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PSICOLOGIA NO BRASIL 1500 - 1962 - 2021 Prof. Me. Christian Capobianco 1500 – 1808 SABERES PSICOLÓGICOS • Religiosos, políticos, educadores, filósofos e moralistas foram os primeiros a abordar questões psicológicas no Brasil colonial. • Essas ideias figuram em obras de filosofia moral, teologia, pedagogia, medicina, política e arquitetura; • Abordam temas como: emoções, sentidos, autoconhecimento, educação, personalidade, controle do comportamento, aprendizagem, influência paterna, educação feminina, trabalho, adaptação ao meio, processos psicológicos, práticas médicas, controle político, diferenças raciais e étnicas e persuasão de “selvagens”. O trabalho desenvolvido pelos missionários da Companhia de Jesus, visando a criação de escolas para a formação de crianças indígenas e mestiças, no Brasil colonial, enquadra-se no projeto missionário da Companhia, através da educação será viável a transformação do homem, da cultura e da sociedade. Na pedagogia, um exemplo é a obra A arte de crear bem os filhos na idade da puerícia, escrita pelo jesuíta Alexandre de Gusmão, em 1685 apresenta as normas cristãs referentes à criação dos meninos e meninas, ao mesmo tempo que ilustra aspectos fundamentais da unidade teológico-política da literatura eclesiástica na América portuguesa. No século XVIII, com o Iluminismo, emergem novas concepções de conhecimento, que tiveram impacto sobre o entendimento dos fenômenos psicológicos. Destaca-se a figura do médico, agora substituto da figura do confessor, na cura dos males da alma. • O médico Mello Franco na obra - Medicina Theologica ou Suplica Humilde, afirma que: “Descobrindo-se na Confissão, as chagas todas do coração humano facilmente são conhecidas e podem ser inteiramente curadas pelos Médicos, que as observarão e examinarão em segredo”. • O médico é, ao mesmo tempo, detentor do saber sobre o sujeito e agente da terapia. HIGIENISMO A PSICOLOGIA E AS PRÁTICAS HIGIENISTAS No século XIX, com a transferência da corte portuguesa para o Brasil, foram criadas instituições destinadas à administração pública e à vida cultural, como bibliotecas, academias e instituições de ensino, Faculdades de Medicina e de Direito, Escolas Normais. • Salvador e Rio de Janeiro tornam-se grandes centros urbanos, apresentando problemas relacionados ao aumento de um contingente populacional excluído das condições mínimas de dignidade, como os leprosos, loucos, prostitutas, alcoólatras, crianças abandonadas, muitos dos quais ex-escravos que, já não mais produtivos, eram abandonados à própria sorte e se tornavam alvos de práticas higienistas, como a reclusão em prisões e hospícios, respaldada pelo discurso médico. Em meados do século, com o ciclo econômico do café, mudanças significativas ocorreram, como a penetração de ideias produzidas na Europa, especialmente o Liberalismo e o Positivismo, além de condições sociais e intelectuais que levariam à implantação de um estado republicano e, com isso, condições para mudanças mais profundas na sociedade brasileira. 1808 – 1890 SABERES PSICOLÓGICOS PRODUZIDOS EM OUTRAS ÁREAS DE CONHECIMENTO OS SABERES PSICOLÓGICOS, NO SÉCULO XIX, FORAM PRODUZIDOS NO INTERIOR DA MEDICINA E DA EDUCAÇÃO • MEDICINA - em teses doutorais que os formandos do curso de medicina deveriam defender para obter o título de doutor e nas práticas dos hospícios. Grande parte dos assuntos psicológicos tratados referem-se à: paixões ou emoções, diagnóstico e tratamento das alucinações mentais, epilepsia, histeria. A partir da década de 1840 foram criados os primeiros hospícios no Brasil, baseando- se na necessidade de oferecer tratamento adequado aos “loucos”, que até então viviam nas ruas, prisões e nas “casinhas de doudos” das Santas Casas de Misericórdia. Inaugurado na avenida São João, foi conhecido mais tarde como Hospício Velho. O principal objetivo era excluir o louco das ruas da cidade; Tomé de Alvarenga foi o primeiro diretor e seus funcionários eram em geral negros libertos e egressos de prisões. Em 1862 o hospício foi transferido para a Ladeira Tabatinguera, na Várzea do Carmo; em 1896, Francisco Franco da Rocha, médico alienista, foi nomeado diretor da instituição, e passou a exercer uma ação médico-terapêutica. Essa instituição foi extinta após a fundação do Hospício do Juqueri, em 1898. O Hospício Pedro II foi a primeira instituição psiquiátrica para o tratamento de alienados no Brasil. Até então funcionava como anexo na Santa Casa e seu objetivo era tratar os alienados curáveis. Para os alienados incuráveis e para conter a superpopulação do hospício foram inauguradas as