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TRANSTORNO OPOSITOR DESAFIADOR Prof. Me. Robson Dias Aula 01 100 ml de detergente 100 ml de água 50 ml de xarope de milho Forças Intermoleculares Ligações de Hidrogênio TOD Birra Falta de Limites 8-9 meses até os 4 anos Imaturidade para demonstrar seus sentimentos e frustrações Comportamento irritado e choroso, tendendo a jogar-se no chão e auto ou hetero agressividade É um comportamento normal da idade Reduzem com o tempo (auto-limitada) Surge quando: • Impedido; • Contrariado; • Tiram algo prazeroso; • Não é atendido; • Para chamar atenção. Nessa fase ela não tem meios estruturados para discutir com o adulto ou expressar de maneira adequada seus sentimentos (que muitas vezes nem sabe reconhecer ou nomear) e frustrações. OPOSIÇÃO DESAFIO •O TOD é um dos transtornos mais comuns em crianças e adolescentes. •O TOD faz parte do grupo de transtornos chamados DISRUPTIVOS. TOD TC TPAS • Categoria que incluem condições que envolvem problemas de autocontrole de emoções e de comportamentos; T R A N S T O R N O S D IS R U P T IV O S • Transtorno Desafiador de Oposição • Transtorno de Oposição Desafiante • Transtorno Opositivo Desafiador • Transtorno Opositor Desafiador • Transtorno Desafiador Opositivo • Transtorno Desafiador Opositor • Transtorno Desafiador de Oposição * A diferença na nomenclatura decorre de variações na tradução do termo em inglês Oppositional Defiant Disorder - ODD. F 91.3 313.81 DISTÚRBIO DESAFIADOR E DE OPOSIÇÃO TRANSTORNO DE OPOSIÇÃO DESAFIANTE • O TOD é definido por um padrão frequente e persistente de humor irritável e irritado, índole vingativa e comportamento inapropriado, negativista, desafiador e desobediente em relação a figuras de autoridade. (Associação Americana de Psiquiatria, 2013) • Crianças e adolescentes com TOD são rebeldes, teimosos, se opõem a adultos e se recusam a obedecer. • Frequentemente têm explosões de raiva e dificuldade em controlar suas emoções. ÍNDOLE VINGATIVA FREQUENTEMENTE SE OPÕE AS REGRAS IGNORAM SOLICITAÇÕES HOSTILIDADE DESAFIA NORMAS E RECOMENDAÇÕES DE ADULTOS AGRESSÃO VERBAL SURTOS DE RAIVA FREQUENTEMENTE CULPAM OS OUTROS POR SEUS PRÓPRIOS ERROS IRRITAM E PERTURBAM OS OUTROS PROPOSITALMENTE DESOBEDIENTES APRESENTAM RESSENTIMENTO CRITÉRIOS • A. Um padrão de humor raivoso/irritável, de comportamento questionador/desafiante ou índole vingativa com duração de pelo menos seis meses, como evidenciado por pelo menos 04 (quatro) sintomas de qualquer das categorias seguintes e exibido na interação com pelo menos um indivíduo que não seja um irmão. Humor Raivoso/Irritável • 1. Com frequência perde a calma. • 2. Com frequência é sensível ou facilmente incomodado. • 3. Com frequência é raivoso e ressentido. CRITÉRIOS Comportamento Questionador/Desafiante 4. Frequentemente questiona figuras de autoridade ou, no caso de crianças e adolescentes, adultos. 5. Frequentemente desafia acintosamente ou se recusa a obedecer a regras ou pedidos de figuras de autoridade. 6. Frequentemente incomoda deliberadamente outras pessoas. 7. Frequentemente culpa outros por seus erros ou mau comportamento. Índole Vingativa 8. Foi malvado ou vingativo pelo menos duas vezes nos últimos seis meses. • B. A perturbação no comportamento está associada a em seu contexto social imediato (sofrimento para o indivíduo ou para os outros . ex., família, grupo de pares, colegas de trabalho) ou causa impactos negativos no funcionamento social, educacional, profissional ou outras áreas importantes da vida do indivíduo. • C. Os comportamentos não ocorrem exclusivamente durante o curso de um transtorno psicótico, por uso de substância, depressivo ou bipolar. Além disso, os critérios para transtorno disruptivo da desregulação do humor não são preenchidos. CRITÉRIOS • Comportamentos são constantes ao longo do tempo e excessivos quando comparados a outras crianças. • Pode ser limitado a um único ambiente ou se manifestar em diferentes espaços (na própria casa, na casa de parentes e colegas, na escola). • Comumente, a frequência de comportamentos de oposição é maior em crianças da pré-escola ou mesmo em adolescentes. • É facilmente percebido nos grupos sociais onde convive a pessoa com o transtorno devido as características comportamentais. • No