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SNC E MIELINA Os elétrons, quando saltam pela bainha de mielina, permitem a propagação muito mais rápido DOENÇAS DESMILIENIZANTES A mielina é degradada do axônio por um processo inflamatório que, posteriormente, pode levar à degeneração neuronal, sequela irreversível ENCEFALOMIELITE DISSEMINADA AGUDA (ADEM) Encefalopatia (alteração do estado mental) com déficits multifocais. Ocorre por reação imunológica cruzada em pacientes com provável pré-disposição genética e é, na maioria das vezes, pós infeccioso É, normalmente, monofásico (sem recorrências) e é mais comum em crianças Basicamente, ela seria o Guillain-Barré do SNC; o que muda é o tipo de antígeno e o tipo de sistema imunológico. Assim como esta doença, a ADEM é muito agressiva RESSONÂNCIA DA ADEM A: T2 Há áreas de edema e inflamação, que estão hiperintensas. Há preservação do córtex e muita lesão em substância branca B: T2 C: Flair Há acometimento total do tronco, de forma que o Glasgow está extremamente baixo. Há grande risco de sequela, se não tratado rápido OBS: As doenças desmililienizantes do SNC podem atacar, também, a mielina do nervo óptico DOENÇAS DESMILIENIZANTES DO SNC DIAGNÓSTICO Há aumento de linfócito e de proteína no líquor de pacientes acometidos pela ADEM. Esta é diferenciada da meningite, pois, caso bacteriana, tem- se aumento de neutrófilo, de proteína e consumo de glicose, e, caso viral, a diferenciação é feita por meio da RNM, pois padrão liquórico é parecido Ainda, a ADEM causa alterações extensas na medula, o que não é visto na meningite; e no líquor do Guillain-Barré, não há aumento de células, apenas de proteínas DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS Deve-se excluir, primeiro, causas infecciosas I: Meningoencefalite Infecciosa II: Neurosarcoidose III: Vasculite IV: Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva (LEMP) V: Neuro-Behçet VI: Esclerose Múltipla VII: Neuromielite Óptica SINTOMAS Rebaixamento do sensório progressivo e fraqueza muscular generalizada. Ainda, pode-se ter febre por resposta inflamatória OBS: Se recorrer o episódio, pensa- se em Neuromielite Ópitica e em Esclerose Múltipla TRATAMENTO I: Pulsoterapia com Metinprednisolona Se houver dúvida quanto possível etiologia infecciosa, não se deve prover Metinprednisolona até resolver a dúvida II: Imunoglobulina Humana Ajuda a modular a resposta imunológica descontrolada III: Plasmaférese OBS: Se houver dúvida no diagnóstico diferencial com encefalite herpética, iniciar Aciclovir empírico até descartar esse diagnóstico NEUROMIELITE ÓPTICA (NMO OU DOENÇA DE DEVIC) Lesão desmilienizante e axonal autoimune severa, com foco predominante em nervos ópticos e medula (mas podendo acometer todo SNC), e sendo 10 vezes mais frequente em mulheres Difere da EM pela evolução clínica e pela presenta de anticorpo anti aquaporina 4 (anti-NMO), que deve ser dosado em todos com doenças desmilinizantes. Ainda, possui surtos mais agressivos e com menor chance de recuperação quando comparado com EM RESSONÂNCIA DA NEUROMIELITE ÓPTICA Nesta, o líquor não está excessivamente inflamado e os focos de lesão nem sempre captam contraste simultaneamente (ADEM é sempre monofásica) DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS I: Esclerose Múltipla II: Colagenoses LES, Sjögren, Neuro-Behçet III: ADEM IV: Tumores OBS: Lembrar de descartar causas virais, colagenoses e medicamentosas. Se todas forem descartadas e o anti- NMO for negativo, deve-se acompanhar paciente por 2 anos, com RNMs de 6 em 6 meses TRATAMENTOS Tratamento Surto I: Pulsoterapia com Metilprednisolona II: Plasmaférese Tratamento Profilático I: Anticorpo Monoclonal Eculizumabe e Rituximabe, que é o usado na prática II: Outros imunossupressores Azatiprina e Micofenolato ESCLEROSE MÚLTIPLA Principal doença inflamatória desmilienizante autoimune do SNC Amplo espectro com formas leves a graves e grande variação de sintomatologia e evolução A fase inicial é inflamatória devido a linfócitos autoreativos. Há evolução para degeneração crônica devido a ativação microglial O padrão clássico é o remitente/recorrente, em que, se não há tratamento, os surtos acumulam desfuncionalidades EPIDEMIOLOGIA A hipovitaminose D tem relação com risco de desenvolvimento da esclerose múltipla, uma vez que esta vitamina tem papel na modulação neurológica. Ainda, existe pré-disposição genética, porém o seu peso é baixo. Parece que o gatilho para despertar a doença está mais associado ao Epstein barr. Posteriormente, os surtos não dependem mais deste agente SINAIS E SINTOMAS MAIS COMUNS Sintoma focal que acomete uma região específica do SNC sugere causa inflamatória RESSONÂNCIA DA ESCLEROSE MÚLTIPLA Em corte sagital, veem-se placas em chama de vela, que são perpendiculares ao corpo caloso. Estas são muito específicas à essa doença Há, ainda, lesões periventriculares perpendiculares e, geralmente, há acometimento de um nível medular posterior Se houver captação no padrão de T1 pós contraste, sugere-se a presença aguda da doença. Posteriormente a esta, a alteração se torna definitiva na ponderação T2 Deve-se realizar acompanhamento de 6 em 6 meses para verificar possível surgimento de uma nova lesão SÍNDROME CLÍNICA ISOLADA Primeiro surto desmilienizante no SNC ou nervo óptico, que não preenche critério para EM Deve-se investigar outras causas Risco de evoluir para EM em 10 anos: CIS já com lesão em RM: 60%; CIS sem lesão em RM: 20% OBS: Não se trata se for síndrome clínica isolada, apenas realiza-se o acompanhamento. Para ser classificada como esclerose, deve haver critério de recorrência CRITÉRIO DIAGNÓSTICO DE EM (McDONALD 2017) Tem que haver distribuição no tempo e no espaço Não há aumento de proteína total na EM, mas há faixa oligoclonais de proteínas (autoanticorpo), que pode ser utilizada para fechar critério Ainda, pode-se avaliar a partir de um sintoma com mais de uma lesão ou com um sintoma agudo acompanhado de cicatrizes prévias em outras regiões EXPANDED DISABILITY STATUS SCALE (EDSS) Quanto mais alto, maior a disfuncionalidade apresentada É possível a melhora do EDSS a partir de tratamento, dada a neuroplasticidade, uma vez que, a estrutura cerebral, caso estimulada repetitivamente, pode ser remodulada TRATAMENTOS Tratamento do Surto Pulsoterapia com Metilprednisolona Tratamento Modificador da Doença I: Beta Interferona II: Acetato de Glatirâmer III: Dimetil Furamato IV: Fingolimode V: Natalizumabe VI: Ocrelizumate Tratamento Adjuvante I: Vitamina D II: Atividade Física III: Suporte Psicológico IV: Gestão do Estresse V: Qualidade de Vida
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