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As primeiras indicações do desenvolvimento do sistema nervoso aparecem durante a terceira semana, já que a placa neural e o sulco neural se desenvolvem no aspecto posterior do embrião trilaminar → A notocorda e o mesênquima paraxial induzem o ectoderma subjacente a se diferenciar na placa neural → As moléculas de sinalização envolvem os membros da família do fator de crescimento transformante β, sonic hedgehog (SHH) e proteínas morfogênicas do osso (BMPs) O tubo neural se diferencia no SNC. A crista neural dá origem às células que formam a maior parte de SNP e SNA. A neurulação (formação da placa e do tubo neural) começa durante a quarta semana (22-23 dias) na região do quarto ao sexto pares de somitos → Nesse estágio, os dois terços craniais da placa e do tubo neural até o quarto par de somitos representam o futuro encéfalo, e o terço caudal da placa e do tubo representa a futura medula espinhal. A fusão das pregas neurais e a formação do tubo neural começa no quinto somito e prossegue nas direções cranial e caudal até que somente pequenas áreas do tubo permaneçam abertas em ambas as extremidades. O lúmen do tubo neural se torna o canal neural, o qual se comunica livremente com a cavidade amniótica. → A abertura cranial (neuroporo rostral) se fecha aproximadamente no 25° dia e o neuroporo caudal se fecha aproximadamente no 27° dia. → O fechamento dos neuroporos coincide com o estabelecimento da circulação vascular para o tubo neural → A proteína syndecan 4 (SDC4) e a proteína semelhante a van gogh-2 (VANGL2) parecem estar envolvidas com o fechamento do tubo neural. As células neuroprogenitoras da parede do tubo neural se espessam para formar o encéfalo e a medula espinhal O canal neural forma o sistema ventricular do encéfalo e o canal central da medula espinhal. A medula espinhal primordial se desenvolve da parte caudal da placa neural e da eminência caudal As paredes laterais do tubo neural se espessam, reduzindo gradualmente o tamanho do canal neural até somente um minúsculo canal central da medula espinhal existir na 9ª à 10ª semanas A sinalização do ácido retinoico é essencial no desenvolvimento da medula espinhal desde a padronização inicial até a neurogênese. Inicialmente, a parede do tubo neural é composta por um neuroepitélio espesso, colunar e pseudoestratificado, essas células neuroepiteliais constituem a zona ventricular (camada ependimária), que dá origem a todos os neurônios e células macrogliais (macróglia) da medula espinhal. Logo, a zona marginal composta pelas partes externas das células neuroepiteliais se torna gradualmente a substância branca da medula espinhal conforme os axônios se desenvolvem dos corpos das células nervosas da medula espinhal, dos gânglios espinhal e do encéfalo. Algumas células neuroepiteliais em divisão na zona ventricular se diferenciam nos neurônios primordiais, neuroblastos. → Essas células embrionárias formam uma zona intermediária (camada do manto) entre as zonas ventricular e marginal. Os neuroblastos se tornam neurônios conforme desenvolvem processos citoplasmáticos As células de suporte do SNC, chamadas glioblastos, diferenciam-se das células neuroepiteliais, principalmente após cessar a formação dos neuroblastos → Os glioblastos migram da zona ventricular para as zonas intermediária e marginal. → Alguns glioblastos se tornam astroblastos e posteriormente astrócitos, enquanto outros se tornam oligodendroblastos e finalmente oligodendrócitos Quando as células neuroepiteliais cessam a produção de neuroblastos e glioblastos, diferenciam-se em células ependimárias, que formam o epêndima, que recobre o canal central da medula espinhal → A sinalização SHH controla a proliferação, a sobrevivência e a padronização das células neuroepiteliais progenitoras regulando os fatores de transcrição GLI → A microglia invade o SNC mais tarde no período fetal após os vasos sanguíneos entrarem no SNC A proliferação e a diferenciação das células neuroepiteliais no desenvolvimento da medula espinhal produzem o espessamento das paredes e o adelgaçamento das placas do