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Juliana Silva |Nefrologia |1 Hipertensão Arterial Secundária A hipertensão arterial secundária tem uma causa definida. Assim, tratando essa causa, a hipertensão pode ser curada. A prevalência da HA secundária é de 3-5% dos casos de hipertensão (prevalência baixa). Percentualmente não é tão expressiva, mas numericamente tem uma alta prevalência. Decisão terapêutica! A primeira causa de mortalidade nos países ocidentalizados é a hipertensão arterial secundária. Causas de hipertensão! A primeira causa antigamente era de causa renal. N o e n t a n t o , t e m - s e v i s t o q u e o hiperaldosteronismo primário vem sendo a primeira causa de HA secundária. Hiperaldosteronismo primário: 2 a 13% dos pacientes hipertensos 18 a 23% dos resistentes. Resistentes: quando associa diferentes drogas e mesmo assim o paciente não apresenta a hipertensão controlada, é uma hipertensão resistente. Ou seja, não consegue controlar a hipertensão com tríplice terapia (3 classes de drogas) na dose máxima. -> faz parte das disfunções endócrinas. Observação! por muitos anos a hipertensão de causa renal foi a primeira causa de hipertensão arterial secundária, mas ult imamente o hiperaldosteronismo passou na frente e se tornou a principal causa. Hipertensão de causa renal: 2 a 6% dos hipertensos Hipertensão renovascular: 1 a 4% dos hipertensos e 24% dos hipertensos resistentes. Quando se tem estreitamento das artérias renais, o que ativa o sistema RAA e torna o paciente hipertenso. A importância é que se pode tratar a causa e curar o paciente. Juliana Silva |Nefrologia |2 ◇ Aldosteronismo primário ◇ Feocromocitoma ◇ Síndrome de Cushing ◇ Acromegalia ◇ Disfunção da Tireóide ◇ Disfunção da paratireoide ◇ Coarctação da aorta ◇ Drogas ◇ Síndrome de Apneia e Hipopneia obstrutiva do sono (SAHOS) Quando suspeitar de hipertensão arterial secundária?! ◦ Quando a HA começa em geral com 30 anos. ◦ Quando a HA é resistente ao tratamento ◦ Exames de urina anormal (proteinúria e hematúria) ◦ Presença de sopros e massas abdominais (hipernefroma dá hipertensão) ◦ Hipopotassemia espontânea -> dá baixa de potássio espontâneamente ◦ Tríade de Feocromocitoma (palpitação, sudorese e cefaléia em crises) ◦ Fácies ou biotipo de doença que cursa com HA (IRC, acromegalia, Cushing) ◦ Assimetria de pulsos femurais -> quando o paciente tem coarctação da aorta e doença de tacaiate (é uma arterite que pode dar vasculite e pode atingir artéria aorta e seus principais ramos) ◦ Uso de drogas que podem aumentar a PA - coca ína , er i tropoet ina , anfetam inas , anticoncepcional oral (pode dar e pode levar até 6 meses após a retirada para a PA voltar ao normal) ◦ Sintomas que surgiram SAHOS (síndrome da apneia..) Acromegalia Prognatismo, nariz proeminente, mão suculenta (aumento das partes moles) -> fácies acromegálicos (aumento de GH) Nesse caso, o diagnóstico não é tão difícil de ser feito. Síndrome de Cushing Hipertensão endócrina Feocromocitoma É um tumor da suprarrenal (a parte da medula da suprarrenal produz epinefrina/noradrenalina) HA crônica não dá cefaléia, a não ser que tenha uma crise hipertensiva (no dia a dia não tem) O indivíduo que tem FEO tem dor de cabeça diariamente. (O córtex produz mineralocorticoides e g l icocort ico ides - se t iver tumor dá hiperaldosteronemismo -> síndrome de Cushing). Juliana Silva |Nefrologia |3 Rosto em lua, estrias avermelhadas, aumento da gordura na região cervical (giba). Aumento de corticoisteroides que tem efeito mineraloccorticoide e retém sódio, esse aumento da