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Daniella Machado TURMA XXVI TUTORIA IV: FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO “ARRANHADURA DE GATO” - MÓDULO 2 1. CARACTERIZAR A INFLAMAÇÃO CRÔNICA Uma resposta de duração prolongada (semanas ou meses ou dura mais de 6 meses) por causa da persistência prolongada de agentes agressores (persistência do agente inflamatório como microrganismos, micobactérias, fungos, vírus, parasitos) ou a fenômenos imunitários. Ou seja, é a inflamação em que a lesão tecidual e a tentativa de reparo coexistem em combinações variáveis. Ela pode surgir de uma inflamação aguda ou aparecer de forma insidiosa, sem as manifestações clínicas de uma forma aguda. Em uma inflamação crônica, os fenômenos tardios predominam, os sinais iniciais típicos de inflamação (eritema e edema) podem não ser aparentes. Em algumas inflamações prolongadas, há edema e dor com pouca exsudação celular, em tendinites, fasciirtes, osteartrose e fibromialgia. Encontra-se infiltrados de mononucleares (linfócitos, plasmócitos e macrófagos). Em certas inflamações (por fungos e parasitas), pode haver grande exsudação de neutrófilos, inclusive formação de microabscessos, destruição tecidual, fenômenos reparativos (regeneração celular, angiogênese e neoformação conjuntiva – fibrose). Pode haver grande produção de fatores de crescimento, que induzem a hiperplasia do parênquima ou formação excessiva de tecido conjuntivo, originando inflamações hipertróficas e pseudotumorais. CAUSAS INFECÇÕES PERSISTENTES: Por microrganismos de difícil erradicação, como micobactérias e certos vírus, fungos e parasitas. Esses organismos desencadeiam uma reação imune – hipersensibilidade de tipo tardio – as respostas inflamatórias crônicas desenvolvem um padrão específico, denominado a reação granulomatosa. Em outros casos, uma inflamação aguda não resolvida por evoluir para uma inflamação crônica, como na infecção bacteriana aguda pulmonar, que vira um abscesso pulmonar crônico. A inflação aguda e crônica podem coexistir na úlcera péptica. DOENÇAS DE HIPERSENSIBILIDADE: A inflamação crônica desempenha papel em um grupo de doenças causadas pela ativação excessiva e inapropriada do sistema imune. Em determinadas condições, surgem reações imunes contra os tecidos do próprio indivíduo, resultando em doenças autoimunes. Nessas doenças, os autoantígenos desencadeiam uma reação imune auto perpetuante, que resulta em lesão tecidual e inflamação crônicas (artrite reumatoide e esclerose múltipla). Em outros casos, a inflamação crônica resulta de resposta imunes desreguladas contra microrganismos (microbiota intestinal), como na doença inflamatória intestinal (de Crohn). As respostas imunes contra substâncias ambientais comuns são a causa de doenças alérgicas, como a asma brônquica. Essas reações são deflagradas contra antígenos que normalmente são inócuas, as reações não têm propósito e só causam doença. Elas podem exibir padrões morfológicos mistos de inflamação aguda e crônica, por terem episódios repetidos de inflamação. A fibrose predomina nos estágios avançadas. EXPOSIÇÃO PROLONGADA A AGENTES – POTENCIALMENTE – TÓXICOS Podendo ser exógenos ou endógenos. Exemplo de exógeno: partícula de sílica (material inanimado) não degradável, que quando inalado por períodos prolongados resulta em uma doença inflamatória do pulmão (silicose). A aterosclerose é um processo inflamatório crônico da parede arterial induzido, pelo menos em parte, pela produção excessiva e deposição tecidual de colesterol e outros lipídios endógenos. