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07 NULIDADES NO PROCESSO PENAL - PROCESSO PENAL - RESUMO - CONCURSO - OAB

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Érika Cerri dos Santos 
erikacerridossantos@hotmail.com 
NULIDADES NO PROCESSO PENAL 
 
❖ A nulidade é um vício processual decorrente da inobservância de exigências legais, sendo capaz de invalidar o 
processo todo ou em parte (Capez). 
 
❖ Sanção que atinge a instancia ou o ato processual que não estejam de acordo com as condições de validade 
impostas pelo Direito objetivo (José Frederico Marques). 
 
❖ A nulidade é um vício e uma sanção, definida como uma falha ou imperfeição que invalidade ou pode invalidar 
o ato processual ou todo o processo (Mirabete). 
 
Com relação à identificação das nulidades, o direito brasileiro adota o sistema instrumental, de forma que o fim do ato 
deve prevalecer sobre a forma como ele é praticado. Dessa forma, ainda que não seja praticado na forma da lei, será 
válido o ato que cumprir com o seu objetivo, salvo nos casos em que ficar comprovado o prejuízo. 
Os atos podem ser: 
 
• INEXISTENTES: O ato não existe e, por isso, jamais será válido ou eficaz. 
Trata-se de um vício grave, portanto macula todo o ato praticado, atingindo-lhe elementos essenciais. 
 
→ “não-ato” 
→ Não admite convalidação 
→ A única forma de sanar o vício é praticar o ato novamente 
→ O novo ato praticado não gera efeitos retroativos 
 
EXEMPLOS: São exemplos de atos inexistentes aqueles que não contem a subscrição da autoridade que os 
edita, bem como os praticados por quem não detenha ou esteja privado, ainda que temporariamente, de 
capacidade objetiva para praticá-los20. 
 
• ABSOLUTAMENTE NULOS: O ato existe, porém não é válido nem eficaz. 
A nulidade absoluta atinge normas de ordem pública, como tais consideradas aquelas que tutelam garantias 
ou matérias tratadas direta ou indiretamente pela Constituição Federal. É um vício insanável. 
Quanto ao prejuízo, existem duas correntes. A primeira define que o prejuízo é presumido, admitindo-se 
prova em contrário. Assim, compete a parte interessada comprovar a inocorrência de prejuízo. 
A segunda aponta que a parte interessada deve comprovar o prejuízo sofrido – pas de nullité sans grief. É a 
posição atualmente adotada pelo STF e pelo STJ. 
 
 
→ Não está sujeito à preclusão 
→ Pode ser arguida em qualquer grau de jurisdição21 e pode ser declarada de ofício22 
 
20 O impedimento gera a inexistência do ato, enquanto a suspeição gera a nulidade absoluta. 
Érika Cerri dos Santos 
erikacerridossantos@hotmail.com 
 
EXEMPLOS: São exemplos de atos absolutamente nulos as incompetências absolutas, a realização do 
interrogatório do réu sem a presença de advogado, a ausência de intimação pessoal do defensor público u do 
defensor constituído, a não formulação de quesito obrigatório aos jurados por ocasião do julgamento pelo júri 
(Súmula 156 do STF)23. 
 
• RELATIVAMENTE NULOS: O ato existe, não é válido, nem eficaz. No entanto, poderá ser válido e produzir 
efeitos, por ser eivado de vício sanável. 
São nulidades relativas aquelas que atingem normas que não tutelam o interesse público, e sim o interesse 
privado da parte. 
O ato existe, mas sua validade e eficácia dependem da ocorrência de uma condição suspensiva, de evento 
posterior que suspenda o óbice existente ao aproveitamento do ato e à produção de seus efeitos no processo 
penal – CONVALIDAÇÃO. 
 
 
→ O prejuízo deverá ser comprovado (art. 572, II, CPP) 
→ Não pode ser decretada de ofício (art. 572, I, CPP) 
→ Gera preclusão (art. 572, III, CPP) 
 
EXEMPLOS: São exemplos de nulidades relativas a incompetência do juízo, a ausência de intimação do réu para 
a audiência de oitiva de testemunhas, a falta de requisição do preso. 
 
 
• IRREGULARES: O ato existe, é válido e é eficaz. 
A irregularidade é um vício que atinge tão somente elementos acidentais do ato. 
 
PRINCÍPIOS QUE INFORMAM AS NULIDADES 
 
❖ PRINCÍPIO DO PREJUÍZO: Não se decreta a nulidade relativa e não se declara a nulidade absoluta sem que 
haja resultado prejuízo para qualquer das parte (art. 563, CPP). 
 
 
 
21 Nulidade de algibeira: Ocorre quando é óbvia a ciência do referido vício muito antes de sua alegação nos autos. Neste caso, a 
suscitação da nulidade seria uma manobra processual para tumultuar o processo, o que contraria a boa-fé processual. Não se admite a 
alegação de nulidade nessas condições, segundo o entendimento do STJ. 
22 EXCEÇÃO: Nos tribunais, não se pode declarar a nulidade de ofício quando implicar em prejuízo ao réu, a não ser nos casos em que se 
tratar de matéria arguida pela acusação em recurso ou nos casos de reexame necessário (Súmula 160, STF). 
23 Súmula 523, STF: A falta de defesa no processo penal constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará quando houver 
prova de prejuízo para o réu. 
Érika Cerri dos Santos 
erikacerridossantos@hotmail.com 
Art. 563, CPP: Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a 
acusação ou para a defesa. 
Pas de nullite sans grief 
 
→ A jurisprudência aceita a aplicação do art. 282, §2º, do CPC, no processo penal. Dessa forma, quando 
o processo estiver pronto para julgamento do mérito, a favor da parte a quem aproveite a decretação 
da nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprir-lhe a falta. 
 
Exemplo: Em razões de recurso de apelação a defesa do réu alega a nulidade do processo, por 
ausência de notificação do defensor para audiência de instrução. Analisando os autos, o Tribunal 
entende que, independentemente do vício, as provas conduzem à absolvição do réu. Neste caso, será 
proferida sentença sem declaração da nulidade. 
 
 
❖ PRINCÍPIO DO INTERESSE: A nulidade apenas pode ser declarada por parte interessada (art. 565, CPP). 
 
Art. 565, CPP: Nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa, ou para que tenha 
concorrido, ou referente a formalidade cuja observância só à parte contrária interesse. 
 
Exemplo: Na ausência da presença do MP na audiência de instrução, não será de interesse do réu arguir a 
nulidade. 
 
❖ PRINCÍPIO DA CONVALIDAÇÃO: Determinadas nulidades podem ser sanáveis em determinadas 
circunstâncias. Trata-se de princípio próprio às nulidades relativas (art. 572). 
 
ATENÇÃO: Nem todas as nulidades previstas no CPP hoje podem ser sanadas. 
 
 
 
❖ PRINCÍPIO DA CONTAMINAÇÃO: A nulidade de um ato contamina os atos subsequentes que decorreram deste 
(art. 573, §1º, CPP).

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