caso de crianças com idade abaixo de 5 anos, o comportamento deve ocorrer na maioria dos dias durante um período mínimo de seis meses, exceto se explicitado de outro modo. • No caso de crianças com 5 anos ou mais, o comportamento deve ocorrer pelo menos uma vez por semana durante no mínimo seis meses, exceto se explicitado de outro modo. • Leve: Os sintomas limitam-se a apenas um ambiente (p. ex., em casa, na escola, no trabalho, com os colegas). • Grave: Alguns sintomas estão presentes em três ou mais ambientes. • Moderada: Alguns sintomas estão presentes em pelo menos dois ambientes. ALGUMAS DIFICULDADES NO CAMPO AFETIVO E TAMBÉM NO CAMPO COGNITIVO DESENCADEIAM PROBLEMAS COMPORTAMENTAIS TRANSITÓRIOS. ESPECIFICADORES Não é raro indivíduos com transtorno de oposição desafiante apresentarem sintomas somente em casa e apenas com membros da família. No entanto, a difusão dos sintomas é um indicador da gravidade do transtorno. PREVALÊNCIA E COMORBIDADE • 3,3% • Maior prevalência em pessoas do sexo masculino: 1,4:1 • Mais comum em meninos (antes da puberdade) FATORES DE RISCO • Relacionamento negativo com os pais • Comportamento agressivo dos pais • Vivências de vulnerabilidades sociais • Ambiente social desregrado • Instabilidade familiar • Abuso físico, sexual e/ou psicológico • Disciplina inconsistente • Dificuldade ou inabilidade em construir relações sociais • Vivência em comunidades com alto índice de criminalidade e/ou situações de miséria BIOLÓGICAS PSICOLÓGICAS SOCIAIS PSICOLÓGICAS • Aprendizado social; • Modelos de Apego; • Dificuldade em lidar com frustrações; • Falta de estratégias sociais e comportamentais; • Naturalização da violência em casa; • Falta de regras e limites (anomia). SOCIAIS • Violência social; • Rejeição social; • Baixos níveis econômicos; • Viver em áreas de grande violência; • Ambientes escolares inadequados; • Negligência. São apontadas correlações em estudos, mas não existe um padrão social definido. BIOLÓGICAS • Ainda não conclusivos; • Relação genética; • Estudo com gêmeos; • Maior número entre crianças prematuras e com mães que abusam de álcool, tabaco e drogas; • Alterações nas estruturas do córtex pré-frontal; • Alterações nas “hot EF”. A soma de processos neurocognitivos que mantêm um conjunto adequado de áreas cerebrais ativas para a resolução de problemas (BLAIR, 2005) Funções Executivas "quentes" estão relacionadas com os aspectos e processamentos emocionais, crenças e desejos, como a regulação do afeto, da motivação e do próprio comportamento social, tomada de decisão, experiência de recompensa e punição, teoria da mente, interpretações pessoais e julgamento moral. São as principais responsáveis pelo aumento do comportamento antissocial em pessoas com TOD. • Reforço alterado; • Sensibilidade alterada (aumento de busca) à recompensa; • Insensibilidade à punição; • Anormalidades no processamento emocional (níveis reduzidos de empatia e déficits no reconhecimento de expressões emocionais). Funções Executivas “frias” englobam o desempenho mais ‘racional’ do cérebro e são responsáveis por diversas habilidades como inibição de resposta, memória de trabalho, planejamento, flexibilidade e a capacidade de gerar criativamente soluções para problemas. Ela é responsável pela perda de temperamento e respostas agressivas exageradas em indivíduos TOD. • Dificuldades na controle inibitório; • Dificuldades no autocontrole; • QI baixo; • Ineficiênciasna resolução de problemas. AMÍGDALA GIRO CINGULADO ANTERIOR CÓRTEX PRÉ-FRONTAL ÍNSULA HIPOCAMPO CORPO ESTRIADO CEREBELO CÓRTEX PRÉ-FRONTAL DORSOLATERAL CÓRTEX PRÉ-FRONTAL VENTOLATERAL Fonte: Noordermeer, Luman & Oosterlaan, 2016 Noordermeer, Luman & Oosterlaan, 2016 Revisão sistemática e Meta-análise de Neuroimagem em Transtorno Opositor Desafiador (TOD) e Transtorno de Conduta (TC) levando em conta o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) • Volumes menores de matéria cinzenta em indivíduos com TOD e TC; • Anormalidades na insula (esquerda e bilateral), amígdala (esquerda e bilateral), córtex cingulado (esquerda e paracenral), o giro frontal inferior (esquerda e direita) e o córtex pré-frontal dorsomedial; • Volumes anormais foram relatados nos grupos TOD/TC-misto e TOD/TC+TDAH para estruturas