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SOLVENTES

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PROPRIEDADES E EFEITOS 
TÓXICOS DOS SOLVENTES
Prof. Dr. Samuel B. Nerilo
Classe de líquidos orgânicos de variável
lipofilicidade e volatilidade, pequeno
tamanho molecular e ausência de carga.
• Facilmente absorvidos pelos pulmões, pele e
sistema digestório;
• Lipofilicidade aumenta com o peso molecular;
• Obtidos do refino do petróleo.
SOLVENTES
Amplo grupo de compostos, com variadas estruturas químicas (álcoois,
hidrocarbonetos, éteres, cetonas).
Compartilham, tanto habilidades (dissolução e dispersão de
gorduras, óleos, ceras, tintas, pigmentos, borrachas) que
determinam seus usos, como efeitos tóxicos (irritação de pele e
mucosas, depressão do SNC em exposições agudas, por
exemplo).
SOLVENTES
Entre os solventes mais utilizados em diversas
atividades humanas temos:
• Hidrocarbonetos alifáticos (thiners, querosene, n-hexano);
• Hidrocarboetos halogenados (tricloroetileno, percloroetileno);
• Hidrocarbonetos aromáticos (benzeno, tolueno, xileno);
• Cetonas (metil-n-butilcetona, acetona, ciclo-hexanona);
• Álcoois (metanol, etanol, isopropanol, butanol);
• Éteres (éter isopropílico, éter etílico).
SOLVENTES
Potencial de Exposição
*10 milhões de pessoas potencialmente expostas a solventes 
orgânicos no local de trabalho.
• 10 - 15% da população 
ocupacional de alguns países 
→ exposta a solventes
INGESTÃO
Misturas
Adição
Sinergismo
Antagonismo
INALAÇÃO
CONTATO DÉRMICO
Vias e fontes de exposição a solventes
Fonte: KLAASSEN, C.D.; WATKINS, J.B. Fundamentos em Toxicologia de Casarett e Doull. 
AMGH Editora, Porto Alegre, 2ª edição, 2012.
Propriedades Físico-Químicas dos Solventes
• Pressão de vapor (volatilidade)
• Ponto de ebulição
• Densidade
• Velocidade de evaporação
• Densidade de vapor
• Solubilidade em água
• Coeficiente de partição sangue/ar
Determinam a 
intensidade da 
exposição
❖A absorção de vapores de 
solventes ocorre através de 
difusão
 Concentração no ar pulmonar
 Concentração no sangue e tecidos 
Fase de exposição
Coeficiente de Partição sangue/ar
Fornecem informação sobre a solubilidade do vapor no
sangue e nos tecidos
Importante para a avaliação da toxicidade 
• Coeficiente baixo (ex.: etileno = 0,14): pequena porcentagem de
gás dos pulmões será transferida para o sangue.
Velocidade de transferência depende do fluxo sanguíneo.
• Coeficiente alto (ex.: clorofórmio = 15): a maior parte do gás é
transferido para o sangue durante cada ciclo respiratório
Velocidade de transferência depende da respiração.
OBS: Coeficiente Ar alveolar/sangue interpretação inversa 
TOXICOCINÉTICA DOS SOLVENTES 
❑ Absorção rápida
• Via respiratória (solventes voláteis, por difusão)
• Via cutânea
• Via oral
❖ Absorção Pulmonar
❖ volatilização → inalação → alvéolos;
❖ extensão e velocidade de absorção → dependentes do comportamento do
sangue frente ao toxicante:
▪Inerte → solvente se solubiliza no sangue;
▪Reativo → ligação química solvente x componentes sanguíneos
❖ Solventes não ligados:
❖ pressão parcial no ar alveolar e no sangue
❖ solubilidade no sangue
TOXICOCINÉTICA
❖ Absorção Pulmonar
❖ pressão parcial → determina a direção da difusão
❖ Pparcial solvente X : ar alveolar >> sangue → absorção
❖ Pparcial solvente X : ar alveolar << sangue → eliminação
TOXICOCINÉTICA DOS 
SOLVENTES 
▪ Distribuição
• Teor hídrico, teor de lipídeos e vascularidade;
• Solventes hidrofílicos: solubilização no plasma;
• Solventes lipofílicos: fosfolipídios, lipoproteínas e colesterol;
• Tecidos: adiposo e os ricos em lipídios (armazenamento).