teto e do assoalho → O espessamento diferencial nas paredes laterais da medula espinhal produz precocemente um sulco longitudinal raso de cada lado, o sulco limitante (separa a parte dorsal (placa alar) da parte ventral (placa basal)) As placas alar e basal produzem protuberâncias longitudinais que se estendem através da maior parte do comprimento da medula espinhal em desenvolvimento → Essa separação regional é de importância fundamental porque as placas alar e basal posteriormente estarão associadas às funções aferente e eferente, respectivamente. Os corpos celulares nas placas alares formam as colunas dorsais cinzentas, que se estendem no comprimento da medula espinhal → Nas secções transversais da medula, essas colunas são os cornos cinzentos dorsais → Os neurônios nessas colunas constituem os núcleos aferentes e os grupos deles formam as colunas cinzentas dorsais Os corpos celulares nas placas basais formam as colunas cinzentas ventrais e laterais (cornos cinzentos ventrais e os cornos cinzentos laterais, respectivamente) → Axônios das células dos cornos ventrais crescem para fora da medula espinhal e formam as raízes ventrais dos nervos espinhais Conforme as placas basais aumentam, elas formam uma protuberância ventralmente em cada lado do plano mediano, formando-se o septo mediano ventral, e um sulco longitudinal profundo (fissura mediana ventral) se desenvolve na superfície ventral da medula espinhal. Desenvolvimento dos Gânglios Espinais Os neurônios unipolares dos gânglios espinais (gânglios da raiz dorsal) são derivados das células da crista neural Os axônios das células nos gânglios espinhais são primeiramente bipolares, mas precocemente os dois processos se unem em formato de T Ambos os processos nas células dos gânglios espinhais apresentam as características estruturais de axônios, mas o processo periférico é um dendrito no qual há condução em direção ao corpo celular. → Os processos periféricos das células dos gânglios espinhais passam nos nervos espinhais às terminações sensoriais nas estruturas somáticas ou viscerais → Os processos centrais entram na medula espinhal e constituem as raízes dorsais dos nervos espinhais Desenvolvimento das Meninges Espinhais As meninges se desenvolvem das células da crista neural e do mesênquima entre o 20° e o 35° dias → As células migram para circundar o tubo neural e formam as meninges primordiais A camada externa dessas membranas se espessa para formar a dura-máter, e a camada interna, a pia-aracnoide, é composta pela pia-máter e aracnoide-máter. → A origem da pia-máter e aracnóidea partir de uma camada única é indicada no adulto pelas trabéculas aracnoides, as quais são numerosas fibras de tecido conjuntivo que passam entre a pia e a aracnoide → O líquido cerebrospinhal (LCE) começa a se formar durante a quinta semana. Mudanças na Posição da Medula espinhal A medula espinhal no embrião se estende inteira no comprimento do canal vertebral Os nervos espinhais passam através dos forames intervertebrais opostos ao seu nível de origem → Em razão da coluna vertebral e a dura- máter crescerem mais rápido do que a medula espinhal, essa relação da posição dos nervos espinhais não persiste A extremidade caudal da medula espinhal nos fetos gradualmente se posiciona em níveis relativamente mais altos → Em um feto de 24 semanas, posiciona-se no nível da primeira vértebra sacral → A medula espinhal em neonatos termina no nível da segunda ou terceira vértebra lombar → Em adultos, a medula geralmente termina no limite inferior da primeira vértebra lombar As raízes dos nervos espinhais, especialmente aqueles dos segmentos lombar e sacral, percorrem obliquamente a medula espinhal no nívelcorrespondente da coluna vertebral → As raízes dos nervos inferiores à extremidade da medula (cone medular) formam um feixe de raízes de nervos espinhais chamada de cauda equina, que se originam de um alargamento lombossacral (intumescência) e do cone medular da medula espinhal Embora a dura-máter e a aracnoide usualmente terminem na vértebra S2 em adultos, a pia-máter não → Distal à extremidade caudal da medula espinhal, a