Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SUMÁRIO DIREITO PENAL ................................................................................................................. 1 PROCESSO PENAL ........................................................................................................... 29 LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL ......................................................................................... 54 DIREITO CONSTITUCIONAL ............................................................................................. 81 DIREITO ADMINISTRATIVO ........................................................................................... 110 DIREITO CIVIL ................................................................................................................ 138 MEDICINA LEGAL .......................................................................................................... 154 PORTUGUÊS .................................................................................................................. 162 INFORMÁTICA ............................................................................................................... 172 1 V3 DIREITO PENAL PARTE GERAL O princípio da vedação à dupla persecução (ne bis in idem processual) poderá ser excepcionado quando o julgamento no exterior não se realizar de modo justo e legítimo. Se houver a devida comprovação de que o julgamento em outro país sobre os mesmos fatos não se realizou de modo justo e legítimo, desrespeitando obrigações processuais positivas, a vedação de dupla persecução pode ser eventualmente ponderada para complementação em persecução interna. (STF HC 171118) O princípio da insignificância ou bagatela própria é uma causa supralegal de exclusão da tipicidade material. Extensão do Território Nacional (NÃO é caso de extraterritorialidade) -Embarcações e aeronaves de natureza pública; -Embarcações e aeronaves de natureza privada em alto-mar ou espaço aéreo correspondente. PRINCIPAIS FRAÇÕES PARTE GERAL REDUÇÕES: Tentativa; Arrependimento posterior; Estado de necessidade (quando razoável o sacrifício); Semi-imputabilidade; Embriaguez por caso fortuito ou força maior. 1/3 a 2/3 Erro de proibição evitável ou inescusável; Participação de menor importância no concurso de pessoas. 1/6 a 1/3 Prescrição: criminoso, ao tempo do crime, menor de 21 ou, na data da sentença, maior de 70. 1/2 AUMENTOS: Resultado mais grave e previsível no concurso de pessoas 1/2 Concurso formal próprio 1/6 a 1/2 Crime continuado genérico 1/6 a 2/3 Concurso continuado específico Até o triplo PPE reincidência 1/3 2 ATENÇÃO Sobre o crime continuado: esta ficção jurídica só vale para a aplicação da pena (será considerado como um único crime). Para todas as demais situações (prescrição, representação), será considerado cada um dos crimes de modo isolado EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE DELITO MODELO CLÁSSICO -Fato típico: teoria causal naturalista da ação (ação é destituída do conteúdo da vontade) -Antijuridicidade: avalorada (não havia qualquer juízo de valor prévio entre tipicidade e antijuridicidade) -Culpabilidade: teoria psicológica da culpabilidade (dolo e culpa eram espécies da culpabilidade, imputabilidade era seu pressuposto) MODELO NEOCLÁSSICO OU NEOKANTISTA -Fato típico: teoria causal naturalista da ação ainda é adotada + elementos normativos e subjetivos passaram a integrar o tipo -Antijuridicidade: surge a relação entre fato típico e antijuridicidade Ratio essendi :ilicitude é a essência da tipicidade (tipo total de injusto) Ratio congnoscendi (ou indiciariedade):constatada ser típica determinada conduta, surge a presunção relativa de também ser ilícita. Consequência: inversão do ônus da prova nas excludentes de ilicitude. Teoria dos elementos negativos do tipo: o tipo penal é composto de elementos positivos (expresso) e negativos (implícitos), que são as excludentes de ilicitude. Para que determinado comportamento seja típico, não basta realizar os elementos positivos expressos no tipo, mas nenhum elemento negativo pode estar presente. -Culpabilidade: teoria psicológico normativa da culpabilidade. Dolo normativo (dolo + consciência da ilicitude) culpa, imputabilidade e exigibilidade de conduta diversa. JÁ CAIU: Segundo a teoria causal, o dolo causalista é conhecido como dolo normativo, pelo fato de existir, nesse dolo, juntamente com os elementos volitivos e cognitivos, considerados psicológicos, elemento de natureza normativa (real ou potencial consciência sobre a ilicitude do fato). Cespe considerou essa assertiva como CORRETA. MODELO FINALISTA -Fato típico: teoria finalista da ação (dolo e culpa migram da culpabilidade para o fato típico. O dolo deixa de ser normativo e passa a ser natural abarcando apenas consciência e vontade) -Antijuridicidade: elementos subjetivos (necessidade de o agente ter consciência de que age amparado em alguma excludente de ilicitude) 3 -Culpabilidade: teoria normativa pura da culpabilidade. Imputabilidade, potencial consciência da licitude, exigibilidade de conduta diversa. CRIMES OMISSIVOS CRIME OMISSIVO PRÓPRIO CRIME OMISSIVO IMPRÓPRIO O agente tem o dever genérico de agir, que atinge a todos indistintamente O agente tem o dever jurídico/específico de impedir o resultado Crimes de mera conduta, em regra Crimes materiais Não admite tentativa Admite tentativa Em regra, pode ser praticado por qualquer pessoa Só pode ser praticado por garantidor O dever de agir incumbe a quem -Tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; -De outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; -Com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. Nos crimes omissivos impróprios, a tipicidade é aberta, mediante subsunção indireta. Subsunção indireta ou adequação mediata Necessita de norma de extensão Subsunção direta ou adequação imediata Não necessita de norma de extensão Explicando... Não existe no Código Penal o tipo penal do crime de homicídio praticado por omissão imprópria, correto? Correto. Então... como fazemos para que o crime de homicídio praticado por omissão imprópria seja punido? Nos socorremos de uma norma de extensão. Exemplificando: quando o promotor denuncia alguém que cometeu um homicídio por omissão imprópria, coloca na denúncia o art. 121 combinado com o art. 13 § 2º, ambos do CP. A banca cespe/cebraspe tem demonstrado certa “afeição” com esse tema. Portanto, coloquem especial atenção neste ponto do material. Para auxiliar vocês em eventual fundamentação de questão discursiva... (...) quando se imputa a alguém crime comissivo por omissão (art. 13, § 2º, b, do CP), é necessário que se demonstre o nexo normativo entre a conduta omissiva e o resultado normativo, porque só se tem por constituída a relação de causalidade se, baseado em elementos empíricos, for possível concluir, com alto grau de 4 probabilidade, que o resultado não ocorreria se a ação devida fosse efetivamente realizada. (STJ) A irmã de vítima do crime de estupro de vulnerável responde por conduta omissiva imprópria se assume o papel de garantidora. (STJ) ATENÇÃO: o mero parentesco não torna um irmão responsável pelo outro. Pelo caso concreto o irmão pode ou não se amoldar à figura do garantidor. ERRO DE TIPO Essencial/incriminador: recai sobre os elementares do tipo penal. O agente não sabe o que faz, se soubesse, não faria. Escusável/inevitável: exclui dolo e culpa Inescusável/evitável: exclui dolo, permite a punição por culpa, se previsto em lei. ERRO DE PROIBIÇÃO Essencial/incriminador: o agente sabe o que faz, mas não sabe que sua conduta é proibida. Escus. / inevitável: exclui a culpabilidade Inescusável/evitável: diminui a pena em 1/6 a 1/3. O que é erro de tipo acidental? Erro querecai sobre os elementos secundários do crime. Os principais são: ERRO SOBRE A PESSOA J deseja matar seu pai e, acreditando estar próximo, dispara contra ele, entretanto, se confundiu e acabou matando o irmão gêmeo do genitor. Consequência: responderá como se tivesse matado seu pai (vítima visada) – teoria da equivalência ERRO NA EXECUÇÃO (aberratio ictus) J deseja matar seu pai, porém, por erro na pontaria, acaba matando seu irmão gêmeo. Consequência: responderá como se tivesse matado seu pai (vítima visada) – teoria da equivalência RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO (aberratio criminis) J deseja quebrar a vidraça de uma loja arremessando uma pedra, mas, por erro na execução, mata o vendedor. Consequência: se atingir apenas o resultado diverso, responderá por ele a título de culpa. Se atingir o resultado diverso e também o pretendido: responderá pelos dois crimes, em concurso formal. ATENÇÃO: Infelizmente, a banca (até o presente momento, a Cespe e a AOCP fizeram isso) tem cobrado em questão objetiva um posicionamento MUITO PECULIAR do STJ. Portanto, atenção redobrada aqui: Aberratio ictus com resultado duplo: STJ: Dolo na prática de homicídio se estende ao crime contra segunda vítima atingida por erro na execução. 