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Classificação das maloclusões

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I'i
II
tI
,
I'i
II
tI
Ap6s 0 entendimento das dez caracteristicas
desejaveis em uma oclusao normal (Capitulo
4), passaremos a estudar suas alterac,;oesou des-
vios, denominadas mas oclusoes.
As mas oclusoes tern ocorrencia em todo 0
mundo, e, sob certo ponto de vista, sao de solu-
c,;aomais dificil do que a pr6pria carie dentaria,
que, com os modernos metodos de prevenc,;ao
como a fluoretac,;ao da agua de abastecimento,
tern possibilidade de ser reduzida sensivelmen-
te. Aquela, em func,;ao de sua natureza morfo-
genetica, na maioria das vezes continua a exigir
cuidados e estudos.
Wylie (1947) define ma oclusao como
uma relac,;ao alternativa de partes despro-
porcionadas. Suas alterac,;oes podem afetar
quatro sistemas simultaneamente: dentes,
ossos, musculos e nervos. Determinados ca-
sos mostram irregularidades apenas na posi-
c,;ao dos dentes. Outros podem apresentar
den tes alinhados ou bem posicion ados exis-
tindo, todavia, uma relac,;ao basal anormal.
Alguns autores utilizam 0 termo displasia
para identificar estas anomalias. Assim as
mas oclusoes podem ser displasias dentais,
esqueleticas e dentoesqueleticas.
A enorme diversidade de aspectos das mas
oclusoes incitou os ortodontistas a reunir casos
semelhantes em classes. Assim surgiram as clas-
sificac,;oes,que agrupam casos clinicos de aspec-
tos similares em classes de ma oclusao.
o ato de se classificar e frequente em todos
os ramos da ciencia, sendo empregado na bota-
nica, na zoologia, nas ciencias exatas, ete. Pode-
mos citar entre as principais vantagens de se
classificar as mas oclusoes:
- Maior rapidez na identificac,;ao do aspecto
clinico, seja para a comunicac,;ao entre profis-
sionais, seja para que 0 pr6prio ortodontista
raciocine sobre os possiveis fatores etiol6gicos
causadores do problema;
- Possibilita a comparac,;ao de casos clinicos
com aspectos semelhantes (agrupados em uma
mesma classe) ou distintos (classes diferentes).
Entretanto, as classificac,;oestern limitac,;oes,e,
entre e!as, a maior resi<:ieno fato que na elabora-
c,;aodo projeto terapeutico a classe de oclusao
deve desempenhar urn pape! bastante restrito.
Apesar de existirem semelhanc,;asno aspecto, mas
oclusoes de mesma classe poderao apresentar
agentes causais distintos, cabendo ao profissional
cuidadoso realizar detalhado exame clinico e ra-
diografico, ate a definic,;aodo tratamento.
Uma das primeiras classificac,;oesortod6nti-
cas surgiu em 1842, quando Carabelli dividiu as
mas oclusoes em:
Mordex normalis -+ oclusao normal
Mordex rectus -+ contato incisal de topo
a topo
Mordex abertus -+ ausencia de contato
oclusal, ou mordida
aberta
Nlordex prorsus -+ desequilibrio oclusal
por protrusao
iVIordex retrorsus -+ desequilibrio oclusal
por retrusao
iVIordex tortusus -+ inversao da oclusao
no sentido vestibulo-
lingual, ou mordida
cruzada
Outras classificac,;oesforam surgindo como
as de Magitot (1877), Case (1921), Carrea
(1922), Simon (1922) e Izard (1930). Entretan-
to, de todas, a que mais difundiu-se, fixando-se
definitivamente na Ortodontia, foi a classifica- C
C
c,;aodesenvolvida por Edward Hartley Angle. :2
(J
C
r.,
Angle, em 1899, publica urn artigo onde se ~
propoe a classificar as mas oclusoes. 0 autor
pressup6s que 0 primeiro molar permanente
superior ocupava uma posic,;ao estavel no es-
queleto craniofacial, e que as desarmonias de-
corriam de alterac,;oes anteroposteriores da ar-
cada inferior em relac,;aoa ele.
Dividiu as mas oclusoes em tres categorias
basicas, que se distinguem da oclusao normal,
descrita no capitulo anterior. As Classes de ma
oclusao foram divididas em I, II e III (com alga-
rismo romano).
Estao incluidas neste grupo as mas oclusoes
on de ha relac,;aoanteroposterior normal entre
os arcos superior e inferior, evidenciada pela
"chave molar".
o autor denominou chave molar a oclusao
correta entre os molares permanentes superior
e inferior, na qual a cuspide mesiovestibular do
10 molar superior oclui no suko mesiovestibu-
lar do 10 molar inferior (Fig. 5.1).
