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ICTERÍCIA Consiste na coloração amarelada na pele, mucosas, conjuntivas e líquidos orgânicos, que ocorre devido ao aumento de bilirrubina no soro (valores acima de 2 mg/100 ml). SÓ HAVERÁ ICTERÍCIA SE HOUVER HIPERBILIRRUBINEMIA SÉRICA ETIOLOGIA ● HIPERBILIRRUBINEMIA INDIRETA - Superprodução de bilirrubina indireta (hemólise); - Diminuição da captação (remédios, infecções, etc); - Diminuição da conjugação (imaturidade do sistema de conjugação e síndromes genéticas) - Solicita-se exame de bilirrubina total e frações. ● HIPERBILIRRUBINEMIA DIRETA - Obstrução biliar (cálculo ou neoplasia); - Lesão hepatocelular (hepatites). - Solicita-se exame de transaminases (TGO e TGP) e enzimas canaliculares (fosfatase alcalina e gama-GT). LESÃO HEPATOCELULAR Efeito gangorra: AUMENTO de transaminases (TGO e TGP) e DIMINUIÇÃO DE enzimas canaliculares; TGP é a mais específica do fígado. OBSTRUÇÃO BILIAR Efeito gangorra: DIMINUIÇÃO de transaminases e AUMENTO de enzimas canaliculares (fosfatase alcalina, gama-GT e 5-Nucleotidase); As transaminases podem estar só um pouco elevadas; 5-Nucleotidase: enzima mais específica e sensível para obstrução QUADRO CLÍNICO ANAMNESE Quase 80% dos casos são diagnosticados pela clínica. Exames laboratoriais complementares devem ser utilizados para confirmar diagnóstico em alguns casos. Raramente biópsia hepática e cirurgia exploradora são utilizadas para diagnosticar. - Idade do paciente: jovens (hepatites e doenças hemolíticas) e em adultos (hepatite, hepatotoxina e doenças do trato biliar); - Sexo: em homens (cirrose, o bstrução por neoplasia e hepatites) mulheres (Ic. Obstrutiva por cálculos, neoplasias de VB e cirrose biliar primária); Cirrose Biliar Primária: ductos biliares presentes dentro do fígado vão sendo gradualmente destruídos, impedindo a saída da bile; - Ocupação: contato com hepatotoxinas (agricultores, plantas, agrotóxicos e gases inalantes) e material infectado; - Duração: hepatites não persistentes. - Neoplasias, cirrose biliar primária ou doenças hemolíticas; - Perda de peso- cirrose ou neoplasias; - Sintomas prodrômicos: no caso das hepatites virais temos: Anorexia; Mal-estar; Mialgia; Fadiga; Náuseas; - Vômitos; Febre baixa; Artralgia - Icterícia + dor abdominal = pensar em doenças obstrutivas da Via biliar - Gestação: Colestase gravídica; Esteatose aguda da gravidez; Eclâmpsia, pré-eclâmpsia e síndrome HELLP - Cirurgias prévias; - Histórico de doenças hepáticas ou de desordens hemolíticas; - História familiar; - Uso de medicamentos; - Uso de drogas ou ervas; - Uso de álcool; - Exposição a substâncias tóxicas; - Epidemiologia para leptospirose; - Fator de risco para a hepatite e HIV; - Viagens recentes. - Quantificar a icterícia em (+++) para intensidade. - Colúria -> urina com cor de refrigerantes do tipo cola - Acolia fecal -> fezes esbranquiçadas - Anorexia, fadiga, vômito, dor em HPC direito, febre, pródromos, etc… - Prurido -> acúmulo de sais biliares na pele - Substância química, medicamentos prévios (isoniazida, fenitoína / (RIP) eritromicina, ACO, amoxicilina), anabolizantes -> hepatopatia ou diminuição da captação da bilirrubina - Hemotransfusão, drogas injetáveis, ativ. sexual múltiplos parceiros e desprotegida -> hepatites - Viagem recente, alimentos contaminados, exposição ocupacional, uso de álcool -> hepatites - - ICTERÍCIA -> Início, duração, intensidade, evolução e sintomas associados. EXAME FÍSICO - Observar esclera e região inferior da língua - Observar xantomas (comum em doenças colestáticas) - Aumento das parótidas (Etilismo crônico); - Escoriações (sugere