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS A. Células mononucleares (macrófagos, linfócitos e plasmócitos). B. Destruição tecidual (induzida pelo agente agressor persiste ou pelas células inflamatórias). C. Tentativas de cicatrização por meio de substituição do tecido danificado por tecido conjuntivo, possibilitadas pela angiogênese (proliferação de pequenos vasos sanguíneos) e pela fibrose. “Arranhadura de Gato” – Módulo 2 Daniella Machado Tutoria – 4º período UniEVANGÉLICA TURMA XXVI 2 FUNÇÃO DOS MACRÓFAGOS As células dominantes na maioria das reações inflamatórias crônicas são os macrófagos, que contribuem para a secreção de citocinas e fatores de crescimento que atuam em várias células, destruindo os invasores estranhos e os tecidos e ativando outras células (em especial os linfócitos T). Eles são fagócitos profissionais que eliminam os microrganismos e os tecidos danificados. Ademais, desempenham funções importantes no reparo dos tecidos lesionados. São derivadas de células-tronco hematopoiéticas da medula óssea durante a vida pós-natal, bem como células progenitoras do saco vitelino embrionário e do fígado fetal durante o desenvolvimento inicial. As células circulantes dessa linhagem são os monócitos. Em condições normais, os macrófagos estão difusamente distribuídos na maioria dos tecidos conjuntivos. Além disso, são encontrados em locais específicos, como o fígado (células de Kupffer), baço e linfonodos (histiócitos sinusais), SNC (micróglia) e pulmões (macrófagos alveolares). Em conjunto, essas células compõem o sistema fagocítico mononuclear, conhecido como sistema reticuloendotelial. Eles são macrófagos residentes (não vão para corrente sanguínea e são uma população estável de células inflamatórias). Os progenitores específicos na medula óssea dão origem aos monócitos, que entram no sangue, migram para vários tecidos e diferenciam-se em macrófagos. Esse processo é característico dos macrófagos nos sítios inflamatórios e em alguns tecidos, como a pele e o trato intestinal. A meia-vida dos monócitos no sangue é de cerca de 1 dia, enquanto o tempo de vida dos macrófagos teciduais pode ser de vários meses ou anos. Os monócitos começam a extravasar com bastante rapidez dos vasos para os tecidos extravasculares e dentro de 48h podem se tornar o tipo celular predominante. O extravasamento de monócitos é governado pelos mesmos fatores envolvidos no extravasamento dos neutrófilos (moléculas de adesão e fatores quimiotáticos). Os produtos dos macrófagos ativados eliminam os agentes lesivos, iniciam o reparo e lesão tecidual. Fatores para o desenvolvimento e persistência da inflamação crônica e na lesão tecidual: Þ Macrófagos ingerem e limitam microrganismos e tecidos mortos. Þ Iniciam o processo de reparo tecidual e estão envolvidos na formação de cicatriz e fibrose. Þ Secretam mediadores da inflamação, citocinas (TNF, IL-1, quimiocinas e outras) e eicosanoides. Os macrófagos contribuem para a iniciação e a propagação das reações inflamatórias. Þ Apresentam antígenos aos linfócitos T e respondem a sinais provenientes das células T, estabelecendo uma alça de retroalimentação que é essencial para a defesa contra muitos microrganismos por meio de respostas imunes mediadas por células. ATIVAÇÃO CLÁSSICA DOS MACRÓFAGOS Induzida por produtos microbianos, como endotoxina que se liga a TLR e outros sensores, por sinais das células T (IFN-gama nas repostas imunes) ou por substâncias estranhas, como cristais e partículas. São chamados de macrófagos classicamente ativados (M1) produzem NO e enzimas lisossômicas que aumentam a capacidade de destruir os microrganismos ingeridos e secretam citocinas que estimulam a inflamação. O principal papel é destruir os microrganismos e promover resposta inflamatória. ATIVAÇÃO ALTERNATIVA DOS MACRÓFAGOS É induzida por IL-4 e IL-13, que são produzidas pelos linfócitos T e por outras células. Esses M2 não são ativamente microbicidas, tem como função interromper a inflamação e promover o reparo tecidual. TGF-B: Angiogênese (VEGF). A sequência seria M1 e depois o M2 (mais plausível), mas nem sempre é assim, podendo ter variáveis nessa resposta. Ademais, os fenótipos M1 e M2 constituem as formas extremas, existindo tipos intermediários que são difíceis de caracterizar como M1 ou M2 típicos. Os macrófagos são poderosos aliadosna defesa do organismo contra invasores indesejados, ao induzir uma considerável destruição tecidual quando os macrófagos são ativados de maneira inapropriada ou excessiva. A destruição tecidual é uma das características marcantes da inflamação crônica. Se o agente lesivo for eliminado, os macrófagos desaparecem (morrendo ou seguindo seu trajeto nos vasos linfáticos e linfonodos). Em outros casos o acúmulo de macrófagos persiste, em consequência do recrutamento