Buscar

DIREITO CONSTITUCIONAL - RESUMO - DIREITOS FUNDAMENTAIS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1. DIREITO CONSTITUCIONAL III 
 
1.1. DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
1.1.1 História, evolução e conceito 
 
A questão a respeito dos direitos fundamentais remonta às revoluções ocorridas nos 
primeiros anos da Modernidade, principalmente no contexto da burguesia inglesa, a 
qual esperava manter seus privilégios. Assim, é possível afirmar que os direitos 
fundamentais estão atrelados a uma estrutura política histórica, a ser integrada na 
comunidade, de modo que sua existência guarda relação com o reconhecimento de 
uma esfera de poder1. Sob essa ótica, também é correto dizer que se tratam de um 
produto originado a partir da concatenação de diversos fenômenos sociais, a qual 
permitiu a fusão de várias fontes diversas de princípios2. 
 
Em razão disso, os direitos fundamentais devem, necessariamente, ser estudados 
sob a ótica da construção do Estado e da formação da sociedade. Sobre o assunto, 
Bobbio apontava que era nítido na evolução da tradição jurídica a soberania estatal 
na produção de normas jurídicas3. Associado a isso, temos as teorias 
contratualistas, as quais apontavam que o homem abdicara de seu estado de 
natureza a fim de entregar a um pequeno grupo de homens, ou até mesmo a apenas 
um homem, o dever de governar a comunidade, garantindo a paz e a defesa 
comum4. 
 
 
1 SANTOS, José Paulo Schneider; MORAIS, Fausto Santos. Direitos Fundamentais: características 
histórico-conceituais. Revista de Direitos Humanos Fundamentais, ano 15, n. 2, p. 67-83 
2 MORAES, Alexandre. Direitos Humanos Fundamentais. São Paulo: Grupo GEN, 2021. E-book. 
ISBN 9788597026825. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597026825/. Acesso em: 25 set. 2022. 
3 BOBBIO, Norberto. Teoria do ordenamento jurídico. Trad. de Maria Celeste Cordeiro Leite dos 
Santos. 10. ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1999. 
4 HOBBES, Thomas. Leviatã ou Matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil. trad. 
João Paulo Monteiro e Maria Beatriz da Silva. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. 
Os primeiros direitos individuais são datados do Antigo Egito, a partir da edição do 
Código de Hammurabi, o qual já previa direitos como a vida, a liberdade, a 
propriedade e a honra5. 
 
Entretanto, a relação entre homem e Estado não poderia ocorrer de forma neutra e 
crua, sem qualquer intervenção jurídica, ante a clara disparidade entre ambos. Isso 
passou a ser constatado por diversos filósofos e juristas, em especial aqueles 
atrelados à burguesia e aos ideais Iluministas, durante o século XVII e XVIII6. A partir 
da evolução destes pensamentos, entendeu-se que o Estado-soberano era, de certa 
forma, prejudicial, de forma que teorias a respeito do fortalecimento e legitimação 
dos direitos com o fim de afastar os arbítrios estatais foram desenvolvidas7. Esses 
ideais evoluíram para o que entendemos como democracia contemporânea, a qual 
pressupõe a limitação do poder estatal8. 
 
Foi neste contexto que surgiram documentos importantes, como a Magna Carta, em 
1215, a qual estabeleceu direitos civil básicos, como o habeas corpus. Mais a frente, 
tivemos as declarações inglesas: Petition of Rights, Habeas Corpus Acts e Bill Of 
Rights, dentre outras, as quais influenciaram fortemente no reconhecimento das 
garantias e dos direitos do homem9. Entretanto, nenhuma delas foi o suficiente para 
o reconhecimento dos direitos fundamentais, vez que não vinculavam o parlamento 
inglês, não sendo o suficiente para garantir a estabilidade das liberdades e garantias 
dela emanadas10. 
 