CARACTERisTICA DETERMINANTE
CHAVE MOLAR
Fig. 5./ - Chave molar. E a relar;iio presente na oclusiio normal, assim como no ma oclusiio de CJasse I. (5.1 A) Quando as molares estiio em chave,
a ponto de cuspide mesiovestibular do superior oclui no sulco mesiovestibular do /0 molar inferior. 0 perfil facial reto (5./ B) e freqiiente.
Nas pacientes partadares de Classe I de Angle, e
frequente a presen<;:ade wn perfil facial reta (Fig.
5.2A e B) e equilibria nas fun<;:oesda musculatu-
ra peribucal, mastigadara e da lingua.
Os problemas oclusais, que podem ocorrer
isoladamente ou combinados (Figs. 5.2C, D e
E), sao normalmente devidos a presenc;:ade fal-
ta de espac;:o no arco dental (apinhamento),
excessos de espac;:ono arco (diastemas), mas
posic;:oes dentais individuais, mordida aberta,
Sobremordida
ou
Overbite
Fig. 5.2. Paciente portador de m6 oclusoo de Classe 1de Angle. Os I"
molares estoo em chave, mas problemas de (alta de espac;o e mordida
aberta anterior podem oearrer.
mordida profunda ou sobremordida (Fig. 5.3A
e B), cruzamento de mordida ou ate mesmo
protrusao dental simultanea dos dentes supe-
riores e inferiores (biprotrusao). Em geral nos
casos de mordida aberta ou de biprotrusao 0
perfil facial torna-se convexo (Fig. 5.3 C e D).
Fig. 5.3 - As imagens C e D apresentam uma paeiente eom ma Oc/USDOde Classe I de Angle associada a biprotruSDO dental, 0 que produz um perfil
eonvexo.
Sao classificadas como Classe II de Angle as
mas oclusoes nas quais 0 10 molar pennanente
inferior situa-se distalmente ao 10 molar superior,
sendo pOI' isso tambem denominada distoclusao.
Sua caracteristica determinante e que 0 suleo
mesiovestibular do 10 molar pelmanente inferior
encontra-se distalizado em rela<;aoa cuspide me-
siovestibular do 10 molar supelior (Fig. 5.4A).
Em geral, os pacientes classificados neste gm-
po apresentam perfil facial convexo (Fig. 5.4B).
CARACTERisTICA DETERMINANTE
DISTOCLUSAO DO 10 MOLAR PERMANENTE INFERIOR
Fig. 5.4 - Distoc/USDO do I' molar permanente inferior, caraeteristiea determinante da ma Oc/USDOde Classe /I de Angle. Observa-se que 0 suleo mesio-
vestibular do molar inferior situa-se distalmente a euspide mesiovestibular da I' molar permanente superior (Fig. 5.4 A). A figura B mostra 0 perfil
eonvexo, freqiiente nos pacientes Classe /I.
As mas oclusoes da Classe II foram separa-
das em duas divisoes: a divisao l' e a divisao 2'
(escritas em algarismos arabicos).
Angle situou nesta divisao, as mas oclusoes
de Classe II com inclinac;ao vestibular dos inci-
sivos superiores (Fig. 5.5).
Sao frequentes nestes pacientes os pro-
blemas de desequilibrio da musculatura faci-
al, decorrentes do distanciamento vestibulo-
lingual entre incisivos superiores e inferio-
res. Este desajuste anteroposterior e deno-
minado sobressaliencia ou "overjet". 0 per-
fil facial destes pa-cientes e, em geral, conve-
xo (Fig. 5.6).
CARACTERisTICAS DETERMINANTES
RELA<;:AO MOLAR DE CLASSE II
VESTIBULARIZA<;:AO DOS INCISIVOS SUPERIORES
Sobressaliencia
ou
Overjet
Fig. 5.6 - Paciente classificado como Classe If divisiio I a. Notar 0
desequilibrio muscular (A, B, C) com incompetencia dos /abios e
aprofundamento do su/co mento/abial. A vestibulariza~iio dos incisivos
superiores uia uma proje~iio destes em rela~iio aos incisivos inferiores.
Esta proje~iio e denominada sobressaliencia ou ove~et (5.6 D, E e F).
