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GABARITO - REVISÃO_ MÓDULO DE ENVELHECIMENTO

Ferramentas de estudo

Questões resolvidas

1. Dica do autor: Temos uma paciente em cuidados paliativos com um quadro de dor refratária a um opioide de intensidade intermediária, que é o Tramadol, já em sua intensidade máxima. O controle de dor é uma prioridade nessa paciente e uma meta a ser atingida. Vamos às alternativas analisando as opções propostas: Alternativa A: INCORRETA. A Codeína também é um opioide. Não devemos associar opioides, já que temos um mecanismo de ação semelhante em intensidades variáveis. Não agregaríamos benefício e sim efeitos adversos com essa associação. Alternativa B: CORRETA. Diante do contexto da refratariedade, estaria indicado substituirmos por um opioide com uma potência superior, como a Morfina. Alternativa C: INCORRETA. Associar outra medicação com um mecanismo de ação distinto para controle de dor é uma opção possível, porém a Dipirona tem uma potência analgésica inferior ao Tramadol e possivelmente não seria suficiente para controlar a dor da paciente, sendo uma conduta menos eficiente do que a exposta na alternativa anterior. Alternativa D: INCORRETA. Como exposto na alternativa A, não devemos associar dois opioides. O correto é, em caso de refratariedade, substituir um por outro com potência superior. Desta forma, a melhor resposta para essa questão é a alternativa B. Alternativa B.


2. Dica do autor: Questão bem direta e conceitual, que vai trazer os conceitos de distanásia, eutanásia e ortotanásia. Vamos revisá-los para partirmos para as alternativas. - Eutanásia: Morte antecipada com o objetivo de dar um fim ao sofrimento de doentes terminais, sem chances de recuperação. No Brasil, a eutanásia é proibida por lei; - Distanásia: Prolongamento artificial da vida e do sofrimento do paciente; - Ortotanásia: “Morte no tempo certo”, que visa a humanização do processo de morte do paciente. Os conselhos bioéticos trazem a ortotanásia como o principal objetivo dos agentes de saúde frente a terminalidade. Alternativa A: CORRETA. É a exata definição que vimos acima. Alternativa B: INCORRETA. Não é muito utilizado em pacientes em cuidados paliativos, até por ser uma prática proibida no nosso país. O alívio de sintomas está incluído na estratégia da ortotanásia no contexto dos cuidados de fim de vida. Alternativa C: INCORRETA. Ortotanásia e medicina ortomolecular não possuem qualquer relação. Alternativa D: INCORRETA. Difere do conceito anteriormente apresentado. Alternativa E: INCORRETA. Difere do conceito anteriormente apresentado. Resposta: Alternativa A.


3. Dica do autor: Os fatores de risco, segundo o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia do Ministério da Saúde, que mais se associam às quedas são: idade avançada (80 anos e mais); sexo feminino; história prévia de quedas; imobilidade; baixa aptidão física; fraqueza muscular de membros inferiores; fraqueza do aperto de mão; equilíbrio diminuído; marcha lenta com passos curtos; dano cognitivo; doença de Parkinson; sedativos, hipnóticos, ansiolíticos e polifarmácia. Conclusão: apenas sexo masculino, entre as alternativas, não é fator de risco para quedas. Resposta: alternativa E.


4. Dica do autor: A base dos cuidados paliativos é estabelecer a proporcionalidade de cuidados e o manejo básico de sintomas. Terapias invasivas que podem ser adequadas para determinados pacientes podem ser desproporcionais para outros, isto é, trazer mais danos que benefícios. Nesse contexto, o suporte de ventilação invasiva, medida que pode ser salvadora num contexto agudo de emergência, pode se tornar fútil e mesmo danosa após uma melhor avaliação fora de um contexto de emergência. Sendo assim, reavaliar esse tipo de medida invasiva e considerar uma extubação num paciente com doença terminal faz parte de um cuidado adequado. Embora seja um recurso pouco utilizado no Brasil em relação a países da Europa, não se trata de eutanásia (ato de abreviar a vida no intuito de aliviar um sofrimento, por exemplo, com uma injeção letal de KCl) e sim de ortotanásia (morte digna). Resposta: Alternativa D.


8. Dica do autor: A síndrome da fragilidade é definida como um estado clínico no qual há maior vulnerabilidade do organismo frente a estressores (doenças, hospitalização, medicamentos, quedas, etc.), tornando os indivíduos mais suscetíveis à incapacidade e à morte. Existem várias ferramentas que foram desenvolvidas para a identificação dos pacientes frágeis, mas ainda não há nenhuma reconhecida como padrão ouro. Como forma de rastreamento, foi desenvolvida a escala FRAIL, que é um método mnemônico em inglês para lembrarmos das perguntas que devemos realizar: Fatigue (Fadiga); Resistance (Resistência); Ambulation (Deambulação); Illnesses (Comorbidades); Loss of weight (Perda de peso). O instrumento SOF (Study of Osteoporotic Fractures) apresenta 3 componentes: perda de peso, incapacidade do sujeito para levantar de uma cadeira 5 vezes sem utilizar os braços e reduzido nível de energia, os quais são sensíveis para prever o risco de quedas, incapacidade, morte e fratura. Das opções descritas, a única que traz critérios adequados para o respectivo escore é a letra D. alternativa D.


9. Dica do autor: questão que aborda o tema cuidados paliativos para um paciente com um câncer sem proposta cirúrgica. Não temos maiores dados quanto a funcionalidade/status-performance desse paciente, mas a questão irá tratar dos princípios básicos que regem essa proposta. Segundo a OMS em conceito definido em 1990 e atualizado em 2002, “Cuidados Paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, por meio de identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais”. Perceba que é uma estratégia que busca enxergar o paciente como um todo, inserido no seu contexto social por complexo, com foco na prevenção e alívio de sofrimento diante de uma condição ameaçadora da vida. Nas alternativas destrincharemos mais algumas dessas nuances. Alternativa A: INCORRETA. Não precisamos iniciar a conversa e a estratégia de cuidados paliativos no momento de uma disfunção orgânica. O ideal é que isso envolva um planejamento de cuidados a longo prazo, instituído desde o momento do diagnóstico de qualquer doença crônica, sendo constantemente ajustado conforme a sua evolução, inclusive com o paciente participando desse planejamento dentro do que sua funcionalidade permite. Alternativa B: INCORRETA. Muito pelo contrário! A inserção dessa proposta de forma precoce fortalece os vínculos sociais, confere ao paciente maior autonomia e capacidade de decisão sobre o seu cuidado e sua própria vida, fortalecendo o vínculo com seus familiares e deixando todos mais confortáveis com a evolução e possíveis desfechos que podem se seguir. É importante lembrar que cuidados paliativos não é sinônimo de teto terapêutico ou fim de vida, mas sim uma abordagem ampla de cuidados que segue o paciente em toda a sua trajetória de doença, englobando diferentes tratamentos em diferentes momentos. Alternativa C: CORRETA. Alternativa alinhada com o conceito anteriormente exposto. Alternativa D: INCORRETA. O paciente é portador de uma doença crônica, se enquadrando justamente no perfil elencado acima nas alternativas anteriores. Desta forma, a melhor resposta para essa questão é a alternativa C. Resposta: Alternativa C.


15. Nível de dificuldade: Fácil. Dica do expert: Os cuidados paliativos são destinados a pessoas com doenças terminais em seus últimos momentos de vida e visam reduzir as dores e sofrimentos do processo de morte, oferecendo aos pacientes a dignidade que merecem, mesmo sem a perspectiva de cura. Nesse sentido, as prescrições e condutas médicas são sumariamente voltadas para o bem-estar dos pacientes, evitando procedimentos, exames e medicações que possam cursar com iatrogenias. Com esse propósito, os fármacos analgésicos de elevada potência, como opióides, psicotrópicos ou ansiolíticos, como neurolépticos e benzodiazepínicos, são comumente empregados nos casos de paliação, haja vista a prioridade no controle da dor e redução das aflições inerentes à situação. A - CORRETA: Os opióides são os analgésicos mais potentes e a morfina é o principal representante da classe em razão da disponibilidade, custo e aplicação. Apesar de ser um opióide forte, existem outros mais potentes, como a metadona. A forma de ação central dos opióides em relação à dispnéia ainda não é bem elucidada, mas acredita-se que eles reduzem a resposta bulbar à hipercapnia e hipoxemia, reduzindo a dispneia. Por outro lado, pode levar à temida depressão respiratória. B - ERRADA: O midazolam é um benzodiazepínico muito utilizado como agente hipnótico na intubação de sequência rápida, a depender da dose, pode possuir efeitos apenas ansiolíticos e servir como adjuvantes da morfina, por exemplo, no controle da dispneia. O rebaixamento do sistema nervoso central é verdadeiro, mas é dose dependente e a piora da dispneia é uma suposição errada. C - ERRADA: O tratamento farmacológico para a queixa de fadiga em pacientes com câncer tem mostrado resultados promissores. Esses medicamentos incluem o uso de psicoestimulantes tais como metilfenidato e dexmetilfenidato. Essas drogas são estimulantes do SNC, o que justifica o uso em situações de fadiga e narcolepsia. D - ERRADA: Esses medicamentos podem ser utilizados no delirium hiperativo. Todavia, vale salientar que metanálises recentes não evidenciaram menor gravidade do delirium ou menor tempo de doença. Por isso, a recomendação é guardar estas drogas para situações de extrema agitação em que as práticas não farmacológicas foram esgotadas. Apesar do emprego, nenhuma dessas medicações foi aprovada pelo FDA americano, o que torna o uso off-label e, por tanto, torna a alternativa inválida. E - ERRADA: Os opióides são medicamentos que causam constipação por gastroparesia. Por isso


A - CORRETA: Os opióides são os analgésicos mais potentes e a morfina é o principal representante da classe em razão da disponibilidade, custo e aplicação. Apesar de ser um opióide forte, existem outros mais potentes, como a metadona. A forma de ação central dos opióides em relação à dispnéia ainda não é bem elucidada, mas acredita-se que eles reduzem a resposta bulbar à hipercapnia e hipoxemia, reduzindo a dispneia. Por outro lado, pode levar à temida depressão respiratória.
B - ERRADA: O midazolam é um benzodiazepínico muito utilizado como agente hipnótico na intubação de sequência rápida, a depender da dose, pode possuir efeitos apenas ansiolíticos e servir como adjuvantes da morfina, por exemplo, no controle da dispneia. O rebaixamento do sistema nervoso central é verdadeiro, mas é dose dependente e a piora da dispneia é uma suposição errada.
C - ERRADA: O tratamento farmacológico para a queixa de fadiga em pacientes com câncer tem mostrado resultados promissores. Esses medicamentos incluem o uso de psicoestimulantes tais como metilfenidato e dexmetilfenidato. Essas drogas são estimulantes do SNC, o que justifica o uso em situações de fadiga e narcolepsia.
D - ERRADA: Esses medicamentos podem ser utilizados no delirium hiperativo. Todavia, vale salientar que metanálises recentes não evidenciaram menor gravidade do delirium ou menor tempo de doença. Por isso, a recomendação é guardar estas drogas para situações de extrema agitação em que as práticas não farmacológicas foram esgotadas. Apesar do emprego, nenhuma dessas medicações foi aprovada pelo FDA americano, o que torna o uso off-label e, por tanto, torna a alternativa inválida.
E - ERRADA: Os opióides são medicamentos que causam constipação por gastroparesia.

17. Nível de dificuldade: Fácil. Dica do expert: Segundo a OMS, o Cuidado Paliativo é uma estratégia que tem como objetivo melhorar a qualidade de vida tanto dos pacientes portadores de doenças ameaçadoras à vida, quanto de seus familiares. Para isso, são adotadas medidas preventivas e de alívio de sofrimento, através da identificação precoce e manejo da dor e outros problemas de cunho físico, psicossocial e espiritual. Desse modo, passou a ser incorporado na prática médica e abordado, portanto, nas Diretrizes Nacionais Curriculares (DCN) do curso de Medicina. Os preceitos/princípios relacionados aos cuidados paliativos e presentes nas DCN são: promover o alívio da dor e de outros sintomas desagradáveis; afirmar a vida e considerar a morte como um processo normal da vida; não acelerar nem adiar a morte; integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao paciente; oferecer um sistema de suporte que possibilite ao paciente viver tão ativamente quanto possível até o momento da sua morte; oferecer um sistema de suporte para auxiliar os familiares durante a doença do paciente e ao enfrentar o luto; abordagem multiprofissional para focar as necessidades dos pacientes e seus familiares, incluindo acompanhamento no luto; melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso da doença; e por fim, iniciar o mais precocemente possível, juntamente com outras medidas de prolongamento da vida, como a quimioterapia e a radioterapia, incluindo todas as investigações necessárias para melhor compreender e controlar situações clínicas estressante. A quimioterapia e radioterapia, apesar de serem consideradas medidas invasivas, quando instituídas em tempo oportuno, podem influenciar em prolongamento de vida sem sofrimento, aumentando qualidade de vida dos pacientes e, consequentemente, proporcionando bem-estar ao também serem importantes


18. Nível de dificuldade: Fácil Dica do professor: Aqui vamos analisar cada alternativa para entendermos os conceitos de cada uma acerca dos cuidados paliativos. Alternativa A. INCORRETA - A dor é um sintoma que deve ser prontamente tratado, a escolha do analgésico depende do nível de dor do paciente. Dor forte é igual prescrição de opióide forte. Por isso, a alternativa está incorreta ao colocar que usamos esses opióides apenas no contexto de processo ativo de morte. Alternativa B. CORRETA - Uma vez que o paciente tenha sua autonomia preservada, ou seja, tenha capacidade cognitiva de tomar suas próprias decisões, o médico, independente da posição da família, deve informar o paciente sobre seu diagnóstico se assim solicitado pelo mesmo. Alternativa C. INCORRETA - A morfina é a medicação de escolha para controle de dispneia e os benzodiazepínicos podem ser utilizados no contexto de uma dispneia por quadro de ansiedade ou mesmo no contexto de sedação paliativa. Alternativa D. INCORRETA - O haldol pode sim ser utilizado como antiemético e tem um bom efeito para controle desse sintoma. Alternativa E. INCORRETA - Por fim, essa assertiva que sempre tentamos desmistificar em relação a esse tema.


a) INCORRETA - A dor é um sintoma que deve ser prontamente tratado, a escolha do analgésico depende do nível de dor do paciente. Dor forte é igual prescrição de opióide forte. Por isso, a alternativa está incorreta ao colocar que usamos esses opióides apenas no contexto de processo ativo de morte.
b) CORRETA - Uma vez que o paciente tenha sua autonomia preservada, ou seja, tenha capacidade cognitiva de tomar suas próprias decisões, o médico, independente da posição da família, deve informar o paciente sobre seu diagnóstico se assim solicitado pelo mesmo.
c) INCORRETA - A morfina é a medicação de escolha para controle de dispneia e os benzodiazepínicos podem ser utilizados no contexto de uma dispneia por quadro de ansiedade ou mesmo no contexto de sedação paliativa.
d) INCORRETA - O haldol pode sim ser utilizado como antiemético e tem um bom efeito para controle desse sintoma.
e) INCORRETA - Por fim, essa assertiva que sempre tentamos desmistificar em relação a esse tema.

