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M Ó D U LO I M Ó D U LO II M Ó D U LO II I M Ó D U LO IV ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA GESTÃO AMBIENTAL1 MÓDULO IV - ECOKITS: COLOCANDO EM PRÁTICA // São Luís 2023 ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA GESTÃO AMBIENTAL M Ó D U LO I M Ó D U LO II M Ó D U LO II I M Ó D U LO IV ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA GESTÃO AMBIENTAL2 MÓDULO IV - ECOKITS: COLOCANDO EM PRÁTICA // São Luís 2023 São Luís 2023 ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA GESTÃO AMBIENTAL Rodrigues, Saymon D’ Lucas Soares Alternativas sustentáveis para gestão ambiental [ebook]. / Saymon D'Lucas Rodrigues, et al. – São Luís: UEMAnet, 2023. 62 p. ISBN: 1.Meio ambiente. 2.Sustentabilidade. 3.Gestão Ambiental. I. Sá, Acíria Nazaré Leite II. Camara, Cristine Aparecida Correa III. Pinheiro, Taynara de Jesus Correa V.Título CDU: 502.1 Reitor Walter Canales Sant´ana Vice-Reitor Paulo Henrique Aragão Catunda Pró-Reitora de Extensão e Assuntos Estudantis Ilka Márcia Ribeiro S. Serra Núcleo de Tecnologias para Educação Lígia Tchaicka - Coordenadora Geral Coordenação do Setor Design Educacional Cristiane Peixoto - Coord. Administrativa Danielle Martins Leite Fernandes Lima - Coord. Pedagógica Professores Conteudistas Acíria Nazaré Leite Sá Cristine Aparecida Correa Camara Saymon D’ Lucas Soares Rodrigues Taynara de Jesus Correa Pinheiro Designers Pedagógicos Aline Varela Érica Costa Sousa Lidiane Saraiva Ferreira Lima Designer de Linguagem Aurileia Cabral Cantanhede Projeto Gráfico Kelly Barros Diagramação Josimar de Jesus Costa Almeida Tonho Lemos Martins UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA Os materiais produzidos para os cursos ofertados pelo UEMAnet/UEMA para o Sistema Universidade Aberta do Brasil - UAB são licenciados nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial – Compartilhada, podendo a obra ser remixada, adaptada e servir para criação de obras derivadas, desde que com fins não comerciais, que seja atribuído crédito ao autor e que as obras derivadas sejam licenciadas sob a mesma licença. Este material NÃO pode ser disponibilizado, transmitido, exibido, vendido, licenciado, alterado ou utilizado por quaisquer outras instituições e alunos(as), exceto se autorizado de forma expressa, mediante a permissão prévia da própria instituição detentora dos direitos da obra. 4 Prezado(a) cursista, Este material traz uma compilação de estudos sobre o meio ambiente, sustentabilidade e responsabilidade social e ambiental, medidas que po- dem melhorar as relações com o Meio Ambiente, e trabalhar com atitudes sustentáveis, dentro de casa, nas escolas e no meio empresarial. O Meio Ambiente é um sistema natural que influencia a vida de todos os organismos, aliás, de tudo que há vida e não vida existente no Planeta Ter- ra. Todos os fatores biológicos, químicos e físicos podem ser afetados dire- tamente ou indiretamente pelas ações antrópicas, por isso, a preservação do ambiente juntamente com ações sustentáveis, são tão importantes para a manutenção dos recursos naturais para as próximas gerações, e mantém uma boa qualidade de vida para todos. Nesta perspectiva, este e-Book visa trabalhar com ações de Educação Am- biental, e com a sustentabilidade para diminuir impactos causados pela má gestão de resíduos sólidos. Este curso é dividido em quatro módulos con- templando 11 capítulos, com indicação de leituras, vídeos, resumos, saiba mais, propostas eco, e atividades complementares para fixação de conhe- cimento. Você vai obter conhecimentos acerca da Educação Ambiental e seus marcos importantes, Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável, a questão da gestão de resíduos, gestão socioambiental, a sustentabilidade gerando negócios e fonte de renda, ecokits gerando fonte de renda e o ecokits: colo- cando em prática. No último módulo, você aprenderá como produzir vários kits ecológicos, como o papel, por meio da reciclagem de papel usado, sabão ecológico, por meio da reutilização de óleo de cozinha, jarros de cocos, feito com a fibra de coco, ecobag e pastas, feitas com banner reutilizados, e ecopads feita de crochê, sendo uma alternativa ecológica ao algodão descartável. Desejamos a você uma apreciável leitura, e que este curso lhe ajude a pro- duzir belos kits ecológicos! APRESENTAÇÃO ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA GESTÃO AMBIENTAL 5 ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA GESTÃO AMBIENTAL CAPÍTULO 1 - EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM CONCEITO 8 1.1 O que é o Meio Ambiente?.................................................... 8 1.2 O que é Educação Ambiental?............................................. 9 1.3 O histórico da Educação Ambiental................................... 10 1.4 Concepções em Educação Ambiental............................... 11 CAPÍTULO 2 - MARCOS IMPORTANTES DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL..................................................................................... 13 2.1 A 1ª Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano – Estocolmo, 1972.................................... 13 2.2 O convênio marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática............................................................................................ 