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SUMÁRIO 
 
DIREITO PENAL ................................................................................................................. 1 
PROCESSO PENAL ........................................................................................................... 29 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL ......................................................................................... 54 
DIREITO CONSTITUCIONAL ............................................................................................. 81 
DIREITO ADMINISTRATIVO ........................................................................................... 110 
DIREITO CIVIL ................................................................................................................ 138 
MEDICINA LEGAL .......................................................................................................... 154 
PORTUGUÊS .................................................................................................................. 162 
INFORMÁTICA ............................................................................................................... 172 
 
 1 
 
 
V3 
DIREITO PENAL 
 
PARTE GERAL 
 
O princípio da vedação à dupla persecução (ne bis in idem processual) poderá ser 
excepcionado quando o julgamento no exterior não se realizar de modo justo e legítimo. 
Se houver a devida comprovação de que o julgamento em outro país sobre os mesmos 
fatos não se realizou de modo justo e legítimo, desrespeitando obrigações processuais 
positivas, a vedação de dupla persecução pode ser eventualmente ponderada para 
complementação em persecução interna. (STF HC 171118) 
 
O princípio da insignificância ou bagatela própria é uma causa supralegal de exclusão da 
tipicidade material. 
 
Extensão do Território Nacional 
(NÃO é caso de 
extraterritorialidade) 
-Embarcações e aeronaves de natureza 
pública; 
-Embarcações e aeronaves de natureza 
privada em alto-mar ou espaço aéreo 
correspondente. 
 
 
PRINCIPAIS FRAÇÕES PARTE GERAL 
 
REDUÇÕES: 
 
Tentativa; Arrependimento posterior; Estado de necessidade 
(quando razoável o sacrifício); Semi-imputabilidade; Embriaguez por 
caso fortuito ou força maior. 
 
1/3 a 2/3 
 
Erro de proibição evitável ou inescusável; Participação de menor 
importância no concurso de pessoas. 
1/6 a 1/3 
Prescrição: criminoso, ao tempo do crime, menor de 21 ou, na data 
da sentença, maior de 70. 
1/2 
 
 
AUMENTOS: 
 
Resultado mais grave e previsível no concurso de pessoas 1/2 
Concurso formal próprio 1/6 a 1/2 
Crime continuado genérico 1/6 a 2/3 
Concurso continuado específico Até o triplo 
PPE reincidência 1/3 
 
 
 2 
 
 
ATENÇÃO Sobre o crime continuado: esta ficção jurídica só vale para a aplicação da 
pena (será considerado como um único crime). Para todas as demais situações 
(prescrição, representação), será considerado cada um dos crimes de modo isolado 
 
 
EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE DELITO 
 
MODELO CLÁSSICO 
 
-Fato típico: teoria causal naturalista da ação (ação é destituída do conteúdo da 
vontade) 
-Antijuridicidade: avalorada (não havia qualquer juízo de valor prévio entre tipicidade 
e antijuridicidade) 
-Culpabilidade: teoria psicológica da culpabilidade (dolo e culpa eram espécies da 
culpabilidade, imputabilidade era seu pressuposto) 
 
MODELO NEOCLÁSSICO OU NEOKANTISTA 
 
-Fato típico: teoria causal naturalista da ação ainda é adotada + elementos 
normativos e subjetivos passaram a integrar o tipo 
-Antijuridicidade: surge a relação entre fato típico e antijuridicidade 
Ratio essendi :ilicitude é a essência da tipicidade (tipo total de injusto) 
Ratio congnoscendi (ou indiciariedade):constatada ser típica determinada conduta, 
surge a presunção relativa de também ser ilícita. Consequência: inversão do ônus da 
prova nas excludentes de ilicitude. 
Teoria dos elementos negativos do tipo: o tipo penal é composto de elementos 
positivos (expresso) e negativos (implícitos), que são as excludentes de ilicitude. Para 
que determinado comportamento seja típico, não basta realizar os elementos 
positivos expressos no tipo, mas nenhum elemento negativo pode estar presente. 
-Culpabilidade: teoria psicológico normativa da culpabilidade. Dolo normativo (dolo 
+ consciência da ilicitude) culpa, imputabilidade e exigibilidade de conduta diversa. 
 
JÁ CAIU: Segundo a teoria causal, o dolo causalista é conhecido como dolo normativo, 
pelo fato de existir, nesse dolo, juntamente com os elementos volitivos e cognitivos, 
considerados psicológicos, elemento de natureza normativa (real ou potencial 
consciência sobre a ilicitude do fato). Cespe considerou essa assertiva como 
CORRETA. 
 
MODELO FINALISTA 
 
-Fato típico: teoria finalista da ação (dolo e culpa migram da culpabilidade para o fato 
típico. O dolo deixa de ser normativo e passa a ser natural abarcando apenas 
consciência e vontade) 
-Antijuridicidade: elementos subjetivos (necessidade de o agente ter consciência de 
que age amparado em alguma excludente de ilicitude) 
 
 3 
 
 
-Culpabilidade: teoria normativa pura da culpabilidade. Imputabilidade, potencial 
consciência da licitude, exigibilidade de conduta diversa. 
 
 
CRIMES OMISSIVOS 
 
CRIME OMISSIVO PRÓPRIO CRIME OMISSIVO IMPRÓPRIO 
O agente tem o dever genérico de agir, 
que atinge a todos indistintamente 
O agente tem o dever jurídico/específico 
de impedir o resultado 
Crimes de mera conduta, em regra Crimes materiais 
Não admite tentativa Admite tentativa 
Em regra, pode ser praticado por 
qualquer pessoa 
Só pode ser praticado por garantidor 
 
O dever de 
agir incumbe a 
quem 
-Tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
-De outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o 
resultado; 
-Com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do 
resultado. 
 
Nos crimes omissivos impróprios, a tipicidade é aberta, mediante subsunção indireta. 
 
Subsunção indireta ou adequação 
mediata 
Necessita de norma de extensão 
Subsunção direta ou adequação imediata Não necessita de norma de extensão 
 
Explicando... 
 
Não existe no Código Penal o tipo penal do crime de homicídio praticado por omissão 
imprópria, correto? Correto. 
Então... como fazemos para que o crime de homicídio praticado por omissão 
imprópria seja punido? 
Nos socorremos de uma norma de extensão. 
Exemplificando: quando o promotor denuncia alguém que cometeu um homicídio por 
omissão imprópria, coloca na denúncia o art. 121 combinado com o art. 13 § 2º, 
ambos do CP. 
 
A banca cespe/cebraspe tem demonstrado certa “afeição” com esse tema. Portanto, 
coloquem especial atenção neste ponto do material. 
 
Para auxiliar vocês em eventual fundamentação de questão discursiva... 
 
(...) quando se imputa a alguém crime comissivo por omissão (art. 13, § 2º, b, do CP), 
é necessário que se demonstre o nexo normativo entre a conduta omissiva e o 
resultado normativo, porque só se tem por constituída a relação de causalidade se, 
baseado em elementos empíricos, for possível concluir, com alto grau de 
 
 4 
 
 
probabilidade, que o resultado não ocorreria se a ação devida fosse efetivamente 
realizada. (STJ) 
 
A irmã de vítima do crime de estupro de vulnerável responde por conduta omissiva 
imprópria se assume o papel de garantidora. (STJ) 
 
ATENÇÃO: o mero parentesco não torna um irmão responsável pelo outro. Pelo caso 
concreto o irmão pode ou não se amoldar à figura do garantidor. 
 
ERRO DE TIPO 
Essencial/incriminador: recai sobre os 
elementares do tipo penal. O agente não 
sabe o que faz, se soubesse, não faria. 
Escusável/inevitável: exclui dolo e culpa 
Inescusável/evitável: exclui dolo, 
permite a punição por culpa, se previsto 
em lei. 
 
ERRO DE PROIBIÇÃO 
Essencial/incriminador: o agente sabe o 
que faz, mas não sabe que sua conduta é 
proibida. 
Escus. / inevitável: exclui a culpabilidade 
Inescusável/evitável: diminui a pena em 
1/6 a 1/3. 
 
O que é erro de tipo acidental? Erro querecai sobre os elementos secundários do crime. 
Os principais são: 
 
 
 
ERRO SOBRE A 
PESSOA 
J deseja matar seu pai e, acreditando estar próximo, dispara 
contra ele, entretanto, se confundiu e acabou matando o irmão 
gêmeo do genitor. 
Consequência: responderá como se tivesse matado seu pai 
(vítima visada) – teoria da equivalência 
 
ERRO NA 
EXECUÇÃO 
(aberratio ictus) 
J deseja matar seu pai, porém, por erro na pontaria, acaba 
matando seu irmão gêmeo. 
Consequência: responderá como se tivesse matado seu pai (vítima 
visada) – teoria da equivalência 
 
RESULTADO 
DIVERSO DO 
PRETENDIDO 
(aberratio criminis) 
J deseja quebrar a vidraça de uma loja arremessando uma pedra, 
mas, por erro na execução, mata o vendedor. 
Consequência: se atingir apenas o resultado diverso, responderá 
por ele a título de culpa. Se atingir o resultado diverso e também 
o pretendido: responderá pelos dois crimes, em concurso formal. 
 
 
ATENÇÃO: 
Infelizmente, a banca (até o presente momento, a Cespe e a AOCP fizeram isso) tem 
cobrado em questão objetiva um posicionamento MUITO PECULIAR do STJ. Portanto, 
atenção redobrada aqui: 
Aberratio ictus com resultado duplo: 
STJ: Dolo na prática de homicídio se estende ao crime contra segunda vítima atingida 
por erro na execução. 
 
 5 
 
 
“[…] Retrata os presentes autos a parte final do art. 73 do CP, quando, além da vítima 
originalmente visada, terceira pessoa é também atingida, incidindo a regra do 
concurso formal de crimes. Nesses casos, o elemento subjetivo da primeira conduta, 
o dolo, projeta-se também à segunda, não intencional, ainda que o erro de pontaria 
decorra de negligência, imprudência ou imperícia do agente. 
Nesse sentido, esta Corte possui orientação de que “A norma prevista no art. 73 do 
Código Penal afasta a possibilidade de se reconhecer a ocorrência de crime culposo 
quando decorrente de erro na execução na prática de crime doloso”. 
 