▪ Biotransformação: modula a toxicidade dos solventes
• principalmente no fígado - sistema cit. P-450 (CYP);
• Bioativação → metabólitos reativos (citotóxicos e/ou mutagênicos).
▪ Excreção 
• Urina (inalterados, metabólitos e conjugados);
• Fezes (conjugados);
• Ar expirado, solventes voláteis (inalterados).
TOXICOCINÉTICA DOS 
SOLVENTES
Fatores modificadores:
• Fatores ambientais: temperatura ambiental elevada;
• Medicamentos (salicilatos e sulfonamidas - albuminas),
fenobarbital (indutor), propanolol (inibidor);
• Interação entre solventes: inibição competitiva;
• Fatores individuais: dieta alimentar – altera a atividade do
sistema enzimático, consumo de bebidas alcoólicas (ingestão
ocorre durante – inibição, ou após a exposição – indução);
• Fatores genéticos;
• Idade, peso, estado patológico e sexo.
CARACTERÍSTICAS COMUNS NA 
TOXICIDADE DOS SOLVENTES
• Efeitos dérmicos locais devido a extração dos lipídios
da derme;
• Efeito depressor do SNC;
• Efeitos Neurotóxicos;
• Efeitos Hepatotóxicos;
• Efeitos Nefrotóxicos;
• Alterações cardíacas;
• Risco variável de câncer.
HEPATOTOXICIDADE DOS SOLVENTES
•Hepatite química → dano hepatocelular;
•Esteatose (fígado gorduroso) → necrose hepática;
•Possível cirrose (na recuperação);
•Agravamento por associação – consumo de álcool;
•Metabolismo reduzido de outros xenobióticos;
•Mecanismos da hepatotoxicidade
▪ desalogenação
▪ formação de radicais livres
•Hidrocarbonetos Halogenados → maior toxicidade
• 1,1,1-tricloretano, tricloretileno
• Tetracloreto de carbono, clorofórmio
❑ Necrose tubular aguda
• Exposição aguda severa
• Hidrocarbonetos halogenados, glicóis, tolueno, 
destilados do petróleo
❑Glomerulonefrite→ exposição crônica
NEFROTOXICIDADE DOS SOLVENTES
Neurotoxicidade Central Aguda
• Atividade como anestésico geral ou inibição seletiva
• Narcose
• Euforia
• Agitação (desinibição)
• Vertigens, delírios, náuseas, vômitos
• Incoordenação motora, parestesias
• Convulsões, coma e óbito
NEUROTOXICIDADE CENTRAL 
CRÔNICA
▪ Depressão, instabilidade emocional
▪ Desempenho psicomotor retardado 
▪ Alteração da personalidade
▪ Diminuição da memória recente
▪ Insônia, redução da libido
▪ Encefalopatia tóxica 
Síndrome do pintor
Síndrome do solvente orgânico
Síndrome psicoorgânica
Encefalopatia crônica do solvente
Neurotoxicidade Periférica
• Neuropatia axonal distal (inicialmente nas baixas
extremidades) – degeneração distal;
• Detecção por eletromiografia*
• Solventes conhecidos específicos ou suspeitos de causar NP:
➢ n-hexano, metil-n-butil cetona, dissulfeto de carbono
(conhecidos)
➢ estireno, tetracloretileno (suspeitos)
* Método de registro dos potenciais elétricos gerados nas fibras musculares em ação
NEUROTOXICIDADE PERIFÉRICA 
• Parestesias sensoriais precoces
• Dormência
• Perda da capacidade de receber estímulos dos músculos e tendões
(posteriormente)
Ex: reflexos no tendão de Aquiles, vibração
• Efeitos motores
• Fraqueza motora
• Atrofia de nervos
• Diagnostico diferencial
• Outros agentes tóxicos
• Mecânica (compressão) - trauma
• Deficiências nutricionais, metabólicas, hereditárias 
• Desmielinização, proteínas pré-neoplásicas
Algumas Interações
• Um solvente pode competir com outro por sítios catalíticos nas 
enzimas 
Exemplo: tolueno é um inibidor competitivo do benzeno
• Indução enzimática 
Exemplo: álcoois, cetonas podem aumentar o próprio 
metabolismo e no de outras substâncias 
• Inativação enzimática 
Exemplo: trans- e cis-1,2-dicloroetileno destroem CYP450 2E1 
CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA DOS 
SOLVENTES ORGÂNICOS
SOLVENTES ORGÂNICOS
Éter isopropílico
Éter etílico
Ciclohexanona
Acetona
Metil-isobutilcetona
Metanol
Etanol
Isoropanol
Butanol
Álcool amílico
ÉteresCetonasÁlcoois
Dicloroetileno, 
Tricloroetileno*
Tetracloroetileno*
Monoclorobenzeno
Cloreto de metileno*
Clorofórmio*, percloroetileno*, 
Treracloreto de carbono*
Benzeno*
Tolueno*
Xileno
Naftalenos
n-hexano
n-heptano
Pentano
Ciclohexano
Ciclohexeno
Benzina
Hidrocarbonetos 
halogenados
Hidrocarbonetos aromáticos
Hidrocarbonetos
Alifáticos
Fonte: Oga, 2014 – Adaptado de McFree & Zavon, 1988.