pia-máter forma um feixe fibroso longo, o filamento terminal, que indica o nível de origem da extremidade caudal da medula espinhal embrionária → O filamento se estende do cone medular e se liga ao periósteo da primeira vértebra coccígea Mielinização das Fibras Nervosas As bainhas de mielina ao redor das fibras nervosas na medula espinhal começam a se formar na fase final do período fetal e continuam a ser formadas durante o primeiro ano pós-natal → As integrinas-β1 regulam esse processo Os tratos das fibras se tornam funcionais aproximadamente no período em que se tornam mielinizados → As raízes motoras são mielinizadas antes das raízes sensoriais. As bainhas de mielina ao redor das fibras nervosas na medula espinhal são formadas por oligodendrócitos → As membranas plasmáticas dessas células se envolvem ao redor do axônio, formando diversas camadas → A proteína profilina 1 (PFN1) é essencial na polimerização dos microfilamentos que promovem as mudanças no citoesqueleto dos oligodendrócitos O encéfalo começa a se desenvolver durante a terceira semana, quando a placa e o tubo neural estão se desenvolvendo do neuroectoderma As células neuroprogenitoras proliferam, migram e se diferenciam para formar áreas específicas do encéfalo A fusão das pregas neurais na região cranial e o fechamento do neuroporo rostral formam três vesículas encefálicas primárias, das quais se desenvolve o encéfalo: • Prosencéfalo (encéfalo anterior). • Mesencéfalo (encéfalo médio). • Rombencéfalo (encéfalo posterior). Durante a quinta semana, o prosencéfalo se divide parcialmente em duas vesículas encefálicas secundárias, o telencéfalo e o diencéfalo; o mesencéfalo não se divide. O rombencéfalo se divide parcialmente em duas vesículas, o metencéfalo e o mielencéfalo. Consequentemente, há cinco vesículas encefálicas secundárias. Flexuras Encefálicas Durante a quinta semana, o encéfalo embrionário cresce rapidamente e se curva ventralmente com o dobramento da cabeça → A curvatura produz a flexura do mesencéfalo na região do mesencéfalo e a flexura cervical na junção do rombencéfalo e da medula espinhal Posteriormente, o crescimento desigual do encéfalo entre essas flexuras produz a flexura pontina na direção oposta → Essa flexura resulta no adelgaçamento do cume do teto do rombencéfalo Inicialmente, o encéfalo primordial tem as mesmas estruturas básicas como a medula espinhal em desenvolvimento → Entretanto, as flexuras do encéfalo produzem variação considerável no contorno das secções transversais em diferentes níveis do encéfalo e na posição das substâncias cinzenta e branca → O sulco limitante se estende cranialmente na junção do mesencéfalo e prosencéfalo, e as placas alar e basal são reconhecíveis somente no mesencéfalo e rombencéfalo Rombencéfalo A flexura cervical demarca a divisão do rombencéfalo da medula espinhal Posteriormente, essa junção é arbitrariamente definida como o nível da raiz superior do primeiro nervo cervical, que está localizado grosseiramente no forame magno A flexura pontina, localizada na futura região pontina, divide o rombencéfalo nas partes caudal (mielencéfalo) e rostral (metencéfalo). → O mielencéfalo se torna o bulbo, e o metencéfalo se torna a ponte e o cerebelo → A cavidade do rombencéfalo se torna o quarto ventrículo e o canal central do bulbo Mielencéfalo A parte caudal do mielencéfalo (parte fechada do bulbo) se assemelha à medula espinhal, tanto no seu desenvolvimento quanto na sua estrutura O canal neural do tubo neural forma o pequeno canal central do mielencéfalo Ao contrário daqueles da medula espinhal, os neuroblastos das placas alares no mielencéfalo migram para a zona marginal e formam áreas isoladas de substância cinzenta: o núcleo grácil medialmente e o núcleo cuneiforme lateralmente → Esses núcleos estão associados a tratos nervosos com nomes correspondentes que entram no bulbo a partir da medula espinhal A área ventral do bulbo contém um par de feixes de fibras (as pirâmides) que consistem em fibras descendentes corticoespinhais oriundas do córtex cerebral em desenvolvimento A parte rostral do mielencéfalo (parte aberta do bulbo) é