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Sistemas e Tratamento de Efluentes

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Sistemas e Tratamento 
de Efluentes
Características da Água, Controle da Poluição e Tratamento
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Daniela Debone 
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• Água;
• Parâmetros Físicos, Químicos e Biológicos da Água;
• Monitoramento da Qualidade da Água;
• Poluição Hídrica.
Fonte: iStock/Getty Im
ages
Objetivos
• Apresentar e discutir os conceitos gerais sobre a água, no que diz respeito à distribuição mun-
dial desse recurso natural, bem como suas propriedades e seu padrões de potabilidade à ava-
liação da qualidade e análise, para o controle da poluição dos corpos hídricos e tratamento 
dessa para o consumo humano. Intenta-se, assim, desenvolver conceitos gerais para, então, 
iniciarmos o estudo das etapas dos processos de tratamento aplicados a efluentes.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material 
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você 
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns 
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões 
de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e 
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de 
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de 
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de 
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
Características da Água, 
Controle da Poluição e Tratamento
UNIDADE 
Características da Água, Controle da Poluição e Tratamento
Contextualização 
Iniciaremos esta unidade a partir da leitura do artigo Crise Hídrica: um problema 
ainda contornável, de Nathália Clark e Nicole Figueiredo de Oliveira, disponível no link 
a seguir. A partir dele, reflita sobre a questão da crise hídrica no Brasil.
Crise Hídrica: um problema ainda contornável, disponível em: https://goo.gl/E5AAKU
Oriente sua reflexão através dos seguintes questionamentos:
Quais os impactos negativos causados pela escassez hídrica?
Qual a importância de soluções inovadoras de tratamento de água e efluentes no combate 
à escassez de água?
6
7
Água
Sem dúvida, a água possui um valor inestimável, uma vez que é um componente fun-
damental para a vida de todos os seres vivos. Além de ser responsável pela manutenção 
dos ecossistemas e pela regulação dos ciclos biogeoquímicos, trata-se de um recurso 
natural estratégico para o desenvolvimento econômico.
Estima-se que exista uma quantidade de aproximadamente 1.360.000 milhões de 
m3 de água na natureza. Apesar dessa aparente abundância, somente cerca de 0,62% 
desses recursos é aproveitável para as atividades humanas, uma vez que mais de 97,5% 
da água do planeta é salgada. Da parcela de água doce, 68,9% encontra-se nas geleiras, 
calotas polares ou em regiões montanhosas; 29,9%, em águas subterrâneas; 0,9% com-
põe a umidade do solo e dos pântanos; e apenas 0,3% constitui a porção superficial de 
água doce presente em rios e lagos, como pode ser observado na Figura 1.
Figura 1 – Distribuição da água no planeta
Fonte: Ministério do Meio Ambiente. Água, um recurso cada vez mais ameaçado
Água absolutamente pura não existe na natureza e é necessário que ela seja potável 
para o consumo humano, isso é, livre de contaminantes orgânicos e inorgânicos e de 
microrganismos patogênicos, portanto, segura à saúde. Além disso, deve apresentar 
atraente aspecto e sabor agradável para ser bebida, ser adequada para finalidades do-
mésticas e para a maior parte das atividades industriais (Richter, 2002).
Segundo Richter (2002), as impurezas acumuladas na água, durante seu percurso 
pelo ciclo hidrológico e decorrentes de atividades humanas, compreendem matéria mi-
neral e orgânica em três formas, de acordo com o tamanho das partículas que a água 
contém, progressivamente das maiores para as mais finas: suspensão, estado coloidal e 
solução. Diferentes processos de tratamento podem ser necessários para a sua remoção 
ou redução a limites aceitáveis pelos padrões de potabilidade.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde humana está direta-
mente ligada à qualidade da água adequada ao consumo humano. Estima-se um poten-
cial de redução em até um décimo da carga de doenças global onde são implementadas 
medidas visando ao aumento do acesso à água potável, à promoção de boas práticas 
e à melhoria dos procedimentos de gerenciamento da água, favorecendo à redução de 
riscos de transmissão de doenças, além da mortalidade infantil.