Hidrocarbonetos Aromáticos
CH
3
CH CH
2
CH
3
CH
3
Matéria-prima e solvente nas indústrias de tinta, corante, plástico, 
borracha, adesivo, óleo, drogas, petróleo.
Hidrocarbonetos Aromáticos
CH
3
CH CH
2
CH
3
CH
3
• Benzeno
•Exemplos de como pequenas alterações estruturais podemter grandes implicações sobre a toxicidade
Toxicidade hematopoiética 
• Tolueno
Neurotóxico 
Benzeno
Principais fontes de exposição ocupacional:
▪ indústria petroquímica;
▪ matéria-prima para síntese de outras
substâncias (etilbenzeno, estireno, poliestireno,
álcool anidro, ciclo hexano, nitrobenzeno, etc.);
▪ siderurgia;
▪ transporte, estocagem e manuseio da gasolina*.
*Ministério do Trabalho e Emprego (TEM) – a partir 
de 2014 -Teor máximo de BZ na gasolina = 1%v/v
BENZENO - TOXICOCINÉTICA
Absorção: pulmonar 
cutânea e oral
Excreção forma 
inalterada
Biotransformação
(fígado 85% e m. óssea)
Pulmões
12%
Fenol Ácido mercaptúrico
50-90% benzeno inalado-
absorvido pulmões
Benzeno epóxido
Urina
Ácido 1-fenilmercaptúrico
Benzeno diidrodiol
Urina
Ácido trans, 
trans-mucônico
15-25%
1,5%2%
Hidroquinona
p-benzoquinona
Catecol
triidroxibenzeno
Sangue, medula óssea, fígado, cérebro, 
medula óssea e tecido adiposo (depósito)
Rins
0,2%
hidroxilação
Urina
Conjugados
Ligação ao 
DNA
Rins (CYP2E1)
Toxicodinâmica - Benzeno
Hidrocarbonetos Aromáticos
❖ Potencial para gerar radicais livres → aumento nos níveis de
DNA oxidado a 8-hidroxi-deoxiguanina em células da medula
óssea;
❖ Alquilação de sulfidrilas celulares;
❖ Núcleo celular: danos irreversíveis ao material genético,
metabólitos reativos ?? metabólito trans, trans-muconaldeído? →
Ligação ao DNA
❖ Inibição na síntese de DNA e RNA;
❖ Benzeno: modo de ação misto (ação direta e indireta sobre
DNA);
❖ Sequência dos eventos ainda não esclarecida.
Toxicodinâmica - Benzeno
Hidrocarbonetos Aromáticos
❖ metabólitos quinônicos: ação de mieloperoxidases na
medula óssea - radicais altamente reativos → ação sobre
camada fosfolipídica da membrana → lesão celular;
❖ metabólitos quinônicos → reação com cromossomos →
alterações morfológicas → interferência na mitose;
❖ p-benzoquinona:
❖ agente alquilante - reação com grupos tióis inibindo
a organização dos microtúbulos por mecanismo
dependente de sulfidrilas;
❖ ligação covalente → inibição da replicação do DNA.
