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Hipertensão Arterial Sistêmica Secundária Definição A HA secundária é quando a hipertensão tem uma causa definida, e tratando essa causa, a hipertensão pode ser curada. Ocorre de 3 - 5% dos casos de hipertensão → percentualmente é pouco significativo, mas numericamente é um elevado número de pacientes acometidos. HA primária HA secundária Doença extremamente prevalente (30% da população adulta) Multifatorial Sem cura, doença crônica Tratamento para controle da pressão arterial apenas Paciente > 30 anos, em geral, em torno dos 50 anos Hipertensão < 30 anos (não obesos e sem HF) Hipertensão resistente (não consegue controlar a pressão utilizando 3 classes de fármacos na dose plena, sendo 1 diurético). Hipertensão maligna: hipertensão já inicia em estágio III (>180/110) com lesão de órgãos alvo (encefalopatia hipertensiva, ICC, IR) e retinopatia grau III (hemorragia e exsudato) ou IV (papiledema). ↑ PA em paciente estáveis Achado físico Causas de HA secundária Aldosteronismo primário Feocromocitona (sudorese, taquicardia e cefaleia) Sd. de Cushing Acromefaleia Disfunção da tireoide Disfunção da paratireoide Coarctação da aorta (estreitamento da aorta acima das renais) Drogas Síndrome da apenia e hipopneia obstrutiva do sono (SAHOS) 1 - Hiperaldosteronismo primário (2 a 13% dos hipertensos e de 18 - 23% dos resistentes) - principal causa. 2 - Hipertensão de causa renal (2 a 6% dos hipertensos) 3 - Hipertensão renovascular (1 a 4% dos hipertensos, 24% dos resistentes). CAUSAS ENDÓCRINAS: OUTRAS CAUSAS: Hipertensão renal Alterações de urina I (leucocitúria, hematúria dismófica, proteinúria) → precisa pedir exame de urina para paciente hipertenso Síndrome nefrítica, síndrome nefrótica ou IRA → deve-se pensar que a causa da hipertensão é renal Elevação de ureia e creatinina Alterações renais em exame de imagem (US e TC), como rins policísticos e sinais de pielonefrite crônica Biópsia renal compatível com doença glomerular ou túbulo- intersticial Histórico familiar de HA HA de longa data Lesões de órgãos alvo (retinopatia hipertensiva ou HVE ao ECG ou ecocardiograma) Raça negra (gene MYH9) Idosos (mais tempo de HA) Diagnóstico de HA anterior à microalbuminúria Ausência de DR primária. A HA é causa ou consequência da doença renal? 1 - A causa da hipertensão é a doença renal → Hipertensão secundária nefrogênica X 2- O paciente é um hipertenso de longa data que possui DRC como consequência da HA. PODE ESTAR ASSOCIADA COM: NEFROESCLEROSE HIPERTENSIVA: Quando a HA é causa da DRC. A nefroesclerose pode ser benigna ou maligna. Dificilmente um paciente comhipertensão arterial primáriairá malignizar, porqueresponde bem ao tratamento.Já na HA secundária é maiscomum, porque muitas vezesé resistente ao tratamento. ANA PAULA - MEDICINA UNIMES XXII Hiperaldosternonismo primário DEFINIÇÃO: síndrome clínica caracterizada pela produção autônoma de aldosterona pelas glândulas adrenais. CAUSAS: pode ocorrer por uma hiperplasia dessas glândulas, adenoma solitário, carcinoma ou determinação genética. CONSEQUÊNCIAS: hipertensão arterial sistêmica e hipopotassemia. FISIOPATOGÊNIA: É a causa mais comum de HAS secundária. Há um excesso de aldosterona circulante produzido de forma autônoma, ou seja, sem ser mediada por estímulos de liberação fisiológico, como aumento da renina ou excesso de potássio plasmático. Esse excesso de aldosterona vai determinar uma maior reabsorção de sódio nos túbulos renais e, esssa maior absorção de sódio levará ao aumento do volume do espaço extracelular, e aumento da pressão arterial. Com o aumento progressivo da hipertensão arterial o fenômeno de natriurese estabelece-se para tentar eliminar esse excesso de sódio reabsorvido. Esse mecanismo aumenta o volume e a velocidade de transporte do