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ANATOMIA DA TIREOIDE A tireoide é uma glândula endócrina ímpar e simétrica, situada na linha média do pescoço, abaixo e anteriormente à laringe, acessível à palpação, sobretudo quando sofre hiperplasia ou contém nódulos Ela consiste em dois lobos laterais volumosos (D e E), unidos pelo istmo, que é uma porção relativamente fina. Algumas tireoides possuem, ainda, lóbulo piramidal, em que o istmo sofre um crescimento para uma porção mais superior HISTOLOGIA DA TIREOIDE É dividida em lóbulos, compostos por folículos (20 a 40) uniformemente distribuídos por um septo fibroso e estreito, revestidos por epitélio cuboide a colunar e repletos de tireoglobulina. As células foliculares são responsáveis pela produção dos hormônios tireoidianos; e as células parafoliculares realizam a síntese de calcitonina FISIOLOGIA DA TIREOIDE Os hormônios tireoidianos são a tiroxina (T4) e a tri-iodotironina (T3), ambos muito ativos na homeostase e envolvidos em numerosos processos metabólicos, como crescimento e maturação de tecidos, respiração celular e consumo de energia. T3 e T4 são peptídeos formados a partir do aminoácido tirosina e contêm moléculas de iodo A regulação da síntese de T3 e T4 envolve dois mecanismos. Em um, atua o clássico sistema de retroalimentação, por meio do TSH (hormônio estimulante da tireoide, tireotrofina), secretado pela adeno- hipófise. O TSH promove hipertrofia e hiperplasia da tireoide e estimula a síntese de seus hormônios. O hormônio de liberação da tireotrofina (TRH), hipotalâmico, regula a síntese e a liberação do TSH; o T3 e o T4, por sua vez, inibem a secreção e antagonizam a ação do TSH. Portanto, o controle homeostático da secreção do TSH é feito por retroalimentação negativa pelos hormônios da tireoide, PATOLOGIA DA TIREOIDE Highlight Highlight sendo o limiar para a inibição ajustado pelo TRH A síntese hipofisária de TSH fica sob controle negativo dos hormônios tireoidianos (retrocontrole) e positivo de TRH de origem hipotalâmica. A produção de TSH depende também de retrocontrole negativo dos hormônios tireoidianos e de vários neurotransmissores. Além disso, a função tireoidiana pode ser modulada por diversos neurotransmissores (adrenalina, VIP), fatores de crescimento (TGF, insulina) e citocinas. O segundo mecanismo é de autorregulação e depende da reserva de iodo orgânico na própria tireoide. O processo depende de retroalimentação negativa entre a concentração da reserva de iodo orgânico, a atividade de transporte de iodo e a sensibilidade da glândula ao TSH. À medida que a quantidade intracelular de iodo aumenta, a célula folicular torna-se menos sensível aos efeitos estimulatórios da tireotrofina. Portanto, a autorregulação serve como primeira linha de defesa contra as flutuações no suprimento de iodo A secreção dos hormônios tireoidianos depende do iodo circulante sob a forma de iodeto, o qual é captado no polo basal dos tireócitos, que fica em contato com os capilares. Na luz folicular, o iodo é incorporado à tireoglobulina, também secretada pelos tireócitos, que forma o coloide Carência ou ingestão excessiva de iodo causa múltiplas tireopatias, sobretudo o bócio, ainda frequente em pessoas que vivem em áreas com carência de iodo na alimentação. Ao contrário, populações que ingerem quantidade maior de iodo desenvolvem nódulos tireoidianos de modo mais frequente. A secreção da calcitonina (feita pelas células C) independe de fatores de regulação. Sua síntese está ligada ao metabolismo ósseo, ao paratormônio produzido pelas paratireoides e à homeostasia do cálcio. Níveis séricos elevados de calcitonina constituem-se em marcador diagnóstico e prognóstico no carcinoma medular da tireoide INVESTIGAÇÃO DAS DOENÇAS DA TIREOIDE HISTÓRIA CLÍNICA Hiperfunção ou hipofunção Tireotrofina: TRH EXAME FÍSICO Palpação da glândula DOSAGENS HORMONAIS (TSH, T3 e T4) E DOSAGEM DE ANTICORPO TIREOIDITE DE HASHIMOTO I: 90% dos pacientes possuem Anti- TPO + II: 80 a 90% dos pacientes possuem alta de anti-tireoglobulina III: 20% dos pacientes possuem TRAb + (anti-receptores de TSH) DOENÇA DE GRAVES I: 75% dos pacientes possuem Anti- TPO + II: 50 a 70% dos pacientes possuem alta de anti-tireoglobulina III: 95% dos pacientes possuem TRAb + (anti-receptores de TSH) USG Avaliação de nódulos (sólidos, císticos ou mistos); identificação de lesões pequenas não-palpáveis; presença de calcificações (suspeição) e ecogenicidade (nódulos hipoecoicos – suspeitos). CLASSIFICAÇÃO DE CHAMMAS PADRÃO I DE CHAMMAS Nódulos sem vascularização PADRÃO II DE CHAMMAS Nódulos