retenção hidrosalina leva a uma hipertensão. Síndrome de Apneia e Hipopneia obstrutiva do sono Pode levar a Hipertensão Arterial Secundária (ocorre um aumento da pressão arterial durante o período e sono) A SAHOS é a obstrução recorrente das vias aéreas superiores durante o sono, resultando em períodos de apneia, h i p o p n e i a , d e s s a t u r a ç ã o d e o x i emo g l o b i n a e d e s pe r t a r e s frequentes com a l teração da arquitetura do sono. Juliana Silva |Nefrologia |4 Hipertensão Arterial Secundária ! Pode estar associada a: * Alterações da Urina I (leucocitária, hematúria, dismórfico, proteinúria) -> precisa pedir exame de urina para paciente hipertenso, sobretudo, abaixo dos 30 anos * Síndrome nefrítica, nefrótica em adultos, IRA -> deve-se pensar que a causa da hipertensão é renal * Elevação da ureia e creatinina * Alterações renais presentes em exames de imagem (US, TC), como rins policísticos, sinais de pielonefrite crônica -> os exames de imagem favorecem a hipótese de que a causa da hipertensão são os rins * Biópsia renal compatível com doença glomerular ou túbulo-intersticial Caso clínico: Paciente hipertenso foi encaminhado ao nefrologista com TFG - 42 ml/min há 4 meses. A hipertensão é causa ou consequência da doença renal? Quem veio primeiro? Hipótese diagnóstica: I. Trata-se de paciente hipertenso cuja causa da hipertensão é a doença renal (nefrite? vasculite? doença túbulo-intersticial?) -> Hipertensão secundária nefrogênica ou causa renal. II. Trata-se de paciente hipertenso de longa data renal crônico cuja causa da IRC é a nefrosclerose hipertensiva? A HA é a causa da DRC. Nefrosclerose Hipertensiva Quando a HA é a causa da DRC. Pode estar presente: * História familiar de hipertensão arterial (hipertensão tem interferência genética) * História de hipertensão arterial de longa data (se tiver muitos anos de HA pode causar lesão de órgãos-alvo, como os rins) * Presença de lesões de órgãos-alvo: retinopatia hipertensiva, HVE ao ECG ou ecocardiograma * Raça negra (o gene MYH9 está presente em 70% dos negros com DRC por HA) -> a hipertensão leva mais a DRC em negros por causa desse gene * Idosos (mais anos de hipertensão) * Diagnóstico da HA anterior ao aparecimento da albuminúria * Ausência de doença renal primária Nefrosclerose Benigna A nefrosclerose pode ser benigna ou maligna. É o que ocorre em um hipertenso de longa data que apresentará perda da função renal ao longo prazo. Causa renal ou Hipertensão nefrogênico Juliana Silva |Nefrologia |5 Hipertensão Arterial Maligna! A benigna é muito mais comum do que a maligna. Elevação severa da pressão arterial, usualmente com PAS > 180 e PAD > 110 mmHg acompanhada por lesão aguda de órgãos alvo (cérebro, coração, rins) com encefalopatia hipertensiva, ICC e insuficiência renal progressiva. Hoje, dificilmente um paciente maligniza sua hipertensão primária, porque é tratada e muito bem controlada. Já, a hipertensão secundária, pode malignizar, porque é resistente ao tratamento, muitas vezes. Retinopatia grau III (hemorragia e exsudato retininiano) e grau IV (papiledema) são considerados característica da HA em fase maligna. Fundo de olho na Hipertensão Arterial maligna: A retinopatia grau III e papiledema no fundo de olho fecham o diagnóstico Paciente emagrece muito, apresenta IR e IC, que melhora com o controle da pressão ou identificação da causa secundária. Hiperaldosteronismo Primário É a principal causa de hipertensão arterial secundária, uma causa endócrina. Aldosterona: A aldosterona vem a partir do colesterol, do córtex da supra-renal. Ela