ultrafiltrado pelos túbulos e acaba determinando maior excreção de potássio, levando a hipotassemia. QUADRO CLÍNICO: RASTREAMENTO: - Hipertensão arterial em todos os casos 2 e 3 (>160/100) - Hipertensão resistente ao tratamento (manutenção de valores de PA acima de 140/90 mmHg mesmo com tratamento com 3 classes de medicamentos em dose plena) - Hipopatassemia espontânea na ausência de terapia com diuréticos → fraqueza muscular e alcalose metabólica Não deve-se rastrear todos os hipertensos! Deve-se ratrear: pacientes hipertensos com hipopotassemia espontânea, hipertensos com diagnóstico de um nódulo de adrenal, hipertensos com PA muito elevada (>180/110) e hipertensos refratários ao tratamento medicamentoso. Aldosterona plasmática elevada (acima de 15 ng/dl) Atividade plasmática de renina suprimida (menor que 0,5 ng/ml/h) Relação aldosterona/renina > 30 Hipocalemia espontânea ou alcalose metabólica TRATAMENTO MEDICAMENTOSO: TRATAMENTO CIRÚRGICO: Após confirmar o diagnóstico de hiperaldosteronismo deve- se realizar exames de imagem para verificar qual é o motivo do problema (RNM ou TC de suprarrenais). Espironolactona (100 mg a 200 mg/dia) para o controle da doença, posteriomente, de 50 a 100 mg/dia. Nos homens, por apresentar efeito antiandrogênico, pode causar ginecomastia e disfunção erétil. Indicado para tumores de adrenal (adrenalectomia laparoscópica). Previamente à cirurgia recomenda-se o tratamento do paciente com espironolactona por 4 semanas para corrigir os distúrbios fisiopatológicos decorrentes do excesso de aldosterona, para controle da PA e evitar arritmias no intraoperatório. Hipertensão renovascular DEFINIÇÃO: estenose da artéria renal (> 75% da artéria renal) CAUSAS: aterosclerose, fibrodisplasia muscular e artrite de Takayasu. CONSEQUÊNCIAS: hipertensão não controlada com as complicações decorrentes (hipertrofia ventricular, IC e AVC), insuficiência renal progressiva, doença cardiáca aguda. Os riscos das complicações renais e cardiovasculares podem se reduzidos pela revascularização renal. FISIOPATOGÊNIA: ARTRITE DE TAKAYASU (vasculite): é uma doença vascular inflamatória em que se tem inflamação da aorta e seus principais ramos. Ocorre mais em mulheres jovens. 2 rins, 1 clipe → apenas um rim isquemiado, que está recebendo pouco fluxo sanguíneo. Ativa o sistema RAA, o que retém sódio, causando hipotensão e vasoconstrição. Essa situação leva a natriurese pressórica (toda vez que aumenta a pressão, excreta mais sódio porque aumenta a pressão hidrostática). Nesse caso, o teste de Captopril será +. 2 rins, 2 clipes ou 1 rim, 1 clipe → 2 rins estão isquêmicos, não tem natriurese pressórica, apenas ativação do sistema RAA. Captopril não fará tanto efeito quanto na anterior. FIBRODISPLASIA MUSCULAR: displasia da camada muscular, mais comum em mulheres < 40 anos. Acometimento cerebrovascular concomitante e função renal preservada. Bons resultados com angioplastia sem stent. ATEROSCLEROSE: mais comum em homens idosos. Causa hipertensão leve/moderada, com comprometimento da função renal, vasculopatia difusa e severa, assimetria renal e edema pulmonar FLASH. Piora da creatinina > 30% com introdução do IECA (porque ↓ PA e ↓ TFG). TESTES: Essas pacientes irão apresentar: - Claudicação intermitente dos membros inferiores - Doença inflamatória com PCR > 100 - Assimetria entre os pulsos > 10 mmHg - Hipertensão severa (estágio 3) - Pouco comprometimento renal NÃO se deve colocar "stent" por risco de trombose. O padrão ouro é a arteriografia renal, mas por ser muito invasivo, primeiramente se utiliza exames para triagem, como US doppler de árterias renais, angiografia por RNM ou TC e regograma com Captopril (revela assimetria renal por ↓ de captação e eliminação do marcador do lado t óti )
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