22. Nível de dificuldade: Fácil. Dica do expert: A ação dos opioides, em sua maioria, depende da ligação da substância aos receptores do tipo Mu no sistema nervoso central (SNC), desencadeando inibiação das vias aferenes da dor. O resultado é a alteração da percepção e da resposta à dor, além de depressão generalizada do SNC. Outras modificações promovidas por este grupo incluem a abertura dos canais de potássio e o bloqueio da liberação de cálcio nos canais controlados por voltagem, o que promove hiperpolarização, redução da excitabilidade do neurônio e da liberação de neurotransmissores. Por outro lado, algumas outras vias neuronais têm sua atividade aumentada com o efeito opioide, em razão de um processo de desinibição por supressão da atuação de neurônios inibitórios. Mas de REVISÃO: MÓDULO DE ENVELHECIMENTO MONITORA: JEANINNE AZEVEDO GABARITO - TURMA 08 onde, afinal, retiramos as substâncias opiáceas? Muitas das que possuem atividade farmacológica importante são encontradas em um vegetal denominado Papaver somniferum, também conhecida como papoula do oriente. A extração se dá ao se fazer cortes na cápsula da papoula ainda verde para promover a captação de uma substância leitosa, o ópio. Todos os derivados dessa substância são denominados opiáceos, ou seja, derivadas do ópio. Posteriormente, de acordo com o processamento a que são submetidos, podem originar opiáceos naturais, quando não sofrem nenhuma modificação (morfina, codeína) ou opiáceos semi-sintéticos, quando são resultantes de modificações parciais das substâncias naturais (como é o caso da heroína). Alternativa B.


24. Nível de dificuldade: Fácil. Dica do expert: A capacidade de divulgar más notícias com empatia é uma habilidade essencial para todos os médicos, sobretudo para aqueles que lidam frequentemente com pacientes portadores de doenças terminais. Uma forma adequada de se fazer isso é através do protocolo SPIKES. Através de seis etapas, essa ferramenta visa ajudar o profissional de saúde a transmitir informações ruins aos seus pacientes, oferecendo apoio e solidariedade. Além disso, ajuda a garantir que o paciente recebeu e entendeu a informação de forma clara e adequada. De uma forma geral, as seis etapas para atingir esses objetivos consistem em: 1) SETTING UP: preparar o ambiente para o encontro, priorizando lugares tranquilos e seguros. 2) PERCEPTION: investigar o quanto o paciente sabe sobre a sua condição. 3) INVITATION: convidar o paciente para o diálogo, respeitando até que ponto ele quer saber sobre o que está acontecendo com ele. 4) KNOWLEDGE: transmitir as informações, se preocupando em mostrar empatia e em utilizar um vocabulário adequado. 5) EMOTIONS: permitir que o paciente expresse suas emoções, medos e inseguranças. E por fim, 6) STRATEGY AND SUMMARY: deixar claro que ele não está sozinho e oferecer as opções de tratamento disponíveis para a doença. Assim, a alternativa REVISÃO: MÓDULO DE ENVELHECIMENTO MONITORA: JEANINNE AZEVEDO GABARITO - TURMA 08 INCORRETA é a letra C. O médico não deve omitir informações ao paciente, mas sim, passar essas informações de forma adequada e empática. Alternativa C.


26. Nível de dificuldade: Fácil. Dica do expert: Os cuidados paliativos focam na melhoria da qualidade de vida de pacientes com doenças graves e suas famílias. Essa abordagem pode incluir o alívio da dor e/ou outros sintomas angustiantes, integrando aspectos psicológicos e espirituais do cuidado, auxiliando na tomada de decisões difíceis e apoiando pacientes e familiares. Os cuidados paliativos podem ser fornecidos juntamente com terapias destinadas a tratar a doença subjacente ou prolongar a vida (por exemplo, quimioterapia), e são apropriados em qualquer idade ou estágio de doença grave, podendo ser iniciado no momento do diagnóstico de uma doença ameaçadora da vida e não apenas quando não houver mais possibilidade de tratamento ou piora do estado geral do paciente. Dessa forma, a alternativa que melhor responde a questão é a alternativa E.


a) Alternativa A: FALSA. A ultrassonografia de tireoide está indicada em pacientes que possuem algum achado clínico que nos sugiram uma afecção tireoidiana, como nódulos palpáveis, aumento da glândula, hiper/hipotireoidismo. Além disso, a urocultura está indicada em pacientes, por exemplo, que possuam suspeita de infecção do trato urinário. Alternativa B: FALSA. A ultrassonografia de aorta abdominal não precisa ser realizada em todo paciente acima de 70 anos. Devemos ter uma suspeita ou achado clínico que nos leve a solicitar o exame, tal como um sopro de aorta abdominal. Alternativa C: FALSA. USG de tireoide não é indicada como exame de rastreio em pacientes sem suspeita clínica de doença tireoidiana. Alternativa D: VERDADEIRA. Vide dica do expert. Alternativa E: FALSA. Urocultura não é indicado como exame de rastreio para pacientes de 70 anos, assintomáticas, sem outras comorbidades e do sexo feminino. Alternativa D.

27. Nível de dificuldade: Moderado Dica do Professor: A questão não escreve de forma explícita que trata-se de um paciente em cuidados paliativos, mas nos dá vários indicativos de que não há proposta curativa para esse paciente: 85 anos com demência, lesão expansiva de cólon e múltiplos nódulos pulmonares. Chega esse paciente com desconforto respiratório e rebaixamento do nível de consciência. Qual a conduta mais apropriada?


a) CORRETA. Alternativa A.
b) INCORRETA. Essa alternativa traz várias condutas que devem ser consideradas desproporcionais.
c) INCORRETA. Essa alternativa também traz condutas desproporcionais, porém com um foco mais diagnóstico do que a alternativa B.
d) INCORRETA. Essa alternativa não faz muito sentido, visto que mistura medidas desproporcionais com a indicação de cuidados paliativos.
e) INCORRETA. A indicação de cuidados paliativos não se dá, especificamente, por conta da demência. Além disso, provavelmente não há indicação cirúrgica de tratamento.

30. Nível de dificuldade: fácil Dica do expert: A polifarmácia, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é o uso rotineiro e concomitante de quatro ou mais medicamentos (com ou sem prescrição médica) por um paciente. O aumento da expectativa de vida associado ao aumento da prevalência de doenças crônicas, mais comum entre idosos, resulta em uma maior utilização simultânea de múltiplos medicamentos. Em alguns casos a polifarmácia é necessária para que todas as condições clínicas do paciente recebam tratamento adequado. Contudo, devido ao potencial de causar danos ao paciente, é importante que essas prescrições sejam constantemente revisadas e seja feita uma desprescrição quando possível. Alternativa A: INCORRETA. A polifarmácia é definida a partir do uso concomitante de quatro ou mais medicamentos. Alternativa B: CORRETA. A polifarmácia está associada ao aumento dos riscos de hospitalização, de declínio funcional, de deficiência cognitiva, de não adesão ao tratamento, de reações adversas e de interações medicamento-medicamento. As quedas também são consequência da polifarmácia e representam importante causa de morbidade e mortalidade entre os idosos. Alternativa C: INCORRETA. Muito pelo contrário. A hospitalização aumenta o risco da polifarmácia e o contrário também é verdade: a polifarmácia aumenta o risco de hospitalizações. Alternativa D: INCORRETA. A cascata de prescrição ou cascata de iatrogenia é quando uma medicação foi prescrita para tratar o efeito colateral da outra. Portanto é um fator de risco para polifarmácia e não um fator de proteção. Alternativa E: INCORRETA. A desprescrição deve ser estimulada e consiste no processo de identificação e descontinuação de medicamentos desnecessários, inefetivos, inseguros ou potencialmente inadequados. É muito importante que as receitas médicas sejam revisadas, principalmente a nível de atenção básica. alternativa B


a) INCORRETA. A polifarmácia é definida a partir do uso concomitante de quatro ou mais medicamentos.
b) CORRETA. A polifarmácia está associada ao aumento dos riscos de hospitalização, de declínio funcional, de deficiência cognitiva, de não adesão ao tratamento, de reações adversas e de interações medicamento-medicamento. As quedas também são consequência da polifarmácia e representam importante causa de morbidade e mortalidade entre os idosos.
c) INCORRETA. Muito pelo contrário. A hospitalização aumenta o risco da polifarmácia e o contrário também é verdade: a polifarmácia aumenta o risco de hospitalizações.
d) INCORRETA. A cascata de prescrição ou cascata de iatrogenia é quando uma medicação foi prescrita para tratar o efeito colateral da outra. Portanto é um fator de risco para polifarmácia e não um fator de proteção.
e) INCORRETA. A desprescrição deve ser estimulada e consiste no processo de identificação e descontinuação de medicamentos desnecessários, inefetivos, inseguros ou potencialmente inadequados. É muito importante que as receitas médicas sejam revisadas, principalmente a nível de atenção básica.

e podem ser adequadas para determinados pacientes podem ser desproporcionais para outros, isto é, trazer mais danos que benefícios. Nesse contexto, o suporte de ventilação invasiva, medida que pode ser salvadora num contexto agudo de emergência, pode se tornar fútil e mesmo danosa após uma melhor avaliação fora de um contexto de emergência. Sendo assim, reavaliar esse tipo de medida invasiva e considerar uma extubação num paciente com doença terminal faz parte de um cuidado adequado. Embora seja um recurso pouco utilizado no Brasil em relação a países da Europa, não se trata de eutanásia (ato de abreviar a vida no intuito de aliviar um sofrimento, por exemplo, com uma injeção letal de KCl) e sim de ortotanásia (morte digna, na qual o paciente em finitude não é submetido a procedimentos que prolonguem sua vida de forma artificial, causando apenas sofrimento). Portanto, analisando as afirmativas, percebemos que ambas estão erradas, por considerar que a extubação não pode ser realizada. Alternativa E.


A síndrome da fragilidade é definida como um estado clínico no qual há maior vulnerabilidade do organismo frente a estressores (doenças, hospitalização, medicamentos, quedas, etc.), tornando os indivíduos mais suscetíveis à incapacidade e à morte. Existem várias ferramentas que foram desenvolvidas para a identificação dos pacientes frágeis, mas ainda não há nenhuma reconhecida como padrão ouro. Como forma de rastreamento, foi desenvolvida a escala FRAIL, que é um método mnemônico em inglês para lembrarmos das perguntas que devemos realizar: Fatigue (Fadiga); Resistance (Resistência); Ambulation (Deambulação); Illnesses (Comorbidades); Loss of weight (Perda de peso). O instrumento SOF (Study of Osteoporotic Fractures) apresenta 3 componentes: perda de peso, incapacidade do sujeito para levantar de uma cadeira 5 vezes sem utilizar os braços e reduzido nível de energia, os quais são sensíveis para prever o risco de quedas, incapacidade, morte e fratura. Das opções descritas, a única que traz critérios adequados para o respectivo escore é a letra D. alternativa D.


a) INCORRETA. Não precisamos iniciar a conversa e a estratégia de cuidados paliativos no momento de uma disfunção orgânica. O ideal é que isso envolva um planejamento de cuidados a longo prazo, instituído desde o momento do diagnóstico de qualquer doença crônica, sendo constantemente ajustado conforme a sua evolução, inclusive com o paciente participando desse planejamento dentro do que sua funcionalidade permite.
b) INCORRETA. Muito pelo contrário! A inserção dessa proposta de forma precoce fortalece os vínculos sociais, confere ao paciente maior autonomia e capacidade de decisão sobre o seu cuidado e sua própria vida, fortalecendo o vínculo com seus familiares e deixando todos mais confortáveis com a evolução e possíveis desfechos que podem se seguir. É importante lembrar que cuidados paliativos não é sinônimo de teto terapêutico ou fim de vida, mas sim uma abordagem ampla de cuidados que segue o paciente em toda a sua trajetória de doença, englobando diferentes tratamentos em diferentes momentos.
c) INCORRETA.
d) CORRETA. A síndrome da fragilidade é definida como um estado clínico no qual há maior vulnerabilidade do organismo frente a estressores (doenças, hospitalização, medicamentos, quedas, etc.), tornando os indivíduos mais suscetíveis à incapacidade e à morte. Existem várias ferramentas que foram desenvolvidas para a identificação dos pacientes frágeis, mas ainda não há nenhuma reconhecida como padrão ouro. Como forma de rastreamento, foi desenvolvida a escala FRAIL, que é um método mnemônico em inglês para lembrarmos das perguntas que devemos realizar: Fatigue (Fadiga); Resistance (Resistência); Ambulation (Deambulação); Illnesses (Comorbidades); Loss of weight (Perda de peso). O instrumento SOF (Study of Osteoporotic Fractures) apresenta 3 componentes: perda de peso, incapacidade do sujeito para levantar de uma cadeira 5 vezes sem utilizar os braços e reduzido nível de energia, os quais são sensíveis para prever o risco de quedas, incapacidade, morte e fratura. Das opções descritas, a única que traz critérios adequados para o respectivo escore é a letra D.