prurido); - Esplenomegalia (isolada no exame físico praticamente exclui Icterícia obstrutiva); - Sinal de Murphy: - Sinal de courvoiser: - Sinal de Kayser-Fleischer = doença de Wilson - Estado nutricional (aspecto, avaliação muscular e IMC) -> tumor (doença crônica) - Avaliação da esclera e da região sob a língua - Avaliação pele - aranhas vasculares, eritema palmar, ginecomastia, aumento tireoide e atrofia testicular -> cirrose alcoólica - Linfonodo supraclavicular esquerdo aumentado (nódulo de Virchow) ou linfonodo periumbilical (nódulo da irmã Maria José) -> câncer abdominal. - Distensão venosa jugular -> insuficiência cardíaca direita -> congestão hepática. - Sinal de Murphy -> Colecistite. Ascite com icterícia -> cirrose ou câncer com disseminação peritoneal. - Hemotransfusão, drogas injetáveis, ativ. sexual múltiplos parceiros e desprotegida -> hepatites - Bile: consiste numa substância que é feita pelo fígado → é responsável por emulsificar a gordura dos alimentos → num dado momento da digestão é secretada no tubo digestivo → para que não se perca albumina nesse processo a bilirrubina indireta é transformada em bilirrubina DIRETA (solúvel) - Bilirrubina entra nos hepatócitos → CAPTAÇÃO → nos hepatócitos a enzima glucuronil transferase, transforma a bilirrubina de indireta para direta, no processo de CONJUGAÇÃO → excreção de bilirrubina direta (fator limitante do processo → etapa que precisa de ATP) → Se junta aos sais biliares, colesterol etc → formar a bile - A excreção da bilirrubina se dá por 2 meios: urina (urobilina) e fezes (estercobilina) EXAMES - Bilirrubina total e frações - TGO, TGP (marcadores de lesão hepática) FA (fosfatase alcalina) e GGT (colestase e infiltração hepática) - Albumina e tempo de protrombina -> níveis baixos (crônico, tumor, cirrose), níveis normais (agudo, hepatite e coledocolitíase) - Ultrassonografia de abdome total -> avaliação inicial na suspeita de colestase - TC/CPRE -> avaliação na colestase extra-hepática TOSSE CRÔNICA Diagnóstico diferencial ● Função protetora essencial para as vias respiratórias -> clearence mucociliar + tosse; ● Patologias pulmonares e extrapulmonares; ● Eliminar secreção, evitar broncoaspiração, até proteção contra arritmias; ● Importante causa de procura médica ● Neurofisiologia do reflexo: receptores de tosse, nervos aferentes, centro da tosse, nervos eferentes e músculos efetores - O reflexo da tosse é composto por três fases: inspiratória, de compressão e expiratória. Na fase inspiratória, o indivíduo realiza uma inspiração rápida e profunda. Na fase de compressão, a glote se fecha e ocorre aumento da pressão intrapleural pela contração dos músculos expiratórios. Na fase expiratória (passados 0,2 segundos), ocorre a abertura da glote, levando a um fluxo intenso de ar. Esse fluxo alto e veloz leva a expelição das secreções contidas no trato respiratório e gera o som característico da tosse ● Estímulo receptores: mecânicos, químicos, inflamatórios e térmicos; ● Seios maxilares, canais auditivos, tímpano, pleura, estômago, esôfago, diafragma também possuem receptores; ● Ausente em alvéolos e parênquima pulmonar. ● Descartar etiologia cardíaca (ao ex. físico) AMENORREIA ● Ausência de períodos menstruais → Ausência de menstruação por no mínimo 3 meses em mulheres com ciclos regulares prévios ou 6 meses em mulheres com ciclos irregulares prévios ● Primária: nunca ocorreu ● Secundária: ausentes por 3-6 meses ● O ciclo menstrual dura aproximadamente 28 dias, com um intervalo intermenstrual que normalmente varia entre 25 e 35 dias. ● Primárias: raras (<1%) ● Ciclos irregulares são relativamente comuns