ampla e bastante plana, especialmente em frente à flexura pontina A flexura pontina faz com que as paredes laterais do bulbo se movam lateralmente como as páginas de um livro aberto, como resultado, a placa de teto é esticada e muito adelgaçada Conforme as paredes do bulbo se movem lateralmente, as placas alares se tornam laterais às placas basais → Como as posições das placas se alteram, o núcleo motor se desenvolve medialmente ao núcleo sensorial. Os neuroblastos nas placas basais do bulbo, como aqueles na medula espinhal, desenvolvem-se em neurônios motores Os neuroblastos formam núcleos (grupos de células nervosas) e se organizam em três colunas de cada lado. Do sentido medial ao lateral, as colunas são denominadas conforme segue: • Eferente somático geral, representados pelos neurônios do nervo hipoglosso. • Eferente visceral especial, representado pelos neurônios que inervam os músculos derivados dos arcos faríngeos • Eferente visceral geral, representado por alguns neurônios dos nervos vago e glossofaríngeo Os neuroblastos das placas alares do bulbo formam os neurônios que são arranjados em quatro colunas de cada lado. Do sentido medial para o lateral, as colunas são denominadas conforme segue: • Aferente visceral geral, que recebe impulsos das vísceras. • Aferente visceral especial, que recebe fibras gustativas. • Aferente somático geral, que recebe impulsos da superfície da cabeça. • Aferente somático especial, que recebe impulsos da orelha. → Alguns neuroblastos das placas alares migram ventralmente e formam os neurônios do núcleo olivar Metencéfalo As paredes do metencéfalo formam a ponte e o cerebelo, e a cavidade do metencéfalo forma a parte superior do quarto ventrículo Como na porção rostral do mielencéfalo, a flexura pontina causa divergência das paredes laterais da ponte, que espalha a substância cinzenta no assoalho do quarto ventrículo Como no mielencéfalo, os neuroblastos em cada placa basal se desenvolvem nos núcleos motores e se organizam em três colunas de cada lado. O cerebelo se desenvolve de espessamentos das partes dorsais das placas alares. → Inicialmente, as intumescências cerebelares se projetam no quarto ventrículo → Conforme as intumescências aumentam e se fundem no plano mediano, encobrem a metade rostral do quarto ventrículo e se sobrepõem à ponte e ao bulbo. Alguns neuroblastos na zona intermediária das placas alares migram para a zona marginal e se diferenciam nos neurônios do córtex cerebelar. Outros neuroblastos dessas placas originam os núcleos centrais, o maior dos quais é o núcleo denteado As células das placas alares também originam os núcleos pontinos, cocleares e vestibulares, e o núcleo sensorial do nervo trigêmeo. A estrutura do cerebelo reflete seu desenvolvimento filogenético (evolucionário): • O arquicerebelo, a parte filogeneticamente mais antiga, tem conexões com o aparelho vestibular, especialmente o vestíbulo da orelha. • O paleocerebelo, de desenvolvimento mais recente, está associado à informação sensorial dos membros. • O neocerebelo, a parte filogeneticamente mais nova, está relacionado com o controle seletivo dos movimentos dos membros. As fibras nervosas que conectam oscórtices cerebral e cerebelar com a medula espinhal passam pela camada marginal da região ventral do metencéfalo → Essa região do tronco encefálico é a ponte por causa da banda robusta de fibras nervosas que cruza o plano mediano e forma uma saliência volumosa nos seus aspectos anterior e lateral. O assoalho delgado do quarto ventrículo é coberto externamente pela pia-máter, que é derivada do mesênquima associado ao rombencéfalo → Essa membrana vascular, em conjunto com o teto ependimário, forma a tela corióidea, uma lâmina da pia que cobre a parte inferior do quarto ventrículo Por causa da proliferação ativa da pia, a tela corióidea invagina-se no quarto ventrículo, e se diferencia no plexo corióideo, invaginações de artérias corióides da pia → Plexos similares se desenvolvem no teto do terceiro ventrículo e nas paredes mediais dos ventrículos laterais. O plexo corióideo secreta o líquido ventricular, que se torna o LCE já