5 MORAES, Alexandre. Direitos Humanos Fundamentais. São Paulo: Grupo GEN, 2021. E-book. 
ISBN 9788597026825. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597026825/. Acesso em: 25 set. 2022. 
6 CALDEIRA, Giovana Crepaldi. Revolução Francesa e a Declaração dos Direitos do Homem e do 
Cidadão. p. 2-3. Disponível em: . Acessado em 25 de setembro de 2022. 
7 SANTOS, José Paulo Schneider; MORAIS, Fausto Santos. Direitos Fundamentais: características 
histórico-conceituais. Revista de Direitos Humanos Fundamentais, ano 15, n. 2, p. 67-83. 
Disponível em: 
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_
produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/fieo03.pdf. Acesso em 25 de setembro de 2022. 
8 MORAES, Alexandre. Direitos Humanos Fundamentais. São Paulo: Grupo GEN, 2021. E-book. 
ISBN 9788597026825. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597026825/. Acesso em: 25 set. 2022. 
9 SANTOS, José Paulo Schneider; MORAIS, Fausto Santos. Direitos Fundamentais: características 
histórico-conceituais. Revista de Direitos Humanos Fundamentais, ano 15, n. 2, p. 67-83. 
Disponível em: 
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_
produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/fieo03.pdf. Acesso em 25 de setembro de 2022. 
10 SANTOS, José Paulo Schneider; MORAIS, Fausto Santos. Direitos Fundamentais: características 
histórico-conceituais. Revista de Direitos Humanos Fundamentais, ano 15, n. 2, p. 67-83. 
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/fieo03.pdf
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/fieo03.pdf
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/fieo03.pdf
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/fieo03.pdf
 
Foi a partir da Revolução Americana que este paradigma começou a ser modificado. 
Isso porque, a partir da Declaração do Povo da Virgínia e a Declaração Universal do 
Homem e do Cidadão, ocorreram transformações significativas nos direitos à 
liberdade para que fossem considerados plenos direitos fundamentais 
constitucionais, sendo a eles atribuídos os caráteres de universalidade e a 
supremacia, podendo-se, então, falar em vinculação estatal11. 
 
Hoje, entende-se que os direitos humanos antecedem o Estado, possuindo uma 
característica universal e extrapositiva, sendo o Estado uma condição essencial para 
a existência desses direitos12. 
 
Com relação à sua conceituação, acredita-se que, latu sensu, tratar-se-ão de direitos 
constitucionalmente positivados, ou seja, direitos aplicáveis internamente13. Neste 
aspecto, seriam diferentes dos direitos humanos, vez que estes são aqueles 
aplicáveis em um nível internacional. Entretanto, a conceituação deste termo é de 
extrema complexidade, à medida em que se trata de um verbete construído 
historicamente14. Neste sentido, “a ampliação e transformação dos direitos 
fundamentais do homem no envolver histórico dificulta definir-lhes um conceito 
sintético e preciso”15. 
 
Disponível em: 
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_
produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/fieo03.pdf. Acesso em 25 de setembro de 2022. 
11 SANTOS, José Paulo Schneider; MORAIS, Fausto Santos. Direitos Fundamentais: características 
histórico-conceituais. Revista de Direitos Humanos Fundamentais, ano 15, n. 2, p. 67-83. 
Disponível em: 
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_
produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/fieo03.pdf. Acesso em 25 de setembro de 2022. 
12 SANTOS, José Paulo Schneider; MORAIS, Fausto Santos. Direitos Fundamentais: características 
histórico-conceituais. Revista de Direitos Humanos Fundamentais, ano 15, n. 2, p. 67-83. 
Disponível em: 
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_
produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/fieo03.pdf. Acesso em 25 de setembro de 2022. 
13 SANTOS, José Paulo Schneider; MORAIS, Fausto Santos. Direitos Fundamentais: característicashistórico-conceituais. Revista de Direitos Humanos Fundamentais, ano 15, n. 2, p. 67-83. 
Disponível em: 
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_
produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/fieo03.pdf. Acesso em 25 de setembro de 2022. 
14 MORAES, Alexandre. Direitos Humanos Fundamentais. São Paulo: Grupo GEN, 2021. E-book. 
ISBN 9788597026825. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597026825/. Acesso em: 25 set. 2022. 
15 SILVA, José Afonso. Comentários à Constituição Federal. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 
1997 
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/fieo03.pdf
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/fieo03.pdf
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/fieo03.pdf
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/fieo03.pdf
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/fieo03.pdf
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/fieo03.pdf
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/fieo03.pdf
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/fieo03.pdf
Não obstante a isso, é importante se ter em mente que as concepções a respeito 
dos direitos fundamentais devem estar atreladas às garantias de que o Estado não 
interfira de forma abusiva nas esferas individuais, bem como consagre a dignidade 
humana, por meio de um reconhecimento constitucional16. 
 