Questão que aborda o tema cuidados paliativos para um paciente com um câncer sem proposta cirúrgica. Não temos maiores dados quanto a funcionalidade/status-performance desse paciente, mas a questão irá tratar dos princípios básicos que regem essa proposta. Segundo a OMS em conceito definido em 1990 e atualizado em 2002, “Cuidados Paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, por meio de identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais”. Perceba que é uma estratégia que busca enxergar o paciente como um todo, inserido no seu contexto social por complexo, com foco na prevenção e alívio de sofrimento diante de uma condição ameaçadora da vida. Nas alternativas destrincharemos mais algumas dessas nuances.


a) INCORRETA. Não precisamos iniciar a conversa e a estratégia de cuidados paliativos no momento de uma disfunção orgânica. O ideal é que isso envolva um planejamento de cuidados a longo prazo, instituído desde o momento do diagnóstico de qualquer doença crônica, sendo constantemente ajustado conforme a sua evolução, inclusive com o paciente participando desse planejamento dentro do que sua funcionalidade permite.
b) INCORRETA. Muito pelo contrário! A inserção dessa proposta de forma precoce fortalece os vínculos sociais, confere ao paciente maior autonomia e capacidade de decisão sobre o seu cuidado e sua própria vida, fortalecendo o vínculo com seus familiares e deixando todos mais confortáveis com a evolução e possíveis desfechos que podem se seguir. É importante lembrar que cuidados paliativos não é sinônimo de teto terapêutico ou fim de vida, mas sim uma abordagem ampla de cuidados que segue o paciente em toda a sua trajetória de doença, englobando diferentes tratamentos em diferentes momentos.
c) INCORRETA.
d) CORRETA. Segundo a OMS em conceito definido em 1990 e atualizado em 2002, “Cuidados Paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, por meio de identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais”. Perceba que é uma estratégia que busca enxergar o paciente como um todo, inserido no seu contexto social por complexo, com foco na prevenção e alívio de sofrimento diante de uma condição ameaçadora da vida.

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Questões resolvidas

1. Dica do autor: Temos uma paciente em cuidados paliativos com um quadro de dor refratária a um opioide de intensidade intermediária, que é o Tramadol, já em sua intensidade máxima. O controle de dor é uma prioridade nessa paciente e uma meta a ser atingida. Vamos às alternativas analisando as opções propostas: Alternativa A: INCORRETA. A Codeína também é um opioide. Não devemos associar opioides, já que temos um mecanismo de ação semelhante em intensidades variáveis. Não agregaríamos benefício e sim efeitos adversos com essa associação. Alternativa B: CORRETA. Diante do contexto da refratariedade, estaria indicado substituirmos por um opioide com uma potência superior, como a Morfina. Alternativa C: INCORRETA. Associar outra medicação com um mecanismo de ação distinto para controle de dor é uma opção possível, porém a Dipirona tem uma potência analgésica inferior ao Tramadol e possivelmente não seria suficiente para controlar a dor da paciente, sendo uma conduta menos eficiente do que a exposta na alternativa anterior. Alternativa D: INCORRETA. Como exposto na alternativa A, não devemos associar dois opioides. O correto é, em caso de refratariedade, substituir um por outro com potência superior. Desta forma, a melhor resposta para essa questão é a alternativa B. Alternativa B.


2. Dica do autor: Questão bem direta e conceitual, que vai trazer os conceitos de distanásia, eutanásia e ortotanásia. Vamos revisá-los para partirmos para as alternativas. - Eutanásia: Morte antecipada com o objetivo de dar um fim ao sofrimento de doentes terminais, sem chances de recuperação. No Brasil, a eutanásia é proibida por lei; - Distanásia: Prolongamento artificial da vida e do sofrimento do paciente; - Ortotanásia: “Morte no tempo certo”, que visa a humanização do processo de morte do paciente. Os conselhos bioéticos trazem a ortotanásia como o principal objetivo dos agentes de saúde frente a terminalidade. Alternativa A: CORRETA. É a exata definição que vimos acima. Alternativa B: INCORRETA. Não é muito utilizado em pacientes em cuidados paliativos, até por ser uma prática proibida no nosso país. O alívio de sintomas está incluído na estratégia da ortotanásia no contexto dos cuidados de fim de vida. Alternativa C: INCORRETA. Ortotanásia e medicina ortomolecular não possuem qualquer relação. Alternativa D: INCORRETA. Difere do conceito anteriormente apresentado. Alternativa E: INCORRETA. Difere do conceito anteriormente apresentado. Resposta: Alternativa A.


3. Dica do autor: Os fatores de risco, segundo o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia do Ministério da Saúde, que mais se associam às quedas são: idade avançada (80 anos e mais); sexo feminino; história prévia de quedas; imobilidade; baixa aptidão física; fraqueza muscular de membros inferiores; fraqueza do aperto de mão; equilíbrio diminuído; marcha lenta com passos curtos; dano cognitivo; doença de Parkinson; sedativos, hipnóticos, ansiolíticos e polifarmácia. Conclusão: apenas sexo masculino, entre as alternativas, não é fator de risco para quedas. Resposta: alternativa E.


4. Dica do autor: A base dos cuidados paliativos é estabelecer a proporcionalidade de cuidados e o manejo básico de sintomas. Terapias invasivas que podem ser adequadas para determinados pacientes podem ser desproporcionais para outros, isto é, trazer mais danos que benefícios. Nesse contexto, o suporte de ventilação invasiva, medida que pode ser salvadora num contexto agudo de emergência, pode se tornar fútil e mesmo danosa após uma melhor avaliação fora de um contexto de emergência. Sendo assim, reavaliar esse tipo de medida invasiva e considerar uma extubação num paciente com doença terminal faz parte de um cuidado adequado. Embora seja um recurso pouco utilizado no Brasil em relação a países da Europa, não se trata de eutanásia (ato de abreviar a vida no intuito de aliviar um sofrimento, por exemplo, com uma injeção letal de KCl) e sim de ortotanásia (morte digna). Resposta: Alternativa D.


8. Dica do autor: A síndrome da fragilidade é definida como um estado clínico no qual há maior vulnerabilidade do organismo frente a estressores (doenças, hospitalização, medicamentos, quedas, etc.), tornando os indivíduos mais suscetíveis à incapacidade e à morte. Existem várias ferramentas que foram desenvolvidas para a identificação dos pacientes frágeis, mas ainda não há nenhuma reconhecida como padrão ouro. Como forma de rastreamento, foi desenvolvida a escala FRAIL, que é um método mnemônico em inglês para lembrarmos das perguntas que devemos realizar: Fatigue (Fadiga); Resistance (Resistência); Ambulation (Deambulação); Illnesses (Comorbidades); Loss of weight (Perda de peso). O instrumento SOF (Study of Osteoporotic Fractures) apresenta 3 componentes: perda de peso, incapacidade do sujeito para levantar de uma cadeira 5 vezes sem utilizar os braços e reduzido nível de energia, os quais são sensíveis para prever o risco de quedas, incapacidade, morte e fratura. Das opções descritas, a única que traz critérios adequados para o respectivo escore é a letra D. alternativa D.


9. Dica do autor: questão que aborda o tema cuidados paliativos para um paciente com um câncer sem proposta cirúrgica. Não temos maiores dados quanto a funcionalidade/status-performance desse paciente, mas a questão irá tratar dos princípios básicos que regem essa proposta. Segundo a OMS em conceito definido em 1990 e atualizado em 2002, “Cuidados Paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, por meio de identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais”. Perceba que é uma estratégia que busca enxergar o paciente como um todo, inserido no seu contexto social por complexo, com foco na prevenção e alívio de sofrimento diante de uma condição ameaçadora da vida. Nas alternativas destrincharemos mais algumas dessas nuances. Alternativa A: INCORRETA. Não precisamos iniciar a conversa e a estratégia de cuidados paliativos no momento de uma disfunção orgânica. O ideal é que isso envolva um planejamento de cuidados a longo prazo, instituído desde o momento do diagnóstico de qualquer doença crônica, sendo constantemente ajustado conforme a sua evolução, inclusive com o paciente participando desse planejamento dentro do que sua funcionalidade permite. Alternativa B: INCORRETA. Muito pelo contrário! A inserção dessa proposta de forma precoce fortalece os vínculos sociais, confere ao paciente maior autonomia e capacidade de decisão sobre o seu cuidado e sua própria vida, fortalecendo o vínculo com seus familiares e deixando todos mais confortáveis com a evolução e possíveis desfechos que podem se seguir. É importante lembrar que cuidados paliativos não é sinônimo de teto terapêutico ou fim de vida, mas sim uma abordagem ampla de cuidados que segue o paciente em toda a sua trajetória de doença, englobando diferentes tratamentos em diferentes momentos. Alternativa C: CORRETA. Alternativa alinhada com o conceito anteriormente exposto. Alternativa D: INCORRETA. O paciente é portador de uma doença crônica, se enquadrando justamente no perfil elencado acima nas alternativas anteriores. Desta forma, a melhor resposta para essa questão é a alternativa C. Resposta: Alternativa C.


15. Nível de dificuldade: Fácil. Dica do expert: Os cuidados paliativos são destinados a pessoas com doenças terminais em seus últimos momentos de vida e visam reduzir as dores e sofrimentos do processo de morte, oferecendo aos pacientes a dignidade que merecem, mesmo sem a perspectiva de cura. Nesse sentido, as prescrições e condutas médicas são sumariamente voltadas para o bem-estar dos pacientes, evitando procedimentos, exames e medicações que possam cursar com iatrogenias. Com esse propósito, os fármacos analgésicos de elevada potência, como opióides, psicotrópicos ou ansiolíticos, como neurolépticos e benzodiazepínicos, são comumente empregados nos casos de paliação, haja vista a prioridade no controle da dor e redução das aflições inerentes à situação. A - CORRETA: Os opióides são os analgésicos mais potentes e a morfina é o principal representante da classe em razão da disponibilidade, custo e aplicação. Apesar de ser um opióide forte, existem outros mais potentes, como a metadona. A forma de ação central dos opióides em relação à dispnéia ainda não é bem elucidada, mas acredita-se que eles reduzem a resposta bulbar à hipercapnia e hipoxemia, reduzindo a dispneia. Por outro lado, pode levar à temida depressão respiratória. B - ERRADA: O midazolam é um benzodiazepínico muito utilizado como agente hipnótico na intubação de sequência rápida, a depender da dose, pode possuir efeitos apenas ansiolíticos e servir como adjuvantes da morfina, por exemplo, no controle da dispneia. O rebaixamento do sistema nervoso central é verdadeiro, mas é dose dependente e a piora da dispneia é uma suposição errada. C - ERRADA: O tratamento farmacológico para a queixa de fadiga em pacientes com câncer tem mostrado resultados promissores. Esses medicamentos incluem o uso de psicoestimulantes tais como metilfenidato e dexmetilfenidato. Essas drogas são estimulantes do SNC, o que justifica o uso em situações de fadiga e narcolepsia. D - ERRADA: Esses medicamentos podem ser utilizados no delirium hiperativo. Todavia, vale salientar que metanálises recentes não evidenciaram menor gravidade do delirium ou menor tempo de doença. Por isso, a recomendação é guardar estas drogas para situações de extrema agitação em que as práticas não farmacológicas foram esgotadas. Apesar do emprego, nenhuma dessas medicações foi aprovada pelo FDA americano, o que torna o uso off-label e, por tanto, torna a alternativa inválida. E - ERRADA: Os opióides são medicamentos que causam constipação por gastroparesia. Por isso


A - CORRETA: Os opióides são os analgésicos mais potentes e a morfina é o principal representante da classe em razão da disponibilidade, custo e aplicação. Apesar de ser um opióide forte, existem outros mais potentes, como a metadona. A forma de ação central dos opióides em relação à dispnéia ainda não é bem elucidada, mas acredita-se que eles reduzem a resposta bulbar à hipercapnia e hipoxemia, reduzindo a dispneia. Por outro lado, pode levar à temida depressão respiratória.
B - ERRADA: O midazolam é um benzodiazepínico muito utilizado como agente hipnótico na intubação de sequência rápida, a depender da dose, pode possuir efeitos apenas ansiolíticos e servir como adjuvantes da morfina, por exemplo, no controle da dispneia. O rebaixamento do sistema nervoso central é verdadeiro, mas é dose dependente e a piora da dispneia é uma suposição errada.
C - ERRADA: O tratamento farmacológico para a queixa de fadiga em pacientes com câncer tem mostrado resultados promissores. Esses medicamentos incluem o uso de psicoestimulantes tais como metilfenidato e dexmetilfenidato. Essas drogas são estimulantes do SNC, o que justifica o uso em situações de fadiga e narcolepsia.
D - ERRADA: Esses medicamentos podem ser utilizados no delirium hiperativo. Todavia, vale salientar que metanálises recentes não evidenciaram menor gravidade do delirium ou menor tempo de doença. Por isso, a recomendação é guardar estas drogas para situações de extrema agitação em que as práticas não farmacológicas foram esgotadas. Apesar do emprego, nenhuma dessas medicações foi aprovada pelo FDA americano, o que torna o uso off-label e, por tanto, torna a alternativa inválida.
E - ERRADA: Os opióides são medicamentos que causam constipação por gastroparesia.

