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sexologia forense

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SEXOLOGIA FORENSE 
 
SEXOLOGIA FORENSE 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
 ..................................................................................................................... 4 
1-INTRODUÇÃO ............................................................................................. 4 
2 - CONCEITO ............................................................................................. 5 
3 - PARAFILIAS ........................................................................................... 5 
3.1 – Quais transtornos podem levar à criminalidade? ................................ 7 
4 – PERÍCIAS SEXUAIS .............................................................................. 9 
4.1- Perícias nos crimes aborto .................................................................. 10 
4.1.1 – Meios abortivos .............................................................................. 12 
4.1.2 – Evidências ...................................................................................... 14 
5 - PERÍCIAS NOS CRIMES DE INFANTICÍDIO ....................................... 16 
5.1 – Evidências no crime de infanticídio ................................................... 18 
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................... 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FACUMINAS 
 
A história do Instituto Facuminas, inicia com a realização do sonho de um 
grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a Facuminas, como entidade 
oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A Facuminas tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos 
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, 
de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1-INTRODUÇÃO 
 
A sexologia forense, em síntese, pode ser definida como o “estudo dos problemas 
médico-legais ligados ao comportamento sexual”. Seu objeto de estudo refere-se a 
todos os fenômenos ligados à sexualidade e suas implicações no âmbito jurídico. 
Por um lado, encontramos um padrão de condutas típicas de criminosos sexuais, 
tais quais líderes religiosos, em que o conteúdo das mensagens se aproveita das 
vulnerabilidades de suas vítimas para obter vantagens sexuais; molestadores de 
crianças e vulneráveis, que possuem uma vítima específica; e os oportunistas que 
aproveitam a situação para molestarem e obter favores sexuais. 
Para a Criminologia, ainda encontramos dentro dos molestadores cinco tipos de 
perfis e motivações, porém todos aproveitam de vulnerabilidades de suas vítimas, 
de sua ingenuidade. 
Colocamo-nos, assim, diante das seguintes questões: todas essas condutas fariam 
parte da mesma estrutura de personalidade? O que estaria na base da conduta do 
criminoso sexual? Estaríamos capacitados a reconhecer tais estruturas e 
 
 
 
 
 
 
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motivações? Certos transtornos levariam a um comportamento criminoso? E, por 
fim, qual o papel do operador do direito diante de tais questões? 
Diante da complexidade das questões apresentadas, uma coisa é certa: o papel da 
psicologia forense é de fundamental importância para o esclarecimento e 
compreensão de cada conduta. 
E cabe aos operadores do direito estarem capacitados ao reconhecimento de tais 
questões para o êxito em sua atuação. O profissional que tenha tal capacitação se 
diferencia dos demais. 
2 - CONCEITO 
É o estudo dos problemas médico-legais ligados ao sexo. É objeto de estudo da 
sexologia forense todos os fenômenos ligados ao sexo e suas implicações 
no âmbito jurídico. 
 
É o ramo da medicina legal que se dedica ao estudo dos fenômenos relacionados 
com a reprodução humana, desde a concepção até o puerpério. 
 
A expressão sexualidade anômala e criminosa, era o antigo nome do ramo da 
medicina legal denominado atualmente sexologia forense, que, deixou de ser 
utilizado em razão do evidente caráter preconceituoso da expressão. 
 
A sexologia forense tem grande importância pois traz conhecimentos acerca de 
“problemas sexuais”; fornece elementos que nos orientam à observância 
das leis (jurídicas e naturais); e auxilia na educação dos filhos e disseminação do 
respeito. 
 
3 - PARAFILIAS 
 
São fantasias ou comportamentos frequentes, intensos e sexualmente estimulantes 
que envolvem objetos inanimados, crianças ou adultos sem consentimento, 
ou o sofrimento ou humilhação de si próprio ou do parceiro. 
 
 
 
 
 
 
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Transtornos parafílicos são parafilias que causam angústia ou problemas com o 
desempenho de funções da pessoa com parafilias ou que prejudicam ou podem 
prejudicar outra pessoa. 
 
