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Clínica Médica- Valvopatias

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1 Isadora Silva 
Clínica Médica 
Valvopatias 
As valvas cardíacas são divididas em dois 
grupos: 
1- Atrioventriculares: mitral e tricúspide, 
que quando fechadas causam som de 
“TUM”, e leva o nome de B2 (bulha 2). 
2- Semilunares: pulmonar e aórtica, que 
quando se fecham causam som de “TÁ” 
e levam o nome de B1 (bulha 1). 
 
 
As valvas tem por função fazer com que o fluxo 
sanguíneo seja unidirecional e impedem o 
refluxo sanguíneo. 
 Diástole: estão abertas as valvas 
tricúspide e mitral 
 Sístole: estão abertas as valvas aórtica e 
pulmonar. 
VALVOPATIAS 
Conceito: são lesões que acometem as valvas 
cardíacas, causando flacidez, destruição ou 
rigidez (soldura). 
A flacidez e rigidez causam refluxo sanguíneo, 
enquanto a soldura impede que o sangue seja 
mandado “para frente”. 
As valvopatias podem ser estenoses (soldura) 
ou insuficiência (desaparecimento e flacidez). 
Nas estenoses, o déficit está na abertura, o 
que dificulta no envio do sangue adiante. Como 
exigirá muita força para enviar esse sangue 
para o próximo compartimento isso vai causar 
hipertrofia do local onde existe o problema, se 
átrio ou ventrículo. 
Sobrecarga de pressão: é quando há força 
aumentada de contração para dar conta de 
mandar o sangue para fora daquela câmara. 
Geralmente essa sobrecarga acontece na 
câmara cardíaca cuja ejeção passa por essa 
válvula, visto que essas câmaras precisam 
vencer a barreira da obstrução gerada pela 
dificuldade de abertura das valvas. 
------ EX: se tenho um problema na valva 
mitral, vamos evidenciar sobrecarga de pressão 
no átrio esquerdo. 
Nas insuficiências, por outro lado, há uma 
sobrecarga de volume, visto que o coração 
precisa bombear mais sangue para compensar 
o volume regurgitado, o que ocorre devido à 
dificuldade da valva em fechar. 
VALVOPATIAS CARDÍACAS ESTENOSANTES 
Alteração no funcionamento das valvas, 
levando prejuízo do funcionamento cardíaco, 
 
2 Isadora Silva 
devido à dificuldade da passagem do sangue 
através da valva estenosada. Acontecem por 
enrijecimento e estreitamento das valvas. 
As mais comuns são as: estenose mitral e 
aórtica. 
-ESTENOSE MITAL 
Etiologia: Tem como principal etiologia a febre 
reumática (reação cruzada), e com pouca 
porcentagem o envelhecimento. Relaciona-se 
com lesões crônicas, e dessa forma, é 
caracterizada como uma doença progressiva e 
lenta. 
Na febre reumática tem um período de latência 
de 20-40 anos. 
Curso da doença: O átrio vai ter que realizar 
uma força muito grande para vencer a barreira 
que a valva estenosada está impondo. A partir 
de um momento, a átrio vai perder sua 
contratilidade para enviar o sangue para o VE, e 
assim o AE passa a mandar menos sangue para 
o VE (começa a hipertrofiar). Seu mecanismo 
de compensação é mandar menos sangue mais 
em um tempo mais curto, mas realizando isso 
cada vez mais frequente, chegando uma hora 
em que o coração vai FIBRILAR. 
Quanto menos sangue sai do coração, por essa 
dificuldade de passagem do AE- VE, mais o 
paciente pode evoluir para um infarto, já que 
pouco sangue chegará na coronária. 
Um outro fator que é comum vermos nesse tipo 
de estenose é que o sangue “estaseado” no 
átrio pode causar um trombo, através da 
agregação de plaquetas e fibrinas, que se soltar 
pode virar um êmbolo e causar lesões a 
distância (fenômenos cardioembólicos). 
Um fator que não podemos deixar de citar que 
é bem favorável de ocorrência é a congestão 
pulmonar levando a Insuficiência Cardíaca 
esquerda, que com o passar do tempo pode 
causar congestão sistêmica. 
Quadro Clínico: o sintoma mais comum é a 
dispneia de esforço (devido a transmissão 
passiva da elevação da pressão do AE) pode 
haver ortopneia, fadiga, tosse (hemoptise), 
palpitações e disfagia (porque o AE hipertrofia 
e comprime o esôfago). 
Diagnóstico: é feito pela boa anamnese, 
achados em exames físicos: 
 Estalido de abertura de mitral 
 Sopro diastólico 
 Hiperfonese de B2 
 Crepitações pulmonares 
 Estase jugular. 
Além dos exames complementares: 
 ECG: sinais de sobrecarga atrial 
esquerda 
 
