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Educação Ambiental: Conceitos e Desafios

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Introdução à Educação ambiental
Apresentação
Sem dúvidas, a educação ambiental é considerada um instrumento na sensibilização das pessoas e 
das organizações, sendo fundamental para que as políticas ambientais funcionem de forma 
eficiente.
Nesta Unidade de Aprendizagem, vamos estudar os conceitos básicos da educação ambiental. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir o sistema conceitual básico da educação ambiental.•
Reconhecer a educação ambiental das organizações.•
Identificar as principais tendências atuais da educação ambiental.•
Desafio
O conceito de educação ambiental (EA) tem diversas interpretações, de acordo com o contexto e 
conforme a influência e a vivência de cada indivíduo. Para muitos, a educação ambiental se 
restringe a desenvolver temas relacionados à natureza, como o lixo, a preservação, as paisagens 
naturais, os animais, dentro de um caráter basicamente naturalista. 
A partir disso, responda a este desafio.
1. Defina o que é meio ambiente e quais os seus componentes.
2. Entreviste seus familiares e amigos sobre esses conceitos. Pergunte se eles sabem o que é meio 
ambiente e educação ambiental.
3. Caso haja um problema conceitual, explique o que poderia ser feito para resolvê-lo.
Infográfico
Atualmente existem duas interpretações fundamentais da educação ambiental (EA). Observe-as no 
esquema a seguir.
Conteúdo do livro
A educação ambiental possui um caráter mais amplo, é embasada na busca de um equilíbrio entre o 
homem e o ambiente, com vistas à construção de um futuro planejado sob uma lógica de 
desenvolvimento, ou, em outras palavras, é uma ferramenta de educação para o desenvolvimento 
sustentável. Leia a partir do tópico 2.4 Educação Ambiental do livro Gestão Socioambiental 
Estratégica e aprofunde seu conhecimento sobre o tema.
Boa leitura! 
Luis Felipe Nascimento
Ângela Denise da Cunha Lemos
Maria Celina Abreu de Mello
GESTÃO 
SOCIOAMBIENTAL 
ESTRATÉGICA
N458g Nascimento, Luis Felipe
 Gestão socioambiental estratégica / Luis Felipe Nascimento,
 Ângela Denise da Cunha Lemos, Maria Celina Abreu de Mello. –
 Porto Alegre : Bookman, 2008.
 232 p. ; 23 cm.
 ISBN 978-85-7780-104-6
 1. Administração. 2. Gestão Ambiental. 3. Gestão Estratégica.
 I. Lemos, Ângela Denise da Cunha. II. Mello, Maria Celina Abreu de.
 III. Título.
 CDU 504.06
Catalogação na publicação: Juliana Lagôas Coelho – CRB 10/1798
 C2 Abordagens relacionadas ao macroambiente 79
Em âmbito nacional, cabe destacar os sites do Ministério do Meio Ambien-
te (www.mma.gov.br) e do Ibama (www.ibama.gov.br) como fontes de informação 
sobre a legislação ambiental brasileira e acesso a documentos para download.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) defende que um dos grandes 
desafios do mundo atual é conciliar crescimento econômico e social com equilí-
brio ecológico. Para que tal desafio seja adequadamente superado, a CNI considera 
essencial que as indústrias, fundamentadas no conceito de desenvolvimento sus-
tentável, passem a desenvolver suas atividades de maneira compromissada com a 
proteção do meio ambiente, da saúde, da segurança e do bem-estar dos seus traba-
lhadores e das comunidades. Assim, a CNI propõe que a indústria brasileira se em-
penhe em atender aos 11 princípios sugeridos por ela na Declaração de Princípios 
da Indústria para o Desenvolvimento Sustentável:
 1. Promover a efetiva participação proativa do setor industrial, em conjunto 
com a sociedade, os parlamentares, o governo e organizações não-governa-
mentais no sentido de desenvolver e aperfeiçoar leis, regulamentos e padrões 
ambientais.
