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SISTEMA DE ENSINO IMUNOLOGIA Respostas Imunes Livro Eletrônico 2 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra Sumário Respostas Imunes ........................................................................................................................... 4 1. Órgãos Imunitários Primários .................................................................................................. 4 2. Órgãos Imunitários Secundários ............................................................................................. 5 3. Características Gerais das Respostas Imunológicas aos Micro-organismos ............... 6 3.1. Imunidade Inata ........................................................................................................................ 6 3.2. Imunidade Adquirida ............................................................................................................... 7 3.3. Imunidade Celular e Humoral ............................................................................................... 9 3.4. Resposta Imune Contra Bactérias ..................................................................................... 10 3.5. Resposta Imune Contra Fungos ..........................................................................................12 3.6. Resposta Imune Contra Vírus ..............................................................................................12 3.7. Resposta Imune Contra Parasitas .......................................................................................13 4. Citomegalovírus ........................................................................................................................ 14 5. Hepatites .....................................................................................................................................15 6. Rubéola .......................................................................................................................................20 7. Sífilis .............................................................................................................................................21 7.1. Sífilis Primária ..........................................................................................................................21 7.2. Sífilis Secundária ................................................................................................................... 22 7.3. Sífilis Latente – Fase Assintomática ................................................................................. 22 7.4. Sífilis Terciária ........................................................................................................................ 22 7.5. Sífilis Congênita .....................................................................................................................24 8. Tuberculose ................................................................................................................................24 9. Trypassomoniase ...................................................................................................................... 25 10. Leishmaniose ........................................................................................................................... 27 11. Malária .......................................................................................................................................28 12. Toxoplasmose ..........................................................................................................................28 13. Immunoblott ............................................................................................................................ 30 14. Imunodeficiência Primária .....................................................................................................31 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 3 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra 15. Imunodeficiências Secundárias ............................................................................................31 16. Hipersensibilidades ................................................................................................................ 33 16.1. Hipersensibilidade Tipo I .................................................................................................... 33 16.2. Hipersensibilidade Tipo II...................................................................................................34 16.3. Hipersensibilidade Tipo III .................................................................................................34 16.4. Hipersensibilidade Tipo IV .................................................................................................34 16.5. Hipersensibilidade Tipo V ...................................................................................................34 Exercícios ........................................................................................................................................ 36 Gabarito ...........................................................................................................................................48 Referências .....................................................................................................................................49 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 4 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra RESPOSTAS IMUNES Eeeeeita que essa aula é complexa, Senhor amado! E cai super em provas! Peço MUITA concentração e boa vontade para passarmos por esse conteúdo de forma consciente e que o estudo seja definitivo! Que você não precise sair por aí pesquisando em mil fontes para conse- guir compreender como se dá essas respostas imunes do nosso organismo frente a infecções! Além disso, saiba que essa resposta pode ser hipossuficiente (imunodeficiente) ou exagerada (autoimunidade). Enfim... É sobre isso a aula de hoje... Bora? Vamos lá! Começo lembrando que o sistema imune é o conjunto de células, tecidos, órgãos e molé- culas usadas pelo organismo para eliminar agentes estranhos (chamados nas provas de “não próprios”), com a finalidade de se manter a homeostasia (equilíbrio) do organismo (“próprio”). Os mecanismos do sistema imune consistem numa resposta coordenada dessas células e moléculas diante dos organismos infecciosos, o que leva ao aparecimento de respostas es- pecíficas e seletivas, inclusive com memória imunitária. De forma didática, é costume separar os tipos de imunidade em inata X adquirida ou celular X humoral, conforme seus mecanismos, produtos e características. Basicamente, é isso que veremos nesta aula. Mas, antes, vamos relembrar os órgãos envol- vidos na resposta imunitária. 1. Órgãos ImunItárIos PrImárIos O sistema imunológico é composto por dois grupos de órgãos, os órgãos imunitários pri- mários e os secundários. Os primários são assim chamados pois são os principais locais onde os linfócitos se formam e amadurecem. Existem dois órgãos primários: • Medula óssea – Além de produzir células sanguíneas e plaquetas, a medula produz lin- fócitos B (e os amadurece) e linfócitos T. • Timo – É responsável pela maturação dos linfócitos T. Obs.: � Veja que o linfócito B é produzido e amadurece na própria medula, enquanto os linfóci-tos T são produzidos na medula, mas amadurecem apenas no timo. Outra observação importante, mas que veremos em aula posterior, é que os linfócitos B maduros são chamados de plasmócitos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 5 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra 2. Órgãos ImunItárIos secundárIos Os órgãos secundários são aqueles que atuam no sistema imunológico após a produção e amadurecimento dos linfócitos. Veja quais são os cinco órgãos que fazem parte desse grupo: • Linfonodos • Tonsilas • Baço • Adenoides • Apêndice Esses foram os órgãos envolvidos no sistema imune. Agora, vejamos as células que atuam e quais são as suas funções (organizei em tabela para facilitar a memorização): Obs.: � *APC (célula apresentadora de antígeno): São células que têm a função de se ligar à molécula não própria (antígeno), processá-lo (muitas vezes por meio de fagocitose) e, por fim, apresentá-lo por meio da molécula de MHC (vamos ver com calma mais adian- te) à outra célula que efetivamente irá eliminá-lo (por exemplo, linfócito). � ** Os linfócitos T se subdividem em linfócitos T citotóxicos (LTCD8) e auxiliares (LTCD4). Por sua vez, os Linfócitos TCD4 se subdividem em th1 (função fagocítica), th2 (alergias e helmintos), th3 (função reguladora), th17 (inflamação). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 6 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra Há alguns estados que incluem reações de hipersensibilidade, doença autoimune, vários distúrbios que envolvem imunodeficiências, além da doença do enxerto e rejeição de trans- plantes de órgãos/tecidos halogênicos, que geram respostas imunes aos sistemas. O diagnóstico de certeza de um processo infeccioso é a demonstração do patógeno ou de seus produtos nos tecidos ou fluidos biológicos dos hospedeiros; porém, nem sempre isso é possível, seja pela ausência do agente infeccioso, pela falta de sensibilidade dos métodos utilizados, por falhas técnicas ou pelos longos períodos exigidos para uma resposta do labo- ratório. Os métodos imunológicos diretos ou indiretos têm sido amplamente utilizados para suprirem as deficiências dos métodos parasitológicos ou microbiológicos, na pesquisa de an- tígenos, anticorpos ou imunocomplexos, em função de sua rapidez, simplicidade de execução, possibilidade de automação e seu baixo custo operacional. O conhecimento da aplicação dos testes sorológicos e a interpretação correta dos resul- tados obtidos são fundamentais para clínicos, patologistas e laboratoristas orientarem o seu trabalho, visando ao diagnóstico correto, associando sempre os resultados obtidos às investi- gações clínicas e epidemiológicas. Podemos ver na pesquisa de anticorpos que os testes sorológicos têm sido utilizados com sucesso como auxiliares importantes no diagnóstico individual graças às múltiplas possibili- dades com que podem ser empregados. 3. característIcas geraIs das resPostas ImunolÓgIcas aos mIcro-organIsmos A defesa contra os micro-organismos é mediada pelos mecanismos efetores da imunidade NATURAL e da ADQUIRIDA. O sistema imunológico responde de modos distintos e especializados a diferentes tipos de micro-organismos para combater de modo mais eficaz estes agentes infecciosos. A sobrevivên- cia e a patogenicidade dos micro-organismos em um hospedeiro são criticamente influenciadas pela capacidade de eles evadirem ou residirem aos mecanismos efetores da imunidade. Em muitas infecções, a lesão tecidual e a doença podem ser causadas pela resposta do hospedeiro ao micro-organismo e aos seus produtos, mais do que por ele em si. As deficiências imunológicas, sejam da imunidade inata (disfunções de células fagocíticas e deficiência de com- plemento) ou da imunidade adaptativa (deficiência de produção de anticorpos ou deficiência da função de células T), são fortemente associadas ao aumento de susceptibilidade a infecções. Vamos falar dos tipos de imunidade. 3.1. ImunIdade Inata A imunidade inata é a primeira linha de defesa do organismo e NÓS JÁ NASCEMOS COM ELA. É uma resposta rápida, não específica e limitada aos estímulos estranhos ao corpo. É re- presentada por barreiras físicas, químicas e biológicas, células e moléculas, presentes em todos os indivíduos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 7 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra Os principais componentes da imunidade inata são: A resposta imune inata é capaz de prevenir e controlar diversas infecções, além de poder otimizar as respostas imunes adaptativas contra diferentes tipos de microrganismos. É essa imunidade que avisa sobre a presença de uma infecção, acionando, assim, os mecanismos de imunidade adaptativa contra os microrganismos causadores de doenças que conseguem ultrapassar as defesas imunitárias inatas. Obs.: � Esses mecanismos da imunidade inata não produzem anticorpos, ou seja, não são efetivos contra agentes infecciosos de forma específica. São reações inespecíficas. 3.2. ImunIdade adquIrIda A imunidade adquirida ou adaptativa é ativada pelo contato com agentes infecciosos e sua resposta à infecção aumenta em magnitude a cada exposição sucessiva ao mesmo invasor. Existem dois tipos de imunidade adquirida: a imunidade humoral e a imunidade celular. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 8 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra HUMORAL CELULAR Gera uma resposta mediada por anticorpos, produzidos pelos linfócitos. Os anticorpos reconhecem os antígenos (qualquer partícula estranha ao corpo), neutralizam a infecção e eliminam estes antígenos por variados mecanismos efetores. Gera resposta mediada pelos linfócitos T. Quando microrganismos intracelulares, como os vírus e algumas bactérias, sobrevivem e proliferam dentro das células hospedeiras, estando inacessíveis para os anticorpos circulantes, as células T promovem a destruição do microrganismo ou a morte das células infectadas, a fim de eliminar a infecção. Obs.: � Vamos abrir um parêntesis: as pessoas que haviam vacinado contra o Coronavírus fizeram exames (Elisa) e tiveram o resultado NÃO REAGENTE. Os especialistas expli- cavam isso argumentando que a vacina induzia também uma defesa não dependente de anticorpos, que era a imunidade celular. É nesse contexto que ela se encaixa e seria sobre essa classificação que poderíamos discorrer em caso de um tema de discursiva, por exemplo. A imunidade adquirida ainda pode ser classificada em imunidade ativa e imunidade passiva. ATIVA PASSIVA A imunidade ativa é aquela que é induzida pela exposição a um antígeno. Assim, o indivíduo imunizado tem um papel ativo na resposta ao antígeno. Pode ser natural, quando adquirida através de doença, ou quando adquirida pormeio de vacinas. A imunidade passiva é a imunização por meio da transferência de anticorpos específicos de um indivíduo imunizado para um não-imunizado. A imunidade passiva é chamada de natural, quando acontece, por exemplo, através da transferência de anticorpos maternais para o feto; é artificial quando há a passagem de anticorpos prontos, como num soro antiofídico (contra veneno de serpentes). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 9 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra A resposta imune adquirida, mediada pelos linfócitos B e T, apresenta uma série de proprie- dades que administram a resposta destes. São elas: • Especificidade: o sistema imunológico reconhece os diversos antígenos e produz uma resposta imunológica específica para cada um deles. • Diversidade: o sistema imune é capaz de reconhecer milhares de antígenos diferentes e produzir uma resposta adequada para cada um deles. • Memória imunológica: a exposição do sistema imunológico a antígenos faz aumentar sua habilidade em responder a esse mesmo antígeno novamente. As respostas subse- quentes ao mesmo antígeno são normalmente mais rápidas, maiores e diferentes da primeira. Uma vez produzidas, as células de memória têm vida longa e são capazes de reconhecer esse antígeno por anos. • Especialização: o sistema imune responde por vias distintas a diferentes antígenos, ma- ximizando a eficiência dos mecanismos de defesa. Assim, os linfócitos B e T se espe- cializam entre as diferentes classes de microrganismos ou pelos diferentes estágios da infecção do mesmo microrganismo. Além disso, as duas características abaixo ajudam a diferenciar o próprio do não próprio e atacar apenas o não próprio, bem como ajuda a pôr fim à resposta quando o agente infeccioso já foi eliminado; isso ocorrendo, não teremos problemas no sentido de desenvolver respostas autoimunes. • Discriminação ou Autotolerância: capacidade de reagir que os linfócitos B e T apresen- tam contra moléculas estranhas, mas não apresentam contra suas próprias moléculas. • Autolimitação da resposta: as células B e T ativadas produzem moléculas que auxiliam o término da resposta imune. Já fizemos uma introdução da classificação dos tipos de defesa que somos capazes de produzir (ou que recebemos pronto). Agora, vamos nos aprofundar nelas? Bora lá! 3.3. ImunIdade celular e Humoral Imunidade humoral é o processo de defesa do organismo em que atuam os anticorpos, moléculas proteicas encontrados no plasma sanguíneo, também conhecidas como imunoglo- bulinas. O termo humoral vem do latim humor, que quer dizer fluido ou líquido corporal. Os anticorpos são produzidos pelos linfócitos B maduros, células que recebem o nome de plas- mócitos. A função dos anticorpos é identificar e neutralizar os antígenos, que são substâncias ou microrganismos estranhos ao corpo humano. Cerca de 20% das proteínas encontradas no plasma sanguíneo são anticorpos, cuja produção é desencadeada em resposta às partículas estranhas que, de alguma maneira, invadem o organismo. Nesse processo de combate a invasores, os anticorpos, ao reconhecerem as substâncias estranhas, se combinam quimicamente com elas e inativam-nas. Cada tipo de anticorpo é capaz de identificar apenas um tipo de antígeno, por isso dizemos que os anticorpos são pro- teínas específicas de defesa. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 10 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra Essa especificidade está associada às estruturas químicas das moléculas dos antígenos e dos anticorpos. A molécula de um anticorpo (chamada de imunoglobulina), cujo formato lembra a letra Y, é composta por quatro cadeias polipeptídicas: duas cadeias mais longas, de- nominadas cadeias pesadas; e duas mais curtas, que são chamadas de cadeias leves. Todas as cadeias possuem sítios de ligação, regiões onde os antígenos são reconhecidos e unidos à proteína de defesa, formando o complexo antígeno-anticorpo. Por fim, a molécula é “sustentada” por uma porção denominada região constante, que es- tabelece a interação entre o anticorpo e os demais componentes do sistema imunitário. Com a formação do complexo imune, a partícula estranha ao organismo não pode se desenvolver e multiplicar, sendo, portanto, neutralizada. Isso facilita a eliminação definitiva do antígeno pelas células fagocitárias, como os macrófagos, principalmente. Fonte: Janeway, 5 edição. É fundamental o entendimento de que tanto a resposta Th1 como a resposta Th2 são im- portantes na defesa do hospedeiro contra as infecções. A resposta Th1 está relacionada com a defesa contra protozoários, bactérias intracelulares e vírus; enquanto a resposta Th2 é mais efetiva contra os helmintos e bactérias extracelulares. Vamos iniciar com algumas respostas imunes específicas. 3.4. resPosta Imune contra BactérIas As bactérias extracelulares são capazes de se replicar fora das células do hospedeiro. As bactérias induzem a inflamação, que resulta em destruição do tecido local da infecção. Esta é a forma pela qual os cocos piogenos – formadores de pus – causam a maioria das infecções supurativas no homem. Muitas delas produzem toxinas que podem ser endotoxinas, que são os componentes das paredes celulares bacterianas, ou exotoxinas, que são ativamente secre- tadas pelas bactérias. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 11 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra A endotoxina bacteriana das gram-negativas é chamada de lipopolissacarideos (LPS), que é um potente ativador de macrófagos. Muitas exotoxinas são citotóxicas, e elas destroem as células por vários mecanismos bioquímicos. Outras já interferem nas funções celulares normais sem eliminar as células, e outras exotoxinas estimulam a produção de citocinas que causam doenças. Assim, os principais mecanismos da imunidade natural contra as bactérias extracelulares são a ativação de complemento, a fagocitose e a resposta inflamatória. Já a imunidade humo- ral (adquirida) é a principal resposta imunológica protetora contra as bactérias extracelulares, e atua no bloqueio da infecção, na eliminação dos micro-organismos e na neutralização de suas toxinas. As principais consequências que causam lesão das respostas do hospedeiro às bactérias extracelular são à inflamação e o choque séptico. Fonte: ABBAS, 2015. Com relação às bactérias intracelulares, elas têm a sua capacidade de sobreviver e de se replicar dentro dos fagócitos. A resposta imunológica natural a bactérias intracelulares são principalmente os fagócitos e as células NK; na imunidade protetora contra bactérias intra- celulares é a resposta imunidade mediada por células. A ativação do macrófago ocorre na resposta a micro-organismos intracelulares capazes de causar lesão tecidual. Vale lembrar, ainda, que natural é o que o nosso organismo já tem por natureza, e as células como fagócitos e células NK são inatas do nosso sistema. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquertítulo, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 12 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra Fonte: ABBAS, 2015. Na figura acima, vemos como é o controle da infecção com a imunidade natural e com a imunidade adquirida e quais células estão envolvidas nesse sistema. 3.5. resPosta Imune contra Fungos As infecções fúngicas, também chamadas micoses, podem ser endêmicas e outras opor- tunistas. Diferentes fungos infectam o homem e podem viver no tecido extracelular e dentro dos fagócitos. Os principais mediadores da resposta imune natural contra os fungos são os neutrófilos e os macrófagos. Pacientes com neutropenia – baixa taxa de neutrófilo – são muito susceptíveis a infecções fungicas oportunistas. A imunidade mediada por células é o principal mecanismo da imunidade adquirida contra as infecções fungicas. Agora, falaremos sobre os principais responsáveis pelas infecções humanas: os vírus. 3.6. resPosta Imune contra Vírus Os vírus são micro-organismos intracelulares obrigatórios que se replicam dentro das cé- lulas, frequentemente usando os ácidos nucleicos e a “maquinaria” de síntese de proteínas do hospedeiro. Os principais mecanismos da imunidade natural contra os vírus são a inibição da infecção pelo interferons tipo 1 e a morte das células infectadas mediadas pela célula NK. A imunidade adquirida contra infecções virais é mediada por anticorpos, os quais blo- queiam a ligação do vírus e entrada nas células do hospedeiro, e por CTLs, os quais eliminam a infecção destruindo as células infectadas. A eliminação do vírus que residem dentro das células é mediada pelos CTLs, os quais destroem as células infectadas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 13 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra Sobre a evasão imunológica dos vírus, eles podem alterar seus antígenos e não serem mais alvos de respostas imunológicas; alguns inibem a apresentação de antígenos proteicos citosólicos associados ao MHC de classe I; alguns produzem moléculas que inibem a imunida- de natural e adquirida; algumas infecções crônicas são causadas pelas falhas nas respostas de CTL; e os vírus podem infectar e destruir ou inativar células imunocompetentes. Gente do céu, mas que ÓDIO que eu tomei de vírus depois que virei mãe... Aí veio 2020 e a pandemia... Eu tô escrevendo essa aula aqui com o sangue fervendo... Ôs bixim difícil de domar, né?! 3.7. resPosta Imune contra ParasItas A infecção parasitária é aquela acometida por protozoários, helmintos, ectoparasitas (car- rapatos e ácaro). A malária, sozinha, é a responsável pela maior parte das infeções parasitá- rias. A maioria dos parasitas passam por ciclos complexos, nos quais o homem é hospedeiro definitivo; outros podem ser os hospedeiros intermediários, como as moscas ou os caramujos. Nesse contexto, maioria das infecções parasitárias são crônicas devido a uma fraca imunida- de natural e à capacidade dos parasitas de escaparem ou resistirem à eliminação pelas res- postas imunológicas. A principal resposta imunológica natural aos protozoários é fagocitose, mas muitos parasi- tas são resistentes à morte fagocítica e podem se replicar nos macrófagos. O principal mecanismo de defesa contra os protozoários que sobrevivem dentro dos ma- crófagos é a imunidade mediada por células, como a ativação do macrófago por citocinas derivadas das células TH1. Fonte: ABBAS, 2015. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 14 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra Agora, vamos falar de algumas doenças que possuem comportamentos diferentes na res- posta imune dos indivíduos. Quando falamos de exceção, falamos do que as bancas adoram, né?! Eu vou conversando com você sobre as doenças, o seu diagnóstico laboratorial e mostran- do sobre o aparecimento dos marcadores sorológicos de exposição aos patógenos responsá- veis pelas doenças, ok? Então, você vai perceber que falaremos fase a fase de cada doença e como os antígenos e os anticorpos aparecem e são identificados para que seja realizado o diagnóstico e o acompanhamento de diversas patologias. Vamos lá! 4. cItomegaloVírus O citomegalovírus, capaz de infectar e causa a “mononucleose like”, é pesquisado na urina. Contudo, mais recentemente, o PCR tem substituído o isolamento viral por apresentar sensibi- lidade semelhante com a vantagem de permitir um diagnóstico mais rápido que o isolamento viral. Além disso, a determinação de DNA do CMV por PCR no sangue do RN ao nascimento parece ser tão sensível e específica quanto a PCR da urina para o diagnóstico de infecção con- gênita pelo CMV. A pesquisa de anticorpos IgG não tem grande aplicação devido à passagem passiva de anticorpos IgG maternos pela placenta. Por outro lado, a persistência desses anticorpos ou o aumento do título dos mesmos durante os meses seguintes sugere infecção congênita. À medida que os anticorpos maternos passivos fossem desaparecendo, surgiriam os anticorpos produzidos pelo RN ao sofrer infecção no momento do parto ou nas semanas imediatamente seguintes. Como os anticorpos IgM não ultrapassam a barreira placentária, sua detecção no RN possibilita o diagnóstico de infecção congênita. Como a maioria das infecções maternas pelo CMV é subclínica, a hipótese de infecção aguda pelo CMV durante a gestação ocorre, em geral, em consequência da detecção na ges- tante de IgM para o CMV durante exames pré-natais de rotina. Na fase inicial da infecção primária, as concentrações de IgM podem ser muito baixas, confundindo a sua interpretação clínica. Por isso, nesses casos, está indicada a pesquisa da avidez de anticorpos IgG. Esse teste baseia-se na dinâmica da maturação dos anticorpos IgG, que cursa com baixa avidez nas primeiras 8 a 12 semanas da infecção primária. Por outro lado, na reinfecção ou na reativação da infecção, a resposta de anticorpos IgG é rápida e feita basicamente à custa de anticorpos de alta avidez. Assim, o teste de avidez de IgG tem sido amplamente utilizado para sugerir a diferenciação de infecções agudas primárias das infecções secundárias. Então, vale lembrar que a alta avidez de IgG causam infecções passadas e o de baixa avidez de IgG revelam as infecções recentes. 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Umavez presentes, esses anticorpos permanecem na circulação por algumas semanas e desaparecem, geralmente, após 3 meses. Como já dito anteriormente, a CMV é um doença muito pesquisada na gestação, uma vez que causa problemas ao feto. Agora, falaremos das principais infecções virais: as hepatites. 5. HePatItes As hepatites virais constituem uma das principais preocupações de saúde no mundo, com maior incidência nos países em desenvolvimento do que nos desenvolvidos. Embora seja uma doença antiga, foi classificada apenas no século 20 como “hepatite infecciosa” ou “hepatite sérica com base em vários estudos epidemiológicos”. Essas duas formas de hepatite foram distinguidas de acordo com o seu modo de transmissão, ou seja, oro-fecal a tipo A e parenteral a tipo B, respectivamente. A hepatite A ou O HAV induz respostas imunes humoral (anticorpos) e celular, ambas im- portantes nos mecanismos de defesa. Ensaios sorológicos comerciais estão disponíveis para o diagnóstico da infecção pelo HAV. Esse diagnóstico é realizado pela pesquisa de anticorpos específicos anti-HAV IgM (infecção aguda) e anti-HAV IgG (infecção corrente ou passada) em soro ou plasma humano. Para identificar os anticorpos utilizamos os testes como ELISA (imunoenzimático, imu- nofluorescentes e quimioluminescentes). No início da infecção, os pacientes são reagentes para anticorpos IgM anti-HAV e permanecem positivos por cerca de 4 meses, portanto, na fase aguda, a presença de IgM específica para HAV confirma o diagnóstico. Os anticorpos IgG anti-HAV são detectados também no início da infecção, assim como após imunização, e permanecem por toda a vida. Os kits disponíveis detectam anticorpos to- tais anti-HAV (IgG e IgM), portanto resultados positivos para esse kit e negativos para IgM anti-HAV significam infecção passada ou resposta vacinal. Ausência de qualquer tipo de anticorpos anti-HAV indica suscetibilidade à infecção. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 16 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra Fonte: Ferreira, 2013. A hepatite B é uma das doenças infecciosas mais prevalentes no mundo. Sua resposta imune responde aos antígenos presente no HBV: Quais são esses antígenos? Nos indivíduos infectados pelo HBV, o primeiro marcador a ser detectado é o DNA viral, que pode aparecer até 23 dias antes do aparecimento do HBsAg. O período de incubação da hepa- tite B aguda varia de 30 a 180 dias com duração média de 75 dias, e caracteriza-se pela pre- sença do HBsAg e ausência de sintomas clínicos. O anti-HBc aparece dias depois do HBsAg. No momento em que surgem sintomas inespecíficos, ocorre elevação das transaminases e os anticorpos IgM e IgG anti-HBc estão presentes no soro. Caso a infecção se resolva, cessa a replicação viral com eliminação do HBeAg e aparecimento do anti-HBe. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 17 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra Em geral, o HBsAg desaparece até o 3º mês de doença e o anti-HBs, anticorpo neutrali- zante, passa a ser detectado. A infecção aguda pelo HBV pode apresentar dois períodos de janela imunológica: o primeiro é quando ainda não se detecta nenhum marcador imunológico, ou seja, antes do aparecimento do HBsAg, e apenas o DNA viral é detectado; e outro período é uma janela imunológica do HBsAg, quando este já não é mais detectado, mas ainda não se detecta o anti-HBs. Nesta fase, apenas o anticorpo IgM anti-HBc é detectado. É importante res- saltar que a pesquisa de IgM anti-HBc é necessária para que se faça o diagnóstico de hepatite B aguda, na qual altos títulos desse anticorpo podem ser detectados. Fonte: Ferreira, 2013. Já a infecção crônica tem várias fases distintas sorológicas e virais. Nos estágios em que a replicação viral é baixa, a incidência de lesões hepáticas está sig- nificativamente diminuída. A infecção crônica é caracterizada pela persistência do HBsAg por um período maior ou igual a 6 meses, pela presença do DNA-HBV e do HBeAg no soro. O antí- geno “e” e os anticorpos específicos (AgHBe/anti-HBe) estão relacionados ao índice de repli- cação viral e têm sua maior utilidade no estudo das formas crônicas de hepatites pelo vírus B. Pode ocorrer posteriormente a soroconversão do HBeAg para anti-HBe durante a evolução da doença. Os marcadores utilizados na triagem sorológica para prevenir a transmissão do HBV são o HBsAg e o anti-HBc testes para detecção do HBsAg permanecem de primeira linha para a triagem de doadores de sangue. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 18 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra Fonte: Ferreira, 2013. O HCV é um patógeno transmitido mais eficientemente pela exposição percutânea direta com o sangue infectado que pode ocorrer por várias vias, principalmente a parenteral. A transmissão por intermédio de transfusão de sangue, pelo transplante de órgãos, teve diminuição acentuada no Brasil após a introdução dos testes de anti-HCV em 1991. A transmissão sexual parece não ser muito eficiente e a vertical também é de baixo risco, mas ambas são facilitadas na coinfecção com o HIV, mesmo em indivíduos sem fatores de ris- co. O HCV não tem sido encontrado no leite materno. O diagnóstico da hepatite é geralmente casual, já que a maioria dos indivíduos infectados apresenta a forma crônica e assintomática da doença. Assim, os testes de triagem sorológica e a detecção molecular do HCV são mais importantes na identificação desses recursos. O primeiro marcador a ser detectado no plasma de indivíduos após a infecção é o RNA viral, seguido do antígeno do core do HCV (HCVcAg). O pico da alanina aminotransferase (ALT) é observado em média 8 semanas após o início da infecção, época em que os anticorpos contra o antígeno do core tornam-se detectáveis – esse é o pior prognostico dessa hepatite, sendo a única que causa problema hepático crônico. Os anticorpos específicos contra as proteínas virais aparecem cerca de 50 dias após o apa- recimento do RNA viral. Os anticorpos anti-HCV podem se tornar indetectáveis após a infecção ser controlada, definindo um fenômeno chamado de soroconversão. A soroconversão pode ser completa ou parcial: • A primeira é definida como a perda total de anticorpos específicos detectáveis, como mudança de resultado positivo para negativo no ELISA anti-HCV. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 19 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra • A soroconversão parcial é caracterizada pelo desaparecimento ou diminuição de um ou vários, mas não de todos os anticorpos contra os antígenos do HCV. Fonte: Ferreira, 2013. O RNA do HEV é o primeiro marcador a ser detectado no soro, em torno de 22 dias após a infecção, e persiste durante a fase pré-ictéricae desaparece no pico de elevação da ALT. Além do soro, também pode ser detectado na bile e nas fezes. Como o período virêmico é curto, a pesquisa do RNA no soro deve ser realizada no início da infecção e nas fezes, na fase prodrômica. Para as hepatites, o mais importante é saber relacionar os aparecimentos dos antígenos e anticorpos frente a uma infecção aguda ou crônica. A tabela abaixo detalha essas duas infec- ções conforme o aparecimentos nos testes imunológicos. Fonte: Ferreira, 2013. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 20 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra 6. ruBéola Essa é a infecção viral que desperta muito interesse por conta do seu efeito teratogênico. O vírus da rubéola (VR) é classificado como o único membro do gênero Rubivirus, pertencente à família Togaviridae. Vamos ver como é a dinâmica de aparecimento de anticorpos para que façamos o acom- panhamento de exposição ao patógeno? IgM Na infecção primária, os anticorpos da classe M são, em geral, detectados muito precoce- mente, após o início da doença, sendo encontrados em um a dois terços dos pacientes nos primeiros 3 dias e em quase todos os pacientes no decorrer do primeiro mês. Alcançam níveis máximos entre 7 e 10 dias pelo teste de inibição da hemaglutinação ou entre 4 e 35 dias por ELI- SA. A negativação do teste para IgM também depende da sensibilidade da técnica empregada. Pela técnica de inibição da hemaglutinação, anticorpos IgM antirrubéola permanecem positivos por curto período, em geral entre 4 e 6 semanas e, raras vezes, por 3 meses. O emprego de tes- tes cada vez mais sensíveis para a detecção de IgM específica, como ELISA por captura de IgM, tornou a interpretação clínica dos resultados mais complexa em razão da persistência deste anticorpo por muito tempo após a infecção primária e a sua detecção nas reinfecções. IgG Os anticorpos antirrubéola da classe IgG são altamente eficazes na proteção do indivíduo. São detectáveis no soro a partir de 3 a 4 dias, após o início da doença, alcançando níveis má- ximos em 2 semanas. Em seguida, declinam lentamente, porém persistem por toda a vida na maioria dos indivíduos. Em casos raros, o nível de IgG chega ao limiar de detecção ou até a negativação. Anticorpos IgG apresentam baixa avidez no início da infecção, até 3 a 5 meses, seguidos de gradual aumento à medida que o tempo decorre. Para fins de diagnóstico da in- fecção recente, a detecção de IgG de baixa avidez deve ser feita em amostras obtidas até 2 a 4 meses após o início da doença. Além disso, quando se utilizam métodos de sensibilidade muito alta, os anticorpos IgM- -específicos podem ser detectados tanto na infecção primária quanto na reinfecção, e, neste caso, a avidez da IgG pode definir o diagnóstico. A avidez é baixa na infecção primária e alta na reinfecção. Na rubéola, a subclasse de IgG predominante é IgG 1, sendo encontrada sempre que a amostra for positiva para IgG. IgG2 é praticamente indetectável e IgG4 somente é obser- vada em alguns indivíduos, em níveis muito baixos. IgA Os anticorpos antirrubéola da classe IgA são detectados no início da doença, logo depois de IgM. Alcançam níveis máximos em torno de 1 semana e tornam-se indetectáveis em perío- dos muito variáveis, dependendo do paciente. A sua presença pode ser transitória ou persistir por meses a anos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 21 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra A resposta imunológica à vacina antirrubéola é bastante semelhante à da infecção natu- ral; porém, os títulos de IgG e IgM são geralmente mais baixos. Anticorpos da classe M são detectados na maioria dos vacinados após 2 a 3 semanas; em seguida, há gradual declínio, persistindo por 2 a 3 meses em cerca de 1/3 dos indivíduos. Anticorpos da classe G são detectados entre 3 e 4 semanas após vacinação em 98 a 99% dos vacinados, podendo neles permanecer durante longos anos ou, na maioria dos indivíduos, por toda a vida. Obs.: � Na rubéola congênita, o padrão de resposta imunológica é peculiar e único. Esta infec- ção caracteriza-se por prolongada produção de anticorpos IgM; lenta maturação da avidez de IgG e respostas imune humoral e celular reduzidas. Fonte: Ferreira, 2013. 7. síFIlIs A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária). Nos estágios primário e secundário da infecção, a possibili- dade de transmissão é maior. Ela pode ser transmitida por relação sexual com uma pessoa infectada, ou da mãe infectada para a criança durante a gestação ou o parto. 7.1. síFIlIs PrImárIa Manifesta-se com ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 a 90 dias após o contágio. Não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 22 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra 7.2. síFIlIs secundárIa Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento da feri- da inicial e após a cicatrização espontânea. Manchas no corpo, principalmente, nas palmas das mãos e plantas dos pés. Não coçam, mas podem surgir ínguas no corpo. 7.3. síFIlIs latente – Fase assIntomátIca Não aparecem sinais ou sintomas. É dividida em sífilis latente recente (menos de um ano de infecção) e sífilis latente tardia (mais de um ano de infecção). A duração é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária. 7.4. síFIlIs tercIárIa Pode surgir de 2 a 40 anos depois do início da infecção. Costuma apresentar sinais e sin- tomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo le- var à morte. O teste rápido (TR) de sífilis está disponível nos serviços de saúde do SUS, sendo prático e de fácil execução, com leitura do resultado em, no máximo, 30 minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial. O TR de sífilis é distribuído pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais/Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde (DDAHV/SVS/MS), como parte da estratégia para ampliar a cobertura diagnóstica dessa DST. Eis que essa foi a minha primeira área de atuação dentro da saúde pública. Atuei como Far- macêutica Bioquímica do CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento) para exames de HIV e demais DSTs de pacientes que participavam do programa DST/AIDS do Ministério da saúde... Saudades, sabia? Eu super gostava! Continuando com o estudo. Quando o TR for utilizado como triagem, nos casos positivos (reagentes), uma amostra de sangue deverá ser coletada e encaminhada para realização de um teste laboratorial (não treponêmico) para confirmação do diagnóstico. Em caso de ges- tante, o tratamento deve ser iniciado com apenas um teste positivo (reagente), sem precisar aguardar o resultadodo segundo teste. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 23 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra O VDRL é a reação de floculação obtida devido à interação cristal de colesterol (cuja su- perfície é impregnada com cardiolipina e lecitina) com anticorpo anti-cardiolipina. Após unir os reagentes com a amostra, é necessário que haja observação em microscopia óptica para verificar a diluição máxima em que aparecem os flocos (esse é o resultado do teste). O exame de RPR é bem parecido com o VDRL, porém, nele, utiliza-se carvão junto ao regente e amostra e a observação não exige microscópio, apenas observação sob incidência de luz. O TPT (teste de imobilização do treponema) se baseia na reação entre o treponema e o soro do paciente. Para ser considerado positivo, deve haver imobilização de mais de 50% dos treponemas; negativo, menos de 20%. Isso ocorre porque o paciente doente naturalmente imo- biliza o T. Palidum. O MHA-TP é o teste de microhemaglutinação para Treponema palidum e se baseia na capacidade de aglutinação após interação da hemácia contendo T. palidum com anticorpo do soro do paciente. Neste teste, quando realizado de forma indireta, os antígenos se encontram sobre superfície gelatinosa. Obs.: � O teste considerado padrão ouro para confirmatório de sífilis é o fta-abs (teste do anti- corpo treponêmico fluorescente adsorvido). Ele é realizado com a deposição do soro do paciente (provavelmente contendo os anti- corpos) sobre a superfície de uma lâmina impregnada com o antígeno treponema. Após inte- ragirem e formarem o complexo antígeno + anticorpo, adiciona-se o anticorpo marcado com isotiocianato de fluoresceína e faz-se a lavagem (para eliminar os possíveis antígenos não constituintes do complexo antígeno + anticorpo). Após isso, é feita a leitura em microscópio, obtendo uma lâmina com o parasito na cor verde maçã (a lâmina é muito linda). Fonte: Revista unilago Portanto, o FTA-ABS é um teste treponêmico obtido por imunofluorescência indireta. 