 Raio X: aumento do AE com sinal da 
bailarina, duplo contorno. 
 Ecocardiograma: a valva pode brilhar e 
se mostrar grande. 
Tratamento: vamos usar medicações de acordo 
de acordo com o quadro apresentado: 
-BB (já que terão efeitos cronotrópicos -) 
 
3 Isadora Silva 
-Diuréticos (quando sintomas) 
-Anticoagulantes (evitar a formação de 
trombos) 
-Antibióticos (Febre reumática e endocardite) 
 
Já quando o caso aparenta não ter resolução 
somente com as medicações, vamos usar a 
abordagem cirúrgica: valvuloplastia mitral por 
cateter balão. E, por fim, se nada der certo, 
vamos indicar a troca de valva. 
 
-ESTENOSE AÓRTICA 
Etiologia: tem como principal etiologia o 
envelhecimento (60/80 anos), HAS, 
dislipidemia, doenças congênitas, febre 
reumática (menos frequente). 
Curso da doença: quem está com sobrecarga 
de pressão nesse caso é o VE, que de início é 
uma hipertrofia concêntrica, mas que evolui 
para excêntrica. 
O sangue vai sobrando no VE e como 
consequência sobra também no AE, isso tem 
capacidade de causar congestão pulmonar. 
Hipertrofia concêntrica 
 Aumento da massa muscular 
 Dificuldade de perfusão 
 Angina não obstrutiva 
 
Quadro clínico/ Diagnóstico: os sintomas e 
sinais mais comuns apresentados são 
caracterizados como a tríade da angina: angina, 
dispneia, síncope!! Temos também, mas menos 
comum: sangramento gastrointestinal baixo. 
Temos de achados no exame físico: 
 Ictus cordis desviado, com mais de 2 
polpas digitais 
 Pulso arterial parvus et tardus: alta 
amplitude a baixo tempo. 
 Pulso anacrônico 
 Desdobramento paradoxal de B2: temos 
um atraso no fechamento da valva 
aórtica (escutamos: TUM-TRÁ). Nesse 
caso, vamos pedir o paciente para 
inspirar, isso vai atrasar o retorno 
venoso e atrasar também o fechamento 
da valva pulmonar, igualando assim o 
tempo de fechamento de ambas e 
voltando o “TÁ” novamente. 
 Ausculta: sopor sistólico, B2 
hiperfonética (TÁ), fenômeno de 
Gallavardin (sopro auscultado em foco 
mitral- desse modo faz-se necessário a 
observação do ponto aórtico acessório). 
Além disso, também temos os exames 
complementares: 
 ECG: sinais de sobrecarga ventricular 
esquerda, onde a grande onda QRS vai 
indicar hipertrofia concêntrica, que 
necessita de maior carga elétrica para 
despolarização. 
Somamos os quadradinhos de V1+V5+V6= >35 
temos que a pessoa tem mais de 90% de 
chance de estar com sobrecarga ventricular 
esquerda. 
 RX: hipertrofia cardíaca (concêntrica) 
com cardiomegalia 
 ECO: dilatação concêntrica de VE 
 
 
4 Isadora Silva 
Tratamento: o tratamento farmacológico é 
apenas sintomático (diurético) ou para 
aumento de sobrevida (IECA, BRA, poupador de 
potássio). O paciente nesse caso também pode 
fibrilar, mas é algo bem mais raro (nesse caso 
vamos dar BB e avaliar para anticoagulação). 
Já se esses tratamentos não resolverem, vamos 
partir para a cirurgia: implantação de valva 
aórtica transcatetérica (TAVI). 
 
