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PATOLOGIA DA TIREOIDE

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ANATOMIA DA TIREOIDE 
A tireoide é uma glândula endócrina 
ímpar e simétrica, situada na linha 
média do pescoço, abaixo e 
anteriormente à laringe, acessível à 
palpação, sobretudo quando sofre 
hiperplasia ou contém nódulos 
Ela consiste em dois lobos laterais 
volumosos (D e E), unidos pelo istmo, 
que é uma porção relativamente fina. 
Algumas tireoides possuem, ainda, 
lóbulo piramidal, em que o istmo sofre 
um crescimento para uma porção 
mais superior 
 
HISTOLOGIA DA TIREOIDE 
É dividida em lóbulos, compostos por 
folículos (20 a 40) uniformemente 
distribuídos por um septo fibroso e 
estreito, revestidos por epitélio 
cuboide a colunar e repletos de 
tireoglobulina. 
As células foliculares são responsáveis 
pela produção dos hormônios 
tireoidianos; e as células parafoliculares 
realizam a síntese de calcitonina 
 
 
 
 
 
 
FISIOLOGIA DA TIREOIDE 
Os hormônios tireoidianos são a 
tiroxina (T4) e a tri-iodotironina (T3), 
ambos muito ativos na homeostase e 
envolvidos em numerosos processos 
metabólicos, como crescimento e 
maturação de tecidos, respiração 
celular e consumo de energia. T3 e 
T4 são peptídeos formados a partir 
do aminoácido tirosina e contêm 
moléculas de iodo 
A regulação da síntese de T3 e T4 
envolve dois mecanismos. Em um, 
atua o clássico sistema de 
retroalimentação, por meio do TSH 
(hormônio estimulante da tireoide, 
tireotrofina), secretado pela adeno-
hipófise. O TSH promove hipertrofia e 
hiperplasia da tireoide e estimula a 
síntese de seus hormônios. O 
hormônio de liberação da tireotrofina 
(TRH), hipotalâmico, regula a síntese e 
a liberação do TSH; o T3 e o T4, 
por sua vez, inibem a secreção e 
antagonizam a ação do TSH. Portanto, 
o controle homeostático da secreção 
do TSH é feito por retroalimentação 
negativa pelos hormônios da tireoide, 
PATOLOGIA DA TIREOIDE 
Highlight
Highlight
sendo o limiar para a inibição ajustado 
pelo TRH 
A síntese hipofisária de TSH fica sob 
controle negativo dos hormônios 
tireoidianos (retrocontrole) e positivo 
de TRH de origem hipotalâmica. A 
produção de TSH depende também 
de retrocontrole negativo dos 
hormônios tireoidianos e de vários 
neurotransmissores. Além disso, a 
função tireoidiana pode ser modulada 
por diversos neurotransmissores 
(adrenalina, VIP), fatores de 
crescimento (TGF, insulina) e citocinas. 
 
O segundo mecanismo é de 
autorregulação e depende da reserva 
de iodo orgânico na própria tireoide. O 
processo depende de 
retroalimentação negativa entre a 
concentração da reserva de iodo 
orgânico, a atividade de transporte de 
iodo e a sensibilidade da glândula ao 
TSH. À medida que a quantidade 
intracelular de iodo aumenta, a célula 
folicular torna-se menos sensível aos 
efeitos estimulatórios da tireotrofina. 
Portanto, a autorregulação serve 
como primeira linha de defesa contra 
as flutuações no suprimento de iodo 
A secreção dos hormônios 
tireoidianos depende do iodo 
circulante sob a forma de iodeto, o 
qual é captado no polo basal dos 
tireócitos, que fica em contato com 
os capilares. 
Na luz folicular, o iodo é incorporado à 
tireoglobulina, também secretada 
pelos tireócitos, que forma o coloide 
Carência ou ingestão excessiva de 
iodo causa múltiplas tireopatias, 
sobretudo o bócio, ainda frequente 
em pessoas que vivem em áreas 
com carência de iodo na alimentação. 
Ao contrário, populações que 
ingerem quantidade maior de iodo 
desenvolvem nódulos tireoidianos de 
modo mais frequente. 
A secreção da calcitonina (feita pelas 
células C) independe de fatores de 
regulação. Sua síntese está ligada ao 
metabolismo ósseo, ao paratormônio 
produzido pelas paratireoides e à 
homeostasia do cálcio. Níveis séricos 
elevados de calcitonina constituem-se 
em marcador diagnóstico e 
prognóstico no carcinoma medular da 
tireoide 
 
INVESTIGAÇÃO DAS DOENÇAS 
DA TIREOIDE 
HISTÓRIA CLÍNICA 
Hiperfunção ou hipofunção 
 
Tireotrofina: TRH
EXAME FÍSICO 
Palpação da glândula 
DOSAGENS HORMONAIS (TSH, 
T3 e T4) E DOSAGEM DE 
ANTICORPO 
TIREOIDITE DE HASHIMOTO 
I: 90% dos pacientes possuem Anti-
TPO + 
II: 80 a 90% dos pacientes possuem 
alta de anti-tireoglobulina 
III: 20% dos pacientes possuem TRAb 
+ (anti-receptores de TSH) 
DOENÇA DE GRAVES 
I: 75% dos pacientes possuem Anti-
TPO + 
II: 50 a 70% dos pacientes possuem 
alta de anti-tireoglobulina 
III: 95% dos pacientes possuem TRAb 
+ (anti-receptores de TSH) 
USG 
Avaliação de nódulos (sólidos, císticos 
ou mistos); identificação de lesões 
pequenas não-palpáveis; presença de 
calcificações (suspeição) e 
ecogenicidade (nódulos hipoecoicos – 
suspeitos). 
CLASSIFICAÇÃO DE CHAMMAS 
PADRÃO I DE CHAMMAS 
Nódulos sem vascularização 
PADRÃO II DE CHAMMAS 
Nódulos com vascularização apenas 
periférica 
 