JÁ CAIU: incorre em erro de validade o agente que pratica um fato proibido, supondo 
acreditar que o STF tenha declarado a inconstitucionalidade de uma lei penal 
incriminadora. (CORRETO) 
*Erro de proibição de validade se configura quando o agente descumpre uma lei por 
acreditar honestamente que essa lei não é válida. 
 
JÁ CAIU: O erro mandamental exclui a culpabilidade, se inescusável, uma vez que não 
se pode exigir conduta diversa do agente que não tem o necessário discernimento 
para ato. (ERRADO) 
*O erro mandamental é uma modalidade de erro de proibição que recai sobre o 
mandamento contido nos crimes omissivos, sejam eles próprios e impróprios. Segue 
as mesmas regras do erro proibição: se inevitável afasta a culpabilidade, se evitável 
apenas reduz a pena. 
 
 
DOLO DIRETO DOLO INDIRETO 
Dolo de 1º grau: tem a consciência que 
sua conduta causará um resultado, 
bem 
como a vontade de praticar a conduta 
e produzir o resultado 
Eventual: não quer o resultado, mas, 
representando como possível a sua 
produção, não deixa de agir, assumindo o 
risco de produzi-lo 
Dolo de 2º grau/ consequências 
necessárias: previsão dos efeitos 
colaterais (resultado típico) como 
consequência necessária do meio 
escolhido. 
Alternativo: quer alcançar um ou outro 
resultado (alternatividade objetiva) ou 
atingir uma ou outra pessoa 
(alternatividade subjetiva). 
 
JÁ CAIU: Gonzalez, desejando eliminar a vida de Oliveira, que se encontrava em praça 
pública, instalou no local uma poderosa bomba, a qual, ao ser detonada, matou todas 
as pessoas que ali estavam. Nessa situação hipotética, Gonzalez agiu com dolo direto 
de primeiro grau contra Oliveira e as demais pessoas que morreram no local. 
(ERRADO) 
 
Dolo direto de 1º grau contra Oliveira. 
Dolo de 2º grau com relação as demais pessoas que morreram no local. 
 
 
 6 
 
 
O que são descriminantes putativas? São excludentes de ilicitude erroneamente 
imaginadas. Qual a consequência jurídica? Depende da teoria da culpabilidade adotada: 
 
DESCRIMINANTE PUTATIVA TEORIA LIMITADA TEORIA ESTRITA/EXTREMADA 
Erro em relação aos 
pressupostos fáticos que 
legitimam a atuação sob a 
excludente 
 
Erro de tipo permissivo 
 
Erro de proibição indireto 
ou erro de permissão 
Erro sobre a existência da 
excludente 
Erro de proibição indireto 
ou erro de permissão 
Erro de proibição indireto 
ou erro de permissão 
Erro sobre os limites da 
excludente 
Erro de proibição indireto 
ou erro de permissão 
Erro de proibição indireto 
ou erro de permissão 
 
Legítima Defesa Sucessiva Legítima Defesa Recíproca 
O agente repele injusta agressão, porém 
se excede na utilização dos meios 
disponíveis, habilitando o outro a repelir 
este excesso que agora se caracteriza 
como injusta agressão visto que a 
agressão inicial já havia cessado. 
Não admitida pelo Direito brasileiro 
porque NÃO é possível duas pessoas se 
encontrarem ao MESMO TEMPO em 
Legítima Defesa real. 
 
DESISTÊNCIA 
VOLUNTÁRIA 
 
Agente deixa de prosseguir na execução do crime por uma 
razão ínsita à sua vontade. Os atos executórios ainda não se 
esgotaram. Ele só responde pelos atos praticados 
ARREPENDIMENTO 
EFICAZ 
Após esgotar os atos executórios, o agente age para impedir a 
consumação. Só responde pelos atos praticados. 
 
ARREPENDIMENTO 
POSTERIOR 
 
Agente que, voluntariamente, até o recebimento da denúncia 
ou queixa, repara o dano ou restitui a coisa (salvo nos crimes 
cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa) 
Redução de 1 a 2/3 na pena 
 
CRIME IMPOSSÍVEL 
 
Agente que, por ineficácia absoluta do meio ou por 
impropriedade do objeto, torna impossível a consumação do 
crime. 
 
 
Tentativa Branca ou Incruenta Não acerta o alvo 
Tentativa Vermelha ou Cruenta Acerta o alvo 
Tentativa Perfeita, Acabada, Crime Falho Esgota todos os meios 
Tentativa Imperfeita ou Inacabada Não utiliza todos os meios 
Tentativa Abandonada ou Qualificada Desistência Voluntária e 
Arrependimento Eficaz 
Tentativa Inidônea ou Quase Crime Crime Impossível 
 
ATENÇÃO: o arrependimento eficaz somente é compatível com a tentativa perfeita, 
pois exige o esgotamento dos atos executórios. 
 
 7 
 
 
 
 
DOLO 
GLOBAL/UNITÁRIO 
o agente deve atuar baseado num plano previamente 
elaborado que envolve toda a cadeia de crimes. Caso esse 
elemento subjetivo não esteja presente, descaracteriza-se a 
continuidade, que cede lugar à habitualidade delitiva. 
DOLO GERAL/ERRO 
SUCESSIVO 
ocorre quando o agente, supondo já ter alcançado um 
resultado por ele visado, pratica nova ação que efetivamente o 
provoca, representando hipótese de aberratio causae. 
 
ATENÇÃO: dolo geral não se confunde com dolo genérico (nomenclatura oriunda do 
sistema clássico de delito), que se referia à vontade de praticar uma conduta típica, 
sem nenhuma finalidade específica. 
 
 
TEORIAS QUE EXPLICAM OS INÍCIOS DOS ATOS EXECUTÓRIOS 
 
Teoria da hostilidade 
ou critério material 
Atos executórios são aqueles que atacam o bem jurídico, 
criando-lhe uma situação concreta de perigo. 
Teoria objetivo-
formal: 
Atos executórios são aqueles que iniciam a realização do núcleo 
do tipo. 
 
Teoria objetivo-
material 
São atos executórios aqueles em que se inicia a prática do 
núcleo do tipo, bem como os atos imediatamente anteriores, 
com base na visão de terceira pessoa alheia à conduta 
criminosa. 
Teoria objetivo-
individual: 
(Hans Welzel) 
Atos executórios são aqueles que, de acordo com o plano do 
agente, realizam-se no período imediatamente anterior ao 
começo da execução típica. 
 
 Adotando-se a teoria objetivo-formal, o rompimento de cadeado e destruição de 
fechadura da porta da casa da vítima, com o intuito de, mediante uso de arma 
de fogo, efetuar subtração patrimonial da residência, configuram meros atos 
preparatórios que impedem a condenação por tentativa de roubo 
circunstanciado. (STJ em setembro de 2021) 
 
NÃO CONFUNDA! Para o STJ... 
Momento início atos executórios Teoria objetivo-formal 
Momento consumação do crime Teoria daamotio ou apprehensio 
 
 
Quais crimes 
não admitem 
tentativa? 
Culposos 
Contravenções penais 
Habituais 
Omissivos próprios 
Unissubsistentes 
Preterdolosos 
Permanentes 
 
 
 8 
 
 
JÁ CAIU: Admite-se a excludente de antijuridicidade do estrito cumprimento de dever 
legal nos crimes culposos. (ERRADO) 
A excludente é incompatível com os crimes culposos, pois a lei não obriga ninguém, 
funcionário público ou não, a agir com imprudência, negligência ou imperícia. 
 
 
NEXO DE CAUSALIDADE 
 
Teoria da Equivalência 
dos Antecedentes 
Causais ou Conditio Sine 
Qua Non (adotada como 
regra pelo CP) 
Causa é todo fato humano (ação ou omissão) sem o qual 
o resultado não teria ocorrido. 
Para constatar se algum acontecimento se insere ou não 
no conceito de causa: processo de eliminação hipotético 
de Thyrén. 
 
Teoria da Causalidade Adequada 
(adotada como exceção pelo CP) 
Causa é a condição necessária e adequada a 
determinar a produção do resultado eficaz. 
 
 
 
CONCAUSAS 
ABSOLUTAMENTE 
INDEPENDENTES 
A causa que produz o resultado não tem ligação com a conduta 
do agente. Podem ser preexistentes, concomitantes e 
supervenientes. 
Aplica-se a teoria da equivalência dos antecedentes causais. 
Rompem o nexo causal e todas as espécies, o agente só 
responde pelos atos praticados (tentativa de homicídio). 
 
CONCAUSAS 
RELATIVAMENTE 
INDEPENDENTES 
A causa efetiva do resultado se origina, ainda que 
indiretamente, do comportamento concorrente. 
Podem ser preexistentes, concomitantes e supervenientes* 
Em se tratando de preexistentes e concomitantes, não rompem 
o nexo causal e o agente responde pelo resultado consumado 
 
*concausas relativamente independentes supervenientes 
 
 
 
Que NÃO 
produziu por si 
só o resultado: 
A causa efetiva (superveniente) encontra-se na mesma linha de 
desdobramento causal (normal) da causa concorrente, tratando-se 
de evento previsível (ainda que não previsto). 
Aplica-se a teoria da equivalência dos antecedentes causais (art. 13, 
caput); 
As concausas não rompem o nexo causal; 
O agente responde pelo resultado consumado. 
 
Que por si só 
produziu o 
resultado: 
 
 
A causa efetiva (superveniente) é considerada um evento 
imprevisível, que não se encontra na mesma linha de desdobramento 
causal da causa concorrente. 
Aplica-se a teoria da causalidade adequada (art. 13, § 1º); 
As concausas rompem o nexo causal; 
O agente só responde pelos atos praticados 
 
 
 9 
 
 
JÁ CAIU: Se o agente ferir alguém com uma faca no pescoço, com nítida intenção de 
matar, mas a vítima for socorrida e levada ao hospital e, durante a internação, morrer 
em decorrência de uma explosão acidental no hospital, o agente responderá por 
tentativa de homicídio. (CORRETO) 
 
O agente desferiu disparos de arma de fogo na vítima. A vítima foi socorrida, entretanto: 
 
Ocorreu infecção hospitalar ou então erro médico e a 
vítima morreu: 
O agente responde pelo 
resultado morte. 
Ocorreu um acidente com a ambulância, um incêndio no 
hospital ou então um desabamento e a vítima morreu: 
O agente responde por 
tentativa de homicídio. 
 