14 2.3 A 2ª Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento – Rio de Janeiro 1992.......... 14 2.4 2ª Cúpula da Terra+ 5 (1997).............................................. 15 2.5 A Agenda 21............................................................................. 15 CAPÍTULO 3 - SUSTENTABILIDADE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL................................... 16 3.1 O que é Sustentabilidade?..................................................... 16 3.2 Empreendedorismo e Desenvolvimento Sustentável... 17 3.3 Práticas que tornam Empresas sustentáveis.................. 18 PROPOSTA ECO................................................................................ 18 RESUMO....................................................................................................... 19 REFERÊNCIAS............................................................................................ 19 MÓDULO I - BASES TEÓRICAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL MÓDULO II - GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ATRELADO À POLÍTICA DOS 10 R's CAPÍTULO 4 - INTRODUÇÃO SOBRE RESÍDUOS SÓLIDOS................................................................................... 22 4.1 A diferença entre “Lixo” e “Resíduo Sólido”................... 22 4.2 Os 10 R’s da Sustentabilidade............................................ 22 4.3 Possibilidades Econômicas................................................... 24 4.4 A Coleta Seletiva...................................................................... 25 CAPÍTULO 5 - LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA 27 5.1 O que é a Legislação Ambiental Brasileira?..................... 27 5.2 Leis e decretos fundamentais.............................................. 28 CAPÍTULO 6 - GESTÃO DE RESÍDUOS NO BRASIL....... 31 6.1 Visão geral da problemática................................................. 31 PROPOSTA ECO................................................................................ 35 RESUMO....................................................................................................... 35 REFERÊNCIAS........................................................................................... 36 SUMÁRIO M Ó D U LO I M Ó D U LO II M Ó D U LO II I M Ó D U LO IV ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA GESTÃO AMBIENTAL6 MÓDULO IV - ECOKITS: COLOCANDO EM PRÁTICA // MÓDULO III - GESTÃO SOCIOAMBIENTAL MÓDULO IV - ECOKITS: COLOCANDO EM PRÁTICA CAPÍTULO 7 - GESTÃO, SOCIEDADE E MEIO AMBIENTE 39 7.1 Conceitos de Gestão............................................................. 39 7.2 Gestão em Responsabilidade............................................ 39 7.3 Modelos e Estratégias de Gestão Social e Ambiental 40 CAPÍTULO 8 - CONSUMO X MEIO AMBIENTE.................41 8.1 Conceitos de consumo e meio ambiente........................ 41 8.2 Marketing Verde..................................................................... 42 8.3 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável - ODS.... 44 CAPÍTULO 9 - SUSTENTABILIDADE GERANDO NEGÓCIOS E FONTES DE RENDA......................................... 45 9.1 Benefícios do Investimento em Programas Sociais e Ambientais...................................................................................... 45 9.2 ESG............................................................................................ 47 9.3 Ciclo PDCA.............................................................................. 47 9.4 Matriz de SWOT..................................................................... 48 9.5 Sustentabilidade na Prática: Exemplos de Projetos... 49 CAPÍTULO 10 - ECOKITS COMO FONTE DE RENDA ALTERNATIVA................................................................................ 50 10.1 Definição dos EcoKits........................................................ 50 10.2 Ecokits como Alternativa no Mercado de Produtos.... 51 10.3 Produção de Ecokits como Renda Extra....................... 51 PROPOSTA ECO.............................................................................. 52 RESUMO...................................................................................................... 52 REFERÊNCIAS........................................................................................... 52 CAPÍTULO 11 - COMO ELABORAR ECOKITS.................. 55 11.1 Reciclagem............................................................................ 55 11.2 Alternativas Sustentáveis................................................ 58 RESUMO...................................................................................................... 61 REFERÊNCIAS........................................................................................... 