vezes, não apresenta sintomas relevantes até ocorrer uma lesão em algum órgão do organismo. Considera-se hipertensão arterial sistêmica, a pressão arterial sistólica maior ou igual a 140 mmHg e a pressão arterial diastólica maior ou igual a 90 mmHg, em pessoas que não estejam utilizando medicamentos para hipertensão. A principal causa são os hábitos de vida praticados atualmente, com altos níveis de estresse, má alimentação, tabagismo, abuso do álcool, obesidade e sedentarismo (TUDOR, 2000; PIERIN, 2003; BRASIL, 1998; BRASIL, 2006). Logo, a Hipertensão Arterial é uma síndrome que se distingue essencialmente pelo aumento dos níveis pressóricos, tanto sistólico quanto diastólico, atingindo 10 a 20% da população adulta e aparecendo como causa direta ou indireta de elevado número de óbitos. Segundo Melo Neto (2006) apresenta a hipertensão arterial como um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares conforme apontam os estudos de (Duncan et al, 1993 apud Melo Neto 2006) e que pode ocorrer associada a outros fatores de risco que são independentemente associados a doenças cardiovasculares como os fatores sócio-demográficos, comportamentais e clínicos. Porém a HAS é um importante problema de saúde pública, constituindo a fundamental causa de mortalidade no Brasil e em todo o mundo. É a causa frequente de procura por atendimento médico ou enfermeira nas Unidades de Saúde, sendo fator causal de grande demanda por consultas na atenção primária. Segundo o Artigo 196 da Constituição Brasileira, “A saúde [...] é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”, (BRASIL, 1988). Assim, de acordo com a teoria, é dever do Estado interagir com os problemas para conhecer suas causas e com isso traçar estratégias para prevenção e possíveis tratamentos à população. Uma das formas de interação direta é por meio de ações da atenção básica à saúde, realizadas pelos núcleos municipais de Estratégia de Saúde da Família – ESF, com suas equipes multidisciplinares, envolvendo enfermeiros, médicos, nutricionistas, psicólogos, agentes de saúde, que possuem um contato mais direto com a população da região na qual atuam e executam os programas elaborados nas esferas estadual e federal (BRASIL, 2001; SÃO PAULO, 2011). Campanhas de esclarecimento à população sobre os fatores de risco que levam à hipertensão arterial, bem como um tratamento eficaz nos indivíduos que já possuem está doença fomentando que o tratamento vai além da medicação, incluindo hábitos saudáveis de vida, são estratégias importantes para minimizar os danos físicos e sociais que a hipertensão ocasiona nos indivíduos, em suas famílias e na sociedade (BRASIL, 2001). No entanto, o enfermeiro precisa conhecer as formas deapresentação e avaliar a evolução natural da doença bem como as indicações, as técnicas, os benefícios e as complicações associadas ao tratamento com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de seus paciente. CASO CLINICO Paciente A.C de 69 anos, casado, têm cinco filhos, é aposentado, mora com sua esposa e dois netos. Compareceu a UBS Maria do Carmo Carneiro Lima na Cidade de Açailândia - MA, para a entrega de exames de rotina que a enfermeira havia solicitado para verificação de taxas, verificação de pressão arterial, para pedir uma nova receita e encaminhamento médico para realizar exames cardíacos, paciente é hipertenso a 10 anos e faz uso de medicação manipulada continua de Losartana Hidroclorotiazida 50 mg e Anlodipina Besilato 2,5 mg sendo uma cápsula pela manhã. Avaliando sinais vitais da paciente: FC 102 bpm, FR 16 mRpm, PA 130X80mmHg, TEMP. 36,8ºC, pesa 75KG e tem o IMC 30,0. Nega tabagismo, não prática atividade física, toma bebida alcóolica duas vezes na semana. Paciente sem outras queixas. QUAL O DIAGNOSTICO DE ENFERMAGEM? Hipertensão