Colônias da Ilha do Governador, São Bento e Barão de Mesquita. Foi professor de química médica e princípios elementares da mireralogia da Faculdade de Medicina da Bahia. Passou parte da vida procurando encontrar elementos observáveis que explicassem o comportamento moral das pessoas. EDUCAÇÃO - conteúdos psicológicos que abordavam as faculdades psíquicas: inteligência, sensações e vontade. A aprendizagem e os métodos e instrumentos educativos são encontrados no ensino secundário e, sobretudo, nas Escolas Normais, com a crescente preocupação com o fenômeno psicológico, fundamentando principalmente a metodologia de ensino, com foco no educando e na formação do educador. Também conhecida como Escola Normal da Praça, foi de suma importância para a institucionalização da cátedra de psicologia e para a psicologia de laboratório, sob a direção de Oscar Thompson Instituição pública que tinha por objetivo a formação de professores para a escola primária, preparando profissionalmente os candidatos ao magistério. Dentre os diretores da instituição destacam- se Helvécio Ferreira Andrade, responsável por inserir Psicologia na disciplina de Pedagogia, atendendo o estabelecido pela reforma de 1931; Conteúdos psicológicos são encontrados nas disciplinas - “Filosofia, “Psicologia Lógica”, “Pedagogia” e “Pedagogia e Psicologia”. REPÚBLICA • As crises do Império, a defesa dos ideais republicanos, a insatisfação generalizada e uma aliança entre militares e fazendeiros de café culminaram na proclamação da República. • Sistema presidencialista, os três poderes, a autonomia dos estados e a soberania da União e sua Constituição Federal. • A abolição da escravatura, a imigração e o trabalho livre formaram um razoável mercado consumidor, aumentando o fluxo monetário. • Domínio político e econômico para o Sudeste - São Paulo e Minas Gerais - região onde se concentrou o desenvolvimento econômico e o adensamento humano. • Inicio da industrialização do país - construção de estradas de ferro ligou o interior aos portos • O crescimento econômico e o aumento populacional exigiram reformas urbanas: a abertura de escolas, hospitais e incremento da infraestrutura. 1890 – 1930 AUTONOMIZAÇÃO DA PSICOLOGIA • Intelectuais - elevar o Brasil à modernidade, rumo ao desenvolvimento e ao progresso. • Necessidade de um ser humano novo para a nova sociedade, tarefa para a educação que, baseada no escolanovismo, busca na Psicologia a ciência que dará base para sua ação. • São criados os primeiros laboratórios da área nas Escolas Normais e em alguns hospícios, nos quais ampla gama de temas psicológicos foi estudada. Inaugurada como instituição pública federal, passou à esfera municipal dois anos depois. Tinha como objetivo impulsionar reformas e melhorias no ensino nacional oferecendo aos professores públicos e particulares os meios para a instrução profissional, além de exposição de métodos e material de ensino aperfeiçoado, agindo como centro nacional de controle e coordenação das atividades pedagógicas. Em 1897 foi criado o Laboratório de Psicologia Experimental, provavelmente o primeiro laboratório de Psicologia Experimental do Brasil, muito influenciado pelas idéias de Alfred Binet.O objetivo da Escola Normal Pedro II era formar as professoras do Espírito Santo; elas estagiariam numa escola de educação fundamental a ela anexada, a Escola Modelo Jerônimo Monteiro. O primeiro professor de psicologia da instituição foi Christiano Ferreira Fraga, que em 1935 iniciou cursos que incluíam em seu conteúdo testes de inteligência e apuração de problemas de aprendizagem, formulações psicanalíticas acerca do desenvolvimento e o método de Decroly. A psicologia era ministrada nos terceiros e últimos anos de formação das normalistas; a partir de 1941 passou a ser ministrada desde o primeiro ano e em 1950 passou a ser ministrada em todo o curso. A instituição continua seus trabalhos ainda nos dias atuais Fundado e dirigido inicialmente por Francisco Franco da Rocha, foi o primeiro asilo público do Estado de São Paulo destinado e inteiramente planejado para a guarda e tratamento dos alienados; os doentes considerados curáveis eram mantidos no prédio central e as colônias ficavam reservadas aos incuráveis. No início século XX algumas práticas de arteterapia foram aplicadas pelo psiquiatraOsório César, que nomeia o antigo Museu do Juquery. Antonio Carlos Pacheco e Silva sucedeu Francisco Franco da Rocha na direção do hospício. O objetivo principal desta instituição era salvar, física e moralmente, as crianças do Brasil através da propagação dos ideais higiênicos. Além de proteger crianças e inspecionar sua