61 M Ó D U LO I M Ó D U LO II M Ó D U LO II I M Ó D U LO IV ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA GESTÃO AMBIENTAL7 MÓDULO I - BASES TEÓRICAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL // MÓDULO I BASES TEÓRICAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL OBJETIVO ESPECÍFICO APRESENTAÇÃO • Conceituar o que é Meio Ambiente dentro das perspectivas que englobam a Educação Ambiental, contemplando os seus marcos importantes. Olá, bem-vindo ao módulo I, no qual o foco principal está na Educação Ambiental e suas abordagens conceituais. Ao final da leitura deste módulo você será capaz de entender o conceito de meio ambiente e educação ambiental, além de adentrar a uma discussão histórica desse processo. Ademais, os marcos históricos aqui discutidos serão de suma importância para entender como as questões ambientais se fizeram presentes ao longo do tempo. Por fim, os conceitos de sustentabilidade e desenvolvimento sustentá- vel serão discutidos aqui com intuito de evidenciar a importância para o presente e futuro. Gostou? Aproveite! M Ó D U LO I M Ó D U LO II M Ó D U LO II I M Ó D U LO IV ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA GESTÃO AMBIENTAL8 MÓDULO I - BASES TEÓRICAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL // CAPÍTULO 1 - EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CONCEITOS O Meio Ambiente pode ser compreendido como um conjunto de conhecimentos e práticas específicas (RODRIGUES et al, 2019, p. 14). E não possui um consenso central de sua definição, pois entre alguns autores sobre seu significado, é determinada por certos aspectos, enquanto outros não acreditam que tais conceitos são incorporados. E dentro do cenário jurídico, de acordo com Lei n° 6.938/81 que institui a Política Nacional do Meio Ambiente, em seu Capítulo I, art. 3, define o conceito de Meio Ambiente da seguinte forma “meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas” (BRASIL, 1981, p. 01). Assegurando, assim, o direito de todos a um ambiente ecologicamente mais equilibrado e qualidade de vida. 1.1 O QUE É O MEIO AMBIENTE? Figura 1: Meio ambiente em seu estado natural. Fonte: Pensamento verde (2018). Partindo disso, outros conceitos acerca do meio ambiente foram surgindo ao longo do tempo. Assim, um deles se apresenta da seguinte maneira: "defino meio ambiente como o lugar determinado ou percebido, onde os elementos naturais e sociais estão em relação dinâmica e em interação” (REIGOTA, 2010, p. 14). O adjetivo ambiental está designado em uma característica que qualifica a prática educativa, em meio aos problemas existentes no planeta terra evidenciado (LAYRARGUES, 2004). A educação deve estar centrada em pilares universais que busquem exprimir a visão deturpada que a sociedade, como um todo, possui da natureza e seus recursos naturais como sendo algo separado, e, portanto, intimamente conectado. Nesse sentido, o meio ambiente engloba diversos cenários, sejam eles de origem humana ou vegetal, entre outros. Dentro desse viés, a preocupação com o meio ambiente ficou mais evidente e forte a partir de eventos globais que devastaram grandes proporções dos ecossistemas existentes no planeta Terra. Diante disso, o Instituto Estadual do Ambiente, INEA (2014). Destaca que: Desde a Revolução Industrial, nossa sociedade tem vivenciado um de- senvolvimento tecnológico bastante expressivo. No entanto, é inegá- vel que o modelo de produção derivado dessa revolução, caracterizado pelo uso intensivo de energia fóssil (petróleo), pela superexploração dos recursos naturais e pela utilização do ar, água e solo como depósi- to de dejetos, também tem contribuído para o aumento da degradação ambiental. (INEA, 2014, p. 8). INDICAÇÃO DE LEITURA! Leia o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global. Saiba mais no link: http://portal.mec.gov.br/secad/ arquivos/pdf/educacaoambiental/ tratado.pdf. Ou pelo QR-code ao lado. http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/educacaoambiental/tratado.pdf http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/educacaoambiental/tratado.pdf M Ó D U LO I M Ó D U LO II M Ó D U LO II I M Ó D U LO IV ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA GESTÃO AMBIENTAL9 MÓDULO I - BASES TEÓRICAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL // A relação entre os seres humanos com a natureza vem a cada dia se tornando desarmônica e prejudicial para o equilíbrio e conservação do ambiente. Isso se deve ao fato de que cada vez mais estão surgindo e se acumulando produtos ou materiais que contribuem para a intensificação das catástrofes naturais e exploração exacerbada dos recursos provenientes da natureza. Além disso, o crescente padrão de desenvolvimento industrial vem intensificando o uso excessivo dos recursos naturais, isso acontece de uma forma cada vez mais rápida e preocupante. Um desses efeitos é a extinção em grande escala de animais silvestres e espécies nativas de plantas, pois, como se sabe, o aquecimento global contribui para a mudança no ambiente e, consequentemente, a vida de muitas espécies; e, ainda pior, os rejeitos de algumas empresas são colocados diretamente nos rios sem tratamento, o qual, sem dúvida, contribui para agravar a situação. 