 2. Exercer a liderança empresarial, junto à sociedade em relação aos assuntos 
ambientais.
 3. Incrementar a competitividade da indústria brasileira, respeitados os conceitos 
de desenvolvimento sustentável e de uso racional dos recursos naturais e de 
energia.
 4. Promover a melhoria contínua e o aperfeiçoamento dos sistemas de gerencia-
mento ambiental, saúde e segurança do trabalho nas empresas.
 5. Promover a monitoração e a avaliação dos processos e parâmetros ambientais 
nas empresas. Antecipar a análise e os estudos das questões que possam causar 
problemas ao meio ambiente e à saúde humana, bem como implementar ações 
apropriadas para proteger o meio ambiente.
 6. Apoiar e reconhecer a importância do envolvimento contínuo e permanente 
dos trabalhadores e do comprometimento da supervisão nas empresas, asse-
gurando que os mesmos tenham o conhecimento e o treinamento necessários 
com relação às questões ambientais.
 7. Incentivar a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias limpas, com o obje-
tivo de reduzir ou eliminar impactos adversos ao meio ambiente e à saúde da 
comunidade.
Gestão socioambiental estratégica80
 8. Estimular o relacionamento e parcerias do setor privado com o governo e com 
a sociedade em geral, na busca do desenvolvimento sustentável, bem como da 
melhoria contínua dos processos de comunicação.
 9. Estimular as lideranças empresariais a agir permanentemente junto à socieda-
de com relação aos assuntos ambientais.
 10. Incentivar o desenvolvimento e o fornecimento de produtos e serviços que não 
produzam impactos inadequados ao meio ambiente e à saúde da comunidade.
 11. Promover a máxima divulgação e conhecimento da Agenda 21 e estimular sua 
implementação.
Em 2002 a CNI editou dois livros sobre o desenvolvimento sustentável e 
a temática ambiental, disponíveis para download gratuito no site www.cni.org.br: 
Indústria Sustentável no Brasil - Agenda 21: Cenários e Perspectivas e Indústria 
Sustentável no Brasil - Rio+10: Balanço e Perspectivas.
Cabe destacar também o site do Conselho Empresarial Brasileiro para 
o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) (www.cebds.org.br), que apresenta os 
compromissos dos empresários brasileiros com a sociedade, em relação à questão 
do desenvolvimento sustentável.
2.4 Educação ambiental
O conceito de educação ambiental (EA) tem diversas interpretações, de acordo com 
o contexto e conforme a influência e a vivência de cada indivíduo. Para muitos, a EA 
se restringe a desenvolver temas relacionados à natureza, como o lixo, a preservação, 
as paisagens naturais, os animais, dentro de um caráter basicamente naturalista.
Atualmente, a EA assume um caráter mais amplo, embasada na busca de 
um equilíbrio entre o homem e o ambiente, com vistas à construção de um futuro 
planejado sob uma lógica de desenvolvimento e progresso (pensamento positi-
vista). Nesse contexto, a EA é ferramenta de educação para o desenvolvimento 
sustentável.
O primeiro registro de uso da expressão educação ambiental (enviromen-
tal education) ocorreu em 1965, na Conferência de Educação da Universidade de 
Keele, na Grã-Bretanha. Desde então, muito vem sendo dito, refletido, sugerido e 
repensado nos âmbitos nacional e internacional. Na I Conferência Intergoverna-
mental sobre Educação Ambiental, ocorrida em Tbilisi, na Geórgia (ex-URSS), em 
1977, foram estabelecidos os princípios orientadores da EA e foi reforçado o seu 
caráter interdisciplinar, crítico, ético e transformador. A definição de EA estabele-
 C2 Abordagens relacionadas ao macroambiente 81
cida neste evento foi a seguinte: “A educação ambiental é um processo de reconhe-
cimento de valores e clarificações de conceitos, objetivando o desenvolvimento das 
habilidades e modificando as atitudes em relação ao meio, para entender e apreciar 
as inter-relações entre os seres humanos, suas culturas e seus meios biofísicos. A 
educação ambiental também está relacionada com a prática das tomadas de deci-
sões e a ética que conduzem para a melhoria da qualidade de vida”24.