17. Nível de dificuldade: Fácil. Dica do expert: Segundo a OMS, o Cuidado Paliativo é uma estratégia que tem como objetivo melhorar a qualidade de vida tanto dos pacientes portadores de doenças ameaçadoras à vida, quanto de seus familiares. Para isso, são adotadas medidas preventivas e de alívio de sofrimento, através da identificação precoce e manejo da dor e outros problemas de cunho físico, psicossocial e espiritual. Desse modo, passou a ser incorporado na prática médica e abordado, portanto, nas Diretrizes Nacionais Curriculares (DCN) do curso de Medicina. Os preceitos/princípios relacionados aos cuidados paliativos e presentes nas DCN são: promover o alívio da dor e de outros sintomas desagradáveis; afirmar a vida e considerar a morte como um processo normal da vida; não acelerar nem adiar a morte; integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao paciente; oferecer um sistema de suporte que possibilite ao paciente viver tão ativamente quanto possível até o momento da sua morte; oferecer um sistema de suporte para auxiliar os familiares durante a doença do paciente e ao enfrentar o luto; abordagem multiprofissional para focar as necessidades dos pacientes e seus familiares, incluindo acompanhamento no luto; melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso da doença; e por fim, iniciar o mais precocemente possível, juntamente com outras medidas de prolongamento da vida, como a quimioterapia e a radioterapia, incluindo todas as investigações necessárias para melhor compreender e controlar situações clínicas estressante. A quimioterapia e radioterapia, apesar de serem consideradas medidas invasivas, quando instituídas em tempo oportuno, podem influenciar em prolongamento de vida sem sofrimento, aumentando qualidade de vida dos pacientes e, consequentemente, proporcionando bem-estar ao também serem importantes


18. Nível de dificuldade: Fácil Dica do professor: Aqui vamos analisar cada alternativa para entendermos os conceitos de cada uma acerca dos cuidados paliativos. Alternativa A. INCORRETA - A dor é um sintoma que deve ser prontamente tratado, a escolha do analgésico depende do nível de dor do paciente. Dor forte é igual prescrição de opióide forte. Por isso, a alternativa está incorreta ao colocar que usamos esses opióides apenas no contexto de processo ativo de morte. Alternativa B. CORRETA - Uma vez que o paciente tenha sua autonomia preservada, ou seja, tenha capacidade cognitiva de tomar suas próprias decisões, o médico, independente da posição da família, deve informar o paciente sobre seu diagnóstico se assim solicitado pelo mesmo. Alternativa C. INCORRETA - A morfina é a medicação de escolha para controle de dispneia e os benzodiazepínicos podem ser utilizados no contexto de uma dispneia por quadro de ansiedade ou mesmo no contexto de sedação paliativa. Alternativa D. INCORRETA - O haldol pode sim ser utilizado como antiemético e tem um bom efeito para controle desse sintoma. Alternativa E. INCORRETA - Por fim, essa assertiva que sempre tentamos desmistificar em relação a esse tema.


a) INCORRETA - A dor é um sintoma que deve ser prontamente tratado, a escolha do analgésico depende do nível de dor do paciente. Dor forte é igual prescrição de opióide forte. Por isso, a alternativa está incorreta ao colocar que usamos esses opióides apenas no contexto de processo ativo de morte.
b) CORRETA - Uma vez que o paciente tenha sua autonomia preservada, ou seja, tenha capacidade cognitiva de tomar suas próprias decisões, o médico, independente da posição da família, deve informar o paciente sobre seu diagnóstico se assim solicitado pelo mesmo.
c) INCORRETA - A morfina é a medicação de escolha para controle de dispneia e os benzodiazepínicos podem ser utilizados no contexto de uma dispneia por quadro de ansiedade ou mesmo no contexto de sedação paliativa.
d) INCORRETA - O haldol pode sim ser utilizado como antiemético e tem um bom efeito para controle desse sintoma.
e) INCORRETA - Por fim, essa assertiva que sempre tentamos desmistificar em relação a esse tema.

22. Nível de dificuldade: Fácil. Dica do expert: A ação dos opioides, em sua maioria, depende da ligação da substância aos receptores do tipo Mu no sistema nervoso central (SNC), desencadeando inibiação das vias aferenes da dor. O resultado é a alteração da percepção e da resposta à dor, além de depressão generalizada do SNC. Outras modificações promovidas por este grupo incluem a abertura dos canais de potássio e o bloqueio da liberação de cálcio nos canais controlados por voltagem, o que promove hiperpolarização, redução da excitabilidade do neurônio e da liberação de neurotransmissores. Por outro lado, algumas outras vias neuronais têm sua atividade aumentada com o efeito opioide, em razão de um processo de desinibição por supressão da atuação de neurônios inibitórios. Mas de REVISÃO: MÓDULO DE ENVELHECIMENTO MONITORA: JEANINNE AZEVEDO GABARITO - TURMA 08 onde, afinal, retiramos as substâncias opiáceas? Muitas das que possuem atividade farmacológica importante são encontradas em um vegetal denominado Papaver somniferum, também conhecida como papoula do oriente. A extração se dá ao se fazer cortes na cápsula da papoula ainda verde para promover a captação de uma substância leitosa, o ópio. Todos os derivados dessa substância são denominados opiáceos, ou seja, derivadas do ópio. Posteriormente, de acordo com o processamento a que são submetidos, podem originar opiáceos naturais, quando não sofrem nenhuma modificação (morfina, codeína) ou opiáceos semi-sintéticos, quando são resultantes de modificações parciais das substâncias naturais (como é o caso da heroína). Alternativa B.


24. Nível de dificuldade: Fácil. Dica do expert: A capacidade de divulgar más notícias com empatia é uma habilidade essencial para todos os médicos, sobretudo para aqueles que lidam frequentemente com pacientes portadores de doenças terminais. Uma forma adequada de se fazer isso é através do protocolo SPIKES. Através de seis etapas, essa ferramenta visa ajudar o profissional de saúde a transmitir informações ruins aos seus pacientes, oferecendo apoio e solidariedade. Além disso, ajuda a garantir que o paciente recebeu e entendeu a informação de forma clara e adequada. De uma forma geral, as seis etapas para atingir esses objetivos consistem em: 1) SETTING UP: preparar o ambiente para o encontro, priorizando lugares tranquilos e seguros. 2) PERCEPTION: investigar o quanto o paciente sabe sobre a sua condição. 3) INVITATION: convidar o paciente para o diálogo, respeitando até que ponto ele quer saber sobre o que está acontecendo com ele. 4) KNOWLEDGE: transmitir as informações, se preocupando em mostrar empatia e em utilizar um vocabulário adequado. 5) EMOTIONS: permitir que o paciente expresse suas emoções, medos e inseguranças. E por fim, 6) STRATEGY AND SUMMARY: deixar claro que ele não está sozinho e oferecer as opções de tratamento disponíveis para a doença. Assim, a alternativa REVISÃO: MÓDULO DE ENVELHECIMENTO MONITORA: JEANINNE AZEVEDO GABARITO - TURMA 08 INCORRETA é a letra C. O médico não deve omitir informações ao paciente, mas sim, passar essas informações de forma adequada e empática. Alternativa C.


26. Nível de dificuldade: Fácil. Dica do expert: Os cuidados paliativos focam na melhoria da qualidade de vida de pacientes com doenças graves e suas famílias. Essa abordagem pode incluir o alívio da dor e/ou outros sintomas angustiantes, integrando aspectos psicológicos e espirituais do cuidado, auxiliando na tomada de decisões difíceis e apoiando pacientes e familiares. Os cuidados paliativos podem ser fornecidos juntamente com terapias destinadas a tratar a doença subjacente ou prolongar a vida (por exemplo, quimioterapia), e são apropriados em qualquer idade ou estágio de doença grave, podendo ser iniciado no momento do diagnóstico de uma doença ameaçadora da vida e não apenas quando não houver mais possibilidade de tratamento ou piora do estado geral do paciente. Dessa forma, a alternativa que melhor responde a questão é a alternativa E.


a) Alternativa A: FALSA. A ultrassonografia de tireoide está indicada em pacientes que possuem algum achado clínico que nos sugiram uma afecção tireoidiana, como nódulos palpáveis, aumento da glândula, hiper/hipotireoidismo. Além disso, a urocultura está indicada em pacientes, por exemplo, que possuam suspeita de infecção do trato urinário. Alternativa B: FALSA. A ultrassonografia de aorta abdominal não precisa ser realizada em todo paciente acima de 70 anos. Devemos ter uma suspeita ou achado clínico que nos leve a solicitar o exame, tal como um sopro de aorta abdominal. Alternativa C: FALSA. USG de tireoide não é indicada como exame de rastreio em pacientes sem suspeita clínica de doença tireoidiana. Alternativa D: VERDADEIRA. Vide dica do expert. Alternativa E: FALSA. Urocultura não é indicado como exame de rastreio para pacientes de 70 anos, assintomáticas, sem outras comorbidades e do sexo feminino. Alternativa D.

27. Nível de dificuldade: Moderado Dica do Professor: A questão não escreve de forma explícita que trata-se de um paciente em cuidados paliativos, mas nos dá vários indicativos de que não há proposta curativa para esse paciente: 85 anos com demência, lesão expansiva de cólon e múltiplos nódulos pulmonares. Chega esse paciente com desconforto respiratório e rebaixamento do nível de consciência. Qual a conduta mais apropriada?


a) CORRETA. Alternativa A.
b) INCORRETA. Essa alternativa traz várias condutas que devem ser consideradas desproporcionais.
c) INCORRETA. Essa alternativa também traz condutas desproporcionais, porém com um foco mais diagnóstico do que a alternativa B.
d) INCORRETA. Essa alternativa não faz muito sentido, visto que mistura medidas desproporcionais com a indicação de cuidados paliativos.
e) INCORRETA. A indicação de cuidados paliativos não se dá, especificamente, por conta da demência. Além disso, provavelmente não há indicação cirúrgica de tratamento.

30. Nível de dificuldade: fácil Dica do expert: A polifarmácia, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é o uso rotineiro e concomitante de quatro ou mais medicamentos (com ou sem prescrição médica) por um paciente. O aumento da expectativa de vida associado ao aumento da prevalência de doenças crônicas, mais comum entre idosos, resulta em uma maior utilização simultânea de múltiplos medicamentos. Em alguns casos a polifarmácia é necessária para que todas as condições clínicas do paciente recebam tratamento adequado. Contudo, devido ao potencial de causar danos ao paciente, é importante que essas prescrições sejam constantemente revisadas e seja feita uma desprescrição quando possível. Alternativa A: INCORRETA. A polifarmácia é definida a partir do uso concomitante de quatro ou mais medicamentos. Alternativa B: CORRETA. A polifarmácia está associada ao aumento dos riscos de hospitalização, de declínio funcional, de deficiência cognitiva, de não adesão ao tratamento, de reações adversas e de interações medicamento-medicamento. As quedas também são consequência da polifarmácia e representam importante causa de morbidade e mortalidade entre os idosos. Alternativa C: INCORRETA. Muito pelo contrário. A hospitalização aumenta o risco da polifarmácia e o contrário também é verdade: a polifarmácia aumenta o risco de hospitalizações. Alternativa D: INCORRETA. A cascata de prescrição ou cascata de iatrogenia é quando uma medicação foi prescrita para tratar o efeito colateral da outra. Portanto é um fator de risco para polifarmácia e não um fator de proteção. Alternativa E: INCORRETA. A desprescrição deve ser estimulada e consiste no processo de identificação e descontinuação de medicamentos desnecessários, inefetivos, inseguros ou potencialmente inadequados. É muito importante que as receitas médicas sejam revisadas, principalmente a nível de atenção básica. alternativa B


a) INCORRETA. A polifarmácia é definida a partir do uso concomitante de quatro ou mais medicamentos.
b) CORRETA. A polifarmácia está associada ao aumento dos riscos de hospitalização, de declínio funcional, de deficiência cognitiva, de não adesão ao tratamento, de reações adversas e de interações medicamento-medicamento. As quedas também são consequência da polifarmácia e representam importante causa de morbidade e mortalidade entre os idosos.
c) INCORRETA. Muito pelo contrário. A hospitalização aumenta o risco da polifarmácia e o contrário também é verdade: a polifarmácia aumenta o risco de hospitalizações.
d) INCORRETA. A cascata de prescrição ou cascata de iatrogenia é quando uma medicação foi prescrita para tratar o efeito colateral da outra. Portanto é um fator de risco para polifarmácia e não um fator de proteção.
e) INCORRETA. A desprescrição deve ser estimulada e consiste no processo de identificação e descontinuação de medicamentos desnecessários, inefetivos, inseguros ou potencialmente inadequados. É muito importante que as receitas médicas sejam revisadas, principalmente a nível de atenção básica.

e podem ser adequadas para determinados pacientes podem ser desproporcionais para outros, isto é, trazer mais danos que benefícios. Nesse contexto, o suporte de ventilação invasiva, medida que pode ser salvadora num contexto agudo de emergência, pode se tornar fútil e mesmo danosa após uma melhor avaliação fora de um contexto de emergência. Sendo assim, reavaliar esse tipo de medida invasiva e considerar uma extubação num paciente com doença terminal faz parte de um cuidado adequado. Embora seja um recurso pouco utilizado no Brasil em relação a países da Europa, não se trata de eutanásia (ato de abreviar a vida no intuito de aliviar um sofrimento, por exemplo, com uma injeção letal de KCl) e sim de ortotanásia (morte digna, na qual o paciente em finitude não é submetido a procedimentos que prolonguem sua vida de forma artificial, causando apenas sofrimento). Portanto, analisando as afirmativas, percebemos que ambas estão erradas, por considerar que a extubação não pode ser realizada. Alternativa E.


A síndrome da fragilidade é definida como um estado clínico no qual há maior vulnerabilidade do organismo frente a estressores (doenças, hospitalização, medicamentos, quedas, etc.), tornando os indivíduos mais suscetíveis à incapacidade e à morte. Existem várias ferramentas que foram desenvolvidas para a identificação dos pacientes frágeis, mas ainda não há nenhuma reconhecida como padrão ouro. Como forma de rastreamento, foi desenvolvida a escala FRAIL, que é um método mnemônico em inglês para lembrarmos das perguntas que devemos realizar: Fatigue (Fadiga); Resistance (Resistência); Ambulation (Deambulação); Illnesses (Comorbidades); Loss of weight (Perda de peso). O instrumento SOF (Study of Osteoporotic Fractures) apresenta 3 componentes: perda de peso, incapacidade do sujeito para levantar de uma cadeira 5 vezes sem utilizar os braços e reduzido nível de energia, os quais são sensíveis para prever o risco de quedas, incapacidade, morte e fratura. Das opções descritas, a única que traz critérios adequados para o respectivo escore é a letra D. alternativa D.


a) INCORRETA. Não precisamos iniciar a conversa e a estratégia de cuidados paliativos no momento de uma disfunção orgânica. O ideal é que isso envolva um planejamento de cuidados a longo prazo, instituído desde o momento do diagnóstico de qualquer doença crônica, sendo constantemente ajustado conforme a sua evolução, inclusive com o paciente participando desse planejamento dentro do que sua funcionalidade permite.
b) INCORRETA. Muito pelo contrário! A inserção dessa proposta de forma precoce fortalece os vínculos sociais, confere ao paciente maior autonomia e capacidade de decisão sobre o seu cuidado e sua própria vida, fortalecendo o vínculo com seus familiares e deixando todos mais confortáveis com a evolução e possíveis desfechos que podem se seguir. É importante lembrar que cuidados paliativos não é sinônimo de teto terapêutico ou fim de vida, mas sim uma abordagem ampla de cuidados que segue o paciente em toda a sua trajetória de doença, englobando diferentes tratamentos em diferentes momentos.
c) INCORRETA.
d) CORRETA. A síndrome da fragilidade é definida como um estado clínico no qual há maior vulnerabilidade do organismo frente a estressores (doenças, hospitalização, medicamentos, quedas, etc.), tornando os indivíduos mais suscetíveis à incapacidade e à morte. Existem várias ferramentas que foram desenvolvidas para a identificação dos pacientes frágeis, mas ainda não há nenhuma reconhecida como padrão ouro. Como forma de rastreamento, foi desenvolvida a escala FRAIL, que é um método mnemônico em inglês para lembrarmos das perguntas que devemos realizar: Fatigue (Fadiga); Resistance (Resistência); Ambulation (Deambulação); Illnesses (Comorbidades); Loss of weight (Perda de peso). O instrumento SOF (Study of Osteoporotic Fractures) apresenta 3 componentes: perda de peso, incapacidade do sujeito para levantar de uma cadeira 5 vezes sem utilizar os braços e reduzido nível de energia, os quais são sensíveis para prever o risco de quedas, incapacidade, morte e fratura. Das opções descritas, a única que traz critérios adequados para o respectivo escore é a letra D.