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Por isso, é importante fazer o teste para detectar a sífilis durante o pré-natal e, quando o resultado for positivo, tratar corretamente a mulher e seu parceiro sexual, para evitar a transmissão vertical. 8. tuBerculose A tuberculose é uma doença infectocontagiosa de evolução crônica causada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis, que acomete principalmente os pulmões, podendo, porém, afetar outros órgãos e tecidos do organismo. O agente etiológico da tuberculose humana pertence à ordem Actinomycetales, família Mycobacteriaceae, gênero Mycobacterium. O complexo M. tuberculosis é constituído por cinco espécies de micobactérias intimamente relacionadas: M. tuberculosis, M. bovis, M. africanum, M. microti e M. canetti. A pesquisa de anticorpos por ELISA tem sido proposta utilizando antígenos de diferentes naturezas, classificados como totais, semipurificados, e purificados proteicos ou lipídicos. An- tígenos totais, provenientes de filtrados de M. tuberculosis e sonicado de BCG, apresentaram número significativo de resultados positivos em indivíduos sadios e em pacientes não tubercu- losos, portanto não são utilizados devido à baixa especificidade. A partir de culturas de bacilo da tuberculose, um produto denominado tuberculina, o qual passou a ser utilizado, após uma padronização internacional, na triagem da tuberculose (teste tuberculínico). Aqueles que já foram infectados por M. tuberculosis ou que receberam a vacina BCG (bacilo de Calmette-Guérin) desenvolvem uma reação de hipersensibilidade tardia a esse produto, sendo considerados reatores a ele. O teste tuberculínico positivo não é diagnóstico da doença, indicando apenas que o paciente já foi exposto ao bacilo ou à cepa vacinal. A reatividade à tuberculina desenvolve-se 6 a 8 semanas, em média, após a infecção ou a vacinação, e geralmente permanece por muitos anos ou por toda a vida. A reação positiva a es- sas proteínas em um indivíduo não imunizado é uma evidência de infecção recente ou remota e permite ao clínico determinar o histórico do paciente, anterior à prova da tuberculina. A prova tuberculínica consiste na exposição a uma pequena dose de derivado proteico purificado (PPD), que é uma solução padrão obtida de filtrados de culturas autoclavadas de Mycobacterium tuberculosis. 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A complexidade da técnica, associada a níveis baixos de sensibilidade e especificidade em relação a outros testes sorológicos, requer a padronização diária de seus componentes - antí- geno, sistema hemolítico e complemento - o que influi na reprodutibilidade dos resultados do teste entre diferentes laboratórios. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 26 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra Fonte: Portela, 2010. Internet A introdução dos testes imunocromatográficos na sorologia da doença de Chagas apre- senta real importância quando se pensa que a patologia está disseminada pelo mundo e em locais de difícil acesso à medicina convencional. O método denominado Tesa blot é um Wes- tern blotting feito a partir de antígenos de secreção e excreção de formas tripomastigotas de T. cruzi. Com amostras de sangue de pacientes chagásicos, formas congênita, aguda e crônica e de indivíduos não chagásicos, os pesquisadores encontraram 100% de sensibilidade e espe- cificidade. O método também mostrou que, após a corrida eletroforética e transferência para fitas de nitrocelulose, os soros de pacientes crônicos e agudos reconhecem bandas diferentes. Na nossa experiência, o método foi capaz de resolver 80% dos casos considerados inconclusivos pela sorologia convencional. Utilizam o método para confirmar a presença de anticorpos IgG anti-T. cruzi em amostras de sangue colhidas em papelde filtro. Fonte: Pardini, 2015. Internet O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 27 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra A detecção de antígenos de T. cruzi em fluidos biológicos apresenta enorme interesse na confirmação da infecção, principalmente quando os testes sorológicos e os métodos parasito- lógicos são negativos. Os testes imunoenzimáticos de competição - ou duplo anticorpo - têm-se mostrado úteis na detecção de componentes antigênicos no sangue ou na urina, não apenas para o diagnóstico confirmatório, mas também para a avaliação de substâncias antiparasitárias. 10. leIsHmanIose O diagnóstico da leishmaniose visceral humana (LVH) pode se basear em achados clínicos, laboratoriais inespecíficos, reações sorológicas e testes moleculares, porém a confirmação da doença ocorre com a demonstração do parasita. O método ELISA com antígeno de promastigota também foi considerado como bom méto- do convencional, sendo aplicado para diagnóstico da leishmaniose visceral em áreas endêmi- cas. Todavia, apresenta ainda limitações quanto à sua especificidade. Fonte: Biomedicina A intradermorreação de Montenegro avalia a hipersensibilidade cutânea tardia e depende da resposta imune celular frente a antígenos de Leishmania. Como essa resposta está suprimi- da nos pacientes com leishmaniose visceral clássica, tal reação não é útil para o diagnóstico da doença. Após o tratamento, habitualmente a IDRM torna-se positiva, indicando uma recupe- ração da resposta imune celular do indivíduo. Fonte: Internet O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 28 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra Meu Deus, isso não é uma aula, é um caderno de recordações! Eu também fazia isso quan- do atuava em Caldas Novas! Inclusive... você não conhece Caldas? Dá uma pesquisada aí e coloca nos seus roteiros de viagem pós aprovação! Vale a pena! Tá... vamos concentrar! O antígeno (solução contendo promastigotas de Leishmania) é aplicado na face anterior do braço esquerdo. A leitura é realizada em 48h e são considerados positivos aqueles que apresen- tarem área de enduração igual ou superior a 5 mm. A positividade indica que o indivíduo teve contato com antígenos de Leishmania, não sendo possível precisar se foi recente ou precoce. A pesquisa de anticorpos anti-Leishmania pode ser realizada por reação de imunofluores- cência e ELISA, havendo, ainda, a possibilidade de se utilizar Western blot. O ELISA é um teste sensível, com o qual podem ser detectadas IgG, IgM e, mais recentemente, isótipos de imuno- globulinas vêm sendo estudados como marcadores de prognóstico. No entanto, os títulos costumam ser baixos e a positividade fica em torno de 50%, sendo bem maior na LM e na LCD, em comparação com a LC. Os títulos tendem a ser mais elevados nas fases mais iniciais da LC e nos casos graves. No entanto, a positividade também depende da espécie envolvida, sendo os títulos mais baixos na infecção por L. guyanensis. Quando po- sitiva, a sorologia também pode ser utilizada para controle de cura, já que a negativação dos títulos é associada à cicatrização das lesões e ao bom prognóstico. 11. malárIa Na infecção por plasmódios, o hospedeiro vertebrado produz anticorpos de diferentes es- pecificidades. A maioria desses anticorpos não é dirigida contra componentes antigênicos dos plasmódios, mas são anticorpos heterófilos ou autoanticorpos contra hemácias, linfóci- tos, complemento, ou fator reumatoide e fatores antinucleares. Essa reatividade não específi- ca ocorre provavelmente pela ação mitogênica de antígenos solúveis de plasmódios que leva à ativação policlonal de linfócitos B. Os anticorpos específicos podem ser dirigidos contra antígenos dos diferentes estágios do plasmódio: • Anticorpos contra antígenos do estágio eritrocítico assexuado • Anticorpos contra antígenos do estágio de esporozoíto • Anticorpos contra antígenos do estágio sexuado (gametócitos). 