com vascularização apenas periférica PADRÃO III A DE CHAMMAS Nódulos com vascularização periférica maior que a central PADRÃO III B DE CHAMMAS Nódulos com a vascularização periférica e central equivalentes PADRÃO IV DE CHAMMAS Nódulos com a vascularização central maior que a periférica PADRÃO V DE CHAMMAS Nódulos com vascularização apenas central Nódulos Suspeitos Padrão IV e V de Chammas CINTILOGRAFIA Importante para avaliar pacientes com hipertireoidismo: nódulo quente, que é hiperfuncionante, ou frio PUNÇÃO ASPIRATIVA POR AGULHA FINA (PAAF) Método de triagem para avaliação morfológica e possível candidatura à cirurgia É um procedimento ambulatorial de baixo custo, que visa estratificar o risco de malignidade a que o paciente está submetido Possui altas sensibilidade e especificidade Possui limitações técnicas e perante a lesão folicular, uma vez que não capta cápsulas e, assim, não há avaliação quanto a presença ou ausência de invasão desta SISTEMA BETHESDA EXAME HISTOPATOLÓGICO TIREOTOXICOSE/HIPERTIREOID ISMO Hipertireoidismo, mais amplamente denominada tireotoxicose, é a síndrome clínica resultante do excesso de tiroxina, tri-iodotironina ou ambas. Embora hipertireoidismo e tireotoxicose sejam usados correntemente como sinônimos, a rigor tireotoxicose corresponde às manifestações clínicas associadas ao aumento dos hormônios tireoidianos circulantes; na maioria dos casos, a tireotoxicose é decorrente da hiperatividade da tireoide, ou seja, ao hipertireoidismo. No entanto, ocasionalmente tireotoxicose pode ser provocada pela administração excessiva de hormônios tireoidianos ou produção dos mesmos por parênquima tireoidiano ectópico. Por tudo isso, hipertireioidismo é o termo que define hiperfunção da tireoide; tireotoxicose refere-se a sinais e sintomas resultantes da elevação de hormônios tireoidianos séricos circulantes. Alguns pacientes apresentam tireotoxicose sem hipertireoidismo, como acontece com o uso de hormônios tireoidianos exógenos; em outros, como nas doenças de Graves e de Plummer, ocorre tireotoxicose com hipertireoidismo. EPIDEMIOLOGIA E CAUSAS Hipertireoidismo é mais frequente em mulheres, em geral adultas jovens. A prevalência da doença de Basedow- Graves, que é sua principal causa e responsável por mais de 80% dos casos de hipertireoidismo nos EUA.. Outras causas incluem bócio multinodular tóxico, bócio uninodular tóxico (adenoma tóxico, adenoma funcionante, doença de Plummer), algumas tireoidites e outras condições mais raras. DIAGNÓSTICO O diagnóstico de hipertireoidismo é confirmado quando existe elevação de T4 livre e supressão de TSH. A captação de iodo radioativo (RAIU) mostra o grau de funcionamento da glândula, uma vez que avalia a quantidade de iodo que a tireoide capta ALTERAÇÕES FUNCIONAIS MULTISSISTÊMICAS Qualquer que seja sua causa, o hipertireoidismo acompanha-se de alterações funcionais em vários setores do organismo, ligadas em sua maior parte ao estado hipermetabólico gerado pelo excesso de hormônios tireoidianos. GERAIS Em geral, tem-se emagrecimento,hiperexia, fadiga e hipertermia CIRCULATÓRIAS No sistema circulatório, o hipertireoidismo causa taquicardia (sinusal, em repouso), aumento da contratilidade das fibras cardíacas, dilatação das arteríolas miocárdicas, maior fluxo coronariano, arritmias cardíacas e aumento do volume sistólico, do débito cardíaco, do trabalho miocárdico e do consumo de oxigênio, além de PA divergente CUTÂNEAS E DE ANEXOS A pele adquire textura firme, é estirada e sem pregas, às vezes eritematosa, quente e úmida, como resultado do aumento do fluxo sanguíneo; às vezes, aparecem telangiectasias capilares. É comum a perda de cabelos e pelos, pelas modificações na síntese proteica nos folículos pilosos. Pode aparecer ainda hiperpigmentação difusa ou focal ou, menos comumente, vitiligo OLHOS Exoftalmia acompanha com frequência, porém nem sempre, o hipertireoidismo de média e de alta intensidades. Dos pacientes com doença de Basedow-Graves, 40% apresentam oftalmopatia evidente, às vezes acentuada. Fatores de risco são gênero masculino, tabagismo, idade avançada e tratamento com iodo INTESTINOS E FÍGADO No trato gastrointestinal, a alteração mais importante é a hipermotilidade, com aumento da velocidade do esvaziamento gástrico e do trânsito intestinal. No fígado, são comuns depleção de glicogênio nos hepatócitos e esteatose moderada. Podem aparecer ainda pequenos focos de necrose hepatocitária, infiltrado inflamatório mononuclear e discreta fibrose portal. Na tireotoxicose grave, e especialmente nas crises tireotóxicas, formam-se subitamente