@import url(https://fonts.googleapis.com/css?family=Source+Sans+Pro:300,400,600,700&display=swap); SOBRE OS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR E CONTRA O PÁTRIO PODER, TUTELAR E CURATELA Os crimes contra a assistência familiar e contra o pátrio poder, tutelar e curatelar são aqueles que atingem a proteção e o desenvolvimento adequado de crianças, adolescentes e pessoas vulneráveis, sendo o objetivo da tipificação de tais crimes justamente a proteção de tais valores.O crime de abandono material, por exemplo, é um crime contra a assistência familiar, que visa tutelar a obrigação que todos os membros da família têm de cuidar, sustentar e proteger uns aos outros. Nesse tipo de crime, o sujeito passivo é geralmente o cônjuge ou os filhos do autor do crime. A conduta tipificada consiste no abandono material, ou seja, deixar de fornecer alimentos ou recursos materiais necessários para a subsistência da família. A voluntariedade é caracterizada pela omissão dolosa, ou seja, quando o autor tem a intenção de deixar de fornecer os alimentos ou recursos necessários. A consumação ocorre quando a família fica em situação de carência ou necessidade, enquanto a tentativa é possível, mas rara.O segundo crime é o abandono intelectual, previsto no artigo 246. Consiste em deixar, sem justa causa, de prover a instrução primária de filho em idade escolar. O sujeito passivo é o próprio filho em idade escolar. A conduta tipificada é a omissão de cuidado educacional, sendo voluntária e consumada com a falta de matrícula ou frequência escolar do filho. O crime é de ação penal pública incondicionada.O terceiro crime é a entrega de filho menor a pessoa inidônea, previsto no artigo 248. Consiste em entregar filho menor de 18 anos a pessoa que não seja parente, tutor ou curador, e que o expõe a perigo de vida ou de saúde. O sujeito passivo é o filho menor de 18 anos. A conduta tipificada é a entrega do filho a pessoa inidônea, sendo voluntária e consumada com a exposição do menor a perigo de vida ou de saúde. O crime é de ação penal pública incondicionada.Por fim, temos o crime de omissão de socorro, previsto no artigo 135. Embora não esteja diretamente ligado à assistência familiar, esse crime pode ser aplicado em casos em que o autor do crime deixa de prestar socorro a um membro da família em perigo. Consiste em deixar de prestar assistência à vítima de perigo iminente, quando possível fazê-lo sem risco pessoal. O sujeito passivo é a vítima em perigo. A conduta tipificada é a omissão de socorro, sendo voluntária e consumada com a falta de prestação de assistência à vítima em perigo. O crime é de ação penal pública incondicionada.Já os crimes contra o pátrio poder, tutelar e curatelar visam tutelar a proteção e o cuidado de crianças e pessoas vulneráveis em situações em que os pais ou responsáveis não têm condições ou capacidade para cuidar delas. Quanto à ação penal, esses crimes são considerados de ação penal pública incondicionada, ou seja, o Ministério Público pode oferecer a denúncia mesmo sem a representação da vítima ou de seu representante legal. Isso se justifica pela importância da proteção desses sujeitos em situação de vulnerabilidade.O primeiro crime é a subtração de incapaz, previsto no artigo 249. Consiste em subtrair uma pessoa menor de 18 anos ou incapaz de quem o autor tem a guarda ou a vigilância, com o fim de colocá-la fora do alcance de seus responsáveis legais. O sujeito passivo é o menor de 18 anos ou incapaz. A conduta tipificada é a subtração da pessoa, sendo voluntária e consumada com a colocação da vítima fora do alcance dos responsáveis legais. O crime é de ação penal pública incondicionada.O segundo crime é o abandono de incapaz, previsto no artigo 133. Consiste em abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e que necessita de especial assistência. O sujeito passivo é a pessoa que está sob a guarda ou a vigilância do autor do crime. A conduta tipificada é o abandono da pessoa, sendo voluntária e consumada com a falta de assistência necessária. O crime é de ação penal pública incondicionada.O terceiro crime é a sonegação de incapaz, previsto no artigo 250. Consiste em sonegar pessoa que está sob seu cuidado em razão de lei, contrato ou ordem judicial. O sujeito passivo é a pessoa que está sob a guarda ou a vigilância do autor do crime. A conduta tipificada é a sonegação da pessoa, sendo voluntária e consumada com a recusa em entregar a pessoa às autoridades competentes. O crime é de ação penal pública incondicionada.O quarto crime é o maus-tratos, previsto no artigo 136. Consiste em expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, e se resulta em lesão corporal de natureza grave. O sujeito passivo é a pessoa sob a guarda ou a vigilância do autor do crime. A conduta tipificada é a exposição da pessoa a perigo, sendo voluntária e consumada com a lesão corporal grave da vítima. O crime é de ação penal pública incondicionada.Por fim, temos o crime de parto suposto, previsto no artigo 242. Consiste em atribuir a filho próprio ou de terceiro o estado de filho alheio, supondo-o nascido de parto, que não o foi. O sujeito passivo é o pai ou a mãe do filho cujo estado está sendo fraudado. A conduta tipificada é a atribuição do estado de filho, sendo voluntária e consumada com a falsidade dessa atribuição. O crime é de ação penal pública incondicionada.
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