é formada a partir da redução da pressão ou redução do volume plasmático renal. O rim libera renina que transforma o angiotensinogênio em angiotensina I. A enzima ECA transforma a angiotensina I em angiotensina II. A aldosterona provoca absorção de sódio e água no rim, maior secreção de potássio e de íons H+. Dessa forma, em um paciente com excesso de aldosterona, como absorve muito sódio, vai levar a uma hipertensão. Como secreta muito K+, vai apresentar hipopotassemia, e como secreta H+, vai apresentar uma alcalose metabólica. Nefrosclerose maligna Juliana Silva |Nefrologia |6 Efeitos do excesso primário de aldosterona Paciente pode se queixarde fraqueza, poliuria. A aldosterona leva a uma resistência ao ADH, por isso a poliuria. Paciente engorda um pouco por edema. Hoje o diagnóstico é mais fácil, porque já pode-se dosar a aldosterona e renina. Prevalência do hiperaldosteronismo primário (HAP) * Varia com população analisada e critério diagnósticos utilizados * 1% a 2% da população hipertensa nos primeiros estudos que apenas reconheciam casos graves * O diagnóstico mais preciso levou ao reconhecimento que a HAP é relativamente mais comum chegando a 2-13% dos hipertensos. * Em hipertensos resistentes há alta taxa de probabilidade com taxas típicas entre 18 a 23%. Estágio 1: leve Estágio 2: moderada Estágio 3: severa Essa classificação é dada pela pressão Diagnóstico laboratorial * Hipocalemia espontânea ou com diuréticos, alcalose metabólica * Atividade de renina plasmática suprimida (renina < 1 ng/ml/hr) * Aldosterona sérica elevada (acima de 15 ng/dl) * Relação aldosterona/renina > 25 a 30 A espironolactona e eplerenona são antagonistas específicos do receptor mineralocorticoide, sendo a primeira mais efetiva e a segunda com menos efeito colateral. -> Em alguns casos, é necessário o uso de IECA para normalizar a PA. A espironolactona (antriandrógeno) pode levar a mastalgia em homem, hipermenorragia em mulher, bem como diminuição da libido e da potência sexual em ambos os sexos. Tratamento cirúrgico Se houver tumor, deve tratar cirurgicamente. A remoção cirúrgica por laparoscopia é o mais indicado para a HAP por APA. Hoje tem sido possível só excisão do tumor. Com o tratamento cirúrgico ocorre controle da PA total ou parcial. Juliana Silva |Nefrologia |7 Deve-se utilizar espironolactona por 4 semanas antes da intervenção cirúrgica para controle da PA e evitar arritmias no intraoperatório. Relato de Caso Homem de 45 anos, branco, foi encaminhado ao ambulatório de nefrologia por apresentar HA de difícil controle. Referia HA há 8 anos, sem outras comorbidades. Não relatou nenhuma queixa. Não havia história familiar de HA. O paciente negou tabagismo, etilismo e uso de drogas. O exame físico era completamente normal exceto pela PA (190 x 120 mmHg) e o peso (IMC = 28). O paciente fazia uso de Moduretic (1/2 cp/dia) - diurético, monopril (10 mg/dia), atenolol (100 mg/ dia). Exames: Creatinina = 1.0 ; Na = 146 ; K = 2,8 ; Glicemia = 116 ; Urina I = nl ; colesterol = 153 TGL = 74 ECG = RS + isquemia de parede lateral (lesão de órgão alvo pela HA de longa data). ECO = disfunção diastólica leve Teste ergométrico = nl APÓS RETIRAR MODURETIC (diurético): Na=140 K=3.0 s/ Moduretic Gasometria = nl Aldosterona Sérica = 86 ng/dl (VR=deitado=1.76 a 23ng/dl sentado ou de pé =2.52 a 39.2ng/dl) TC de abdome= ausência de Rim E, calcificação distrófica hepática. Com esse quadro laboratorial de hipopotassemia, aumento da aldosterona e baixa da renina, e alta da relação aldosterona/renina (aproximadamente 80/05 = 160) pode