5 “[…] Retrata os presentes autos a parte final do art. 73 do CP, quando, além da vítima originalmente visada, terceira pessoa é também atingida, incidindo a regra do concurso formal de crimes. Nesses casos, o elemento subjetivo da primeira conduta, o dolo, projeta-se também à segunda, não intencional, ainda que o erro de pontaria decorra de negligência, imprudência ou imperícia do agente. Nesse sentido, esta Corte possui orientação de que “A norma prevista no art. 73 do Código Penal afasta a possibilidade de se reconhecer a ocorrência de crime culposo quando decorrente de erro na execução na prática de crime doloso”. JÁ CAIU: incorre em erro de validade o agente que pratica um fato proibido, supondo acreditar que o STF tenha declarado a inconstitucionalidade de uma lei penal incriminadora. (CORRETO) *Erro de proibição de validade se configura quando o agente descumpre uma lei por acreditar honestamente que essa lei não é válida. JÁ CAIU: O erro mandamental exclui a culpabilidade, se inescusável, uma vez que não se pode exigir conduta diversa do agente que não tem o necessário discernimento para ato. (ERRADO) *O erro mandamental é uma modalidade de erro de proibição que recai sobre o mandamento contido nos crimes omissivos, sejam eles próprios e impróprios. Segue as mesmas regras do erro proibição: se inevitável afasta a culpabilidade, se evitável apenas reduz a pena. DOLO DIRETO DOLO INDIRETO Dolo de 1º grau: tem a consciência que sua conduta causará um resultado, bem como a vontade de praticar a conduta e produzir o resultado Eventual: não quer o resultado, mas, representando como possível a sua produção, não deixa de agir, assumindo o risco de produzi-lo Dolo de 2º grau/ consequências necessárias: previsão dos efeitos colaterais (resultado típico) como consequência necessária do meio escolhido. Alternativo: quer alcançar um ou outro resultado (alternatividade objetiva) ou atingir uma ou outra pessoa (alternatividade subjetiva). JÁ CAIU: Gonzalez, desejando eliminar a vida de Oliveira, que se encontrava em praça pública, instalou no local uma poderosa bomba, a qual, ao ser detonada, matou todas as pessoas que ali estavam. Nessa situação hipotética, Gonzalez agiu com dolo direto de primeiro grau contra Oliveira e as demais pessoas que morreram no local. (ERRADO) Dolo direto de 1º grau contra Oliveira. Dolo de 2º grau com relação as demais pessoas que morreram no local. 6 O que são descriminantes putativas? São excludentes de ilicitude erroneamente imaginadas. Qual a consequência jurídica? Depende da teoria da culpabilidade adotada: DESCRIMINANTE PUTATIVA TEORIA LIMITADA TEORIA ESTRITA/EXTREMADA Erro em relação aos pressupostos fáticos que legitimam a atuação sob a excludente Erro de tipo permissivo Erro de proibição indireto ou erro de permissão Erro sobre a existência da excludente Erro de proibição indireto ou erro de permissão Erro de proibição indireto ou erro de permissão Erro sobre os limites da excludente Erro de proibição indireto ou erro de permissão Erro de proibição indireto ou erro de permissão Legítima Defesa Sucessiva Legítima Defesa Recíproca O agente repele injusta agressão, porém se excede na utilização dos meios disponíveis, habilitando o outro a repelir este excesso que agora se caracteriza como injusta agressão visto que a agressão inicial já havia cessado. Não admitida pelo Direito brasileiro porque NÃO é possível duas pessoas se encontrarem ao MESMO TEMPO em Legítima Defesa real. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA Agente deixa de prosseguir na execução do crime por uma razão ínsita à sua vontade. Os atos executórios ainda não se esgotaram. Ele só responde pelos atos praticados ARREPENDIMENTO EFICAZ Após esgotar os atos executórios, o agente age para impedir a consumação. Só responde pelos atos praticados. ARREPENDIMENTO POSTERIOR Agente que, voluntariamente, até o recebimento da denúncia ou queixa, repara o dano ou restitui a coisa (salvo nos crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa) Redução de 1 a 2/3 na pena CRIME IMPOSSÍVEL Agente que, por ineficácia absoluta do meio ou por impropriedade do objeto, torna impossível a consumação do crime. Tentativa Branca ou Incruenta Não acerta o alvo Tentativa Vermelha ou Cruenta Acerta o alvo Tentativa Perfeita, Acabada, Crime Falho Esgota todos os meios Tentativa Imperfeita ou Inacabada Não utiliza todos os meios Tentativa Abandonada ou Qualificada Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz Tentativa Inidônea ou Quase Crime Crime Impossível ATENÇÃO: o arrependimento eficaz somente é compatível com a tentativa perfeita, pois exige o esgotamento dos atos executórios. 7 DOLO GLOBAL/UNITÁRIO o agente deve atuar baseado num plano previamente elaborado que envolve toda a cadeia de crimes. Caso esse elemento subjetivo não esteja presente, descaracteriza-se a continuidade, que cede lugar à habitualidade delitiva. DOLO GERAL/ERRO SUCESSIVO ocorre quando o agente, supondo já ter alcançado um resultado por ele visado, pratica nova ação que efetivamente o provoca, representando hipótese de aberratio causae. ATENÇÃO: dolo geral não se confunde com dolo genérico (nomenclatura oriunda do sistema clássico de delito), que se referia à vontade de praticar uma conduta típica, sem nenhuma finalidade específica. TEORIAS QUE EXPLICAM OS INÍCIOS DOS ATOS EXECUTÓRIOS Teoria da hostilidade ou critério material Atos executórios são aqueles que atacam o bem jurídico, criando-lhe uma situação concreta de perigo. Teoria objetivo- formal: Atos executórios são aqueles que iniciam a realização do núcleo do tipo. Teoria objetivo- material São atos executórios aqueles em que se inicia a prática do núcleo do tipo, bem como os atos imediatamente anteriores, com base na visão de terceira pessoa alheia à conduta criminosa. Teoria objetivo- individual: (Hans Welzel) Atos executórios são aqueles que, de acordo com o plano do agente, realizam-se no período imediatamente anterior ao começo da execução típica. Adotando-se a teoria objetivo-formal, o rompimento de cadeado e destruição de fechadura da porta da casa da vítima, com o intuito de, mediante uso de arma de fogo, efetuar subtração patrimonial da residência, configuram meros atos preparatórios que impedem a condenação por tentativa de roubo circunstanciado. (STJ em setembro de 2021) NÃO CONFUNDA! Para o STJ... Momento início atos executórios Teoria objetivo-formal Momento consumação do crime Teoria daamotio ou apprehensio Quais crimes não admitem tentativa? Culposos Contravenções penais Habituais Omissivos próprios Unissubsistentes Preterdolosos Permanentes 8 JÁ CAIU: Admite-se a excludente de antijuridicidade do estrito cumprimento de dever legal nos crimes culposos. (ERRADO) A excludente é incompatível com os crimes culposos, pois a lei não obriga ninguém, funcionário público ou não, a agir com imprudência, negligência ou imperícia. NEXO DE CAUSALIDADE Teoria da Equivalência dos Antecedentes Causais ou Conditio Sine Qua Non (adotada como regra pelo CP) Causa é todo fato humano (ação ou omissão) sem o qual o resultado não teria ocorrido. Para constatar se algum acontecimento se insere ou não no conceito de causa: processo de eliminação hipotético de Thyrén. Teoria da Causalidade Adequada (adotada como exceção pelo CP) Causa é a condição necessária e adequada a determinar a produção do resultado eficaz. CONCAUSAS ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTES A causa que produz o resultado não tem ligação com a conduta do agente. Podem ser preexistentes, concomitantes e supervenientes. Aplica-se a teoria da equivalência dos antecedentes causais. Rompem o nexo causal e todas as espécies, o agente só responde pelos atos praticados (tentativa de homicídio). CONCAUSAS RELATIVAMENTE INDEPENDENTES A causa efetiva do resultado se origina, ainda que indiretamente, do comportamento concorrente. Podem ser preexistentes, concomitantes e supervenientes* Em se tratando de preexistentes e concomitantes, não rompem o nexo causal e o agente responde pelo resultado consumado *concausas relativamente independentes supervenientes Que NÃO produziu por si só o resultado: A causa efetiva (superveniente) encontra-se na mesma linha de desdobramento causal (normal) da causa concorrente, tratando-se de evento previsível (ainda que não previsto). Aplica-se a teoria da equivalência dos antecedentes causais (art. 13, caput); As concausas não rompem o nexo causal; O agente responde pelo resultado consumado. Que por si só produziu o resultado: A causa efetiva (superveniente) é considerada um evento imprevisível, que não se encontra na mesma linha de desdobramento causal da causa concorrente. Aplica-se a teoria da causalidade adequada (art. 13, § 1º); As concausas rompem o nexo causal; O agente só responde pelos atos praticados 9 JÁ CAIU: Se o agente ferir alguém com uma faca no pescoço, com nítida intenção de matar, mas a vítima for socorrida e levada ao hospital e, durante a internação, morrer em decorrência de uma explosão acidental no hospital, o agente responderá por tentativa de homicídio. (CORRETO) O agente desferiu disparos de arma de fogo na vítima. A vítima foi socorrida, entretanto: Ocorreu infecção hospitalar ou então erro médico