Questão que aborda o tema cuidados paliativos para um paciente com um câncer sem proposta cirúrgica. Não temos maiores dados quanto a funcionalidade/status-performance desse paciente, mas a questão irá tratar dos princípios básicos que regem essa proposta. Segundo a OMS em conceito definido em 1990 e atualizado em 2002, “Cuidados Paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, por meio de identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais”. Perceba que é uma estratégia que busca enxergar o paciente como um todo, inserido no seu contexto social por complexo, com foco na prevenção e alívio de sofrimento diante de uma condição ameaçadora da vida. Nas alternativas destrincharemos mais algumas dessas nuances.


a) INCORRETA. Não precisamos iniciar a conversa e a estratégia de cuidados paliativos no momento de uma disfunção orgânica. O ideal é que isso envolva um planejamento de cuidados a longo prazo, instituído desde o momento do diagnóstico de qualquer doença crônica, sendo constantemente ajustado conforme a sua evolução, inclusive com o paciente participando desse planejamento dentro do que sua funcionalidade permite.
b) INCORRETA. Muito pelo contrário! A inserção dessa proposta de forma precoce fortalece os vínculos sociais, confere ao paciente maior autonomia e capacidade de decisão sobre o seu cuidado e sua própria vida, fortalecendo o vínculo com seus familiares e deixando todos mais confortáveis com a evolução e possíveis desfechos que podem se seguir. É importante lembrar que cuidados paliativos não é sinônimo de teto terapêutico ou fim de vida, mas sim uma abordagem ampla de cuidados que segue o paciente em toda a sua trajetória de doença, englobando diferentes tratamentos em diferentes momentos.
c) INCORRETA.
d) CORRETA. Segundo a OMS em conceito definido em 1990 e atualizado em 2002, “Cuidados Paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, por meio de identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais”. Perceba que é uma estratégia que busca enxergar o paciente como um todo, inserido no seu contexto social por complexo, com foco na prevenção e alívio de sofrimento diante de uma condição ameaçadora da vida.