 
TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA 
 
 Surge na década de 70 não para substituir, mas para COMPLEMENTAR a teoria 
adotada pelo CP no que tange ao nexo de causalidade. 
 A teoria se baseia em critérios valorativos/axiológicos, limitando a análise da 
causalidade ao tipo objetivo, sem a necessidade de se valer da análise do dolo 
ou culpa. 
 Ausente a causalidade, não haverá imputação. Entretanto, quando 
presente a causalidade, não se conclui automaticamente pela existência de 
imputação. 
 
Haverá imputação: 
 
 
 
 
Criação ou 
incremento 
de um risco 
proibido 
 
J deseja muito que seu tio morra. Ele sugere ao tio que faça uma viagem 
de avião para os EUA e deseja sinceramente que o avião caia e o tio venha 
a óbito, o que de fato acaba acontecendo. O resultado morte do tio será 
imputado a J? não. Apesar do sobrinho desejar a morte do tio, não houve 
a criação ou incremento de um risco proibido (viajar de avião é um risco 
tolerado em nossa sociedade) 
A mesma lógica se aplica quando o agente atua diminuindo o risco. Ex: J 
convence o ladrão que está roubando o banco a subtrair apenas 10 mil 
reis, em vez de 20 mil reais. Neste caso, não haverá imputação porque 
ele atua diminuindo o risco ao bem jurídico 
 
Risco que 
se realiza 
no 
resultado 
J, de forma imprudente, dirige em alta velocidade e acaba atropelando 
um ciclista. Contudo, restou comprovado que, independentemente de 
dirigir ou não em alta velocidade, o resultado morte ocorreria. J não 
responderá por homicídio culposo porque o risco não se realizou no 
resultado. 
Resultado 
dentro da 
esfera de 
proteção 
da norma 
J furta um colar de diamantes que era uma relíquia da família da vítima. 
A vítima entra em depressão pela perda e morre. Não haverá imputação 
do resultado morte pois a norma que tipifica o crime de furto não 
contempla essa esfera de proteção. 
 
 
 10 
 
 
CONCURSO DE PESSOAS 
 
Quanto ao concurso de pessoas, o Código Penal adota, como regra, a teoria unitária ou 
monista e, excepcionalmente, a teoria pluralista. 
 
 
MONISTA/UNITÁRIA 
Não se faz distinção entre as várias categorias de pessoas, sendo 
todos autores (ou coautores) do crime. 
 
PLURALISTA 
Há tantas infrações penais quantos fossem o número de autores 
e partícipes. É o que ocorre no tipo penal de aborto, por ex. 
 
JÁ CAIU: A e B desejam a morte de C e ambos, sem saber da intenção do outro e sem 
combinação prévia, atiram contra a vítima. A vítima morre em decorrência de um dos 
tiros; o outro tiro, conforme verificado em exame pericial, atingiu a vítima de raspão. 
Não foi possível identificar a autoria do tiro mortal. Na situação hipotética 
apresentada, A e B podem responder por homicídio doloso tentado, sem concurso de 
pessoas. (CORRETO) 
*Em sendo impossível determinar quem desferiu o tiro fatal, ambos responderão pela 
conduta menos gravosa, a saber, homicídio doloso tentado, à luz do princípio do "in 
dubio pro reo" 
 
JÁ CAIU: O concurso absolutamente negativo não faz do omisso um partícipe do 
delito, por não estar ligado ao crime nem ter o dever legal de agir. (CORRETO) 
*são situações em que o sujeito não está vinculado à conduta criminosa e não possui 
o dever de agir para impedir o resultado. 
 
Teoria adotada 
quanto à punição do 
partícipe 
TEORIA DA ACESSORIEDADE LIMITADA 
O partícipe só será punido se o autor praticar fato típico e ilícito 
 
 
TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO 
 Não tem por intenção ampliar o conceito de autor, mas restringir, retificação: a 
teoria do domínio do fato amplia o conceito de autor. Todavia, não é correto 
dizer que a referida teoria amplia a responsabilidade penal, mas somente 
estabelece um critério de diferenciação entre autor e partícipe.* 
 Autor é a “figura central do concreto êxito da ação”. 
 Somente se aplica aos crimes comissivos dolosos. 
 
Autoria por domínio da 
vontade 
Autoria mediata. Autor se vale de terceiro como um 
instrumento. 
Autoria por domínio 
funcional do fato 
Coautoria. Cumprimento de funções distribuídas entre os 
coautores. 
Autoria por domínio da 
ação 
Autoria direta. Autor realiza diretamente a ação. 
 
Teoria do domínio da 
organização 
Aparato organizado de poder dissociado do direito. Relação 
hierárquica dentro da estrutura criminosa, fungibilidade dos 
 
 11 
 
 
executores, existência de uma condicionante, uma pressão 
interna, que aumenta a probabilidade da ordem ser cumprida. 
 
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO 
 
Substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direito: 
 
 
REQUISITOS 
OBJETIVOS 
Crimes dolosos cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa e 
PL não superior a 4 anos 
Crimes culposos (independentemente da pena) 
 
REQUISITOS 
SUBJETIVOS 
Não ser o agente reincidente em crime doloso; 
Culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do 
condenado, bem comoos motivos e as circunstâncias indicarem que 
essa substituição seja suficiente. 
 
Condenação = ou INFERIOR a 1 ano de PPL* 
 
Multa ou 1 PRD 
 
Condenação SUPERIOR a 1 ano de PPL 
 
1 PRD e multa ou 2 PRDs 
 
 
Reincidente pode ter sua 
PPL substituída por PRD 
desde que: 
-A medida seja socialmente recomendável 
-A reincidência não se tenha operado em virtude da 
prática do mesmo crime 
 
ATENÇÃO: A reincidência específica tratada no art. 44, § 3º, do Código Penal somente 
se aplica quando forem idênticos, e não apenas de mesma espécie, os crimes praticados. 
(STJ) 
 
Prestação de serviços à comunidade Condenação SUPERIOR a 6 meses 
 
JÁ CAIU: As penas restritivas de direitos têm como característica, além da 
substitutividade, a autonomia. (CORRETO) 
*autonomia: as penas restritivas de direito não podem ser cumuladas com as penas 
privativas de liberdade. 
 
 
CONCURSO DE CRIMES 
 
A distinção entre o concurso formal próprio e o impróprio decorre do elemento 
subjetivo do agente, ou seja, da existência ou não de desígnios autônomo 
 
No concurso de crimes, a pena considerada para fins de fixação da competência do 
juizado especial criminal será o resultado da soma, no caso de concurso material, ou da 
exasperação, na hipótese de concurso formal ou crime continuado, das penas máximas 
cominadas aos delitos. 
 
 
 12 
 
 
Súmula 497, STJ: Quando se tratar de crime continuado a prescrição regula-se pela pena 
imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação. 
 
Roubo praticado contra vítimas diferentes em um único contexto Concurso formal 
próprio 
Roubo perpetrado contra diversas vítimas em um único evento, 
estando comprovados os desígnios autônomos do autor 
Concurso formal 
IMPRÓPRIO. 
Roubo praticado no interior de ônibus sendo que o sujeito rouba 
apenas o dinheiro que estava com o cobrador 
Crime único 
 
 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA 
 
 
 
 
 
CABIMENTO 
 
PPL não superior a 2 (dois) anos 
Condenado não reincidente em crime doloso; 
Não seja indicada ou cabível a substituição por PRD 
Condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do 
benefício 
PPL não superior a 4 anos (suspensão de 4 a 6 anos): quando o 
condenado for maior de 70 anos de idade, ou razões de saúde. 
REVOGAÇÃO 
OBRIGATÓRIA 
Condenação irrecorrível, por crime doloso 
Frustra a execução de pena de multa ou então não efetua a reparação 
do dano 
Descumpre as condições elencadas 
REVOGAÇÃO 
FACULTATIVA 
Descumpre qualquer outra condição imposta 
Irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, 
a PPL ou PRD 
 
 
LIVRAMENTO CONDICIONAL 
 
 
 
 
 
CABIMENTO 
 
PPL igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que cumprido: 
Mais de 1/3: Não é reincidente em crime doloso e tem bons 
antecedentes 
Mais de ½: Reincidente em crime doloso 
Mais de 2/3: Hediondos, equiparados e tráfico de pessoas (desde que 
não seja reincidente específico) 
ATENÇÃO: o PAC inseriu o requisito do não cometimento de falta grave 
(comprovado) nos últimos 12 meses como condição para o livramento 
REVOGAÇÃO 
OBRIGATÓRIA 
Condenação irrecorrível a PPL por crime cometido durante a vigência 
do benefício ou por crime anterior 
REVOGAÇÃO 
FACULTATIVA 
Deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença 
Condenação irrecorrível por crime ou contravenção, a pena que não 
seja PPL 
 
 
 
 13 
 
 
CONFISCO ALARGADO 
 
 Condenação pena máxima superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser 
decretada a perda, como produto ou proveito do crime, dos bens 
correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e 
aquele que seja compatível com o seu rendimento lícito. 
 O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a 
procedência lícita do patrimônio. (inversão do ônus da prova) 
 A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente pelo 
Ministério Público, por ocasião do oferecimento da denúncia, com indicação da 
diferença apurada. 
 Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da diferença apurada e 
especificar os bens cuja perda for decretada. 
 
 
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
 
 Em casos de fuga ou de revogação do livramento condicional, a prescrição da 
pretensão executória é regulada pelo tempo remanescente da pena. 
 
