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Melanie Steigleder Resumo do capítulo 2 “Três ideologias da economia política” do livro “A Economia Política das Relações Internacionais” de Robert Gilpin Segundo Heilbroner (1985, p.107), ideologia refere-se a um sistema de pensamento e de crenças com os quais as pessoas explicam o funcionamento do sistema e seus fenômenos. Para Gilpin, o atrito entre liberalismo, nacionalismo e marxismo, tem ocorrido com base no mercado, isto é, seu papel e significado na organização social e econômica. Nesse sentido, o autor busca avaliar os tópicos positivos e negativos dessas ideologias, de modo a elucidar o estudo da economia política das relações internacionais. A princípio, ao estudar as ideologias referenciadas, para Gilpin, é essencial questionar-se quanto à significância do mercado para o crescimento econômico e para a distribuição da riqueza entre as classes; sobre o papel do mercado na organização da sociedade, nacional e internacionalmente, assim como as consequências desse sistema sobre assuntos pautados na guerra e na paz. Evidentemente, nacionalismo, liberalismo e marxismo se distinguem eminentemente na forma como descrevem a vivência entre sociedade, estado e mercado. O nacionalismo (ou mercantilismo), o qual se desenvolveu diante do princípio da política sobre a economia, privilegia o Estado e defende que o mercado deve estar subordiando a ele, assim como a ideia de que economia e políticas são áreas separadas. Para os nacionalistas, o Estado, a segurança nacional e o poder militar devem estar em destaque na organização e no funcionamento do sistema internacional. Ainda que essa teoria vise o fortalecimento do Estado, seus objetivos e políticas têm se diferenciado em relação à época e ao lugar. Na teoria nacionalista, os fatores econômicos possuem papel relevante nas relações internacionais e é considerado a disputa entre as nações por recursos, como algo natural e intrínseco ao sistema. O liberalismo difere a economia da política e compreende que eles funcionam segundo regras e lógicas específicas e próprias. Nesse Melanie Steigleder sentido, a teoria liberal é marcada pelo livre mercado e com o mínimo de intervenção estatal possível, havendo uma responsabilidade acerca da igualdade e a liberdade de cada um. Assumindo diversas faces, na história, já houve liberalismo clássico, neoclássico, keynesiano, monetarista, austríaco e entre outros. Contudo, em todas é perceptível o comprometimento com o mercado e com o mecanismo dos preços. Dessa forma, o liberalismo revela- se uma doutrina ao organizar e administrar uma economia voltada a obtenção máxima de crescimento econômico, entendendo que there is no such thing as a free lunch, ou seja, para alcançar algo, é preciso ceder algo. Além disso, essa teoria reitera que a economia tem uma estabilidade intrínseca, tendendo ao equilíbrio. E para os liberais, a economia é progressiva, ao mesmo tempo que a política é retrocessiva e que não há relação de causalidade entre os eventos da primeira guerra e do imperialismo com o desenvolvimento do capitalismo. Na perspectiva marxista, o capitalismo é considerado como um sistema econômico global, cujos desequilíbrios sociais e mudanças ocorrem em razão da luta de classes, de forma que não identifica-se harmonia inerente ao sistema, como é pensado na teoria liberal. Para os marxistas, o capitalismo é caracterizado pela propriedade privada dos meios de produção e uso de mão de obra assalariada. Segundo Karl Marx, o sistema capitalista é regido por três leis econômicas. Sendo a primeira delas, a lei da desproporcionalidade, a qual sustenta a negação da lei de Say, a qual afirma que a oferta cria demanda, havendo um equilibro sempre entre elas. A segunda lei, a da concentração de capital, a qual afirma a busca incessante por lucros e a necessidade de acumular. E por último, a terceira lei, a da taxa de lucro cadente, a qual diz que à medida que o capital se acumula, sua taxa de retorno declina, diminuindo o incentivo a investir. Em vista que tais perspectivas são distintas, para o autor elas constituem compromissos intelectuais, ainda que algumas ideias Melanie Steigleder possam ser revelar errôneas ou questionáveis, nenhuma delas pode ser comprovada ou rejeitada com argumentos lógicos ou com experiência empírica. Nesse ponto, há razões que explicitam isso. Primeiramente, essas teorias são baseadas em premissas sobre as pessoas e a sociedade, as quais não podem ser verificadas experimentalmente. Em seguida, há o fracasso das previsões realizadas conforme em uma determinada visão que pode ser refletida se é introduzida a análise de certas hipóteses. E por último, o liberalismo, nacionalismo e marxismo possuem objetivos diferentes e se colocam em níveis analíticos distintos.
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