1.2 O QUE É EDUCAÇÃO AMBIENTAL? Para compreender o que é a educação ambiental, deve-se ter em mente tal aspecto: a educação ambiental preocupa-se unicamente com saberes ecológicos que um indivíduo pode vir a adotar em seu dia-a-dia. Embora a pauta sobre a educação ambiental não seja recente, ganhou cada vez mais ênfase na atualidade, visto que é um problema mundial. A EA começou a ganhar visibilidade a partir de 1972, com a realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, realizada em Estocolmo (Suécia), onde iniciou a abordagem de temas mais profundos sobre os aspectos que englobam a natureza e a interferência do homem nela. Embora o termo educaçãoambiental ainda estivesse muito restrito ao meio científico, uma vez que, em meados dos anos de 1980 (século XX), temas como: sustentabilidade, preservação ambiental, poluição, desmatamento, aquecimen- to global e outros, eram pouco mencionados quando se apresentavam para a população em geral eram sem grande relevância, ou seja, muitas temáticas fica- vam restritas apenas nos meios acadêmicos, deixando a população leiga menos ciente dos impactos ambientais. Entretanto, com o aumento populacional, a poluição dos mares e rios, o consumo desenfreado, o desmatamento das florestas, contaminação do solo, poluição do ar decorrente da queima de combustíveis fósseis, derramamento de compostos químicos altamente poluentes de forma inadequada levando à morte da fauna e flora, são temas cada vez mais frequentes nas cúpulas mundiais e reuniões sobre o meio ambiente, tal como a Rio-92, pois estão em prol da saúde do meio ambiente e o futuro. Figura 2 - Poluição da costa marítima, proveniente dos banhistas. Fonte: Arionauro Cartuns (2016). A educação ambiental criou uma grande visibilidade, tornou-se uma ferra- menta de sensibilização da população, em geral para os problemas ocasionados pela falta de consciência dos efeitos que os empreendimentos humanos podem fazer no meio ambiente. Nesse sentido, a EA é percebida como um processo, no qual o indivíduo toma para si a consciência, valores, habilidades e experiência para conviver de uma forma harmônica individualmente e coletivamente com a natureza (CHINALIA, 2015, p. 13). M Ó D U LO I M Ó D U LO II M Ó D U LO II I M Ó D U LO IV ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA GESTÃO AMBIENTAL10 MÓDULO I - BASES TEÓRICAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL // 1.3 O HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL Na sua opinião, os interesses econômi- cos e a preservação da natureza podem algum dia estar em harmonia? É real o discurso no qual o capitalismo e a pre- servação ambiental podem andar juntos? Seja crítico nos seus argumentos! REFLITA! No contexto histórico da EA, seu marco principal foi através da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano realizada em Estocolmo na Suécia, em 1972. A partir de tal evento, no qual contou com a participação de 113 países e 500 organizações governamentais e não governamentais, a concepção de Educação Ambiental ganhou mais visibilidade e debates, embora ainda estivesse muito ligada ao âmbito acadêmico. Chegamos a um ponto na História em que devemos moldar nossas ações em todo o mundo, com maior atenção para as consequências ambientais. Através da ignorância ou da indiferença podemos causar danos maciços e irreversíveis ao meio ambiente, do qual nossa vida e bem-estar dependem. Por outro lado, através do maior conhecimento e de ações mais sábias, podemos conquistar uma vida melhor para nós e para a posteridade, com um meio ambiente em sintonia com as necessidades e esperanças humanas… (UON BR - DECLARA- ÇÃO DA CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O AMBIENTE HU- MANO, 1972, parágrafo 6). Em decorrência disso, outro encontro ocorreu em 1975, na Iugoslávia, sendo realizado pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), no qual fortaleceu o discurso promovido pela educação ambiental criando o Programa Internacional de Educação Ambiental - PIEA, no qual promulgou as seguintes noções sobre a EA: “a Educação Ambiental deve ser continuada, multidisciplinar, integrada às diferenças regionais e voltada para os interesses nacionais” (BRASIL, 2013). Ainda nesse período, dos dias de 13 a 22 de outubro de 1975, foram elaboradas algumas concepções acerca do que se tratava a Educação Ambiental, a chamada C, a qual constituiu um importante papel na defesa do meio ambiente na década de 70. Em um dos trechos da carta, ela diz o seguinte: “Este novo tipo de desenvolvimento também deverá requerer a redução máxima dos efeitos danosos ao meio ambiente, a reutilização de materiais e a concepção de tecnologias que permitam que tais objetivos sejam alcançados” (BRASIL, 1999). Na década de 1980, embora ainda se mantivesse em parte concentrada no mundo acadêmico, o termo Educação Ambiental alcançou mais visibilidade. Em meio a isso, desastres ambientais provocados pela ação do homem alertaram para um fato: tornar a proteção ambiental uma discussão fundamental para a manutenção do planeta e de seus recursos finitos. Uma vez que, até então, os recursos existentes eram vistos como infinitos e, dessa forma, a preocupação com os mesmos não era percebida, fazendo, portanto, o uso desenfreado de tais riquezas naturais. E, assim, ao longo do tempo, percebia-se que as questões ambientais demandavam profundas transformações no modo de como as atividades humanas eram realizadas (HOLMER, 2020). Neste contexto, a ONU criou, em 1983, a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, “com o objetivo de examinar os problemas ambientais e do desenvolvimento no âmbito planetário” (FIACCONE et al., 2015, p.25), e desenvolver alternativas internacionais em prol do cumprimento da redução dos agentes causadores dos problemas ambientais. M Ó D U LO I M Ó D U LO II M Ó D U LO II I M Ó D U LO IV ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA GESTÃO AMBIENTAL11 MÓDULO I - BASES TEÓRICAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL // Um dos principais motivadores da Educação Ambiental, em especial, nas décadas recentes, refere-se ao seu caráter crítico em relação ao modo como as sociedades contemporâneas vivem em seus espaços naturais. Ela questiona, principalmente, discursos que são essencialmente parciais, frente a problemática existente nas questões cada vez mais insustentáveis. E por sua vez, promulga saberes com bases na sustentabilidade, para impulsionar as gerações existentes e futuras a desenvolverem-se de maneira ecológica e conscientes dos seus deveres como cidadãos. REFLITA! 