Podemos observar, assoeiada a Classe II divi-
sao 1a, a presenc;:a de:
- Mordida profunda: ja que 0 cantata oclusal dos
ineisivos esta alterado pela sobressalieneia, estes
tendem a extruir, aprofundando a mordida;
- Mordida aberta: presente nos paeientes que pos-
suem habitos inadequados, seja devido a interposi-
c;:aode lfngua, suec;:aodigital ou de ehupeta;
- Problemas de espa\;o: falta ou exeesso de espa-
c;:ono areo;
- Cruzamentos de mordida: nos easos com so-
bressalieneia, a lingua tende a se projetar
para anterior durante as func;:oes de degluti-
c;:aoe fonac;:ao, mantendo-se assentada no as-
soalho bueal(ao inves de toear 0 palato
duro) durante 0 repouso. Este desequilibrio
favoreee a lingualizac;:ao dos premolares e
molares superiores, podendo gerar mordidas
eruzadas (Fig. 5.7);
- Mas posi\;oes dentais individuais.
Fig. 5.7 -Lingualizar;oo dos dentes posteriores superiores (A) a que pode levar ao cruzamento lingual de mordida. Nestes casas as cuspides vestibula res
de premo/ares au mo/ares oc/uem no sulco central dos dentes inferiores (B). Ja nas imagens C, D, E e F, um raro caso de Gosse /I divisoo /0 com
cruzamento vestibular de mordida, no qual as premo/ares e mala res superiores do lado dire ita estao tocando com a face pa/atina na face vestibular
dos dentes inferiores.
Em alguns casos, a relac;ao molar de Classe II
ocorre em apenas urn dos lados. Nestes casos
dizemos que estamos diante de uma Classe II
divisao 1a subdivisao direita (quando a relac;ao
molar de Classe II estiver somente do lado direi-
to) ou Classe II divisao 1a subdivisao esquerda
(quando a Classe II estiver do lado esquerdo).
Esta classe engloba as mas oclusoes que
apresentam relac;ao molar de Classe II sem
sobressaliencia dos incisivos superiores, es-
tando eles lingualizados ou verticalizados
(Fig. 5.8).
CARACTERisTICAS DETERMINANTES
RELAI;A.O MOLAR DE CLASSE II
LINGUALlZAI;A.o OU VERTICALlZAI;A.o DOS INCISIVOS SUPERIORES
Fig. 5.8 -As mas odusoes de Cfasse 1/divisoo 2" de Angle caracterizam-
se pela distodusoo (rela,oo molar de Cfasse 1/) e lingualiza,oo ou
verticaliza,oo dos incisivos superiores. Neste caso dinico, hQ Iingualiza,oo
apenas dos dois incisivos centrais.
Os perfis faciais mais comuns a esta ma oclu-
sao sao 0 perfil reto e 0 levemente convexo, as-
sociados respectivamente a musculatura equili-
brada ou aquela com suave altera<;ao (Fig. 5.9).
E possivel que encontremos, associada a
Classe II divisao 2",mordida profunda anterior,
principalmente nos casos em que nao ha conta-
to interincisal (Fig. 5.10).
Fig. 5.9- Perfil facial levemente canvexa, usual nos Classes 1/div/soo 2a.
Neste coso h6 suave desequi/ibrio muscular.
Quando a ma oclusao de Classe II divisao 2'
apresenta re1a<;:aomolar de Classe II somente
Angle classificou como Classe III as mas
oclusoes nas quais 0 10molar permanente infe-
de urn dos lados, usamos 0 termo subdivisao
(Fig. 5.11).
Fig. 5./ / - Paciente portador de ma ocfusoo de Classe /I divisoo 2 a
subdivisoo dire ita, isto e, a relar;oomolar de Classe /I esta apenas do lado
direito, enquanto 0 lado esquerdo apresenta chave molar.
rior, e portanto seu suIco mesiovestibular, en-
contra-se mesializado em rela<;:aoa cuspide me-
siovestibular do 10 molar permanente superior
(Fig. 5.12).
CARACTERisTICA DETERMINANTE
MESIOCLUsAo DO 10 MOLAR PERMANENTE INFERIOR
Eventualmente encontramos problemas de
espac,:o(falta ou excesso), mordidas abertas ou
profundas e mas posic,:oes dentais individuais
(Fig. 5.14).
Fig. 5./2 -A mesioclusDO do 10 molar permanente inferior e a caraaeristica determinante da ma ocluSDOde Classe 11/de Angle. Notar que 0 sulco mesiovestibular
do molar inferior est.Qmesializado em rela<;:iiod cuspide mesiovestibular do 10 molar superior (Fig. 5./2 A). 0 perfil concavo (B) e freqiiente nestes padentes.
o perfil facial e predominantemente conca-
vo e a musculatura esta, em geral, desequilibra-
da (Fig. 5.13). Os cruzamentos de mordida an-
terior ou posterior sao frequentes.