7
UNIDADE 
Características da Água, Controle da Poluição e Tratamento
A qualidade da água, avaliada para uso humano ou industrial, tratada ou in natura, é 
verificada pela determinação de diversos parâmetros. Os padrões de potabilidade fixam 
valores de qualidade da água para que essa possa ser consumida. A Tabela 1 mostra al-
guns dos padrões utilizados para verificar a qualidade da água, de acordo com a Portaria 
n.º 2914, de 12 de dezembro de 2011, do Ministério da Saúde.
Tabela 1 – Padrões organolépticos, químicos e microbiológicos da água para consumo humano
Parâmetros Valor Máximo Permitido (VMP)
Cor aparente 15 uH
Dureza total 500 mg / L
Gosto e odor Intensidade 6
Turbidez 5 uT
Sólidos dissolvidos totais 1000 mg / L
Chumbo 0,01 mg / L
Mercúrio 0,001 mg / L
Nitrito 1 mg / L
Nitrato 10 mg / L
Cloro residual livre 5 mg / L
Microcistinas (cianotoxina) 1,0 µg / L
Endrin (agrotóxico) 0,6 µg / L
Escherichia coli Ausência em 100 mL
Coliformes totais Ausência em 100 mL
Veja todos os parâmetros considerados representativos para a análise da qualidade da 
água, de acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB):
• Parâmetros físicos: absorbância, coloração, série de resíduos (filtrável, não filtrável, 
fixo e volátil), temperatura e turbidez;
• Parâmetros químicos: alumínio, bário, cádmio, carbono orgânico dissolvido, chum-
bo, cloreto, cobre, condutividade específica, cromo total, demanda bioquímica de 
oxigênio, demanda química de oxigênio, fenóis, ferro total, fluoreto, fósforo total, 
manganês, mercúrio, níquel, óleos e graxas, ortofosfato solúvel, oxigênio dissolvido, 
pH, potássio, potencial de formação de trihalometanos, série de nitrogênio (Kjeldahl, 
amoniacal, nitrato e nitrito), sódio, surfactantes e zinco;
• Parâmetros microbiológicos: Clostridium perfringens, coliformes termotolerantes, 
Cryptosporidium sp, Estreptococos fecais e Giardia sp;
• Parâmetros hidrobiológicos: clorofila a, feofitina a;
• Parâmetros ecotoxicológicos: sistema Microtox, teste de Ames (avaliação de muta-
genicidade), teste de toxicidade crônica para Ceriodaphnia dubia.
Vimos que, para caracterizar a água, de acordo com a qualidade para o seu consumo, são 
determinados diversos parâmetros que representam as suas características físicas, químicas e 
biológicas. Esses parâmetros são indicadores da qualidade dela e, quando alcançam valores 
superiores aos estabelecidos para determinado uso, representam risco para a saúde. 
A seguir, discutiremos os principais padrões de qualidade, cada um deles será apre-
sentado separadamente, de acordo com os aspectos físicos, químicos e biológicos.
8
9
Parâmetros Físicos, Químicos 
e Biológicos da Água 
Parâmetros Físicos
Temperatura
Trata-se da medida da intensidade de calor. Parâmetro de grande importância, uma 
vez que tem influência sobre algumas propriedades da água (densidade, viscosidade, 
oxigênio dissolvido), com reflexos sobre a vida aquática. 
Cor
A água pura não possuicor, porém, em enormes quantidades, adquire cor azu-
lada. A matéria orgânica oriunda da decomposição de vegetais confere à água uma 
coloração marrom-amarelada e o Ferro confere cor avermelhada. A concentração das 
substâncias existentes nos esgotos produzidos diariamente também altera a coloração 
da água para marrom.
A coloração da água pode indicar seu grau de poluição. Geralmente, ao se observar 
uma água com coloração, também é possível observar uma alta demanda química ou 
bioquímica de oxigênio.
Sabor e odor
O sabor e o odor são características que devem ser avaliadas em conjunto, pois estão 
intimamente relacionadas e são facilmente confundidas. Compostos inorgânicos presen-
tes na água conferem sabor geralmente sem conferirem odor característico.