Logo, é possível perceber um aspecto importante dos direitos fundamentais: a 
própria existência de uma Constituição. Esta, por sua vez, é conceituada como um 
instrumento de poder político, a qual se relaciona com preceitos jurídicos 
relacionados à estrutura estatal17. Trata-se, na verdade, de um conjunto de normas 
jurídicas que organizam o poder e seus órgãos, bem como delimita a atuação dos 
agentes políticos e assegura direitos e garantias individuais e coletivas18. 
 
Mas é importante ressaltar que a noção de direitos fundamentais é ainda mais antiga 
que a noção de constitucionalismo, vez que esta noção apenas surgiu com o fim de 
esculpir um rol mínimo de direitos em um documento escrito e acessível, derivado da 
vontade popular19. 
 
As constituições, a partir do século XVIII, passaram a ser vistas como instrumento 
fundante dos governos e dos sistemas jurídicos estatais. Segundo Alexandre de 
Moraes, representou não somente a mera enunciação formal dos princípios 
relacionados aos direitos fundamentais, como também a plena positivação de 
direitos, “a partir dos quais qualquer indivíduo poderá exigir sua tutela perante o 
Poder Judiciário para a concretização da democracia”20. 
 
 
16 MORAES, Alexandre. Direitos Humanos Fundamentais. São Paulo: Grupo GEN, 2021. E-book. 
ISBN 9788597026825. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597026825/. Acesso em: 25 set. 2022. 
17 SIDOU, J. M. Othon. Dicionário Jurídico: Academia Brasileira de Letras Jurídicas. 11ª ed. Rio 
de Janeiro: Forense, 2016. p. 253-254. Disponível em: < 
https://forumturbo.org/wpcontent/uploads/wpforo/attachments/2/2551-Dicionario-Juridico-J-M-Othon-
Sidou-2016.pdf>. Acessado em 25 de setembro de 2022 
18 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 25ª ed. São Paulo: Malheiros 
Editores, 2005. p. 43. Disponível em: . Acessado em 25 de setembro de 2022. 
19 MORAES, Alexandre. Direitos Humanos Fundamentais. São Paulo: Grupo GEN, 2021. E-book. 
ISBN 9788597026825. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597026825/. Acesso em: 25 set. 2022. 
20 MORAES, Alexandre. Direitos Humanos Fundamentais. São Paulo: Grupo GEN, 2021. E-book. 
ISBN 9788597026825. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597026825/. Acesso em: 25 set. 2022. 
Neste contexto, conceituam-se os direitos fundamentais como “conjunto 
institucionalizado de direitos e garantias do ser humano que tem por finalidade 
básica o respeito a sua dignidade, por meio da sua proteção contra o arbítrio do 
poder estatal”21. Não apenas isso, como reconhece-se a importância dos direitos 
fundamentais para “o estabelecimento de condições mínimas de vida e 
desenvolvimento da personalidade humana”22. 
 
1.1.2 Interpretação da norma constitucional e a aplicação dos direitos 
fundamentais 
 
O ramo jurídico responsável pela interpretação da norma é precipuamente a 
hermenêutica jurídica. Segundo Vicente Rao, este ramo tem por objeto a 
investigação e a coordenação sistemática dos princípios científicos e leis 
decorrentes deles, os quais disciplinam a apuração do conteúdo, do sentido e dos 
fins das normas jurídicas23. 
 
Para que a hermenêutica se debruçasse sobre as normas constitucionais, 
desenvolveu-se uma teoria especialmente para isso, a qual evoluiu a parir da 
segunda metade do século XX24. 
 
Com relação à interpretação da norma constitucional, a hermenêutica aponta que 
que a Constituição Federal deverá sempre ser interpretada, vez que é apenas por 
meio do cotejo entre a letra do texto e suas características histórias que poderão ser 
dela extraídos os significados e sentidos que melhores se aplicam ao ordenamento 
jurídico25. 
 