PADRÃO III A DE CHAMMAS 
Nódulos com vascularização periférica 
maior que a central 
PADRÃO III B DE CHAMMAS 
Nódulos com a vascularização 
periférica e central equivalentes 
PADRÃO IV DE CHAMMAS 
Nódulos com a vascularização central 
maior que a periférica 
PADRÃO V DE CHAMMAS 
Nódulos com vascularização apenas 
central 
Nódulos Suspeitos 
Padrão IV e V de Chammas 
 
CINTILOGRAFIA 
Importante para avaliar pacientes com 
hipertireoidismo: nódulo quente, que é 
hiperfuncionante, ou frio 
PUNÇÃO ASPIRATIVA POR 
AGULHA FINA (PAAF) 
Método de triagem para avaliação 
morfológica e possível candidatura à 
cirurgia 
É um procedimento ambulatorial de 
baixo custo, que visa estratificar o 
risco de malignidade a que o paciente 
está submetido 
Possui altas sensibilidade e 
especificidade 
Possui limitações técnicas e perante a 
lesão folicular, uma vez que não capta 
cápsulas e, assim, não há avaliação 
quanto a presença ou ausência de 
invasão desta 
SISTEMA BETHESDA 
 
EXAME HISTOPATOLÓGICO 
TIREOTOXICOSE/HIPERTIREOID
ISMO 
Hipertireoidismo, mais amplamente 
denominada tireotoxicose, é a 
síndrome clínica resultante do 
excesso de tiroxina, tri-iodotironina ou 
ambas. Embora hipertireoidismo e 
tireotoxicose sejam usados 
correntemente como sinônimos, a 
rigor tireotoxicose corresponde às 
manifestações clínicas associadas ao 
aumento dos hormônios tireoidianos 
circulantes; na maioria dos casos, a 
tireotoxicose é decorrente da 
hiperatividade da tireoide, ou seja, ao 
hipertireoidismo. No entanto, 
ocasionalmente tireotoxicose pode ser 
provocada pela administração 
excessiva de hormônios tireoidianos 
ou produção dos mesmos por 
parênquima tireoidiano ectópico. 
Por tudo isso, hipertireioidismo é o 
termo que define hiperfunção da 
tireoide; tireotoxicose refere-se a 
sinais e sintomas resultantes da 
elevação de hormônios tireoidianos 
séricos circulantes. Alguns pacientes 
apresentam tireotoxicose sem 
hipertireoidismo, como acontece com 
o uso de hormônios tireoidianos 
exógenos; em outros, como nas 
doenças de Graves e de Plummer, 
ocorre tireotoxicose com 
hipertireoidismo. 
EPIDEMIOLOGIA E CAUSAS 
Hipertireoidismo é mais frequente em 
mulheres, em geral adultas jovens. A 
prevalência da doença de Basedow-
Graves, que é sua principal causa e 
responsável por mais de 80% dos 
casos de hipertireoidismo nos EUA.. 
Outras causas incluem bócio 
multinodular tóxico, bócio uninodular 
tóxico (adenoma tóxico, adenoma 
funcionante, doença de Plummer), 
algumas tireoidites e outras condições 
mais raras. 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico de hipertireoidismo é 
confirmado quando existe elevação 
de T4 livre e supressão de TSH. A 
captação de iodo radioativo (RAIU) 
mostra o grau de funcionamento da 
glândula, uma vez que avalia a 
quantidade de iodo que a tireoide 
capta 
ALTERAÇÕES FUNCIONAIS 
MULTISSISTÊMICAS 
Qualquer que seja sua causa, o 
hipertireoidismo acompanha-se de 
alterações funcionais em vários 
setores do organismo, ligadas em sua 
maior parte ao estado hipermetabólico 
gerado pelo excesso de hormônios 
tireoidianos. 
GERAIS 
Em geral, tem-se emagrecimento,hiperexia, fadiga e hipertermia 
CIRCULATÓRIAS 
No sistema circulatório, o 
hipertireoidismo causa taquicardia 
(sinusal, em repouso), aumento da 
contratilidade das fibras cardíacas, 
dilatação das arteríolas miocárdicas, 
maior fluxo coronariano, arritmias 
cardíacas e aumento do volume 
sistólico, do débito cardíaco, do 
trabalho miocárdico e do consumo de 
oxigênio, além de PA divergente 
CUTÂNEAS E DE ANEXOS 
A pele adquire textura firme, é 
estirada e sem pregas, às vezes 
eritematosa, quente e úmida, como 
resultado do aumento do fluxo 
sanguíneo; às vezes, aparecem 
telangiectasias capilares. É comum a 
perda de cabelos e pelos, pelas 
modificações na síntese proteica nos 
folículos pilosos. Pode aparecer ainda 
hiperpigmentação difusa ou focal ou, 
menos comumente, vitiligo 
OLHOS 
Exoftalmia acompanha com 
frequência, porém nem sempre, o 
hipertireoidismo de média e de alta 
intensidades. Dos pacientes com 
doença de Basedow-Graves, 40% 
apresentam oftalmopatia evidente, às 
vezes acentuada. Fatores de risco são 
gênero masculino, tabagismo, idade 
avançada e tratamento com iodo 
INTESTINOS E FÍGADO 
No trato gastrointestinal, a alteração 
mais importante é a hipermotilidade, 
com aumento da velocidade do 
esvaziamento gástrico e do trânsito 
intestinal. No fígado, são comuns 
depleção de glicogênio nos 
hepatócitos e esteatose moderada. 
Podem aparecer ainda pequenos 
focos de necrose hepatocitária, 
infiltrado inflamatório mononuclear e 
discreta fibrose portal. Na tireotoxicose 
grave, e especialmente nas crises 
tireotóxicas, formam-se subitamente 
áreas extensas de necrose 
hepatocitária. 
NEUROLÓGICOS 
Como encefalopatia tireotóxica são 
incluídas diversas alterações no SNC; 
as mais graves estão ligadas ao 
quadro da crise tireotóxica (delírio, 
convulsões, torpor e coma) 
Ainda, pode-se ter insônia, irritabilidade, 
agitação, diminuição da concentração 
e tremor fino de extremidades 
HIPOTIREOIDISMO 
Hipotireoidismo é a condição 
patológica causada por deficiência dos 
hormônios da tireoide ou, muito 
raramente, por incapacidade dos 
tecidos de responder aos estímulos 
hormonais. Como o T4 e o T3 são 
responsáveis, entre outros, pela 
regulação da proliferação e 
diferenciação celulares, mediante o 
controle da produção de energia e da 
interação com o hormônio do 
crescimento, fica evidente que os 
efeitos da sua falta manifestam-se 
sobre todos os tecidos, órgãos e 
sistemas 
EPIDEMIOLOGIA E CAUSAS 
Hipotireoidismo subclínico, que atinge 
5% das mulheres adultas, caracteriza-
se por TSH elevado com níveis 
normais de T4 livre; sua prevalência 
também aumenta com a idade. 
Aproximadamente 95% dos casos de 
hipotireoidismo são primários, ou seja, 
de origem tireóidea. A causa mais 
comum de hipotireoidismo é a 
tireoidite de Hashimoto. Diminuição de 
T3 e T4 diminui a taxa metabólica 
basal, além de provocar deposição de 
glicosaminoglicanos. Como esse 
distúrbio afeta as células em geral, os 
aspectos clínicos são sistêmicos 
 