2.4.1 Evolução histórica da educação ambiental
O portal Ambiente Brasil (www.ambientebrasil.com.br) apresenta um resumo ela-
borado por Naná Minnini Medina, consultora de educação ambiental, sobre even-
tos históricos que estão relacionados com o desenvolvimento da EA no mundo. 
Este resumo está reproduzidono Quadro 2.4.
Pode-se dizer que a EA, passando de um “conservacionismo extremo” a 
uma compreensão mais ampla, deu um salto quantitativo e qualitativo nos cená-
rios internacional e brasileiro. Embora a maior parte das pessoas ainda compre-
enda ambiente como sinônimo de natureza, esta visão vem sendo gradualmente 
modificada, dando lugar a uma percepção mais crítica, com elementos culturais 
e naturais, refletindo uma preocupação social adequada na dimensão ambiental. 
Para reforçar esse paradigma, algumas pessoas passaram a adotar o termo socio-
ambiental.25
Entretanto, a EA ainda exige um debate sobre suas bases de sustentação. 
É claro que esse debate deverá contemplar uma abertura epistemológica que lhe 
confira o alto poder de diversidade e interfaces que a sua própria natureza requer.
2.4.2 A educação ambiental e a legislação brasileira
No Brasil, a educação ambiental (EA) foi regulamentada pela Lei 9.795, em abril 
de 1999, que estabeleceu a Política Nacional de Educação Ambiental. A Diretoria 
de Educação Ambiental foi instituída no Ministério do Meio Ambiente (MMA) 
em 1999, para desenvolver ações a partir das diretrizes definidas pela lei, cuja re-
gulamentação define que a coordenação da Política Nacional de Educação fica a 
cargo de um órgão gestor, dirigido pelos ministros de Estado do Meio Ambiente e 
da Educação.
No Art. 1º da Lei 9.795 encontramos a definição da EA: “Entendem-se por 
educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade 
constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências 
voltados para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essen-
cial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.”
Gestão socioambiental estratégica82
QUADRO 2.4
Eventos históricos da educação ambiental internacional
ANO ACONTECIMENTOS NO MUNDO
Século 19
1869 Ernst Haeckel propõe o termo ecologia para os estudos das relações entre as 
espécies e seu ambiente.
1872 Criação do primeiro parque nacional do mundo, o Yellowstone, nos Estados 
Unidos.
Século 20
1947 Fundada na Suíça a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).
1952 Acidente com poluição do ar em Londres provoca a morte de 1.600 pessoas.
Anos 1960
1962 Publicação de Primavera Silenciosa, de Rachel Carlson.
1965 É utilizada a expressão educação ambiental (enviromental education) na Con-
ferência de Educação da Universidade de Keele (Grã-Bretanha).
1966 Pacto Internacional sobre os Direitos Humanos – Assembléia Geral da ONU.
1968 Fundação do Clube de Roma.
1968 Manifestações de maio de 1968 na França.
Anos 1970
1972 Publicação do relatório Os Limites do Crescimento - Clube de Roma.
1972 Conferência de Estocolmo – Discussão do Desenvolvimento e Ambiente, Con-
ceito de Ecodesenvolvimento. Recomendação 96 Educação e Meio Ambiente.
1973 Registro Mundial de Programas em Educação Ambiental – EUA.
1974 Seminário de Educação Ambiental em Jammi, Finlândia – Reconhece a Educa-
ção Ambiental como educação integral e permanente.
1975 Congresso de Belgrado – Carta de Belgrado estabelece as metas e princípios 
da educação ambiental.
