PROJETO PEDAGÓGICO-1

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	GOVERNO DO ESTADO DO PIAUÍ UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI 
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL - UAB 
NÚCLEO DE ENSINO À DISTÂNCIA
COORDENAÇÃO DE LICENCIATURA PLENA EM HISTÓRIA EM EAD
	
MARIA ANEIDE DA MATA COELHO 
NILSON RODRIGUES DE OLIVEIRA 
PROJETO PEDAGÓGICO EM HISTÓRIA
TERESINA-PI
2023
SUMÁRIO
1. JUSTIFICATIVA	3
2. OBJETIVOS	4
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA	5
4. METODOLOGIA	6
Aula 1	6
Aula 2	7
Aula 3	7
5. REFERÊNCIAS	8
1. JUSTIFICATIVA 
Este plano pedagógico tem como objetivo abordar o período da República Velha no Brasil, compreendido entre os anos de 1889 e 1930. A justificativa para essa escolha se dá pelo fato de que a República Velha representa um período crucial na história do país, marcado pela consolidação do regime republicano, a instituição de políticas oligárquicas e a ascensão da economia cafeeira. Ao explorar esse período, os estudantes terão a oportunidade de compreender os processos históricos, políticos e sociais que moldaram a formação do Brasil contemporâneo.
A República Velha, também conhecida como Primeira República, é considerada um marco importante na história brasileira, pois foi nesse período que o país passou por transformações significativas que moldaram a sua estrutura política, social e econômica. Com o fim do regime imperial, a proclamação da República trouxe consigo mudanças estruturais que influenciaram diretamente na organização do Estado e na sociedade.
A escolha de abordar a República Velha no plano pedagógico se justifica pelo impacto duradouro que esse período teve no desenvolvimento do Brasil contemporâneo. Durante a República Velha, o país enfrentou desafios como a consolidação do novo regime político, a institucionalização de uma ordem oligárquica e a ascensão do poder econômico da cafeicultura. Esses aspectos contribuíram para a configuração da sociedade brasileira e das estruturas políticas e econômicas que perduraram por décadas.
Ao estudar a República Velha, os estudantes terão a oportunidade de compreender os processos históricos, políticos e sociais que levaram à consolidação do regime republicano e às formas de dominação política estabelecidas durante esse período. Além disso, a análise da ascensão da economia cafeeira e suas consequências sociais permitirá uma compreensão mais ampla das desigualdades sociais e das transformações econômicas que marcaram a época.
Esse estudo possibilitará aos alunos uma visão crítica e reflexiva sobre as origens e consequências da República Velha, incentivando o pensamento histórico e a compreensão dos processos de construção da identidade nacional brasileira. Através da análise de fontes históricas, como discursos políticos, constituições, artigos de jornais e documentos da época, os estudantes poderão desenvolver habilidades de pesquisa, interpretação e análise histórica.
Ao explorar a República Velha, o plano pedagógico busca contribuir para a formação de cidadãos conscientes, capazes de compreender o contexto histórico e suas implicações no presente. Conhecer e refletir sobre as raízes históricas da República Velha é fundamental para o entendimento das estruturas políticas e sociais atuais, bem como para a construção de uma sociedade mais justa e democrática.
2. OBJETIVOS
Objetivo geral:
· Promover o conhecimento e a compreensão do período da República Velha no Brasil, compreendido entre os anos de 1889 e 1930, por meio da análise do contexto histórico, político e social, das transformações econômicas, das características do regime oligárquico, das lutas populares e dos principais atores políticos, visando reconhecer as limitações e contradições do modelo político e social da época.
Objetivos específicos:
· Compreender o contexto histórico e político que deu origem à República Velha no Brasil.
· Analisar as características do regime oligárquico e as formas de dominação política durante o período.
· Identificar os principais atores políticos e suas bases de poder durante a República Velha.
· Compreender as transformações econômicas e sociais ocorridas, especialmente relacionadas à economia cafeeira.
· Refletir sobre os movimentos sociais e as lutas populares que emergiram durante esse período.
· Reconhecer as limitações e contradições do modelo político e social da República Velha.
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A fundamentação teórica deste plano pedagógico será embasada em diferentes fontes e abordagens, visando proporcionar aos estudantes uma compreensão aprofundada do período da República Velha. Para tanto, serão utilizadas leituras de textos e documentos históricos, análise de imagens e fotografias da época, estudos de historiadores renomados e a exploração de fontes secundárias, como documentários e filmes.