OBS: Apesar da deficiência de iodo 
ser uma causa passível ao 
hipotireoidismo, e esta aumentar a 
sensibilidade ao TSH, a Tireoide não 
possui matéria prima adequada para 
sintetizar os hormônios necessários 
ALTERAÇÕES FUNCIONAIS 
MULTISSISTÊMICAS 
GERAIS 
Tem-se astenia, hipotermia, edema 
duro, retenção hídrica, ganho de peso 
e fáscies mixedematosas 
CIRCULATÓRIAS 
Observa-se bradicardia, derrame 
pericárdico, ICC e PA convergente 
CUTÂNEAS E DE ANEXOS 
São presentes pele seca, áspera, 
amarelada, fria; queda de cabelo e 
unhas quebradiças 
INTESTINOS 
Causa hipomotilidade intestinal 
NEUROLÓGICOS 
Nota-se humor deprimido, letardia, 
diminuição da concentração e déficit 
cognitivo (cretinismo) 
BÓCIO 
Em sentido amplo, bócio significa 
aumento volumétrico da tireoide 
(incluindo-se tireoidites e neoplasias). 
Em sentido estrito, o termo 
corresponde a aumento da glândula 
causado por hiperplasia do 
parênquima, que pode ser seguida de 
alterações regressivas. 
CLASSIFICAÇÃO 
Os bócios podem ser classificados de 
várias maneiras: (1) quanto à 
distribuição no parênquima, podem 
ser difusos ou nodulares, e estes em 
uni ou multinodulares; (2) de acordo 
com a produção de hormônios 
tireoidianos, podem ser 
hiperfuncionantes (tóxicos) ou não 
hiperfuncionantes (atóxicos); (3) 
segundo a prevalência na população, 
podem ser endêmicos ou esporádicos 
CAUSAS 
I: Hiperplasia Difusa (Bócio Difuso) ou 
Nodular (Bócio Nodular) 
II: Tireoidites 
III: Neoplasias 
BÓCIO ENDÊMICO 
Considera-se endêmico o bócio que 
acomete mais de 10% da população 
de determinada área geográfica. Nas 
regiões fortemente endêmicas, a 
doença aparece precocemente, 
atingindo frequência máxima na 
puberdade; nessas áreas, também é 
elevado (5 a 10% da população) o 
índice de cretinismo endêmico. As 
regiões endêmicas correspondem, de 
preferência, a locais montanhosos, de 
forma marcada junto aos Alpes, 
Pireneus, Andes, Himalaia e Montanhas 
Rochosas, em que o solo e a água 
são pobres em iodo, resultando em 
ingestão insuficiente. A doença pode 
ser encontrada também em baixas 
altitudes. 
Quando a carência de iodo é corrigida 
pela administração de sal iodado ou 
nas regiões em que sua ingestão é 
adequada, a frequência de bócio é 
muito reduzida 
Carência de iodo pode ocorrer em 
outras condições, em especial quando 
a função da tireoide é mais solicitada, 
como puberdade, gestação ou 
situações de estresse. Substâncias da 
categoria da tiuracila impedem a 
síntese dos hormônios tireoidianos, 
possivelmente por bloqueio da ação 
das enzimas envolvidas. Algumas 
dessas substâncias são contidas no 
nabo, na couve-flor, no repolho, na 
semente de nabiça etc. Quando em 
excesso na dieta, alógenos (fluoretos, 
cloretos) são capazes de deslocar o 
iodo. 
OBS: A carência de Iodo causa um 
acúmulo de colóide e a dilatação dos 
folículos, o que justifica o bócio 
BÓCIO ESPORÁDICO 
Bócio esporádico aparece em 
qualquer região do globo, em forma 
uni ou multinodular, sendo causado 
por inúmeros agentes que interferem 
na síntese hormonal, inclusive fatores 
ambientais, imunitários e genéticos. A 
tireoide pode também ter 
crescimento anormal em 
consequência de estimulação por 
fatores de crescimento, 
imunoglobulinas, prostaglandinas, 
hormônio do crescimento, 
gonadotrofinas coriônicas e 
interleucina 1. 
Os bócios mais frequentes são o 
difuso tóxico (bócio hiperplásico 
difuso) e o nodular atóxico (não 
hiperplásico nodular), também 
denominado bócio coloide ou bócio 
multinodular. Bócio coloide pode 
crescer por trás do esterno, 
tornando-se mergulhante, ou ter 
localização mediastinal, denominado 
bócio intratorácico. 
BÓCIO DIFUSO TÓXICO OU 
DOENÇA DE BASEDOW-GRAVES 
Bócio difuso tóxico acompanha a 
doença de Basedow-Graves e, 
portanto, a tireoide é hiperfuncionante. 
Ocorre, principalmente, em mulheres 
de 20-40 anos; e é a causa mais 
comum de hipertireoidismo endógeno 
Há aumento de T3 e T4; diminuição 
de TSH e aumento da captação de 
iodo radioativo 
FISIOPATOLOGIA 
A doença de Basedow-Graves é de 
natureza autoimune e deve-se à 
formação de autoanticorpos 
antirreceptor de TSH, sendo o mais 
importante deles o TSI 
(imunoglobulina estimuladora da 
tireoide). Após se ligarem ao receptor 
do TSH, tais autoanticorpos ativam a 
adenilato ciclase, que induz a síntese 
dos hormônios tireoidianos. 
Imunoglobulinas dirigidas ao receptor 
do TSH são capazes também de 
estimular a proliferação do epitélio 
folicular. 
MACROSCOPIA E MICROSCOPIA 
Macroscopia 
A glândula encontra-se difusamente 
aumentada (uniforme) de volume, 
pesa entre 50 e 80 gramas, tem 
consistência firme e é bem 
vascularizada. 
Na superfície de corte, a glândula tem 
aspecto carnoso e vasos congestos e 
apresenta tonalidade castanho-
avermelhada, com variações do 
amarelo ao acinzentado. Ela não é 
constituída de nódulos Vesículas 
coloidesbem distendidas são 
evidentes, sobretudo em jovens, nos 
quais o bócio ainda reproduz o 
estádio coloide recente; em lesões 
antigas, a superfície de corte fica mais 
densa, compacta, de cor castanho-
amarelada. 
 