Anistia, Graça e Indulto 
 
 O deferimento do indulto e da comutação das penas deve observar estritamente 
os critérios estabelecidos pela Presidência da República no respectivo ato de 
concessão, sendo vedada a interpretação ampliativa da norma, sob pena de 
usurpação da competência privativa disposta no art. 84, XII, da Constituição e, 
ainda, ofensa aos princípios da separação entre os Poderes e da legalidade. 
 Para a concessão de indulto, deve ser considerada a pena originalmente imposta, 
não sendo levada em conta, portanto, a pena remanescente em decorrência de 
comutações anteriores. 
 O instituto da graça, previsto no art. 5º, XLIII, da Constituição Federal, engloba 
o indulto e a comutação de pena, estando a competência privativa do 
Presidente da República para a concessão desses benefícios limitada pela 
vedação estabelecida no referido dispositivo constitucional. 
 
 
A negativação de circunstâncias judiciais, ao contrário do que ocorre quando 
reconhecida a agravante da reincidência, confere ao julgador a faculdade (e não a 
obrigatoriedade) de recrudescer o regime prisional (STJ) 
 
Admite-se reconhecer a não punibilidade de um furto de coisa com valor insignificante, 
ainda que presentes antecedentes penais do agente, se não denotarem estes tratar-se 
de alguém que se dedica, com habitualidade, a cometer crimes patrimoniais. (STJ) 
 
A atenuante da confissão espontânea deve preponderar sobre a agravante da 
dissimulação (STJ) 
 
 
 14 
 
 
O reconhecimento da continuidade delitiva não importa na obrigatoriedade de redução 
da pena definitiva fixada em cúmulo material, porquanto há possibilidade de aumento 
do delito mais gravoso em até o triplo, nos termos do art. 71, parágrafo único, in fine, 
do CP (STJ) 
 
Ameaçar a vítima na presença de seu filho menor de idade justifica a valoração negativa 
da culpabilidade do agente (STJ) 
 
O roubo em transporte coletivo vazio é circunstância concreta que não justifica a 
elevação da pena-base (STJ) 
 
É possível aplicar o princípio da insignificância para furto de bem avaliado em R$ 20,00 
mesmo que o agente tenha antecedentes criminais por crimes patrimoniais (STF) 
 
Possibilidade de aplicar o regime inicial aberto ao condenado por furto, mesmo ele 
sendo reincidente, desde que seja insignificante o bem subtraído (STF) 
 
STF reconheceu que o valor econômico do bem furtado era muito pequeno, mas, como 
o réu era reincidente, em vez de absolvê-lo aplicando o princípio da insignificância, o 
Tribunal utilizou esse reconhecimento para conceder a pena restritiva de direitos (STF) 
 
Havendo pluralidade de causas de aumento de pena e sendo apenas uma delas 
empregada na terceira fase, as demais podem ser utilizadas nas demais etapas da 
dosimetria da pena (STJ) 
 
Não se aplica a agravante do art. 61, II, “h”, do CP ao furto praticado aleatoriamente em 
residência sem a presença do morador idoso (STJ) 
 
Admite-se o uso de informações processuais extraídas dos sítios eletrônicos dos 
tribunais, quando completas, a fim de demonstrar a reincidência do réu (STF) 
 
Se a prestação pecuniária prevista no art. 45, § 1º do CP for paga à vítima (o que é a 
prioridade), esse valor deverá ser abatido da quantia fixada como reparação dos danos 
(art. 387, IV, do CPP) (STJ) 
 
A reincidência específica tratada no art. 44, § 3º, do Código Penal somente se aplica 
quando forem idênticos, e não apenas de mesma espécie, os crimes praticados (STJ) 
 
Juiz não deve decretar o arresto dos bens do condenado como forma de cumprimento 
forçado da prestação pecuniária (pena restritiva de direitos) (STJ) 
 
Não se comunica a interrupção do prazo prescricional a corréus de processos diversos(STJ) 
 
Acórdão que confirma ou reduz a pena interrompe a prescrição (STJ) 
 
 
 15 
 
 
O cumprimento de pena imposta em outro processo, ainda que em regime aberto ou 
em prisão domiciliar, impede o curso da prescrição executória (STJ) 
 
 
PARTE ESPECIAL DO CÓDIGO 
 
CRIMES CONTRA A VIDA 
 
HOMICÍDIO 
 
Redução da 
pena de 1/6 
a 1/3 
 Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor 
social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em 
seguida a injusta provocação da vítima. 
 
É possível homicídio qualificado privilegiado? 
Sim, desde que as qualificadoras sejam de ordem objetiva. 
 
 
Qualificadoras de 
ordem objetiva 
Quanto aos meios de execução; 
Quanto aos modos de execução; 
Feminicídio; 
Emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido. 
 
Não é possível que exista a figura do homicídio qualificado privilegiado quando a 
qualificadora for, por exemplo motivo torpe. 
 
O homicídio qualificado é hediondo, entretanto, o homicídio qualificado privilegiado 
não é hediondo. 
 
JÁ CAIU: Considere que Antônio tenha matado Cláudio, seu desafeto, ao lhe ter 
desferido várias facadas nas costas, e que, após a morte da vítima, Antônio tenha, 
ainda, arrancado-lhe o órgão genital com uma faca de serra. Nessa situação 
hipotética, Antônio cometeu homicídio duplamente qualificado por meio cruel e 
emboscada, conforme previsão do Código Penal. (ERRADO) 
 
 Meio cruel: sofrimento além do necessário para matar a vítima. A destruição de 
parte do corpo da vítima após a morte não enseja o reconhecimento dessa 
qualificadora, mas sim o crime de destruição de cadáver (art. 211 CP). Além 
disso, a pluralidade de golpes, por si só, também não conduz automaticamente 
a essa qualificadora. 
 Emboscada: a informação “facada nas costas” não permite inferir que houve 
emboscada. Emboscada é o ataque à vítima de surpresa. 
 
Não há incompatibilidade entre o dolo eventual e o reconhecimento do meio cruel (STJ) 
 
Verifica-se a existência de dolo eventual no ato de dirigir veículo automotor sob a 
influência de álcool, além de fazê-lo na contramão. Esse é, portanto, um caso específico 
que evidencia a diferença entre a culpa consciente e o dolo eventual. O condutor 
 
 16 
 
 
assumiu o risco ou, no mínimo, não se preocupou com o risco de, eventualmente, causar 
lesões ou mesmo a morte de outrem. (STJ) 
 
Não caracteriza bis in idem o reconhecimento das qualificadoras de motivo torpe e de 
feminicídio no crime de homicídio praticado contra mulher em situação de violência 
doméstica e familiar. (STJ) 
 
No homicídio culposo, a morte instantânea da vítima não afasta a causa de aumento de 
pena prevista no art. 121, § 4º, do CP, a não ser que o óbito seja evidente, isto é, 
perceptível por qualquer pessoa. (STJ) 
 
 
Homicídio praticado com dolo 
eventual é compatível com: 
Meio cruel; 
Motivo fútil; 
Tentativa; 
Feminicídio; 
Domínio de violenta emoção. 
 
 
Feminicídio 
 
Além de ser uma qualificadora do crime de homicídio, o CP prevê causas de aumento de 
pena: 
 
1/3 (um terço) 
até a metade 
quando o 
feminicídio é 
cometido: 
Durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; 
contra pessoa menor de 14 anos (trecho retirado pela lei nº 
14.344/2022)*, contra pessoa maior de 60 anos, com deficiência 
ou portadora de doenças degenerativas que acarretem condição 
limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; 
Na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente 
da vítima; 
Em descumprimento das medidas protetivas de urgência do inc. 
I, II e III do art. 22 da Lei Maria da Penha. 
 
ATENÇÃO: Feminicídio praticado no momento do descumprimento de qualquer 
medida protetiva de urgência da Lei Maria da Penha enseja a incidência da causa de 
aumento? NÃO. 
 
JÁ CAIU: Tiago, movido por um sentimento de posse, disparou dois tiros contra sua 
companheira, Laura, que morreu em razão dos ferimentos causados pelos disparos. 
Laura estava grávida de seis meses e, quando da prática do crime, Tiago sabia da 
gravidez dela. Nessa situação hipotética, Tiago praticou os crimes de homicídio 
qualificado por motivo torpe, feminicídio e aborto. (CORRETO) 
 
 
 
 
 
 
 17 
 
 
INDUZIMENTO/INSTIGAÇÃO A SUICÍDIO/AUTOMUTILAÇÃO 
 
 Antes o crime do art. 122 não incluía automutilação e era um crime condicionado 
a ocorrência do resultado: somente se configurava se ocorresse morte ou lesão 
grave. Hoje, é um crime formal. 
 Se resultar lesão grave ou gravíssima: será qualificado (mas ainda admitirá 
suspensão condicional do processo porque a pena mínima é 1 ano) 
 Se resultar morte: será qualificado 
 
Pena 
DUPLICADA 
motivo egoístico, torpe ou fútil; se a vítima é menor ou tem 
diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. 
Pena aumenta 
até o DObro 
se a conduta é realizada por meio da rede de computaDOres, de 
rede social ou transmitida em tempo real 
Pena aumenta 
da metade 
agente é líder ou coordenador de grupo ou de rede virtual 
 
 
INFANTICÍDIO 
 
JÁ CAIU: O delito de infanticídio, por ser crime próprio, não admite coautoria e 
participação, de modo que condições e circunstâncias de caráter pessoal não serão 
comunicadas aos demais concorrentes. (ERRADO) 
 
 A qualidade de mãe + estado puerperal em que ela se encontra no momento do 
crime são condições pessoais elementares do tipo, por isso se comunicam a 
outras pessoas. 
 
 
ABORTO 
 
Aborto necessário, 
aborto terapêutico 
Estado de necessidade. O legislador fez uma escolha entre os 
dois bens jurídicos em jogo, a vida da gestante e a vida do feto. 
Aborto no caso de 
gravidez 
decorrente de 
estupro 
Exclusão da culpabilidade por inexigibilidade de conduta 
diversa por parte da gestante e do médico que age com o seu 
consentimento. 
 