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REVISÃO: MÓDULO DE ENVELHECIMENTO
MONITORA: JEANINNE AZEVEDO
GABARITO - TURMA 08
1. Dica do autor: Temos uma paciente em cuidados paliativos com um quadro de dor refratária
a um opioide de intensidade intermediária, que é o Tramadol, já em sua intensidade máxima.
O controle de dor é uma prioridade nessa paciente e uma meta a ser atingida. Vamos às
alternativas analisando as opções propostas: Alternativa A: INCORRETA. A Codeína também
é um opioide. Não devemos associar opioides, já que temos um mecanismo de ação
semelhante em intensidades variáveis. Não agregaríamos benefício e sim efeitos adversos
com essa associação. Alternativa B: CORRETA. Diante do contexto da refratariedade, estaria
indicado substituirmos por um opioide com uma potência superior, como a Morfina.
Alternativa C: INCORRETA. Associar outra medicação com um mecanismo de ação distinto
para controle de dor é uma opção possível, porém a Dipirona tem uma potência analgésica
inferior ao Tramadol e possivelmente não seria suficiente para controlar a dor da paciente,
sendo uma conduta menos eficiente do que a exposta na alternativa anterior. Alternativa D:
INCORRETA. Como exposto na alternativa A, não devemos associar dois opioides. O correto
é, em caso de refratariedade, substituir um por outro com potência superior. Desta forma, a
melhor resposta para essa questão é a alternativa B. Resposta: Alternativa B.
2. Dica do autor: Questão bem direta e conceitual, que vai trazer os conceitos de distanásia,
eutanásia e ortotanásia. Vamos revisá-los para partirmos para as alternativas. - Eutanásia:
Morte antecipada com o objetivo de dar um fim ao sofrimento de doentes terminais, sem
chances de recuperação. No Brasil, a eutanásia é proibida por lei; - Distanásia:
Prolongamento artificial da vida e do sofrimento do paciente; - Ortotanásia: “Morte no tempo
certo”, que visa a humanização do processo de morte do paciente. Os conselhos bioéticos
trazem a ortotanásia como o principal objetivo dos agentes de saúde frente a terminalidade.
Alternativa A: CORRETA. É a exata definição que vimos acima. Alternativa B: INCORRETA.
Não é muito utilizado em pacientes em cuidados paliativos, até por ser uma prática proibida
no nosso país. O alívio de sintomas está incluído na estratégia da ortotanásia no contexto
dos cuidados de fim de vida. Alternativa C: INCORRETA. Ortotanásia e medicina
ortomolecular não possuem qualquer relação. Alternativa D: INCORRETA. Difere do conceito
anteriormente apresentado. Alternativa E: INCORRETA. Difere do conceito anteriormente
apresentado. Resposta: Alternativa A.
3. Dica do autor: Os fatores de risco, segundo o Instituto Nacional de Traumatologia e
Ortopedia do Ministério da Saúde, que mais se associam às quedas são: idade avançada (80
anos e mais); sexo feminino; história prévia de quedas; imobilidade; baixa aptidão física;
fraqueza muscular de membros inferiores; fraqueza do aperto de mão; equilíbrio diminuído;
marcha lenta com passos curtos; dano cognitivo; doença de Parkinson; sedativos, hipnóticos,
ansiolíticos e polifarmácia. Conclusão: apenas sexo masculino, entre as alternativas, não é
fator de risco para quedas. Resposta: alternativa E.
4. Dica do autor: A base dos cuidados paliativos é estabelecer a proporcionalidade de cuidados
e o manejo básico de sintomas. Terapias invasivas que podem ser adequadas para
determinados pacientes podem ser desproporcionais para outros, isto é, trazer mais danos
que benefícios. Nesse contexto, o suporte de ventilação invasiva, medida que pode ser
salvadora num contexto agudo de emergência, pode se tornar fútil e mesmo danosa após
uma melhor avaliação fora de um contexto de emergência. Sendo assim, reavaliar esse tipo
de medida invasiva e considerar uma extubação num paciente com doença terminal faz parte
de um cuidado adequado. Embora seja um recurso pouco utilizado no Brasil em relação a
países da Europa, não se trata de eutanásia (ato de abreviar a vida no intuito de aliviar um
sofrimento, por exemplo, com uma injeção letal de KCl) e sim de ortotanásia (morte digna, na
qual o paciente em finitude não é submetido a procedimentos que prolonguem sua vida de
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forma artificial, causando apenas sofrimento). Portanto, analisando as afirmativas,
percebemos que ambas estão erradas, por considerar que a extubação não pode ser
realizada. Resposta: Alternativa E.
5. Dica do autor: Temos uma paciente idosa, com sinais de agressão física, com higiene
precária, que não está conseguindo utilizar as suas medicações. Sem dúvidas, temos um
caso de negligência e de violência física. Sobre esse quadro, vamos às assertivas: I.
CORRETA. Temos sinais claros de que a paciente não está sendo cuidada, indicativo de
negligência e de que está sendo violentada, com os hematomas incompatíveis com a história
da queda. II. INCORRETA. A ausência de suporte familiar é um fator de risco relacionado ao
fato da violência em si ocorrer, e não ao agressor. III. CORRETA. A paciente é lúcida e
orientada, com sua autonomia devendo ser preservada. Porém, é importante que
entendamos enquanto equipe que o agressor estar inserido na sua realidade é um problema
complexo, e a abordagem deste deve ser realizada. Questão com uma interpretação
duvidosa de suas assertivas, sem uma cobrança específica de conteúdo. Resposta: I e III
corretas. Alternativa C.
6. Dica do autor: A depressão pode se apresentar de forma atípica nos idosos, como problemas
relacionados à cognição, memória, tendo a síndrome demencial como diagnóstico
diferencial. A escala de depressão geriátrica (Geriatric Depression Scale, ou GDS) é um
instrumento utilizado para triagem de depressão. Quando GDS > 5 pontos, há sugestiva de
depressão. Essa questão é difícil porque você deveria saber os valores de corte do GDS e o
MEEM, o mais correto seria o autor fornecer essas informações no enunciado. Alternativa A:
INCORRETA. O TSH está normal. Alternativa B: INCORRETA. O Miniexame do Estado
Mental (MEEM) é o teste de rastreio de demência mais utilizado por ser de fácil e rápida
aplicação. Abrange orientação temporal e espacial, memória imediata e de evocação,
atenção e cálculo e linguagem. Os pontos de corte são definidos pela escolaridade. Até 8
anos de escolaridade, o corte é de 26 pontos. Como o MEEM = 28 pontos, não é indicativo
de síndrome demencial. Alternativa C: CORRETA. Como DGS > 5 pontos, é sugestivo de
transtorno depressivo. Alternativa D: INCORRETA. A vitamina B12 está normal. Sabendo os
valores de corte do MEEM e do GDS, podemos concluir que a resposta correta é a
alternativa C. Resposta: Alternativa C.
7. Dica do autor: A questão traz pontos importantes que devemos levar em consideração no
nosso dia a dia clínico e entender o contexto do paciente para trata-lo e manejá-lo
adequadamente. A depressão no idoso frequentemente é multifatorial, e temos
comorbidades que podem contribuir com a perda de funcionalidade, impactando diretamente
no dia a dia do paciente. Alternativa A: INCORRETA. A hipoacusia de fato pode corroborar
para uma perda de funcionalidade importante do paciente, isolamento social, dificuldade de
comunicação e ser um fator importantíssimo na depressão. Porém, a hipertensão arterial em
geral não gera esse impacto, tornando a alternativa incorreta. Alternativa B: INCORRETA. A
hipercalemia em geral cursa com alterações musculares: sejam eles de musculatura
esquelética ou cardíaca. Manifestações psiquiátricas ou neurológicos não são típicas da
hipercalemia. A hipertrofia ventricular tão pouco corrobora com essas condições. Alternativa
C: CORRETA. O hipotireoidismo pode levar a lentificação, apatia, depressão como sintomas
diretos da deficiência do hormônio tireoidiano. No hiperparatireoidismo, principalmente no
hiperparatireoidismo secundário, temos dores ósseas frequentes e limitação funcional
significativa, impactando diretamente na funcionalidade e por consequência na autoestima e
status psíquico do paciente. Alternativa D: INCORRETA. A doença de Alzheimerestá muito
associada a um quadro depressivo, mas o diabetes mellitus por si só em geral não impacta
dessa forma nos pacientes. Resposta: Alternativa C.
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8. Dica do autor: A síndrome da fragilidade é definida como um estado clínico no qual há maior
vulnerabilidade do organismo frente a estressores (doenças, hospitalização, medicamentos,
quedas, etc.), tornando os indivíduos mais suscetíveis à incapacidade e à morte. Existem
várias ferramentas que foram desenvolvidas para a identificação dos pacientes frágeis, mas
ainda não há nenhuma reconhecida como padrão ouro. Como forma de rastreamento, foi
desenvolvida a escala FRAIL, que é um método mnemônico em inglês para lembrarmos das
perguntas que devemos realizar: Fatigue (Fadiga); Resistance (Resistência); Ambulation
(Deambulação); Illnesses (Comorbidades); Loss of weight (Perda de peso). O instrumento
SOF (Study of Osteoporotic Fractures) apresenta 3 componentes: perda de peso,
incapacidade do sujeito para levantar de uma cadeira 5 vezes sem utilizar os braços e
reduzido nível de energia, os quais são sensíveis para prever o risco de quedas,
incapacidade, morte e fratura. Das opções descritas, a única que traz critérios adequados
para o respectivo escore é a letra D. Resposta: alternativa D.
9. Dica do autor: questão que aborda o tema cuidados paliativos para um paciente com um
câncer sem proposta cirúrgica. Não temos maiores dados quanto a
funcionalidade/status-performance desse paciente, mas a questão irá tratar dos princípios
básicos que regem essa proposta. Segundo a OMS em conceito definido em 1990 e
atualizado em 2002, “Cuidados Paliativos consistem na assistência promovida por uma
equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus
familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do
sofrimento, por meio de identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e
demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais”. Perceba que é uma estratégia
que busca enxergar o paciente como um todo, inserido no seu contexto social por complexo,
com foco na prevenção e alívio de sofrimento diante de uma condição ameaçadora da vida.
Nas alternativas destrincharemos mais algumas dessas nuances. Alternativa A:
INCORRETA. Não precisamos iniciar a conversa e a estratégia de cuidados paliativos no
momento de uma disfunção orgânica. O ideal é que isso envolva um planejamento de
cuidados a longo prazo, instituído desde o momento do diagnóstico de qualquer doença
crônica, sendo constantemente ajustado conforme a sua evolução, inclusive com o paciente
participando desse planejamento dentro do que sua funcionalidade permite. Alternativa B:
INCORRETA. Muito pelo contrário! A inserção dessa proposta de forma precoce fortalece os
vínculos sociais, confere ao paciente maior autonomia e capacidade de decisão sobre o seu
cuidado e sua própria vida, fortalecendo o vínculo com seus familiares e deixando todos mais
confortáveis com a evolução e possíveis desfechos que podem se seguir. É importante
lembrar que cuidados paliativos não é sinônimo de teto terapêutico ou fim de vida, mas sim
uma abordagem ampla de cuidados que segue o paciente em toda a sua trajetória de
doença, englobando diferentes tratamentos em diferentes momentos. Alternativa C:
CORRETA. Alternativa alinhada com o conceito anteriormente exposto. Alternativa D:
INCORRETA. O paciente é portador de uma doença crônica, se enquadrando justamente no
perfil elencado acima nas alternativas anteriores. Desta forma, a melhor resposta para essa
questão é a alternativa C. Resposta: Alternativa C.
10. Dica do professor: Uma questão muito frequente em cuidados paliativos é: “Devo ou não
contar ao paciente?”. Como não existe uma resposta correta que se encaixe em todos os
casos, a mentira piedosa ou o silêncio são usados com frequência. Contudo, há alternativas
para este tipo de situação: o uso de habilidades de comunicação pode auxiliar o profissional
a modificar o foco da questão de “contar ou não” para “como informar”. Ao invés da mentira
piedosa, pode-se utilizar a sinceridade prudente e progressiva, transmitindo ao paciente as
informações de acordo com suas condições emocionais, de modo gradual e suportável.
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Alternativa A: INCORRETA. Os desejos da paciente devem ser respeitados, se ela desejar
saber seu diagnóstico e prognóstico, ela tem esse direito. Antes de decidir entre contar ou
não, deve-se avaliar a percepção da paciente. Alternativa B: INCORRETA. Embora a maioria
dos pacientes queira saber a respeito de sua condição de saúde, os mesmos também têm o
direito de não querer receber informações a este respeito. Neste caso, seu desejo precisa
ser respeitado e torna-se necessário identificar um familiar ou alguém próximo a ele que
possa receber as informações e ser seu interlocutor Alternativa C: INCORRETA. É essencial
a adequada percepção e interpretação dos sinais não verbais do paciente, pois são eles que
vão permitir a identificação do estado emocional do paciente e permitir ao profissional
perceber até onde ir naquele momento. Nem sempre se tratar de perguntar diretamente
Alternativa D: INCORRETA. Deve-se conversar com irmã sobre a necessidade de
comunicação, mas de maneira gradual, de acordo com o estado emocional da paciente.
Alternativa E: CORRETA. Essa comunicação deve ser feita com prudência e respeitando as
vontades da paciente. Diante do exposto, conclui-se que a melhor resposta é a letra E
Resposta: letra E
11. Dica do autor: O SPIKES é um protocolo que visa auxiliar no planejamento de uma
comunicação de má notícia. É uma acrônimo - SPIKES: Setting up the interview (preparando
a reunião); Perception (percebendo o paciente); Invitation (convidando para o diálogo);
Knowledge (transmitindo as informações); Emotions (emoções); Strategy e Summary
(resumindo e organizando estratégias). Alternativa A: INCORRETA. Na etapa Setting up,
deve-se escolher um local reservado e calmo, onde não haja interrupções. Preferencialmente
todos devem estar sentados. Alternativa B: INCORRETA. Na etapa Perception, deve-se
perguntar para paciente/família sobre as informações que já foram passadas, o que eles
entenderam e suas expectativas. Dessa forma, podemos avaliar como está a compreensão
dos fatos até o momento, priorizar certos pontos e corrigir alguma informação se necessário.
Alternativa C: INCORRETA. No Invitation, deve-se compreender se o paciente quer receber
as informações sobre sua doença e o quadro clínico, se prefere estar acompanhado ou
mesmo delegar que outra pessoa seja informada. O paciente é a pessoa que decide se quer
receber a informação, não os familiares. Alternativa D: INCORRETA. Em Knowledge, a ideia
é fazer a comunicação das más notícias de forma progressiva e avaliando a reação e
compreensão dos participantes. Perguntar sobre conhecimento prévio é na etapa de
Perception. Alternativa E: CORRETA. De fato, no Strategy e Summary, deve-se resumir o
que foi conversado e programar os próximos passos (tratamento, medicamentos, exames,
consultas etc.). Independentemente de uma doença ter cura, sempre há alguma conduta.
Resposta: Alternativa E.
12. Nível de dificuldade: Fácil. Dica do expert: Comunicar más notícias não é uma tarefa fácil. O
objetivo do protocolo SPIKES é, de alguma maneira, organizar este momento, ajudando
profissionais e pacientes a manter uma comunicação clara e aberta. Cada letra possui um
significado e orientação. Vamos conhecê-las: S (setting up the interview): estudar o caso e se
preparar para a entrevista. Procure por um lugar calmo e que permita que a conversa seja
particular. Mantenha um acompanhante com seu paciente, isso costuma deixá-lo mais
seguro. Sente-se e procure não ter objetos entre você e seu paciente. P (Perception):
Percebendo o paciente. Antes de falar sobre a doença, pergunte ao paciente o que já foi dito
para ele sobresua condição e quais as suas expectativas. Prefira as perguntas abertas. I
(Invitation): Convidando para o diálogo. Identifique até onde o paciente quer saber do que
está acontecendo, se quer ser totalmente informado ou se prefere que um familiar tome as
decisões por ele. Isso acontece! Se o paciente deixar claro que não quer saber detalhes,
mantenha-se disponível para conversar no momento que ele quiser. K (Knowledge):
Transmitindo as informações. Informe ao paciente sua condição usando um vocabulário que
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facilite sua compressão e demonstre compaixão. Passe as informações aos poucos e vá
avaliando o grau de entendimento do paciente. E (Emotions): Expressando emoções. O
médico pode oferecer apoio e solidariedade com uma resposta afetiva. Aguarde e mostre
compreensão. Mantenha sempre uma postura empática. S (Strategy e Summary):
Resumindo e organizando estratégias. Caso o paciente queira e esteja preparado, apresente
as opções de tratamento e compartilhe a responsabilidade das tomadas de decisões
(SANARFLIX, 2019). Alternativa A: CORRETA. O “S” inicial significa “Setting up the
interview”, ou seja, estudar o caso e se preparar para a entrevista/encontro com o paciente.
Alternativa B: INCORRETA. A letra I significa Invitation, ou seja, o momento de convidar o
paciente para o diálogo. Alternativa C: INCORRETA. O último S vem de Strategy e Summary,
momento no qual deve ser resumido e organizado os próximos passos. Alternativa D:
INCORRETA. A letra E vem de Emotions, momento no qual é importante que o médico ou
profissional se mostre empático para com o paciente. Resposta: Alternativa A
13. Nível de dificuldade: Fácil Dica do expert: Existem alguns protocolos de comunicação de más
notícias, sendo os mais conhecidos: SPIKES, ABCDE, GUIDE e BREAKS. O objetivo desses
protocolos é permitir que o médico cumpra os quatro objetivos mais importantes da entrevista
de divulgação de más notícias: coletar informações do paciente, transmitir as informações
médicas, fornecer suporte ao paciente e obter a colaboração do paciente no