1.4 CONCEPÇÕES EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL De acordo com o Dicionário Online de Português (DICIO), a palavra “Con- cepção” diz respeito primeiramente a “ação de gerar ou de ser gerado, através da junção de um espermatozóide com um óvulo; fecundação” (CONCEPÇÃO, 2022), mas, neste contexto, ela melhor se enquadra em outra definição disponibilizada nesse meio, a qual seria a de “conhecimento sobre algo, ideia”. Dessa forma, o conhecimento é de suma importância para tomar inicia- tivas; além disso, a Educação Ambiental refere-se a uma área de conhecimento sobre “os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade” (Política Nacional de Educação Ambiental - Lei nº 9795/1999, Art 1). Nesse sentido, a EA traz consigo uma grande responsabilidade individu- al e coletiva que, segundo Silva e Campina (2011), respeitam a uma tipologia, a qual elege essa área de conhecimento como: conservadora, pragmática e crí- tica, que para cada uma, são definidas dimensões de análise que vão desde os valores éticos e políticos, até as relações dadas entre os indivíduos, o ambiente e as tecnologias. Caminhar nesse contexto, quer dizer que a Educação Ambiental enquanto conservadora representa uma concepção romântica da problemática ambiental e elege o homem como o único vilão; na visão pragmática tem-se a ação com soluções prontas, as quais seguem regras e formalidades para o seu bom fun- cionamento em um determinado tempo; já a crítica lembra a perspectiva freiria- na com ações educativas que envolvem diversas esferas, mas principalmente a político-social. VOCÊ SABIA A perspectiva freiriana refere-se ao “Método Freiriano”, criado por Paulo Freire, um dos mais importantes pedagogos brasileiros, cuja contribuição intelectual é fortíssima em todo o mundo. Esse método defende a educação dos adultos com base em suasexperiências cotidianas, sendo decodificadas para a compreensão do mundo. M Ó D U LO I M Ó D U LO II M Ó D U LO II I M Ó D U LO IV ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA GESTÃO AMBIENTAL12 MÓDULO I - BASES TEÓRICAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL // INDICAÇÃO DE LEITURA! Para entender mais sobre essa temática, leia o artigo “Concepções de educação ambiental na mídia e em práticas escola- res: contribuições de uma tipologia”, das autoras Rosana Louro Ferreira da Silva e Nilva Nunes Campina. Na página 36 da publicação, há um quadro sobre Tipolo- gia de concepções de educação ambien- Seja como for, disseminar a Educação Ambiental e as suas concepções (conjunto de ideias) é fundamental para a tomada de ações que trazem benefícios coletivos ao mundo. Ainda mais importante, é não limitar essa área de conhecimento a apenas um público, mas sim, procurar meios de adaptá-lo aos mais diferenciados conjuntos de pessoas como forma de auxiliá-los na tomada de decisões e, quem sabe, também na mudança de comportamentos. tal e dimensões para a análise, assim, você poderá visualizar como são as relações entre os indivíduos, o ambiente e as tecnologias. Link: https://www.revistas.usp.br/pea/article/view/55932. INDICAÇÃO DE VÍDEO! Voltado ao público jovem, o “João Ambiente” é um projeto de Educação Ambiental produzido pelo canal CDInteligente. Se você possuir interesse em acompanhar, sugerimos o vídeo “João Ambiente” disponível no link: https:// youtu.be/mdfi-awWMC0. Ou pelo QR- code ao lado. RESUMO Entender que o meio ambiente pode ser compreendido como um conjun- to de fatores que irão influenciar as diversas formas de vida que nele reside, abre precedentes para uma análise reflexiva acerca de como estamos lidando com os diversos ecossistemas espalhados pelo planeta, pois, com a evolução da sociedade humana, principalmente depois da Revolução Industrial, verifica- -se cada vez mais interferência no equilíbrio planetário. Nesse sentido, a Edu- cação Ambiental aparece como uma ferramenta para sensibilizar a população em geral para os problemas ocasionados pela falta de consciência dos efeitos causados pela poluição, com isso, ela traz saberes ecológicos que um indiví- duo pode vir a adotar em seu dia-a-dia, a fim de diminuir o prejuízo imposto pelo homem. Neste capítulo vimos sobre o que é o Meio Ambiente, o que é Educação Ambiental, e, por fim, como essas temáticas vêm se desenvolvendo ao longo das últimas décadas, trazendo seu contexto histórico e concepções que a cercam. https://www.revistas.usp.br/pea/article/view/55932 M Ó D U LO I M Ó D U LO II M Ó D U LO II I M Ó D U LO IV ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA GESTÃO AMBIENTAL13 MÓDULO I - BASES TEÓRICAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL // CAPÍTULO 2 - MARCOS IMPORTANTES DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL Um dos mais importantes marcos históricos na defesa do meio ambiente foi, sem dúvida, a Conferência de Estocolmo, ocorrido em 1972, na Suécia; houve a participação de 113 países, entre eles o Brasil (GURSKI; GONZAGA; TENDOLINI, 2012). Assim, foi uma primeira tentativa de aproximar os direitos humanos com as questões ambientais. Outrossim, esse evento imprescindível na defesa do meio ambiente deu força pela luta na preservação ambiental e difundiu muitas pautas que até hoje são discutidas. Assim, o tema ecologia tornou-se mais evidente, embora esse mesmo ano tenha sido muito turbulento, pois a Guerra Fria se fazia presente no contexto global. 2.1 A 1ª CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O MEIO AMBIENTE HUMANO – ESTOCOLMO, 1972. Figura 3 - Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, realizada em Es- tocolmo na Suécia, 1972. Fonte: CRBio-07 (2022). INDICAÇÃO DE LEITURA! Em 1962, um livro impactante e extremamente importante para a época, trouxe um debate acerca dos impactos e os danos ambientais causados pela industrialização ao meio natural. Assim, na obra A Primavera Silenciosa, Rachel Carson pôs em evidência uma preocupação que surgia e se faz presente nos dias atuais. Desse modo, esse livro se tornou um símbolo na luta pela preservação ambiental. Fonte: Eco Debate (2016). VOCÊ SABIA GUERRA FRIA: A Guerra Fria aconteceu entre 1947 e 1991 e marcou a polarização do mundo em dois blocos: um liderado pelos americanos e outro pelos soviéticos. Essa polarização gerou um conflito político- ideológico entre as duas nações e seus respectivos blocos, cada qual defendendo os seus interesses e a sua ideologia (ARRAES, 2019). M Ó D U LO I M Ó D U LO II M Ó D U LO II I M Ó D U LO IV ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA GESTÃO AMBIENTAL14 MÓDULO I - BASES TEÓRICAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL // Ainda dentro das preocupações com a degradação ambiental, o debate acerca das Mudanças Climáticas teve seu início em Estocolmo, onde, nesse mo- mento, pelo documento intitulado: “Declaração sobre o Meio Ambiente Huma- no’’, alguns princípios fundamentais foram definidos. É fato que nessa época a comunidade científica, população mundial e as pessoas no geral desconheciam as possíveis consequências da irresponsabilidade ambiental global. Além dis- so, na Rio-92, países membros da ONU reconheceram os riscos que as mudan- ças climáticas poderiam trazer à humanidade (FIGUEIREDO; CRUZ, 2013). 2.2 O convênio marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática. Segundo alguns cientistas, já sentimos as primeiras consequências das mudanças climáticas: altas temperaturas nos polos da terra, provocando o derretimento das geleiras, altos volumes de chuvas em lugares incomuns, secas mais intensas etc. Nesse contexto, você concorda que as potências mundiais empresariais realmente se empenham em reduzir mais o nível de poluição ou ser sustentável? Justifique seus argumentos. REFLITA! Analisando os marcos históricos seguintes, a ONU convocou a conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano em Estocolmo. Tal marco histórico é visto como o resultado crescente da preocupação de organizações sobre a natureza (MOTTA, 1997). Nesse contexto histórico e progressivo de atenção às questões ambien- tais, houve a realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Am- biente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em 1992 (Figura 2). Além disso, outros termos para essa conferência ficaram conhecidos como Rio- 92, Eco-92 ou Cúpula da Terra. Assim, esse evento reuniu 179 países, organis- mos governamentais, ONGs e a população. 2.3 A 2ª Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento – Rio de Janeiro 1992 Figura 4 - 2ª Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Fonte: G1 - Notícias (2012). M Ó D U LO I M Ó D U LO II M Ó D U LO II I M Ó D U LO IV ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA GESTÃO AMBIENTAL15 MÓDULO I - BASES TEÓRICAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL // VOCÊ SABIA SAIBA MAIS A Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente ocorreu em 1972 e sediou-se em Estocolmo. Esse foi um grande marco histórico pelo fato de representantes de diversas nações estarem presentes e discutir sobre questões ambientais e maneiras de resolver tais problemáticas. Nessa Conferência ocorreu a criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Os assuntos mais tratados naquele momento foram: poluição atmosférica, poluição da água e do solo, crescimento demográfico e outros. Clique no link a seguir ou aponte a sua câmera ao QR-code abaixo, para ter acesso ao documentário sobre A cúpula da Terra: https:// youtu.be/hraPn_XFgg8. Ou pelo QR-code ao lado. A Assembleia Geral realizou uma sessão especial em 1997, chamada de Cúpula da Terra +5. Essa assembleia tinha a finalidade de revisar e avaliar a implementação da Agenda 21 (Carta da Terra, 2000). O documento final recomendou a adoção de algumas metas: • reduzir as emissões de gases de efeito estufa que geram as mudançasclimáticas; • uma