contínuo a partir da circulação e da proliferação no local de inflamação. “Arranhadura de Gato” – Módulo 2 Daniella Machado Tutoria – 4º período UniEVANGÉLICA TURMA XXVI 3 FUNÇÃO DOS LINFÓCITOS Os microrganismos e outros antígenos ambientais ativam os linfócitos T e B, que amplificam e propagam a inflamação crônica. A ativação dessas células é mais relevante na inflamação crônica e é grave e persistente, pelo fato que a ativação dos linfócitos leva a geração de células de memória de vida longa, como a inflamação granulomatosa. Os linfócitos representam a população celular dominante na inflamação crônica de várias doenças autoimunes. Pela sua capacidade de secretar citocinas, os linfócitos T CD4+ promovem a inflamação e influenciam o perfil da reação inflamatória. Th1: IFN-gama, ativa macrófagos pela via clássica. Bactérias intracelulares. Th2: IL-4, IL-5 e IL-13, que recrutam e ativam os eosinófilos e que são responsáveis pela via alternativa de ativação dos macrófagos. Para helmintos e alergias. Th17: secretam IL-17 e outras citocinas que induzem a secreção de quimiocinas responsáveis pelo recrutamento de neutrófilos (e monócitos) para o sítio inflamatório. Bactérias extracelulares. Os linfócitos e macrófagos interagem de forma bidirecional. Os macrófagos apresentam antígenos às células T, expressam moléculas de manobra – coestimuladores – e produzem citocinas (IL-12 e outras), que estimulam os linfócitos T ativados a produzirem citocinas. O resultado consiste em um ciclo de reações celulares que alimentam e sustentam a inflamação crônica. Uma consequência típica dessa interação são os granulomas. Os linfócitos B ativados e os plasmócitos produtores de anticorpos costumam estar presentes nas áreas de inflamação crônica. Os anticorpos produzidos podem ser específicos contra antígenos estranhos persistem, autoantígenos no local de inflamação ou ainda contra componentes teciduais alterados. A contribuição dos anticorpos na maioria dos processos inflamatórios crônicos não está bem esclarecida. Em algumas reações inflamatórias crônicas, os linfócitos acumulados, as APC (apresentadores de antígenos) e os plasmócitos reúnem-se para formar folículos linfoides organizados, que se assemelham àquele observados nos linfonodos. Esses agrupamentos são órgãos linfoides terciários. Esse tipo de organogênese linfoide é observado com frequência na sinóvia de pacientes com artrite reumatoide de longa duração e na tireoide de pacientes com tireoidite Hashimoto. Pode perpetuar a reação imune, seu papel ainda não foi elucidado. EOSINÓFILOS Abundantes nas reações imunes mediadas por IgE e nas infecções parasitárias. Seu recrutamento é acionado por moléculas de adesão semelhantes àquelas utilizadas por neutrófilos e por quimiocinas específicas (eotaxina) derivadas de leucócitos e células epiteliais. Os eosinófilos contam com grânulos que contêm a proteína básica principal (altamente catiônica que é tóxica para os helmintos e pode causar lesão das células epiteliais do hospedeiro). São benéficos no controle das infecções por helmintos, embora também contribuam para o dano tecidual em reações imunes (alergias). MASTÓCITOS Estão amplamente distribuídos nos tecidos conjuntivo e participam das reações inflamatórias agudas e crônicas. Ademais, expressam em sua superfície o receptor (FcdeltaRI) que se liga à porção Fc do anticorpo IgE. Nas reações de hipersensibilidade imediata, os anticorpos IgE ligados aos receptores Fc das células reconhecem especificamente o antígeno e as células sofrem degranulação e liberam mediadores (histamina e PGs). É observado durante reações alérgicas a alimentos, venenos de insetos ou fármacos, algumas vezes com resultados catastróficos (choque anafilático). Os mastócitos são encontrados nas reações inflamatórias crônicas e como secretam muitas citocinas, podem promover reações inflamatórias em diferentes situações. NEUTRÓFILOS São de característica da inflamação aguda, muitas formas de inflamação crônica continuam apresentam grandes números de neutrófilos por serem induzidos por microrganismos persistente ou por mediadores produzidos pelos macrófagos ativados e pelos linfócitos T. Na infecção bacteriana