Para a eliminação de sabor ou odor, usa-se um processo de aeração. Porém, em 
alguns casos, esse tratamento é ineficiente e se faz necessária uma aplicação de carvão 
ativado, com ou sem aeração prévia. O sabor e o odor, sendo sensações organolépticas 
de avaliação subjetiva, não são passíveis de medição direta por instrumentos.
Em todos os métodos em uso ou anteriormente usados, o “instrumento” utilizado é o 
nariz, portanto, estão sujeitos a variações individuais (Richter, 2002). De acordo com o 
padrão de potabilidade, a água deve ser completamente inodora.
Turbidez
A turbidez decorre da presença de partículas em suspensão, variando em tamanho, 
desde suspensões grosseiras até o estado coloidal (argila e silte, matéria orgânica, ma-
terial proveniente de descargas de esgoto doméstico e industrial e de galerias de água 
pluvial, bactérias, algas e outros micro-organismos, e até pequenas bolhas de ar). A clari-
ficação da água pode ser feita através de processos de coagulação e filtração; entretanto, 
essa clarificação é dificultada quando a turbidez é muito elevada ou possui variações em 
conjunto com o pH e a alcalinidade, por ocasião de chuvas torrenciais.
9
UNIDADE 
Características da Água, Controle da Poluição e Tratamento
Condutividade elétrica 
A capacidade da água em conduzir a eletricidade é definida como condutividade elé-
trica. O grau de condutividade da água depende apenas da concentração e da carga dos 
íons dissolvidos na solução.
Parâmetros Químicos
Potencial hidrogeniônico (pH)
O pH representa o equilíbrio entre íons H+ e íons OH- e indica se uma água é ácida (pH 
inferior a 7), neutra (pH igual a 7) ou alcalina (pH maior do que 7). O pH da água depende 
de sua origem e características naturais, mas pode ser alterado pela introdução de resídu-
os. Portanto, sua medição é constante em tratamentos de efluentes, pois sua estabilidade 
confere maior eficiência às etapas de coagulação, floculação, desinfecção e ao controle da 
corrosão. A vida aquática depende do pH, sendo recomendável a faixa de 6 a 9.
Alcalinidade
A alcalinidade é o resultado da presença de bicarbonato (HCO3), carbonato (CO3) e 
hidróxido (OH-). Tais íons, quando presentes na água, possuem a capacidade de neu-
tralizar ácidos. Da mesma forma que a medição do pH, a medição da alcalinidade deve 
ser constante em tratamentos de efluentes, pois sua estabilidade também confere maior 
eficiência às etapas de tratamento, uma vez que, em teores elevados, esses sais podem 
proporcionar sabor desagradável à água.
Dureza
A dureza indica presença, principalmente, de sais alcalinos terrosos (cálcio e magnésio) 
ou de outros metais bivalentes. A presença desses sais pode provocar sabor desagradável, 
efeitos laxativos, redução da formação da espuma do sabão, além de incrustações nas 
tubulações e caldeiras. A Tabela 2 mostra a classificação das águas, em termos de dureza.
Tabela 2 – Grau de dureza, de acordo com a concentração de CaCO3
Concentração de CaCO3(mg / L) Grau de Dureza
0 –  50 Branda ou mole
50 – 150 Moderadamente dura
150 – 300 Dura
acima de 300 Muito dura
Fonte: Grupo Hídrico e Saneamento de São Paulo
Cloretos
O íon cloreto, Cl-, é geralmente associado ao sódio, Na+, presentes em águas salo-
bras. Em águas doces, a quantidade de cloretos pode variar de algumas poucas unidades 
até cerca de 250 mg/L. Richter (2002) afirma que a presença de cloretos em concen-
trações maiores do que as normalmente encontradas nas águas superficiais da região é 
uma indicação de poluição por esgotos domésticos.
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Ferro e manganês
O ferro e o manganês estão muito presentes em águas subterrâneas, que têm um alto 
conteúdo em CO2 e um baixo pH. Quando muito concentrados em água, ajudam a au-
mentar a sua dureza, além de conferirem sabor a ela. Outro incômodo é a possibilidade 
de causarem manchas em roupas e objetos de porcelanas. Em águas de superfície, nor-
malmente o ferro está presente na matéria orgânica e, frequentemente, não responde 
à aeração, porém sua remoção é facilmente realizada por coagulação, juntamente com 
a cor e a turbidez.
