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1 DIREITO ELEITORAL Gabriela Graeff @prof.gabrielagraeff 2 DIREITO ELEITORAL; PARTIDOS POLÍTICOS SUMÁRIO 01. Direitos políticos .................................................................................................................. 2 02. Partidos políticos .............................................................................................................. 10 ARTIGOS IMPORTANTES PARA LEITURA: o Art. 14 a 16 da CF o Art. 1º a 5º da Lei 9504/97 o Art. 1º da LC 64/1990 o Art. 1º ao 7º do Código Eleitoral o Art. 12 a 14 do Código Eleitoral o Art. 82 a 86 do Código Eleitoral o Art. 1º ao 7º da Lei 9096/95 01. Direitos políticos 1.1 Noções gerais Os direitos políticos são a forma que o Estado garante o exercício da soberania popular, dando aos cidadãos instrumentos para interferirem na condução do país, seja direta ou indiretamente. 1.2 Democracia Art. 1º, Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos. 3 1.2.1 Formas de democracia direta Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: XV - autorizar referendo e convocar plebiscito; Iniciativa popular Trata da apresentação de projeto de lei à Câmara dos Deputados por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído por, pelo menos, cinco Estados, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles. Ação popular Trata de um remédio constitucional. Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; Plebiscito Referendo Iniciativa popular Ação popular Plebiscito Consulta prévia Convocado antes de ato legislativo ou administrativo Povo pode aprovar ou denegar o que se submeteu Referendo Consulta posterior Primeiro se tem o ato legislativo ou administrativo para, então, submetê-lo a apreciação do povo, que pode confirmar ou afastar. 4 1.3 Direito político positivo 1.3.1 Capacidade eleitoral ativa São requisitos para exercer o direito de votar: Voto O voto é direto, secreto, universal, periódico, livre, personalíssimo e de igual valor para todos. Alistamento eleitoral na forma da lei (título eleitoral); Nacionalidade brasileira (não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros Idade mínima de 16 anos Não ser conscrito durante o serviço militar obrigatório. OBRIGATÓRIOS • maiores de 18 • menores de 70 anos de idade FACULTATIVOS • maiores de 16 e menores de 18 anos de idade • analfabetos • maiores de 70 anos de idade 5 1.3.2 Capacidade eleitoral passiva É a possibilidade de concorrer a um mandato eletivo, o direito de ser votado. Condições de elegibilidade: • Não há intermediários no voto, ele é exercido diretamente no candidato. Direto • Há sigilo absoluto no voto do eleitor. Secreto • Não há nenhuma condição discriminatória no voto (como de ordem econômica ou intelectual) Universal • Os mandatos são por prazo determinado Periódico • Apesar da obrigatoriedade de comparecimento, cada um pode escolher seu candidato ou votar em branco. Livre • Não existe possibilidade de voto por procuração. Personalíssimo • Cada voto tem o mesmo peso Com valor igual a todos Nacionalidade brasileira; Pleno exercício dos direitos políticos; Alistamento eleitoral; Domicílio eleitoral na circunscrição; Filiação partidária; 6 1.4 Direito político negativo 1.4.1 Inelegibilidade Absolutas: É o impedimento eleitoral para concorrer a qualquer cargo eletivo 2016 | XX Exame da OAB Wilson, nascido nos Estados Unidos da América, com 29 anos de idade, é filho de pais brasileiros. Fluente na língua portuguesa, participa com brilho da política partidária regional de um Estado da federação brasileira, dominado há várias gerações por sua família. Esta natural inclinação leva seus familiares a incentivá-lo no sentido de concorrer ao cargo de Governador do Estado nas eleições que serão realizadas dali a dois anos. 18 anos • Vereador 21 anos •Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito 30 anos •Governador e Vice- Governador de Estado e do Distrito Federal; 35 anos •Presidente, Vice- Presidente da República e Senador. Inelegíveis Inalistável Estrangeiros Conscritos Analfabetos 7 Sobre a possibilidade jurídica de Wilson concorrer ao pleito, mais precisamente no que se refere às questões de nacionalidade e idade, assinale a afirmativa correta. A. Wilson já terá completado, na data da eleição, a idade exigível para o exercício do cargo pleiteado, mas somente poderá concorrer caso adquira a nacionalidade brasileira. B. Wilson poderá concorrer, pois não apenas contemplará o requisito da idade, como, pelo simples fato de ser filho de brasileiros, possui automaticamente a nacionalidade de brasileiro nato. C. Wilson não estará apto a concorrer nesta próxima eleição para o cargo apontado, pois, mesmo que adquira a nacionalidade brasileira, não possuirá a idade mínima exigida para o cargo. D. Wilson não poderá concorrer, pois, embora a idade não seja um problema, poderá, no máximo, adquirir o status de brasileiro naturalizado, enquanto o cargo em questão exige o status de brasileiro nato. Relativas É o impedimento eleitoral para algum cargo eletivo ou mandato, em função de situações em que se encontre o cidadão candidato. ▪ Reeleição, para um terceiro mandato sucessivo, do Presidente da República, Governadores e Prefeitos (ou aqueles que tiverem sucedido ou substituído no curso do mandato) ▪ Reeleição, para um terceiro mandato sucessivo, de um Prefeito em outro Município. Chamado prefeito profissional ou prefeito itinerante. ▪ Desincompatibilização: para concorrer a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até 6 meses antes do pleito. ▪ Os cônjuges, parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, no território da circunscrição do titular: ▪ Presidente da República 8 ▪ Governador de Estado, Território ou Distrito Federal ▪ Prefeito ▪ Quem os haja substituído dentro dos 6 meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. 