crônica do osso (osteomielite), pode haver persistência de um exsudato neutrofílica durante muitos meses. Eles são importantes no dano crônico induzido nos pulmões pelo tabagismo e por outros estímulos irritantes (padrão agudo sobre crônico). “Arranhadura de Gato” – Módulo 2 Daniella Machado Tutoria – 4º período UniEVANGÉLICA TURMA XXVI 4 2. DEFINIR A ESTRUTURA DO GRANULOMA E OS TIPOS GRANULOMA EPITELIÓIDE (IMUNOGÊNICO) Forma-se em inflamações causadas por agentes inflamatórios imunogênicos, particulados ou insolúveis, como ovo de Schistosoma mansoni, M. tuberculosis, Paracoccidioides brasiliensis etc. Os granulomas epitelioides evoluem para cura por fibrose, pela deposição de colágeno e demais componentes da matriz extracelular de forma centrípeta, produzindo cicatrizes com aspecto de bulbo de cebola. Se o agente inflamatório e a necrose não são completamente reabsorvidos, a fibrose se estabiliza, encapsulando-os. Se ocorre reabsorção completa do agente indutor, a fibrose é removida por colagenases e a cicatriz pode desaparecer. Esse tipo de resposta imune produz granulomas quando o agente desencadeante é de difícil erradicação, como no caso de um microrganismo persistem. Os mecanismos envolvidos estão ligados à imunidade celular (Th1, como na tuberculose) ou (Th2, como na esquistossomose). Nos Th1 tem a participação de citocinas IFN-gama e IL-12 e as quimiocinas CXC comandam o processo (chamando as células Th1 que ativa macrófagos) enquanto as granulomas Th2 tem as citocinas IL-3, IL-4 e IL-13, com as quimiocinas CC, ativando as células Th2 e os eosinófilos. Na reação por ovos se S. mansoni, há um agente imunogênico, as células do exsudato sofrem modificações acentuadas, caracterizando o fenômeno produtivo da inflamação. GRANULOMA DO TIPO CORPO ESTRANHO Origina-se em torno de partículas não imunogênicas (fios de sutura ou partículas de talco, em intervenções cirúrgicas) ou misturado a drogas ilícitas de uso intravenoso. Como são insolúveis e de difícil degradação, os macrófagos tendem a envolvê-las, formando células gigantes do tipo corpo estranho. Eles são normalmente menores e frouxos, com menos linfócitos, ademais, os seus macrófagos sofrem pouca transformação epitelióide. Eles se curam por fibrose, a cicatriz tende a encarcerar o corpo estranho caso este não possa ser digerido. Quanto mais inerte é o corpo estranho, menor é a indução de inflamação granulomatosa. Próteses valvares ou vasculares e outros dispositivos mecânicos são fabricados com materiais cada vez mais inertes, evitando que induzam inflamação e fibrose. As células epitelioides e as células gigantes se depositam na superfície do corpo estranho. Em geral, o material pode ser identificado no centro do granuloma, algumas vezes no interior de células gigantes (sobretudo ao ser examinado com luz polarizado, exibindo refração). 3. CARACTERIZAR INFLAMAÇÃO GRANULOMATOSA Conjunto de células organizadas – de forma concêntrica– com exsudação ao redor do agente inflamatório (aspecto paliçada. Pode ser epitelióide (imunogênico) ou do tipo corpo estranho(não imunogênico). os macrófagos estão presentes em todo granuloma. Os granulomas podem sofrer necrose. A necrose caseosa nos granulomas de tuberculose, deve-se a apoptose de macrófagos epiteloides e à ação de linfotoxina (TNF) e de produtos excretados por macrófagos (enzimas radicais livres etc.), ou seja, tem componente necrótico e apoptótico. Gomosa nos granulomas de sífilis. Tem aspecto acidófilo e granular nos granulomas esquistossomóticos na fase aguda da infecção, parece ser de substâncias eliminadas dos grânulos de eosinófilos e de macrófagos. Na paracoccidioidomicorse, os granulomas podem sofrer necrose semelhante à caseosa, além de necrose lítica com grande exsudato de PMN (fusão purulenta). A origem da necrose não é bem conhecida. Algumas vezes, os macrófagos se agrupam (mas sem sinal de ativação). Como em parasitos intracelulares (Mybacterium leprae e espécies de Leishmania da leishmaniose disseminada), o hospedeiro não desenvolve imunidade celular contra o agente, ficando os macrófagos incapazes de matar o parasito. Na forma virchiwiana de hanseníase, a inflamação é representada por agrupamentos