condição de vida, estimulava a criação de creches e jardins da infância e vigiava o trabalho das ciranças nas indústrias. Seu fundador,Carlos Arthur Moncorvo Filho, inspirou a Sociedade Científica Protetora da Infância e o grupo Damas de Assistência à Infância; e o Departamento da Creança no Brasil, que recolhia e organizava informações sobre a assistência à infância no país, foi reconhecido como utilidade pública em 1920. Tendo servido como modelo para outras instituições, encerrou seus trabalhos em 1944. Instalado no antigo Sanatório de Barbacena, para tuberculosos, a Assistência a Alienados em Minas Geraes abrigava homens-loucos procedentes de todo o Estado. Em 1922, passou a chamar Asylo Central, depois Azylo Colônia, onde praticava-se a laborterapia. As práticas asilares, terapêuticas e as condições físicas do local propiciaram sua reestruturação e a desinstitucionalização dos pacientes no bojo da reforma psiquiátrica. O Laboratório de Higiene foi criado com base nos conceitos do movimento higienista. Financiado por instituições americanas, inicialmente foi dirigida por cientistas americanos, enquantoGeraldo Horácio de Paula Souza e Francisco Borges Vieirafaziam sua formação nos Estados Unidos. Em 1925 ganhou autonomia, tendo como atribuições ministrar cursos de higiene para a Faculdade de Medicina e para os profissionais de saúde e educadores sanitários. Nesse Instituto formou-se um grupo de estudos em Psicologia Aplicada, Psicologia judiciária e Psicologia forense, tendo também contribuido para a formação do Instituto de Desenvolvimento e Organização Racional do Trabalho. Idealizado a partir da reforma nos serviços de assitência aos alienados de 1920, foi provido de instalações modernas como laboratórios e salas de tratamento. Além de indigentes com alienação mental, recebeu também leprosos, tuberculosos, marginais, trabalhadores imigrantes e desempregados que eram despejados pelo carro-forte da policia. Em 1929, Hermelino Lopes Rodrigues assumiu a direção e introduziu atividades laborativas e oficinas de trabalho para os pacientes. Posteriormente os diretores continuaram introduzindo práticas inovadoras como a psicocirurgia e a eletroconvulsoterapia Tinha o objetivo de divulgação e discussão das idéias psicanalíticas; foram eleitos para a diretoria Francisco Franco da Rocha, Raul Briquet, Durval Bellegard Marcondes e Lourenço Filho; Durval Marcondes conheceu o sistema de formação psicanalítica e se empenhou, sem sucesso, na aplicação das mesmas regras à seção paulista. Teve, ainda, uma seção do Rio de Janeiro que foi presidida por Juliano Moreira; por iniciativa dele foram instalados um departamento de psicanálise no Hospital Nacional de Alienados e um ambulatório na Liga de Higiene Mental, para aplicação terapêutica da psicanálise Gradativamente, portanto, a Psicologia vai sendo reconhecida como uma ciência autônoma, ocupando um lugar significativo no âmbito do ensino, da pesquisa e da prática. MODERNIDADE 1930 - fim da República Velha. Getúlio Vargas assume a presidência empunhando as bandeiras da modernização econômica e social, com obras de infraestrutura, instalação de indústrias de base e reorganização das relações de trabalho. O país acelera o processo de urbanização, com a migração de trabalhadores do campo para as cidades. Em 1937, instaura-se a ditadura do Estado Novo, liderada por Getúlio Vargas, que implanta o desenvolvimentismo no plano econômico e o populismo e práticas autoritárias no plano político e social. Seu governo é lembrado pela manipulação populista das massas, em proveito das classes dominantes e por promover o capitalismo nacional, no intuito de incrementar uma indústria nacional, como alternativa para o progresso econômico e social. Na década de 1950 Juscelino Kubistchek é eleito e estabelece um plano para a aceleração do desenvolvimento do país, denominado 50 anos em 5. O Brasil do automóvel, da televisão, da bossa nova, campeão do mundo no futebol e da nova capital federal em Brasília, faz prever o fortalecimento da identidade nacional. A sucessão de fatos históricos, com a eleição e a renúncia de Jânio Quadros, a resistência dos setores conservadores à posse de João Goulart e às reformas de base, propostas pelo novo presidente, alimentam uma fase de turbulência institucional, que termina com o golpe militar em abril de 1964. 