Fig. 5. /3 - Perfil caracteristico de paciente portador de Classe 11/(A) e
vistas intrabucais de frente (B) e lateral direita e esquerda (C e D)
evidenciando 0 cruzamento de mordida anterior.
Caso apenas urn dos lad os esteja em Classe
III, empregamos 0 termo subdivisao.
A classifica<;:aode Angle e, ainda hoje, a mais
utilizada pelos ortodontistas, e isto se deve a sua
simplicidade - com apenas tres classes - e ficil
compreensao. Suas limita<;:oesestao no fato de 0
10 molar superior permanente nao e estivel no
esqueleto craniofacial, como provaram estudos
cefalometricos posteriores; baseia-se somente no
posicionamento dos dentes, deixando de eluci-
dar os aspectos osseos e musculares, e considera
apenas as altera<;:oesno sentido anteroposterior,
nao citando as verticais ou transversais.
No sentido de suprir as eventuais falhas da
classifica<;:aode Angle, descreveremos a classifi-
Fig. 5./4 - Caso dinico de Classe Ill, no qual 0 cruzamento de mordida
anterior nao se manifestau. A adusao fai compensada com a indina,aa
lingual dos incisivas inferiores, gerando falta de espa,o e apinhamenta.
ca<;:aode Lisher e de Simon, que enfocam ou-
tras aspectos das mas oclusoes.
Em 1911 Lisher sugere urn modo de se
classificar 0 mau posicionamento dental de
forma individualizada, isto e, 0 autor utiliza
urn nome, que define a altera<;:aodo dente em
rela<;:ao a sua posi<;:ao normal. Acrescentou 0
sufixo "versao" ao termo indicativo da dire<;:ao
do desvio.
1 - Mesioversao - 0 dente esta mesializado em
rela<;:aoa sua posi<;:aonormal (Fig. 5.15).
2 - Distoversao - Distaliza<;:aodo dente em rela-
<;:aoa sua posi<;:aoideal (Fig. 5.16).
3 - Vestibuloversao ou 1abioversao - 0 dente
apresenta sua coroa vestibularizada em rela<;:ao
a posi<;:aonormal (Fig. 5.17).
4 - Linguoversao - A coroa dental esta linguali-
zada em rela<;:aoa sua posi<;:aoideal (Fig. 5.18).
5 - Infraversao - 0 dente apresenta a sua face
oc1usal (ou incisal) aquem do plano oc1usal
(Fig. 5.19).
6 - Supraversao - 0 dente esta com a face oc1u-
sal, ou borda incisal, alem do plano de oc1usao.
7 - Giroversao - Indica uma rota<;:aodo dente
em torno de seu longo eixo (Fig. 5.20).
Fig. 5. '6- Radiografla panoriimica que evidencia a distoversoo do incisivo
lateral inferior direito, que tem sua coroa na regioo de 10 premolar.
8 - Axiversao - Ha uma altera<;:aoda inc1ina<;:ao
do longo eixo dental (Fig. 5.21).
9 - Transversao - 0 dente sofreu uma transpo-
si<;:ao,isto e, trocou seu posicionamento no
arco dental com outro elemento dental (Fig.
5.22).
10 - Perversao - Indica a impacta<;:aodo dente,
em geral, por falta de espa<;:ono arco (Fig. 5.23).
Os termos criados por Lisher podem ser
combinados para denominar um dente que reti-
na duas ou mais altera<;:oes, como inframesio-
versao, axigiroversao ou ainda mesiolinguo-su-
praversao (Fig. 5.24).
Fig. 5.20 - Giroversoo dos quotro incisivos inferiores. Os dentes
sofreram rotac;oes em tomo de seu /ongo eixo.
Fig. 5.22 - Transversoo do canino superior direito, pois este erupcionou
entre os premo/ares. E 0 mesmo que transposic;oo.
Fig. 5.2/ -Axiversoo do incisivo lateral superior direito, isto e, 0 longo
eixo dental sofreu uma alterac;oo.
Fig. 5.23 -Usher denominou perversoo a impactac;oo do dente. Neste
caso diz-se que 0 canino superior direito apresenta perversoo.
Fig. 5.24 - Posicionamentos dentais comp/exos podem ser nomeados grac;asa combinac;oo de dois ou mais termos. Em A, 0 incisivo central superior
esquerdo apresenta axivestibuloversoo. Na figura B, 0 incisivo /ateral superior esquerdo mostra-se com girofinguoversoo.