Toxicodinâmica - Benzeno
Hidrocarbonetos Aromáticos
❖ Associação do benzeno com atividade leucogênica e
existência de evidência suficiente para indução do câncer
relacionado à exposição ao benzeno;
❖ Aplasia medular;
❖ Leucemias - mais comum Leucemia Mielóide Aguda;
❖ 3 mecanismos principais:
▪ depressão de céls. progenitoras primitivas e
indiferenciadas (Stem Cells);
▪ Lesão do tecido da medula óssea;
▪ Formação clonal de céls. primitivas decorrentes de
danos cromossomais.
Hidrocarbonetos Aromáticos
➢ BENZENISMO - sinais, sintomas e complicações
decorrentes da exposição aguda ou crônica ao benzeno.
As complicações podem ser agudas quando ocorre
exposição a altas concentrações com presença de sinais e
sintomas neurológicos, ou crônicas, com sinais e sintomas
clínicos diversos, podendo ocorrer complicações em
médio ou em longo prazo, localizadas principalmente no
sistema hematopoiético.
Benzenismo
Intoxicação Aguda
• Irritação da pele e mucosas;
• Edema pulmonar e hemorragias locais (inalação de
altas concentrações);
• Náuseas, vômitos, visão turva;
•Depressão do SNC (sonolênica, cefaléia, tonturas,
tremores, convulsões, perda da consciência, arritmias
cardíacas ventriculares, falhas respiratórias e morte).
Benzeno
Hidrocarbonetos Aromáticos
Benzeno – Intoxicação crônica
• Fadiga, palidez, cefaleia, perda do apetite e irritabilidade;
•Trombocitopenia (hemorragias diversas – epistaxes,
menorragia, hemorragia gengival), Leucopenia e Eosinofilia;
• Anemia aplástica;
• Pancitopenia → aplasia medular → infiltração gordurosa →
necrose da medula;
• Leucemia (pode aparecer anos após término exposição
ocupacional).
Hidrocarbonetos Aromáticos
Ação mielotóxica ▪ degeneração da medula óssea → metabólitosquinônicos – catecol e hidroquinol → metabólitos ativos.
❖ IARC (Internacional Agency for Research on Cancer) - substância carcinogênica grupo AI
Benzeno
Intoxicação crônica
Hidrocarbonetos Aromáticos
❖ Alterações neurológicas e neuropsicológicas: falhas no
processo de aquisição do conhecimento, memória,
raciocínio, habilidades, depressão, cefaleia,
polineuropatias;
❖ Alteração auditivas centrais e periféricas;
❖ Abortos espontâneos e alterações menstruais;
❖ Outros tipos de Câncer: sistema linfático (linfomas),
mamas, pulmão, bexiga, Linfomas de Hodgkin e não-
Hodgkin;
BENZENO – MONITORIZAÇÃO
Limite de tolerância
• 0,5 ppm (ACGIH, 1999)
• 1,0 ppm (indústrias químicas)
• 2,5 ppm (indústrias siderúrgicas)
Indicadores Biológicos de Exposição (IBE)
Portaria 34/2001 - MT de 20/12/2001.
•Ácido t,t-mucônico (ATTM) na urina
•Ácido S-fenilmercaptúrico na urina
•Avaliação dos resultados – tabela de correlação com valores de benzeno no ar.
Brasil - Valor de Referência
Tecnológica (VRT), 1995
Hidrocarbonetos Aromáticos
Não há limite seguro para exposição ao Benzeno!
BENZENO – MONITORIZAÇÃO
Quais as características do ácido trans,trans-mucônico urinário?
Vantagens: facilidade e a sensibilidade analítica de sua
determinação urinária; boa correlação com os níveis de benzeno
no ar - um parâmetro adequado para estudos;
Desvantagens: influência de fatores que podem modificar sua
concentração urinária e estar presentes na urina de indivíduos
não expostos ocupacionalmente.
Interferentes: O hábito de fumar representa um fator aditivo.
Metabólito do acido sórbico (aditivo alimentar).
Tolueno: inibe BT.