A leitura de textos e documentos históricos é essencial para que os estudantes possam ter acesso direto às fontes primárias que retratam o período da República Velha. Por meio da análise de discursos políticos, constituições e artigos de jornais da época, os alunos terão a oportunidade de vivenciar o contexto histórico e político daquele período. Como afirmou o historiador Boris Fausto: "A análise das fontes primárias nos permite ter uma visão mais precisa e autêntica dos acontecimentos históricos" (FAUSTO, 1995).
Além disso, a análise de imagens, fotografias e ilustrações da época proporcionará aos estudantes uma compreensão visual do contexto social e político retratado durante a República Velha. Ao observar detalhes, expressões faciais e cenários dessas representações visuais, os alunos poderão captar nuances importantes e compreender as relações de poder e as dinâmicas sociais daquele período.
Para embasar o estudo da República Velha, será realizado um estudo dos principais historiadores e pesquisadores que abordam o tema. Entre eles, destacam-se Boris Fausto, José Murilo de Carvalho e Raymundo Faoro. Boris Fausto, renomado historiador brasileiro, em seu livro "História do Brasil", apresenta uma análise abrangente da República Velha, oferecendo uma visão crítica e embasada sobre os aspectos políticos, sociais e econômicos do período. Segundo Fausto, a República Velha foi marcada pela "dominação oligárquica e pelas tensões sociais advindas do modelo político vigente" (FAUSTO, 1995).
José Murilo de Carvalho, outro importante historiador brasileiro, em sua obra "Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi", explora as dinâmicas sociais e as relações de poder na cidade do Rio de Janeiro durante a República Velha. O autor analisa as contradições e as lutas populares que emergiram nesse contexto, contribuindo para uma compreensão mais ampla das experiências sociais vivenciadas naquele período.
Raymundo Faoro, por sua vez, em sua obra clássica "Os donos do poder: formação do patronato político brasileiro", aborda a estrutura política e a formação das oligarquias durante a República Velha. Faoro destaca a influência do modelo político oligárquico e das elites agrárias na construção do poder político da época.
Adicionalmente, serão exploradas fontes secundárias, como documentários e filmes, que retratam o período da República Velha. Essas fontes audiovisuais contribuirão para enriquecer a compreensão dos estudantes, proporcionando uma experiência mais imersiva e dinâmica. Através dessas representações cinematográficas, os alunos poderão visualizar aspectos da vida cotidiana, dos movimentos sociais e das lutas populares daquele período.
4. METODOLOGIA 
Aulas a serem desenvolvidas na sequência didática:
Tema: República Velha 
Turma: 9º ano do Ensino Fundamental 
Duração: 45 minutos
Objetivos da aula:
· Compreender o embate entre liberais (Prudente de Morais) e os florianistas (militares) e sua relação com a Guerra de Canudos;
· Considerar que, com a falta de fontes, a história da Guerra de Canudos é incerta em determinados pontos, desmistificando a imagem da História dada na escola como exata, estagnada e não em frequente mudança com a descoberta denovas teorias.
Metodologia e estratégias utilizadas para o desenvolvimento:
1. Início da aula (5 minutos):
· Questionar os alunos sobre o tema, verificando se estão familiarizados com os termos "liberais", "florianistas" e "Guerra de Canudos". Registrar as respostas no quadro para referência futura.
2. Apresentação (15 minutos):
· Utilizar slides para apresentar os conceitos de liberais e florianistas, explicando suas divergências e como isso se relaciona com a Guerra de Canudos. Fornecer exemplos e imagens para facilitar a compreensão dos alunos.
3. Leitura do texto (10 minutos):
· Distribuir um texto sobre a Guerra de Canudos para cada aluno.
· Solicitar que façam a leitura do texto em silêncio.
· Durante a leitura, os alunos devem destacar dúvidas, pontos relevantes e trechos que chamaram sua atenção.
4. Roda de debates (15 minutos):
· Promover uma roda de debates para discutir o texto lido.
· Incentivar os alunos a compartilhar suas dúvidas, ideias e observações sobre a Guerra de Canudos.
· Estimular a reflexão sobre a incerteza histórica e a natureza em constante evolução da História como disciplina.