Genival Veloso de França em sua obra de Medicina Legal, 9ª Edição, 2011, diz 
que “os transtornos sexuais são distúrbios qualitativos ou 
quantitativos, fantasias ou comportamentos recorrentes e intensos que 
surgem de forma inabitual, também chamados de parafilias, de origem 
orgânica ou simplesmente por preferências sexuais. 
 
Os exemplos mais comuns, citados por renomados autores, são: 
 
 Anafrodisia; 
 Frigidez; 
 Erotismo; 
 Autoerotismo; 
 Anorgasmia; 
 Erotomania; 
 Frotteurismo; 
 Exibicionismo; 
 Narcizismo; 
 Gerontofilia 
 Cronoinversão; 
 Dolismo; 
 Donjuanismo; 
 Travestismo; 
 Pedofilia; 
 Riparofilia; 
 Necrofilia; 
 Mixoscopia/Voyerismo; 
 Lubricidade Senil; 
 
 
 
 
 
 
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 Fetichismo; 
 Vampirismo; 
 Bestialismo; 
 Sadismo; 
 Masoquismo; dentre outros. 
 
3.1 – Quais transtornos podem levar à criminalidade? 
 
O frotteurismo é a “mania”, que alguns homens têm de “roçar”, encostar, seus 
órgãos genitais ou mesmo tocar nas partes íntimas de mulheres que estão em 
aglomerações (ônibus, trens, shows, etc). Homens que se aproveitam das 
mulheres dessa forma podem ser criminalizados, pois caracteriza crime 
diverso da conjunção carnal, dificultando a livre manifestação de vontade da vítima, 
conforme interpretação do artigo 215 do Código Penal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A pedofilia está disposta no Código Penal, no artigo 217-A, com o nome – Estupro 
de vulnerável). “Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com 
menor de 14 (catorze) anos”, sob pena de reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) 
anos. 
 
 
 
 
 
 
 
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A necrofilia é caracterizada pela excitação decorrente da visão ou da 
violação sexual do cadáver. Poderá caracterizar “vilipêndio de cadáver” quando é 
realizado com o morto atos sexuais. Todavia, vilipendiar é mais comum quando 
alguém escarra, corta membros, derrama líquidos asquerosos sobre as cinzas com 
a finalidade de menosprezo e aviltação ao cadáver. Está previsto no artigo 212 do 
Código Penal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O sadismo, se praticado de forma demasiada pode levar até à morte do parceiro ou 
parceira. O sofrimento do outro é o que dá prazer;
para tanto poderá chegar ao 
inimaginável da violência. Poderá caracterizar desde lesões corporais à morte – 
Artigo 129, parágrafos 1º, 2º, 3º e seus incisos e artigo 121 do Código Penal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4 – PERÍCIAS SEXUAIS 
 
Através do exame de sexologia forense procede-se à verificação dos sinais médico-
legais (sinais corporais genitais, para e extra genitais) identificadores ou indicadores 
da prática de determinado pressuposto num tipo legal de crime sexual, 
desempenhando ou podendo desempenhar relevante papel na apreciação da prova. 
O auxílio prestado no esclarecimento dos pressupostos de apreciação da prova 
pode ser determinante para a formulação de conclusões acerca de determinado fato 
ou comportamento num específico tipo legal de crime. Isto porque permite a análise 
científica de vestígios do crime, sustentadores ou despistadores a prova da prática 
do fato, bem como a afirmação da existência de dano e da definição da sua 
natureza e extensão, do nexo de causalidade entre o fato e o dano, e da 
imputação do fato a determinado agente (suspeito) através da sua identificação 
médico-legal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4.1- Perícias nos crimes aborto 
 
Perante a lei, aborto é a interrupção dolosa da gravidez, à qual se segue a morte do 
concepto, independentemente da duração da gestação. 
 