Hidrocarbonetos Aromáticos
• Portaria 34/2001 MT – indicadores biológicos de exposição;
• Acordo do Benzeno - Portaria nº 776/GM em 28 de abril de
2004,
• Norma de Vigilância dos Trabalhadores Expostos ao Benzeno no
Brasil - MS, abril de 2004;
• Protocolo de Complexidade Diferenciada, do Ministério da
Saúde, sobre Risco Químico – Atenção à Saúde dos
Trabalhadores Expostos ao Benzeno – 2006: recomendações
para o diagnóstico e a vigilância do benzenismo de origem
ocupacional;
• Comissão Nacional Permanente do Benzeno (CNP-Bz).
Vigilância de Trabalhadores 
expostos ao Benzeno
Campanhas - conscientização
Alquilbenzenos
CH
3
CH CH
2
CH
3
CH
3
Tolueno
▪ Solvente para óleos, borrachas, resinas, carvão, piche, betume; 
▪ Diluente para tintas, vernizes, agentes de limpeza, colas;
▪ Matéria-prima para síntese química.
Xilenos (orto, meta, para)
10% 70% 23%
▪ Indústria de plásticos, fibras sintéticas, couro, tecidos, papéis;
▪ Agentes de limpeza e desengordurantes.
Estireno
▪ Polímeros plásticos (poliestireno), resinas (acrilonitrila-estireno), borracha sintética;
▪ Fabricação de produtos de fibra de vidro;
▪ Sínteses orgânicas.
Hidrocarbonetos Aromáticos
Uso “social”: 
cheiradores de cola
▪ Primeira fase: fase de excitação → euforia,
excitação, tonturas e perturbações auditivas e
visuais, náuseas, espirros, tosse, muita salivação e as
faces avermelhadas.
SOLVENTES
Uso como Inalantes
▪ Segunda fase: depressão do SNC, confusão, desorientação, voz
pastosa, visão embaçada, perda do autocontrole, dor de cabeça,
palidez, alucinações.
▪ Terceira fase: depressão se aprofunda, redução acentuada do
alerta, incoordenação ocular e motora com marcha vacilante,
reflexos deprimidos; processos alucinatórios evidentes;
▪ Quarta fase: depressão tardia, inconsciência,
queda da pressão, convulsões, coma e morte.
Aspiração repetida, crônica 
→ destruição de neurônios 
causando lesões irreversíveis 
do cérebro → indivíduos 
apáticos, com dificuldade 
de concentração e déficit de 
memória.
SOLVENTES
Uso como Inalantes
N-HEXANO
FONTES DE EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL:
✓Fabricação de calçados (com cola);
✓Indústria da borracha (pneus, borrachas, plásticos);
✓Processo de laminação de materiais plásticos (polietileno e
polipropileno);
✓Tintas e seus solventes;
✓Indústria de alimentos (extração de óleos vegetais);
✓Fabricação de móveis;
✓Produção farmacêutica, cosmética, têxtil, química e petroquímica;
✓Artes gráficas.
C6H14
❖Uso “social”: cheiradores de cola
Hidrocarbonetos Alifáticos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Hexan.png
TOXICOCINÉTICAN-HEXANO
Absorção: pulmonar, cutânea 
e gastrintestinal
Tecidos 
(cérebro, rins, baço, tecido 
adiposo, fígado)
Excreção forma 
inalterada
Biotransformação
(fígado) – Cit P450 e 
álcool desidrogenase
Pulmões
10 a 20% 2,5- hexanodiona – 36%
2,5-dimetilfurano – 32%
Valerolactona – 30%
2- hexanol 2%
4,5-diidroxi-2-hexanona (4x >)
Acumulação
Tec. adiposo
Hidrocarbonetos Alifáticos
17-25% n-hexano inalado-
absorvido pulmões
Placenta e 
barreira 
hematoencefálica
Urina
Conjugados 
ou não
▪ Polineurite periférica causada por solvente: N-hexano e alguns
produtos de biotransformação → neurotoxicidade subaguda ou
crônica, caracterizada por neuropatia progressiva motora e
sensomotora;
▪ 2,5–hexanodiona: mais ativo → degeneração das terminações
distais dos axônios longos, que evoluem em direção ao corpo celular
→ desmielinização e destruição axonal.
▪ Desorganização das células de Schawn e gliais, organelas,
aparecimento de vacúolos → queda na velocidade de condução do
impulso nervoso.