que adições são feitas a ele nas superfícies do encéfalo, da medula espinhal e da camada pia-aracnoide das meninges → Vários morfógenos sinalizadores são encontrados no LCE e no plexo corióideo que são necessários para o desenvolvimento do encéfalo. O teto delgado do quarto ventrículo se evagina em três localizações → Essas evaginações se rompem para formar aberturas, as aberturas mediana e lateral (forame de Magendie e forame de Luschka, respectivamente), que permitem que o LCE entre no espaço subaracnóideo do quarto ventrículo Moléculas neurogênicas específicas (p. ex., ácido retinoico) controlam a proliferação e a diferenciação das células neuroprogenitoras → O revestimento epitelial do plexo corióideo é derivado do neuroepitélio, enquanto o estroma se desenvolve das células mesenquimais. O local principal de absorção do LCE no sistema venoso é através das vilosidades aracnoides, que são protrusões da aracnoide-máter nos seios venosos durais (grandes canais venosos entre as camadas da dura-máter) Mesencéfalo O mesencéfalo (encéfalo médio) sofre menos alterações do que as outras partes do encéfalo em desenvolvimento O canal neural se estreita e se torna o aqueduto cerebral, um canal que conecta o terceiro e o quarto ventrículos. Neuroblastos migram das placas alares do mesencéfalo para o teto e se agregam para formar quatro grandes grupos de neurônios, os colículos superior e inferior pareados, que são relacionados com os reflexos visual e auditivo, respectivamente Os neuroblastos das placas basais podem dar origem a grupos de neurônios do tegumento do mesencéfalo (núcleo rubro, núcleos do terceiro e quarto nervos cranianos e núcleo reticular) A substância negra, uma ampla camada de substância cinzenta adjacente ao crus cerebri também pode se diferenciar da placa basal; → As fibras em crescimento do cérebro formam a crus cerebri (pedúnculos cerebrais) anteriormente Os pedúnculos se tornam progressivamente mais proeminentes conforme os grupos de fibras descendentes (corticopontino, corticobulbar e corticospinal) passam através do mesencéfalo em desenvolvimento no seu caminho ao tronco cerebral e a medula espinhal. Prosencéfalo Conforme ocorre o fechamento do neuroporo rostral, surgem duas protuberâncias laterais (vesículas ópticas), uma de cada lado do prosencéfalo → Essas vesículas são o primórdio da retina e dos nervos ópticos Um segundo par de divertículos, as vesículas telencefálicas, logo surgem mais dorsal e rostralmente. → Eles são os primórdios dos hemisférios cerebrais, e suas cavidades se tornam os ventrículos laterais A parte rostral (anterior) do prosencéfalo, incluindo os primórdios dos hemisférios cerebrais, é o telencéfalo; a parte caudal (posterior) do prosencéfalo é o diencéfalo. → As cavidades do telencéfalo e do diencéfalo contribuem para a formação do 3° ventrículo (do diencéfalo contribui +) Diencéfalo Três intumescências se desenvolvem nas paredes laterais do terceiro ventrículo, que se tornam o tálamo, o hipotálamo e o epitálamo O tálamo é separado do epitálamo pelo sulco epitalâmico e do hipotálamo pelo sulco hipotalâmico → Esse último sulco não é uma continuação do sulco limitante no prosencéfalo, e não é uma estrutura que divide as áreas sensorial e motora O tálamo (massa ovoide e extensa de substância cinzenta) se desenvolve rapidamente de cada lado do terceiro ventrículo e torna-se saliente em sua cavidade → Os tálamos se encontram e se fundem na linha mediana em 70% dos encéfalos, formando uma ponte de substância cinzenta através do terceiro ventrículo, que é a adesão intertalâmica; a ponte está ausente em cerca de 20% dos encéfalos. O hipotálamo se origina pela proliferação de neuroblastos na zona intermediária das paredes diencefálicas, ventral ao sulco hipotalâmico → A expressão diferencial da sinalização de Wnt/β-catenina está envolvida na padronização do hipotálamo Posteriormente, desenvolvem-se núcleos envolvidos em atividades endócrinas e homeostase → Um par de núcleos forma intumescências do tamanho de uma ervilha (corpos mamilares) na superfície ventral do hipotálamo O epitálamo se desenvolve do teto e da