por até 2 anos após a menarca e por 1-2 anos antes do período menstrual final. ● Raça/etnia não influenciam na prevalência ● Nutrição interfere na função reprodutiva normal Critérios de investigação ● até os 13 anos de idade e sendo observada completa ausência de caracteres sexuais secundários; ● até os 15 anos de idade em meninas com caracteres sexuais secundários presentes; ● até três anos após o início do desenvolvimento das mamas, se isto se deu antes dos 10 anos de idade. ● Presença de características sexuais secundárias antes dos 16 anos e ausência de menstruação, porém com dor pélvica cíclica: obstrução via saída; ● Presença de alteração dos órgãos genitais ou de estigmas somáticos sugestivos de alterações genéticas (ex.: síndrome de Turner). DIAGNÓSTICO● Descartar: gestação, amamentação, uso de medicação e ambiguidade sexua ANAMNESE ● Presença ou ausência de caracteres sexuais secundários? -> desenvolvimento inadequado das mamas -> deficiência de estradiol // ausência ou escassez de pelos -> deficiência de receptores androgênicos. ● Crescimento estatural adequado? -> Turner? Deficiência GH? ● Estresse, alteração de peso, alteração de hábitos alimentares e atividade física vigorosa ou doenças crônicas? -> amenorreia hipotalâmica ou hipofisária (psicogênica?) ● Comorbidades-> hipotireoidismo primário -> hiperprolactinemia // diabetes tipo II -> hiperinsulinemia ● Dor pélvica cíclica associada à amenorreia primária? -> obstrução fluxo menstrual ● Fogachos, secura vaginal, distúrbio sono -> falência ovariana prematura ● Sinais e sintomas de hiperandrogenismo (acne, hirsutismo, virilização)? SOP ou hiperplasia adrenal congênita ● Galactorreia espontânea? -> hiperprolactinemia ● Ausência da menstruação pós-parto com agalactia -> Síndrome de Sheehan. EXAME FÍSICO ● Altura, peso, índice de massa corporal (tabelas de crescimento) ● Avaliação desenvolvimento puberal -> Estágios de Tanner ● Hirsutismo? -> Índice de Ferriman-Gallwey ● Presença de desenvolvimento mamário -> marcador da ação estrogênica, (função ovariana em algum momento) ● Exame genital: - Hímen imperfurado -> inspeção vulvar; - Vagina curta -> histerômetro através do introito vaginal. - Avaliar atrofia genital - Pacientes com vida sexual -> toque bimanual + exame especular ● Avaliação laboratorial: - FSH -> falência ovariana - Prolactina - TSH ● Exames de imagem: - USG TV ou pélvica por via abdominal -> ausência útero, SOP - RM de pelve -> má formações OU RM de crânio -> causas centrais ● Cariótipo - Indicado nas amenorreias primárias hipergonadotróficas (FHS alto); - Indicado nas amenorreias primárias com ausência de útero e FSH normal; - nas secundárias em mulheres com menos de 30 anos ● Presença ou não dos caracteres sexuais secundários ● Virilização: adrenais e ovários: imagens, cariótipos e dosagens hormonais ● A principal causa de amenorréia primária sem desenvolvimento sexual secundário (hipogonadismo) com elevação das gonadotrofinas é a disgenesia gonadal sendo a síndrome de Turner a causa mais comum ● Os casos de amenorreia primária com hipogonad ismo hipogonadotrófico a principal causa é o hipogonadismo hipogonadotrófico idiopático TRATAMENTO ● Vinculado à etiologia ● Hiperprolactinemia: bromocriptina e cabergolina ● Hipoestrogenismo: estrogenioterapia ● Hiperplasia adrenal congênita de manifestação tardia: prednisona ● SOP: contraceptivo oral combinado + MEV + metformina ● Anovulação crônica: indutir de ovulação (citrato de clomifeno) ● Cirúrgico: tumores (ovário, suprarrenal) e agenesia uterina/vaginal CEFALEIAS ● A cefaleia, popularmente conhecida como dor de cabeça, é um sintoma que