 
 
 
 
 
 
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Enquanto a obstetrícia preocupa-se com a capacidade de sobrevivência do novo 
ser fora do útero, a legislação volta-se para a causa jurídica, não importando a 
época em que se realize a intervenção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O que preocupa o legislador é o aborto provocado, o caráter doloso da interrupção, 
o seu animus necandi. Assim o médico legista e o perito se tornam peças 
fundamentais na caracterização deste crime. 
 
O Código Penal prevê seis modalidades de aborto: 
 Aborto provocado pela própria gestante, ou autoaborto (art. 124, primeira 
parte); 
 Aborto com consentimento da gestante, para que outrem lhe provoque o 
abortamento (art. 124, segunda parte); 
 Aborto provocado sem o consentimento da gestante. Este não 
consentimento da gestante pode decorrer de violência, ameaça ou de 
fraude (art. 125), ou de certas condições que façam presumir a incapacidade 
da gestante para consentir (art. 126, parágrafo único); 
 Aborto consentido ou consensual (art. 126); 
 Aborto qualificado, pela lesão grave ou morte da gestante (art. 127); 
 
 
 
 
 
 
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 Aborto permitido, nos casos do art. 128,1 e II, do CP. No caso de estupro 
(art. 128, II, do CP), temos o chamado aborto moral, sentimental, ético, 
humanitário. 
 
O art. 128, I, do Código Penal admite o chamado aborto necessário, que é aquele 
praticado como único meio de salvar a vida da gestante. Também é chamado de 
aborto terapêutico. A lei não permite o aborto quando houver risco para a saúde, 
mas apenas no caso de risco de vida. 
 
4.1.1 – Meios abortivos 
 
Os meios químicos são substâncias tóxicas abortivas podem ser de origens vegetal 
e mineral. Entre as de origem vegetal, tem sido usada grande parte da flora 
brasileira: a jalapa, o sene, a sabina, o apiol, a arruda, o quinino, o centeio 
espigado, a cabeça-de-negro, a quebra-pedra, entre outros. Até mesmo a 
Thujaoccidentalis, flor de rara beleza, por ser tóxica, é usada na prática abortiva. 
 
Entre as substâncias de origem mineral, as de emprego mais largo foram o fósforo, 
o arsênico, o antimônio, o bário, o chumbo e o mercúrio. Na Inglaterra, usou-se 
muito o chumbo em forma de pílulas. Na Áustria e na Suécia, o ácido arsênico. Na 
Grécia e na Finlândia, cabeças de fósforos maceradas em leite. 
 
Os meios mecânicos podem ser divididos em diretos e indiretos. Os meios diretos 
são aqueles usados na cavidade vaginal, no colo do útero e na cavidade uterina. 
 
Na cavidade vaginal: tamponamentos, duchas alternadas de água fria e quente, 
cópulas repetidas. 
 
No colo uterino: a cauterização, esponjas, dilatadores mecânicos, o emprego das 
laminárias colocadas no canal cervical com a finalidade de dilatá-lo. 
 
 
 
 
 
 
 
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Na cavidade uterina: a punção das membranas, embora seja um método 
muito antigo, é ainda hoje usado por curiosas, parteiras e leigos ou pela própria 
gestante. Os instrumentos utilizados são os mais variáveis, como as sondas de 
borracha, agulhas de croché, penas de ganso, varetas de bambu, palitos de picolé, 
aspas de sombrinhas etc. Também o desprendimento da membrana e o 
esvaziamento do útero pela curetagem, pela aspiração a vácuo e pela histerotomia 
(microcesárea). 
 
Outro método empregado é o descolamento das membranas feitas pela curagem, 
pela introdução de uma sonda que permaneça na cavidade uterina ou pela injeção 
de líquidos. O mais empregado é a colocação de uma sonda, na cavidade uterina, 
que, agindo como corpo estranho, determina contrações ao mesmo tempo em 
que desloca as membranas fetais. 
 
O descolamento por meio de líquidos na cavidade amniótica é o método de Cohen e 
consiste na introdução de líquido pelo canal cervical à cavidade uterina, líquido esse 
que vai desde a água potável até as soluções cáusticas. 
 