desenvolvimento de uma estratégia ou plano de tratamento para o futuro. O protocolo
SPIKES consiste em seis etapas e é um acrônimo, onde as letras significam: S: setting
(configuração, ou seja, preparar o ambiente adequadamente para passar a notícia); P:
percepção (avaliar a percepção do paciente ou familiar sobre a situação); I: invitation
(convite, ou seja, permitir que o paciente decida até que pronto está preparado para ouvir); K:
knowledgment (conhecimento, ou seja, passar a informação ao paciente); E: empatia
(fornecer suporte e acolher os sentimentos do paciente ou familiares); S: strategy (estratégia,
ou seja, elaborar uma estratégia e planejamento para o que fazer a seguir). Resposta
correta, letra C.
14. Nível de dificuldade: Fácil Dica do expert: A Organização Mundial da Saúde define Cuidados
Paliativos como: “a assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a
melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que
ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce,
avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos
espirituais”. Pacientes sem perspectiva de cura em decorrência do esgotamento de técnicas
terapêuticas e/ou refratariedade devem ser avaliados com a possibilidade de instituir os
cuidados paliativos. Essa é uma forma de garantir assistência ao paciente com a busca pela
melhor qualidade de vida, por exemplo, minimizando as dores físicas e oferecendo
acompanhamento psicológico e social. Esse acompanhamento também se estende para
família e rede social do paciente (BVS, 2018; INCA, 2020). Alternativa A: INCORRETA.
Eutanásia é o ato intencional de proporcionar a alguém uma morte indolor para aliviar o
sofrimento causado por uma doença incurável ou dolorosa. A eutanásia não é permitida por
lei no Brasil e se encaixa como homicídio privilegiado, de acordo com o parágrafo primeiro,
do artigo 121, do Código Penal Brasileiro. Alternativa B: CORRETA. A distanásia se trata de
uma conduta que visa manter a vida do paciente terminal, sujeito a muito sofrimento. Os
cuidados paliativos e o respeito ao direito do paciente são meios eficazes para prevenir a
prática da distanásia e evitar o sofrimento desnecessário ao paciente, sendo que, ao invés
disso, existe o incentivo por um melhor suporte de qualidade de vida e alívio da dor, sem
investimento em práticas infundadas (Revista Latino-Americana de Enfermagem, 2019).
Alternativa C: INCORRETA. Por definição, a mistanásia é o oposto da eutanásia: é o
afastamento dos ideais dos cuidados paliativos com um processo de morrer suave e com
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respeito ao paciente. Esse conceito é usado quando, por omissão, negligência ou
incompetência, um ser vivo sofre mais do que o necessário quando está em uma condição
que pode levar a óbito. Alternativa D: INCORRETA. Este é o conceito de eutanásia. A
ortotanásia é o nome dado à conduta que os médicos tomam quando ao ver que o estado
clínico do paciente é irreversível e que sua morte é certa permitem que o paciente faleça, a
fim de poupar-lhe mais sofrimento. Resposta: Alternativa C
15. Nível de dificuldade: Fácil. Dica do expert: Os cuidados paliativos são destinados a pessoas
com doenças terminais em seus últimos momentos de vida e visam reduzir as dores e
sofrimentos do processo de morte, oferecendo aos pacientes a dignidade que merecem,
mesmo sem a perspectiva de cura. Nesse sentido, as prescrições e condutas médicas são
sumariamente voltadas para o bem-estar dos pacientes, evitando procedimentos, exames e
medicações que possam cursar com iatrogenias. Com esse propósito, os fármacos
analgésicos de elevada potência, como opióides, psicotrópicos ou ansiolíticos, como
neurolépticos e benzodiazepínicos, são comumente empregados nos casos de paliação, haja
vista a prioridade no controle da dor e redução das aflições inerentes à situação. A -
CORRETA: Os opióides são os analgésicos mais potentes e a morfina é o principal
representante da classe em razão da disponibilidade, custo e aplicação. Apesar de ser um
opióide forte, existem outros mais potentes, como a metadona. A forma de ação central dos
opióides em relação à dispnéia ainda não é bem elucidada, mas acredita-se que eles
reduzem a resposta bulbar à hipercapnia e hipoxemia, reduzindo a dispneia. Por outro lado,
pode levar à temida depressão respiratória. B - ERRADA: O midazolam é um
benzodiazepínico muito utilizado como agente hipnótico na intubação de sequência rápida, a
depender da dose, pode possuir efeitos apenas ansiolíticos e servir como adjuvantes da
morfina, por exemplo, no controle da dispneia. O rebaixamento do sistema nervoso central é
verdadeiro, mas é dose dependente e a piora da dispneia é uma suposição errada. C -
ERRADA: O tratamento farmacológico para a queixa de fadiga em pacientes com câncer tem
mostrado resultados promissores. Esses medicamentos incluem o uso de psicoestimulantes
tais como metilfenidato e dexmetilfenidato. Essas drogas são estimulantes do SNC, o que
justifica o uso em situações de fadiga e narcolepsia. D - ERRADA: Esses medicamentos
podem ser utilizados no delirium hiperativo. Todavia, vale salientar que metanálises recentes
não evidenciaram menor gravidade do delirium ou menor tempo de doença. Por isso, a
recomendação é guardar estas drogas para situações de extrema agitação em que as
práticas não farmacológicas foram esgotadas. Apesar do emprego, nenhuma dessas
medicações foi aprovada pelo FDA americano, o que torna o uso off-label e, por tanto, torna
a alternativa inválida. E - ERRADA: Os opióides são medicamentos que causam constipação
por gastroparesia. Por isso, é necessário evitar complicações ativamente, o que indica o uso
de laxativos associados a opióides como uma regra. Resposta: Alternativa A
16. Nível de dificuldade:Fácil. Dica do expert: A hipodermóclise (ou hidratação subcutânea)
consiste na administração de soluções ou medicamentos na via subcutânea. A concentração
sérica máxima da substância infundida é alcançada mais lentamente, quando comparada às
vias IM e IV, mas mantém níveis plasmáticos elevados por mais tempo. Essa propriedade
impede picos plasmáticos relacionados ao surgimento de efeitos colaterais indesejados.
Alternativa A: INCORRETA. De fato, há uma limitação de volume por essa via, mas o limite
máximo recomendado é de 3000 ml/24h, divididos em dois sítios de infusão, separados e
simultâneos, de 1500ml cada. Alternativa B: INCORRETA. A via endovenosa é prioritária em
relação à subcutânea, por ter acesso mais fácil via subcutânea tem seus sítios distantes de
articulações, e, portanto, não traz limitações de mobilidade, como acontece na via
endovenosa. Promove conforto ao paciente, poupando-o do estresse e dor relacionados às
tentativas de punções venosas sem êxito. Alternativa C: INCORRETA. Existem
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medicamentos que não podem ser infundidos por via subcutânea: diazepam, fenitoína e
eletrólitos não diluídos (solução glicosada superior a 5%, potássio superior a 20 mmol/l,
soluções coloidais, sangue e seus derivados). Ainda, podem ser infundidas até 3-4 drogas no
mesmo sítio de punção, devendo-se respeitar a compatibilidade entre as mesmas.
Alternativa D: INCORRETA. Estas são contra-indicações absolutas, assim como distúrbios
de coagulação em geral, desequilíbrio eletrolítico severo, sobrecarga de fluidos, edema
acentuado e desidratação severa. A contra-indicação relativa é o risco de congestão
pulmonar, devendo-se avaliar cada caso individualmente. Alternativa E: CORRETA. A
absorção é variável em cada indivíduo, conforme a perfusão e a vascularização. Em um
mesmo indivíduo, a taxa de absorção é uniforme e lenta, podendo variar conforme o meio
utilizado (bolus ou contínua). Resposta: Alternativa E.
17. Nível de dificuldade: Fácil. Dica do expert: Segundo a OMS, o Cuidado Paliativo é uma
estratégia que tem como objetivo melhorar a qualidade de vida tanto dos pacientes
portadores de doenças ameaçadoras à vida, quanto de seus familiares. Para isso, são
adotadas medidas preventivas e de alívio de sofrimento, através da identificação precoce e
manejo da dor e outros problemas de cunho físico, psicossocial e espiritual. Desse modo,
passou a ser incorporado na prática médica e abordado, portanto, nas Diretrizes Nacionais
Curriculares (DCN) do curso de Medicina. Os preceitos/princípios relacionados aos cuidados
paliativos e presentes nas DCN são: promover o alívio da dor e de outros sintomas
desagradáveis; afirmar a vida e considerar a morte como um processo normal da vida; não
acelerar nem adiar a morte; integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao
paciente; oferecer um sistema de suporte que possibilite ao paciente viver tão ativamente
quanto possível até o momento da sua morte; oferecer um sistema de suporte para auxiliar
os familiares durante a doença do paciente e ao enfrentar o luto; abordagem multiprofissional
para focar as necessidades dos pacientes e seus familiares, incluindo acompanhamento no
luto; melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso da doença; e por fim,
iniciar o mais precocemente possível, juntamente com outras medidas de prolongamento da
vida, como a quimioterapia e a radioterapia, incluindo todas as investigações necessárias
para melhor compreender e controlar situações clínicas estressante. A quimioterapia e
radioterapia, apesar de serem consideradas medidas invasivas, quando instituídas em tempo
oportuno, podem influenciar em prolongamento de vida sem sofrimento, aumentando
qualidade de vida dos pacientes e, consequentemente, proporcionando bem-estar ao
também serem importantes no controle de dor e sintomas. Diferem de medidas invasivas
fúteis/obstinação terapêutica, que diante de um processo irreversível de morte, prolongam a
vida, porém sem qualquer benefício ao paciente. Resposta: Alternativa D.
18. Nível de dificuldade: Fácil Dica do professor: Aqui vamos analisar cada alternativa para
entendermos os conceitos de cada uma acerca dos cuidados paliativos. Alternativa A.
INCORRETA - A dor é um sintoma que deve ser prontamente tratado, a escolha do
analgésico depende do nível de dor do paciente. Dor forte é igual prescrição de opióide forte.
Por isso, a alternativa está incorreta ao colocar que usamos esses opióides apenas no
contexto de processo ativo de morte. Alternativa B. CORRETA - Uma vez que o paciente
tenha sua autonomia preservada, ou seja, tenha capacidade cognitiva de tomar suas
próprias decisões, o médico, independente da posição da família, deve informar o paciente
sobre seu diagnóstico se assim solicitado pelo mesmo. Alternativa C. INCORRETA - A
morfina é a medicação de escolha para controle de dispneia e os benzodiazepínicos podem
ser utilizados no contexto de uma dispneia por quadro de ansiedade ou mesmo no contexto
de sedação paliativa. Alternativa D. INCORRETA - O haldol pode sim ser utilizado como
antiemético e tem um bom efeito para controle desse sintoma. Alternativa E. INCORRETA -
Por fim, essa assertiva que sempre tentamos desmistificar em relação a esse tema.
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Cuidados paliativos visam melhorar a qualidade de vida dos pacientes controlando seus
sintomas e ofertando apoio em diversos campos de sua saúde, esse tipo de cuidado deveria
ser iniciado ao diagnóstico de qualquer doença grave ou ameaçadora da vida, independente
da possibilidade de cura ou não. Resposta correta, letra B.
19. Nível de dificuldade: Difícil Dica do Professor: O caso apresenta paciente com demência
avançada (acamado há 10 anos, sem contatar há 1 ano e já com disfagia para líquidos e
sólidos), além de síndrome de fragilidade, em uma intercorrência aguda de provável
complicação (pneumonia aspirativa) secundária a esse quadro de base. Considerando a
irreversibilidade de doença crônica, progressiva e incurável, com critérios de terminalidade,
associada a instabilidade aguda, apresenta-se em fase final de vida e ativa de morte. Assim,
não é indicada alimentação por via artificial e deve ser acolhida e explicada à filha o quadro
de terminalidade atual. Alternativa A: Errada. A via enteral não é capaz de controlar possíveis
sintomas, uma vez que fome não costuma ser queixa nesta fase nem aparece na questão.
Além, pode piorar o quadro de aspiração, piorando a dispneia. Alternativa B: Errada.
Considerando a terminalidade, expansão volêmica não melhora controle de sintomas e pode
piora a dispneia com congestão pulmonar. Alternativa C: Errada. O paciente já apresenta
disfagia de longa data, não sendo então indicada nesse caso, podendo piorar a aspiração e
dispneia. Alternativa D: Correta. Devem ser priorizadas medidas de conforto e controle de
sintomas, o que contemplas manter jejum e sem soro de manutenção. Resposta correta,
letra D.
20. Nível de dificuldade: Fácil. Dica do expert: A morfina é uma medicação utilizada para o alívio
da dor intensa, seja aguda ou crônica, pois tem ação ao se ligar ao subtipo mu do receptor
opióide. O receptor mu é tido clinicamente como o mais importante receptor opioide, por
conta da sua ação analgésica principal, por meio da inibição das vias nociceptivas
ascendentes da dor. Assim, ocorre a alteração da percepção e a resposta à dor com alívio
sintomático potente. Contudo, ela tem um efeito de depressão generalizada do SNC e
sistema respiratório, sendo essencial a cautela na sua utilização. A dose analgésica varia de
5mg até mais de 200mg, a cada 4 horas, sendo aumentada de acordo com a necessidade do
paciente, mas sempre ponderando os possíveis efeitos colaterais. Os efeitos mais comuns
são sonolência, constipação, náuseas, vômitos e retenção urinária; mas podem coexistir
outros sintomas como convulsão, erupção cutânea, diaforese, dor abdominal e anorexia.Um
outro motivo de cuidado no uso da morfina é por sua capacidade de causar dependência
devido ao alívio da dor. Em doses elevadas pode haver intoxicação por morfina e, para
reversão, o antídoto indicado é a naloxona (Sanar, 2021). Alternativa A: INCORRETA. O
efeito esperado é o oposto, pois receptores opioides µ no cérebro, além de estarem
relacionados à percepção da dor, podem deprimir a função respiratória. Este é um dos
efeitos colaterais mais conhecidos e potencialmente grave, podendo causar parada
cardiorespiratória. Alternativa B: INCORRETA. A morfina tem o potencial de causar
constipação intestinal e não diarreia, pois a morfina se liga aos receptores µ gastrointestinais
causando um fenômeno de “tônus de descanso” na motilidade intestinal, ou seja, há
diminuição da motilidade e, consequentemente, maior chance de constipação intestinal
(Consenso Brasileiro de Constipação Intestinal Induzida por Opioides, 2019). Alternativa C:
CORRETA. A mioclonia é uma contração muscular involuntária que gera movimentos
bruscos em forma de abalo, rápidos e irregulares; diversas medicações têm sido implicadas
na indução de mioclonias, incluindo os bloqueadores de canais de cálcio, antidepressivos,
lítio, neurolépticos, opioides e anticonvulsivantes. A morfina, em altas doses, pode provocar
mioclonias multifocais. Alternativa D: INCORRETA. A morfina pode causar retenção urinária,
este mecanismo é justificado pelo envolvimento de receptores opióides na medula espinhal
sacral, com inibição do SNP (parassimpático) e relaxamento do músculo detrusor,
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consequentemente aumentando a capacidade da bexiga em reter urina. Logo, a poliúria não
é um efeito esperado. Resposta: Alternativa C.
21. Nível de dificuldade: Fácil. Dica do expert: Após muitos estudos acerca da relação
médico-paciente na comunicação de más notícias, percebemos que a forma como a
informação é passada ao paciente, muitas vezes, é mais lembrada por ele do que a notícia
em si. Dessa forma, para a comunicação da má notícia, o profissional deve ser honesto e
sincero, mas não pode deixar o paciente desesperançoso. Ele precisa ser solidário e
empático sem perder o profissionalismo. O protocolo (SPIKES) consiste em seis etapas,
pode ser aplicado em qualquer nível de assistência e a intenção é orientar o médico para que
ele possa preencher os 4 objetivos mais importantes durante a transmissão de más notícias:
identificar quais informações o paciente já possui; transmitir as informações médicas sobre o
quadro; dar suporte ao paciente; conseguir a colaboração do paciente no desenvolvimento
de um plano de tratamento. Cada letra da sigla SPIKES corresponde a uma etapa do
protocolo, da seguinte forma: S (setting up the interview): Planejar a conversa (aqui é
importante escolher um local de privacidade, envolver pessoas importantes para o paciente,
como por exemplo os familiares e manter contato com o paciente caso seja confortável para
ele - contado visual, pegar no braço no paciente, como forma de acolhimento); P
(Perception): Avaliar a percepção do paciente (antes de falar sobre a doença, perguntar ao
paciente o que já foi dito para ele sobre sua condição e quais as suas expectativas); I
(Invitation): Obtendo o convite do paciente (se o paciente comunicar que quer saber sobre
tudo, o médico deve falar sobre a verdadeira condição do paciente. Entretanto, se o paciente
não deixar clara essa vontade, o médico deve perguntar ao paciente o que ele quer saber
sobre a sua doença); K (Knowledge): Dando Conhecimento e Informação ao Paciente (é
importante avisar ao paciente que você tem más notícias, pois isso reduz choque no
momento da transmissão dessas notícias e pode facilitar o processamento da informação.
Use um vocabulário que facilite a compressão e demonstre empatia. Passe as informações
aos poucos e vá avaliando o grau de entendimento do paciente); E (Emotions): Abordar as
Emoções dos Pacientes com Respostas Afetivas (é importante demonstrar que sente
compaixão pela situação e responder as emoções de acordo com o paciente). S (Strategy e
Summary): Estratégia e Resumo (caso o paciente queira e esteja preparado, apresente as
opções de tratamento e compartilhe a responsabilidade das tomadas de decisões).
Alternativa A: INCORRETO. O médico deve se certificar que o paciente deseja e está