Nitrogênio
O nitrogênio pode estar presente na água sob várias formas: molecular, amônia, ni-
trito, nitrato. Trata-se de um elemento indispensável ao crescimento de algas, mas, em 
excesso, pode ocasionar um exagerado desenvolvimento desses organismos, fenômeno 
chamado de eutrofização
Fósforo
O fósforo pode estar presente na água nas formas de ortofosfato, polifosfato e fós-
foro orgânico. É um composto essencial para o crescimento de algas, mas, em excesso, 
também provoca a eutrofização. Principais fontes: dissolução de compostos do solo; 
decomposição da matéria orgânica, esgotos domésticos e industriais; fertilizantes; deter-
gentes; excrementos de animais.
Oxigênio dissolvido (OD)
Normalmente, a quantidade de oxigênio presente em água é pequena, mas pode 
variar dependendo do tipo de matéria orgânica presente nela. Águas superficiais puras 
normalmente são saturadas de OD, mas essa saturação pode ser consumida devido aos 
despejos de esgotos domésticos. Por exemplo, decomposição da matéria orgânica por 
bactérias aeróbias é, geralmente, acompanhada pelo consumo e a redução do oxigênio 
dissolvido da água; o teor de oxigênio dissolvido pode alcançar valores muito baixos, ou 
zero, extinguindo-se os organismos aquáticos aeróbios.
As medições de OD objetivam avaliar as condições naturais e detectar impactos am-
bientais, tais como a eutrofização. A principal metodologia para determinar estse parâ-
metro é a titulação pelo método de Winkler (NOWACKI; RANGEL, 2014).
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)
Trata-se da quantidade de oxigênio necessária à oxidação biológica da matéria or-
gânica, por ação de microrganismos aeróbios. A DBO é determinada em laboratório, 
expressa em mg O2 / L, observando-se o oxigênio consumido em amostras do líquido 
(água ou esgoto), durante 5 dias, à temperatura de 20 °C.
Os resultados da análise mostram uma indicação indireta da quantidade de poluentes 
orgânicos biodegradáveis presentes na amostra, uma vez que, quanto maior a concentração 
de material orgânico, maior a quantidade de oxigênio demandada pelos microrganismos.
11
UNIDADE 
Características da Água, Controle da Poluição e Tratamento
Demanda Química de Oxigênio (DQO)
Trata-se da quantidade de oxigênio necessária à oxidação da matéria orgânica, atra-
vés de um agente químico. A DQO também é determinada em laboratório, em prazo 
muito menor do que o teste da DBO. Geralmente, para a mesma amostra líquida, DQO 
é sempre maior do que a DBO. 
Para aprofundar o conhecimentso sobre a análise da DQO, você pode ler o Experimento 
8 – Determinaç ã o da Demanda Quí mica de Oxigê nio em Á guas Naturais, página 559, 
do livro Introdução à Química da Água – Ciência Vida e Sobrevivência (LENZI; FAVERO; 
LUCHESE, 2000), disponível na Biblioteca Virtual.
Pode-se dizer que a DBO é uma importante ferramenta para a anáise da autodepura-
ção dos corpos hídricos, enquanto que a DQO é um instrumento para a determinaçao do 
grau de poluição da água, uma vez que mede a quantidade de componentes oxidáveis, tais 
como carbono, hidrogênio, nitrogênio, enxofre e fósforo (NOWACKI; RANGEL, 2014).
Parâmetros Biológicos
ColiformesSão bactérias que vivem nos intestinos dos animais superiores e sua presença indica 
a probabilidade de contaminação da água por esgotos domésticos. Entretanto, existe a 
presença de pequenas quantidades de coliformes em águas próprias para consumo; o 
aumento de sua concentração tornará a água imprópria para uso humano.
Algas
As algas desempenham um importante papel no ambiente aquático, sendo respon-
sáveis pela produção de grande parte do oxigênio dissolvido do meio. Sua proliferação 
aumentada, como resultado do excesso de nutrientes (eutrofização) Figura 2, provoca 
alterações no sabor e odor; toxidez, turbidez e cor; formação de massas de matéria or-
gânica que, ao serem decompostas, provocam a redução do oxigênio dissolvido, além 
de serem prejudiciais aos filtros dos sistemas de tratamento.