 
LESÃO CORPORAL 
 
LESÃO GRAVE LESÃO GRAVÍSSIMA 
Incapacidade para as ocupações 
habituais, por mais de trinta dias; 
Perigo de vida; 
Debilidade permanente de membro, 
sentido ou função; 
Aceleração de parto 
Incapacidade permanente para o 
trabalho; 
Enfermidade incuravel; 
Perda ou inutilização do membro, 
sentido ou função; 
Deformidade permanente; 
Aborto 
 
 18 
 
 
A qualificadora prevista no art. 129, § 2º, IV, do Código Penal (deformidade permanente) 
abrange somente lesões corporais que resultam em danos físicos (STJ) 
 
Perda de dois dentes configura lesão grave (e não gravíssima) (STJ) 
 
A qualificadora “deformidade permanente” do crime de lesão corporal (art. 129, § 2º, 
IV, do CP) não é afastada por posterior cirurgia estética reparadora que elimine ou 
minimize a deformidade na vítima (STJ) 
 
 
CRIMES CONTRA A HONRA 
 
CALÚNIA 
 É a imputação de um fato falso definido como crime. Se for contravenção, será 
difamação. 
 Se consuma quando terceiros tomam conhecimento. 
 Chamar alguém de “ladrão” não é calúnia. É injúria. Calunia é um FATO. 
 Cabe exceção da verdade, salvo se refere a ação privada e o ofendido não foi 
condenado por sentença irrecorrível; se o fato é imputado a qualquer das 
pessoas indicadas no nº I do art. 141; se do crime imputado, embora de ação 
pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. 
 Cabe retratação. A retratação extingue a punibilidade e independe da aceitação 
do ofendido. 
 
 
DIFAMAÇÃO 
 Imputar falso ofensivo à reputação 
 Se consuma quando chega a conhecimento de terceiros 
 Cabe exceção da verdade se for contra funcionário público no exercício das 
funções 
 Cabe retratação 
 
 
INJÚRIA 
 É a atribuição de uma qualidade negativa e que fere a honra subjetiva 
 Não admite exceção da verdade e nem retratação 
 O crime de injúria praticado pela internet por mensagens privadas, as quais 
somente o autor e o destinatário têm acesso ao seu conteúdo, consuma-se no 
local em que a vítima tomou conhecimento do conteúdo ofensivo (STJ) 
 O crime de injúria racial, espécie do gênero racismo, é imprescritível (STF) 
 A ausência de previsibilidade de que a ofensa chegue ao conhecimento da vítima 
afastao dolo específico do delito de injúria, tornando a conduta atípica (STJ) 
 
 
 
 
 
 
 19 
 
 
CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL 
 
Art. 147-A. Perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a 
integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de 
qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade. 
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
 
§ 1º A pena é aumentada de metade se o crime é cometido: 
 
I – Contra criança, adolescente ou idoso; 
II – Contra mulher por razões da condição de sexo feminino, nos termos do § 2º-A do 
art. 121 deste Código; 
III – mediante concurso de 2 (duas) ou mais pessoas ou com o emprego de arma. 
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência. 
§ 3º Somente se procede mediante representação. 
 
Art. 147-B. Causar dano emocional à mulher que a prejudique e perturbe seu pleno 
desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas ações, comportamentos, 
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, 
isolamento, chantagem, ridicularização, limitação do direito de ir e vir ou qualquer 
outro meio que cause prejuízo à sua saúde psicológica e autodeterminação: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui 
crime mais grave. 
 
 
INVASÃO DE DISPOSITIVO AUTOMÁTICO 
 
ATENÇÃO: Não precisa mais de violação a mecanismo de segurança para configurar 
o crime. 
 
 
FURTO 
 
Furto privilegiado 
 
Requisitos Criminoso primário + Pequeno valor da coisa subtraída. 
 
Consequências 
Substituir a pena de reclusão por detenção; 
Diminuir a pena privativa de liberdade de 1/3 a 2/3; 
Aplicar somente a pena de multa. 
 
Súmula 511: “é possível o reconhecimento do privilégio previsto no §2º do art. 155 do 
CP nos casos de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o 
pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva". 
 
ATENÇÃO: Cuidado para não confundir coisa de pequeno valor com coisa de valor 
insignificante, já que esta última conduz a atipicidade do fato em razão da aplicação 
do princípio da insignificância. 
 
 20 
 
 
 
O “Pacote Anticrime” tornou hediondo o crime de furto quando praticado com emprego 
de explosivo. 
 
ATENÇÃO: Vale lembrar que o roubo com emprego de explosivo não é crime 
hediondo. 
 
 
Furto mediante fraude 
 
Se o furto mediante fraude é cometido por meio de dispositivo eletrônico ou 
informático, conectado ou não à rede de computadores, com ou sem a violação de 
mecanismo de segurança ou a utilização de programa malicioso, ou por qualquer outro 
meio fraudulento análogo, será qualificado. 
 
Sobre essa qualificadora, considerada a relevância do resultado gravoso, a pena será 
aumentada de: 
 
1/3 a 2/3 Se o crime é praticado mediante a utilização de servidor mantido fora 
do território nacional. 
1/3 ao dobro Se o crime é praticado contra idoso ou vulnerável. 
 
JÁ CAIU: João arrombou a loja onde trabalha, e que pertence à sua mãe de 60 anos 
de idade, levando mercadorias avaliadas em milhares de reais. Na situação hipotética 
apresentada, pode-se afirmar que João não responderá por crime contra o 
patrimônio, visto ser amparado por isenção de pena. (ERRADO) 
 
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em 
prejuízo: 
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; 
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou 
natural. 
 
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título 
(dos crimes contra o patrimônio) é cometido em prejuízo: 
 
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; 
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; 
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. 
 
Art. 183 - NÃO SE APLICA o disposto nos dois artigos anteriores: 
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave 
ameaça ou violência à pessoa; 
II - ao estranho que participa do crime. 
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual OU superior a 60 (sessenta) 
anos; 
 
 
 21 
 
 
JÁ CAIU: Segundo o STF, é atípico o furto, em razão da proibição da analogia in malam 
partem, de sinal de TV a cabo. (CORRETO) 
 
Para a configuração da majorante de repouso noturno, basta que a conduta delitiva 
tenha sido praticada durante o repouso noturno, sendo irrelevante o fato das vítimas 
não estarem dormindo no momento do crime. (STJ) 
 
No caso de furto de energia elétrica mediante fraude, o adimplemento do débito antes 
do recebimento da denúncia não extingue a punibilidade. (STJ) 
 
O talão de cheque e a folha avulsa de cheque (ainda que em branco) podem funcionar 
como objeto material de furto, pois possuem valor econômico (STJ) 
 
Em regra, é necessária perícia para comprovar a escalada no caso de furto qualificado 
(art. 155, § 4º, II, do CP). Excepcionalmente, a prova pericial será prescindível 
(dispensável) se houver nos autos elementos aptos a comprovar a escalada de forma 
inconteste (STJ) 
 
 
ROUBO 
 
JÁ CAIU: Renato, munido de uma faca, deu voz de assalto a Carolina, que informou 
não ter nenhum bem de valor. Ele, como não acreditou em Carolina, exigiu que esta 
esvaziasse os bolsos, momento em que Renato percebeu que ela realmente só trazia 
consigo o documento de identificação, o que o levou a sair do local sem levar nada. 
Nessa situação, a conduta de Renato, conforme o Superior Tribunal de Justiça (STJ), 
caracteriza-se como roubo tentado com causa de aumento de pena. (CORRETO) 
A inexistência de bens ou dinheiro em poder da vítima de roubo não caracteriza a 
hipótese de crime impossível, uma vez que o delito de roubo é complexo, cuja 
execução inicia-se com a violência ou grave ameaça à vítima. 
Se a situação acima fosse referente a um furto, a tipificação seria diferente. Exemplo: 
Renato, disfarçadamente, coloca a mão no bolso de Carolina para subtrair-lhe a 
carteira, entretanto, o bolso está vazio. Nessa situação, crime impossível. 
 
 
Principais causas de aumento de pena 
 
1/3 
(um 
terço) 
até 
metade 
Concurso de duas ou mais pessoas; 
Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca; 
Se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade 
Se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta 
ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. 
2/3 
(dois 
terços): 
Violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; 
Se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de 
explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum 
Dobro Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo 
de uso restrito ou proibido 
 
 
 22 
 
 
Em quais hipóteses o crime de roubo será hediondo? 
 Roubo circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima 
 Roubo circunstanciado pelo emprego de arma de fogo ou pelo emprego de arma 
de fogo de uso proibido ou restrito 
 Roubo qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte 
 
Roubo impróprio somente admite violência própria. Se o agente subtrai os bens que 
estão numa casa, sem ser percebido, e, logo após, dissemina um gás sonífero no 
ambiente fazendo com que as pessoas durmam, não será roubo. 
 
JÁ CAIU: Amanda estava em um ponto de ônibus, quando foi surpreendida por um 
indivíduo que, munido de arma de fogo, subtraiu-lhe a bolsa mediante grave ameaça. 
Após garantir a posse dos pertences da vítima, o agente, ainda se valendo da arma de 
fogo, constrangeu-a a fornecer a senha de seu cartão bancário, a fim de sacar dinheiro 
de sua conta corrente, e, em seguida, fugiu. Nessa situação hipotética, de acordo com 
a jurisprudência dos tribunais superiores, o agente criminoso praticou roubo e 
extorsão, em concurso material. (CORRETO) 
 
Nos casosem que se aplica a Lei nº 13.654/2018, é possível a valoração do emprego de 
arma branca, no crime de roubo, como circunstância judicial desabonadora (STJ) 
 
Agente pretendia praticar roubo e foi surpreendido após romper o cadeado e destruir a 
fechadura da porta da casa da vítima; não se pode falar em tentativa de roubo (STJ) 
 
Configura o crime de roubo (e não estelionato) a conduta do funcionário de uma 
empresa que combina com outro indivíduo para que este simule que assalta o 
empregado com uma arma de fogo e, dessa forma, leve o dinheiro da empresa (STF) 
 
A dívida de corrida de táxi não pode ser considerada coisa alheia móvel para fins de 
configuração da tipicidade dos delitos patrimoniais (STJ) 
 
O reconhecimento da causa de aumento de pena do roubo com emprego de arma de 
fogo prescinde (dispensa) da apreensão e da realização de perícia na arma, desde que o 
seu uso no roubo seja provado por outros meios de prova, tais como a palavra da vítima 
ou mesmo de testemunhas. (STF) 
 
Súmula 582-STJ: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem 
mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em 
seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo 
prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada. (teoria da amotio ou apprehensio) 
 
 
ESTELIONATO 
 
Somente se procede 
mediante 
representação, exceto 
se a vítima for: 
Administração Pública, direta ou indireta; 
Criança ou adolescente; 
Pessoa com deficiência mental; 
Maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz. 
 