áreas extensas de necrose hepatocitária. NEUROLÓGICOS Como encefalopatia tireotóxica são incluídas diversas alterações no SNC; as mais graves estão ligadas ao quadro da crise tireotóxica (delírio, convulsões, torpor e coma) Ainda, pode-se ter insônia, irritabilidade, agitação, diminuição da concentração e tremor fino de extremidades HIPOTIREOIDISMO Hipotireoidismo é a condição patológica causada por deficiência dos hormônios da tireoide ou, muito raramente, por incapacidade dos tecidos de responder aos estímulos hormonais. Como o T4 e o T3 são responsáveis, entre outros, pela regulação da proliferação e diferenciação celulares, mediante o controle da produção de energia e da interação com o hormônio do crescimento, fica evidente que os efeitos da sua falta manifestam-se sobre todos os tecidos, órgãos e sistemas EPIDEMIOLOGIA E CAUSAS Hipotireoidismo subclínico, que atinge 5% das mulheres adultas, caracteriza- se por TSH elevado com níveis normais de T4 livre; sua prevalência também aumenta com a idade. Aproximadamente 95% dos casos de hipotireoidismo são primários, ou seja, de origem tireóidea. A causa mais comum de hipotireoidismo é a tireoidite de Hashimoto. Diminuição de T3 e T4 diminui a taxa metabólica basal, além de provocar deposição de glicosaminoglicanos. Como esse distúrbio afeta as células em geral, os aspectos clínicos são sistêmicos OBS: Apesar da deficiência de iodo ser uma causa passível ao hipotireoidismo, e esta aumentar a sensibilidade ao TSH, a Tireoide não possui matéria prima adequada para sintetizar os hormônios necessários ALTERAÇÕES FUNCIONAIS MULTISSISTÊMICAS GERAIS Tem-se astenia, hipotermia, edema duro, retenção hídrica, ganho de peso e fáscies mixedematosas CIRCULATÓRIAS Observa-se bradicardia, derrame pericárdico, ICC e PA convergente CUTÂNEAS E DE ANEXOS São presentes pele seca, áspera, amarelada, fria; queda de cabelo e unhas quebradiças INTESTINOS Causa hipomotilidade intestinal NEUROLÓGICOS Nota-se humor deprimido, letardia, diminuição da concentração e déficit cognitivo (cretinismo) BÓCIO Em sentido amplo, bócio significa aumento volumétrico da tireoide (incluindo-se tireoidites e neoplasias). Em sentido estrito, o termo corresponde a aumento da glândula causado por hiperplasia do parênquima, que pode ser seguida de alterações regressivas. CLASSIFICAÇÃO Os bócios podem ser classificados de várias maneiras: (1) quanto à distribuição no parênquima, podem ser difusos ou nodulares, e estes em uni ou multinodulares; (2) de acordo com a produção de hormônios tireoidianos, podem ser hiperfuncionantes (tóxicos) ou não hiperfuncionantes (atóxicos); (3) segundo a prevalência na população, podem ser endêmicos ou esporádicos CAUSAS I: Hiperplasia Difusa (Bócio Difuso) ou Nodular (Bócio Nodular) II: Tireoidites III: Neoplasias BÓCIO ENDÊMICO Considera-se endêmico o bócio que acomete mais de 10% da população de determinada área geográfica. Nas regiões fortemente endêmicas, a doença aparece precocemente, atingindo frequência máxima na puberdade; nessas áreas, também é elevado (5 a 10% da população) o índice de cretinismo endêmico. As regiões endêmicas correspondem, de preferência, a locais montanhosos, de forma marcada junto aos Alpes, Pireneus, Andes, Himalaia e Montanhas Rochosas, em que o solo e a água são pobres em iodo, resultando em ingestão insuficiente. A doença pode ser encontrada também em baixas altitudes. Quando a carência de iodo é corrigida pela administração de sal iodado ou nas regiões em que sua ingestão é adequada, a frequência de bócio é muito reduzida Carência de iodo pode ocorrer em outras condições, em especial quando a função da tireoide é mais solicitada, como puberdade, gestação ou situações de estresse. Substâncias da categoria da tiuracila impedem a síntese dos hormônios tireoidianos, possivelmente por bloqueio da ação das enzimas envolvidas. Algumas dessas substâncias são contidas no nabo, na couve-flor, no repolho, na semente de nabiça etc. Quando em excesso na dieta, alógenos (fluoretos, cloretos) são capazes de deslocar o iodo. OBS: A carência de Iodo causa um acúmulo de colóide e a dilatação dos folículos, o que justifica o bócio BÓCIO ESPORÁDICO Bócio esporádico aparece em qualquer região do globo, em forma uni ou multinodular, sendo causado por inúmeros agentes que interferem na síntese hormonal, inclusive fatores ambientais, imunitários e genéticos. A tireoide pode também ter crescimento anormal em consequência de estimulação por fatores de crescimento, imunoglobulinas, prostaglandinas, hormônio do crescimento, gonadotrofinas coriônicas e interleucina 