Figura 2 – Corpo hídrico com intensa Eutrofi zação
Fonte: iStock/Getty Images
12
13
Para revisar os conhecimentos sobre a estrutura e as propriedade da água, leia o Capítulo 2 
do livro Introdução à Química da Água – Ciência Vida e Sobrevivência (LENZI; FAVERO; 
LUCHESE, 2000), disponível na Biblioteca Virtual. Nesse capítulo, você encontrará diversas 
informações, como massa especí fica, calor especí fico, ponto de ebuliç ã o, ponto de conge-
lamento, viscosidade, tensã o superficial, coeficiente de expansã o té rmica e outras.
Monitoramento da Qualidade da Água
De acordo com a Agência Nacional das Águas, o Índice de Qualidade das Águas 
(IQA) foi criado em 1970, nos Estados Unidos, pela National Sanitation Foundation. 
A partir de 1975, começou a ser utilizado pela CETESB. Nas décadas seguintes, outros 
estados brasileiros adotaram o IQA, que hoje é o principal índice de qualidade da água 
utilizado no país.
O IQA foi desenvolvido para avaliar a qualidade da água bruta visando ao seu uso 
para o abastecimento público, após tratamento. Os parâmetros utilizados no cálculo 
do IQA são em sua maioria indicadores de contaminação causada pelo lançamento 
de efluentes.
Assim, o IQA é composto por nove parâmetros: OD, coliformes termotolerantes, 
potencial hidrogeniônico, DBO, temperatura da água, nitrogênio total, fósforo total, 
turbidez e resíduo total. Matematicamente, o IQA é calculado pelo produto ponderado 
desses parâmetros, resultando em uma escala de 0 a 100, de acordo com a Tabela 3.
Tabela 3 – Intervalos calculados a partir do produto ponderado dos 9 parâmetros 
indicadores e respectivos índices de qualidade de águas e cores de referência
Nível de Qualidade Faixa de variação do IQA Cor de referência
Ótima 90 < IQA ≤100 Azul
Boa 70 < IQA ≤ 90 Verde
Aceitável 50 < IQA ≤ 70 Amarelo
Ruim 25 < IQA ≤ 50 Marrom
Péssima 50 < IQA ≤ 0 Vermelho
Fonte: Portal Tratamento de Água
Para saber detalhadamente como é feito o cálculo do IQA, acesse o site da Agência Nacional 
das Águas. Disponível em: https://goo.gl/xDObVS
Tratamento de Água para Consumo
O tratamento da água para consumo humano é exigido por diversas razões, princi-
palmente para eliminar microrganismos patogênicos e reduzir a transmissão de doen-
ças; controlar a qualidade e suas características, como o sabor, cor e turbidez; e extrair 
químicos e minerais dissolvidos.
13
UNIDADE 
Características da Água, Controle da Poluição e Tratamento
As Estações de Tratamento de Água (ETAs) funcionam como uma enorme fábrica de 
produção e purificação de água potável, ou seja, realizam o tratamento da água retirada 
de mananciais (rios, lagos, represas e águas subterrâneas) para que essa fique em condi-
ções adequadas para o consumo humano.
O processo físico-químico convencional de tratamento de água, de forma geral, se-
gue algumas etapas padrões. Primeiro, a água é captada e transportada até as estações. 
Uma vez levada para a ETA, são realizados vários processos para um rígido controle de 
dosagem de produtos químicos e acompanhamento dos padrões de qualidade. Cada uma 
dessas etapas e a suas descrições estão relacionadas a seguir e ilustradas na Figura 3:
• Pré-cloração – Primeiro, o cloro é adicionado assim que a água chega à estação, 
com o objetivo de facilitar a remoção de matéria orgânica e metais;
• Pré-alcalinização – Após a adição de cloro, a água recebe cal (CaO) ou soda 
(NaOH), para ajustar o pH exigido para as etapas seguintes do tratamento;
• Coagulação – Nesta fase, é adicionado um sal coagulante que pode ser sulfato 
de alumínio, cloreto férrico ou outro, seguido de uma agitação vigorosa da água. 