 23 
 
 
ATENÇÃO: Se o examinador te der a informação que a vítima do estelionato é uma 
pessoa idosa, você pode já concluir que a ação penal será pública incondicionada? 
NÃO. Idoso é maior de 60 anos. Para o crime ser processado por ação penal 
incondicionada, é necessário que a vítima tenha + de 70. 
 
 
Principais causas de aumento 
 
1/3 a 2/3 crime é praticado mediante a utilização de servidor mantido fora do 
território nacional 
1/3 ao dobro crime é praticado mediante a utilização de servidor mantido fora do 
território nacional crime é cometido contra idoso ou vulnerável, 
considerada a relevância do resultado gravoso* 
1/3 crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou 
de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência. 
 
 
 
Qualificadora 
A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se a 
fraude é cometida com a utilização de informações fornecidas pela 
vítima ou por terceiro induzido a erro por meio de redes sociais, 
contatos telefônicos ou envio de correio eletrônico fraudulento, ou 
por qualquer outro meio fraudulento análogo. 
 
No crime de estelionato, não identificadas as hipóteses descritas no § 4º do art. 70 do 
CPP, a competência deve ser fixada no local onde o agente delituoso obteve, mediante 
fraude, em benefício próprio e de terceiros, os serviços custeados pela vítima 
Art. 70 § 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código 
Penal), quando praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de 
fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de valores, a 
competência será definida pelo local do domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas, a 
competência firmar-se-á pela prevenção. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021) 
 
Adulterar o sistema de medição da energia elétrica para pagar menos que o devido: 
estelionato (não é furto mediante fraude) (STJ) 
 
O cometimento de estelionato em detrimento de vítima que conhecia o autor do delito 
e lhe depositava total confiança justifica a exasperação da pena-base em razão da 
consideração desfavorável das circunstâncias do crime. (STJ) 
 
O delito de estelionato não será absorvido pelo de roubo na hipótese em que o agente, 
dias após roubar um veículo e os objetos pessoais dos seus ocupantes, entre eles um 
talonário de cheques, visando obter vantagem ilícita, preenche uma de suas folhas e, 
diretamente na agência bancária, tenta sacar a quantia nela lançada. (STJ) 
 
Súmula 554 STF: O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o 
recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal. 
 
 
 24 
 
 
OBS.: sendo assim, para que o pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos 
obste o andamento da ação penal, deve ocorrer antes do recebimento da denúncia. 
ATENÇÃO: essa modalidade de extinção da punibilidade só se aplica ao estelionato 
praticado mediante cheque sem provisão de fundos. Não se aplica as demais hipóteses 
de estelionato. 
 
 
CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA 
 
JÁ CAIU: O agente que faz declaração falsa na inscrição definitiva da Ordem dos 
Advogados do Brasil, afirmando que não exercia qualquer atividade profissional 
pratica falsidade ideológica de documento particular. (CORRETO) 
 
Falsificação de documento 
(particular ou público 
O próprio documento é, materialmente, 
falsificado. 
Falsidade ideológica O documento em si (particular ou público) é 
verdadeiro, mas falsa é a declaração. 
 
JÁ CAIU: Lauro, condutor não habilitado, no intuito de se precaver em eventual 
fiscalização ao dirigir sua motocicleta pela cidade, foi até uma delegacia de polícia e 
registrou boletim de ocorrência de perda de CNH inexistente. Nessa situação 
hipotética, a conduta de Lauro configurou falsidade ideológica. (CORRETO) 
 
 
Para fins penais, equiparam-se 
a documentos públicos 
Livros mercantis (livros fiscais) 
Ações de sociedade comercial 
Testamento particular 
Título ao portador ou transmissível por endosso 
Emanado de entidade paraestatal 
 
Para fins penais, são 
considerados documentos 
particulares 
Cartão de crédito 
Cartão de débito 
Nota Fiscal 
 
 
Súmula 522-STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é 
típica, ainda que em situação de alegada autodefesa. 
 
 A apresentação de declaração de pobreza com informações falsas para obtenção de 
assistência judiciária gratuita não caracteriza crime de falsidade ideológica ou de uso de 
documento falso. Isso porque tal declaração é passível de comprovação posterior, de 
ofício ou a requerimento, já que a presunção de sua veracidade é relativa. (STJ) 
 
 
 
 
 
 
 25 
 
 
CRIMES LICITAÇÃO 
 
JÁ CAIU: O crime de violação de sigilo em licitação é punido com detenção, sem 
possibilidade de suspensão condicional do processo. (CORRETO) 
 
JÁ CAIU: Um servidor público tenta, por meio de oferecimento de vantagem 
econômica, afastar uma das empresas licitantes do procedimento licitatório. Nesse 
caso, a conduta do servidor público configura, em tese, o crime de “afastamento de 
licitante”, em sua modalidade consumada. (CORRETO) 
É considerado um CRIME DE ATENTADO, ou seja, a mera tentativa, já se enquadra no 
crime consumado, ou seja, sendo inadmissível a modalidade tentada. 
 
 
Contratação direta ilegal 
Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou dar causa à contratação direta fora das hipóteses 
previstas em lei: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 
 
Para a configuração do crime previsto no art. 89 da Lei 8.666/93, agora disposto no 
art. 337-E do CP, é indispensável a comprovação do dolo específico de causar danos 
ao erário e o efetivo prejuízo aos cofres públicos (STJ) 
 
Art. 337-P. A pena de multa cominada aos crimes previstos neste Capítulo seguirá a 
metodologia de cálculo prevista neste Código e não poderá ser inferior a 2% (dois por 
cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com contratação direta. 
 
ATENÇÃO: Único crime em que há causa de aumento de pena: omissão grave de dado 
ou de informação por projetista. A pena é aplicada em dobro se o crime for cometido 
para obter benefício 
 
 
COAÇÃO NO CURSO DO PROCESSO 
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio 
ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é 
chamada aintervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à violência. 
Parágrafo único. A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até a metade se o processo 
envolver crime contra a dignidade sexual. 
 
 
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL 
 
JÁ CAIU: a contemplação lasciva de uma criança, por meio da Internet, sem qualquer 
contato físico, configura estupro de vulnerável. (CORRETO) 
 
 
 26 
 
 
Presente o dolo específico de satisfazer à lascívia, própria ou de terceiro, a prática de 
ato libidinoso com menor de 14 anos configura o crime de estupro de vulnerável (art. 
217-A do CP), independentemente da ligeireza ou da superficialidade da conduta, não 
sendo possível a desclassificação para o delito de importunação sexual (STJ) 
 
A simulação de arma de fogo pode sim configurar a “grave ameaça”, para os fins do tipo 
do art. 213 do Código Penal (STJ) 
 
O “cliente” da exploração sexual (art. 218-B do CP) pode ser punido sozinho, ou seja, 
mesmo que não haja um proxeneta (STJ) 
 
A irmã de vítima do crime de estupro de vulnerável responde por conduta omissiva 
imprópria se assume o papel de garantidora (STJ) 
 
ATENÇÃO: o parentesco de irmão, por si só, não torna a irmã penalmente 
responsável. A figura do “garante” é constatada no caso concreto. 
 
 
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 Os crimes funcionais estão sujeitos à extraterritorialidade incondicionada da lei 
penal brasileira. 
 O funcionário público que se utilizar de violência ou grave ameaça para obter 
vantagem indevida cometerá o crime de extorsão e não o de concussão. Na 
concussão, a exigência é feita sem violência ou grave ameaça. 
 O ato de subtrair bem da administração pública, a que não tenha posse, mas 
possua acesso facilitado em decorrência da qualidade de servidor público, 
constitui crime de peculato na modalidade furto 
 No peculato mediante erro de outrem é necessário que o erro não tenha sido 
provocado ou induzido pelo agente, pois se assim o for este responderá por 
estelionato. 
 
 
Peculato culposo 
 
Reparação do dano antes da sentença definitiva Extingue a punibilidade 
Reparação do dano após sentença definitiva Reduz pela metade a pena 
 
JÁ CAIU: O funcionário público que, ao cobrar multa do contribuinte, emprega meio 
vexatório ou gravoso pratica crime de excesso de exação. (ERRADO) 
Seria excesso de exação apenas com tributo ou contribuição social. O tipo penal não 
engloba multa. 
 
JÁ CAIU: O funcionário público que deixa de praticar ato de ofício, com infração de 
dever funcional, cedendo a pedido de indivíduo de fora da administração pratica 
corrupção passiva privilegiada. (CORRETO) 
 
 
 27 
 
 
JÁ CAIU: Se um servidor público, valendo-se de seu cargo, apropriou-se, 
temporariamente, de equipamentos de informática da repartição e os manteve em 
residência para uso particular, durante alguns dias, não se configura o crime de 
peculato. (CORRETO) 
Não existe peculato de uso no CP. 
JÁ CAIU: O indiciado por latrocínio que altera suas feições por cirurgia plástica para 
evitar ser responsabilizado criminalmente não comete crime. (ERRADO) 
Comete fraude processual. 
 
JÁ CAIU: É atípica a conduta de servidor público se apropriar dos salários que lhe 
foram pagos sem que tenha prestado os serviços correspondentes. (CORRETO) 
 
JÁ CAIU: Ava foi denunciada por ter oferecido vantagem econômica para que uma 
testemunha mentisse em depoimento colhido em ação civil. Um servidor da vara 
criminal solicitou grande quantia em dinheiro, alegando ser essa uma exigência do 
juiz para absolvê-la. O valor foi pago, entretanto houve condenação. O juiz não tinha 
conhecimento do suborno. 
 