Microscopia 
Microscopicamente, o achado 
dominante é intensa hiperplasia do 
epitélio folicular, que passa a ser 
cilíndrico, alto, e forma papilas simples, 
não ramificadas, que se projetam na 
luz dos folículos dilatados. As células 
mostram núcleos alongados, com 
discreta hipercromasia e citoplasma 
eosinofílico. O diâmetro dos folículos 
varia bastante, e a quantidade do 
coloide se reduz quanto maiores 
forem a duração e a gravidade da 
doença, chegando, na hiperplasia 
acentuada, a quase não mais ser 
encontrado. 
Achado frequente é vacuolização 
periférica do coloide, sinal morfológico 
de sua digestão proteolítica parcial, 
precedendo sua reabsorção acelerada. 
O estroma é bem desenvolvido e 
ricamente vascularizado e contém 
infiltração linfocitária abundante, 
formando nódulos ou folículos linfoides 
espalhados por todo o parênquima. O 
infiltrado linfoide está presente 
também na cápsula, no tecido fibroso 
adjacente e na musculatura regional. 
Tal hiperplasia linfoide faz parte de um 
quadro hiperplásico sistêmico do 
tecido linfoide, com ênfase especial no 
timo, linfonodos e baço. 
 
 
SINTOMAS 
I: Hipertireoidismo 
Bócio Difuso e Indolor 
II: Oftalmopatia infiltrativa com 
Exoftalmia 
 
III: Dermopatia Infiltrativa Localizada 
Mixedema Pré Tibial 
BÓCIO NODULAR 
Quando a tireoide fica submetida por 
longo tempo a baixa disponibilidade de 
iodo e passa a sintetizar hormônios 
em quantidade inferior às exigências 
do organismo, entra em 
funcionamento um importante 
mecanismo adaptativo. No caso, as 
células foliculares passam a receber 
estímulo do TSH maior do que o 
habitual, estabelecendo-se resposta 
inicialmente hipertrófica e, depois, 
hiperplásica, na tentativa de fornecer 
ao organismo a quantidade necessária 
de hormônios para suas necessidades 
metabólicas. 
A longo prazo, as células foliculares 
não respondem mais aos estímulos 
hormonais e não mais sintetizam T3 
e T4 , ao passo que continuam a 
produzir tireoglobulina, a qual se 
acumula nos folículos e causa 
dilatação destes. Desse modo, a 
glândula torna-se total ou parcialmente 
hipofuncionante e aumenta de volume 
(bócio). O bócio desenvolve-se em 
três etapas. 
 