frouxos de macrófagos “Arranhadura de Gato” – Módulo 2 Daniella Machado Tutoria – 4º período UniEVANGÉLICA TURMA XXVI 5 volumosos vacuolizados e abarrotados de bacilos (células de Virchow). Aspecto semelhante é visto na leishmaniose tegumentar anérgica, na qual se veem macrófagos agrupados repletos de parasitos. Uma forma de inflamação crônica por ter coleções de macrófagos ativados (linfócitos T e algumas vezes associada à necrose). A formação de granuloma é uma tentativa celular de conter um agente agressor de difícil erradicação. Nessa tentativa, costuma ocorrer ativação intensa dos linfócitos T, levando à ativação dos macrófagos, que pode causar lesão dos tecidos normais. CÉLULAS EPITELIOIDES Citoplasma granular róseo com limites celulares indistintos (semelhante ao epitélio). Os agregados de macrófagos epitelioides são circundados por um halo de linfócitos. Os granulomas mais antigos podem apresentar uma borda de fibroblastos e tecido conjuntivo. Agrupam-se e ficam próximos entre si, como as células epiteliais – células epitelioides – elas não fagocitam, mas conservam a capacidades de pinocitar e transportar vesículas endocíticas no citoplasma. CÉLULAS GIGANTES MULTINUCLEADAS IL-6. Grande massa de citoplasma e muitos núcleos e originam-se da fusão de múltiplos macrófagos ativados. Nos granulomas associados a certos microrganismos infeccioso (Mycobacterium tuberculosos), uma combinação de hipoxia e lesão mediada por radicais livres resulta em uma zona central de necrose. Essa zona é a necrose caseosas (similar a queijo amolecido). Esse material necrótico aparece como restos amorfos, sem estrutura, eosinofílico e granulares, com perda completa dos detalhes celulares (diferente da necrose coagulativa). Tem células gigantes multinucleadas (fusão de macrófagos). Podem ter núcleos organizados na periferia ou distribuídos irregularmente no citoplasma. As células gigantes com núcleos na periferia ou de ferradura (células de Langhans) são vistas normalmente na tuberculose. As células gigantes com núcleos distribuídos irregularmente no citoplasma são chamadas células gigantes do tipo corpo estranho. 4. CORRELACIONAR DOENÇAS GRANULOMATOSAS E SEUS DIAGNÓSTICOS Pode ter uma coroa na periferia de linfócitos, macrófagos e outras células. Nos granulomas esquistossomóticos e de outras parasitoses é visto eosinófilos, macrófagos e linfócitos. Nos granulomas de tuberculose é visto macrófagos em torno das células epitelioides. Os granulomas de paracoccidioidomicoese e de outras micoses profundas possuem linfócitos, macrófagos e PMNs, sendo foco frequente de fusão purulenta (microabsecessos). Na sífilis, os granulomas contêm macrófagos, poucas células epiteloides, células gigantes e grande número de plasmócitos. Na hanseníase tuberculoide, o granuloma epitelióide é circundado por um halo denso de linfócitos. *Granulomas da doença de Crohn, sarcoidose e nas reações de corpos estranhos: tendem a não apresentar centros necróticos e não são caseosos. O reconhecimento da inflamação granulomatosa é importante, pelo número limitado de condições que a causa. A tuberculose é o protótipo de uma doença granulomatosa infecciosa e sempre deve ser excluída como causa quando se identificam granulomas. Nessa doença o granuloma é designado como tubérculo. Os granulomas podem surgir em algumas doenças inflamatórias imunomediada. Como a doença de Crohn, tipo de doença inflamatória intestinal e um importante causa de inflamação granulomatosa nos EUA. Os padrões morfológicos das diversas doenças granulomatosas podem ser distintos entre si para possibilitar um diagnóstico acurado por um patologista experiente. Existem tantas apresentações atípicas que é necessário identificar o agente etiológico específicos por meio de colorações especiais para microrganismo (álcool ácido resistente para bacilos da tuberculose), métodos de cultura (tuberculosa e doenças fúngicas), técnicas moleculares (reação em cadeia da polimerase na tuberculose) e por sorologia (sífilis). BIBLIOGRAFIA Robbins e Cotran, Patologia- Bases Patológicas das Doenças, Capítulo 3, INFLAMAÇÃO CRÔNICA Bogliolo, Inflamação Crônica
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