N-HEXANO - TOXICODINÂMICA
Hidrocarbonetos Alifáticos
Polineurite periférica causada por solvente
Hidrocarbonetos Alifáticos
N-HEXANO - TOXICODINÂMICA
Intoxicação Aguda
▪ Baixa toxicidade aguda;
▪ SNC → depressão: vertigem e acentuada anestesia (elevadas
concentrações), euforia, parestesias das extremidades;
▪ Lesões e eritemas na pele;
▪ Ação irritante mucosa nasal, bucal, trato respiratório e córnea.
N- HEXANO
Hidrocarbonetos Alifáticos
Intoxicação crônica
▪ Sistema Hematopoiético (anemia e trombocitopenia);
▪ Hepático (necrose);
▪ Polineurite periférica (n-hexano e produtos de biotransformação metil, n-
butil cetona, 2-hexanol, 2,5-hexanodiol e 2,5-hexanodiona);
▪ Sintomas: câimbras, dormência nos dedos das mãos e dos pés (meses ou anos
após a exposição);
▪ Alterações sensoriais simétricas nas mãos e pés: perda sensorial tátil, dolorosa e
térmica;
▪ Fraqueza muscular (braço, antebraço, coxa) → paralisia;
▪ Sequelas após cessada exposição.
N- HEXANO
Hidrocarbonetos Alifáticos
❑ Ambiental → LT: 50 ppm (AGCIH, 1999)
❑ Biológica → 2,5-hexanodiona urinária (IBE)
INTERFERENTES
• Consumo de álcool, variações metabólicas de origem genética;
• Metabólito não-específico (Metil-n-butilcetona e metil-
etilcetona).
N- HEXANO - MONITORIZAÇÃO
Hidrocarbonetos Alifáticos
Hidrocarbonetos Halogenados
•Largamente utilizados na indústria: desengraxante de peças metálicas;
propelentes de aerossol; removedores de tinta; expansão de plásticos;
intermediários em processos de síntese; fumigantes, etc.
TOXICIDADE SISTÊMICA AUMENTA COM:
• aumento do peso molecular (massa dos halogênios);
• grau de substituição com halogênios;
• número de ligações insaturadas;
• Hepatotóxicos: acúmulo de gordura, necrose;
• Vários são nefrotóxicos: clorofórmio; 1,1,2-tricloroetano; tetrafluoroetileno;
clorotrifluoroetileno; 1,1-dicloro-2,2-difluoroetileno; hexafluoropropeno;
tricloroetileno; percloroetileno, hexacloro-1,3-butadieno.
Hidrocarbonetos Clorados
• Diclorometano (H2CCl2)
• Clorofórmio (HCCl3)
• Tricloroetileno
•Tetracloreto de Carbono (CCl4)
ClCl
Cl Acúmulo de 
gordura no 
fígado e necrose
Carboxiemoglobina
To
xi
ci
d
a
d
e 
R
en
a
l
Hidrocarbonetos Halogenados
Diclorometano/cloreto de metileno (H2CCl2) 
Usos:
• Remoção de tintas
• Produção de fibras sintéticas e filmes para fotografia
• Extração de alimentos (remoção de cafeína do café)
• Propelente em aerossóis
• Agricultura
Exposição ocupacional
▪ toxicidade pulmonar
▪ provável carcinógeno humano (pulmões, fígado)
▪ disfunção neurológica residual em trabalhadores expostos
→hipóxia e interferência na transmissão de sinais
Hidrocarbonetos Halogenados
Diclorometano/cloreto de metileno 
(H2CCl2) - Toxicocinética
CO
Ácido fórmico
Oxidação
▪ Muito volátil - Via respiratória: em minutos 70-75% do vapor
inalado é absorvido;
▪ 2 vias metabólicas principais: oxidativa (P450) e conjugação com
glutationa, ambas originando metabolitos tóxicos.