1975 Programa Internacional de Educação Ambiental – Piea.
1976 Reunião Subregional de EA para o ensino secundário – Chosica (Peru). Ques-
tões ambientais na América Latina estão ligadas às necessidades de sobrevi-
vência e aos direitos humanos.
1976 Congresso de Educação Ambiental em Brasarville (África) reconhece que a po-
breza é o maior problema ambiental.
1977 Conferência de Tbilisi (Geórgia), que estabelece os princípios orientadores da 
EA e remarca seu caráter interdisciplinar, crítico, ético e transformador.
1979 Encontro Regional de Educação Ambiental para a América Latina em San José, 
na Costa Rica.
Anos 1980
1980 Seminário Regional Europeu sobre EA para Europa e América do Norte. Assi-
nala a importância do intercâmbio de informações e experiências.
 C2 Abordagens relacionadas ao macroambiente 83
ANO ACONTECIMENTOS NO MUNDO
1980 Primeira Conferência Asiática sobre EA, em Nova Delhi (Índia).
1987 Divulgação do Relatório da Comissão Brundtland, Nosso Futuro Comum.
1987 Congresso Internacional da Unesco – Pnuma sobre Educação e Formação 
Ambiental - Moscou. Realiza a avaliação dos avanços desde Tbilisi, reafirma os 
princípios de Educação Ambiental e assinala a importância e a necessidade da 
pesquisa e da formação em Educação Ambiental.
1988 Declaração de Caracas. ORPAL – PNUMA, Sobre Gestão Ambiental na América. 
Denuncia a necessidade de mudar o modelo de desenvolvimento.
1989 Primeiro Seminário sobre Materiais para a Educação Ambiental. Orleac – 
Unesco - Piea. Santiago (Chile).
1989 Declaração de Haia, preparatória da Rio 92, aponta a importância da coopera-
ção internacional nas questões ambientais.
Anos 1990
1990 Conferência Mundial sobre Ensino para Todos, Satisfação das necessidades 
básicas de aprendizagem, em Jomtien (Tailândia). Destaca o conceito de anal-
fabetismo ambiental.
1990 ONU declara o ano de 1990 como o Ano Internacional do Meio Ambiente.
1991 Reuniões preparatórias da Rio 92.
1992 Conferência sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, UNCED, Rio 92 - 
Criação da Agenda 21 Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sus-
tentáveis Fórum das ONGs – compromissos da sociedade civil com a educação 
ambiental e o meio ambiente. Carta Brasileira de Educação Ambiental. Aponta 
as necessidades de capacitação na área. MEC.
1993 Congresso Sul-americano continuidade Eco 92 (Argentina).
1993 Conferência dos Direitos Humano (Viena).
1994 Conferência Mundial da População (Cairo).
1994 I Congresso Ibero Americano de Educação Ambiental, em Guadalajara (México).
1995 Conferência para o Desenvolvimento Social (Copenhague). Criação de um am-
biente econômico, político, social, cultural e jurídico que permita o desenvolvi-
mento social.
1995 Conferência Mundial da Mulher (Pequim).
1995 Conferência Mundial do Clima (Berlim).
1996 Conferência Habitat II (Istambul).
1997 II Congresso Ibero-americano de EA, em Guadalajara (México).
1997 Conferência sobre EA (Nova Delhi).
1997 Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade: Educação e 
Conscientização Pública para a Sustentabilidade, em Thessaloniki (Grécia).