A conduta do servidor configura o crime de exploração de prestígio, de ação penal 
pública incondicionada, com causa de aumento de pena. (CORRETO) 
 
Quanto ao valor que foi pago ao servidor da vara criminal, a conduta de Ava é atípica. 
(CORRETO). Aquele que compra o prestígio de alguém que alegava ter influência 
junto a órgão público para impedir um ato de fiscalização, apesar de praticar ato 
antiético e imoral, não comete nenhum ilícito se, ao fim e ao cabo, é enganado e não 
obtém o resultado esperado 
 
Ava não seria punida em relação ao depoimento falso ocorrido na ação civil se, antes 
da sentença penal, houvesse declarado a verdade dos fatos. (ERRADO). Quem pode 
se retratar até a sentença é a testemunha, a pessoa que ofereceu dinheiro para a 
testemunha mentir não tem essa opção. Inclusive, cometem crimes diferentes. 
Ava responde pelo 343 e a testemunha pelo 342. 
 
 
É incabível a causa de aumento do art. 327, § 2º, do CP pelo mero exercício do cargo, 
sendo necessária a demonstração de uma imposição hierárquica ou de direção. (STJ) 
Art. 327 (...) § 2º A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste 
Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão 
da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder 
público. 
 
Configura o crime de corrupção ativa o oferecimento de vantagem indevida a 
funcionário público para determiná-lo a omitir ou retardar ato de ofício relacionado com 
o cometimento do crime de posse de drogas para uso próprio (STJ) 
 
Servidor público que se apropria dos salários que lhe foram pagos e não presta os 
serviços, não comete peculato (STJ) 
 
 28 
 
 
 
Comete o delito de desobediência o condutor do veículo que não cumpre a ordem de 
parada dada pela autoridade em contexto de policiamento ostensivo para prevenção e 
repressão de crimes (STJ) 
 
Não comete crime o médico do SUS que cobra do paciente um valor pelo fato de utilizar, 
na cirurgia, a sua máquina particular de videolaparoscopia (que não é oferecida na rede 
pública) (STJ) 
 
Introduzir chip de aparelho celular em presídio não caracteriza crime (STJ) 
 
O crime de exercício arbitrário das próprias razões é formal e consuma-se com o 
emprego do meio arbitrário, ainda que o agente não consiga satisfazer a sua pretensão 
(STJ) 
 
Pratica corrupção passiva o Deputado Federal que recebe vantagem indevida para 
interceder junto a diretor da Petrobrás com o intuito de fazer com que a empresa faça 
acordo com empresa privada e pague a ela determinadas quantias em atraso (STF) 
 
Comete crime de desobediência o indivíduo que não atende a ordem dada pelo oficial 
de justiça na ocasião do cumprimento de mandado de entrega de veículo (STF) 
 
Configura o crime de peculato-desvio o fomento econômico de candidatura à reeleição 
por Governador de Estado com o patrimônio de empresas estatais (STJ) 
 
Pratica o crime de peculato-desvio o Governador que determina que os valores 
descontados dos contracheques dos servidores para pagamento de empréstimo 
consignado não sejam repassados ao banco, mas sim utilizados para quitação de dívidas 
do Estado (STJ) 
 
Deputado Federal que recebe propina para apoiar permanência de diretor de estatal 
comete crime de corrupção passiva (STF) 
 
A causa de aumento prevista no § 2º do art. 327 do Código Penal não pode ser aplicada 
aos dirigentes de autarquias (ex: a maioria dos Detrans) porque esse dispositivo 
menciona apenas órgãos, sociedades de economia mista, empresas públicas e 
fundações. (STF) 
 
 
 
 
 29 
 
 
PROCESSO PENAL 
 
INQUÉRITO POLICIAL 
 
Notícia do crime (notitia criminis) 
 
Espontânea ou de 
cognição imediata: 
delegado toma conhecimento nas atividades rotineiras. 
Provocada ou de 
cognição mediata: 
forma indireta, por algum ato de comunicação formal. 
Coercitiva: prisão em flagrante. 
Apócrifa ou 
inqualificada: 
é a “denúncia anônima” (antes da instauração do IP, 
deve haver a verificação da procedência das 
informações). 
 
 
Indiciamento: 
 
 Indiciar é apontar determinada pessoa como PROVÁVEL autor do fato delituoso 
 Ato privativo do delegado de polícia (ninguém pode mandá-lo indiciar) 
 Podedesindiciar? Sim. Caso o delegado perceba que aquele sujeito que ele 
indicou não é o provável autor do delito (por algum elemento de informação 
superveniente), ele fará o desindicia mento 
 Desindiciamento coacto: determinado judicialmente em HC impetrado contra 
indiciamento ilegal. 
 
JÁ CAIU: O simples indiciamento de uma pessoa não implica que seu nome e outros 
dados sejam lançados no sistema de informações da Secretaria de Segurança Pública 
relacionados àquele delito e passem, a partir disso, a constar da folha de 
antecedentes criminais do indivíduo. (ERRADO) 
O indiciamento de uma pessoa implica sim que seu nome e outros dados sejam 
lançados no sistema de informações da SSP relacionados àquele delito; é uma 
consequência natural. Não pode é passar, partir disso, a constar da folha de 
antecedentes criminais do indivíduo. 
 
 
Advogado e IP 
 
SV 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos 
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado 
por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito 
de defesa. 
 
 
 30 
 
 
 É necessária a presença do advogado durante o interrogatório em sede policial? 
Não. Entretanto, caso o agente opte por estar acompanhado por seu advogado, 
a autoridade policial não poderá impedir arbitrariamente. 
 O acesso do delegado depende de procuração? Não. Porém, decretado o sigilo, 
a procuração será necessária 
 
MP 
 MP pode investigar? Promotor não pode conduzir o IP, só o delegado pode. 
Entretanto, o STF decidiu que o MP pode sim investigar, com base na teoria dos 
poderes implícitos (se a CF concedeu ao MP a titularidade da ação penal pública, 
o ordenamento deve conferir prerrogativas para que ele cumpra seu mister 
 Promotor que investiga é suspeito para oferecer denúncia? Não. Existe sumula 
nesse sentido até (234 do STJ) 
 
 
JÁ CAIU: No exercício do controle externo da atividade policial, é legítima a avocação 
da presidência do inquérito policial pelo membro do Ministério Público, a fim de dar 
o devido andamento à investigação criminal. (ERRADO) 
O inquérito policial é presidido pelo Delegado, não cabendo se falar em avocação pelo 
membro do Ministério Público. Sua avocação se dá apenas nas hipóteses da Lei 
12.830/13 
 
 
JÁ CAIU: No inquérito policial, a autoridade policial tem discricionariedade para 
aplicar as diligências que entender necessárias ao caso concreto, não se vinculando 
ao pedido das partes. (CORRETO) 
 
ATENÇÃO: tema quente para prova discursiva 
De fato, o texto legal é no sentido de que o ofendido, ou seu representante legal, e o 
indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da 
autoridade. 
Entretanto, o CPP também diz expressamente que incumbe a autoridade policial 
realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público. 
Além disso, o mesmo diploma traz expressamente que o exame de corpo de delito 
deve ser realizado sempre que a infração deixar vestígios. 
 
 
SÚMULA 444 STJ: É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso 
para agravar a pena-base 
 
Tradicionalmente, a justa causa é analisada apenas sob a ótica retrospectiva, voltada 
para o passado, com vista a quais elementos de informação foram obtidos na 
investigação preliminar já realizada. Todavia, a justa causa também deve ser apreciada 
sob uma ótica prospectiva, com o olhar para o futuro, para a instrução que será 
realizada, de modo que se afigura possível incremento probatório que possa levar ao 
fortalecimento do estado de simples probabilidade em que o juiz se encontra quando 
do recebimento da denúncia. (STJ) 
 
 31 
 
 
Prazos 
 
PREVISAO EM LEI PRESO SOLTO 
CPP 10 DIAS 30 DIAS, 
PRORROGÁVEIS 
POLÍCIA FEDERAL 15 DIAS (+15) 30 DIAS 
CRIMES CONTRA A ECONOMIA POPULAR 10 DIAS 10 DIAS 
LEI DE DROGAS 30 DIAS (+30)_ 90 DIAS (+90) 
INQUÉRITO MILITAR 20 DIAS 40 DIAS (+20) 
 
Art. 3 § 2º CPP Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante 
representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma 
única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a 
investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada. 
DISPOSITIVO SUSPENSO POR DELIBERAÇÃO DO MIN. FUX 
 
JÁ CAIU: Havendo pedido do Ministério Público de retorno de inquérito policial ao 
delegado de polícia para novas diligências, é cabível o ajuizamento de ação penal 
privada subsidiária da pública. (ERRADO) 
O ajuizamento de ação penal privada subsidiária da pública é cabível quando o 
Ministério Público, titular originário da ação penal fica inerte. Se o MP determinou o 
arquivamento, ofereceu ANPP ou então requisitou novas diligências, não há inércia. 
 
 
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 
da Constituição Federal (agentes de segurança pública) figurarem como investigados 
em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e demais procedimentos 
extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da força letal 
praticados no exercício profissional, de forma consumada ou tentada, incluindo as 
situações dispostas no art. 23 do Código Penal (excludente de ilicitude), o indiciado 
poderá constituir defensor. 
 
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado da 
instauração do procedimento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de 
até 48 (quarenta e oito) horas a contar do recebimento da citação. 
 
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de nomeação de 
defensor pelo investigado, a autoridade responsável pela investigação deverá intimar a 
instituição a que estava vinculado o investigado à época da ocorrência dos fatos, para 
que essa, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique defensor para a representação 
do investigado. 
 
§ 3º Havendo necessidade de indicação de defensor nos termos do § 2º deste artigo, a 
defesa caberá preferencialmente à Defensoria Pública, e, nos locais em que ela não 
estiver instalada, a União ou a Unidade da Federação correspondente à respectiva 
competência territorial do procedimento instaurado deverá disponibilizar profissional 
 
 32 
 
 
para acompanhamento e realização de todos os atos relacionados à defesa 
administrativa do investigado. 
 