maior movimentação dos padrões sustentáveis de distribuição de energia, produção e uso; • e o foco na erradicação da pobreza como pré-requisito para o desenvolvimento sustentável. Nessa conferência, um dos documentos propostos mais importantes foi a Agenda 21, em que esse documento mostrou a real atenção mundial sobre os recursos não renováveis que são finitos e altamente poluidores. Além disso, associar os cuidados ambientais com o crescimento econômico para que as gerações futuras desfrutem dos recursos naturais (SIQUEIRA, 2001). Assim, algumas das questões em pauta na Agenda 21 foram: • proteger a atmosfera; • combater o desmatamento, a perda de solo e a desertificação; • prevenir a poluição das águas e do ar; • deter a destruição das populações de peixes e promover uma gestão segura dos resíduos tóxicos. 2.4 2ª Cúpula da Terra + 5 (1997) 2.5 Agenda 21 https://youtu.be/hraPn_XFgg8 https://youtu.be/hraPn_XFgg8 M Ó D U LO I M Ó D U LO II M Ó D U LO II I M Ó D U LO IV ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA GESTÃO AMBIENTAL16 MÓDULO I - BASES TEÓRICAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL // RESUMO Conhecer os principais marcos que cercam a Educação Ambiental se torna uma viagem no tempo, pois, desde a década de 70, as primeiras conferências instigaram a participação dos países na defesa do meio ambiente, abordando políticas de preservação aos ecossistemas, sendo essas importantíssimas para a sobrevivência humana e manutenção do planeta. Mas mediante a esse cenário, os termos não eram muito conhecidos pela maioria da sociedade da época, assim como as consequências da irresponsabilidade ambiental global, e, dessa forma, a Rio-92 resultado crescente da preocupação de organizações sobre a natureza, se torna um importante evento e reforça a atenção sobre as questões ambientais. Portanto, neste capítulo, vimos em forma de linha do tempo um apanhado geral dos principais eventos que marcaram a Educação Ambiental ao visualizar todo o processo de desenvolvimento e difusão social da problemática. CAPÍTULO 3 - SUSTENTABILIDADE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL A Carta da Terra, criada no final do século XX, trouxe as primeiras reflexões ligadas às consequências das ações humanas sobre o ambiente de forma a com- prometê-lo e como isso viria a impactar na diversidade das espécies, bem como na sobrevivência humana nos próximos anos. Desse modo, surge um termo que iria inovar a gestão dos recursos naturais, sendo este a sustentabilidade. E, dessa forma, entender que ela é fundamentalmente um conjunto de ações que mantém a integridade e vitalidade do planeta terra, ou seja, a preser- vação dos ecossistemas e recursos naturais, garantido que eles sejam desfruta- dos pelas futuras gerações, assim como a atual, prezando pelo desenvolvimen- to e expansão social em suas diversas manifestações (BOFF, 2016). Sendo assim, a ideia de produzir pensando no equilíbrio entre as necessi- dades da sociedade com a capacidade do ambiente de suportá-las, sem ultra- passar seu limite, não se torna uma tarefa simples. Por isso, a sustentabilidade vem a ser essencial na criação do desenvolvimento sustentável, pois tende a trazer um aspecto de qualidade em relação ao meio ambiente e a vida dos seres humanos (LAMIM-GUEDES, 2013). 3.1 O que é Sustentabilidade? VOCÊ SABIA CARTA DA TERRA: Criada no ano de 1992, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), conhecida como Rio 92, tinham a proposta de trazer aos povos uma interdependência global e responsabilidade comparti- lhada, relacionada a ética e valores fundamentais que irão contribuir na construção de uma sociedade sustentável. M Ó D U LO I M Ó D U LO II M Ó D U LO II I M Ó D U LO IV ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA GESTÃO AMBIENTAL17 MÓDULO I - BASES TEÓRICAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL // Com a difusão do termo sustentabilidade, de maneira mais enfática em 1981, houve um novo modelo de demandas para as empresas da época, pois conciliar ganhos econômicos, ambientais e sociais (Figura 3), se tornou neces- sário com as mudanças no mercado. Sendo assim, um documento foi elaborado em três anos de discussões entre os governantes e esse ficou conhecido como Relatório Brundtland, que vem divulgar o conceito de desenvolvimento susten- tável (MENDONÇA; DIAS, 2019). Figura 5 - Tripé da sustentabilidade. Dessa forma, ele vem a ser apresentado como: “Atender às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras” (ONU, 1988, p. 46). Portanto, implantar práticas sustentáveis dentro do ambiente empresarial pode trazer benefícios às três esferas do tripé da sustentabilidade, através do gerenciamento de resíduos ao conhecer o ciclo de vida do produto, garantindo assim um ambiente saudável tanto internamente quanto externamente. Sendo assim, podemos entender que por um longo período de tempo houve um certo preconceito entre as empresas ao adotar medidas sustentáveis, 3.2 Empreendedorismo e Desenvolvimento Sustentável Fonte: Meio Sustentável (2022). pois acreditava-se ser muito caro para os pequenos empreendedores aderir a esse cenário, mas através das mudanças sociais causadas pelo desenvolvimento sustentável em busca pelo “ecologicamente correto”, permitiu uma “virada de chave” no consumo