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Tireoidite aguda e crônica: Tireoide: Microscopicamente: Folículos tireoideanos: Revestidos por células colunares baixas; Preenchido por colóide; Síntese de T3 e T4; Células parafoliculares: Síntese de Calcitonina Controle: TSH. Síntese dos hormônios: - 93% de tiroxina (T3) e 7% de triiodotironina (T4). Diferem na velocidade e intensidade da ação. Toda a tiroxina, no tecido, é convertida em T4 T4 é 4x mais potente que T3, mas está presente no sangue em menor quantidade (dura menos tempo) - Folículos fechados contendo colóide com substância secretada pelas células epiteliais. Os hormônios no colóide estão ligados à tireoglobulina Síntese de tireoglobulina → captação de Iodo- pela bomba de iodo → transporte do Iodo- para dentro do folículo (pendrina) → oxidação de Iodo - a Iodo → ligação do Iodo à tireoglobulina (iodinase) → endocitose da tireoglobulina → hidrólise de T3 e T4 por enzimas → Deiodetação de MIT e DIT - O iodo da alimentação: quase todo excretado na urina e o que sobra é captado pela tireoide - O TSH atua estimulando a bomba de iodo nas células tireoideanas - O iodeto é transportado pela membrana apical para o folículo através da proteína pendrina - O Iodo- é convertido em Iodo pela enzima peroxidase, pois somente o Iodo pode ser ligar à tireoglobulina - A tirosina da tireoglobulina se liga ao Iodo (iodização) e, assim, ocorre a organificação da tireoglobulina. - O I2 se liga mais lentamente que o Iodo - Tireoglobulinas iodizadas se acoplam (ou conjugam) para formar os hormônios - T3 = monoiodotirosina + diiodotirosina (acopladas) - T4 = diiodotirosina + diiodotirosina (acopladas) - Estímulo para liberação: Pinocitose de T3 e T4 para a célula epitelial, digestão da tireoglobulina e liberação de T3 e T4 para o sangue. - MIT e DIT são as moléculas que não se tornam hormônio e são liberadas para dentro da célula, tendo seu iodo retirado para reaproveitamento (deiodinase). - Os hormônios são transportados ligados a proteínas plasmáticas - T4 tem mais afinidade pelas proteínas celulares e, por isso é liberada mais rapidamente que T3. São armazenadas na célula-alvo e utilizadas conforme for necessário. - A ação dos hormônios tireoideanos têm início lento (tiroxina demora mais) e longa duração Doenças da Glândula Tireoide: Hipertireoidismo: Aumento da função tireoideana, com aumento sérico dos hormônios T3 e T4; - Causas: Primária: Hiperplasia difusa (doença de Graves); Bócio multinodular hiperfuncionante; Adenoma hiperfuncionante. Secundária: Adenomas hipofisários Medicamentoso; Tireoidites. - Sintomas: Alta excitabilidade, intolerância ao calor, redução da sudorese, perda de peso, diarréia, fraqueza muscular, nervosismo, fadiga, insônia, tremor e exoftalmia, por edema dos tecidos retro-orbitais e degeneração do músculos extraoculares por imunoglobulinas sanguíneas (a exoftalmia regride com o tratamento). A exoftalmia por estirar o nervo óptico ou por propiciar infecção (pálpebra não fecha). - Tratamento: remoção de parte da tireoide ou injeção de iodo radioativo (tumores) Hipotireoidismo: Alterações funcionais ou estruturais que diminuam a produção de T3 e T4; - Causas: Primário: Tireoprivo: ausência de tecido tireoideano Cirurgia; Drogas antitireoidianas; Radiação; Bociogênico: Tireoidites auto-imunes; Carência nutricional de iodo; Erros inatos do metabolismo. Secundário: deficiência de TSH; Terciário (central): deficiência de TRH - Sintomas: Fadiga e sonolência extrema, lentidão muscular, redução da FC, do DC e do volume sanguíneo, ganho de peso, constipação, lentidão mental e edema generalizado (mixedema), nos pacientes com quase ausência da função. Como a falta do hormônio aumenta a concentração plasmática de colesterol, pode ocorrer aterosclerose. Manifestações Clínicas: Cretinismo: Período neonatal; Deficiência desenvolvimento esquelético e do SNC; Retardamento mental; Baixa estatura; Macroglossia; Hérnia umbilical; Hipertelorismo. Mixedema: Crianças mais velhas e adultos; Fadiga; Intolerância ao frio; Apatia; Ganho de peso; Edema periorbitário; Perda de cabelos; Depósito de material rico em mucopolissacarídeos na derme (mixedema). Doenças Tireoidianas: Anomalias Congênitas: Tireoide lingual: trata-se de um tipo de tireoide ectópica, na qual há a migração total ou incompleta da tireoide para a linha média da base da língua Tecido tireoideano heterotópico: qualquer tecido tireoidiano fora de sua topografia habitual. Pode ser por falha de descida da glândula; sequestro de nódulos tireoidianos; presença de tecido tireoidiano na cápsula de linfonodos cervicais; formação teratomatosa ou secundário a anomalias branquiais. Cisto do ducto tireoglosso: origina-se da permanência do trato tireoglosso, após a descida da tireóide até sua posição normal. A apresentação clínica é de um cisto na linha média, na altura da membrana tireóidea. Pode haver infecção do cisto simultânea a episódios de infecções de vias aéreas superiores. Tireoidites: Grupos Clínicos: Auto-imune: Tireoidite de Hashimoto Dolorosas: Tireoidite infecciosa; Tireoidite granulomatosa subaguda (de De Quervain) Indolores: Tireoidite linfocítica subaguda; Tireoidite fibrosa de Reidel Infecciosas: Disseminação hematogênica; Imunodeprimidos (Micobactérias, fungos e Pneumocystis). Tireoidite de Hashimoto: Disfunção gradual da tireóide, devido a destruição auto-imune. Desenvolvimento insidioso Faixa etária: 45 – 65 anos Mais freqüente em mulheres: 10:1 a 20:1 Relacionada a carcinoma papilífero da tireóide Macroscopia: Glândula pode estar reduzida; Coloração pardo-amarelada, homogênea, firme-elástica; Microscopia: Intenso infiltrado; linfomononuclear, com destruição folicular; Centros germinativos reacionais; Células foliculares eosinofílicas, granulares (células de Hürtle). Patogênese: O organismo fabrica anticorpos que atacam a tireoide e provocam a destruição da sua estrutura funcional, ocasionando a redução da sua atividade e provocado um aumento de volume da glândula (bócio difuso). Conforme as células da tireoide vão sendo destruídas, a capacidade da glândula produzir T4 e T3 vai caindo. Notando que há uma queda nos níveis de hormônios tireoidianos, a hipófise aumenta a secreção de TSH, estimulando as células da tireoide que ainda existem a aumentar sua produção de hormônios. Este aumento do TSH é suficiente para normalizar os níveis de T3 e T4. Por isso, nas fases iniciais da tireoidite de Hashimoto o paciente não apresenta sintomas. Conforme mais células vão morrendo, mais TSH vai sendo secretado pela hipófise, até o ponto que as células remanescentes são tão poucas que já não conseguem mais produzir o T3 e T4 necessários para manter um nível sanguíneo desejado. Quando os hormônios da tireoide ficam em níveis baixos, começam a surgir os sintomas do hipotireoidismo. Tireoidite de Quervain: Patogênese: Infecção viral tireoideana caxumba, sarampo, adenovírus, vírus do Sistema respiratório) Processo inflamatório pós-viral – reação cruzada Tireoidite subaguda granulomatosa Macroscopia: Aumento da glândula (simétrica ou irregular) Microscopia: infiltrado neutrofílico Agregados linfoplasmocitários e de histiócitos, com formação de células gigantes multinucleadas de tipo corpo estranho. Tireoidite Linfocítica Subaguda: Condição rara Mais freqüente em mulheres puérperas ou durante a gestação Auto-limitada, cursa com hipertireoidismo; Etiologia desconhecida Microscopia: infiltrado inflamatório crônico inespecífico Tireoidite Esclerosante (de Reidel): Condição rara; Substituição do parênquima tireoidiano por fibrose, que atravessa a cápsula tireoidiana e adere-se a estruturas profundas; Associação com fibrose idiopática de outras localizações; Cursa com hipotireoidismo. Doença de Graves: Causa mais comum de hipertireoidismo; Características gerais: Hipertireoidismo (hiperplasia difusa da tireóide); Oftalmopatia com exoftalmia; Dermopatia pré-tibial. Faixa etária: 20 a 40 anos; Mulheres mais afetadas: 7:1 Associação com outras doenças auto-imunes. Etiopatogênese: Relacionada com alterações genéticas:Antígeno Leucocitário Humano (HLA); Polimorfismos genéticos relacionados ao linfócito T; Reação auto-imune: perda da tolerância de células T ao TSH e ao receptor de TSH Produção de anticorpos contra receptores de TSH, tireoglobulina e outros antígenos tireoidianos: Auto-anticorpos contra o receptor de TSH; Imunoglobulinas estimuladoras