 
PRIMEIRA FASE 
A primeira é a de hiperplasia difusa ou 
estágio hiperplásico. A tireoide 
aumenta uniformemente de volume e 
fica mais vascularizada, tentando 
captar maior quantidade de iodo; o 
epitélio folicular torna-se alto e os 
folículos são numerosos, mas em 
geral pequenos, com coloide escasso, 
pouco acidófilo, por vezes vacuolizado. 
Em geral, a alteração coincide com a 
puberdade, quando, de modo quase 
explosivo, o organismo necessita de 
maior quantidade de hormônios 
tireoidianos 
SEGUNDA FASE 
O segundo estágio é o de acúmulo 
de coloide nos folículos, os quais se 
distendem e aumentam de volume, às 
vezes atingindo grandes dimensões. O 
epitélio folicular diminui de altura, 
torna-se cúbico e, depois, achata-se. O 
coloide é muito abundante, 
intensamente eosinófilo, denso, vítreo 
e, com frequência, com fendas. Em 
conjunto, a glândula apresenta 
escassos sinais de atividade, limitada a 
pequenas áreas em que ainda 
persiste a hiperplasia. A maioria dos 
folículos distendidos não capta iodo 
radioativo e não sintetiza hormônios. 
Ao exame macroscópico, a tireoide 
aparece aumentada uniformemente 
de volume, com a superfície seca 
pela diminuição da vascularização, 
sendo brilhante e translúcida pela 
abundância de coloide espesso. 
Fazendo-se leve compressão da 
glândula, consegue-se às vezes a 
retirada do coloide de alguns dos 
folículos maiores. Nessa fase, indicada 
como verdadeiro bócio coloide, não 
se formam nódulos bem definidos. 
TERCEIRA FASE 
Se a causa persiste por longo tempo, 
na terceira fase da doença surgem os 
nódulos, que são formados por 
grupos de folículos hiperdistendidos, 
desprovidos de função, podendo cada 
folículo alcançar o diâmetro de 
centenas de micrômetros ou de 
quase 1 cm; os nódulos podem ter 
vários centímetros de diâmetro e são 
alternados com outros ou com partes 
do parênquima menos involuídas, ou 
com áreas microfoliculares, ou ainda 
com discreta hiperplasia folicular. Em 
consequência da distensão dos 
folículos, os vasos ficam comprimidos, 
resultando em áreas de infarto ou de 
hemorragia, onde podem se formar 
pseudocistos, fibrose, hialinização, 
depósitos de hemossiderina e 
calcificação. 
A tireoide torna-se bastante 
aumentada de volume, bem mais 
pesada, podendo chegar a 2.000 g ou 
mais, embora habitualmente fique 
entre 200 e 600 g. A glândula 
apresenta consistência dura, estrutura 
assimétrica e superfície bocelada. Aos 
cortes, evidenciam-se ora zonas 
translúcidas, ora compactas, ao lado 
de cistos de conteúdo coloide ou 
sanguíneo, envolvidos por traves 
fibrosas, de diâmetros variáveis, e 
focos de calcificação ou de ossificação 
Clinicamente, o bócio manifesta-se 
por aumento lento do volume da 
tireoide. A glândula atinge grande 
volume, deforma-se e pode crescer 
para o tórax (bócio mergulhante) e 
comprimir as vias respiratórias 
superiores. A função tireoidiana pode 
manter-se suficiente durante certo 
tempo, às vezes longo, para suprir as 
exigências do organismo; depois disso, 
aparece hipotireoidismo. Raramente, 
surge hipertireoidismo discreto, 
contínuo ou temporário. 
 
Associado ao Infiltrado Inflamatório 
presente, tem-se degeneração cística 
e fibrose 
 
TIREOIDITES 
TIREOIDITES SUBAGUDAS 
Na tireoidite de De Quervain, a 
inflamação é causada provavelmente 
por vírus ou surge após infecção viral, 
sobretudo das vias respiratórias 
superiores. Os vírus mais implicados 
são adenovírus, vírus da caxumba, 
Coxsackie e influenza. 
FISIOPATOLOGIA 
Parece que antígenos virais estimulam 
a formação de linfócitos T citotóxicos 
que lesam as células foliculares. 
Acredita-se, portanto, que a 
inflamação seja desencadeada por 
uma reação autoimune de duração 
limitada iniciada por uma infecção viral. 
Esta tireoidite é mais comum em 
mulheres jovens. O início pode ser 
agudo ou insidioso; ocasionalmente, é 
assintomático. 
SINTOMAS 
As manifestações locais incluem 
aumento de volume da tireoide e dor 
intensa na região cervical, que se 
irradia para o ângulo da mandíbula e a 
região auricular, que se pode 
exacerbar com a movimentação da 
cabeça, a deglutição ou a tosse. São 
comuns dor faríngea e odinofagia. 
Manifestações sistêmicas são febre, 
às vezes elevada, mal-estar, cansaço 
e mialgias. Em cerca de metade dos 
casos, surgem sinais de 
hipertireoidismo (nervosismo, insônia, 
sudorese, palpitações, tremores). 
Em geral, há recuperação funcional 
completa, mas em cerca de 25% dos 
pacientes aparece hipotireoidismo 
(sonolência, instabilidade emocional e 
intolerância ao frio). 
 
Highlight
MACROSCOPIA E MICROSCOPIA 
A inflamação atinge toda a glândula, 
só um lobo ou parte dele. 
Macroscopia 
O parênquima torna-se endurecido e 
simula nódulo isolado à palpação. Com 
frequência, formam-se aderências 
com estruturas adjacentes. A 
superfície de corte mostra-se 
brancacenta e geralmente firme, por 
proliferação fibrosa. 
Microscopia 
Microscopicamente, no início 
encontra-se infiltrado de 
polimorfonucleares que envolve os 
folículos e lesa o epitélio. Com a 
ruptura da membrana basal dos 
folículos, o material coloide é liberado 
no interstício e desencadeia uma 
reação inflamatória com macrófagos, 
plasmócitos e numerosas células 
gigantes que fagocitam o coloide. Mais 
tarde, surgem infiltração de linfócitos 
e fibrose nas regiões comprometidas. 
Em uma mesma glândula, podem ser 
encontrados vários estádios dessas 
fases da inflamação. 
 