e a vítima morreu: O agente responde pelo resultado morte. Ocorreu um acidente com a ambulância, um incêndio no hospital ou então um desabamento e a vítima morreu: O agente responde por tentativa de homicídio. TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA Surge na década de 70 não para substituir, mas para COMPLEMENTAR a teoria adotada pelo CP no que tange ao nexo de causalidade. A teoria se baseia em critérios valorativos/axiológicos, limitando a análise da causalidade ao tipo objetivo, sem a necessidade de se valer da análise do dolo ou culpa. Ausente a causalidade, não haverá imputação. Entretanto, quando presente a causalidade, não se conclui automaticamente pela existência de imputação. Haverá imputação: Criação ou incremento de um risco proibido J deseja muito que seu tio morra. Ele sugere ao tio que faça uma viagem de avião para os EUA e deseja sinceramente que o avião caia e o tio venha a óbito, o que de fato acaba acontecendo. O resultado morte do tio será imputado a J? não. Apesar do sobrinho desejar a morte do tio, não houve a criação ou incremento de um risco proibido (viajar de avião é um risco tolerado em nossa sociedade) A mesma lógica se aplica quando o agente atua diminuindo o risco. Ex: J convence o ladrão que está roubando o banco a subtrair apenas 10 mil reis, em vez de 20 mil reais. Neste caso, não haverá imputação porque ele atua diminuindo o risco ao bem jurídico Risco que se realiza no resultado J, de forma imprudente, dirige em alta velocidade e acaba atropelando um ciclista. Contudo, restou comprovado que, independentemente de dirigir ou não em alta velocidade, o resultado morte ocorreria. J não responderá por homicídio culposo porque o risco não se realizou no resultado. Resultado dentro da esfera de proteção da norma J furta um colar de diamantes que era uma relíquia da família da vítima. A vítima entra em depressão pela perda e morre. Não haverá imputação do resultado morte pois a norma que tipifica o crime de furto não contempla essa esfera de proteção. 10 CONCURSO DE PESSOAS Quanto ao concurso de pessoas, o Código Penal adota, como regra, a teoria unitária ou monista e, excepcionalmente, a teoria pluralista. MONISTA/UNITÁRIA Não se faz distinção entre as várias categorias de pessoas, sendo todos autores (ou coautores) do crime. PLURALISTA Há tantas infrações penais quantos fossem o número de autores e partícipes. É o que ocorre no tipo penal de aborto, por ex. JÁ CAIU: A e B desejam a morte de C e ambos, sem saber da intenção do outro e sem combinação prévia, atiram contra a vítima. A vítima morre em decorrência de um dos tiros; o outro tiro, conforme verificado em exame pericial, atingiu a vítima de raspão. Não foi possível identificar a autoria do tiro mortal. Na situação hipotética apresentada, A e B podem responder por homicídio doloso tentado, sem concurso de pessoas. (CORRETO) *Em sendo impossível determinar quem desferiu o tiro fatal, ambos responderão pela conduta menos gravosa, a saber, homicídio doloso tentado, à luz do princípio do "in dubio pro reo" JÁ CAIU: O concurso absolutamente negativo não faz do omisso um partícipe do delito, por não estar ligado ao crime nem ter o dever legal de agir. (CORRETO) *são situações em que o sujeito não está vinculado à conduta criminosa e não possui o dever de agir para impedir o resultado. Teoria adotada quanto à punição do partícipe TEORIA DA ACESSORIEDADE LIMITADA O partícipe só será punido se o autor praticar fato típico e ilícito TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO Não tem por intenção ampliar o conceito de autor, mas restringir, retificação: a teoria do domínio do fato amplia o conceito de autor. Todavia, não é correto dizer que a referida teoria amplia a responsabilidade penal, mas somente estabelece um critério de diferenciação entre autor e partícipe.* Autor é a “figura central do concreto êxito da ação”. Somente se aplica aos crimes comissivos dolosos. Autoria por domínio da vontade Autoria mediata. Autor se vale de terceiro como um instrumento. Autoria por domínio funcional do fato Coautoria. Cumprimento de funções distribuídas entre os coautores. Autoria por domínio da ação Autoria direta. Autor realiza diretamente a ação. Teoria do domínio da organização Aparato organizado de poder dissociado do direito. Relação hierárquica dentro da estrutura criminosa, fungibilidade dos 11 executores, existência de uma condicionante, uma pressão interna, que aumenta a probabilidade da ordem ser cumprida. PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO Substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direito: REQUISITOS OBJETIVOS Crimes dolosos cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa e PL não superior a 4 anos Crimes culposos (independentemente da pena) REQUISITOS SUBJETIVOS Não ser o agente reincidente em crime doloso; Culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem comoos motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. Condenação = ou INFERIOR a 1 ano de PPL* Multa ou 1 PRD Condenação SUPERIOR a 1 ano de PPL 1 PRD e multa ou 2 PRDs Reincidente pode ter sua PPL substituída por PRD desde que: -A medida seja socialmente recomendável -A reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime ATENÇÃO: A reincidência específica tratada no art. 44, § 3º, do Código Penal somente se aplica quando forem idênticos, e não apenas de mesma espécie, os crimes praticados. (STJ) Prestação de serviços à comunidade Condenação SUPERIOR a 6 meses JÁ CAIU: As penas restritivas de direitos têm como característica, além da substitutividade, a autonomia. (CORRETO) *autonomia: as penas restritivas de direito não podem ser cumuladas com as penas privativas de liberdade. CONCURSO DE CRIMES A distinção entre o concurso formal próprio e o impróprio decorre do elemento subjetivo do agente, ou seja, da existência ou não de desígnios autônomo No concurso de crimes, a pena considerada para fins de fixação da competência do juizado especial criminal será o resultado da soma, no caso de concurso material, ou da exasperação, na hipótese de concurso formal ou crime continuado, das penas máximas cominadas aos delitos. 12 Súmula 497, STJ: Quando se tratar de crime continuado a prescrição regula-se pela pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação. Roubo praticado contra vítimas diferentes em um único contexto Concurso formal próprio Roubo perpetrado contra diversas vítimas em um único evento, estando comprovados os desígnios autônomos do autor Concurso formal IMPRÓPRIO. Roubo praticado no interior de ônibus sendo que o sujeito rouba apenas o dinheiro que estava com o cobrador Crime único SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA CABIMENTO PPL não superior a 2 (dois) anos Condenado não reincidente em crime doloso; Não seja indicada ou cabível a substituição por PRD Condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício PPL não superior a 4 anos (suspensão de 4 a 6 anos): quando o condenado for maior de 70 anos de idade, ou razões de saúde. REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA Condenação irrecorrível, por crime doloso Frustra a execução de pena de multa ou então não efetua a reparação do dano Descumpre as condições elencadas REVOGAÇÃO FACULTATIVA Descumpre qualquer outra condição imposta Irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a PPL ou PRD LIVRAMENTO CONDICIONAL CABIMENTO PPL igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que cumprido: Mais de 1/3: Não é reincidente em crime doloso e tem bons antecedentes Mais de ½: Reincidente em crime doloso Mais de 2/3: Hediondos, equiparados e tráfico de pessoas (desde que não seja reincidente específico) ATENÇÃO: o PAC inseriu o requisito do não cometimento de falta grave (comprovado) nos últimos 12 meses como condição para o livramento REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA Condenação irrecorrível a PPL por crime cometido durante a vigência do benefício ou por crime anterior REVOGAÇÃO FACULTATIVA Deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença Condenação irrecorrível por crime ou contravenção, a pena que não seja PPL 13 CONFISCO ALARGADO Condenação pena máxima superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou proveito do crime, dos bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que seja compatível com o seu rendimento lícito. O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a procedência lícita do patrimônio. (inversão do ônus da prova) A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente pelo Ministério Público, por ocasião do oferecimento da denúncia, com indicação da diferença apurada. Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da diferença apurada e especificar os bens cuja perda for decretada. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE Em casos de fuga ou de revogação do livramento condicional, a prescrição da pretensão executória é regulada pelo tempo remanescente da pena. Anistia, Graça e Indulto O deferimento do indulto e da comutação das penas deve observar estritamente os critérios estabelecidos pela Presidência da República no respectivo ato de concessão, sendo vedada a interpretação ampliativa da norma, sob pena de usurpação da competência privativa disposta no art. 84, XII, da Constituição e, ainda, ofensa aos princípios da separação entre os Poderes e da legalidade. Para a concessão de indulto, deve ser considerada a pena originalmente imposta, não sendo levada em conta, portanto, a pena remanescente em decorrência de comutações anteriores. O instituto da graça, previsto no art. 5º, XLIII, da Constituição Federal, engloba o indulto e a comutação de pena, estando a competência privativa do Presidente da República para a concessão desses benefícios limitada pela vedação estabelecida no referido dispositivo constitucional. A negativação de circunstâncias judiciais, ao contrário do que ocorre quando reconhecida a agravante da reincidência, confere ao julgador a faculdade (e não a obrigatoriedade) de recrudescer o regime prisional (STJ) Admite-se reconhecer a não punibilidade de um furto de coisa com valor insignificante, ainda que presentes antecedentes penais do agente, se não denotarem estes tratar-se de alguém que se dedica, com habitualidade, a cometer crimes patrimoniais. (STJ) A atenuante da confissão espontânea deve preponderar sobre a agravante da dissimulação (STJ) 14 O reconhecimento da continuidade delitiva não importa na obrigatoriedade de redução da pena definitiva fixada em cúmulo material, porquanto há possibilidade de aumento do delito mais gravoso em até o triplo, nos termos do art. 71, parágrafo único, in fine, do CP (STJ) Ameaçar a vítima na presença de seu filho menor de idade justifica a valoração negativa da culpabilidade do agente (STJ) O roubo em transporte coletivo vazio é circunstância concreta que não justifica a elevação da pena-base (STJ) É possível aplicar o princípio da insignificância para furto de bem avaliado em R$ 20,00 mesmo que o agente tenha antecedentes criminais por crimes patrimoniais (STF) Possibilidade de aplicar o regime inicial aberto ao condenado por furto, mesmo ele sendo reincidente, desde que seja insignificante o bem subtraído (STF) STF reconheceu que o valor econômico do bem furtado era muito pequeno, mas, como o réu era reincidente, em vez de absolvê-lo aplicando o princípio da insignificância, o Tribunal utilizou esse reconhecimento para conceder a pena restritiva de direitos (STF) Havendo pluralidade de causas de aumento de pena e sendo apenas uma delas empregada na terceira fase, as demais podem ser utilizadas nas demais etapas da dosimetria da pena (STJ) Não se aplica a agravante do art. 61, II, “h”, do CP ao furto praticado aleatoriamente em residência sem a presença do morador idoso (STJ) Admite-se o uso de informações processuais extraídas dos sítios eletrônicos dos tribunais, quando completas, a fim de demonstrar a reincidência do réu (STF) Se a prestação pecuniária prevista no art. 45, § 1º do CP for paga à vítima (o que é a prioridade), esse valor deverá ser abatido da quantia fixada como reparação dos danos (art. 387, IV, do CPP) (STJ) A reincidência específica tratada no art. 44, § 3º, do Código Penal somente se aplica quando forem idênticos, e não apenas de mesma espécie, os crimes praticados (STJ) Juiz não deve decretar o arresto dos bens do condenado como forma de cumprimento forçado da prestação pecuniária (pena restritiva de direitos) (STJ) Não se comunica a interrupção do prazo prescricional a corréus de processos diversos(STJ) Acórdão que confirma ou reduz a pena interrompe a prescrição (STJ) 15 O cumprimento de pena imposta em outro processo, ainda que em regime aberto ou em prisão domiciliar, impede o curso da prescrição executória (STJ) PARTE ESPECIAL DO CÓDIGO CRIMES CONTRA A VIDA HOMICÍDIO Redução da pena de 1/6 a 1/3 Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima. É possível homicídio qualificado privilegiado? Sim, desde que as qualificadoras sejam de ordem objetiva. Qualificadoras de ordem objetiva Quanto aos meios de execução; Quanto aos modos de execução; Feminicídio; Emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido. Não é possível que exista a figura do homicídio qualificado privilegiado quando a qualificadora for, por exemplo motivo torpe. O homicídio qualificado é hediondo, entretanto, o homicídio qualificado privilegiado não é hediondo. JÁ CAIU: Considere que Antônio tenha matado Cláudio, seu desafeto, ao lhe ter desferido várias facadas nas costas, e que, após a morte da vítima, Antônio tenha, ainda, arrancado-lhe o órgão genital com uma faca de serra. Nessa situação hipotética, Antônio cometeu homicídio duplamente qualificado por meio cruel e emboscada, conforme previsão do Código Penal. (ERRADO) Meio cruel: sofrimento além do necessário para matar a vítima. A destruição de parte do corpo da vítima após a morte não enseja o reconhecimento dessa qualificadora, mas sim o crime de destruição de cadáver (art. 211 CP). Além disso, a pluralidade de golpes, por si só, também não conduz automaticamente a essa qualificadora. Emboscada: a informação “facada nas costas” não permite inferir que houve emboscada. Emboscada é o ataque à vítima de surpresa. Não há incompatibilidade entre o dolo eventual e o reconhecimento do meio cruel (STJ) Verifica-se a existência de dolo eventual no ato de dirigir veículo automotor sob a influência de álcool, além de fazê-lo na contramão. Esse é, portanto, um caso específico que evidencia a diferença entre a culpa consciente e o dolo eventual. O condutor 16 assumiu o risco ou, no mínimo, não se preocupou com o risco de, eventualmente, causar lesões ou mesmo a morte de outrem. (STJ) Não caracteriza bis in idem o reconhecimento das qualificadoras de motivo torpe e de feminicídio no crime de homicídio praticado contra mulher em situação de violência doméstica e familiar. (STJ) No homicídio culposo, a morte instantânea da vítima não afasta a causa de aumento de pena prevista no art. 121, § 4º, do CP, a não ser que o óbito seja evidente, isto é, perceptível por qualquer pessoa. (STJ) Homicídio praticado com dolo eventual é compatível com: Meio cruel; Motivo fútil; Tentativa; Feminicídio; Domínio de violenta emoção. Feminicídio Além de ser uma qualificadora do crime de homicídio, o CP prevê causas de aumento de pena: 1/3 (um terço) até a metade quando o feminicídio é cometido: Durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; contra pessoa menor de 14 anos (trecho retirado pela lei nº 14.344/2022)*, contra pessoa maior de 60 anos, com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; Na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima; Em descumprimento das medidas protetivas de urgência do inc. I, II e III do art. 22 da Lei Maria da Penha. ATENÇÃO: Feminicídio praticado no momento do descumprimento de qualquer medida protetiva de urgência da Lei Maria da Penha enseja a incidência da causa de aumento? NÃO. JÁ CAIU: Tiago, movido por um sentimento de posse, disparou dois tiros contra sua companheira, Laura, que morreu em razão dos ferimentos causados pelos disparos. Laura estava grávida de seis meses e, quando da prática do crime, Tiago sabia da gravidez dela. Nessa situação hipotética, Tiago praticou os crimes de homicídio qualificado por motivo torpe, feminicídio e aborto. (CORRETO) 17 INDUZIMENTO/INSTIGAÇÃO A SUICÍDIO/AUTOMUTILAÇÃO Antes o crime do art. 122 não incluía automutilação e era um crime condicionado a ocorrência do resultado: somente se configurava se ocorresse morte ou lesão grave. Hoje, é um crime formal. Se resultar lesão grave ou gravíssima: será qualificado (mas ainda admitirá suspensão condicional do processo porque a pena mínima é 1 ano) Se resultar morte: será qualificado Pena DUPLICADA motivo egoístico, torpe ou fútil; se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. Pena aumenta até o DObro se a conduta é realizada por meio da rede de computaDOres, de rede social ou transmitida em tempo real Pena aumenta da metade agente é líder ou coordenador de grupo ou de rede virtual INFANTICÍDIO JÁ CAIU: O delito de infanticídio, por ser crime próprio, não admite coautoria e participação, de modo que condições e circunstâncias de caráter pessoal não serão comunicadas aos demais concorrentes. (ERRADO) A qualidade de mãe + estado puerperal em que ela se encontra no momento do crime são condições pessoais elementares do tipo, por isso se comunicam a outras pessoas. ABORTO Aborto necessário, aborto terapêutico Estado de necessidade. O legislador fez uma escolha entre os dois bens jurídicos em jogo, a vida da gestante e a vida do feto. Aborto no caso de gravidez decorrente de estupro Exclusão da culpabilidade por inexigibilidade de conduta diversa por parte da gestante e do médico que age com o seu consentimento. LESÃO CORPORAL LESÃO GRAVE LESÃO GRAVÍSSIMA Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; Perigo de vida; Debilidade permanente de membro, sentido ou função; Aceleração de parto Incapacidade permanente para o trabalho; Enfermidade incuravel; Perda ou inutilização do membro, sentido ou função; Deformidade permanente; Aborto 18 A qualificadora prevista no art. 129, § 2º, IV, do Código Penal (deformidade