Gestão socioambiental estratégica84
O Art. 2º diz que a “educação ambiental é um componente essencial e per-
manente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos 
os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal.”26
2.4.3 A EA e as organizações
É importante salientar que a EA também deve fazer parte do mundo organizacio-
nal, como preconiza a alínea V do Art. 3º da Lei 9.795:
Art. 3º Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito à educa-
ção ambiental, incumbindo:
V - Às organizações, entidades de classe, instituições públicas e privadas, promo-
ver programas destinados à capacitação dos trabalhadores, visando à melhoria e 
ao controle efetivo sobre o ambiente de trabalho, bem como sobre as repercussões 
do processo produtivo no meio ambiente;
Nesse sentido, muitos dos problemas ambientais que à primeira vista pa-
recem complicados para as organizações podem ser facilmente resolvidos, desde 
que haja algum investimento em educação ambiental. A EA no ambiente organi-
zacional pode se transformar em um “completo programa educacional, incluindo 
material didático-pedagógico e podendo ser adotada com eficácia e adaptada às 
necessidades de qualquer organização, com simplicidade e baixo custo”.27
Mais ainda, a EA conduz os profissionais a uma mudança de comporta-
mento e atitudes em relação ao meio ambiente interno e externo às organizações.
A EA nas organizações tem um papel muito importante, porque desperta cada 
funcionário para a ação e a busca de soluções concretas para os problemas am-
bientais que ocorrem, principalmente no seu dia-a-dia, no seu local de trabalho, 
na execução de sua tarefa, portanto onde ele tem poder de atuação para a melhoria 
da qualidadeambiental dele e dos colegas. Esse tipo de educação extrapola a sim-
ples aquisição de conhecimento.
Assim, entendemos que a educação ambiental é uma importante ferra-
menta para o gerenciamento ambiental de uma organização. Entretanto, na prá-
tica, o que vemos é outra situação. A EA desenvolvida pelas organizações é nor-
malmente praticada fora de seus limites, geralmente nas escolas da sua área de 
influência, por meio da reciclagem ou da sensibilização de professores para a 
questão ambiental.
Em geral, as organizações realizam ações que são frutos da pressão das 
partes interessadas – geralmente o poder público, na figura dos órgãos de controle 
ambiental – e desprovidas de um planejamento estratégico no qual todos os agentes 
envolvidos possam, com precisão, estabelecer objetivos e metas mensuráveis, bem 
como indicadores que permitam aferir a eficácia de programas desta natureza.28
 C2 Abordagens relacionadas ao macroambiente 85
Em artigo publicado na Revista Eletrônica do Instituto de Educação Tec-
nológica, M. J. Motta observa que o fato de as organizações utilizarem programas 
de educação ambiental exclusivamente para o público externo significa que elas 
ainda não entenderam ou não aprenderam a usufruir dessa ferramenta para o geren-
ciamento ambiental.
Um programa de educação ambiental tem que ser um conjunto de atividades sis-
tematizadas e com a participação ativa dos diversos setores da organização, que 
auxiliem na elaboração de indicadores ambientais e operacionais que demons-
trem não só os benefícios de um programa de educação ambiental como, também, 
do próprio sistema de gestão ambiental. Somente desse jeito teremos a educação 
ambiental realmente como uma ferramenta fundamental do sistema de gestão am-
biental, e não como um programa isolado de causa nobre, mas distanciado da rea-
lidade operacional e ambiental da organização e sempre passível de ser o primeiro 
item a ser cortado em revisões de orçamento.
2.4.4 Tendências da EA
Discutir os caminhos da pesquisa talvez seja uma forma interessante de colaborar 
com a (re)construção da EA. Essa foi uma das mais importantes trilhas que condu-
ziram ao atual pensamento da EA, em constante movimento dinâmico. Os avanços 
e os recuos desse movimento, ora em círculo fechado, ora aberto, possibilitam en-
veredar por caminhos desconhecidos, descobrindo, assim, novas formas de pensar 
e agir, inseridas em contextos plurais, nos quais a diversidade possibilita e garante 
a riqueza da descoberta da própria.
Obviamente, ao assumirmos que a EA é realmente um processo educativo, 
cabe questionar qual é a base pedagógica que orienta as nossas ações. Cabe a edu-
candos e educadores refletir sobre os diversos paradigmas e, sobretudo, agir para a 
transformação necessária.
Não seria este o propósito maior da EA?