do crescimento tireoidiano – receptor de TSH; Imunoglobulinas inibidoras da ligação do TSH – estímulo ao crescimento. Sintoma: Exoftalmia: Receptores de TSH em fibroblastos pré-adipócitos –proliferação; Aumento dos tecidos retro-oculares por: Infiltração por linfomononucleares; Edema inflamatório local e de músculos extra-oculares; Acúmulo de MEC (glicosaminoglicanas) e aumento de adipócitos. Macroscopia: Aumento simétrico da glândula; Parênquima amolecido; Cápsula intacta; Microscopia: Hiperplasia das células foliculares; Redução do colóide, Tecido linfóide hiperplásico no parênquima interfolicular. Hiperplasia Nodular da Tireoide: Bócio colóide: aumento do volume da glândula Difuso ou multinodular Tóxico ou atóxico (quanto à função) Etiopatogênese: Endêmica: Restrita a regiões geográficas, relacionado com carência nutricional de iodo; Hiperplasia e hipertrofia compensatórias pela falta de hormônios tireoideanos (aumento da secreção de TSH); Esporádica: Relacionada a fatores dietéticos bociogênicos (vegetais) Distúrbios hereditários com deficiência de síntese hormonal: Deficiência de transporte de iodo; Deficiência de organificação, desalogenação e na ligação com o colóide (iosotirosina) Morfologia: Glândula volumosa, multinodular, septada, irregular a assimétrica, podendo pesar até 2,0 kg; Efeito compressivo de massa Microscopia: Áreas alternadas de hiperplasia/hipertrofia e atrofia; Vacuolizações císticas, preenchidas por material gelatinoso; Cápsulas fibrosas; Focos de hemorragia e calcificação distrófica. Tumores tireoidianos: Epidemiologia: não se sabe porque, mas a incidência de câncer de tireoide vem crescendo. Mais comum entre as mulheres (não exclusivo) – 5° mais comum na pop. brasileira feminina Sinais e sintomas: - Nódulo no pescoço, que as vezes cresce depressa - Dor na parte anterior do pescoço, com possível irradiação para os ouvidos - Rouquidão ou mudança no timbre da voz persistentes - Disfagia - Dispneia , tosse persistente Exame: Punção aspirativa por agulha fina (PAAF): método mais simples de diagnostico e geralmente feito no consultório médico ou ambulatório. Introdução de agulha fina no nódulo para obtenção de amostra de tecido - procedimento repetido 2/ 3 x, para que o médico retire amostras de tecido de diferentes áreas. Outros exames: US , cintilografia , RX Neoplasia benignas: não invade nem metastatiza, crescimento mais lento, possui cápsula fibrosa. Exs: Adenoma folicular, Bócio multinodular; Neoplasia maligna Exs: adenocarcinoma, sarcoma, linfoma etc A avaliação da integridade da cápsula é fundamental na distinção entre adenomas foliculares e carcinomas foliculares. Nos adenomas, uma cápsula fibrosa geralmente fina, mas às vezes mais proeminente, envolve os folículos neoplásicos e não se observa invasão (Primeira imagem) Em contraposição, os carcinomas foliculares mostram invasão capsular que pode ser mínima, como neste caso, ou generalizada, com extensão para as estruturas locais do pescoço (Segunda imagem). Adenoma de tireoide: O termo “ adenoma” definido pela OMS consiste de um “tumor bem encapsulado mostrando diferenciação das células foliculares”. Tais tumores são geralmente solitários e apresentam uma cápsula fibrosa bem definida. Conceito: são massas solitárias que, em geral, são derivadas do epitélio folicular. Etiologia: mutações. Cerca de 20% dos adenoma foliculares apresentam mutações na família de oncogenes RAS. Quando mutados, estes genes fazem as células foliculares se multiplicarem permanentemente. Se o nódulo for funcionante ou “quente” expressa o receptor THS ou da proteína G Apresenta folículos pequenos e sem colóide no seu interior (nódulo não funcionante ou “frio ”) As células não apresentam nenhum tipo de atipia Não há focos de morte celular (necrose) Frequentemente há alteração morfológica de tecido circunjacente em razão da compressão mecânica Apresenta integridade da cápsula Diagnostico definitivo só pode ser feito após cuidadoso exame histopatológico do espécime ressecado Carcinomas de tireoide: A principal causa para o surgimento é a radiação ionizante Predominância feminina Maioria derivada do epitélio folicular (com exceção dos medulares derivada das células C) alta