permanente) abrange somente lesões corporais que resultam em danos físicos (STJ) Perda de dois dentes configura lesão grave (e não gravíssima) (STJ) A qualificadora “deformidade permanente” do crime de lesão corporal (art. 129, § 2º, IV, do CP) não é afastada por posterior cirurgia estética reparadora que elimine ou minimize a deformidade na vítima (STJ) CRIMES CONTRA A HONRA CALÚNIA É a imputação de um fato falso definido como crime. Se for contravenção, será difamação. Se consuma quando terceiros tomam conhecimento. Chamar alguém de “ladrão” não é calúnia. É injúria. Calunia é um FATO. Cabe exceção da verdade, salvo se refere a ação privada e o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141; se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. Cabe retratação. A retratação extingue a punibilidade e independe da aceitação do ofendido. DIFAMAÇÃO Imputar falso ofensivo à reputação Se consuma quando chega a conhecimento de terceiros Cabe exceção da verdade se for contra funcionário público no exercício das funções Cabe retratação INJÚRIA É a atribuição de uma qualidade negativa e que fere a honra subjetiva Não admite exceção da verdade e nem retratação O crime de injúria praticado pela internet por mensagens privadas, as quais somente o autor e o destinatário têm acesso ao seu conteúdo, consuma-se no local em que a vítima tomou conhecimento do conteúdo ofensivo (STJ) O crime de injúria racial, espécie do gênero racismo, é imprescritível (STF) A ausência de previsibilidade de que a ofensa chegue ao conhecimento da vítima afastao dolo específico do delito de injúria, tornando a conduta atípica (STJ) 19 CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL Art. 147-A. Perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade. Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. § 1º A pena é aumentada de metade se o crime é cometido: I – Contra criança, adolescente ou idoso; II – Contra mulher por razões da condição de sexo feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121 deste Código; III – mediante concurso de 2 (duas) ou mais pessoas ou com o emprego de arma. § 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência. § 3º Somente se procede mediante representação. Art. 147-B. Causar dano emocional à mulher que a prejudique e perturbe seu pleno desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, chantagem, ridicularização, limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que cause prejuízo à sua saúde psicológica e autodeterminação: Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais grave. INVASÃO DE DISPOSITIVO AUTOMÁTICO ATENÇÃO: Não precisa mais de violação a mecanismo de segurança para configurar o crime. FURTO Furto privilegiado Requisitos Criminoso primário + Pequeno valor da coisa subtraída. Consequências Substituir a pena de reclusão por detenção; Diminuir a pena privativa de liberdade de 1/3 a 2/3; Aplicar somente a pena de multa. Súmula 511: “é possível o reconhecimento do privilégio previsto no §2º do art. 155 do CP nos casos de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva". ATENÇÃO: Cuidado para não confundir coisa de pequeno valor com coisa de valor insignificante, já que esta última conduz a atipicidade do fato em razão da aplicação do princípio da insignificância. 20 O “Pacote Anticrime” tornou hediondo o crime de furto quando praticado com emprego de explosivo. ATENÇÃO: Vale lembrar que o roubo com emprego de explosivo não é crime hediondo. Furto mediante fraude Se o furto mediante fraude é cometido por meio de dispositivo eletrônico ou informático, conectado ou não à rede de computadores, com ou sem a violação de mecanismo de segurança ou a utilização de programa malicioso, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo, será qualificado. Sobre essa qualificadora, considerada a relevância do resultado gravoso, a pena será aumentada de: 1/3 a 2/3 Se o crime é praticado mediante a utilização de servidor mantido fora do território nacional. 1/3 ao dobro Se o crime é praticado contra idoso ou vulnerável. JÁ CAIU: João arrombou a loja onde trabalha, e que pertence à sua mãe de 60 anos de idade, levando mercadorias avaliadas em milhares de reais. Na situação hipotética apresentada, pode-se afirmar que João não responderá por crime contra o patrimônio, visto ser amparado por isenção de pena. (ERRADO) Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título (dos crimes contra o patrimônio) é cometido em prejuízo: I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. Art. 183 - NÃO SE APLICA o disposto nos dois artigos anteriores: I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; II - ao estranho que participa do crime. III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual OU superior a 60 (sessenta) anos; 21 JÁ CAIU: Segundo o STF, é atípico o furto, em razão da proibição da analogia in malam partem, de sinal de TV a cabo. (CORRETO) Para a configuração da majorante de repouso noturno, basta que a conduta delitiva tenha sido praticada durante o repouso noturno, sendo irrelevante o fato das vítimas não estarem dormindo no momento do crime. (STJ) No caso de furto de energia elétrica mediante fraude, o adimplemento do débito antes do recebimento da denúncia não extingue a punibilidade. (STJ) O talão de cheque e a folha avulsa de cheque (ainda que em branco) podem funcionar como objeto material de furto, pois possuem valor econômico (STJ) Em regra, é necessária perícia para comprovar a escalada no caso de furto qualificado (art. 155, § 4º, II, do CP). Excepcionalmente, a prova pericial será prescindível (dispensável) se houver nos autos elementos aptos a comprovar a escalada de forma inconteste (STJ) ROUBO JÁ CAIU: Renato, munido de uma faca, deu voz de assalto a Carolina, que informou não ter nenhum bem de valor. Ele, como não acreditou em Carolina, exigiu que esta esvaziasse os bolsos, momento em que Renato percebeu que ela realmente só trazia consigo o documento de identificação, o que o levou a sair do local sem levar nada. Nessa situação, a conduta de Renato, conforme o Superior Tribunal de Justiça (STJ), caracteriza-se como roubo tentado com causa de aumento de pena. (CORRETO) A inexistência de bens ou dinheiro em poder da vítima de roubo não caracteriza a hipótese de crime impossível, uma vez que o delito de roubo é complexo, cuja execução inicia-se com a violência ou grave ameaça à vítima. Se a situação acima fosse referente a um furto, a tipificação seria diferente. Exemplo: Renato, disfarçadamente, coloca a mão no bolso de Carolina para subtrair-lhe a carteira, entretanto, o bolso está vazio. Nessa situação, crime impossível. Principais causas de aumento de pena 1/3 (um terço) até metade Concurso de duas ou mais pessoas; Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca; Se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade Se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. 2/3 (dois terços): Violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; Se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum Dobro Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido 22 Em quais hipóteses o crime de roubo será hediondo? Roubo circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima Roubo circunstanciado pelo emprego de arma de fogo ou pelo emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito Roubo qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte Roubo impróprio somente admite violência própria. Se o agente subtrai os bens que estão numa casa, sem ser percebido, e, logo após, dissemina um gás sonífero no ambiente fazendo com que as pessoas durmam, não será roubo. JÁ CAIU: Amanda estava em um ponto de ônibus, quando foi surpreendida por um indivíduo que, munido de arma de fogo, subtraiu-lhe a bolsa mediante grave ameaça. Após garantir a posse dos pertences da vítima, o agente, ainda se valendo da arma de fogo, constrangeu-a a fornecer a senha de seu cartão bancário, a fim de sacar dinheiro de sua conta corrente, e, em seguida, fugiu. Nessa situação hipotética, de acordo com a jurisprudência dos tribunais superiores, o agente criminoso praticou roubo e extorsão, em concurso material. (CORRETO) Nos casosem que se aplica a Lei nº 13.654/2018, é possível a valoração do emprego de arma branca, no crime de roubo, como circunstância judicial desabonadora (STJ) Agente pretendia praticar roubo e foi surpreendido após romper o cadeado e destruir a fechadura da porta da casa da vítima; não se pode falar em tentativa de roubo (STJ) Configura o crime de roubo (e não estelionato) a conduta do funcionário de uma empresa que combina com outro indivíduo para que este simule que assalta o empregado com uma arma de fogo e, dessa forma, leve o dinheiro da empresa (STF) A dívida de corrida de táxi não pode ser considerada coisa alheia móvel para fins de configuração da tipicidade dos delitos patrimoniais (STJ) O reconhecimento da causa de aumento de pena do roubo com emprego de arma de fogo prescinde (dispensa) da apreensão e da realização de perícia na arma, desde que o seu uso no roubo seja provado por outros meios de prova, tais como a palavra da vítima