1. Os bócios mais frequentes são o difuso tóxico (bócio hiperplásico difuso) e o nodular atóxico (não hiperplásico nodular), também denominado bócio coloide ou bócio multinodular. Bócio coloide pode crescer por trás do esterno, tornando-se mergulhante, ou ter localização mediastinal, denominado bócio intratorácico. BÓCIO DIFUSO TÓXICO OU DOENÇA DE BASEDOW-GRAVES Bócio difuso tóxico acompanha a doença de Basedow-Graves e, portanto, a tireoide é hiperfuncionante. Ocorre, principalmente, em mulheres de 20-40 anos; e é a causa mais comum de hipertireoidismo endógeno Há aumento de T3 e T4; diminuição de TSH e aumento da captação de iodo radioativo FISIOPATOLOGIA A doença de Basedow-Graves é de natureza autoimune e deve-se à formação de autoanticorpos antirreceptor de TSH, sendo o mais importante deles o TSI (imunoglobulina estimuladora da tireoide). Após se ligarem ao receptor do TSH, tais autoanticorpos ativam a adenilato ciclase, que induz a síntese dos hormônios tireoidianos. Imunoglobulinas dirigidas ao receptor do TSH são capazes também de estimular a proliferação do epitélio folicular. MACROSCOPIA E MICROSCOPIA Macroscopia A glândula encontra-se difusamente aumentada (uniforme) de volume, pesa entre 50 e 80 gramas, tem consistência firme e é bem vascularizada. Na superfície de corte, a glândula tem aspecto carnoso e vasos congestos e apresenta tonalidade castanho- avermelhada, com variações do amarelo ao acinzentado. Ela não é constituída de nódulos Vesículas coloidesbem distendidas são evidentes, sobretudo em jovens, nos quais o bócio ainda reproduz o estádio coloide recente; em lesões antigas, a superfície de corte fica mais densa, compacta, de cor castanho- amarelada. Microscopia Microscopicamente, o achado dominante é intensa hiperplasia do epitélio folicular, que passa a ser cilíndrico, alto, e forma papilas simples, não ramificadas, que se projetam na luz dos folículos dilatados. As células mostram núcleos alongados, com discreta hipercromasia e citoplasma eosinofílico. O diâmetro dos folículos varia bastante, e a quantidade do coloide se reduz quanto maiores forem a duração e a gravidade da doença, chegando, na hiperplasia acentuada, a quase não mais ser encontrado. Achado frequente é vacuolização periférica do coloide, sinal morfológico de sua digestão proteolítica parcial, precedendo sua reabsorção acelerada. O estroma é bem desenvolvido e ricamente vascularizado e contém infiltração linfocitária abundante, formando nódulos ou folículos linfoides espalhados por todo o parênquima. O infiltrado linfoide está presente também na cápsula, no tecido fibroso adjacente e na musculatura regional. Tal hiperplasia linfoide faz parte de um quadro hiperplásico sistêmico do tecido linfoide, com ênfase especial no timo, linfonodos e baço. SINTOMAS I: Hipertireoidismo Bócio Difuso e Indolor II: Oftalmopatia infiltrativa com Exoftalmia III: Dermopatia Infiltrativa Localizada Mixedema Pré Tibial BÓCIO NODULAR Quando a tireoide fica submetida por longo tempo a baixa disponibilidade de iodo e passa a sintetizar hormônios em quantidade inferior às exigências do organismo, entra em funcionamento um importante mecanismo adaptativo. No caso, as células foliculares passam a receber estímulo do TSH maior do que o habitual, estabelecendo-se resposta inicialmente hipertrófica e, depois, hiperplásica, na tentativa de fornecer ao organismo a quantidade necessária de hormônios para suas necessidades metabólicas. A longo prazo, as células foliculares não respondem mais aos estímulos hormonais e não mais sintetizam T3 e T4 , ao passo que continuam a produzir tireoglobulina, a qual se acumula nos folículos e causa dilatação destes. Desse modo, a glândula torna-se total ou parcialmente hipofuncionante e aumenta de volume (bócio). O bócio desenvolve-se em três etapas. PRIMEIRA FASE A primeira é a de hiperplasia difusa ou estágio hiperplásico. A tireoide aumenta uniformemente de volume e fica mais vascularizada, tentando captar maior quantidade de iodo; o epitélio folicular torna-se alto e os folículos são numerosos, mas em geral pequenos, com coloide escasso, pouco acidófilo, por vezes vacuolizado. Em geral, a alteração coincide com a puberdade, quando, de modo quase explosivo, o organismo necessita de maior quantidade de hormônios tireoidianos SEGUNDA FASE O segundo estágio é o de acúmulo de coloide nos folículos, os quais se distendem e aumentam de volume, às vezes atingindo grandes dimensões. O epitélio folicular diminui de altura, torna-se cúbico e, depois, achata-se. O coloide é muito abundante, intensamente