TIREOIDITES CRÔNICAS 
TIREOIDITE DEHASHIMOTO 
Tireoidite de Hashimoto é a causa 
mais comum de hipotireoidismo 
primário nas regiões em que os níveis 
de iodo na dieta são adequados. A 
doença é mais comum em mulheres 
(10:1), entre 45 e 65 anos. 
Clinicamente, manifesta-se por falência 
gradual da função tireoidiana por 
destruição autoimunitária da glândula, 
acompanhada de infiltrado linfoide e 
atrofia do parênquima. A evolução 
natural é perda progressiva da função 
tireoidiana, embora possa haver 
inicialmente hipertireoidismo transitório 
Fisiopatologia 
A tireoidite de Hashimoto resulta de 
resposta autoimunitária humoral e 
celular. Não se sabe o que 
desencadeia tal resposta, sendo 
importantes tanto fatores ambientais 
como genéticos (p. ex., associação 
com HLA-DR8 e HLA-BW35). Como 
em outras doenças autoimunes, 
acredita-se que a autoimunidade seja 
iniciada por defeitos em linfócitos T 
reguladores (Treg), além do 
aparecimento de linfócitos T auxiliares 
(CD4+) associados a antígenos 
tireoidianos. 
Função inadequada de linfócitos T 
reguladores permite o surgimento de 
linfócitos T citotóxicos contra células 
foliculares, além de estimular a síntese 
de anticorpos antitireoide. Na doença 
formam-se anticorpos 
antitireoglobulina, antiperoxidase 
tireoidiana, antitransportador de 
iodetos e antirreceptor de TSH. 
Anticorpos antirreceptor de TSH 
bloqueiam a ação do TSH no 
parênquima, resultando em 
hipotireoidismo (na doença de 
Basedow-Graves, ao contrário, o 
anticorpo antirreceptor de TSH 
comporta-se como agonista, o que 
resulta em hiperfunção tireoidiana). 
Anticorpos antitransportadores de 
iodeto impedem a progressão do iodo 
para o interior do folículo, também 
contribuindo para síntese deficiente 
dos hormônios. A destruição 
progressiva do parênquima ocorre 
por: (1) linfócitos citotóxicos (LT 
CD8+); (2) macrófagos estimulados 
pelo IFN-γ liberado por linfócitos T 
auxiliares (CD4+); (3) citotoxicidade 
celular dependente de anticorpos 
(ADCC), mediada por células NK e 
anticorpos. 
Sintomas 
Clinicamente, a doença manifesta-se 
por aumento de volume da tireoide, 
que apresenta consistência firme, 
superfície geralmente lobulada e 
menor mobilidade. Às vezes, são 
palpados nódulos. Ocasionalmente, os 
pacientes se queixam de “sensação 
de bolo na garganta”, disfagia ou 
sufocação. No início da doença, a 
função tireoidiana pode permanecer 
normal, mas em geral surge 
hipotireoidismo progressivo. 
Em alguns pacientes, ocorre quadro 
transitório de hipertireoidismo por 
destruição dos folículos e liberação de 
quantidade considerável de hormônios 
na circulação. Por causa da intensidade 
e da persistência do infiltrado linfoide 
durante a longa evolução de doenças, 
os pacientes com tireoidite de 
Hashimoto têm risco aumentado de 
desenvolver linfomas. 
Macroscopia 
Macroscopicamente, a tireoide 
encontra-se simetricamente 
aumentada de volume, tem aspecto 
lobulado e consistência firme-elástica e 
pode estar aderida às estruturas 
vizinhas. Na superfície de corte, 
encontram-se lóbulos e coloração 
variada: áreas brancacentas, 
amareladas e avermelhadas 
 
Microscopia 
Microscopicamente, o aspecto 
dominante é o extenso e intenso 
infiltrado linfoide que forma nódulos ou 
folículos com centros germinativos 
exuberantes. As células foliculares 
sofrem modificações e algumas 
tornam-se volumosas, com citoplasma 
acidófilo ou granular, com múltiplas 
mitocôndrias, e núcleos redondos e 
pleomórficos – são as células 
Askanazy ou células de Hürthle; estas 
revestem folículos pequenos ou 
formam aglomerados. Pode haver 
também áreas de metaplasia 
escamosa. Coexiste grau variado de 
fibrose (variante hipercelular). 
Pode haver aumento volumétrico 
gradual da glândula por intensa 
proliferação de feixes fibrosos 
hialinizados, infiltrado linfoide e 
aglomerados de células oxifílicas, o 
que confere a denominação de 
variante fibrosa da tireoidite de 
Hashimoto, que tem quadro clínico de 
bócio nodular. Na fase avançada, a 
tireoide pode apresentar hipotrofia 
acentuada (chega a pesar cerca de 5 
g ou menos), ficando constituída por 
raros folículos, tecido fibroso e 
infiltrado de mononucleares. 
 