porção dorsal da parede lateral dos diencéfalos → No início, as intumescências epitalâmicas são grandes, mas depois diminuem de tamanho A glândula pineal (corpo pineal) se desenvolve como um divertículo mediano da parte caudal do teto do diencéfalo → A proliferação de células em suas paredes logo se converte em uma glândula sólida e cônica. A hipófise tem origem ectodérmica → A sinalização da via de Notch foi implicada na proliferação e diferenciação das células progenitoras hipofisárias. A hipófise se desenvolve de duas fontes: → O desenvolvimento do teto ectodérmico de estomodeu, o divertículo hipofisário (bolsa de Rathke). → Uma invaginação do neuroectoderma do diencéfalo, o divertículo neuro-hipofisário. Essa origem dupla explica porque a hipófise é composta por dois tipos diferentes de tecidos: • A adeno-hipófise (tecido glandular), ou lobo anterior, desenvolve-se a partir do ectoderma oral. • A neuro-hipófise (tecido nervoso), ou lobo posterior, desenvolve-se a partir do neuroectoderma. Na terceira semana, o divertículo hipofisário se projeta do teto do estomodeu e fica adjacente ao assoalho (parede ventral) do diencéfalo Pela quinta semana, o divertículo é alongado e sofre constrição em sua ligação ao epitélio oral. → Nesse estágio, ele entra em contato com o infundíbulo, uma invaginação ventral do diencéfalo → O pedúnculo do divertículo hipofisário passa entre os centros de condrificação dos ossos pré-esfenoide e basisfenoide do crânio em desenvolvimento. Durante a sexta semana, a conexão do divertículo com a cavidade oral se degenera → As células da parede anterior do divertículo hipofisário se proliferam e originam a parte anterior da hipófise → Posteriormente, uma extensão, a parte tuberal, cresce ao redor do infundíbulo → A proliferação extensa da parede anterior do divertículo hipofisário reduz sua luz para uma fenda estreita → A fenda residual usualmente não é reconhecível na hipófise em adultos; → Células na parede posterior da bolsa hipofisária não proliferam; originam uma parte intermediária delgada e mal definida. A parte da hipófise que se desenvolve do neuroectoderma (divertículo neuro-hipofisário) é a neuro-hipófise O infundíbulo origina a eminência mediana, o infundíbulo e a parte nervosa → Inicialmente, as paredes do infundíbulo são delgadas, mas a extremidade distal do infundíbulo logo se torna sólida conforme as células neuroepiteliais proliferam → Essas células posteriormente se diferenciam em pituicitos, as células principais do lobo posterior da hipófise, que estão intimamente relacionadas com as células neurogliais → As fibras nervosas se desenvolvem na parte nervosa da área hipotalâmica, à qual o infundíbulo é ligado Estudosindicam que as moléculas indutoras secretadas (p. ex., FGF8, BMP4 e WNT5A) do diencéfalo estão envolvidas na formação dos lobos anterior e intermediário da hipófise → O gene LHX2 homeobox LIM parece controlar o desenvolvimento do lobo posterior. O telencéfalo consiste em uma parte média e dois divertículos laterais, as vesículas cerebrais (primórdios dos hemisférios cerebrais) → A cavidade da porção média do telencéfalo forma a extremidade da parte anterior do terceiro ventrículo → Em princípio, os hemisférios cerebrais estão em ampla comunicação com a cavidade do terceiro ventrículo através do forame interventricular Ao longo da fissura corióidea, parte da parede medial dos hemisférios cerebrais em desenvolvimento se torna delgada. → Inicialmente, essa porção ependimária se encontra no teto do hemisfério e é contínua com o teto ependimário do terceiro ventrículo. → Posteriormente, o plexo corióideo dos ventrículos laterais se forma neste local. Conforme os hemisférios cerebrais se expandem, cobrem sucessivamente o diencéfalo, o mesencéfalo e o rombencéfalo Os hemisférios eventualmente se encontram na linha média, e suas superfícies mediais se tornam achatadas O mesênquima aderido na fissura longitudinal entre eles origina a foice cerebral (falx cerebri), uma dobra mediana da dura-máter. O corpo estriado aparece durante a sexta semana como uma intumescência proeminente no assoalho de cada hemisfério