2020 | XXXI Exame da OAB José Maria, no ano de 2016, foi eleito para exercer o seu primeiro mandato como Prefeito da Cidade Delta, situada no Estado Alfa. Nesse mesmo ano, a filha mais jovem de José Maria, Janaína (22 anos), elegeu-se vereadora e já se organiza para um segundo mandato como vereadora. Rosária (26 anos), a outra filha de José Maria, animada com o sucesso da irmã mais nova e com a popularidade do pai, que pretende concorrer à reeleição, faz planos para ingressar na política, disputando uma das cadeiras da Assembleia Legislativa do Estado Alfa. Diante desse quadro, a família contrata um advogado para orientá-la. Após analisar a situação, seguindo o sistema jurídico- constitucional brasileiro, o advogado afirmaque A. as filhas não poderão concorrer aos cargos almejados, a menos que José Maria desista de concorrer à reeleição para o cargo de chefe do Poder Executivo do Município Delta. B. Rosária pode se candidatar ao cargo de deputada estadual, mas Janaína não poderá se candidatar ao cargo de vereadora em Delta, pois seu pai ocupa o cargo de chefe do Poder Executivo do referido município. C. as candidaturas de Janaína, para reeleição ao cargo de vereadora, e de Rosária, para o cargo de deputada estadual, não encontram obstáculo no fato de José Maria ser prefeito de Delta. D. Janaína pode se candidatar ao cargo de vereadora, mas sua irmã Rosária não poderá se candidatar ao cargo de deputada estadual, tendo em vista o fato de seu pai exercer a chefia do Poder Executivo do município. 9 ▪ O militar é elegível, porém deve cumprir alguns requisitos: ▪ Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de que sejam protegidos os preceitos da: ▪ probidade administrativa; ▪ moralidade para o exercício de mandato, considerada a vida pregressa do candidato; É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; Perda II - incapacidade civil absoluta; Suspensão III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; Suspensão IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; Perda V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. Suspensão Menos de 10 anos de serviço Deverá afastar-se da atividade Mais de 10 anos de serviço Será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade 10 02. Partidos políticos ATENÇÃO: TEMA DE BAIXA INCIDÊNCIA Os partidos são a organização de pessoas reunidas em torno de um mesmo programa político com a finalidade de assumir o poder e de mantê-lo ou, ao menos, de influenciar na gestão da coisa pública através de críticas e oposição. Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana 2.1 Princípios Os partidos são autônomos para estabelecerem suas estruturas internas, formação e duração de órgãos e critérios de escolha de coligações. Não há obrigatoriedade de vinculação de coligações nos âmbitos nacionais, estaduais ou municipais. Os partidos são pessoas jurídicas de direito privado e se consolidam perante o Serviço de Registro Civil de Pessoas Jurídicas do local da sua sede, com o posterior registro dos estatuto perante o TSE. Caráter nacional; Proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; Prestação de contas à Justiça Eleitoral; Funcionamento parlamentar de acordo com a lei; Vedação da utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar. 11 Os partidos políticos, uma vez constituídos e com registro perante o TSE, terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão. Requisitos: Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente: 2017 | XXIV Exame da OAB Numerosos partidos políticos de oposição ao governo federal iniciaram tratativas a fim de se fundirem, criando um novo partido, o Partido Delta. Almejam, com isso, criar uma força política de maior relevância no contexto nacional. Preocupados com a repercussão da iniciativa no âmbito das políticas regionais e percebendo que as tratativas políticas estão avançadas, alguns deputados federais buscam argumentos jurídico-constitucionais que impeçam a criação desse novo partido. Em reunião, concluem que, embora o quadro jurídico-constitucional brasileiro não vede a fusão de partidos políticos, estes, como pessoas jurídicas de direito público, somente poderão ser criados mediante lei aprovada no Congresso Nacional. Ao submeterem essas conclusões a um competente advogado, este, alicerçado na Constituição da República, afirma que os deputados federais Obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; OU Tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação. 12 A. estão corretos quanto à possibilidade de fusão entre partidos políticos, mas equivocados quanto à necessidade de criação de partido por via de lei, já que, no Brasil, os partidos políticos possuem personalidade jurídica de direito privado. B. estão equivocados quanto à possibilidade de fusão entre partidos políticos no Brasil, embora estejam corretos quanto à necessidade de que a criação de partidos políticos se dê pela via legal, por serem pessoas jurídicas de direito público. C. estão equivocados, pois a Constituição da República não só proibiu a fusão entre partidos políticos como também deixou a critério do novo partido político escolher a personalidade jurídica de direito que irá assumir, pública ou privada. D. estão corretos, pois a Constituição da República, ao exigir que a criação ou a fusão de partidos políticos se dê pela via legislativa, concedeu ao Congresso Nacional amplos poderes de fiscalização para sua criação ou fusão.
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