TIREOIDITE DE RIEDEL 
Tireoidite de Riedel é rara, também 
predomina em mulheres e tem 
etiologia desconhecida. A inflamação é 
localizada, resultando em 
comprometimento assimétrico da 
glândula 
Sintomas 
Clinicamente, a substituição do 
parênquima tireoidiano por tecido 
fibroso causa aumento volumétrico da 
tireoide, a qual não é dolorosa e 
torna-se firme. A consistência firme e 
a fixação da glândula às estruturas 
vizinhas podem simular neoplasia. Por 
compressão do esôfago ou da 
traqueia, podem surgir disfagia ou 
dispneia. 
Macroscopia 
As regiões atingidas adquirem 
consistência muito firme, às vezes 
pétrea. A cápsula torna-se espessada 
e adere fortemente às estruturas 
adjacentes, dificultando intervenções 
cirúrgicas. A superfície de corte 
mostra-se homogênea, muito 
consistente e de coloração branco-
acinzentada 
A fibrose leva à distorção anatômica 
da glândula, que pode ser confundida 
com tumor infiltrativo e agressivo 
Microscopia 
Microscopicamente, encontra-se 
infiltrado de mononucleares e extensa 
substituição do parênquima por tecido 
fibroso, disposto em faixas irregulares, 
e hialinizado. Ainda, tem-se atrofia do 
parênquima e inflamação crônica 
Em alguns indivíduos, reação 
fibrosante característica dessa 
inflamação ocorre também em outros 
locais (retroperitoneal, mediastinal e 
retro-orbital), sugerindo distúrbio 
sistêmico 
 
Highlight
Highlight
NEOPLASIAS DA TIREOIDE 
90% deles possuem origem nas 
células foliculares; e 10% possuem 
origem nas células parafoliculares, 
linfomas, neoplasias raras ou 
metastáticas 
CLASSIFICAÇÃO 
NEOPLASIAS BENIGNAS 
São os chamados adenomas, e 
possuem razão de prevalência de 10:1 
em relação às malignas 
NEOPLASIAS MALIGNAS 
São de origem papilar em mais de 
85% dos casos; de origem folicular 
em 5-15% dos casos e de origem 
anaplásica em menos de 5% dos 
casos. 
As neoplasias originadas do epitélio 
parafolicular são as medulares, e são 
presentes em 5% dos casos 
NEOPLASIAS BENIGNAS 
ADENOMAS FOLICULARES 
Mais comuns no gênero feminino (6 a 
10:1), a maioria dos adenomas 
manifesta-se entre 20 e 60 anos, 
com pico entre a 3 a e a 5 a décadas 
de vida 
Em geral, o exame histopatológico é 
que define o diagnóstico. Vários 
padrões histopatológicos são 
encontrados nos adenomas, tendo em 
comum a origem nas células 
foliculares; na quase totalidade dos 
casos, os tumores formam folículos, 
daí a designação adenoma folicular. 
Este reproduz, com maior ou menor 
grau de diferenciação, a estrutura 
histológica da tireoide 
Uma vez que é, sempre, encapsulado, 
a diferenciação dele para com o 
carcinoma é realizada, dado que este 
invade a cápsula e pode, também, 
invadir órgãos adjacentes. Porém, a 
avaliação do adenoma folicular pela 
PAAF é inadequada, já que esta não 
é capaz de captar a cápsula e, assim, 
não realiza o diagnóstico diferencial 
para com o carcinoma 
Macroscopia 
Macroscopicamente, o adenoma da 
tireoide apresenta-se como nódulo 
em geral solitário, firme, elástico, 
encapsulado, mais ou menos 
translúcido conforme o conteúdo de 
coloide, em geral com até 7,0 cm de 
diâmetro. Em certos casos, existem 
focos de hemorragia, fibrose ou 
calcificação, às vezes formando 
pseudocistos. 
Microscopia 
Microscopicamente, a lesão tem o 
padrão geral de neoplasia folicular, e 
suas células formam folículos 
tireoidianos contendo coloide (Figura 
29.36 C). Na periferia da lesão, os 
folículos são mais escassos, menores 
e com menos coloide, podendo 
aparecer agrupamentos ou nódulos 
compactos de células sem espaços 
glandulares e sem sinais de secreção. 
As células tumorais têm aspectos 
variados: cúbicas, poliédricas baixas ou 
altas, pouco ou muito oxifílicas, comnúcleos com graus diversos de 
hipercromasia. O estroma é formado 
por tecido conjuntivo ora mucoide ou 
gelatinoso, ora hialino. Ao redor das 
áreas de hemorragia, são encontrados 
macrófagos com citoplasma 
xantomizado. 
 
CARCINOMAS 
São as neoplasias malignas endócrinas 
mais comuns, e representam 1,2% do 
total destas 
Possuem predominância no sexo 
feminino, se aparecimento no início 
ou no meio da vida adulta; e 
distribuição igual entre os sexos, se 
aparecimento na infância e na vida 
adulta tardia 
Há tendência ao aumento da 
prevalência e à redução da 
mortalidade 
ETIOPATOGÊNESE 
I: Irradiação de estruturas da cabeça 
ou do pescoço 
II: Excesso de TSH 
Estimulação prolongada da atividade 
mitótica das células foliculares 
 
III: Alterações Genômicas 
Anormalidade em oncogenes e em 
genes supressores de tumor 
CARCINOMA PAPILAR 
É a neoplasia maligna mais comum, 
que ocorre em 85% dos casos. É 
mais presente em mulheres e em 
pacientes que sofreram exposição à 
radiação 
Sua principal forma de disseminação é 
a linfática; possui excelente 
prognóstico, com sobrevida de mais 
de 95% em 10 anos; e é indolente 
Etiopatogênese 
I: RET/PTC 
É um gene de fusão, que pode 
sofrer inversão paracêntrica do 
cromossomo 10 ou translocação entre 
cromossomos 10 e 17, em 20 a 40% 
dos casos. 
II: BRAF 
Mutação pontual deste gene em 
cerca de 1/3 dos casos 
Microscopia 
A lesão é formada por papilas 
revestidas por camada única de 
células cúbicas, em paliçada, 
sustentadas por eixo conjuntivo 
vascularizado, as quais projetam-se 
em espaços císticos. 
O diagnóstico de carcinoma papilífero 
baseia-se apenas nas características 
nucleares. 
OBS: Não é o arranjo papilar que 
define o Carcinoma Papilar, uma vez 
que pode-se ter Carcinoma Papilar 
sem papilas 
Os núcleos são redondos, em geral 
maiores do que os das células 
foliculares, tendo cromatina dispersa 
em grãos finos, levando ao aspecto 
de vidro moído; apresentam-se vazios 
ou claros, ao lado de fendas ou 
ranhuras e pseudoinclusões 
intranucleares (olho da órfã Annie). 
Mitoses são raras. Achado frequente 
e importante são os corpos 
psamomatosos, que são basófilos, não 
refringentes e medem entre 5 e 100 
µm de diâmetro. É frequente o 
achado de psamomas nas metástases 
linfonodais. 
 