eosinófilo, denso, vítreo e, com frequência, com fendas. Em conjunto, a glândula apresenta escassos sinais de atividade, limitada a pequenas áreas em que ainda persiste a hiperplasia. A maioria dos folículos distendidos não capta iodo radioativo e não sintetiza hormônios. Ao exame macroscópico, a tireoide aparece aumentada uniformemente de volume, com a superfície seca pela diminuição da vascularização, sendo brilhante e translúcida pela abundância de coloide espesso. Fazendo-se leve compressão da glândula, consegue-se às vezes a retirada do coloide de alguns dos folículos maiores. Nessa fase, indicada como verdadeiro bócio coloide, não se formam nódulos bem definidos. TERCEIRA FASE Se a causa persiste por longo tempo, na terceira fase da doença surgem os nódulos, que são formados por grupos de folículos hiperdistendidos, desprovidos de função, podendo cada folículo alcançar o diâmetro de centenas de micrômetros ou de quase 1 cm; os nódulos podem ter vários centímetros de diâmetro e são alternados com outros ou com partes do parênquima menos involuídas, ou com áreas microfoliculares, ou ainda com discreta hiperplasia folicular. Em consequência da distensão dos folículos, os vasos ficam comprimidos, resultando em áreas de infarto ou de hemorragia, onde podem se formar pseudocistos, fibrose, hialinização, depósitos de hemossiderina e calcificação. A tireoide torna-se bastante aumentada de volume, bem mais pesada, podendo chegar a 2.000 g ou mais, embora habitualmente fique entre 200 e 600 g. A glândula apresenta consistência dura, estrutura assimétrica e superfície bocelada. Aos cortes, evidenciam-se ora zonas translúcidas, ora compactas, ao lado de cistos de conteúdo coloide ou sanguíneo, envolvidos por traves fibrosas, de diâmetros variáveis, e focos de calcificação ou de ossificação Clinicamente, o bócio manifesta-se por aumento lento do volume da tireoide. A glândula atinge grande volume, deforma-se e pode crescer para o tórax (bócio mergulhante) e comprimir as vias respiratórias superiores. A função tireoidiana pode manter-se suficiente durante certo tempo, às vezes longo, para suprir as exigências do organismo; depois disso, aparece hipotireoidismo. Raramente, surge hipertireoidismo discreto, contínuo ou temporário. Associado ao Infiltrado Inflamatório presente, tem-se degeneração cística e fibrose TIREOIDITES TIREOIDITES SUBAGUDAS Na tireoidite de De Quervain, a inflamação é causada provavelmente por vírus ou surge após infecção viral, sobretudo das vias respiratórias superiores. Os vírus mais implicados são adenovírus, vírus da caxumba, Coxsackie e influenza. FISIOPATOLOGIA Parece que antígenos virais estimulam a formação de linfócitos T citotóxicos que lesam as células foliculares. Acredita-se, portanto, que a inflamação seja desencadeada por uma reação autoimune de duração limitada iniciada por uma infecção viral. Esta tireoidite é mais comum em mulheres jovens. O início pode ser agudo ou insidioso; ocasionalmente, é assintomático. SINTOMAS As manifestações locais incluem aumento de volume da tireoide e dor intensa na região cervical, que se irradia para o ângulo da mandíbula e a região auricular, que se pode exacerbar com a movimentação da cabeça, a deglutição ou a tosse. São comuns dor faríngea e odinofagia. Manifestações sistêmicas são febre, às vezes elevada, mal-estar, cansaço e mialgias. Em cerca de metade dos casos, surgem sinais de hipertireoidismo (nervosismo, insônia, sudorese, palpitações, tremores). Em geral, há recuperação funcional completa, mas em cerca de 25% dos pacientes aparece hipotireoidismo (sonolência, instabilidade emocional e intolerância ao frio). Highlight MACROSCOPIA E MICROSCOPIA A inflamação atinge toda a glândula, só um lobo ou parte dele. Macroscopia O parênquima torna-se endurecido e simula nódulo isolado à palpação. Com frequência, formam-se aderências com estruturas adjacentes. A superfície de corte mostra-se brancacenta e geralmente firme, por proliferação fibrosa. Microscopia Microscopicamente, no início encontra-se infiltrado de polimorfonucleares que envolve os folículos e lesa o epitélio. Com a ruptura da membrana basal dos folículos, o material coloide é liberado no interstício e desencadeia uma reação inflamatória com macrófagos, plasmócitos e numerosas células gigantes que fagocitam o coloide. Mais tarde, surgem infiltração de linfócitos e fibrose nas regiões comprometidas. Em uma mesma glândula, podem ser encontrados vários estádios dessas fases da inflamação. TIREOIDITES CRÔNICAS TIREOIDITE DEHASHIMOTO Tireoidite de Hashimoto é a causa mais comum de hipotireoidismo