Arterial; QUAL O PROXIMO PASSO APÓS DIAGNOSTICO? Solicitar o encaminhamento médico cardiologista ou clínico geral para prescrição de medicamento manipulado, solicitar exames de ecocardiograma, tomografia, e eletrocardiograma. Avaliar a Pressão Arterial e Verificar exames de rotina. QUAIS AS CONDUTAS A SEREM TOMADAS DIANTE DO QUADRO DA PACIENTE? O Enfermeiro deverá solicitar ecocardiograma, tomografia, e eletrocardiograma, para o encaminhamento para cardiologista ou clinico, orientação e cuidados para melhor forma de tratamento da hipertensão arterial sistêmica, como também encaminhamento para a nutricionista para reeducação alimentar e pratica de atividade física. Realizar a mensurações da pressão arterial, se houver diferença significativa nesta avaliação, repetir as mensurações 1 ou 2 dias depois, para verificar se a pressão arterial está estabelecida. A enfermeira verificou os exames com as seguintes taxas: HEMOGRAMA: Hemácias ...................: 4.500.000/mm3 3.800.000 a 5.200.000/mm3 Hemoglobina .............: 14.3 g/dl 12.0 a 16.0 g/dl Hematócrito ..............: 44.6 % 35. 0 a 47.0% VCM ..........................: 98.4 fL 80. 0 a 100.0 fl HCM ..........................: 33.2 pg 26.0 a 34.0 pg CHCM .......................: 33.7 % 32.0 a 36.0 % RDW ........................: 12.2 % 11.6 a 14.6% LEUCOGRAMA Global de Leucócitos.: 9.700/mm3 4.000 a 11.000 /mm3 Bastonetes ............... 0 % 0/mm3 0 a 5 % 0 a 500/mm3 Segmentados ............ 41 % 119/mm3 40 a 80 % 2.000 a 7.000/mm3 Eosinófilos ................ 3% 34/mm3 1 a 6% 2 a 500/mm3 Basófilos .................. 0 % 0/mm3 0 a 2 % 0 a 100/mm3 Monócitos .................19 % 323/mm3 2 a 10% 200. a 1.000/mm3 Linfócitos .................72 % 1.224/mm3 20 a 40 % 1.000 a 3000/mm3 Linfócitos Reativos ...0 % 0/mm3 Outros ................: 0 % 0/mm3 Hematoscopia: Anisocitose acentuada. Macrócitos. Microcitose . Poiquilocitose e policromasia. Plaquetas.......................: 420. 000 / mm3 140.000 a 450.000 / mm3 GLICOSE Resultado: 90mg/dL Normal: inferior a 99 mg/dL; Pré-diabetes: entre 100 e 125 mg/dL; Diabetes: superior a 126 mg/dL em dois dias diferentes. COLESTEROL TOTAL E FRAÇÕES RESULTADO:199,00mg/dL A partir de 20 anos Ótimo <200mg/dL Limítrofe 200-230 mg/dL Alto >/+=240mg/dL COLESTEROL – VLDL RESULDADO: 26,80 mg/dL Até 50mg/dL COLESTEROL – HDL RESULDADO: 40,90 mg/dL Homens: >55mg/dL (sem risco) 35 a 55 mg/dL (risco moderado) <35mgdL (risco elevado) COLESTEROL – LDL RESULDADO: 90,80 mg/dL Desejável: menor que 100mg/dL TRIGLICÉRIDES RESULDADO: 134 mg/dL Ótimo até 150mg/dL Limítrofe 150+200mg/dL Alto 201-499mg/dL Muito alto 500mg/dL O enfermeiro deve prescrever e orientar o uso contínuo Losartana Hidroclorotiazida 50 mg e Anlodipina Besilato 2,5 mg sendo uma cápsula pela manhã, para a pressão continuar estabilizada. Efetivar um plano de cuidado pessoal com o mesmo e incentivar a pratica de atividade física para perder o peso para ficar com IMC ideal para sua altura e controle da hipertensão arterial. OBJETIVOS Compreender os fatores que contribuem para o desenvolvimento da hipertensão arterial; Relacionar as consequências na saúde relacionadas a hipertensão; Analisar as diversas formas de tratamento identificando como os cuidados do enfermeiro podem contribuir para a melhor qualidade de vida do paciente. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma condição clínica crônica, definida como multifatorial e que evolui de forma silenciosa. Ela provoca a elevação sustentada dos níveis pressóricos, assim a pressão arterial sistólica (PAS) se mantém ≥ 140 mmHg e/ou a pressão arterial diastólica (PAD) fica ≥ 90 mmHg (SBC, 2016). De acordo com a Diretriz Americana de diagnóstico e manejo da HAS, essa condição é definida detectando-se pressão arterial sistólica de 130–139 mmHg ou pressão diastólica de 80–89 mmHg (WHELTON, 2017). Logo, o diagnóstico da HAS é feito a partir das repetidas medidas da pressão arterial (PA), em diferentes dias, apresentando os valores elevados e sustentados. Apenas uma medida isolada não pode confirmar o diagnóstico (SANTOS, 2016). A HAS pode ser classificada como primária ou secundária, sendo a forma primária a mais prevalente (cerca de 90% dos casos) a qual tem sua causa associada a hábitos de vida, como dieta inadequada e falta de atividade física. A hipertensão que se desenvolve devido à alguma doença ou condição clínica remediável, como aldosteronismo primário, doença renal ou hipertireoidismo, é classificada como secundária (CAREY et al., 2018). Para o diagnóstico dessa hipertensão secundária são requeridas investigações complementares, como exames de imagem e bioquímicos (SANTOS, 2016). Todavia a pré-hipertensão (PH) é caracterizada por pressão arterial sistólica (PAS) entre 121 e 139 e/ou pressão arterial diastólica (PAD) entre 81 e 89 mmHg (SBC, 2016). Essa classificação atual refere-se à condição antes conhecida como “hipertensão limítrofe”, a qual já predispõe a maior risco cardiovascular e pode rapidamente progredir para hipertensão (RAFAN, 2018). Pondera -se que pessoas nessas condições de pressão arterial apresentam maior incidência de HAS nos anos subsequentes e têm maior risco cardiovascular que aquelas normotensas (PA ≤ 120 x 80 mmHg) (ALESSI, 2014). Porém a HAS é agravada pela presença de fatores de risco (FR), como dislipidemia, obesidade abdominal, intolerância à glicose e diabetes mellitus (DM), consumo excessivo de sódio, tabagismo, sedentarismo e consumo elevado e crônico de bebidas alcoólicas (SBC, 2016). Conforme a Diretriz Americana de diagnóstico e manejo da HAS, os fatores de risco mais importantes para HAS são sobrepeso/obesidade, dieta inadequada, ingestão excessiva de sódio, ingestão inadequada de potássio, insuficiente prática de exercícios físicos e consumo de álcool (WHELTON, 2017). Entretanto as baixas taxas de controle dos níveis pressóricos associadas às altas taxas de prevalência tornam a hipertensão arterial um sério problema de saúde pública (SBC, 2013). A grande relevância clínica da HAS está relacionada com o aumento do risco de o indivíduo sofrer alguma doença cardiovascular (DCV), como: doença coronariana (infarto agudo do miocárdio ou insuficiência cardíaca); acidente vascular encefálico e doença arterial periférica (GIULIANO, CARAMELLI, 2008). As possíveis complicações da HAS (cardíacas, renais e acidente vascular encefálico) têm impacto elevado na perda da produtividade do trabalho e da renda familiar, e têm como principal desfecho, o óbito (SBC, 2016). Em geral um dos desafios na prevenção e tratamentoda HAS é seu rastreamento. A adequada medida da pressão arterial, procedimento que deve ser realizado por um profissional de saúde capacitado, permite a detecção dos níveis aumentados de pressão arterial em indivíduos assintomáticos. Dessa forma, é possível o início precoce do tratamento, seja ele baseado em modificações no estilo de vida (não farmacológico) e/ou farmacológico (CONCEIÇÃO et al., 2006). As fundamentais estratégias para controle da HAS envolvem intervenções para aumentar o conhecimento e a consciência dos indivíduos sobre a doença, além de promover a adesão ao tratamento. É indicado para todos os adultos hipertensos utilizar medidas não farmacológicas, visando alcançar uma redução significativa na pressão sanguínea dessa população (CAREY et al., 2018). Estas medidas têm se mostrado eficazes não apenas na redução da pressão arterial, mas também na 15 prevenção de desfechos CV e renais (SBC, 2016). Mas, em muitos casos, o conhecimento do paciente sobre sua pressão arterial