A c1assifiea<;aode Simon data de 1922 e
preve a divisao das mas oclusoes relaeionando
os areos dentais, ou parte deles, com tres pla-
nosanatomieos. Os pIanos eseolhidos foram 0
de Frankfurt, 0 sagital mediano e 0 orbital.
Empregando como refereneia 0 plano orbi-
tal (Fig. 5.25) Simon denominou protra~ao a
anterioriza<;ao de todo area dental, ou parte
dele, e retra~ao 0 desloeamento de urn ou mais
dentes para posterior.
Sao relacionadas ao plano sagital mediano
(Fig. 5.26), e diz-se contral;ao quando ha
aproximac,;ao de urn dente ou segmento de
arco e distral;ao para 0 afastamento em rela-
c,;aoao plano.
. Fig. 5.26 -Plano sagital mediano, empregado para avaliar as anomalias
transversa is.
Fig. 5.25 - 0 plano orbital e perpendicular ao plano de Frankfurt e
passa pelas pontos arbitais (Or) direito e esquerdo. Simon usau este
plano como referencia para as an om alias anteroposteriores.
Foram relacionadas ao plano de Frankfurt
(Fig. 5.27), e denominadas atrac,;aoquando se
aproximam do plano (intrusao dos dentes ma-
xilares ou extrusao dos dentes mandibulares)e
abstrac,;aoquando se afastam.
Fig. 5.27 As anamalias verticais foram relacionadas aa plano de
Frankfurt (Po Or).
o sistema descrito tern grande importancia
clinica, pois orienta os dentes ou arcos dentais
em relac,;ao ao esqueleto craniofacial, dando
uma visao tridimensional da ma oclusao. Entre-
tanto, apesar de seu uso diagn6stico e concei-
tual, ele nao tern a devida divulga<;:aoentre os
ortodontistas. Na pratica clinica utilizam-se
apenas os termos protrac,;ao e retrac,;ao e mais
raramente contrac,;ao.
IV - CLASSIFICAC;:AO
ETIOLOGICA DAS
MAs OCLUSOES
De autoria de Robert Moyers, esta classifica-
c;:aosugere distinguir as mas oclusoes de acordo
com sua origem etio16gica. 0 autor reconhece
que a grande maioria das deformidades decor-
re de alterac;:oes tanto nos dentes quanto no
osso e na musculatura, mas procura atraves des-
te sistema destacar 0 principal fatar causal.
Cabem neste grupo as mas oclusoes cuja
principal alterac;:ao esta nos dentes e osso alveo-
lar. Moyers inclui aqui as mas posic;:oesdentais
individuais e as anomalias de forma, tamanho e
numero de dentes.
2 - MA OCLUSAO DE ORIGEM
MUSCULAR
Sao as anomalias cuja causa principal e urn
desvio da func;:ao normal da musculatura. Os
1. Angle, E.H. Classification of malocclusion.
Dental Cosmos 1(41) 248-357,1899.
2. Case,C. Principles of occlusion and dentofacial
relations. Dental Items Int. 27:489, 1905.
3. Dantas A.L. Classificac;:aodas ma oclusao Rev.
Soc. Paul. orto. 5 (1) jim/mar. 1967.
4. Lisher, B.E. The diagnosis of malocclusion.
Capitulos 12 e 13 tratam detalhadamente des-
tes problemas.
Nesta categoria estao as displasias 6sseas, en-
volvendo os problemas de tamanho, forma, posi-
cionamento, propon;:ao ou crescimento anor-
mal de qualquer osso do cranio ou da face.
Como podemos perceber, 0 autor, ao con-
trario de Angle, Lisher e Simon, nao define
urn nome para cad a alterac;:ao dental, muscu-
lar ou esqueletica. Assim Moyers utiliza termos
criados pOl' outros pesquisadores, acrescentan-
do comentarios quanto ao fatar etio16gico.
Pode-se dizer, par exemplo, que 0 paciente e
portador de uma Classe II de Angle com vesti-
buloversao dental superior e severa retrac;:ao
mandibular.
o conceito de se determinar a origem do
problema oclusal antes de qualquer interven-
c;:aoclfnica e amplamente discutido no Capitu-
lo de Diagn6stico e Planejamento Clinico.
Dent. Cosmos 53:412-22,1911.
5. MoyersR.M.ortodontia 3"ed. Guanabara Koo-
gan, Rio de Janeiro, 1984.
6. Posselt, V. The Phisiology of Occlusion and
Rehabilitation 2nd ed. Philadelphia, FA Davis
Co., 1968.
7. Simon, P. Fundamental Principles of a Systema-
tic Diagnosis of Anomalies. Traslated by B.E.
Lisher, Boston, Stratford Co., 1926.

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