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1 Isadora Silva Clínica Médica Doença Renovascular Isquêmica Quadro bem comum porque é a principal causa de hipertensão secundária. Conceito: paciente tem sinais e sintomas que podem ser renais ou extrarrenais por causa de obstrução de artéria renal (uni ou bilateral). Mais comum em homens acima de 50 anos, com principal fator de risco sendo a dislipidemia. Pode ser visto em mulheres também, e se observado em mulheres jovens (20/30 anos) temos que pensar em outra doença que leva essa obstrução (displasia fibromuscular- hipertrofia da camada íntima da artéria reduzindo a luz arterial, e se isso acontece na artéria renal causa esse problema). A nefropatia isquêmica é a causa mais grave da doença renovasular, no qual o paciente tem a obstrução das duas artérias renais, levando a lesão glomerular e perda de sua função culminando na insuficiência renal crônica. FATORES DE RISCO Idade (>50 anos) Obesidade- que está ligada a dislipidemia Tabagismo Dislipidemia (principal causa) - aterosclerose Embolia Tumores (cisto simples maior que 10cm) – causando compressão extrínseca. Displasia fibromuscular Arterite de Takayasu: anticorpos são produzidos contra a parede das artérias causando inflamação que reduz a luz arterial. ------ Cor mais escurecida, menor tamanho (assimetria renal) ... Principais complicações: 1- Hipertensão renovascular: obstrução de arterial renal uni ou bilateralmente 2- Nefropatia isquêmica: obstrução de artéria renal bilateralmente. HIPERTENSÃO RENOVASCULAR Aumento da pressão sistêmica por obstrução de artéria renal uni ou bilateral. Sempre que tivermos sinal de hipertensão secundária devemos nos atentar primordialmente para essa doença. Suspeitar em: HAS em paciente abaixo de 30 anos ou acima dos 60 2 Isadora Silva HAS de evolução rápida com piora e refratariedade Paciente com histórico de edema agudo de pulmão súbito e inexplicado. Assimetria renal ao USG (>1cm) Presença de sopro a ausculta abdominal (artéria renal) em pacientes hipertensos Piora da função renal ( creatinina) ao uso de IECA ou BRA – paciente relata sintomas inespecíficos (vômito, tontura, dor de cabeça). O paciente com essa doença recebe pouco sangue através do capilar glomerular e a pressão do capilar glomerular ficar baixa (que não é bom, causando lesões renais), logo a mácula densa percebe isso e ativa o nosso SRAA, que vai fazer vasoconstrição na arteríola eferente, e com isso, há certo aumento da pressão no glomérulo, para voltar ao equilíbrio. Logo, ao darmos IECA pro paciente que inibe a angiotensina, faz o paciente sentir sintomas já que a pressão glomerular diminui e pode até evoluir para azotemia. O BRA é a mesma coisa, só que inibe a aldosterona. FISIOPATOLOGIA: houve obstrução da artéria renal, o fluxo sanguíneo renal está baixo, isso permite com que o volume de urina produzido seja baixo e ative a ação do SRAA, e através da reabsorção de sódio e água permite o volume de sangue arterial, causando a hipertensão. DIAGNÓSTICO: CLÍNICO- 1- Hipertensão em extremos de idade 2- História de edema agudo de pulmão sem causa definida 3- Presença de sopro abdominal 4- Crepitações pulmonares (congestão) EXAMES DE IMAGEM Doppler de artérias renais, cintilografia de artérias renais, arteriografia de artérias renais (padrão ouro). EXAMES LABORATORIAIS: são importantes para avaliar a função renal, mas não precisamos esperar pra definir o diagnóstico. TRATAMENTO 1- Controle da PA: atividade física, controle da dieta, hidratação, cessar tabagismo, uso de anti-hipertensivos (menos IECA e BRA), uso de estatinas (controle da dislipidemia), uso de antiagregantes. 2- Angioplastia de artéria renal: somente nos casos- - Estenose arterial renal por placa aterosclerótica: paciente dislipidêmico. 3 Isadora Silva - Hipertensão arterial refratária: uso de muitos anti-hipertensivos. - Estenose de artéria renal bilateral: porque pode evoluir para nefropatia isquêmica. NEFROPATIA ISQUÊMICA É aquela que acontece obstrução da artéria renal bilateralmente. É a causa mais comum de insuficiência renal crônica. FISIOPATOLOGIA: quando acontece obstrução da artéria renal bilateral, há redução do fluxo sanguíneo dos rins, causando liberação de citocinas inflamatórias que vão inflamar localmente de maneira crônica. Isso ao longo do tempo vai causar fibrose glomerular, culminando na perda da função renal, levando a insuficiência renal crônica. Aqui o paciente já vai ter azotemia. DIAGNÓSTICO Clínico: Hipertensão em extremos de idades (jovens e idosos) História de edema agudo de pulmão Presença de sopro abdominal Laboratorial: não vai nos dar diagnóstico, mas diz se o paciente tem complicações. Ureia, creatinina, albumina sérica, EAS, lipidograma. Imagem: Doppler de artérias renais, cintilografia de artérias renais, Arteriografia de artérias renais (padrão ouro). TRATAMENTO Retorno do fluxo renal normal: estatinas, antiagregante plaquetário, anti-hipertensivos. Em quase todos os casos vamos realizar a angioplastia de artéria renal.
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