Trazer às teias tecidas no silêncio obscuro do cotidiano e à individualidade um 
sentido cósmico universal? Isso implica o sentido de unidade e interdependência, 
a experiência de unidade com a Terra, e tudo que está nela tem relação intrínse-
ca entre si. Afinal, por civilização deve-se entender que é um processo de reco-
nhecimento do mundo, com seus sintomas vitais de um sistema “naturossocial 
ou socionatural”, onde os avanços científicos e tecnológicos devem considerar 
a convivência, espiritualidade e solidariedade como alternativas possíveis para a 
humanidade e o ecossistema planetário.29
Entendemos que a EA, tratada de forma transversal e disciplinar, é a base 
do processo de implementação de uma gestão socioambiental estratégica. Como 
já abordamos anteriormente, um programa de gestão ambiental não deve ser rea-
Gestão socioambiental estratégica86
lizado somente para a obtenção de certificados ou para melhoria da imagem da 
organização, deve efetivamente poder melhorar os indicadores de performance das 
organizações.
2.5 Capitalismo natural
A proposta do capitalismo natural procura diminuir a lacuna que existe entre de-
senvolvimento econômico e sustentabilidade, que muitas vezes aparecem como 
aspectos dicotômicos, como já vimos anteriormente. Esta proposta desenvolve-se 
dentro dos marcos do capitalismo, mas questiona o modelo de produção capitalis-
ta. Trata-se de um conceito que deve ser conhecido e analisado por quem está inte-
ressado em aumentar a produtividade de uma organização e reduzir os respectivos 
impactos ambientais.
Para compreender a proposta do capitalismo natural é necessário entender 
o modelo mental que perpassa pelo pensamento econômico tradicional e que molda 
o capitalismo tradicional, tal como o conhecemos. Na seqüência, são mencionados 
os pressupostos do capitalismo natural, além das quatro estratégias que deveriam 
ser adotadas a fim de que seja possível chegar a esse novo modelo de capitalismo, 
proposto por Hawken e por Almory e Hunter Lovins.30
2.5.1 O que significa capitalismo natural
O capitalismo natural é uma extensão da noção econômica de capital (meios de pro-
dução) para a produção de bens e serviços ambientais. Ele se refere a um estoque (por 
exemplo, uma floresta) que produz um fluxo de bens (por exemplo, árvores novas) e 
serviços (por exemplo, seqüestro de carbono, controle de erosão, habitat, fotossínte-
se, manutenção da umidade e da vida do solo, manutenção do clima, etc.). O capital 
natural pode ser dividido em renovável e não-renovável; o nível de fluxo de recursos 
não-renováveis (por exemplo, combustíveis fósseis) é politicamente determinado.
O capitalismo natural compreende todos os recursos individuais conheci-
dos e usados pela humanidade, tais como a água, os minérios, o petróleo, as árvo-
res, os peixes, o solo, o ar, etc. (ou seja, os recursos minerais, vegetais e animais). 
Entretanto, além dos recursos individuais, o capitalismo natural envolve os chama-
dos sistemas vivos, tais como os pastos, as savanas, os mangues, os estuários, os 
oceanos, os recifes de coral, as áreas ribeirinhas, as tundras e as florestas tropicais, 
etc., bem como todos os serviços que os mesmos prestam.
Se os sistemas vivos são a fonte de bens desejáveis, como a madeira, o 
peixe ou o alimento, importância ainda maior tem os serviços que eles oferecem, 
pois são muito mais decisivos para a prosperidade dos seres humanos do que os 
recursos não-renováveis.
 C2 Abordagens relacionadas ao macroambiente 87
O estoque de capital natural vem diminuindo e os serviços fundamentais 
de geração de vida que dele fluem estão se tornando críticos no que diz respeito à 
nossa prosperidade. O capitalismo natural reconhece, por um lado, a interdepen-
dência fundamental entre a produção e o uso do capital produzido pelo homem e, 
por outro, a conservação e o fornecimento do capital natural.