elevada não é suficiente para garantir a adesão ao tratamento, nem a mudança de comportamento, especialmente porque essa é uma condição assintomática (CHOR et al., 2015). Em relação ao sexo, a literatura pesquisada se contradiz em pequenos números, para o Manual de Orientação Técnica da Hipertensão Arterial (SÃO PAULO, 2011), a diferença é tão pouca que o mesmo prefere não indicar se homens ou mulheres possuem mais chances, para a Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico – VIGITEL (BRASIL, 2010), as mulheres possuem mais risco de possuir a doença, mesmo que em percentual pequeno, já, para o Ministério da Saúde (BRASIL, 2010), homens até 50 anos são mais propensos a terem hipertensão, porém as mulheres com mais de 50 anos passam a liderar esta estatística. Já em consideração a etnia, todas as referências pesquisadas descrevem que as pessoas de raça negra possuem mais chances de desenvolverem esta patologia (BRASIL, 2001; SÃO PAULO, 2011). ALIMENTAÇÃO E INGESTÃO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS Só uma alimentação saudável eleva a qualidade de vida das pessoas, as modificações no sentido de uma vida mais saudável, teriam um impacto, em relação às doenças crônicas, similar ao causado pela melhoria das condições de saneamento, na redução de doenças (SICHIERI, 2000). Manter uma alimentação com ingestão de sal em excesso aumenta os riscos de hipertensão arterial, o brasileiro ingere uma quantidade duas vezes maior de sal nas refeições, elevando a probabilidade da doença. Pessoas que consomem dieta com menor quantidade de sal possuem menor incidência de hipertensão e a pressão arterial não aumenta com o avanço da idade (BRASIL, 1988; REVISTA BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2010; SICHIERI, 2000; LIPP, 2007). Mais um fator negativo no controle da pressão arterial é o consumo abusivo e por períodos prolongados de bebidas alcoólicas, esta prática não é aconselhada para portadores de hipertensão arterial que utilizam medicamentos de controle, pois pode diminuir seus efeitos anti-hipertensivos (BRASIL, 2001; REVISTA BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2010; SICHIERI, 2000; STIPP, 2007). Uma vida inativa é distinguida pela carência de exercícios físicos, onde provoca perda de flexibilidade articular e contribui no comprometimento de diversos órgãos do organismo. A falta de uma atividade física aumenta a ocorrência de várias doenças, dentre elas a hipertensão arterial sistêmica, estas consequências se ampliam quando o sedentarismo é associado ao tabagismo. Em uma pesquisa publicada em 2002, 81,2% dos entrevistados hipertensos não fazem atividade física (SIMONETTI, 2002), isso afirma a importância de possuir uma vida mais saudável, praticando atividade física regularmente, evitar o fumo, afim de combater ou auxiliar no tratamento de pessoas portadoras desta doença (REVISTA BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2010; PASSOS, 2006; BRASIL, 2006). Ter hábitos saudáveis é essencial no combate e tratamento à hipertensão, uma forma visível e superficial de analisar se o organismo está bem, é considerando como peso saudável, o peso relativo, avaliado pelo índice de massa corporal (IMC= peso em kg/altura2 em m) de até 24,9. Logo, para adolescentes, sugere-se também a utilização do IMC, contudo, os pontos de corte adequados são ainda objeto de discussão (SICHIERI, 2000). TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Para determinar o prognóstico de um paciente e seu tratamento, é importante a identificação de causas secundárias (verificar a possibilidade de hipertensão arterial secundária), fatores de risco cardiovascular, comorbidades e presença de lesão em órgão-alvo (coração, cérebro e rim). Precisa- se considerar que o principal objetivo