§ 4º A indicação do profissional a que se refere o § 3º deste artigo deverá ser precedida 
de manifestação de que não existe defensor público lotado na área territorial onde 
tramita o inquérito e com atribuição para nele atuar, hipótese em que poderá ser 
indicado profissional que não integre os quadros próprios da Administração. 
 
§ 5º Na hipótese de não atuação da Defensoria Pública, os custos com o patrocínio dos 
interesses dos investigados nos procedimentos de que trata este artigo correrão por 
conta do orçamento próprio da instituição a que este esteja vinculado à época da 
ocorrência dos fatos investigados. 
 
§ 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores militares 
vinculados às instituições dispostas no art. 142 da Constituição Federal, desde que os 
fatos investigados digam respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem 
 
 
ARQUIVAMENTO ANTES PAC ARQUIVAMENTO PÓS PAC 
Se perfectibilizava em âmbito judicial Se perfectibiliza internamente no MP 
MP requer arquivamento 
Juiz concorda? homologa 
Juiz não concorda? remete os autos ao 
Procurador Geral, o qual poderá: 
a) ele mesmo denunciar 
b) designar outro membro do MP para 
denunciar 
c) concordar com o arquivamento. 
Neste caso, o juiz é obrigado a acatar 
MP arquiva e remete à instância de 
revisão ministerial para que seja 
homologado 
Vítima pode submeter a matéria à 
revisão ministerial no prazo de 30 dias 
 
 
 
Delegado arquiva Inquérito? NÃO. 
 
Arquivamento por: 
-Atipicidade do fato ou inexistência do crime;-Causa extintiva de punibilidade (salvo, certidão de óbito 
falsa); 
-Excludente de ilicitude (reconhecido pelo STJ, mas há 
divergência no STF). 
 
Faz coisa julgada 
MATERIAL 
Não é possível o 
desarquivamento 
Arquivamento por: 
-Insuficiência probatória; 
-Falta de justa causa; 
-Falta de pressuposto processual objetivo. 
Faz coisa julgada 
FORMAL 
É possível o 
desarquivamento 
 
 
 
 
 33 
 
 
NÃO CONFUNDA: A decisão que, na audiência de custódia, determina o relaxamento 
da prisão em flagrante sob o argumento de que a conduta praticada é atípica não faz 
coisa julgada. Assim, esta decisão não vincula o titular da ação penal, que poderá 
oferecer acusação contra o indivíduo narrando os mesmos fatos e o juiz poderá 
receber essa denúncia. 
 
 
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL 
 
 
 
REQUISITOS 
-Confessado formal e circunstancialmente a prática de infração 
penal; 
-Infração penal sem violência ou grave ameaça; 
-Infração penal com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos. 
*Para aferição da pena mínima cominada ao delito serão 
consideradas as causas de aumento e diminuição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONDIÇÕES 
- Reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, EXCETO na 
impossibilidade de fazê-lo; 
- Renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo 
Ministério Público como instrumentos, produto ou proveito do 
crime; 
- Prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período 
correspondente à pena mínima cominada ao delito diminuída de 
um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução; 
- Pagar prestação pecuniária, a entidade pública ou de interesse 
social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, 
preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou 
semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; 
- Cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo 
Ministério Público, desde que proporcional e compatível com a 
infração penal imputada. 
 
O acordo de não persecução penal (ANPP) aplica-se a fatos ocorridos antes da Lei nº 
13.964/2019, desde que não recebida a denúncia. (STJ) 
 
Compete ao CNMP dirimir conflitos de atribuições entre membros do MPF e de 
Ministérios Públicos estaduais. (STF) 
 
É possível a deflagração de investigação criminal com base em matéria jornalística. (STJ) 
 
Não há ilicitude das provas por violação ao sigilo de dados bancários, em razão do 
compartilhamento de dados de movimentações financeiras da própria instituição 
bancária ao Ministério Público (STF) 
 
 
 
 34 
 
 
CPP A representação é retratável até o momento em que antecede o 
OFERECIMENTO da denúncia 
Lei Maria da 
Penha 
A representação é retratável até o momento em que antecede o 
recebimento o RECEBIMENTO da denúncia. 
 
 
 
 
Renúncia 
Instituto extintivo da punibilidade 
Cabe nas ações privadas e públicas condicionadas à representação 
Se aplica a todos os agentes do crime 
É exercida antes do ajuizamento da ação penal 
Impede a apresentação de queixa-crime na ação penal privada, 
mesmo que de forma tácita. 
 
 
COMPETÊNCIA 
 
Crimes Plurilocais Comuns Teoria do Resultado 
Crimes Plurilocais contra a Vida 
(Dolosos ou Culposos) 
Teoria da Atividade - Exceção 
(jurisprudência) 
(Teoria do Esboço do Resultado) 
Juizados Especiais Criminais Teoria da Atividade 
Atos Infracionais Teoria da Atividade 
 
 
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a 
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de 
execução. (Teoria do Resultado) 
 
ESTELIONATO POR MEIO DE CHEQUE 
FALSO 
LOCAL DA OBTENÇÃO DA VANTAGEM 
ILÍCITA. 
ESTELIONATO PRATICADO POR CHEQUE 
SEM FUNDO 
LOCAL DE DOMICÍLIO DA VÍTIMA. 
ESTELIONATO POR DEPÓSITO OU 
TRANSFERENCIA 
LOCAL DE DOMICÍLIO DA VÍTIMA. 
 
ATENÇÃO: essa atualização legislativa não altera a competência para julgamento em 
caso de estelionato praticado por meio de cheque falso. A súmula 48 do STJ continua 
válida. 
 
JÁ CAIU: Nos crimes de estelionato contra uma única vítima, quando praticados 
mediante depósito, por emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em 
poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou por meio da transferência de 
valores, a competência será definida pelo local do domicílio da vítima. (CORRETO) 
Se a questão mencionasse cheque adulterado, clonado ou falsificado, a assertiva 
estaria errada, já que a competência seria do local da obtenção da vantagem ilícita. 
 
 35 
 
 
Súmula 48-STJ: Compete ao juízo do local da obtenção da vantagem ilícita processar e 
julgar crime de estelionato cometido mediante falsificação de cheque. 
 
Falsificação de Documento Competência definida em razão do ÓRGÃO 
EXPEDIDOR 
Uso de Doc. falso que não seja pelo 
próprio autor da falsificação 
Competência definida em razão do ÓRGÃO A 
QUAL FOR APRESENTADO* 
Uso de Doc. falso pelo próprio 
autor da Falsificação 
Competência definida em razão do ÓRGÃO 
EXPEDIDOR 
 
Súmula nº 546, STJ: “A competência para processar e julgar o crime de uso de 
documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o 
documento público, não importando a qualificação do órgão expedidor.” 
 
 
Competência pelo domicílio ou residência do réu: 
 
 
AÇÃO PENAL 
PÚBLICA 
Não sendo conhecido o lugar da infração: domicílio ou residência do 
réu; 
Réu com mais de uma residência: Prevenção; 
Réu não tem residência certa ou paradeiro ignorado: juiz que 
primeiro tomar conhecimento do fato. 
AÇÃO PENAL 
PRIVADA 
Mesmo que conhecido o lugar da infração: querelante pode preferir 
o domicílio do réu. 
 
Súmula nº 706, STF: É relativa à nulidade decorrente da inobservância da competência 
penal por prevenção. 
 
Conexão Intersubjetiva: 
 
 ocorre quando 2 ou + infrações, interligadas, são praticadas necessariamente por 
2 ou + pessoas. Subdivide-se em: 
 
Por Simultaneidade ou 
Subjetiva- Objetiva 
2 ou + infrações, praticadas por 2 ou + pessoas reunidas, ao 
mesmo tempo. Não há prévio ajuste entre os agentes. 
Concursal 2 ou + infrações são praticadas em concurso, embora 
diverso o tempo e o lugar. Há prévio ajuste entre os 
agentes. 
Por reciprocidade 2 ou + infrações são praticadas, por diversas pessoas, umas 
contra as outras. 
 
Conexão Obi., 
Material, teleológica 
Uma infração é praticada para facilitar, ocultar ou 
garantir a impunidade ou vantagem de outra infração. 
 
 
 
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Conexão Instrumental 
ou 
Probatória 
A prova de uma infração influi na prova de outra infração. 
Não basta mera conveniência de processos, mas vínculo 
objetivo entre os diversos fatos. 
 
CONEXÃO CONTINÊNCIA 
Vínculo, entre 2 ou + infrações, que, em 
regra, enseja a união entre os processos 
para facilitar a produção da prova e para 
evitar decisões distorcidas. 
Vínculo que une vários infratores a uma 
única infração, ou a ligação de várias 
infrações por decorrerem de conduta 
única, ocasionando a reunião de todos 
os elementos em processo único 
 
Continência por Cumulação 
Subjetiva 
2 ou + pessoas concorrerem para a prática da 
mesma infração. 
Continência por Cumulação 
Objetiva 
Reunião em um só processo de várias infrações 
advindas de uma só conduta (ex: concurso formal, 
erro na execução ou resultado diverso do 
pretendido) 
 
Art. 79. § 1º A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, 
SALVO: 
 
SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA SEPARAÇÃO FACULTATIVA 
Concurso entre a jurisdição comum e a 
militar; 
Concurso entre a jurisdição comum e o 
juízo de menores (ECA); 
Sobrevier doença mental em relação a 
um corréu; 
Houver corréu foragido; 
Não houver número mínimo de jurados 
no tribunal do júri (estouro de urna). 
Quando as infrações tiverem sido 
praticadas em circunstâncias de tempo 
ou de lugar diferentes, 
Quando pelo excessivo número de 
acusados e para não lhes prolongar a 
prisão provisória; 
Por outro motivo relevante o juiz reputar 
conveniente 
 
 
ATENÇÃO: não haverá reunião de processos se algum deles já tiver sentença

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