que não foram encontradas para grupos apenas TOD/TC. Estudos recentes apontam para níveis de cortisol mais baixos no sistema da pessoa com TOD. OUTRAS PESQUISAS • Níveis médios de androgênio mais elevados do que os indivíduos normais ou do que aqueles com TDAH; • Índice de frequência cardíaca maior do que aqueles sem TOD após provocação e frustração; • Baixo nível de resposta de receptores serotoninérgicos quando expostos à ameaça de punição (aumento da agressividade). NÃO EXISTE UM EXAME QUE IDENTIFIQUE O TOD EM UMA PESSOA!!! • O diagnóstico é feito com observação da pessoa em diversos ambientes, bem como dos relatos da família, escolas e instituições onde a pessoa frequenta. MÉDICO OBSERVAÇÃO DIAGNÓSTICA ESCALAS DE AVALIAÇÃO ANÁLISE DE COMORBIDADES • Observar a criança/adolescente; • Entender quem ele é e como é seu comportamento; • Delimitar como pensa e age; • Etc. • Entrevista com os pais; • Observação da dinâmica familiar; • Condução parental; • Estilos de criação; • Divergência na educação; • Terceirização Educacional; • Perfis similares na família; • Comportamento de violência. Relatório Escolar: • Desempenho acadêmico; • Comportamento social; • Adequação de rotinas; • Facilitadores e dificultadores no ambiente escolar. Quem é o aluno? Onde se senta na sala? Quem são seus amigos? É bem aceito no grupo? É excluído? Tímido? Extrovertido? Agressivo? É educado na escola? Como chega na escola? Como se comporta na sala? Como se comporta no recreio? (TEIXEIRA, 2014) • Child Behaviour Checklist (CBCL) – para crianças • Youth Self-report (YSR) – para adolescentes • Disruptive Behaviour Disorders Structured Parent Interview (DBDPI) • Parent/Teacher Disruptive Behavior Disorder Rating Scale (DBRS) • Iowa Conners Teacher Racing Scale • The Diagnostic Interview Schedule for Children (DISC-IV) • Behaviour Assessment System for Children (BASC-2) • Oppositional Defiant Disorder Rating Scale (ODDRS) • Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade; • Transtorno do Espectro Autista; • Transtornos Depressivos; • Transtorno Afetivo Bipolar; • Transtornos de Ansiedade. • Transtorno de Conduta; • Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade; • Transtornos Depressivos; • Transtorno Afetivo Bipolar; • Transtorno disruptivo da desregulação do humor; • Transtorno explosivo intermitente; • Deficiência intelectual. • Sintomas observáveis a partir dos quatro anos de idade; • Critérios diagnósticos apontam para 5 anos de idade o limiar de identificação; • Conhecimento técnico do profissional favorece um diagnóstico precoce. “Os outros são os outros” Não se importe com as outras pessoas e o que possam estar pensando. “Bater não é uma saída” Existem outras maneiras de modelar comportamentos que são mais efetivos. “Aprender a esperar” A birra pode ser um sinal de alerta para a necessidade de impor limites. “Seja forte” Ao ceder a criança aprende que com a birra ela pode ter o que quer. “A birra do vizinho é menos barulhenta” Cada família experiencia a birra de uma maneira. Troque experiências com outros pais e veja o que funciona para você. “Combinado não sai caro” Estabeleça regras e limites claros (e possíveis) para que a criança tenha segurança de que poderá cumprir. • Não demonstre o quanto você está afetado pelo comportamento; • Respire fundo; • Deixe a criança extravasar a birra; • Se precisar vá à um lugar mais calmo; • Não ceda; • Mantenha-se firme; • As crianças se sentem mais seguras quando os pais mantém coerência entre discurso e ação. • Converse com a criança; • Explique o por que recebeu um não; • Demonstre importar-se com a criança; • Deixe que ela fale também; • Tente fazer com que ela tire uma lição da situação que vivenciou. (TEIXEIRA, 2019) • Discute com professores e colegas; • Se recusa a trabalhar em grupo; • Não aceita ordens; • Não realiza deveres escolares; • Não aceita crítica; (TEIXEIRA, 2019) • Desafia autoridade de professores e coordenadores; • Deseja tudo ao seu modo; • É o “pavio curto” ou “esquentado” da turma; • Perturba outros alunos; • Responsabiliza os outros por seu comportamento. • Rendimento escolar insatisfatório; • Dificuldade de aprendizagem; • Oscilação de humor; • Rechaço social; • Conflitos; • Bullying; • Reprovações escolares frequentes.