A curagem é empregada por pessoas habilidosas no trato da genitália feminina, 
consistindo no descolamento das membranas fetais com o dedo. 
A curetagem, no entanto, é o meio mais largamente usado, principalmente pelos 
abortadores, que têm nessa técnica uma manobra rápida e de fácil execução. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aborto na Antiguidade 
 
 
 
 
 
 
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4.1.2 – Evidências 
 
Para o exame físico da paciente, é sugerido seguir um protocolo para detectar as 
evidências de um aborto criminoso. 
Se destacam: 
 
1-Comprovação da gravidez 
 
2- Comprovação da existência de aborto: 
 
A) Aborto em gravidez incipiente: Ausência de sinais de probabilidade; 
microbiópsia da mucosa uterina para detectar formação de vilosidades 
coriais; 
 
B) Aborto em gravidez avançada: 
 
Na viva: Verificar sinais de probabilidade, testes biológicos e a histopatológica dos 
restos ovulares e membranosos. 
 
 
 
 
 
 
 
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Na morta: Exame do corpo lúteo ovariano (anátomo patológico dos ovários), das 
lesões e modificações uterinas e da presença de embolia das células trofoblásticas 
em vasos do pulmão (tese do Prof. Hygino Carvalho). 
 
C) Aborto de gravidez antiga: 
 
Na viva: Restos de membrana, cicatrizes e de fúrcula e períneo. 
 
Na morta: Estudo do útero e dos ovários. 
 
3- Excluem a origem patológica ou acidental: 
 
A) Aborto patológico: Patologia da gravidez, patologia materna. 
 
B) Aborto acidental: Traumas físicos e traumas psíquicos. 
 
4- Origem da prática abortiva 
 
A) Evolução: Dores, hemorragias, expulsão e evolução clínica, 
 
B) Lesões maternas: Lesões mecânicas, químicas e físicas. 
 
C) Provar o mecanismo causador: Presença do meio provocador ou 
das suas lesões específicas. 
 
5- Exame dos restos fetais: 
 Lesões vitais ou pós morte. 
 
6- Exame do instrumento suspeito. 
 
7- Comprovação da presença de vilosidades coriais. 
 
 
 
 
 
 
 
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5 - PERÍCIAS NOS CRIMES DE INFANTICÍDIO 
 
A perícia no delito de infanticídio tem grande importância, uma vez que objetiva 
analisar os elementos essenciais que caracterizam o delito. 
 
Segundo o Código Penal de 1940, estabeleceu em seu artigo 123: 
 
“Matar, sob influência do estado puerperal, o próprio filho, durante ou logo 
após o parto”, sob pena de detenção de dois a seis anos.
Para se demonstrar a materialidade, o crime de infanticídio exige para sua 
caracterização uma prova da condição de recém-nascido, de vida extrauterina, o 
diagnóstico da causa de morte e o exame da puérpera. 
 
A legislação vigente adotou como atenuante no crime de infanticídio o conceito 
biopsíquico do “estado puerperal”, que justifica o infanticídio como delictum 
exceptum, praticado pela puérpera sob influência daquele tal estado puerperal. 
 
 
 
 
 
 
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A adoção deste critério biopsíquico não é um consenso e tem resistência 
dentro da Medicina Legal. 
 
 Não existe elemento biopsíquico capaz de fornecer à perícia provas consistentes e 
seguras para afirmar que uma mulher matou seu próprio filho, durante ou logo após 
o parto, motivada por uma alteração chamada de “estado puerperal”, que seria uma 
alteração temporária em mulher previamente sã, com colapso do senso moral e 
diminuição da capacidade de entendimento seguida de liberação de instintos, 
culminando com a agressão ao próprio filho. 
 
Também porque tal distúrbio não existe como patologia nos tratados médicos 
atuais. 
 
Por haver resistência da medicina legal em reconhecer o estado biopsiquico e não 
existir como patologia nos tratados médicos, quando acionado para 
examinar esse crime, deve se concentrar num exame físico da puérpera bem feito, 
que é o período de tempo entre a dequitação placentária e o retorno do organismo 
materno às condições pré-gravídicas, tendo duração média de 6 semanas. 
 