cerebral O assoalho de cada hemisfério se expande mais vagarosamente do que suas paredes corticais delgadas, pois contém o corpo estriado bastante amplo, e os hemisférios cerebrais se tornam em formato de C → O crescimento e a curvatura dos hemisférios cerebrais afetam o formato dos ventrículos laterais. Eles se tornam cavidades em formato de C preenchidas por LCE A extremidade caudal de cada hemisfério se curva ventralmente e então rostralmente, formando o lobo temporal; ao fazê-lo, traz o ventrículo lateral (formando seu corno temporal) e a fissura corióidea com ele A parede medial delgada do hemisfério é invaginada ao longo da fissura corióidea pela pia- máter vascular para formar o plexo corióideo do corno temporal. Conforme o córtex cerebral se diferencia, as fibras que percorrem de e para ele passam através do corpo estriado e o dividem em núcleos caudado e lentiforme → Essa via de fibras (cápsula interna) se torna em formato de C conforme os hemisférios assumem este formato → O núcleo caudado se torna alongado e em formato de C, em conformidade com o contorno do ventrículo lateral → Sua cabeça em formato de pera e corpo alongado encontra-se no assoalho do corno frontal e no corpo do ventrículo lateral, enquanto sua cauda faz uma volta em formato de U para alcançar o assoalho do corno temporal ou inferior. Conforme o córtex cerebral se desenvolve, grupos de fibras nervosas (comissuras) se conectam a áreas correspondentes dos hemisférios cerebrais umas com as outras → A mais importante destas comissuras cruza a lâmina terminal, que é a extremidade rostral (anterior) do prosencéfalo → Essa lâmina se estende do teto do diencéfalo ao quiasma óptico (cruzamento das fibras do nervo óptico). A lâmina terminal é a via natural de um dos hemisférios ao outro. As primeiras comissuras a se formarem são a comissura anterior e a comissura hipocampal → São pequenos feixes de fibras que filogeneticamente conectam partes mais antigas do encéfalo → A comissura anterior conecta o bulbo olfatório e áreas relacionadas de um hemisfério com aquelas do lado oposto → A comissura hipocampal conecta as formações hipocampais. A maior comissura cerebral é o corpo caloso, que conecta áreas neocorticais → O corpo caloso inicialmente se situa na lâmina terminal, mas são adicionadas fibras a ele conforme o córtex aumenta, e gradualmente se estende além da lâmina terminal → O restante da lâmina terminal se situa entre o corpo caloso e o fórnice → Ela torna-se estirada para formar o septo pelúcido, uma placa delgada de tecido cerebral que contém células nervosas e fibras. → Ao nascimento, o corpo caloso estende-se sobre o teto do diencéfalo O quiasma óptico, que se desenvolve na parte ventral da lâmina terminal, consiste em fibras das metades medianas da retina (camada da parte de trás do globo ocular que é sensível à luz) que cruzam para se juntar ao trato óptico no lado oposto. As paredes dos hemisférios cerebrais em desenvolvimento inicialmente mostram três zonas típicas do tubo neural: ventricular, intermediária e marginal; posteriormente, aparece uma quarta, a zona subventricular → Células da zona intermediária migram à zona marginal e dão origem às camadas corticais → A substância cinzenta está localizada perifericamente, e os axônios de seus corpos celulares passam centralmente para formar um grande volume de substância branca (centro medular). Inicialmente, a superfície dos hemisférios cerebrais é lisa; entretanto, conforme o crescimento ocorre, desenvolvem-se os sulcos entre os giros → Os giros ocorrem por movimentos do córtex cerebral → Os sulcos e giros permitem um aumento considerável da área de superfície do córtex cerebral sem a exigência de um aumento extenso do tamanho do neurocrânio. Conforme cada hemisfério cerebral cresce, o córtex que recobre a superfície externa do corpo estriado cresce relativamente mais devagar e logo é coberto. Esse córtex recoberto, oculto da visão na profundidade do sulco lateral do hemisfério cerebral, é a ínsula Figura 1 - hipofise Figura 2 - desenvolvimento dos sulcos e giros
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