2.5.2 O modelo mental do pensamento econômico vigente e o 
capitalismo tradicional
O capitalismo, sob o ponto de vista tradicional, pode ser conceituado como um sis-
tema econômico em que os indivíduos, em relativa liberdade de restrições externas, 
produzem bens e serviços para o consumo público, sob condições de concorrência, 
tendo como motivação principal o lucro. Esses bens e serviços se deslocam dos 
produtores para os consumidores, por intermédio de um intercâmbio (ou vendas) 
no qual o meio comum de pagamento é a moeda ou algum sucedâneo aceitável, 
como o crédito.
O capitalismo é um sistema econômico, e não um sistema político, mas 
que floresce melhor em países democráticos. Há no capitalismo três liberdades bá-
sicas: propriedade privada, livre organização e liberdade de escolha. Os principais 
requisitos para seu bom funcionamento são: capital, produção, distribuição, preço, 
concorrência, risco e lucro.
O capitalismo tradicional se define como a riqueza acumulada na forma de 
investimentos, fábricas e equipamentos. Na realidade, uma economia requer quatro 
tipos de capital para funcionar adequadamente:
capital humano, na forma de trabalho e inteligência, cultura e organização;• 
capital financeiro, que consiste em dinheiro, investimentos e instrumentos mo-• 
netários;
capitalmanufaturado, inclusive infra-estrutura, máquinas, ferramentas e fá-• 
bricas;
capital natural, constituído de recursos, sistemas vivos e os serviços do ecossis-• 
tema.
O primeiro passo para qualquer mudança econômica e ecológica abran-
gente consiste em compreender o modelo mental que constitui a base do pensa-
mento econômico atual, sintetizado a seguir.
O progresso econômico tem melhores condições de ocorrer em sistemas de pro-• 
dução e distribuição de mercado livre, nos quais os lucros reinvestidos tornam o 
trabalho e o capital cada vez mais produtivos.
Gestão socioambiental estratégica88
Obtém-se vantagem competitiva quando fábricas maiores e mais eficientes pro-•
duzem mais produtos para a venda no mercado em expansão.
O crescimento da produção total, ou seja, do Produto Interno Bruto (PIB) maxi-•
miza o bem-estar humano.
Todo advento de escassez de recursos estimula o desenvolvimento de substi-•
tutos.
As preocupações com a saúde do ambiente natural são importantes, mas devem•
equilibrar-se com as exigências do crescimento econômico se ainda quisermos
manter um alto nível de vida.
As organizações e as forças de mercado livres alocarão pessoas e recursos para•
o seu uso superior e melhor.
A origem dessa visão de mundo remonta a séculos. Contudo, foi a Re-
volução Industrial que a estabeleceu como ideologia econômica principal. Os úl-
timos dois séculos de crescimento maciço em prosperidade e capital industrial 
se fizeram acompanhar de um prodigioso corpo de teorias econômicas que os 
analisavam, todas baseadas na falácia segundo a qual o capital natural e o humano 
tinham pouco valor em comparação com o produto final. No modelo produtivo 
padrão, a criação de valor é apresentada como uma seqüência linear de extração, 
produção e distribuição.
Os resíduos do processo de produção e os produtos são, de algum modo, 
encaminhados a algum lugar. Em tal cenário, esse “algum lugar” não interessa à 
economia clássica, pois, conforme reza a teoria, dinheiro suficiente compra recur-
sos suficientes e também suficientes “outros lugares” onde se desfazer dos resíduos 
posteriormente.