VALVOPATIAS CARDÍACAS 
REGURGITANTES 
São aquelas que acontecem devido à 
incompetência do mecanismo de fechamento 
valvar, no qual chamamos de regurgitação. 
 
-INSUFICIÊNCIA MITRAL 
Etiologia: Temos por etiologia a Febre 
Reumática e o prolapso de valva mitral (por 
destruição do folheto). 
Curso da doença: Por essa insuficiência, 
secundária a um infarto ou endocardite 
infecciosa pode levar a uma insuficiência 
cardíaca cursando com edema pulmonar e 
choque cardiogênico, pois não há tempo para 
adaptação atrial frente ao volume regurgitado. 
A regurgitação tende a causar dilatação do 
átrio, evoluindo para ICE. 
O VE nesse caso tende a esvaziar antes do VD 
porque acaba por ter duas vazões (aorta e AE,já que o sangue regurgita), e por esse motivo a 
valva a valva aórtica fecha antes da pulmonar, 
havendo assim desdobramento de B2, e desse 
modo escutamos o som “TUM-TRÁ”. 
Diferentemente da estenose de valva aórtica, 
se pedir ao paciente para respirar, não vou 
igualar o som e sim atrasá-lo mais, porque o 
retorno venoso vai atrasar o fechamento da 
valva pulmonar mais... O som ficará “TUM-TÁ-
TÁ”. 
Por causa da valva ter sido destruída ou estar 
flácida, temos hipofonese de B1. 
Quadro Clínico/ Diagnóstico: temos sintomas 
semelhantes a insuficiência cardíaca: 
 Dispneia 
 Tosse 
 Ortopneia 
 Dispneia Paroxística noturna 
 Hepatomegalia 
 Ascite 
O diagnóstico por sua vez deve ser feito através 
desses achado clínicos e através da boa 
anamnese e por fim achados nos exames 
físicos: 
 Ictus cordis desviado para esquerda 
 Hipofonese de B1 
 Desdobramento de B2 
 Sopro Holosistólico 
Os exames complementares compreendem: 
 ECG: sobrecarga de AE com entalhe e 
plus minus, e presença de FA. 
 RX: aumento de câmaras esquerdas e 
congestão pulmonar. 
Tratamento: são usados para tratamento de IC, 
seja para aumento da sobrevida 
(IECA/BRA/poupador de potássio) ou para 
 
5 Isadora Silva 
diminuição dos sintomas (diuréticos). Quando 
esse tratamento não for suficiente, precisamos 
da troca de válvula. 
 
-INSUFICIÊNCIA AÓRTICA 
Epidemiologia: pode acometer diferentes 
perfis de pacientes. Pode ser causado por 
acometimento direto de suas válvulas ou da raiz 
aórtica, por meio congênito, por febre 
reumática, endocardite infecciosa. 
Curso da doença: acontece nesse caso o 
refluxo de sangue para o VE, sendo que nesse 
caso o volume vai aumentando pelo sangue não 
conseguir sair totalmente devido o 
regurgitamento até que o VE faça hipertrofia 
excêntrica. Nesse caso pode levar o quadro 
para a IC, devido ao acúmulo sanguíneo. 
Quadro clínico/Diagnóstico: acontece 
dilatação excêntrica do VE por aumento da pré-
carga (volume regurgitado). Os sinais e 
sintomas apresentados pelo paciente no exame 
físico são: 
 Ictus aumentado e desviado para 
esquerda 
 Ausculta com sopro diastólico 
 Pulsação da cabeça- Sinal de Musset 
 Pulsação da úvula- Sinal de Muller 
Além disso aparenta nos exames 
complementares: 
 ECG: sobrecarga de VE (aumento de 
QRS). 
 RX: aumento do índice cardiotorácico, 
congestão pulmonar, aumento da 
silhueta aórtica. 
 ECO: dilatação excêntrica do VE, 
regurgitação aórtica. 
Tratamento: aumento da sobrevida e 
tratamento de sintomas (IECA ou BRA ou 
diuréticos). Caso não haja resolução do quadro, 
vamos partir para a cirurgia de troca de valva.

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