Recursos utilizados:
· Apresentação por slides (Data-show)
· Texto escrito sobre a Guerra de Canudos
Avaliação:
· Será avaliada a participação ativa dos alunos durante a aula, considerando os questionamentos, apontamentos e contribuições levantados por eles durante os debates e discussões. A qualidade das intervenções e a capacidade de reflexão crítica serão levadas em conta na avaliação dos estudantes.
Aula 2
Tema: República Velha 
Turma: 9º ano do Ensino Fundamental 
Duração: 45 minutos
Objetivos da aula:
· Compreender o conceito de coronelismo e sua influência no período da República Velha;
· Analisar as características e práticas do coronelismo no contexto político brasileiro;
· Refletir sobre os impactos do coronelismo na sociedade e nas eleições durante a República Velha.
Metodologia e estratégias utilizadas para o desenvolvimento:
1. Revisão (5 minutos):
· Iniciar a aula relembrando brevemente o conteúdo da aula anterior sobre a Guerra de Canudos.
· Estabelecer uma conexão entre a Guerra de Canudos e o surgimento do coronelismo na República Velha.
2. Apresentação (15 minutos):
· Utilizar slides para apresentar o conceito de coronelismo e suas características.
· Explorar a figura do coronel, seu poder político e econômico, bem como suas relações com a população local.
3. Estudo de casos (15 minutos):
· Dividir a turma em pequenos grupos e fornecer a cada grupo um estudo de caso sobre um coronel influente da época.
· Os alunos devem analisar as práticas do coronelismo presente nos estudos de caso, identificando como essas práticas afetaram a política e a sociedade.
4. Debate em sala (10 minutos):
· Promover um debate em sala de aula, no qual os grupos apresentam suas análises sobre os estudos de caso.
· Estimular a discussão sobre os impactos do coronelismo nas eleições, no acesso aos cargos públicos e na vida das comunidades locais.
Recursos utilizados:
· Apresentação por slides (Data-show)
· Estudos de caso sobre coronéis influentes da República Velha
Avaliação:
· Será avaliada a participação dos alunos durante o debate em sala de aula, considerando sua capacidade de análise e reflexão sobre o coronelismo na República Velha. A contribuição para o debate e a compreensão dos impactos sociais e políticos serão levadas em conta na avaliação dos estudantes.
Aula 3
Tema: República Velha 
Turma: 9º ano do Ensino Fundamental 
Duração: 45 minutos
Objetivos da aula:
· Compreender os movimentos sociais que emergiram durante a República Velha;
· Analisar as lutas populares e suas reivindicações no contexto político e social do período;
· Refletir sobre a resistência e as transformações sociais durante a República Velha.
Metodologia e estratégias utilizadas para o desenvolvimento:
1. Revisão (5 minutos):
· Iniciar a aula recapitulando brevemente o conteúdo da aula anterior sobre o coronelismo na República Velha.
· Estabelecer uma conexão entre o coronelismo e os movimentos sociais que serão abordados nesta aula.
2. Apresentação (15 minutos):
· Utilizar slides para apresentar os principais movimentos sociais da República Velha, como o movimento operário, o movimento feminista e o movimento dos trabalhadores rurais.
· Destacar as reivindicações e as formas de organização desses movimentos.
3. Atividade em grupo (15 minutos):
· Dividir a turma em grupos e atribuir a cada grupo um movimento social para pesquisa.
· Os alunos devem investigar as principais características, reivindicações e conquistas do movimento designado.
4. Apresentação dos grupos (10 minutos):
· Cada grupo apresenta suas pesquisas sobre os movimentos sociais da República Velha.
· Os alunos devem destacar as estratégias de luta adotadas pelos movimentos e suas contribuições para as transformações sociais do período.
Recursos utilizados:
· Apresentação por slides (Data-show)
· Pesquisas sobre os movimentos sociais da República Velha
Avaliação:
· Será avaliada a participação dos alunos durante a apresentação dos grupos, considerando a qualidade das pesquisas realizadas e a capacidade de síntese e comunicação. A compreensão dos movimentos sociais e sua relevância histórica serão levadas em conta na avaliação dos estudantes.
5. REFERÊNCIAS 
CARVALHO, José Murilo. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. Companhia das Letras, 1987.
FAORO, Raymundo. Os donos do poder: formação do patronato político brasileiro. Editora Globo, 1958.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. Editora da Universidade de São Paulo, 1995.
Documentário "República Velha: O Brasil no Início do Século XX". Direção: Eduardo Escorel. Produção: Brasil Paralelo, 2018.