ou mesmo de testemunhas. (STF) Súmula 582-STJ: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada. (teoria da amotio ou apprehensio) ESTELIONATO Somente se procede mediante representação, exceto se a vítima for: Administração Pública, direta ou indireta; Criança ou adolescente; Pessoa com deficiência mental; Maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz. 23 ATENÇÃO: Se o examinador te der a informação que a vítima do estelionato é uma pessoa idosa, você pode já concluir que a ação penal será pública incondicionada? NÃO. Idoso é maior de 60 anos. Para o crime ser processado por ação penal incondicionada, é necessário que a vítima tenha + de 70. Principais causas de aumento 1/3 a 2/3 crime é praticado mediante a utilização de servidor mantido fora do território nacional 1/3 ao dobro crime é praticado mediante a utilização de servidor mantido fora do território nacional crime é cometido contra idoso ou vulnerável, considerada a relevância do resultado gravoso* 1/3 crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência. Qualificadora A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se a fraude é cometida com a utilização de informações fornecidas pela vítima ou por terceiro induzido a erro por meio de redes sociais, contatos telefônicos ou envio de correio eletrônico fraudulento, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo. No crime de estelionato, não identificadas as hipóteses descritas no § 4º do art. 70 do CPP, a competência deve ser fixada no local onde o agente delituoso obteve, mediante fraude, em benefício próprio e de terceiros, os serviços custeados pela vítima Art. 70 § 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), quando praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de valores, a competência será definida pelo local do domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela prevenção. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021) Adulterar o sistema de medição da energia elétrica para pagar menos que o devido: estelionato (não é furto mediante fraude) (STJ) O cometimento de estelionato em detrimento de vítima que conhecia o autor do delito e lhe depositava total confiança justifica a exasperação da pena-base em razão da consideração desfavorável das circunstâncias do crime. (STJ) O delito de estelionato não será absorvido pelo de roubo na hipótese em que o agente, dias após roubar um veículo e os objetos pessoais dos seus ocupantes, entre eles um talonário de cheques, visando obter vantagem ilícita, preenche uma de suas folhas e, diretamente na agência bancária, tenta sacar a quantia nela lançada. (STJ) Súmula 554 STF: O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal. 24 OBS.: sendo assim, para que o pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos obste o andamento da ação penal, deve ocorrer antes do recebimento da denúncia. ATENÇÃO: essa modalidade de extinção da punibilidade só se aplica ao estelionato praticado mediante cheque sem provisão de fundos. Não se aplica as demais hipóteses de estelionato. CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA JÁ CAIU: O agente que faz declaração falsa na inscrição definitiva da Ordem dos Advogados do Brasil, afirmando que não exercia qualquer atividade profissional pratica falsidade ideológica de documento particular. (CORRETO) Falsificação de documento (particular ou público O próprio documento é, materialmente, falsificado. Falsidade ideológica O documento em si (particular ou público) é verdadeiro, mas falsa é a declaração. JÁ CAIU: Lauro, condutor não habilitado, no intuito de se precaver em eventual fiscalização ao dirigir sua motocicleta pela cidade, foi até uma delegacia de polícia e registrou boletim de ocorrência de perda de CNH inexistente. Nessa situação hipotética, a conduta de Lauro configurou falsidade ideológica. (CORRETO) Para fins penais, equiparam-se a documentos públicos Livros mercantis (livros fiscais) Ações de sociedade comercial Testamento particular Título ao portador ou transmissível por endosso Emanado de entidade paraestatal Para fins penais, são considerados documentos particulares Cartão de crédito Cartão de débito Nota Fiscal Súmula 522-STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa. A apresentação de declaração de pobreza com informações falsas para obtenção de assistência judiciária gratuita não caracteriza crime de falsidade ideológica ou de uso de documento falso. Isso porque tal declaração é passível de comprovação posterior, de ofício ou a requerimento, já que a presunção de sua veracidade é relativa. (STJ) 25 CRIMES LICITAÇÃO JÁ CAIU: O crime de violação de sigilo em licitação é punido com detenção, sem possibilidade de suspensão condicional do processo. (CORRETO) JÁ CAIU: Um servidor público tenta, por meio de oferecimento de vantagem econômica, afastar uma das empresas licitantes do procedimento licitatório. Nesse caso, a conduta do servidor público configura, em tese, o crime de “afastamento de licitante”, em sua modalidade consumada. (CORRETO) É considerado um CRIME DE ATENTADO, ou seja, a mera tentativa, já se enquadra no crime consumado, ou seja, sendo inadmissível a modalidade tentada. Contratação direta ilegal Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou dar causa à contratação direta fora das hipóteses previstas em lei: Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. Para a configuração do crime previsto no art. 89 da Lei 8.666/93, agora disposto no art. 337-E do CP, é indispensável a comprovação do dolo específico de causar danos ao erário e o efetivo prejuízo aos cofres públicos (STJ) Art. 337-P. A pena de multa cominada aos crimes previstos neste Capítulo seguirá a metodologia de cálculo prevista neste Código e não poderá ser inferior a 2% (dois por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com contratação direta. ATENÇÃO: Único crime em que há causa de aumento de pena: omissão grave de dado ou de informação por projetista. A pena é aplicada em dobro se o crime for cometido para obter benefício COAÇÃO NO CURSO DO PROCESSO Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada aintervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à violência. Parágrafo único. A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até a metade se o processo envolver crime contra a dignidade sexual. CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL JÁ CAIU: a contemplação lasciva de uma criança, por meio da Internet, sem qualquer contato físico, configura estupro de vulnerável. (CORRETO) 26 Presente o dolo específico de satisfazer à lascívia, própria ou de terceiro, a prática de ato libidinoso com menor de 14 anos configura o crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP), independentemente da ligeireza ou da superficialidade da conduta, não sendo possível a desclassificação para o delito de importunação sexual (STJ) A simulação de arma de fogo pode sim configurar a “grave ameaça”, para os fins do tipo do art. 213 do Código Penal (STJ) O “cliente” da exploração sexual (art. 218-B do CP) pode ser punido sozinho, ou seja, mesmo que não haja um proxeneta (STJ) A irmã de vítima do crime de estupro de vulnerável responde por conduta omissiva imprópria se assume o papel de garantidora (STJ) ATENÇÃO: o parentesco de irmão, por si só, não torna a irmã penalmente responsável. A figura do “garante” é constatada no caso concreto. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Os crimes funcionais estão sujeitos à extraterritorialidade incondicionada da lei penal brasileira. O funcionário público que se utilizar de violência ou grave ameaça para obter vantagem indevida cometerá o crime de extorsão e não o de concussão. Na concussão, a exigência é feita sem violência ou grave ameaça. O ato de subtrair bem da administração pública, a que não tenha posse, mas possua acesso facilitado em decorrência da qualidade de servidor público, constitui crime de peculato na modalidade furto No peculato mediante erro de outrem é necessário que o erro não tenha sido provocado ou induzido pelo agente, pois se assim o for este responderá por estelionato. Peculato culposo Reparação do dano antes da sentença definitiva Extingue a punibilidade Reparação do dano após sentença definitiva Reduz pela metade a pena JÁ CAIU: O funcionário público que, ao cobrar multa do contribuinte, emprega meio vexatório ou gravoso pratica crime de excesso de exação. (ERRADO) Seria excesso de exação apenas com tributo ou contribuição social. O tipo penal não engloba multa. JÁ CAIU: O funcionário público que deixa de praticar ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido de indivíduo de fora da administração pratica corrupção passiva privilegiada. (CORRETO) 27 JÁ CAIU: Se um servidor público, valendo-se de seu cargo, apropriou-se, temporariamente, de equipamentos de informática da repartição e os manteve em residência para uso particular, durante alguns dias, não se configura o crime de peculato. (CORRETO) Não existe peculato de uso no CP. JÁ CAIU: O indiciado por latrocínio que altera suas feições por cirurgia plástica para evitar ser responsabilizado