 
21 MORAES, Alexandre. Direitos Humanos Fundamentais. São Paulo: Grupo GEN, 2021. E-book. 
ISBN 9788597026825. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597026825/. Acesso em: 25 set. 2022. 
22 MORAES, Alexandre. Direitos Humanos Fundamentais. São Paulo: Grupo GEN, 2021. E-book. 
ISBN 9788597026825. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597026825/. Acesso em: 25 set. 2022. 
23 RAO, Vicente. O direito e a vida dos direitos. São Paulo: Max Limonad, 1952. v. 2 
24 PEREIRA, Jane Reis G. Interpretação constitucional e direitos fundamentais. São Paulo: 
Editora Saraiva, 2017. E-book. ISBN 9788553600281. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553600281/. Acesso em: 25 set. 2022. 
25 MORAES, Alexandre. Direitos Humanos Fundamentais. São Paulo: Grupo GEN, 2021. E-book. 
ISBN 9788597026825. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597026825/. Acesso em: 25 set. 2022. 
Hoje, reconhece-se que a aplicação das normas constitucionais devem ser 
analisadas sob a ótica do caso concreto de forma independente, considerando, 
ainda, a relação hierárquica entre as normas constitucionais e as 
infraconstitucionais26. 
 
Segundo Pedro Lenza, um princípio importante a ser adotado no que tange à 
aplicação de tal norma e à sua interpretação deve ser o princípio da eficiência, sob o 
aspecto de que a norma constitucional, ao ser aplicada, deve possuir a mais ampla 
efetividade social27. Entretanto, é preciso se ater à algumas noções a respeito das 
próprias características dos direitos fundamentais, quais sejam a efetividade, a 
historicidade, a inalienabilidade e a imprescritibilidade, a fim de que este tipo de 
norma seja corretamente aplicada28. 
 
1.1.3 Controle de constitucionalidade 
 
A respeito do controle de constitucionalidade, é preciso se ter em mente que se trata 
de um sistema que pressupõe a supremacia da Constituição Federal sobre as outras 
normativas jurídicas, assim como previa a teoria kelsiana. No Brasil, o processo de 
Constitucionalismo tratou de colocar a nossa Constituição como elemento máximo 
do ordenamentojurídico, de forma que todas as normas infraconstitucionais devam 
estar em consonância com os princípios trazidos por ela. 
 
Assim, uma vez que as normas infraconstitucionais devem estar de acordo com a 
norma constitucional, foi preciso o desenvolvimento de mecanismos de controle de 
constitucionalidade, de forma que as leis infraconstitucionais observem de maneira 
adequada os diretos e garantias fundamentais. 
 
 
26 SILVA, Flavia Martins André da. Direitos Fundamentais. p. 2. Disponível em: . Acessado em 25 de 
setembro de 2022. 
27 LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 25ª ed. São Paulo: Saraiva, 2021. p. 260. 
Disponível em: . Acessado em 25 de setembro de 2022. 
28 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 25ª ed. São Paulo: Malheiros 
Editores, 2005 
Assim, a doutrina identifica três grandes forma de controle de constitucionalidade, 
quais sejam o americano, o austríaco e o francês, surgindo destas matrizes diversas 
outras variações29. 
 
1.2 . O DIREITO FUNDAMENTAL À PROTEÇÃO DO CONSUMIDOR 
 
O caso em comento cuida de uma ação indenizatória na qual o Requerente pleiteia 
danos morais e materiais oriundos de constrangimentos realizados pela empresa 
Requerida, em razão de diversas ligações de cobranças indevidas realizadas. 
 
Sobre o assunto, discorre a Constituição Federal que o Estado deverá promover a 
defesa do consumidor. Tal disposição é encontrada no inciso XXXII do art. 5º da 
Carta Magna, de forma que é clara a concepção dos direitos consumeristas 
como direitos fundamentais. Tal disposição teve clara influência do Direito 
Internacional, à medida em que no ano de 1985 a Organização das Nações 
Unidas já havia previsto o enfrentamento às questões relacionadas ao Direito 
Consumerista30. 
 
Assim, a própria edição do Código de Defesa do Consumidor teve respaldo 
constitucional, de forma que a interpretação desta norma deve levar em 
consideração os demais princípios constitucionais, sobretudo aqueles 
relacionados á dignidade da pessoa humana. 
 