 
CARCINOMA FOLICULAR 
É o segundo subtipo mais comum, 
principalmente em mulheres (3:1), e 
em maiores de 40 anos 
É relacionado à carência de iodo (25 
a 40%) sua principal forma de 
disseminação é a hematogênica 
Possui bom prognóstico na forma 
minimamente invasiva (predominante) 
e pior prognóstico na extensamente 
invasiva 
O seu diagnóstico diferencial com a 
tireoide ectópica é realizado de forma 
morfológica 
Etiopatogênese 
I: RAS e PIK3CA 
Mutações pontuais de ganho de 
função nestes genes 
II: PAX8/PPARG 
Fusão destes genes, o que ocorre 
em menos de 10% dos casos 
III: PTEN 
Perda de função 
Microscopia 
Microscopicamente, a lesão é 
constituída por folículos e quantidade 
variável de coloide. Em alguns casos, 
os folículos são bem diferenciados e 
lembram os da glândula normal ou, 
mais raramente, os do bócio tóxico. 
As células neoplásicas apresentam 
pleomorfismo discreto e raras mitoses. 
O núcleo tem cromatina em grumos 
grosseiros, especialmente próximo da 
membrana nuclear. O nucleoplasma é 
intensamente basófilo. Em certos 
casos, variam a forma e o arranjo das 
células. Raramente, as células tornam-
se oxifílicas, ou claras, vacuoladas, 
podendo formar estruturas em 
trabéculas e poucos folículos, 
pequenos e rudimentares. 
O estroma é delicado e pouco 
desenvolvido. A vascularização, 
principalmente de sinusoides, é 
abundante 
 
CARCINOMA ANAPLÁSICO 
Ocorre, principalmente, em pacientes 
mais velhos (idade média de 65 anos), 
o que representa menos de 5% dos 
cânceres 
Sua disseminação é precoce e ele é 
indiferenciado. Porém, em ¼ dos 
casos pode surgir câncer diferenciado 
concomitantemente e, em ¼ dos 
casos, este tipo neoplásico é presente 
na história dos pacientes 
O prognóstico é muito ruim, com taxa 
de mortalidade perto de 100%, dada a 
comum compressão/invasão de 
estruturas adjacentes 
Etiopatogênese 
I: RAS ou PIK3CA 
Mutações que envolvem estes genes 
II: TP53 
Inativação deste gene 
 
Microscopia 
Microscopicamente, existem dois ou 
três tipos histológicos: (1) células 
pequenas, tendendo para a forma 
esferoidal, com volume e morfologia 
bastante uniformes, mitoses 
numerosas, formando massas 
compactas. Há casos em que o 
caráter epitelial das células é pouco 
nítido, sendo confundíveis com 
linfomas; (2) células muito 
pleomórficas, às vezes gigantescas, 
multinucleadas, com numerosas 
mitoses atípicas; (3) células fusiformes, 
com frequência associadas às 
pleomórficas 
Em algumas poucas áreas, podem�se 
encontrar estruturas foliculares e 
papilares sugestivas de que o 
carcinoma indiferenciado se originou 
de formas neoplásicas mais 
diferenciadas, como acontece 
também com os carcinomas pouco 
diferenciados. 
 
CARCINOMA MEDULAR 
Representa 5% dos cânceres, e é de 
origem nas células C. Possui 
malignidade intermediária 
Highlight
Highlight
Highlight
São mais prevalentes em mulheres 
(1,5:1) e na sexta década de vida. 
Podem causar diarreia, o que ocorre 
em 30% dos casos 
A disseminação pode ocorrer por via 
linfática e, tardiamente, por via 
hematológica 
Etiopatogênese 
I: RET 
Mutações Pontuais Ativadoras Pronto-
Oncogenes RET (cerca de 50%) 
Microscopia 
Microscopicamente, o tumor é 
constituído por células esferoidais ou 
poliédricas, menos comumente 
fusiformes, com citoplasma 
relativamente escasso, acidófilo e 
granular. Os núcleos são pequenos, 
redondos, hipercromáticos e 
uniformes. Poucas células são 
binucleadas. Mitoses são raras. 
As células formam massas, ilhotas, 
lâminas ou trabéculas circundadas 
irregularmente por estroma fibroso 
denso, às vezes hialino, contendo com 
frequência corpos calcários (podem 
simular corpos psamomatosos) e, de 
modo bem característico, massas de 
substância amiloide granular ou 
homogênea. O material amiloide é 
encontrado também no interior das 
células tumorais, no interstício entre 
estas e ao redor dos vasos. 
Em certas áreas, as células tumorais 
formam arranjos que simulam folículos 
tireoidianos. Admite-se que a 
substância amiloide contenha 
calcitonina em forma de pró-hormônio. 
 
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