terapêutico da HAS é a redução da PA e a diminuição da morbidade e mortalidade associadas aos desfechos cardiovasculares e lesão em órgão-alvo (SANTOS, 2016). Têm duas estratégias bem estabelecidas para reduzir os níveis pressóricos: intervenções nos hábitos de vida e tratamento com medicamentos. O tratamento não medicamentoso pode, comprovadamente, reduzir a PA e, em alguns casos, o risco cardiovascular, mas a maioria dos pacientes com HAS também necessita de tratamento farmacológico (ESC/ESH, 2018). Portanto a Diretriz Americana de diagnóstico e manejo da HAS determina que as intervenções não farmacológicas são eficientes na redução da PA, considerando mais importante as seguintes: perda de peso; aumento da frequência de atividades físicas; adoção da dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension), a qual apresenta diferentes abordagens recomendadas para prevenção e tratamento da hipertensão); redução do consumo de sódio; suplementação de potássio; e redução do consumo de álcool. Essa Diretriz recomenda o tratamento farmacológico anti- hipertensivo para adultos com PAS ≥ 140 mmHg ou PAD ≥ 90 mmHg. Para adultos com alto risco para DCV, definidos por histórico de DCV, DM ou doença hepática crônica, também se recomenda o tratamento farmacológico mesmo que a PAS esteja entre 130 e 139 mmHg ou a PAD entre 80 e 89 mmHg (WHELTON, 2017). A prática regular de atividade física tem sido considerada uma importante terapia não medicamentosa de hipertensão arterial sistêmica (HAS), por provocar diminuição crônicas nos níveis tensionais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). Nos últimos anos a literatura tem mostrado que mesmo uma sessão de exercício físico pode provocar diminuição da pressão arterial (PA) (PESCATELLO et al; 2004). O Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Atenção Básica do programa Saúde da Família, desenvolveu um programa de Coordenação de Hipertensão e Diabetes – CNHD que vem realizando diversas ações e estudos no combate e tratamento da hipertensão (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011). Uma das ações foi o desenvolvimento de um plano para reorganizar a atenção à hipertensão arterial e diabetes no Brasil. O objetivo deste plano foi de estabelecer diretrizes e metas para a reorganização da atenção à hipertensão arterial no Sistema Único de Saúde, atualizando os profissionais da rede básica, garantindo o diagnóstico e a vinculação do paciente às unidades de saúde para tratamento e acompanhamento, promovendo assim a reestruturação e a ampliação do atendimento resolutivo e de qualidade para os portadores dessas patologias na rede pública de serviços de saúde (BRASIL, 2004). Uma conduta mais técnica, o Caderno de Atenção Básica direcionado à Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabete Mellitus (BRASIL, 2001), estabelece as atribuições para cada profissional de saúde na assistência e prevenção da hipertensão. Compete ao Agente Comunitário de Saúde realizar a primeira abordagem, identificando os possíveis casos e encaminhando-os para consultas especializadas. As atribuições do Auxiliar de Enfermagem vão desde a verificação da pressão arterial dos indivíduos atéa orientação às pessoas sobre os fatores de risco, identificação e tratamento da hipertensão arterial. O Enfermeiro capacita os auxiliares e os agentes no intuito de prepará-los para realizar as funções de forma eficiente e segura, orienta a população, e, ainda realiza consultas de enfermagem, encaminhando à consultas especializadas se for o caso. Cabe ao Médico a realização das consultas, solicitação de exames, prescrever medicação e encaminhar os pacientes à unidades de referência (BRASIL, 2001). Possibilitar a saúde através da educação é um tema que vem sendo discutido por