proliferação, por isso há alto risco de erro e da no nuclear e, portanto, de ocorrer carcinoma. Tipos: 1. Carcinoma papilar: morfologia toda alterada, formam-se projeções. Corresponde a maioria dos carcinomas (~78% ). Conduta cirúrgica. nódulos frios, que podem invadir a estrutura localmente e a traqueia. Raramente dá metástase. Forma mais comum São lesões solitárias Podem ser encapsulados ou infiltrados no parênquima As lesões podem conter áreas de fibrose e calcificações O carcinoma papilar ou papilífero é muito mais provável em indivíduos expostos a altas doses de radiação ionizante Crescimento lento, baixo grau de malignidade – bom prognóstico na maioria dos casos Metástase a distância ( 5% ): pulmões( 70% ), ossos(20%) e SNC ( 10%) Pacientes eutiroideos Mutação do gene RET que codifica um receptor de tirosina quinase - Mutação nesse gene também pode causar doença de Hirschsprung (megacólon congênito) Aspecto morfológico: com cavidades, assemelha-se ao papiloma Microscopia: apresentam papilas ramificadas com uma haste fibro vascular coberta por células epiteliais cubóides. Núcleos claros ou em vidro fosco, pseudo-inclusões nucleares e fendas nucleares. Corpos de pisamonas ( estruturas calcificadas exclusivas de carcinoma papilar). Comum desmoplasia (proliferação de ff. colágenas) Evolução: - Nódulos tireoidianos assintomáticos, geralmente não produtores de hormônios (frios) - Nódulo que se move livremente durante a deglutição - Rouquidão, disfagia, tosse e dispneia nos casos avançados - Excelente prognóstico Carcinoma Papilífero Variação Folicular - Podem surgir sem o aspecto papilífero, mas constituindo folículos - Diagnostico histológico é dado pela análise dos núcleos – atenção a atipias nucleares características. 2. Carcinoma folicular: formam estruturas semelhantes a ninhos de células sem coloide interno; mais agressivos e comparado ao papilar. ⅓ . Dá metástase para qualquer parte do corpo e são hipercaptantes de iodo e produzem iodo Prevalência em mulheres 5-1 0% dos cânceres de tireoide Mais frequentes em áreas com carência de iodo Morfologia: - Nódulos simples que podem estar circunscritos ou amplamente infiltrados - Podem avançar para o pescoço adjacente - Presença d e fi br os e e c alc ific aç ão (devido ↑ crescimento necrose) Microscopia: - Presença de folículos de aparência normal e ninhos de células S em colóide - Reproduz -se mais ou menos fielmente a arquitetura folicular da tireoide - Cerca de metade destas neoplasias têm mutações em pelo menos um gene RAS - As características nucleares papilíferas (cromatina fina e bem distribuída, dando aspecto em vidro fosco, pseudoinclusões intracelulares e sulcos da membrana nuclear) não são encontradas, e os corpos psamomatosos são raros. Evolução: - Nódulos indolores que aumentam lentamente - Pequena possibilidade de invadir linfáticos - Disseminação vascular - Meta em osso, pulmão, fígado - Prognóstico depende do grau de invasão 3. Carcinoma anaplásico Tumores indiferenciados do epitélio folicular tireoidiano Menos de 5% dos casos Massas volumosas no pescoço que aumentam rapidamente Espalha-se rapidamente para tecidos e estruturas adjacente Meta de pulmão Sintomas de compressão: rouquidão, tosse, disfagia, dispneia Não há terapia efetiva Quase sempre fatal A morte ocorre em menos de 1 ano Mutação do RAS , RET e P53Células altamente neoplásicas: - Células gigantes pleomórficas - Células fusiformes (formato de célula indiferenciada) - Células gigantes e fusiformes misturadas 4. Carcinoma medular São neoplasias neuroendocrinas: derivadas de células parafoliculares (células C) Secretam calcitonina Causados por mutações em protooncogenes RET Nódulos solitários medulares Lesões maiores contêm áreas de necrose Hemorragias podem se estender além da cápsula da tireoide Tecido tumoral firme, pálido, acinzentado e infiltrativo Apresentam células poligonais fusiformes, formando ninhos, trabéculas e folículos Presença de depósitos amiloides acelulares. Microscopia: carcinoma medular com densas agregações de células esfenoides achatadas, e extensas zonas de estroma rosa do pálido homogêneo que correspondem a amiloide.
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