1930 – 1962 A CONSOLIDAÇÃO DA PSICOLOGIA A Psicologia se consolida como uma ciência capaz de formular teorias, técnicas e práticas para orientar e integrar o processo de desenvolvimento demandado pela nova ordem política e social. Consolidam-se os campos de atuação: educação, trabalho e clínica. Testes e métodos de avaliação psicológicos são utilizados nos serviços públicos de orientação infantil implantados em São Paulo e no Rio de Janeiro. Estes também são a base do trabalho de institutos como o IDORT/SP, ISOP/RJ, IDOV/BA e SOSP/MG, voltados para a seleção e orientação de pessoal e organização do trabalho. O IDORT tinha entre seus objetivos trabalhar na organização racional das relações no trabalho, no ensino, na saúde. Foi fundado com o respaldo financeiro do jornal O Estado de São Paulo, que também subsidiou a Revista IDORT, visando divulgar e expandir práticas e ideais idortianos. Dessa instituição difundiram-se novos tipos de organizações tais como o SENAI, o SESI. Suas atividades visavam à escolha dos alunos que iriam frequentar os cursos ferroviários, depois passando a também selecionar profissionais para a empresa. Realizavam atividades como cursos de aperfeiçoamento em engenharia ferroviária, formação e seleção de pessoal. Tendo em vista o sucesso dos serviços, passou a atender 75% de todas as ferroviárias brasileiras. Seção de Psicotécnica. Associação civil, sem fins lucrativos, fundada por um grupo de médicos, enfermeiros, professoras e psicologistas, sob coordenação e direção de Helena Antipoff. A grande preocupação da instituição era a educação das crianças excepcionais; auxiliava pais e educadores sobre a melhor forma de educar essas crianças, realizando cursos, seminários, estudos. O psiquiatra Durval Marcondes uniu seus conhecimentos psicanalíticos às necessidades de entendimento psicológico da infância e organizou o Serviço de Higiene Mental Escolar composto por clínicas de orientação infantile consultórios psicológicos; classes especiais para deficientes mentais na perspectiva de oferecer-lhes desenvolvimento de acordo com seu potencial e características. Seu objetivo era oferecer um novo tipo de tratamento na área de saúde mental, utilizando os princípios de uma psiquiatria dinâmica e da psicanálise moderna. Em 1952 Iracy Doyle fundou o Instituto de Medicina Psicológica, que atualmente é conhecida como Sociedade de Psicanálise Iracy Doyle. Nos anos 1950 uma sucessão de fatos amadurece a luta: o primeiro pedido de registro de um consultório de psicopedagogia no Ministério da Educação; o primeiro Congresso Brasileiro de Psicologia, em Curitiba; o primeiro anteprojeto sobre a formação e regulamentação da profissão, apresentado pela Associação Brasileira de Psicotécnica; a criação dos cursos de Psicologia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP e na PUC de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Em 1958 é apresentado o Projeto de Lei 3825 que dispõe sobre a regulamentação da profissão de psicologista. Fundada no contexto da industrialização do Brasil, a associação que teve Emilio Mira y Lópes como seu primeiro secretário geral, era filiada à Associação Internacional de Psicotécnica e lutou pela regulamentação da profissão de psicólogo. Elaborou projetos de lei encaminhados ao MEC, em 1953 e 1957, e dialogou com outras associações de psicólogos para a regulamentação que se efetivou em 1962. O Instituto de Psicologia Experimental e Educacional contava com um significativo laboratório de psicologia experimental trazido da Itália; os objetivos do instituto foram desenvolver pesquisas científicas em psicofísica, psicofisiologia e psicometria, promoção de cursos e aplicações práticas da psicologia, publicação do periódico Boletim de Psicologia Experimental e Educacional (depois Re vista de Psicologia Normal e Patológica). 1962 – 1980 A REGULAMENTAÇÃO E OS TEMPOS DA DITADURA A Lei 4119 de 27 de agosto de 1962 reconhece a profissão de psicólogo, fixa normas para a atuação profissional e estabelece um currículo mínimo para sua formação. Os campos de atuação são aqueles que se consolidaram como prática no período anterior: clínica, escolar-educacional e organização do trabalho A ditadura militar e as condições por ela imposta criam problemas para o desenvolvimento da profissão. A Lei 5692/71 retira a disciplina Psicologia do currículo do então ensino de 2º Grau. A Reforma Universitária de 1968, em nome da democratização do ensino superior, possibilita a proliferação de faculdades privadas, formando grande contingente de profissionais sem possibilidade de ingresso no mercado de trabalho, que se retrai para áreas como a Psicologia. Docência - uma alternativa de trabalho para psicólogos, muitos dos quais fazem desse espaço o lócus para a resistência política e para a produção de uma Psicologia crítica - ideias libertárias inspiradas na antipsiquiatria e nos grupos operativos, críticas e elaboração de novas