H2CCl2
Formaldeído
Hidroximetilglutationa CO2
Carboxihemoglobina
Conjugação
Clorofórmio (HCCl3)
Principal uso industrial: produção de clorodifluorometano
Hepatotóxico
Nefrotóxico
Toxicidade potencializada por álcoois alifáticos, cetonas,
ácido dicloroacético, ácido tricloroacético (indutores de
CYP450) e reduzida por GSH e inibidores de CYP450
Clorofórmio
Ácido dicloroacético
Ácido tricloroacético
Produtos secundários da 
cloração da água
(ppb)
Fetotóxico
Hidrocarbonetos Halogenados
Clorofórmio (HCCl3)
Hidrocarbonetos Halogenados
▪ Absorção oral, dérmica e respiratória * (volatilidade);
▪ Distribuição: tecido adiposo, cérebro, fígado, rins,
sangue, adrenais e SNC;
▪ 50% é biotransformado em CO2;
▪ Parcialmente eliminado pelos pulmões e/ou
convertido por deidrocloração oxidativa na ligação C-H
para fosgênio, mediada pelo citocromo P450;
Clorofórmio (HCCl3)
Biotransformação
CHCl
3
Clorofórmio
P450
CCl
3
OH
Tricloro-
metanol
HCl
Cl
Cl
O
Fosgênio
2HCl + CO2
Ligação covalente
a biomoléculas
SG
GS
O
GSH
2HCl
Provável carcinógeno humano
EPA Group 2B
Tumores no fígado e rins 
Hidrocarbonetos Halogenados
Clorofórmio (HCCl3)
FOSGÊNIO – COCl2
Hidrocarbonetos Halogenados
Toxicidade:
▪ ligação covalente com proteínas e lipídios hepáticos e renais;
▪ citotoxicidade => necrose => proliferação celular reparadora =>
formação de tumores;
▪ fixação irreversível ao DNA;
▪ provável carcinógeno humano (IARC – grupo B2)
TOXICIDADE:
▪ depressão respiratória, ataxia, narcose e depressão SNC;
▪ formação de fosgênio;
▪ Intoxicações Agudas => sensibilização do miocárdio;
Tetracloreto de Carbono (CCl4)
• Foi largamente utilizado em processos industriais:
• limpeza de peças metálicas;
• lavagem a seco;
• composição de espuma extintora de incêndio;
• intermediário sintético.
Hoje uso restrito => toxicidade hepática e renal, carcinogenicidade
e contribuição para a depleção da camada de ozônio;
Órgão-alvo : tecido hepático => FIBROSE;
Uso ainda significativo: tratamento de resíduos químicos.
Hidrocarbonetos Halogenados
Tetracloreto de Carbono (CCl4)
Danos ao fígado* e rim
CCl4 CCl3
CYP-450 Peroxidação lipídica
Aldeídos citotóxicos
Hidrocarbonetos Halogenados
▪ Rapidamente absorvido pelo TGI e TR e mais lentamente pela via
dérmica;
▪ rápida distribuição – tecidos ricos em gordura: fígado, rins, medula
óssea, cérebro, adrenais, sangue;
▪ ligação a lipídios, proteínas e DNA;
▪ produtos de biotransformação: íons cloro e radical triclorometila,
fosgênio, clorofórmio e CO.
Tricloroetileno
ClCl
Cl
• Desengraxante de peças metálicas;
• Solvente de borrachas, óleos e resinas;
• Componente de produtos de limpeza;
(removedores, fluidos para carpetes) e de
praguicidas;
• Limpeza de filmes, chapas fotográficas e lentes;
• Indústria têxtil e de síntese química.
❖ Associado ao aumento da incidência de câncer em diferentes
tecidos-alvos em trabalhadores expostos: rim, fígado, próstata,
câncer cervical, Linfoma não-Hodgkin, mieloma múltiplo, Doença
de Hodgkin.
Hidrocarbonetos Halogenados
Tricloroetileno
Biotransformação ClCl
Cl
ClCl
Cl
CYP450 Epóxido 
intermediário
N-(hidroxiacetil)-
aminoetanol
ácido
oxálico
cloral /
hidrato de cloral
ácido dicloroacético
ácido monocloroacético
ácido
oxálico
Ácido tricloroacético Tricloroetanolácido dicloroacético
Depressão 
do SNC
Via oxidativa
• toxicidade hepática
• toxicidade pulmonar
Hidrocarbonetos Halogenados
Álcoois
• Efeitos tóxicos são decorrentes principalmente da
ingestão e contato com a pele;
• Podem potencializar a toxicidade de outros solventes ou
drogas (ex.: etanol induz CYP450 2E1).
R−OH
• Etanol
• Metanol
• Isopropanol
• n-Propanol
• Isobutanol
• n-Butanol
Aumenta a toxicidade do 
CCl4, clorofórmio, 
tricloroetileno, benzeno, etc.