primário nas regiões em que os níveis de iodo na dieta são adequados. A doença é mais comum em mulheres (10:1), entre 45 e 65 anos. Clinicamente, manifesta-se por falência gradual da função tireoidiana por destruição autoimunitária da glândula, acompanhada de infiltrado linfoide e atrofia do parênquima. A evolução natural é perda progressiva da função tireoidiana, embora possa haver inicialmente hipertireoidismo transitório Fisiopatologia A tireoidite de Hashimoto resulta de resposta autoimunitária humoral e celular. Não se sabe o que desencadeia tal resposta, sendo importantes tanto fatores ambientais como genéticos (p. ex., associação com HLA-DR8 e HLA-BW35). Como em outras doenças autoimunes, acredita-se que a autoimunidade seja iniciada por defeitos em linfócitos T reguladores (Treg), além do aparecimento de linfócitos T auxiliares (CD4+) associados a antígenos tireoidianos. Função inadequada de linfócitos T reguladores permite o surgimento de linfócitos T citotóxicos contra células foliculares, além de estimular a síntese de anticorpos antitireoide. Na doença formam-se anticorpos antitireoglobulina, antiperoxidase tireoidiana, antitransportador de iodetos e antirreceptor de TSH. Anticorpos antirreceptor de TSH bloqueiam a ação do TSH no parênquima, resultando em hipotireoidismo (na doença de Basedow-Graves, ao contrário, o anticorpo antirreceptor de TSH comporta-se como agonista, o que resulta em hiperfunção tireoidiana). Anticorpos antitransportadores de iodeto impedem a progressão do iodo para o interior do folículo, também contribuindo para síntese deficiente dos hormônios. A destruição progressiva do parênquima ocorre por: (1) linfócitos citotóxicos (LT CD8+); (2) macrófagos estimulados pelo IFN-γ liberado por linfócitos T auxiliares (CD4+); (3) citotoxicidade celular dependente de anticorpos (ADCC), mediada por células NK e anticorpos. Sintomas Clinicamente, a doença manifesta-se por aumento de volume da tireoide, que apresenta consistência firme, superfície geralmente lobulada e menor mobilidade. Às vezes, são palpados nódulos. Ocasionalmente, os pacientes se queixam de “sensação de bolo na garganta”, disfagia ou sufocação. No início da doença, a função tireoidiana pode permanecer normal, mas em geral surge hipotireoidismo progressivo. Em alguns pacientes, ocorre quadro transitório de hipertireoidismo por destruição dos folículos e liberação de quantidade considerável de hormônios na circulação. Por causa da intensidade e da persistência do infiltrado linfoide durante a longa evolução de doenças, os pacientes com tireoidite de Hashimoto têm risco aumentado de desenvolver linfomas. Macroscopia Macroscopicamente, a tireoide encontra-se simetricamente aumentada de volume, tem aspecto lobulado e consistência firme-elástica e pode estar aderida às estruturas vizinhas. Na superfície de corte, encontram-se lóbulos e coloração variada: áreas brancacentas, amareladas e avermelhadas Microscopia Microscopicamente, o aspecto dominante é o extenso e intenso infiltrado linfoide que forma nódulos ou folículos com centros germinativos exuberantes. As células foliculares sofrem modificações e algumas tornam-se volumosas, com citoplasma acidófilo ou granular, com múltiplas mitocôndrias, e núcleos redondos e pleomórficos – são as células Askanazy ou células de Hürthle; estas revestem folículos pequenos ou formam aglomerados. Pode haver também áreas de metaplasia escamosa. Coexiste grau variado de fibrose (variante hipercelular). Pode haver aumento volumétrico gradual da glândula por intensa proliferação de feixes fibrosos hialinizados, infiltrado linfoide e aglomerados de células oxifílicas, o que confere a denominação de variante fibrosa da tireoidite de Hashimoto, que tem quadro clínico de bócio nodular. Na fase avançada, a tireoide pode apresentar hipotrofia acentuada (chega a pesar cerca de 5 g ou menos), ficando constituída por raros folículos, tecido fibroso e infiltrado de mononucleares. TIREOIDITE DE RIEDEL Tireoidite de Riedel é rara, também predomina em mulheres e tem etiologia desconhecida. A inflamação é localizada, resultando em comprometimento assimétrico da glândula Sintomas Clinicamente, a substituição do parênquima tireoidiano por tecido fibroso causa aumento volumétrico da tireoide, a qual não é dolorosa e torna-se firme. A consistência firme e a fixação da glândula às estruturas vizinhas podem simular neoplasia. Por compressão do esôfago ou da traqueia, podem surgir disfagia ou dispneia. Macroscopia As regiões atingidas adquirem consistência muito firme, às vezes pétrea. A cápsula