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Atividade A1 - Avaliação e Curriculo

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Em primeiro plano é válido citar que o currículo pode ser definido muito além de um simples elencar de conteúdos e diretrizes com a finalidade de serem trabalhados, em sala de aula, pelos educadores no decorrer das distintas etapas da vida escolar de seus discípulos. Esse pode ser ainda, resultado de uma construção histórica, bem como cultural que sofre, ao longo do tempo, transformação em suas definições e estruturas.
 Nesse lanço, interessante se faz comentar que as “ teorias curriculares” recaem sobre ambas as funções e as perspectivas do currículo, sob o contexto educacional e histórico, tornando-se necessário aos professores, conhecer os temas concernentes ao currículo de suas áreas de atuação, em conjunto com sentido expresso por sua orientação curricular. Assim, observe-se que as teorias curriculares podem ser divididas em correntes denominadas como tradicionais, críticas e pós-modernas, as quais serão explicadas, no corpo desse trabalho. 
As teorias tradicionais, também conhecidas por teorias técnicas, foram desenvolvidas nos primórdios do século XX, cujo marco inicial fora a publicação do livro de Bobbit, em 1918, in titulado “The Curriculum” (“O Currículo”). John Franklin Bobbitt, associava as disciplinas curriculares à questão puramente mecânica e buscava padronizar métodos e desempenhos, sendo esse o ponto essencial de sua proposta curricular. O modelo curricular de Bobbit era claramente conservador, e foi a vertente educacional mais influente nos EUA, naquele momento histórico, visto que, o sistema educacional estaria conceitualmente atrelado ao sistema industrial, que, na época, vivia os paradigmas da administração cientifica. 
Ralph Tyler (1902-1994), foi também um teórico tradicional norte-americano responsável por consolidar o modelo curricular proposto anteriormente por Bobbit, por meio da imposição de regras no ambiente produtivo, através do trabalho repetitivo e com base em divisões específicas de tarefas, com fulcro na produção em massa, as teorias tradicionais também seguiram essa lógica no princípio do currículo. Em virtude disso, o currículo era visto como uma instrução mecânica em que se elaborava a listagem de assuntos impostos que deveriam ser ensinados pelo professor e prontamente memorizados pelos estudantes.
 Nessa vereda, a elaboração do currículo restringia-se a uma atividade burocrática, sendo essa, desprovida de sentido e fundamentada na concepção de que o ensino e pousava na figura do professor, esse era o agente responsável por transmitir conhecimentos específicos aos pupilos, e estes por sua vez, eram considerados somente como meros repetidores dos assuntos estudados em aula. 
Entretanto, nada permanece imutável por muito tempo, os anos sessenta surgem num período de efervescência no mundo ocidental, sendo marcados por meio de agitações sociais causando mudanças intensas. Nessa década, surgiram os movimentos de contracultura; os movimentos feminista e de liberação sexual; os protestos estudantis e de trabalhadores na França (Maio de 1968) e em outras partes do mundo; as lutas contra a Ditadura Militar no Brasil e os protestos contra a Guerra do Vietnã, além do crescimento dos movimentos de luta pela independência nas antigas colônias europeias (como na Guerra da Argélia) e do movimento de luta pelos direitos civis nos EUA (Movimento Negro).
Em linhas gerais foi nesse período de contestação e rupturas que nasceram as teorias Críticas, sendo elas vinculadas a autores da Escola de Frankfurt, notadamente Max Horkheimer e Theodor Adorno. Ademais, outras influências importantes, naquele momento, foram dos autores da chamada Nova Sociologia da Educação, tais como Pierre Bourdieu e Louis Althusser.
 Em 1960, os autores anteriormente citados, conheceram um maior crescente de suas teorias, compreendendo que tanto a escola como a educação em si são instrumentos de reprodução e legitimação das desigualdades sociais constituídas na base da sociedade capitalista. Consequentemente, o currículo estaria atrelado aos interesses e conceitos das classes dominantes, não atingindo diretamente aos grupos sociais subordinados. 
Em razão disso, a função do currículo, mais do que um conjunto coordenado e ordenado de matérias, adquiri também, naquele período histórico, o papel de conter uma estrutura analítica que permitisse uma perspectiva libertadora e conceitualmente crítica em favorecimento das massas populares. As práticas curriculares, nesse sentido, eram vistas como um espaço de defesa das lutas em ambos os campos cultural e social, contrapondo sobremaneira a teoria conservadora fomentada, anteriormente por Bobbio e seus admiradores.
Ressalte-se, porém, que a medida em que as estruturas sociais sofrem alterações significativas, nas décadas de 70 e 80, surgem então as teorias curriculares pós-modernas, também denominadas de pós-críticas, partindo dos princípios da fenomenologia, do pós-estruturalismo e dos ideais multiculturais. Acerca disso, a perspectiva pós-crítica advertiu duramente as teorias tradicionais, no entanto soergueram as suas condições para além da questão de classes sociais, dirigindo atenção sobre aparte principal desse tópico, ou seja, o sujeito.
Com enfoque não somente sobre a realidade social dos indivíduos, era necessário abarcar também os estigmas étnicos e culturais desse s, dentre eles podemos citar, parcialidade, o gênero, a orientação sexual, bem como, os demais elementos concernentes às diferenças entre as pessoas. Nessa perspectiva, se fez interessante estabelecer o combate à opressão de grupos semanticamente marginalizados lutando pela inclusão desses no meio social. 
As teorias pós-críticas consideravam que o currículo tradicional atuava como o legitimador da metodologia preconceituosa, outrora estabelecida pela sociedade. Assim, a sua função era a de se adaptar ao contexto específico dos estudantes para que o aluno compreendesse nos costumes e práticas exercidos com outros sujeitos uma relação de diversidade e respeito. 
Em vista disso, pode-se dizer que as teorias pós-críticas modificam e ampliam aquilo que estava sendo construído acerca do currículo ao longo do século XX. Propondo um questionamento importante a respeito da temática d o poder, uma vez que esse não é algo dado e nem centralizado. Além do mais, em uma orientação pós-estruturalista, o currículo passou a considerar a ideia de que não existe um conhecimento único e verdadeiro, sendo esse uma questão de perspectiva histórica, isto é, algo que se transforma em diferentes períodos históricos e lugares. 
Por derradeiro as teorias curriculares críticas, por sua vez, problematizam a visão técnica de currículo concebido, apenas como seleção de conteúdos que devem ser “transmitidos” aos alunos. Trazendo a luz a análise do currículo, não somente no seu conteúdo formal, como manual objetivo, repletos de técnicas e metodologias, entretanto como uma atividade diária referente às práticas escolares. Em análise última, consideremos a importante contribuição dessa abordagem quanto ao questionamento elaborado sobre as desigualdades sociais materializadas no currículo escolar, abrindo espaço a uma reflexão sobre formas de opressão e violência simbólica. Por fim, as teorias pós-críticas deslocam o currículo para uma concepção centrada na luta de classes e nas diversas desigualdades, apontando para a desnaturalização do currículo. Isso significa dizer que as teorias pós-críticas contestam conteúdos, objetivos e metodologias ditas como naturais nas práticas escolares.

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