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PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL
A Psicomotricidade Relacional possui características próprias e alinhamentos que a diferem de outras vertentes da Psicomotricidade. O entendimento dessas características é fundamental, pois adere ao olhar inovador e espetacular que a prática traz, tanto no âmbito educacional como no terapêutico.
Este é o olhar que a Psicomotricidade Relacional proporciona em suas intervenções. Cada sujeito é reconhecido por seus desejos, demandas e individualidade ao acessar o grupo.
Essa base que dispõe de um olhar especial ao desejo da criança e sua aceitação incondicional se utiliza da afetividade como comunicação principal. Traz o “relacional” a uma prática que valoriza o brincar da criança e, ao adulto, mostra a possibilidade de encontrar uma comunicação autêntica com a criança, interpretando suas ações para fortalecimento das intervenções.
Lapierre, que na década de 1970 desponta suas experiências com as crianças e as atividades realizadas com adultos, propõe um formato de sessões 08 que supera a reeducação física e abre espaço para a terapia baseada no brincar espontâneo e simbólico. Essa metodologia dispõe de materiais que estimulam a criatividade da criança e o investimento no simbolismo. Os materiais oferecem a possibilidade de estabelecer relações ou potencializar o brincar, tornando a simbologia mais interessante e criativa. São bolas, cordas, bambolês, bastões, tecidos, jornais, caixas de papelão, paraquedas lúdicos, tijolos lúdicos e o tapete, que marca o lugar de segurança e organização do início e do final da sessão.
A Psicomotricidade Relacional é uma metodologia que promove a fala interior e, por esse motivo, possibilita que cada indivíduo exponha, via corporal, suas demandas. A partir da fala corporal é possível refletir sobre suas ações no brincar espontâneo, perceber seus limites e os limites do outro, reconhecer seus desejos, medos, fantasias e, principalmente, a relação que se estabelece com o outro diante dos sentimentos que este apresenta. É, portanto, acessar o autoconhecimento e refletir sobre as relações; é o corpo e todas as suas ações na relação consigo mesmo, com o outro e com os materiais partilhados nos momentos de brincar. O trabalho psicomotor relacional, de maneira lúdica, institui a autorreflexão sobre as relações e possibilita a ampliação das capacidades relacionais dos indivíduos. Assim, a relevância deste trabalho se dá nas áreas em que a influência das relações estabelecidas se torna fundamental para o bom desenvolvimento.
O método psicomotor relacional traz algumas características que devem ter atenção especial. A primeira diz respeito aos materiais que são disponibilizados, desde as quantidades, cores e características que se somam ao bom desenvolvimento do brincar. Nosso objetivo é apresentar os materiais e as possibilidades de trabalho com cada um deles. A relação do psicomotricista com a criança assume relevância, visto que a disponibilidade permite maior percepção em relação ao que é vivenciado durante as sessões. É fundamental, como dizem Lapierre e Aucouturier (2004), fazer silêncio em si, para então escutar a fala corporal da criança. O objetivo é refletir sobre a relação que o psicomotricista deve estabelecer com ela. O corpo é o principal instrumento do psicomotricista. É por ele que se estabelece a relação tônica, capaz de comunicar as características fundamentais para a decodificação do pedido da criança. Compreender a relação corporal que se coloca em jogo, entre psicomotricista e criança e entre as crianças, possibilita o entendimento dos sentimentos e demandas delas. O objetivo é entender a influência da relação corporal nas sessões de psicomotricidade relacional.
A avaliação psicomotora também se dá de maneira formal. Alguns pesquisadores disponibilizam roteiros ou inventários que são utilizados para formalizar as avaliações.
A intervenção realizada pelo psicomotricista deve ocorrer de maneira cautelosa e especial, pois, para alcançar seu objetivo, ele deve refletir não só sobre a intervenção, mas também sobre suas possibilidades. Essa intervenção pode compreender diversas formas de atuação e, portanto, é fundamental a atenção. A criança desse universo biopsicossocial deve ser atendida de maneira sistêmica. A família e a escola são participantes e devem ser incluídas no processo interventivo; assim, é possível entender de que maneira a psicomotricidade relacional pode intervir na família e na escola. Quando levamos em conta todos esses aspectos, a avaliação se dá de maneira mais efetiva e, consequente.
Cada criança se desenvolve a partir de seu desejo, sua necessidade, sua capacidade, sua possibilidade, entre todos os aspectos que a rodeiam. Para tanto, é fundamental que ela seja vista como esse ser em constante modificação e que sofre de influências de tudo o que a cerca. A avaliação se torna um instrumento que motiva a organização de dados coletados, percebidos e até sentidos pelo psicomotricista; organização esta que se dá de forma sistêmica e articulada com grande variedade de informações vistas e sentidas pelo psicomotricista.

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