MetanolÁlcoois
• combustível de veículos automotores e antidetonante para
aviação;
• produção de biodiesel;
• síntese de substâncias (etilenoglicol, formaldeído, éter metílico tert-
butílico);
• solvente de tintas, resinas, corantes, vernizes,esmaltes,
removedores, plásticos, impermeabilizantes, filmes para fotografias,
etc.;
• uso fraudulento em bebidas alcoólicas;
• bebidas dietéticas e fermentadas contendo aspartame
(temperaturas acima de 30 oC→metanol).
Metanol - Toxicocinética
Envenenamento por metanol
Período latente
assintomático (12 a 24 h) 
✓Acidose metabólica
✓Toxicidade ocular 
✓Coma => Morte
Álcoois
Hidrossolúvel → distribuição para os 
tecidos que apresentam elevado 
conteúdo hídrico.
Absorção vias dérmica, respiratória e oral
Ingestão de 15-30 mL => intoxicação grave
Metanol
Ligação a 
proteínas e outras 
biomoléculas
Espécies 
reativas de 
oxigênio
Metanol
Formaldeído
Ácido fórmico
CO2
ADH
Formaldeído
desidrogenase
Catalase
Via dependente
de tetrahidrofolato
Álcoois
Álcoois
Metanol - Toxicodinâmica
▪ Moderada depressão do SNC (metanol);
▪ Bioativação metabólica => ácido fórmico;
▪ Acidose metabólica => efeitos neurotóxicos tardios
(metabólitos - ácido fórmico);
▪ Ácido Fórmico: lenta oxidação até CO2 e H2O =>
acúmulo em tecidos , especialmente o nervo óptico;
▪ Degeneração e/ou atrofia do nervo óptico;
Álcoois
Metanol - Toxicodinâmica
Fases da Intoxicação metanólica
Fase Características
Depressão do SNC
30 min. – 2h após ingestão: cefaleia, 
náuseas, vômitos, e “embriaguez”
Período de latência 12 a 48h – sem sintomas tóxicos
Acidose metabólica severa
Náuseas, vômitos, cefaleia, quadro de 
toxicidade óptica
Toxicidade ocular, coma e morte
Distúrbios visuais, fotofobia, visão 
turva, cegueira, atrofia do nervo óptico
Fonte: Oga, 2014 – Adaptado de HSA, 2007
Álcoois
Metanol - Tratamento
▪ Ingestão: lavagem gástrica;
▪ Bicarbonato de sódio => correção da acidose;
▪ Tratamento sintomático e antidotal: início do quadro
▪ Etanol – antídoto efetivo: competição pela enzima álcool
desidrogenase:
▪ Soluções glicosalinas contendo 5% de etanol;
▪ Etanol diluído em dextrose 10%;
▪ 4-metilpirazol (Flomezipol®): antídoto efetivo: inibidor da
álcool desidrogenase;
▪ Hemodiálise;
▪ Terapia com folato => aumentar a eficiência de oxidação do
ácido fórmico = formação de compostos menos tóxicos.
Fatores que Influenciam os Efeitos da 
Exposição aos Solventes
• Toxicidade do solvente
• Via de exposição
• Quantidade ou taxa da exposição
• Duração da exposição
• Susceptibilidade individual
• Interações com outras substâncias
Avaliação da magnitude da exposição é frequentemente
complicada e requer avaliação detalhada das populações
de trabalhadores com relação a concentrações de solventes
no ar e/ou contato dérmico, assim como estimativas da
frequência e duração da exposição.
• OGA, S. Fundamentos de toxicologia. Atheneu Editora
Ltda, São Paulo, 4ª edição, 2014.
• KLAASSEN, C.D.; WATKINS, J.B. Fundamentos em
Toxicologia de Casarett e Doull. AMGH Editora, Porto
Alegre, 2ª edição, 2012.
• PASSAGLI, M. Toxicologia Forense – Teórica e Prática,
3ª edição. Editora Millennium, 2011.
• ARCURI, A. S. B. et. al. Efeitos da exposição ao
benzeno para a saúde − Série benzeno n. 1). São Paulo:
Fundacentro, 2012.
Bibliografia

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