possibilidades de atuação na educação e no trabalho, assim como a busca de novos aportes teóricos, sobretudo no âmbito da Psicologia Social. O campo clínico tornou-se mais difundido – privilegiado nos currículos – atraia um maior número de alunos.Recém formados tentavam essa via – paralelo aos seus empregos. A atuação clínica permaneceu como um dos campos mais difundidos da psicologia no Brasil. Processo semelhante ocorreu com o campo do trabalho – antes da regulamentação era fomentado e financiado por empresas públicas e privadas – mais tarde – ficou cada vez mais restrito – aplicação de testes – seleção de pessoal. Muitas críticas eram feitas no sentido da atuação do psicólogo do trabalho ou organizacional – adaptação do trabalhador e não intervindo nas condições de trabalho. Referente à Psicologia da Educação – no final da década de 1970 – a hipertrofia da psicologia na Educação começou a ser duramente criticada – por educadores e psicólogos – uso abusivo dos testes e suas consequências para o educando – problemas de aprendizagem sem considerar as condições sociais. Redução dos supostos problemas escolares à dimensão meramente psicológicas. As famílias de classes populares eram causadoras de problemas apresentados pelas crianças – desestruturadas – pais analfabetos. Criticas a Psicologia na Educação – psicologia clínica na escola – sem pensar ações pedagógicas e coletivas – preventivas. Alguns psicólogos apoiam práticas repressivas da época, encobrindo, ignorando ou justificando a violência do Estado. Um exemplo é a pesquisa Perfil Psicológico do Terrorista Brasileiro (Centro de Estudos de Pessoal do Exército – Forte do Leme no RJ, 1969), que aponta características psicológicas de alguns presos políticos submetidos ao Teste de Rorschach. No entanto, boa parte opta pela oposição ao regime. O predomínio da técnica e o contexto autoritário não impedem o questionamento da transposição mecânica de modelos estrangeiros e a elitização da prática psicológica. A Psicologia brasileira passou a criticar suas referências teóricas e práticas na medida em que profissionais, professores, pesquisadores e estudantes passaram a responder às demandas dos diversos segmentos da sociedade com os quais trabalhavam. 1980 – 2021 O SISTEMA CONSELHOS DE PSICOLOGIA E A REDEMOCRATIZAÇÃO 1971 – criação do Conselho Federal de Psicologia, durante o período mais duro da ditadura militar 1975 - primeiro Código de Ética Profissional, reformulado em 1979 1987 – Novo Código de Ética Profissional - define as responsabilidades, direitos e deveres dos psicólogos de acordo com os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos A partir de 1989 é desencadeada uma sucessão de eventos fundamentais para os rumos da Psicologia brasileira ÚLTIMOS VINTE ANOS • Grande expansão na área da saúde, que começa a ser seguida pela área de assistência social. Permanência da presença em clínica e nas empresas e organizações. Diminuição do espaço de atuação na área escolar (escolas públicas). Interiorização da profissão, democratização do atendimento psicológico, fortalecimento do setor público como maior empregador, fortalecimento da docência. A PROFISSÃO DE PSICÓLOGO NO BRASIL REFERÊNCIAS LEGAIS Conselho Federal de Psicologia: órgão que regulamenta, orienta, fiscaliza e promove a qualificação do exercício profissional – Conselhos Regionais de Psicologia – Diretorias eleitas a cada 3 (três) anos ALGUMAS ENTIDADES NACIONAIS DA PSICOLOGIA BRASILEIRA • ABEP - Associação Brasileira de Ensino de Psicologia • ABOP - Associação Brasileira de Orientação Profissional ABPD - Associação Brasileira de Psicologia do Desenvolvimento ABPJ - Associação Brasileira de Psicologia Jurídica ABPP - Associação Brasileira de Psicologia Política ABPSA - Associação Brasileira de Psicologia da Saúde • ABRAP - Associação Brasileira de Psicoterapia ABRAPESP - Associação Brasileira de Psicologia do Esporte ABRAPEDE - Associação Brasileira de Psicologia nas Emergências e Desastres ABRANEP - Associação Brasileira de Neuropsicologia ABRAPEE - Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional ABRAPSO - Associação Brasileira de Psicologia Social ANPEPP - Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia ASBRo - Associação Brasileira de Rorschach e Métodos Projetivos FLAAB – Federação Latino Americana de Análise Bioenergética IBAP - Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica SBPH - Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar SBPOT - Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho SOBRAPA - Sociedade Brasileira de Psicologia e Acupuntura
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