ser dado o diagnóstico de hiperaldosteronismo. Observação: se a renina está alta, indica que o aumento de aldosterona é por outra causa, não podendo ser uma situação de hiperaldosteronismo. Evolução: Durante a investigação diagnóstica, o paciente chegou a utilizar terapia quíntupla (diurético, betabloqueador, IECA, vasodilatador direito, antagonista de Ca) sem controle pressóricos (PA = 160 x 120 mmHg) Após introdução de espironolactona (a princípio 100 mg e a seguir 200 mg) o paciente apresentou normalização da PA (PA = 110 x 70 mmHg) acrescido de diurético tiazídico e anlopidina em doses submáximas. Hipertensão RenoVascular É uma síndrome de elevação da pressão arterial (sistólica ou diastólica) produzida por qualquer condição que interfere na circulação arterial para os rins. A maioria dos pacientes com HRV tem estenose significativa da artéria renal principal com pressão de perfusão renal reduzida. O fluxo da artéria renal é reduzido, e diminui o fluxo renal, ativando o sistema renina- angiotensina-aldosterona. Estenose da artéria renal HA renovascular Nefropatia isquêmica Juliana Silva |Nefrologia |8 Esses fatores podem estar associados ou não. Pode-se ter uma estenose de artéria renal de 10%, mas não causa HA renovascular. Nefropatia isquêmica -> uma estenose deixa o rim mais isquemiado, mas pode ainda não causar uma hipertensão arterial renovascular, porque ainda não chegou aos 75% de estenose, por exemplo. Mas após um tempo pode evoluir para HA. Portanto, alguns casos de doença renal pode ser por nefropatia isquêmica. Geralmente, a doenca arterioesclerótica costuma ser bilateral. O que é grave, porque acomete os dois rins. Prevalência 5% da população (2º causa de HA secundária mais comum) Causa * A estenose da artéria renal principal é de longe a causa mais comum de hipertensão renovascular * As duas maiores causas de estenose de artéria renal principal são: fibrodisplasia muscu l a r e doença rena l v ascu l a r aterosclerótica (mais comum em homens e com doença vascular) * A arterite Takayasu é menos frequente (vasculite) Fibrodisplasia muscular * Lesão da camada muscular da artéria displasia e partir disso dá estenose * Principalmente indivíduos jovens, 40 anos * Sexo feminino mais acometido * Hipertensão severa relacionada com a estenose. * Função renal preservada * Lesões na porção média e distal da artéria renal * Até 65% com acometimento cerebrovascular concomitante * Baixa prevalência de comorbidades * Bom resultado técnico com a intervenção angioplastia sem stent. Cura completa ocorre em 35 a 45% dos casos -> tratamento de hipertensão (dilata a estenose e cura ou melhora a hipertensão) Por que só cura 35 a 45%? Hipertensão gera hipertensão. Portanto, se a pessoa ficou muito tempo nessa condição, a HA leva a lesão dos vasos, assim, quando tira o fator causador, já tem lesão vascular e, ainda assim, continua hipertensa - não é totalmente curável porque geralmente demora para realizar o diagnóstico. Para causar HA renovascular tem que apresentar uma estenose crítica (acima de 75%) Juliana Silva |Nefrologia |9 A arteriografia é o padrão-ouro -> cateter introduzido pela femoral e faz um exame contrastado dos renais. Estenose e dilatação em ponta de Rosário -> típico da displasia muscular da artéria renal. Aterosclerose * Paciente idoso * Sexo masculino * Hipertensão leve/moderada pouco relacionada com a estenose * Comprometimento frequente da função renal -> porque pode ter lesão dos dois rins (e ainda ocorre mais em idosos, que já possuem uma certa senescência do órgão) * Vasculopatia difusa e