Como curiosidade, citada pelos autores de Capitalismo Natural, 
Hawken, Lovins e Lovins, o material utilizado no metabolismo da indústria 
dos Estados Unidos é de cerca de 450 mil quilos por habitante ao ano. Isso 
corresponde a 1.233 quilos por habitante ao dia. Ou seja, a cada dia é gerado nos 
EUA, per capita, um volume de produtos e resíduos que corresponde a cerca de 
20 vezes o peso de cada cidadão.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
 
Dica do professor
Nesta aula veremos os elementos conceituais mais importantes relacionados à temática da 
educação ambiental.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/6e140951def43f0aad8432e64371bd23
Exercícios
1) Atualmente o conceito de educação ambiental tem duas interpretações, de acordo com o 
contexto e conforme a influência e a vivência de cada indivíduo. 
Analise os itens a seguir: 
I. Trabalhar os aspectos físicos e químicos do ambiente. 
II. Levar em consideração a vida animal dentro dos ecossistemas. 
III. Desenvolver temas relacionados à natureza, ao lixo, às paisagens etc. 
IV. Buscar o equilíbrio entre o homem e o ambiente. 
V. Relacionar o homem e as paisagens. 
 
Quais dos itens acima estão implicados no conceito de educação ambiental?
A) I e II.
B) I e III.
C) II e IV.
D) III e IV.
E) IV e V.
2) A educação ambiental nas organizações é muito importante. Geralmente muitas empresas 
elaboram projetos e programas de educação ambiental completamente formais, para 
cumprirem com uma "obrigação social". Nesse sentido, se a organização deve cortar gastos, 
seguramente um dos primeiros projetos a serem cortados serão os de educação ambiental. 
No entanto, um trabalho sério neste sentido pode trazer resultados positivos para a 
organização, basicamente por algumas razões básicas. Analise os itens a seguir: 
I. Obriga os empresários a desenvolverem ações de EA. 
II. Conduz aos profissionais a uma mudança de atitude perante o meio ambiente. 
III. Estimula investimentos na área ambiental. 
IV. Desperta os funcionários para a ação e busca de soluções de problemas ambientais. 
V. Estabelece multas pelo descumprimento da política ambiental. 
 
Dos itens acima, quais poderiam ser considerados razões básicas para o trabalho de EA 
numa organização?
A) I, II e III.
B) II, III e IV
C) I, III e IV.
D) II, IV e V.
E) III, IV e V
3) Um programa de educação ambiental correto numa organização deve conter alguns 
aspectos básicos que farão com que a educação ambiental seja realmente uma ferramenta 
fundamental no sistema de gestão ambiental de uma empresa. 
 
Assinale a alternativa que NÃO apresenta um desses aspectos.
A) Conter atividades sistematizadas.
B) Prever a participação do coletivo.
C) Depender dos estudos de impacto ambientais.
D) Estar vinculado ao sistema de gestão ambiental da organização.
E) Priorizar os interesses da empresa que o implanta.
4) Assinale a alternativa que apresenta CORRETAMENTE o objetivo fundamental de um 
programa de EA numa organização:
A) Obter certificados.
B) Melhorar a imagem da organização.
C) Melhorar os indicadores de performance da organização.
D) Cumprir com a legislação estabelecida.
E) Evitar multas e outras sanções à organização.
A Lei no 9.795/99 dispõe sobre a educação ambiental e institui a Política Nacional de 
Educação Ambiental. O artigo 3o da referida lei informa que todos têm direito à educação 
ambiental e estabelece obrigações para algumas instituições. 
5) 
 
Nesse sentido assinale a alternativa CORRETA:
A) Os meios de comunicação de massa devem manter atenção permanente à formação de 
valores e atitudes que propiciem a solução de problemas ambientais.
B) A sociedade como um todo deve colaborar para a disseminação de informações e práticas 
educativas sobre meio ambiente.
C) As empresas e entidades de classe devem capacitar os trabalhadores, visando ao controle 
sobre o ambiente de trabalho e sobre as repercussões da produção no meio ambiente.
D) O Poder Público deve promover a educação ambiental de maneira integrada aos programas 
educacionais que desenvolvem.
E) As instituições educativas devem definir políticas públicas que incorporem a dimensão 
ambiental.

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