Não apenas isso, como previram-se os direitos do consumidor como pilares 
essenciais à saúde da atividade econômica brasileira (art. 170, V, CF), à 
 
29 BARROSO, Luís R. O controle de constitucionalidade no direito brasileiro. São Paulo: Editora 
Saraiva, 2019. E-book. ISBN 9788553611959. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553611959/. Acesso em: 25 set. 2022. 
30 LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 25ª ed. São Paulo: Saraiva, 2021. p. 260. 
Disponível em: . Acessado em 25 de setembro de 2022 
medida que sua defesa foi concebida como inerente à existência digna, 
conforme os ditames da justiça social31. 
 
Nestes termos, discorre o Código de Defesa do Consumidor serem direitos 
básicos do consumidor a proteção da vida, da saúde e da segurança, bem 
como a educação e a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e 
morais, individuais, coletivos e difusos (art. 6º, CDC). 
 
Isso implica em dizer que a tutela do direito do Requerente deve ser realizada 
de forma íntegra, considerando não apenas os direitos subjetivos patrimoniais 
e extrapatrimoniais, como também os direitos relacionados à sua própria 
existência. 
 
 
 
31 SOUZA, Sylvio Capanema D.; WERNER, José Guilherme V.; NEVES, Thiago F C. Direito do 
Consumidor. São Paulo: Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788530981273. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530981273/. Acesso em: 26 set. 2022. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BARROSO, Luís R. O controle de constitucionalidade no direito brasileiro. São 
Paulo: Editora Saraiva, 2019. E-book. ISBN 9788553611959. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553611959/. Acesso em: 25 
set. 2022. 
 
BOBBIO, Norberto. Teoria do ordenamento jurídico. Trad. de Maria Celeste Cordeiro 
Leite dos Santos. 10. ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1999. 
CALDEIRA, Giovana Crepaldi. Revolução Francesa e a Declaração dos Direitos do 
Homem e do Cidadão. p. 2-3. Disponível em: . Acessado em 25 de setembro de 
HOBBES, Thomas. Leviatã ou Matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e 
civil. trad. João Paulo Monteiro e Maria Beatriz da Silva. 3. ed. São Paulo: Abril 
Cultural, 1983. 
 
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 25ª ed. São Paulo: Saraiva, 
2021. p. 260. Disponível em: . Acessado em 25 de setembro de 2022. 
 
MORAES, Alexandre. Direitos Humanos Fundamentais. São Paulo: Grupo GEN, 
2021. E-book. ISBN 9788597026825. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597026825/. Acesso em: 25 
set. 2022. 
 
PEREIRA, Jane Reis G. Interpretação constitucional e direitos fundamentais. São 
Paulo: Editora Saraiva, 2017. E-book. ISBN 9788553600281. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553600281/. Acesso em: 25 
set. 2022. 
 
RAO, Vicente. O direito e a vida dos direitos. São Paulo: Max Limonad, 1952. v. 2 
 
SANTOS, José Paulo Schneider; MORAIS, Fausto Santos. Direitos Fundamentais: 
características histórico-conceituais. Revista de Direitos Humanos Fundamentais, 
ano 15, n. 2, p. 67-83. Disponível em: 
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_bibliotec
a/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/fieo03.pdf. Acesso em 25 de 
setembro de 2022. 
 
SIDOU, J. M. Othon. Dicionário Jurídico: Academia Brasileira de Letras Jurídicas. 
11ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016. p. 253-254. Disponível em: < 
https://forumturbo.org/wpcontent/uploads/wpforo/attachments/2/2551-Dicionario-
Juridico-J-M-Othon-Sidou-2016.pdf>. Acessado em 25 de setembro de 2022 
 
SILVA, Flavia Martins André da. Direitos Fundamentais. p. 2. Disponível em: . 
Acessado em 25 de setembro de 2022. 
 
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 25ª ed. São Paulo: 
Malheiros Editores, 2005 
 
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 25ª ed. São Paulo: 
Malheiros Editores, 2005. p. 43. Disponível em: . Acessado em 25 de setembro de 
2022. 
 
SILVA, José Afonso. Comentários à Constituição Federal. Porto Alegre: Livraria 
do Advogado, 1997 
 
SOUZA, Sylvio Capanema D.; WERNER, José Guilherme V.; NEVES, Thiago F C. 
Direito do Consumidor. São Paulo: Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 
9788530981273. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530981273/. Acesso em: 26 
set. 2022. 
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/fieo03.pdf
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/fieo03.pdf

Outros materiais