severa * Estenose incidental em estudos de imagem * Assimetria renal * Edema pulmonar “FLASH”(perda da força contrátil de VE secundário a aumentos repentinos da pós-carga) -> paciente que de uma hora para outra faz edema agudo de pulmão, porque existe uma perda de função contrátil do ventrículo esquerdo por picos hipertensivos repentinos. * Piora da creatinina > 30% com introdução de IECA -> quando introduz o IECA a creatinina piora porque diminui a filtração e cai a pressão sistêmica. Assim, o rim filtra menos ainda (porque diminui o fluxo), e o rim fica ainda mais isquemiado (diminui a TFG) - quando isso acontece, deve-se retirar o IECA e investigar causa renovascular. * Disfunção renal oligoanúrica sobreposta a IRC Piora do clearance com IECA -> pesquisar HA secundária a hipertensão renovascular Artrite de Takayasu É uma vasculite (doença vascular inflamatória). Inflamação na aorta e seus principais ramos (carótida, renal) * Paciente jovem, sexo feminino (< 40 anos) * Mais comum na Ásia * Doença inflamatória. Necessário investigar atividade (PCR acima de 100) * Claudicação intermitente: paciente sente dor ao andar, e ao parar, a dor para (dor de isquemia, por falta de circulação nos membros inferiores) * Hipertensão severa relacionada com a estenose(estágio 3) * Pouco comprometimento da função renal * Lesões mais complexas e difusas * Maior prevalência de comorbidades (aórticas neurológicas e oftálmicas) * Geralmente mulheres jovens com DHS aumentado * Resultado técnico e clínico intermediário com a intervenção * Índice moderado de recidiva com angioplastia * Trombose com “stent" -> NÃO SE DEVE COLOCAR STENT, faz apenas angioplastia, porque o risco de trombose é grande Juliana Silva |Nefrologia |10 Fisiopatologia: PRIMEIRA IMAGEM Dois rins, um clipe (natriurese pressórica). Um rim isquemiado que está recebendo pouco fluxo sanguíneo. O que leva a ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona Quando aumenta a pressão, causa uma natriurese pressórica. Natriurese pressórica: toda vez que aumenta a pressão, aumenta a excreção urinária de sódio, porque aumenta a pressão hidrostática. Isso é importante porque se der captopril ou fizer algum exame que envolve o IECA ou BRA, isso será positivo, porque o paciente consegue excretar o excesso de sódio que a aldosterona retém. SEGUNDA IMAGEM Nesse caso, os dois rins estão isquêmicos, não tem natriurese pressórica. Portanto, apesar de ter ativação do sistema RAA terá, a longo prazo, retenção de sódio. Quando se dá Captopril, não fará tanto efeito como na situação anterior. * Na estenose bilateral ou estenose de rim único (bem como na coarctação da aorta acima das renais) o tecido renal está isquêmico e não há natriurese pressórica compensatória. * Na fase I já ocorre hipervolemia e supressão do SRAA * As fases II e III são iguais a estenose unilateral * Assim na estenose bilateral predomina a expansão volêmica sobre a hiperatividade do SRAA Exames Exames preliminares antes da arteriografia, porque a arteriografia precisa de contraste, que é nefrotóxico, podendo causar IRC (iatrogenia). O gadolínio pode causar fibrose nefrogênica sistêmica -> enrijecimento da pele, do diafragma e é irreversível (por isso também não pode fazer angioressonância em pacientes com clearance < 30). Quando suspeitar * Início da hipertensão < 30 anos * Hipertensão grave > 55 anos * Hipertensão maligna * Hipertensão resistente -> quando utiliza 3 classes de drogas e a pressão não controla Juliana Silva |Nefrologia |11 * Uremia ou piora da função renal após uso de IECA ou BRA (> 30% de