Somente desta forma será possível esclarecer se a mãe encontrava no momento do 
crime sofrendo de distúrbios biopsíquicos derivados do estado puerperal, que é um 
dos elementos essenciais que caracterizam o delito, levando com isso a uma 
pena mais branda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5.1 – Evidências no crime de infanticídio 
 
Conforme Genival Veloso França, em sua obra Medicina Legal, 9ª edição de 2011, 
o exame pericial será orientado na busca dos elementos constituintes do delito a 
fim de caracterizar: 
 
 Estados de natimorto, o de feto nascente, o de infante nascido ou o de 
recém-nascido (diagnóstico do tempo de vida); 
 
 A vida extrauterina (diagnóstico do nascimento com vida); 
 
 
 A causa jurídica de morte do infante (diagnóstico do mecanismo de 
morte); 
 
 O estado psíquico da mulher (diagnóstico do chamado “estado 
puerperal”); 
 
 Comprovação do parto pregresso (diagnóstico do puerpério ou do 
parto recente ou antigo da autora). 
 
Sendo um dos pontos de grande relevância no exame pericial, a avaliação do 
estado mental da infanticida deve consistir em apurar determinados quesitos: 
 
 Se o parto transcorreu de forma angustiante ou dolorosa; 
 Se a parturiente, após ter realizado o crime, tratou ou não de esconder o 
cadáver do filho; 
 Se ela se lembra ou não do ocorrido ou se simula; 
 Se a mulher tem antecedentes psicopáticos ou se suas consequências 
surgiram no decorrer do parto; 
 
 
 
 
 
 
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 Se há vestígios de outra perturbação mental cuja eclosão, durante o parto ou 
logo após, foi capaz de leva-lá a praticar o crime. 
 
O cerne desse tipo de perícia é a constatação de parto pregresso. 
 
O diagnóstico leva-se em conta o aspecto geral, os aspecto dos órgãos genitais 
externos, a presença de corrimento genital, o aspecto das mamas, a presença de 
colostro ou leite, as paredes abdominais com vergões e a pigmentação 
clássica e os exames de laboratório para comprovação dos lóquios, induto 
sebáceo, colostro, leite e mecônio. 
 
A perícia médico-legal é de extrema importância para a esfera processual penal, 
visto que sem essa prova técnica, a Justiça jamais teria condições de fundamentar 
e alicerçar o conteúdo disciplinador de uma sentença, dentro de um critério 
legalista e justo com o "mundo dos fatos", pois, certamente, lhe faltariam elementos 
técnicos consistentes e convincentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Por fim, a perícia médico-legal é de extrema importância para a esfera processual 
penal, visto que sem essa prova técnica, a Justiça jamais teria condições de 
fundamentar e alicerçar o conteúdo disciplinador de uma sentença, dentro 
de um critério legalista e justo com o "mundo dos fatos", pois, certamente, lhe 
faltariam elementos técnicos consistentes e convincentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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BIBLIOGRAFIA 
 
BROWN, George R.. Considerações gerais sobre parafilias e transtornos 
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. 
FERREIRA, Elane Souza. Sexologia Forense: transtornos sexuais ou 
parafilias; podem levar à criminalidade ou são “simples fantasias”? 
<https://lanyy.jusbrasil.com.br/artigos/164781851/sexologia-forense-transtornos-
sexuais-ou-parafilias-podem-levar-a-criminalidade-ou-sao-simples-fantasias>. 
Acesso em: 09 jan. 2020. 
ABRAHÃO, Paulo Jorge. A perícia no aborto criminoso. Disponível 
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GUIMARÃES, Roberson. O crime de infanticídio e a perícia médico- 
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ROCHA, Guilherme Batista Gomes; ROCHA, Elquisson Sidney Gomes. 
Determinantes para a caracterização do crime de infanticídio:paradigmas 
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