criminalmente não comete crime. (ERRADO) Comete fraude processual. JÁ CAIU: É atípica a conduta de servidor público se apropriar dos salários que lhe foram pagos sem que tenha prestado os serviços correspondentes. (CORRETO) JÁ CAIU: Ava foi denunciada por ter oferecido vantagem econômica para que uma testemunha mentisse em depoimento colhido em ação civil. Um servidor da vara criminal solicitou grande quantia em dinheiro, alegando ser essa uma exigência do juiz para absolvê-la. O valor foi pago, entretanto houve condenação. O juiz não tinha conhecimento do suborno. A conduta do servidor configura o crime de exploração de prestígio, de ação penal pública incondicionada, com causa de aumento de pena. (CORRETO) Quanto ao valor que foi pago ao servidor da vara criminal, a conduta de Ava é atípica. (CORRETO). Aquele que compra o prestígio de alguém que alegava ter influência junto a órgão público para impedir um ato de fiscalização, apesar de praticar ato antiético e imoral, não comete nenhum ilícito se, ao fim e ao cabo, é enganado e não obtém o resultado esperado Ava não seria punida em relação ao depoimento falso ocorrido na ação civil se, antes da sentença penal, houvesse declarado a verdade dos fatos. (ERRADO). Quem pode se retratar até a sentença é a testemunha, a pessoa que ofereceu dinheiro para a testemunha mentir não tem essa opção. Inclusive, cometem crimes diferentes. Ava responde pelo 343 e a testemunha pelo 342. É incabível a causa de aumento do art. 327, § 2º, do CP pelo mero exercício do cargo, sendo necessária a demonstração de uma imposição hierárquica ou de direção. (STJ) Art. 327 (...) § 2º A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. Configura o crime de corrupção ativa o oferecimento de vantagem indevida a funcionário público para determiná-lo a omitir ou retardar ato de ofício relacionado com o cometimento do crime de posse de drogas para uso próprio (STJ) Servidor público que se apropria dos salários que lhe foram pagos e não presta os serviços, não comete peculato (STJ) 28 Comete o delito de desobediência o condutor do veículo que não cumpre a ordem de parada dada pela autoridade em contexto de policiamento ostensivo para prevenção e repressão de crimes (STJ) Não comete crime o médico do SUS que cobra do paciente um valor pelo fato de utilizar, na cirurgia, a sua máquina particular de videolaparoscopia (que não é oferecida na rede pública) (STJ) Introduzir chip de aparelho celular em presídio não caracteriza crime (STJ) O crime de exercício arbitrário das próprias razões é formal e consuma-se com o emprego do meio arbitrário, ainda que o agente não consiga satisfazer a sua pretensão (STJ) Pratica corrupção passiva o Deputado Federal que recebe vantagem indevida para interceder junto a diretor da Petrobrás com o intuito de fazer com que a empresa faça acordo com empresa privada e pague a ela determinadas quantias em atraso (STF) Comete crime de desobediência o indivíduo que não atende a ordem dada pelo oficial de justiça na ocasião do cumprimento de mandado de entrega de veículo (STF) Configura o crime de peculato-desvio o fomento econômico de candidatura à reeleição por Governador de Estado com o patrimônio de empresas estatais (STJ) Pratica o crime de peculato-desvio o Governador que determina que os valores descontados dos contracheques dos servidores para pagamento de empréstimo consignado não sejam repassados ao banco, mas sim utilizados para quitação de dívidas do Estado (STJ) Deputado Federal que recebe propina para apoiar permanência de diretor de estatal comete crime de corrupção passiva (STF) A causa de aumento prevista no § 2º do art. 327 do Código Penal não pode ser aplicada aos dirigentes de autarquias (ex: a maioria dos Detrans) porque esse dispositivo menciona apenas órgãos, sociedades de economia mista, empresas públicas e fundações. (STF) 29 PROCESSO PENAL INQUÉRITO POLICIAL Notícia do crime (notitia criminis) Espontânea ou de cognição imediata: delegado toma conhecimento nas atividades rotineiras. Provocada ou de cognição mediata: forma indireta, por algum ato de comunicação formal. Coercitiva: prisão em flagrante. Apócrifa ou inqualificada: é a “denúncia anônima” (antes da instauração do IP, deve haver a verificação da procedência das informações). Indiciamento: Indiciar é apontar determinada pessoa como PROVÁVEL autor do fato delituoso Ato privativo do delegado de polícia (ninguém pode mandá-lo indiciar) Podedesindiciar? Sim. Caso o delegado perceba que aquele sujeito que ele indicou não é o provável autor do delito (por algum elemento de informação superveniente), ele fará o desindicia mento Desindiciamento coacto: determinado judicialmente em HC impetrado contra indiciamento ilegal. JÁ CAIU: O simples indiciamento de uma pessoa não implica que seu nome e outros dados sejam lançados no sistema de informações da Secretaria de Segurança Pública relacionados àquele delito e passem, a partir disso, a constar da folha de antecedentes criminais do indivíduo. (ERRADO) O indiciamento de uma pessoa implica sim que seu nome e outros dados sejam lançados no sistema de informações da SSP relacionados àquele delito; é uma consequência natural. Não pode é passar, partir disso, a constar da folha de antecedentes criminais do indivíduo. Advogado e IP SV 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. 30 É necessária a presença do advogado durante o interrogatório em sede policial? Não. Entretanto, caso o agente opte por estar acompanhado por seu advogado, a autoridade policial não poderá impedir arbitrariamente. O acesso do delegado depende de procuração? Não. Porém, decretado o sigilo, a procuração será necessária MP MP pode investigar? Promotor não pode conduzir o IP, só o delegado pode. Entretanto, o STF decidiu que o MP pode sim investigar, com base na teoria dos poderes implícitos (se a CF concedeu ao MP a titularidade da ação penal pública, o ordenamento deve conferir prerrogativas para que ele cumpra seu mister Promotor que investiga é suspeito para oferecer denúncia? Não. Existe sumula nesse sentido até (234 do STJ) JÁ CAIU: No exercício do controle externo da atividade policial, é legítima a avocação da presidência do inquérito policial pelo membro do Ministério Público, a fim de dar o devido andamento à investigação criminal. (ERRADO) O inquérito policial é presidido pelo Delegado, não cabendo se falar em avocação pelo membro do Ministério Público. Sua avocação se dá apenas nas hipóteses da Lei 12.830/13 JÁ CAIU: No inquérito policial, a autoridade policial tem discricionariedade para aplicar as diligências que entender necessárias ao caso concreto, não se vinculando ao pedido das partes. (CORRETO) ATENÇÃO: tema quente para prova discursiva De fato, o texto legal é no sentido de que o ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. Entretanto, o CPP também diz expressamente que incumbe a autoridade policial realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público. Além disso, o mesmo diploma traz expressamente que o exame de corpo de delito deve ser realizado sempre que a infração deixar vestígios. SÚMULA 444 STJ: É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base Tradicionalmente, a justa causa é analisada apenas sob a ótica retrospectiva, voltada para o passado, com vista a quais elementos de informação foram obtidos na investigação preliminar já realizada. Todavia, a justa causa também deve ser apreciada sob uma ótica prospectiva, com o olhar para o futuro, para a instrução que será realizada, de modo que se afigura possível incremento probatório que possa levar ao fortalecimento do estado de simples probabilidade em que o juiz se encontra quando do recebimento da denúncia. (STJ) 31 Prazos PREVISAO EM LEI PRESO SOLTO CPP 10 DIAS 30 DIAS, PRORROGÁVEIS POLÍCIA FEDERAL 15 DIAS (+15) 30 DIAS CRIMES CONTRA A ECONOMIA POPULAR 10 DIAS 10 DIAS LEI DE DROGAS 30 DIAS (+30)_ 90 DIAS (+90) INQUÉRITO MILITAR 20 DIAS 40 DIAS (+20) Art. 3 § 2º CPP Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada. DISPOSITIVO SUSPENSO POR DELIBERAÇÃO DO MIN. FUX JÁ CAIU: Havendo pedido do Ministério Público de retorno de inquérito policial ao delegado de polícia para novas diligências, é cabível o ajuizamento de ação penal privada subsidiária da pública. (ERRADO) O ajuizamento de ação penal privada subsidiária da pública é cabível quando o Ministério Público, titular originário da ação penal fica inerte. Se o MP determinou o arquivamento, ofereceu ANPP ou então requisitou novas diligências, não há inércia. Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 da Constituição Federal (agentes de segurança pública) figurarem como investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional, de forma consumada ou tentada, incluindo as situações dispostas no art. 23 do Código Penal (excludente de ilicitude), o indiciado poderá constituir defensor. § 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado da instauração do procedimento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a contar do recebimento da citação. § 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de nomeação de defensor pelo investigado, a autoridade responsável pela investigação deverá intimar a instituição a que estava vinculado o investigado à época da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique defensor para a representação do investigado. § 3º Havendo necessidade de indicação de defensor nos termos do § 2º deste artigo, a defesa caberá preferencialmente à Defensoria Pública, e, nos locais em que ela não estiver instalada, a União ou a Unidade da Federação correspondente à respectiva competência territorial do procedimento instaurado deverá disponibilizar profissional 32 para acompanhamento e realização de todos os atos relacionados à defesa administrativa do investigado. § 4º A indicação do profissional a que se refere o § 3º deste artigo deverá ser precedida de manifestação de que não existe defensor público lotado na área territorial onde tramita o inquérito e com atribuição para nele atuar, hipótese em que poderá ser indicado profissional que não integre os quadros próprios da Administração. § 5º Na hipótese de não atuação da Defensoria Pública, os custos com o patrocínio dos interesses dos investigados nos procedimentos de que trata este artigo correrão por conta do orçamento próprio da instituição a que este esteja vinculado à época da ocorrência dos fatos investigados. § 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores militares vinculados às instituições dispostas no art. 142 da Constituição Federal, desde que os fatos investigados digam respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem ARQUIVAMENTO ANTES PAC ARQUIVAMENTO PÓS PAC Se perfectibilizava em âmbito judicial Se perfectibiliza internamente no MP MP requer arquivamento Juiz concorda? homologa Juiz não concorda? remete os autos ao Procurador Geral, o qual poderá: a) ele mesmo denunciar b) designar outro membro do MP para denunciar c) concordar com o arquivamento. Neste caso, o juiz é obrigado a acatar MP arquiva e remete à instância de revisão ministerial para que seja homologado Vítima pode submeter a matéria à revisão ministerial no prazo de 30 dias Delegado arquiva Inquérito? NÃO. Arquivamento por: -Atipicidade do fato ou inexistência do crime;-Causa extintiva de punibilidade (salvo, certidão de óbito falsa); -Excludente de ilicitude (reconhecido pelo STJ, mas há divergência no STF). Faz coisa julgada MATERIAL Não é possível o desarquivamento Arquivamento por: -Insuficiência probatória; -Falta de justa causa; -Falta de pressuposto processual objetivo. Faz coisa julgada FORMAL É possível o desarquivamento 33 NÃO CONFUNDA: A decisão que, na audiência de custódia, determina o relaxamento da prisão em flagrante sob o argumento de que a conduta praticada é atípica não faz coisa julgada. Assim, esta decisão não vincula o titular da ação penal, que poderá oferecer acusação contra o indivíduo narrando os mesmos fatos e o juiz poderá receber essa denúncia. ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL REQUISITOS -Confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal; -Infração penal sem violência ou grave ameaça; -Infração penal com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos. *Para aferição da pena mínima cominada ao delito serão consideradas as causas de aumento e diminuição. CONDIÇÕES - Reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, EXCETO na impossibilidade de fazê-lo; - Renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos, produto ou proveito do crime; - Prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução; - Pagar prestação pecuniária, a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; - Cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada. O acordo de não persecução penal (ANPP) aplica-se a fatos ocorridos antes da Lei nº 13.964/2019, desde que não recebida a denúncia. (STJ) Compete ao CNMP dirimir conflitos de atribuições entre membros do MPF e de Ministérios Públicos estaduais. (STF) É possível a deflagração de investigação criminal com base em matéria jornalística. (STJ) Não há ilicitude das provas por violação ao sigilo de dados bancários, em razão do compartilhamento de dados de movimentações financeiras da própria instituição bancária ao Ministério Público (STF) 34 CPP A representação é retratável até o momento em que antecede o OFERECIMENTO da denúncia Lei Maria da Penha A representação é retratável até o momento em que antecede o recebimento o RECEBIMENTO da denúncia. Renúncia Instituto extintivo da punibilidade Cabe nas ações privadas e públicas condicionadas à representação Se aplica a todos os agentes do crime É exercida antes do ajuizamento da ação penal Impede a apresentação de queixa-crime na ação penal privada, mesmo que de forma tácita. COMPETÊNCIA Crimes Plurilocais Comuns Teoria do Resultado Crimes Plurilocais contra a Vida (Dolosos ou Culposos) Teoria da Atividade - Exceção (jurisprudência) (Teoria do Esboço do Resultado) Juizados Especiais Criminais Teoria da Atividade Atos Infracionais Teoria da Atividade Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. (Teoria do Resultado) ESTELIONATO POR MEIO DE CHEQUE FALSO LOCAL DA OBTENÇÃO DA VANTAGEM ILÍCITA. ESTELIONATO PRATICADO POR CHEQUE SEM FUNDO LOCAL DE DOMICÍLIO DA VÍTIMA. ESTELIONATO POR DEPÓSITO OU TRANSFERENCIA LOCAL DE DOMICÍLIO DA VÍTIMA. ATENÇÃO: essa atualização legislativa não altera a competência para julgamento em caso de estelionato praticado por meio de cheque falso. A súmula 48 do STJ continua válida. JÁ CAIU: Nos crimes de estelionato contra uma única vítima, quando praticados mediante depósito, por emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou por meio da transferência de valores, a competência será definida pelo local do domicílio da vítima. (CORRETO) Se a questão mencionasse cheque adulterado, clonado ou falsificado, a assertiva estaria errada, já que a competência seria do local da obtenção da vantagem ilícita. 35 Súmula 48-STJ: Compete ao juízo do local da obtenção da vantagem ilícita processar e julgar crime de estelionato cometido mediante falsificação de cheque. Falsificação de Documento Competência definida em razão do ÓRGÃO EXPEDIDOR Uso de Doc. falso que não seja pelo próprio autor da falsificação Competência definida em razão do ÓRGÃO A QUAL FOR APRESENTADO* Uso de Doc. falso pelo próprio autor da Falsificação Competência definida em razão do ÓRGÃO EXPEDIDOR Súmula nº 546, STJ: “A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não importando a qualificação do órgão expedidor.” Competência pelo domicílio ou residência do réu: AÇÃO PENAL PÚBLICA Não sendo conhecido o lugar da infração: domicílio ou residência do réu; Réu com mais de uma residência: Prevenção; Réu não tem residência certa ou paradeiro ignorado: juiz que primeiro tomar conhecimento do fato. AÇÃO PENAL PRIVADA Mesmo que conhecido o lugar da infração: querelante pode preferir o domicílio do réu. Súmula nº 706, STF: É relativa à nulidade decorrente da inobservância da competência penal por prevenção. Conexão Intersubjetiva: ocorre quando 2 ou + infrações, interligadas, são praticadas necessariamente por 2 ou + pessoas. Subdivide-se em: Por Simultaneidade ou Subjetiva- Objetiva 2 ou + infrações, praticadas por 2 ou + pessoas reunidas, ao mesmo tempo. Não há prévio ajuste entre os agentes. Concursal 2 ou + infrações são praticadas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar. Há prévio ajuste entre os agentes. Por reciprocidade 2 ou + infrações são praticadas, por diversas pessoas, umas contra as outras. Conexão Obi., Material, teleológica Uma infração é praticada para facilitar, ocultar ou garantir a impunidade ou vantagem de outra infração. 36 Conexão Instrumental ou Probatória A prova de uma infração influi na prova de outra infração. Não basta mera conveniência de processos, mas vínculo objetivo entre os diversos fatos. CONEXÃO CONTINÊNCIA Vínculo, entre 2 ou + infrações, que, em regra, enseja a união entre os processos para facilitar a produção da prova e para evitar decisões distorcidas. Vínculo que une vários infratores a uma única infração, ou a ligação de várias infrações por decorrerem de conduta única, ocasionando a reunião de todos os elementos em processo único Continência por Cumulação Subjetiva 2 ou + pessoas concorrerem para a prática da mesma infração. Continência por Cumulação Objetiva Reunião em um só processo de várias infrações advindas de uma só conduta (ex: concurso formal, erro na execução ou resultado diverso do pretendido) Art. 79. § 1º A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, SALVO: SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA SEPARAÇÃO FACULTATIVA Concurso entre a jurisdição comum e a militar; Concurso entre a jurisdição comum e o juízo de menores (ECA); Sobrevier doença mental em relação a um corréu; Houver corréu foragido; Não houver número mínimo de jurados no tribunal do júri (estouro de urna). Quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, Quando pelo excessivo número de acusados e para não lhes prolongar a prisão provisória; Por outro motivo relevante o juiz reputar conveniente ATENÇÃO: não haverá reunião de processos se algum deles já tiver sentença
Compartilhar