queda da filtração glomerular) * Rim atrófico de causa não esclarecido ou discrepância de tamanho entre os 2 > 1,5 cm * Edema pulmonar súbito inesperado (sobretudo em pacientes urêmicos) Testes para detecção da hipertensão renovascular US doppler de artérias renais e aorta: Bom exame porque não é invasivo. ◦ As lesões estenóticas podem ser detectadas pela comparação velocidade de fluxo sistólico (VPS) da artéria renal comparada a da aorta, desde que a velocidade de fluxo AUMENTA na artéria estenosada. ◦ Critérios para estenose > 60% a 70% - VPS > 180 cm/s - RAR > 3.5 (razão do VPS da renal x VPS aorta) ◦ Desvantagens: exame demorado, tecnicamente difícil, operador dependente, obesidade causa limitação técnica, presença de gases atrapalha Renograma com captopril ◦ Utiliza-se o DTPA (ácido dietileno-triamino- pentacético) ◦ Sem o captopril: renograma pode revelar assimetria renal morfológica e funcional e acentuada diminuição na curva de captação e eliminação do marcador do lado estenótico (de um lado capta mais rápido e excreta mais rápido que o outro) ◦ Após Captopril os critérios são: - Redução > 20% da função no lado estenótico - Prolongamento > que 6’ no T. de captação (Tmáx) e abolição ou prolongamento da fase excretora. Se der Captopril, o fluxo no rim estenótico piora mais, por isso tem redução. A = alta probabilidade B = baixa probabilidade I = indeterminado Angiografia renal por tomografia * Nefropatia por contraste (IRA) * Sensibilidade 59-96% e especificidade 88-98% * Identifica estenose intra - “stent" Angiografia renal - padrão ouro * É o mais invasivo Marcadores prognósticos Doppler renal - índice de resistividade: * Índice de resistividade (analisados nas artérias intra-renais dos segmentos superior, médio e inferior de cada rim). Juliana Silva |Nefrologia |12 * Tem sido associado a doença renal intrínseca de pequenos vasos * Valor superior a 0,8 (VP = 0,7 a 0,72) é um forte preditor negativo sobre a probabilidade de resposta da pressão arterial com intervenção. Tratamento * Clínico * Íntervenção * Angioplastia * Cirurgia Intervir ou não? - Depende da etiologia - Fibrodisplasia muscular - sim (95% de sucesso) - Lesão aterosclerótica - discutível Indicações de intervenção: * HA não controlada com 3 drogas * * Perda progressiva da FR * Perda progressiva da FR com IECA * E p i s ó d i o s d e c o n g e s t ã o p u l m o n a r desproporcional ao grau de disfunção ventricular (edema agudo de pulmão) * Estenose crítica > 70% * Positividade no renograma com captopril Juliana Silva |Nefrologia |13 Favorece tratamento clínico: com IECA, BRA ou outros anti- hipertensivos * Controle adequado da PA * Sem HA (pode ter renovascular, mas sem HA) * Relativa estabilidade da função renal * Idade avançada e múltiplas comorbidades * Alto risco de doença ateroembolica → doença ateroembolica renal pode acontecer durante um procedimento * Estenose moderada (entre 50 a 70%) * Negatividade no renograma Cirurgia Dificilmente é feito cirurgia hoje em dia. Geralmente é feito por meio de um by-pass, mas hoje angioplastia e IECA são empregados e tem bons resultados, por isso que a nefrectomia se tornou obsoleta. É indicada quando há falha na angioplastia ou paciente com múltiplas artérias renais ou naqueles que requerem reconstrução aórtica próxima a renal (aneurisma aórtico, doença oclusiva aorto- ilíaca). 80% são by-pass extra anatômicos (pontes entre hepática D e renal D ou bypass esplenorrenal, ilio- renal etc). Hiperaldosteronismo Primário Hipertensão RenoVascular
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