12. toxoPlasmose Descrito por Sabin e Feldman, o teste do corante deu lugar ao teste de imunofluorescência indireta (IFI) que além de mais prático e fornecer resultados comparáveis, permitiu a identifica- ção de anticorpos IgG, IgM e demais imunoglobulinas. 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Segue-se a incubação com produto capaz de, sob a ação da enzima, desenvolver cor (ou fluorescência), cuja intensidade, lida em espectrofotômetro (ou fluorômetro), é diretamente proporcional à quantidade de anticorpos antitoxoplasma no soro. Fonte: Ferreira, 2013. Agora, vamos falar sobre as reações relacionadas as doenças alérgicas. São testes menos utilizados, mas também são indicados para pesquisa de IgE específica, sobretudo no diagnóstico de alergia a veneno de insetos (formiga, abelha e vespa) e alguns medicamentos. São mais sensíveis, porém menos seguros. Também estão indicados para de- terminação da dose inicial da imunoterapia específica para insetos. O teste intradérmico deve ser sempre precedido pelo teste de puntura, aplicado quando este é negativo em pacientes com história compatível com alergia, permitindo a identificação de mui- tos pacientes alérgicos com teste de puntura pouco sensível. A sensibilidade a extratos alergêni- cos de baixa potência também pode ser avaliada por meio desse método, que se utiliza de serin- ga com agulha hipodérmica de 0,5 ou 1,0 mL, formando ângulo de 45º com a pele, com bisel para baixo. Geralmente, é realizado na porção superior do braço ou na superfície volar do antebraço. O volume injetado varia entre 0,01 e 0,05 mL, produzindo pápula de 2 a 3 mm de diâmetro e, em virtude da profundidade e da introdução de grandes quantidades do alérgeno, existe a possibilidade de reação sistêmica. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 30 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra A leitura é feita em cruzes: • Eritema maior que o controle: + • Eritema maior que 21 mm: ++ • Eritema e edema: +++ • Eritema, edema e pseudópodes: ++++ Fonte: Ferreira, 2013. Os testes cutâneos de hipersensibilidade tardia são utilizados para avaliar a imunidade celular. A anergia comprova a deficiência naimunidade celular e/ ou a não sensibilização pré- via. Para a avaliação da imunidade tardia são injetados, por via intradérmica, na face volar do antebraço, antígenos como PPD, estreptoquinase-estreptodornas, candidina, histoplasmina e tricofitina. Estes são antígenos aos quais a maioria dos indivíduos já se sensibilizou. 13. ImmunoBlott A técnica combina a seletividade da eletroforese em gel com a especificidade da interação antígeno-anticorpo. Utilizada para detectar e caracterizar proteínas, pode ser aplicada para os mais diferentes fins, como a identificação de proteínas soro específicas no diagnóstico de doenças e reações alérgicas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 31 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra As proteínas, separadas por tamanho, são transferidas do gel para um suporte estável como papel ou nitrocelulose. Para a detecção do anticorpo de interesse, incuba-se a mem- brana contendo os antígenos com a amostra a ser estudada e, após lavagem, um anticorpo anti-IgE humano marcado com enzima ou radioisótopo é adicionado. Os experimentos de immunoblot são importantes, pois permitem obter informação mais detalhada do que a pura detecção de anticorpos específicos. Além da confirmação da existên- cia de bandas alergênicas específicas, pode ser utilizado nos estudos de reatividade cruzada e no monitoramento da imunoterapia. Análises de immunoblot para reatividade a IgE específicas contra extratos de alérgenos, uti- lizando-se anti-IgE humanos marcados após eletroforese do alérgeno em questão, permitiram a identificação e a discriminação de moléculas alergênicas a partir de uma única fonte, além da detecção de padrões individuais de sensibilização a moléculas alergênicas específicas em fontes diferentes com reatividade cruzada. Em muitos casos, a sensibilização geral a proteínas imunodominantes, bem como a sensi- bilização individual a alérgenos menores, podem ser observadas utilizando-se o immunoblot. Além disso, o padrão de reatividade a IgE específico pode ser diferenciado entre pacientes com alergias a um mesmo extrato total. Hipersensibilidade Entretanto, a detecção de IgE específico pelo immunoblot não apresenta relevância clínica, porque um único epítopo de IgE é suficiente para causar reatividade in vitro, não provocando necessariamente uma manifestação clínica. 14. ImunodeFIcIêncIa PrImárIa Esses distúrbios são geneticamente determinados. Se manifestam tipicamente na infância anormalmente frequentes. As imunodeficiências primárias são classificadas pelo componente principal do sistema imunitário que está deficiente, ausente ou defeituoso: • Imunidade humoral • Imunidade celular • Imunidade humoral e celular combinada • Células fagocíticas • Proteínas do sistema complemento 15. ImunodeFIcIêncIas secundárIas É a perda da função do sistema imune como resultado da exposição a agentes de do- enças, fatores ambientais, imunosupressão ou envelhecimento. Infecções bacterianas, virais, por protozoários, helmínticas e por fungos podem levar a deficiências de células B, T, PMN e macrófagos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 32 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra Endócrino Diabetes melito Gastrointestinal Insuficiência hepática, hepatite, linfangiectasia intestinal, enteropatia com perda proteica Hematológico Anemia aplástica, cânceres (p. ex., leucemia linfocítica crônica, mieloma múltiplo, linfoma de Hodgkin), doença do enxerto versus hospedeiro, doença falciforme, esplenectomia Iatrogênica Certos fármacos, como quimioterápicos, imunossupressores, corticoides, radioterapia, esplenectomia Infeccioso Infecções virais (p. ex., citomegalovírus, vírus Epstein Barr, HIV, vírus do sarampo, vírus varicela-zoster), infecções bacterianas, infecções bacterianas raras com superantígenos (antígenos que podem ativar uma grande quantidade de linfócitos T, resultando na produção maciça de citocinas, mais notavelmente de Staphylococcus aureus), infecções micobacterianas Nutricionais Alcoolismo, desnutrição Fisiológico Imunodeficiência fisiológica em crianças decorrente da imaturidade do sistema imunitário, gestação Renal Síndrome nefrótica, insuficiência renal, uremia Reumatológica Lúpus eritematoso sistêmico Outros Queimaduras, cânceres, anomalias cromossômicas (p. ex., síndrome de Down), asplenia congênita, doenças graves e crônicas, histiocitose, sarcoidose Imunodeficiências secundárias também ocorrem em pacientes com doenças graves, ido- sos ou hospitalizados. As doenças graves prolongadas podem deprimir a resposta imunitária; esse efeito prejudicial pode ser reversível – se a doença se resolver. A imunodeficiência pode resultar da perda de proteínas séricas (particularmente IgG e al- bumina) por causa de: • Rins na síndrome nefrótica • Pele em queimaduras graves ou dermatites • Trato gastrintestinal na enteropatia As enteropatias também podem causar perda de linfócitos, resultando em linfopenia (lin- focitopenia). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/diabetes-melito-e-dist%C3%BArbios-do-metabolismo-de-carboidratos/diabetes-melito-dm https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-hep%C3%A1ticos-e-biliares/abordagem-ao-paciente-com-doen%C3%A7a-hep%C3%A1tica/insufici%C3%AAncia-hep%C3%A1tica-aguda https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-hep%C3%A1ticos-e-biliares/hepatite/causas-da-hepatite https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/s%C3%ADndromes-de-m%C3%A1-absor%C3%A7%C3%A3o/linfangiectasia-intestinal https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-eritropoese-deficiente/anemia-apl%C3%A1sica https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/leucemia/leucemia-linfoc%C3%ADtica-cr%C3%B4nica-llc https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/leucemia/leucemia-linfoc%C3%ADtica-cr%C3%B4nica-llc https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/dist%C3%BArbios-dos-plasm%C3%B3citos/mieloma-m%C3%BAltiplo https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/linfomas/linfoma-de-hodgkin https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-hem%C3%B3lise/anemia-falciforme https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/herpes-v%C3%ADrus/infec%C3%A7%C3%A3o-por-citomegalov%C3%ADrus-cmv https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/herpes-v%C3%ADrus/mononucleose-infecciosa https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/herpes-v%C3%ADrus/mononucleose-infecciosa https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/v%C3%ADrus-da-imunodefici%C3%AAncia-humana-hiv/infec%C3%A7%C3%A3o-pelo-v%C3%ADrus-da-imunodefici%C3%AAncia-humana-hiv https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/miscel%C3%A2nea-de-infec%C3%A7%C3%B5es-virais-em-lactentes-e-crian%C3%A7as/sarampohttps://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/herpes-v%C3%ADrus/catapora https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/micobact%C3%A9rias/infec%C3%A7%C3%B5es-por-micobact%C3%A9rias-n%C3%A3o-tuberculosas https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/t%C3%B3picos-especiais/drogas-il%C3%ADcitas-e-intoxicantes/toxicidade-e-abstin%C3%AAncia-de-%C3%A1lcool https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-nutricionais/desnutri%C3%A7%C3%A3o/vis%C3%A3o-geral-da-desnutri%C3%A7%C3%A3o https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-geniturin%C3%A1rios/doen%C3%A7a-renal-cr%C3%B4nica/doen%C3%A7a-renal-cr%C3%B4nica https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-dos-tecidos-conjuntivo-e-musculoesquel%C3%A9tico/doen%C3%A7as-reum%C3%A1ticas-autoimunes/l%C3%BApus-eritematoso-sist%C3%AAmico-les https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/les%C3%B5es-intoxica%C3%A7%C3%A3o/queimaduras/queimaduras https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7as-pulmonares-intersticiais/histiocitose-pulmonar-de-c%C3%A9lulas-de-langerhans https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/sarcoidose/sarcoidose 33 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra 16. HIPersensIBIlIdades 16.1. HIPersensIBIlIdade tIPo I Hipersensibilidade tipo I é também conhecida como imediata ou hipersensibilidade anafilática. A reação pode envolver pele (urticária e eczema), olhos (conjuntivite), nasofaringe (rinor- réia, rinite), tecidos broncopulmonares (asma) e trato gastrointestinal (gastroenterite). Pode causar uma variedade de sintomas desde inconveniências mínimas até a morte. A reação normalmente leva 15 - 30 minutos para o período de exposição ao antígeno, embora, às vezes, possa ter início mais demorado (10 - 12 horas). Hipersensibilidade imediata é mediada por IgE. O componente primário celular nessa hipersensibilidade é o mastócito ou basófilo. A rea- ção é amplificada e/ou modificada pelas plaquetas, neutrófilos e eosinófilos. Uma biópsia do local da reação demonstra principalmente mastócitos e eosinófilos. O mecanismo da reação envolve produção preferencial de IgE, em resposta a certos antíge- nos (alérgenos). IgE tem muita elevada afinidade por seu receptor em mastócitos e basófilos. Uma exposição subsequente ao mesmo alérgeno faz reação cruzada com IgE ligado a células e dispara a liberação de várias substâncias farmacologicamente ativas. Ligação cruzada do receptor Fc de IgE é importante para a estimulação de mastócitos. A degranulação de mastócitos é precedida pelo aumento do influxo de Ca++, que é um processo crucial; ionóforos que aumentam Ca++ citoplasmático também promovem degranulação, en- quanto agentes que depletam Ca++ citoplasmático suprimem degranulação. Testes diagnósticos para hipersensibilidade imediata incluem testes de pele (perfuração e intradérmico). Anticorpos IgE totais e anticorpos IgE específicos são medidos por uma modificação do ensaio imunoenzimático (ELISA). Níveis aumentados de IgE são indicativos de uma condição atópica, embora IgE deva estar aumentado em algumas doenças não atópicas (exemplo: mie- lomas, infecções helmínticas etc.). O uso de anticorpos IgG contra as porções Fc de IgE que se ligam a mastócitos tem sido aprovado no tratamento de certas alergias, visto que bloqueia a sensibilização de mastócitos. Hipossensibilização (imunoterapia ou dessensibilização) é outra modalidade de tratamen- to que é bem-sucedida em algumas alergias, particularmente a venenos de insetos e, até certo ponto, pólens. O mecanismo não é claro, mas existe uma correlação entre o aparecimento de anticorpos (bloqueadores) de IgG e o alívio de sintomas. Células T supressoras que inibem especificamente anticorpos IgE também participam. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 34 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra 16.2. HIPersensIBIlIdade tIPo II Hipersensibilidade tipo II também é conhecida como hipersensibilidade citotóxica e pode afetar uma variedade de órgãos e tecidos. Os antígenos são normalmente endógenos, embora agentes químicos exógenos (haptenos) que podem se ligar a membranas celulares podem tam- bém levar a hipersensibilidade tipo II. Anemia hemolítica induzida por drogas, granulocitopenia e trombocitopenia são exemplos. O tempo de reação vai de minutos a horas. A hipersensibilidade tipo II é primariamente mediada por anticorpos das classes IgM ou IgG e complemento. 16.3. HIPersensIBIlIdade tIPo III Hipersensibilidade tipo III é também conhecida como hipersensibilidade imune complexa. A reação pode ser geral (ex.: doença do soro) ou envolve órgãos individuais incluindo pele (ex.: lupus eritematoso sistêmico, reação de Arthus), rins (ex.: nefrite do lupus), pulmões (ex.: aspergi- lose), vasos sanguíneos (ex.: poliarterite), juntas (ex.: artrite reumatóide) ou outros órgãos. Esta reação pode ser o mecanismo patogênico de doenças causadas por muitos microrganismos. A reação deve levar 3 - 10 horas após exposição ao antígeno (como na reação de Arthus). É mediada por complexos imunes solúveis. São na maioria de classe IgG, embora IgM possa estar também envolvida. O antígeno pode ser exógeno (bacteriano crônico, viral ou infecções parasitárias), ou endógeno (autoimunidade não órgão específica, como lupus eritematoso sis- têmico, LES). O antígeno é solúvel e não ligado ao órgão envolvido. 16.4. HIPersensIBIlIdade tIPo IV Hipersensibilidade tipo IV é também conhecida como mediada por células ou hipersensibi- lidade tardia. O exemplo clássico dessa hipersensibilidade é a reação (Mantoux) tuberculínica que atinge um pico em 48 horas após a injeção do antígeno (PPD ou antiga tuberculina). A lesão é caracterizada por calosidade e eritema. A hipersensibilidade tipo IV está envolvida na patogênese de muitas doenças autoimunes e infecciosas (tuberculose, lepra, blastomicose, histoplasmose, toxoplasmose, leishmaniose etc.) e granulomas devido a infecções e antíge- nos estranhos. Uma outra forma de hipersensibilidade tardia é a dermatite de contato (hera ve- nenosa, agentes químicos, metais pesados etc.), de modo que as lesões são mais papulares. 16.5. HIPersensIBIlIdade tIPo V Pode ser classificada em três categorias dependendo do tempo de início e apresentação clínica e histológica. Os mecanismos de dano na hipersensibilidade tardia incluem linfócitos T e monócitos e/ ou macrófagos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 35 de 50www.grancursosonline.com.br Respostas Imunes IMUNOLOGIA Pollyana Lyra Células T citotóxicas causam danos diretos, enquanto células auxiliates T (TH1) secretam citocinas que ativam células T citotóxicas e recrutam e ativam monócitos e macrófagos, que causam a maioria das lesões. As lesões da hipersensibilidade tardia contêm principalmente monócitos e algumas células T. Linfocinas importantes envolvidas na reação da hipersensitividade tardia incluem fator qui- miotáctico dos monócitos, interleucina-2, interferon-gama, TNF alpha/beta. Testes diagnósti- cos in vivo incluem reação cutânea tardia (ex.: teste Mantoux) e teste local (para dermatite de contato). Testes in vitro para hipersensibilidade tardia incluem resposta mitogênica, linfo-cito- toxicidade e produção de IL-2. Fonte: ABBAS, 2015. Pode comemorar porque finalizamos esta aula!
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