Assim, as partículas de impurezas ficam eletricamente desestabilizadas e mais fáceis 
de formar agregados (flocos de impurezas);
• Floculação – Após a coagulação, há uma mistura lenta da água, que serve para que 
os agregados formados na etapa de coagulação juntem-se e formem flocos ainda 
maiores e mais pesados;
• Decantação – A água permanece em grandes tanques de decantação para “des-
cansar”, com o objetivo de precipitar as impurezas floculadas no fundo do tanque, 
formando um lodo. O lodo formado é direcionado, periodicamente, para o sistema 
de tratamento de esgoto;
• Filtração – Após a decantação, a água atravessa tanques-filtros formados por pe-
dras, areia e carvão antracito, os quais são responsáveis por reter partículas me-
nores que ainda possam restar da fase de decantação. O carvão é responsável por 
retirar o odor e o sabor das substâncias químicas utilizadas;
• Pós-alcalinização – Em seguida, quando necessária, é feita a correção final do pH 
da água, para evitar a corrosão ou incrustação das tubulações de transporte de água;
• Desinfecção – Nesta etapa, é feita uma nova e última adição de cloro na água 
antes de sua saída da Estação de Tratamento, garantindo assim a potabilidade e a 
qualidade da água fornecida aos usuários, com o objetivo de eliminar o restante dos 
microrganismos patogênicos que possam estar presentes na água e que possam 
causar doenças à população consumidora;
• Fluoretação – Nessa etapa, adiciona-se composto de flúor na água, ácido fluossi-
lícico (H2SiF6), o qual é benéfico para a prevenção de cárie dentária na população. 
A Lei n.º 6.050, de 24 de maio de 1974, dispõe sobre a fluoretação da água em 
sistemas de abastecimento.
14
15
Após as etapas descritas acima, a água está pronta para o consumo humano, per-
manecendo armazenada em reservatórios fechados e impermeabilizados, para então ser 
direcionada para a população, por meio de uma rede de distribuição.
Figura 3 – Etapas do tratamento de água para consumo, de acordo com a SABESP, 
responsável pelo fornecimento de água, coleta e tratamento de esgotos 
de 368 municípios do estado de São Paulo
Fonte: sabesp.com.br
1) Manancial; 2) Captação e bombeamento; 3) Pré-cloração, pré-alcalinização, 
coagulação; 4) Floculação; 5) Decantação; 6) Filtração; 7) Cloração, fluoretação; 
8) Reservatório; 9) Distribuição; 10) Redes de distribuição. 11) Consumidores.
Poluição Hídrica
A poluição pode ser considerada como a alteração realizada pelo homem, direta ou 
indireta, devido ao descarte de substâncias (químicas, biológicas ou objetos) ou energia (luz, 
radiação etc.) ao meio ambiente, causando, assim, danos à natureza e à saúde humana.
Como vimos no início desta unidade, menos de 1% do total de água no planeta está 
em condições adequadas de consumo humano. As principais causas da poluição das 
águas são: rejeitos oriundos da agricultura, pecuária e mineração, lançamento de esgo-
tos domésticos e industriais, destino incorreto do lixo e vazamentos químicos (Figura 4).
15
UNIDADE 
Características da Água, Controle da Poluição e Tratamento
Figura 4 – Exemplo de poluição das águas
Fonte: iStock/Getty Images
A poluição das águas pode ser caracterizada por presença, lançamento ou liberação 
de qualquer forma de matéria ou energia com intensidade, em quantidade, concentração 
ou característica que tornem as águas impróprias, nocivas ou ofensivas à saúde e ao 
meio ambiente; inconvenientes ao bem-estar público e prejudiciais à segurança, ao uso 
e gozo da propriedade e às atividades normais da população humana.