torna-se espessada e adere fortemente às estruturas adjacentes, dificultando intervenções cirúrgicas. A superfície de corte mostra-se homogênea, muito consistente e de coloração branco- acinzentada A fibrose leva à distorção anatômica da glândula, que pode ser confundida com tumor infiltrativo e agressivo Microscopia Microscopicamente, encontra-se infiltrado de mononucleares e extensa substituição do parênquima por tecido fibroso, disposto em faixas irregulares, e hialinizado. Ainda, tem-se atrofia do parênquima e inflamação crônica Em alguns indivíduos, reação fibrosante característica dessa inflamação ocorre também em outros locais (retroperitoneal, mediastinal e retro-orbital), sugerindo distúrbio sistêmico Highlight Highlight NEOPLASIAS DA TIREOIDE 90% deles possuem origem nas células foliculares; e 10% possuem origem nas células parafoliculares, linfomas, neoplasias raras ou metastáticas CLASSIFICAÇÃO NEOPLASIAS BENIGNAS São os chamados adenomas, e possuem razão de prevalência de 10:1 em relação às malignas NEOPLASIAS MALIGNAS São de origem papilar em mais de 85% dos casos; de origem folicular em 5-15% dos casos e de origem anaplásica em menos de 5% dos casos. As neoplasias originadas do epitélio parafolicular são as medulares, e são presentes em 5% dos casos NEOPLASIAS BENIGNAS ADENOMAS FOLICULARES Mais comuns no gênero feminino (6 a 10:1), a maioria dos adenomas manifesta-se entre 20 e 60 anos, com pico entre a 3 a e a 5 a décadas de vida Em geral, o exame histopatológico é que define o diagnóstico. Vários padrões histopatológicos são encontrados nos adenomas, tendo em comum a origem nas células foliculares; na quase totalidade dos casos, os tumores formam folículos, daí a designação adenoma folicular. Este reproduz, com maior ou menor grau de diferenciação, a estrutura histológica da tireoide Uma vez que é, sempre, encapsulado, a diferenciação dele para com o carcinoma é realizada, dado que este invade a cápsula e pode, também, invadir órgãos adjacentes. Porém, a avaliação do adenoma folicular pela PAAF é inadequada, já que esta não é capaz de captar a cápsula e, assim, não realiza o diagnóstico diferencial para com o carcinoma Macroscopia Macroscopicamente, o adenoma da tireoide apresenta-se como nódulo em geral solitário, firme, elástico, encapsulado, mais ou menos translúcido conforme o conteúdo de coloide, em geral com até 7,0 cm de diâmetro. Em certos casos, existem focos de hemorragia, fibrose ou calcificação, às vezes formando pseudocistos. Microscopia Microscopicamente, a lesão tem o padrão geral de neoplasia folicular, e suas células formam folículos tireoidianos contendo coloide (Figura 29.36 C). Na periferia da lesão, os folículos são mais escassos, menores e com menos coloide, podendo aparecer agrupamentos ou nódulos compactos de células sem espaços glandulares e sem sinais de secreção. As células tumorais têm aspectos variados: cúbicas, poliédricas baixas ou altas, pouco ou muito oxifílicas, comnúcleos com graus diversos de hipercromasia. O estroma é formado por tecido conjuntivo ora mucoide ou gelatinoso, ora hialino. Ao redor das áreas de hemorragia, são encontrados macrófagos com citoplasma xantomizado. CARCINOMAS São as neoplasias malignas endócrinas mais comuns, e representam 1,2% do total destas Possuem predominância no sexo feminino, se aparecimento no início ou no meio da vida adulta; e distribuição igual entre os sexos, se aparecimento na infância e na vida adulta tardia Há tendência ao aumento da prevalência e à redução da mortalidade ETIOPATOGÊNESE I: Irradiação de estruturas da cabeça ou do pescoço II: Excesso de TSH Estimulação prolongada da atividade mitótica das células foliculares III: Alterações Genômicas Anormalidade em oncogenes e em genes supressores de tumor CARCINOMA PAPILAR É a neoplasia maligna mais comum, que ocorre em 85% dos casos. É mais presente em mulheres e em pacientes que sofreram exposição à radiação Sua principal forma de disseminação é a linfática; possui excelente prognóstico, com sobrevida de mais de 95% em 10 anos; e é indolente Etiopatogênese I: RET/PTC É um gene de fusão, que pode sofrer inversão paracêntrica do cromossomo 10 ou translocação entre cromossomos 10 e 17, em 20 a 40% dos casos. II: BRAF Mutação pontual deste gene em cerca de 1/3 dos casos Microscopia A lesão é formada por papilas revestidas por camada única de células cúbicas, em paliçada, sustentadas por eixo conjuntivo vascularizado, as quais projetam-se em espaços císticos. O diagnóstico de carcinoma papilífero baseia-se apenas nas características nucleares. OBS: Não é o arranjo