diversos profissionais da saúde, ação fundamental no desenvolvimento do indivíduo, a educação agrega conhecimento e facilita o entendimento da população referente aos hábitos de vida. (MOLINA, 2010). Já há uma evolução no discurso oficial da Educação em Saúde, pelo Ministério da Educação, em uma revisão de documentos, GAZZINELLI destaca que houve uma mudança, de uma perspectiva tradicional baseada na imposição de modelos, para uma abordagem voltada para a participação comunitária (GAZZINELLI, 2005). CONSIDERAÇÕES FINAIS As transformações no estilo de vida da população são de essencial importância no tratamento e na prevenção da hipertensão. Uma alimentação saudável, principalmente quanto ao consumo de sal, controle do peso, prática de atividade física, consequências do tabagismo e da ingestão excessiva de álcool são fatores de risco que precisam ser abordados, pois mesmo os portadores que utilizam doses progressivas de medicamentos, podem não alcançar os objetivos desejáveis, ou seja, a regularização dos níveis de pressão arterial e a melhora da qualidade de vida. O controle das doenças é essencial para melhorar a qualidade de vida, oportunidade de prolongar seu tempo vital refletindo na sua expectativa de vida, por meio de medidas preventivas e educativas como atividade física, alimentação saudável, uso correto da medicação quando indicado. Além disso se evidencia a necessidade da abordagem em campanhas de prevenção e de instrução coletiva para se obter melhores resultados com relação à doença, tanto na prevenção como no tratamento. Além do mais, o atendimento de contato mais direto, cujo processo de trabalho implica em uma conexão com a sociedade, acaba por conhecer seus hábitos alimentares, costumes e outros fatores sociais abrangidos, facilitando os métodos de abordagem e orientação. A veemência dos níveis de hipertensão arterial pode levar a invalidez parcial ou total da pessoa, com graves repercussões para o paciente, sua família e a sociedade. Por meio do estudo, evidenciamos que a quantidade de portadores está aumentando e que os problemas desta patologia estão afetando a sociedade. Ou o problema está tomando proporções que podem sair do controle ou as ações públicas de saúde não estão surtindo os efeitos desejados. Então, investir na precaução e na educação como autora da saúde é um fator decisivo não só para garantir a qualidade de vida da população, assim para diminuir as internações hospitalares e naturais gastos que estas ocasionam ao sistema de saúde pública. Finalizando que existe a necessidade de uma maior reflexão sobre a implementação das ações existentes de prevenção e combate a Hipertensão Arterial, já que versar de cuidados com seres humanos, sendo indispensável que os postos de saúde concretizem planos de medidas e intervenções, além de formação e capacitação das equipes multidisciplinares, para que possam favorecer o maior número possível de pessoas. Pois que o acesso à informação por meio de profissional devidamente qualificado se torna mais rápido, simples, barato e eficaz, garantindo a redução dos riscos associados ao mau uso de medicamentos. REFERÊNCIAS ALESSI, Alexandre et al. I Posicionamento Brasileiro sobre Pré-Hipertensão, Hipertensão do Avental Branco e Hipertensão Mascarada: Diagnóstico e Conduta. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 102, n° 2, p. 110-119, São Paulo, 2014. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, 1988. BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Atenção Básica. Área Técnica de Diabetes e Hipertensão Arteiral. Brasília: Ministério da Saúde, 2001. BRASIL. Ministério da Saúde. Organização Pan-Americana da Saúde. Avaliação do Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. 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