preparado para a recepção de uma notícia antes de informá-la, independentemente de qual
impacto isso terá no curso do tratamento e no prognóstico. Alternativa B: INCORRETO. Não
é verdade que a maioria dos pacientes prefere não saber sobre o diagnóstico, essa
preferência é completamente subjetiva. Alternativa C: INCORRETO. Como dito na dica do
expert, o protocolo SPIKES pode ser utilizado em qualquer nível de atenção. Alternativa D:
CORRETO. Vide dica do expert. Alternativa E: INCORRETO. Como citado no último passo
do protocolo, as opções terapêuticas só devem ser apresentadas ao paciente caso ele esteja
preparado para recebê-las e pensar sobre elas junto ao médico. Resposta: Alternativa D.
22. Nível de dificuldade: Fácil. Dica do expert: A ação dos opioides, em sua maioria, depende da
ligação da substância aos receptores do tipo Mu no sistema nervoso central (SNC),
desencadeando inibiação das vias aferenes da dor. O resultado é a alteração da percepção e
da resposta à dor, além de depressão generalizada do SNC. Outras modificações
promovidas por este grupo incluem a abertura dos canais de potássio e o bloqueio da
liberação de cálcio nos canais controlados por voltagem, o que promove hiperpolarização,
redução da excitabilidade do neurônio e da liberação de neurotransmissores. Por outro lado,
algumas outras vias neuronais têm sua atividade aumentada com o efeito opioide, em razão
de um processo de desinibição por supressão da atuação de neurônios inibitórios. Mas de
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onde, afinal, retiramos as substâncias opiáceas? Muitas das que possuem atividade
farmacológica importante são encontradas em um vegetal denominado Papaver somniferum,
também conhecida como papoula do oriente. A extração se dá ao se fazer cortes na cápsula
da papoula ainda verde para promover a captação de uma substância leitosa, o ópio. Todos
os derivados dessa substância são denominados opiáceos, ou seja, derivadas do ópio.
Posteriormente, de acordo com o processamento a que são submetidos, podem originar
opiáceos naturais, quando não sofrem nenhuma modificação (morfina, codeína) ou opiáceos
semi-sintéticos, quando são resultantes de modificações parciais das substâncias naturais
(como é o caso da heroína). Resposta: Alternativa B.
23. Nível de dificuldade: Fácil. É sempre válido relembrar os sintomas de armazenamento do
trato urinário inferior, como urgência urinária, polaciúria (aumento de frequência urinária),
noctúria (necessidade de acordar a noite para urinar) e incontinência. Outros sintomas do
trato urinário baixo incluem os de esvaziamento (jato fraco ou intermitente, hesitação urinária,
gotejamento terminal e disúria) e os pós-miccional (tenesmos vesical e gotejamento
pós-miccional). Apesar de sua elevada prevalência, principalmente nas populações mais
velhas, não são alterações fisiológicas da idade e surgem em contexto de patologias como
infecções do trato urinário, hiperplasia nodular benigna, bexiga hiperativa, bexiga
neurogênica, câncer de próstata, etc. A bexiga hiperativa é uma síndrome de urgência
urinária, acompanhada de aumento da frequencia urinária diurna (polaciúria) e noturna
(noctúria) que pode ser acompanhada de incontinência. Já a bexiga neurogênica é uma
sequela de lesões nervosas, como a medula espinhal e pode levar à bexiga hiperativa,
refluxo vésico-uretral e tenesmo vesical. Alternativa A: Errada. Apesar de idosos poderem
apresentar polaciúria pode diferentes causas, não existe uma a síndrome da polaciúria senil.
Alternativa B: Errada. Apesar de a bexiga sofrer alterações ao longo da vida, como redução
de volume, nãoexiste a síndrome da bexiga do idoso. Alternativa C: Correta. Um aumento de
frequência miccional representa a bexiga hiperativa que pode ter diferentes etiologias,
nervosas e não-nervosas. A bexiga hiperativa (BH) está associada ao surgimento da
necessidade urgente e súbita de urinar, além da vontade de urinar várias vezes durante dia e
noite. Alternativa D: Errada. A bexiga neurogênica pode levar à bexiga hiperativa e ao
aumento de frequência urinária, entretanto, um ponto fundamental dessa síndrome é a
etiologia de lesão nervosa que leve ao quadro. Como não houve menção no enunciado de
lesões medulares ou cirurgias (que poderiam lesar inervação da bexiga), não seria possível
estabelecer bexiga neurogênica como o diagnóstico desse idoso. Resposta: Alternativa C.
24. Nível de dificuldade: Fácil. Dica do expert: A capacidade de divulgar más notícias com
empatia é uma habilidade essencial para todos os médicos, sobretudo para aqueles que
lidam frequentemente com pacientes portadores de doenças terminais. Uma forma adequada
de se fazer isso é através do protocolo SPIKES. Através de seis etapas, essa ferramenta
visa ajudar o profissional de saúde a transmitir informações ruins aos seus pacientes,
oferecendo apoio e solidariedade. Além disso, ajuda a garantir que o paciente recebeu e
entendeu a informação de forma clara e adequada. De uma forma geral, as seis etapas para
atingir esses objetivos consistem em: 1) SETTING UP: preparar o ambiente para o encontro,
priorizando lugares tranquilos e seguros. 2) PERCEPTION: investigar o quanto o paciente
sabe sobre a sua condição. 3) INVITATION: convidar o paciente para o diálogo, respeitando
até que ponto ele quer saber sobre o que está acontecendo com ele. 4) KNOWLEDGE:
transmitir as informações, se preocupando em mostrar empatia e em utilizar um vocabulário
adequado. 5) EMOTIONS: permitir que o paciente expresse suas emoções, medos e
inseguranças. E por fim, 6) STRATEGY AND SUMMARY: deixar claro que ele não está
sozinho e oferecer as opções de tratamento disponíveis para a doença. Assim, a alternativa
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INCORRETA é a letra C. O médico não deve omitir informações ao paciente, mas sim,
passar essas informações de forma adequada e empática. Resposta: Alternativa C.
25. Nível de dificuldade: Fácil. Dica do expert: Os exames de rastreio são muito utilizados na
prática clínica para identificar agravos em saúde antes mesmo que estes possuam impactos
sentidos pelos pacientes. A depender do gênero, faixa etária e fatores de risco, existem
exames que são recomendados para cada paciente, respeitando a individualidade dos
mesmos. Dessa forma, devemos sempre indicar os exames que rastreiem enfermidades que
possuam impacto na saúde da população que estamos analisando, sempre pensando em
condutas custo-conscientes. Sendo assim, a US Preventive Task Force recomenda para
pacientes acima de 70 anos o rastreio (através de exames complementares) de pré-diabetes
e diabetes (glicemia), câncer de mama (mamografia), osteoporose (densitometria óssea) e
câncer colorretal (colonoscopia). Alternativa A: FALSA. A ultrassonografia de tireoide está
indicada em pacientes que possuem algum achado clínico que nos sugiram uma afecção
tireoidiana, como nódulos palpáveis, aumento da glândula, hiper/hipotireoidismo. Além disso,
a urocultura está indicada em pacientes, por exemplo, que possuam suspeita de infecção do
trato urinário. Alternativa B: FALSA. A ultrassonografia de aorta abdominal não precisa ser
realizada em todo paciente acima de 70 anos. Devemos ter uma suspeita ou achado clínico
que nos leve a solicitar o exame, tal como um sopro de aorta abdominal. Alternativa C:
FALSA. USG de tireoide não é indicada como exame de rastreio em pacientes sem suspeita
clínica de doença tireoidiana. Alternativa D: VERDADEIRA. Vide dica do expert. Alternativa
E: FALSA. Urocultura não é indicado como exame de rastreio para pacientes de 70 anos,
assintomáticas, sem outras comorbidades e do sexo feminino. Resposta: Alternativa D.
26. Nível de dificuldade: Fácil. Dica do expert: Os cuidados paliativos focam na melhoria da
qualidade de vida de pacientes com doenças graves e suas famílias. Essa abordagem pode
incluir o alívio da dor e/ou outros sintomas angustiantes, integrando aspectos psicológicos e
espirituais do cuidado, auxiliando na tomada de decisões difíceis e apoiando pacientes e
familiares. Os cuidados paliativos podem ser fornecidos juntamente com terapias destinadas
a tratar a doença subjacente ou prolongar a vida (por exemplo, quimioterapia), e são
apropriados em qualquer idade ou estágio de doença grave, podendo ser iniciado no
momento do diagnóstico de uma doença ameaçadora da vida e não apenas quando não
houver mais possibilidade de tratamento ou piora do estado geral do paciente. Dessa forma,
a alternativa que melhor responde a questão é a alternativa E.
27. Nível de dificuldade: Moderado Dica do Professor: A questão não escreve de forma explícita
que trata-se de um paciente em cuidados paliativos, mas nos dá vários indicativos de que
não há proposta curativa para esse paciente: 85 anos com demência, lesão expansiva de
cólon e múltiplos nódulos pulmonares. Chega esse paciente com desconforto respiratório e
rebaixamento do nível de consciência. Qual a conduta mais apropriada? Alternativa A:
CORRETA. Alternativa B: INCORRETA. Essa alternativa traz várias condutas que devem ser
consideradas desproporcionais. Alternativa C: INCORRETA. Essa alternativa também traz
condutas desproporcionais, porém com um foco mais diagnóstico do que a alternativa B.
Alternativa D: INCORRETA. Essa alternativa não faz muito sentido, visto que mistura
medidas desproporcionais com a indicação de cuidados paliativos. Alternativa E:
INCORRETA. A indicação de cuidados paliativos não se dá, especificamente, por conta da
demência. Além disso, provavelmente não há indicação cirúrgica de tratamento Resposta: A
28. Nível de dificuldade: Fácil. Dica do expert: O autor nos questiona sobre os componentes de
uma consulta de rotina. A paciente da questão apresenta 58 anos e, por isso, talvez você
possa perguntar, mas a terceira idade não é considerada a partir dos 60 anos? No Brasil,
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sim. Porém, não há uma regra de idade para o início do acompanhamento geriátrico, uma
vez que o mesmo se ancora no envelhecimento humano e estamos envelhecendo a todo
momento. Mas voltando à questão em si, vamos discutir cada uma das alternativas?
Alternativa A: CORRETA. A avaliação clínica deve possuir uma visão global do paciente,
ampliando a avaliação de comorbidades para aspectos clínicos, psicológicos, cognitivos e
funcionais. Portanto, a alternativa está correta. Alternativa B: INCORRETA. Para avaliar a
necessidade de solicitação dos exames que esta alternativa traz seria necessário que o autor
trouxesse mais dados clínicos da paciente, bem como a última data de realização dos
exames listados. Entretanto, vamos aproveitar para relembrar quando solicitamos para
rastreio cada um destes testes? A mamografia é o exame indicado para o rastreamento do
câncer de mama, pelo Ministério da Saúde em pacientes de 50 a 69 anos, de 2 em 2 anos e
pela Febrasgo, em pacientes acima de 40 anos, anualmente. Quanto ao exame de lâmina,
também chamado de exame de Papanicolau, a recomendação do Ministério da Saúde é a
realização a partir dos 25 anos de idade até os 64 anos, em mulheres que já iniciaram
atividade sexual, uma vez por ano e, após dois exames anuais consecutivos negativos, a
cada três anos. A densitometria óssea é utilizada na avaliação de doenças ósseas, sendo o
exame de escolha no rastreio da osteoporose, indicada sua realização em mulheres acima
de 65 anos e em homens acima de 70 anos, em adultos com fraturas de fragilidade, em
adultos com doença ou condição associada à perda de massa óssea e em mulheres na
pós-menopausa com menos de 65 anos e homens entre 50 e 70 anos com fatoresde risco,
sem consenso quanto à periodicidade. A colonoscopia é o exame padrão-ouro no rastreio do
câncer colorretal, sendo indicado, pelo Ministério da Saúde, em todos os indivíduos acima de
50 anos até os 75 anos, entre 75 e 85 anos individualizado, a depender de condições como a
expectativa de vida e não indicada acima dos 85 anos. Para todos os pacientes hipertensos,
a Diretriz Brasileira de 2020 indica a realização de análise de urina, dosagem de creatinina,
potássio, glicemia de jejum, perfil lipídico e ácido úrico. Na presença de lesões de
órgãos-alvo, o ecocardiograma também está indicado em pacientes hipertensos. O teste
ergométrico não é indicado para rastreamento de doenças isquêmicas em pacientes
assintomáticos, é utilizado mediante situações específicas como presença de sintomas que
sugiram isquemia miocárdica, dor torácica aguda em que a síndrome coronariana aguda
(SCA) e o infarto do miocárdio foram descartados, doença coronariana (CHD) conhecida e
mudança no estado clínico, revascularização coronária prévia, entre outras. O rastreio de
dislipidemias é indicado pelo Ministério da Saúde em homens ≥35 anos e mulheres ≥45
anos, de 5 em 5 anos se resultados normais. Quanto ao rastreio do diabetes mellitus, o
American Diabetes Association e a Sociedade Brasileira de Diabetes recomendam que seja
realizado universalmente em indivíduos acima de 45 anos e em pacientes com sobrepeso ou
obesidade associado a fatores de risco para diabetes, através da glicemia de jejum, HbA1c
ou teste de tolerância a glicose, de 3 em 3 anos se resultados normais. Alternativa C:
CORRETA. A situação vacinal deve ser avaliada em todas as consultas de seguimento
indicando as vacinas necessárias de acordo com o calendário da Sociedade Brasileira de
Imunização. Alternativa D: CORRETA. É essencial que se aborde o paciente em todos seus
aspectos garantindo qualidade de vida. Para isso, orientações quanto a hábitos de vida
saudáveis como prática de atividades físicas e alimentação adequada, garantindo a
manutenção de um bom estado nutricional, bem quanto a estímulos cognitivos que permitam
a manutenção de um estado funcional são fundamentais. Alternativa E: INCORRETA. Como
já discutimos na alternativa B, existem muitos exames indicados e importantes no rastreio de
doenças crônicas e que ameaçam a vida dos pacientes. Desta forma, alguns exames devem
ser realizados com determinada periodicidade detectando alterações precoces e evitando
agravos, e não apenas mediante a queixas. Questão ANULADA, pois apresenta duas
alternativas incorretas. O autor não apresenta dados consistentes da paciente para avaliação
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da necessidade dos exames citados na alternativa B, a tornando falsa. A alternativa E está
incorreta. Resposta: ANULADA.
29. Nível de dificuldade: Fácil Dica do Professor: Questão sobre comunicação de más notícias,
que é um tema bem complexo, mas com um pouco de bom senso dava para responder.
Alternativa A: Errada. Nunca faça isso. Os dois passos iniciais para uma boa comunicação
de más notícias é preparar o ambiente e primeiro OUVIR a pessoa com quem você irá
conversar, entender o que ela sabe primeiro e a partir disso ir falando, contanto, ouvindo e
fazendo suas respostas. Cada pessoa ouve e fala de um jeito, respostas prontas são ruins
nesse momento. Alternativa B: Correto. Deve-se escutar o paciente e JUNTO COM ELE ir
decidindo as próximas etapas do tratamento. Um boa comunicação entre médico e paciente
é essencial para se construir um vínculo e uma boa terapeutica. Alternativa C: Errado. Os
estudos são um pouco controversos sobre essa proporções, no entanto, a linguagem não
verbal (postura, gestos, expressões etc) são tanto ou mais importante do que o verbal, do
que o que se fala em si. Alternativa D: Erradíssima! Desde quando mentir pro paciente é
bom? É claro que se deve adaptar a linguagem e entender até onde o paciente está
preparado para ouvir naquele contato, mas mentir não! Muito menos proporcionar falsa
alegria ou instigar esperança sempre. Não se deve ser duro e frio com o paciente, mas
(usando a maneira correta) deve-se contar pro paciente o que está ocorrendo. Escutar bem e
tentar aliviar a dor estão corretas. Alternativa E. Muito errada! Qualquer profissional que
tenha vínculo com o paciente pode e deve participar desse processo de comunicação. O
médico não deve se eximir de sua responsabilidade nesse contexto. Resposta correta, letra
B.
30. Nível de dificuldade: fácil Dica do expert: A polifarmácia, segundo a Organização Mundial de
Saúde (OMS), é o uso rotineiro e concomitante de quatro ou mais medicamentos (com ou
sem prescrição médica) por um paciente. O aumento da expectativa de vida associado ao
aumento da prevalência de doenças crônicas, mais comum entre idosos, resulta em uma
maior utilização simultânea de múltiplos medicamentos. Em alguns casos a polifarmácia é
necessária para que todas as condições clínicas do paciente recebam tratamento adequado.
Contudo, devido ao potencial de causar danos ao paciente, é importante que essas
prescrições sejam constantemente revisadas e seja feita uma desprescrição quando
possível. Alternativa A: INCORRETA. A polifarmácia é definida a partir do uso concomitante
de quatro ou mais medicamentos. Alternativa B: CORRETA. A polifarmácia está associada
ao aumento dos riscos de hospitalização, de declínio funcional, de deficiência cognitiva, de
não adesão ao tratamento, de reações adversas e de interações medicamento-medicamento.
As quedas também são consequência da polifarmácia e representam importante causa de
morbidade e mortalidade entre os idosos. Alternativa C: INCORRETA. Muito pelo contrário. A
hospitalização aumenta o risco da polifarmácia e o contrário também é verdade: a
polifarmácia aumenta o risco de hospitalizações. Alternativa D: INCORRETA. A cascata de
prescrição ou cascata de iatrogenia é quando uma medicação foi prescrita para tratar o efeito
colateral da outra. Portanto é um fator de risco para polifarmácia e não um fator de proteção.
Alternativa E: INCORRETA. A desprescrição deve ser estimulada e consiste no processo de
identificação e descontinuação de medicamentos desnecessários, inefetivos, inseguros ou
potencialmente inadequados. É muito importante que as receitas médicas sejam revisadas,
principalmente a nível de atenção básica. Resposta: alternativa B

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