papilar que define o Carcinoma Papilar, uma vez que pode-se ter Carcinoma Papilar sem papilas Os núcleos são redondos, em geral maiores do que os das células foliculares, tendo cromatina dispersa em grãos finos, levando ao aspecto de vidro moído; apresentam-se vazios ou claros, ao lado de fendas ou ranhuras e pseudoinclusões intranucleares (olho da órfã Annie). Mitoses são raras. Achado frequente e importante são os corpos psamomatosos, que são basófilos, não refringentes e medem entre 5 e 100 µm de diâmetro. É frequente o achado de psamomas nas metástases linfonodais. CARCINOMA FOLICULAR É o segundo subtipo mais comum, principalmente em mulheres (3:1), e em maiores de 40 anos É relacionado à carência de iodo (25 a 40%) sua principal forma de disseminação é a hematogênica Possui bom prognóstico na forma minimamente invasiva (predominante) e pior prognóstico na extensamente invasiva O seu diagnóstico diferencial com a tireoide ectópica é realizado de forma morfológica Etiopatogênese I: RAS e PIK3CA Mutações pontuais de ganho de função nestes genes II: PAX8/PPARG Fusão destes genes, o que ocorre em menos de 10% dos casos III: PTEN Perda de função Microscopia Microscopicamente, a lesão é constituída por folículos e quantidade variável de coloide. Em alguns casos, os folículos são bem diferenciados e lembram os da glândula normal ou, mais raramente, os do bócio tóxico. As células neoplásicas apresentam pleomorfismo discreto e raras mitoses. O núcleo tem cromatina em grumos grosseiros, especialmente próximo da membrana nuclear. O nucleoplasma é intensamente basófilo. Em certos casos, variam a forma e o arranjo das células. Raramente, as células tornam- se oxifílicas, ou claras, vacuoladas, podendo formar estruturas em trabéculas e poucos folículos, pequenos e rudimentares. O estroma é delicado e pouco desenvolvido. A vascularização, principalmente de sinusoides, é abundante CARCINOMA ANAPLÁSICO Ocorre, principalmente, em pacientes mais velhos (idade média de 65 anos), o que representa menos de 5% dos cânceres Sua disseminação é precoce e ele é indiferenciado. Porém, em ¼ dos casos pode surgir câncer diferenciado concomitantemente e, em ¼ dos casos, este tipo neoplásico é presente na história dos pacientes O prognóstico é muito ruim, com taxa de mortalidade perto de 100%, dada a comum compressão/invasão de estruturas adjacentes Etiopatogênese I: RAS ou PIK3CA Mutações que envolvem estes genes II: TP53 Inativação deste gene Microscopia Microscopicamente, existem dois ou três tipos histológicos: (1) células pequenas, tendendo para a forma esferoidal, com volume e morfologia bastante uniformes, mitoses numerosas, formando massas compactas. Há casos em que o caráter epitelial das células é pouco nítido, sendo confundíveis com linfomas; (2) células muito pleomórficas, às vezes gigantescas, multinucleadas, com numerosas mitoses atípicas; (3) células fusiformes, com frequência associadas às pleomórficas Em algumas poucas áreas, podem�se encontrar estruturas foliculares e papilares sugestivas de que o carcinoma indiferenciado se originou de formas neoplásicas mais diferenciadas, como acontece também com os carcinomas pouco diferenciados. CARCINOMA MEDULAR Representa 5% dos cânceres, e é de origem nas células C. Possui malignidade intermediária Highlight Highlight Highlight São mais prevalentes em mulheres (1,5:1) e na sexta década de vida. Podem causar diarreia, o que ocorre em 30% dos casos A disseminação pode ocorrer por via linfática e, tardiamente, por via hematológica Etiopatogênese I: RET Mutações Pontuais Ativadoras Pronto- Oncogenes RET (cerca de 50%) Microscopia Microscopicamente, o tumor é constituído por células esferoidais ou poliédricas, menos comumente fusiformes, com citoplasma relativamente escasso, acidófilo e granular. Os núcleos são pequenos, redondos, hipercromáticos e uniformes. Poucas células são binucleadas. Mitoses são raras. As células formam massas, ilhotas, lâminas ou trabéculas circundadas irregularmente por estroma fibroso denso, às vezes hialino, contendo com frequência corpos calcários (podem simular corpos psamomatosos) e, de modo bem característico, massas de substância amiloide granular ou homogênea. O material amiloide é encontrado também no interior das células tumorais, no interstício entre estas e ao redor dos vasos. Em certas áreas, as células tumorais formam arranjos que simulam folículos tireoidianos. Admite-se que a substância amiloide contenha calcitonina em forma de pró-hormônio. Highlight Highlight Highlight Highlight
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