As fontesde poluição dos corpos d’água podem ser classificadas da seguinte maneira:
• Fontes pontuais: são fontes individuais facilmente identificadas, uma vez que 
atingem um determinado corpo d’água de forma concentrada no espaço, com 
localização definida e, geralmente, com regime contínuo de produção. Como 
são cargas poluidoras facilmente identificadas, sua medição e controle são 
mais eficientes. São exemplos dessa categoria o lançamento de efluentes do-
mésticos e as descargas industriais;
• Fontes difusas: trata-se de cargas poluidoras não pontuais, relacionadas à 
contaminação, que não possuem um ponto de lançamento específico ou não 
são derivadas de um ponto preciso de geração. Geralmente, atingem um deter-
minado corpo d’água de forma intermitente, ocupando áreas extensas, o que 
dificulta sua identificação, medição e controle. São exemplos dessa categoria a 
drenagem pluvial urbana e a infiltração de agrotóxicos e fertilizantes utilizados 
em culturas agrícolas.
Assim, a poluição compromete os parâmetros físicos, químicos e biológicos da água, 
alterando suas propriedades, resultando em diferentes consequências, tais como asso-
reamento de rios e lagos, eutrofização, morte de peixes e outros organismos aquáticos, 
diminuição da água potável disponível, elevação do custo do tratamento da água, degra-
dação da paisagem e aumento de doenças, como cólera, leptospirose, esquistossomose, 
hepatites e outras.
16
17
Controle da poluição
De acordo com dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento re-
ferente ao ano de 2016, cerca de 45% do esgoto coletado recebeu algum tipo de tra-
tamento antes da disposição final no meio ambiente, o que significa que mais de 100 
milhões de pessoas utilizaram medidas alternativas para lidarem com os dejetos, seja 
através de uma fossa, seja jogando o esgoto diretamente em corpos hídricos.
Esse montante significativo de esgoto doméstico não tratado e os esgotos industriais 
que também nem sempre passam pelo tratamento diferenciado para a remoção de me-
tais pesados, poluentes químicos e detergentes, combinados com o baixo investimento 
em infraestrutura sanitária, resultam em um grande déficit em serviços de saneamento, 
com fortes impactos negativos sobre a qualidade das águas, de maneira especial nas 
localidades próximas aos grandes centros urbanos.
Assim, para que ocorra uma melhora desse cenário e um aumento do controle da 
poluição de nossos corpos d’águas, a principal estratégia que deve ser empregada, pelas 
três esferas de governo, ainda é o tratamento dos esgotos (domésticos e industriais), 
realizado nas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs). Essa estratégia pode vir acom-
panhada de outras soluções de governança dos recursos hídricos, tais como:
• Manutenção dos sistemas de coleta e tratamento de esgotos;
• Implantação de novos sistemas de coleta e tratamento de esgotos;
• Investimento em tecnologia e inovação;
• Controle de focos de erosão;
• Recuperação e revitalização de cursos d’água;
• Controle da retirada de água dos cursos d’água;
• Controle dos usos e ocupação do solo;
• Controle do “chorume” proveniente de aterros de resíduos sólidos, evitando que os 
mesmos alcancem os corpos d’água;
• Controle da aplicação de agrotóxicos e fertilizantes;
• Fiscalização de lançamentos de dejetos industriais;
• Remoção de sedimentos;
• Faixa verde ao longo de lagos e represas e remoção de plantas aquáticas (medida 
relacionada ao controle da eutrofização).
Nas próximas unidades, vamos nos dedicar a aprofundar o conhecimento sobre 
como ocorre o tratamento dos esgotos, realizado nas Estações de Tratamento de Esgoto 
(ETEs), discutindo sobre as principais etapas desse processo.
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UNIDADE 
Características da Água, Controle da Poluição e Tratamento
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Estação de tratamento de água - como funciona?
https://youtu.be/YcLtPJBjdAc
Por que falta água no Brasil?
https://youtu.be/DxvHMilNM_Q
 Leitura
Associação entre condições socioeconômicas, sanitárias e de atenção básica e a morbidade 
hospitalar por doenças de veiculação hídrica no Brasil
https://goo.gl/hc61WV
Qualidade da água de abastecimento público do município de Jaboticabal, SP
https://goo.gl/RnBjvq
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Referências
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Qualidade das Águas (IQA). Disponível em: <http://pnqa.ana.gov.br/indicadores-indi-
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da qualidade da água para consumo humano. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 
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UNIDADE 
Características da Água, Controle da Poluição e Tratamento
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