de produtos e serviços. Nesse sentido, vale mencionar a EcoLabel, na qual é uma etiqueta de monitoramento de produtos introduzida pela União Europeia com o intuito de ser um criterioso processo de extração, distribuição e produção de produtos com certificação ambiental pela Comissão Europeia de Meio Ambiente (MENDONÇA; DIAS, 2019). Foi a principal referência na criação do documento Nosso Futuro em Comum, que também ficou conhecido por Relatório de Brundtland, sendo ela a primeira-ministra Norueguesa, líder da Comissão Mundial para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, tendo responsabilidade direta na publicação do informe. VOCÊ SABIA Quem foi Gro Harlem Brundtland? Foi a principal referência na criação do documento Nosso Futuro em Comum, que também ficou conhecido por Rela- tório de Brundtland, sendo ela a primei- ra-ministra Norueguesa, líder da Comis- são Mundial para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, tendo responsabili- dade direta na publicação do informe. Fonte: Meio Sustentável (2022). M Ó D U LO I M Ó D U LO II M Ó D U LO II I M Ó D U LO IV ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA GESTÃO AMBIENTAL18 MÓDULO I - BASES TEÓRICAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL // A partir das conferências desenvolvidas pela ONU, houve o surgimento de parcerias com os países participantes para a proteção da natureza, buscan- do o crescimento de maneira sustentável. À frente disso, as empresas se res- ponsabilizaram pelo compromisso de exercer suas atividades de modo ecolo- gicamente consciente. Neste cenário, dá-se início a Sustentabilidade dentro do ambiente empresarial. Sustentabilidade empresarial corresponde à habilidade da empresa de manter-se competitiva e rentável ao longo do tempo por meio da oferta de produtos e/ou serviços com qualidade e preços compatíveis com o mercado, e da justa remuneração da sua força de trabalho, investidores e ou proprietários. (BIELSCHOWSHY, 2008, p. 959). Diante disso, a gestão ambiental extrapola os meios científicos e educacionais, sendo incorporados em diversos aspectos da sociedade. E, em outro aspecto, as empresas, como uma das principais causas de poluição e degradação da natureza, devem incorporar em seus processos produtivos o dever de preservar e cuidar do meio ambiente. Para tanto, é necessário que as empresas estabeleçam os parâmetros de sua organização e a harmonia com a natureza. 3.3 Práticas que tornam Empresas Sustentáveis INDICAÇÃO DE VÍDEO! Para saber mais sobre o assunto, acesse o vídeo “Gestão Sustentável para sobrevivência das empresas e do planeta”. Link: https://www.youtube.com/watch?v=aV5ELDWg5dk&t=3s. Ou através do QR-code PROPOSTA ECO Como percebido neste módulo, com o tempo os hábitos mudaram, con- sumimos cada vez mais, além do crescente número de exploração e poluição da natureza. Para isso, elaboramos uma Proposta Eco a fim de que você e seus amigos adotem em seu dia a dia. Essa proposta se baseia na substituição de hábitos pessoais que venham a ser maléficos para a natureza, tais como: jogar lixo em vias públicas, desperdiçar água, deixar de desligar os aparelhos que não estão sendo utilizados, consumir materiais que serão descartados poste- riormente o uso. Para isso, a seguinte sugestão é uma proposta de arborização com a implantação de muros ou tetos verdes e hortas, jardins e pomares que, sem grandes dificuldades, podem ser feitos com materiais recicláveis, como a garrafa pet, casca de coco e pneus. Figura 6 - Jardim suspenso feito de garrafa pet. Fonte: Autossustentável (2012). https://www.youtube.com/watch?v=aV5ELDWg5dk&t=3s M Ó D U LO I M Ó D U LO II M Ó D U LO II I M Ó D U LO IV ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA GESTÃO AMBIENTAL19 MÓDULO I - BASES TEÓRICAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL // RESUMO Quando pensamos no termo sustentabilidade, vem em nossos pensamentos diversas ações, como, por exemplo: plantar uma muda no solo, desligar a torneira quando não estivermos utilizando, ou até mesmo reaproveitar resíduos já utilizados, e certamente, essas são algumas delas, mas não todas, pois as iniciativas que visam manter o equilíbrio dos recursos naturais no planeta são muitas, garantido que as futuras gerações possam usufruí-los. Baseado nisso, a demanda populacional começou a mudar, pois muitas pessoas começaram a se preocupar com produtos mais sustentáveis, consequentemente, diversas empresas tiveram que se adaptar a esse novo modelo de mercado, unindo o empreendedorismo com o desenvolvimento sustentável ao retirar a visão que se restringia somente ao lucro, por fim, começar a se preocupar com o ambiente e a sociedade. Portanto, vimos ao longo deste capítulo sobre os conceitos envolvendo sustentabilidade, desenvolvimento sustentável e empreendedorismo, além de abordar práticas que tornam empresas sustentáveis. REFERÊNCIAS ARRAES, Marcos Alexandre. Guerra Fria: uma arqueologia do conceito (e sua atualidade) a partir do ocidente. Revista Cadernos do Ceom, v. 32, n. 50, p. 77-91, 2019. BRASIL - Ministério da Educação. Um pouco da História da Educação Ambiental. 2013. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/ educacaoambiental/historia.pdf. Acesso em: 23 ago. 2022. ______. 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