precisa ser considerado como sinal de alerta, uma vez que sua ocorrência pode estar relacionada a problemas de maior gravidade. ● Pode ser episódica ou contínua, envolvendo ou não estruturas orgânicas na etiologia da dor EPIDEMIOLOGIA ● Cerca de 90% dos adultos apresentam dor de cabeça algum momento de sua vida ● 75% das crianças relatam cefaleias significativas por voltas dos 15 anos de idade. ● Os EUA, o custo associado à enxaqueca é quase de 17 bilhões de dólares/ano ● Maior risco para perda de dias de trabalho ● Risco maior de 4X para parentes de primeiro grau ● 75% das crianças relatam cefaleias significativas por volta dos 15 anos de idade. ● Os EUA, o custo associado à enxaqueca é quase de 17 bilhões de dólares/ano ● Maior risco para perda de dias de trabalho PRIMÁRIAS ● São as mais comuns, principalmente a cefaleia tensional, responsável pela maioria dos casos, seguida pelas cefaleias tipo migrânea e as causadas por infecções sistêmicas agudas, tais como a gripe. ● Em menos de 1% dos casos a cefaleia está associada a doenças intracranianas graves como tumores ou infecções cerebrais ● Na quase totalidade dos casos enquadrados nas modalidades referidas, exames subsidiários são desnecessários, havendo apenas algumas situações em que eles se tornam indispensáveis. ● As cefaleias primárias acolhem as dores de cabeça sem substrato orgânico, sendo as mais frequentes: 1) a migrânea em suas diversas formas clínicas; 2) a cefaleia do tipo tensional episódica e crônica; 3) a cefaleia em salvas episódica e crônica; 4) a hemicrânia paroxística episódica e crônica; 5) a hemicrânia contínua; 6) a cefaleia tenso-vascular. SECUNDÁRIAS ● Já as cefaleias secundárias relacionam-se diretamente com doenças primárias de variadas etiologias, tais como: 1) infecciosas, 2) inflamatórias, 3) parasitárias, 4) traumáticas, 5) vasculares, 6) tumorais 7) metabólicas. ● Neste caso, os exames complementares são imprescindíveis e dependem da suspeita da doença de base DIAGNÓSTICO ● Clínico ANAMNESE ● É o principal componente para elaboração do diagnóstico. ● A realização de uma anamnese fundamentada e criteriosa permite uma melhor suposição diagnóstica e auxilia o profissional na solicitação racional de exames complementares ● Sexo; ● Idade de Início/Idade do paciente; ● Distribuição temporal; ● Pródromos; ● Sintomas iniciais; ● Modos de instalação da dor; ● Caráter da dor; ● Localização/Irradiação da dor; ● Duração/Frequência da dor; ● Horário das crises; ● Sintomas associados ● Fatores de Melhora e Piora ● Fatores Desencadeantes ● Antecedentes Pessoais /Familiares EXAME FÍSICO ● O exame físico é parte importante da avaliação das cefaleias, pois permite detectar ou excluir sinais patognomônicos. ● Os pontos importantes do exame físico são, segundo a SBCE aferição da pressão arterial; determinação da frequência cardíaca e respiratória; inspeção da cabeça e do pescoço associada à palpação do couro cabeludo, das artérias carótidas, temporais e seus ramos, dos seios da face, dos nervos occipitais maiores, supra e infraorbitários e das raízes cervicais; realização de exame das articulações temporomandibulares; ● NEUROLÓGICO: solicitar ao paciente que se levante da posição sentada sem apoio; solicitar ao paciente que ande na ponta dos pés e calcanhares; examinar pares cranianos; observar a marcha; realizar teste de equilíbrio, também chamado teste de Romberg, que avalia o equilíbrio estático com o paciente em pé e de olhos fechados; observar simetria nos testes de reflexo motor e sensorial; pesquisar se há rigidez de nuca; observação das pupilas quanto à simetria e presença de midríase ou miose; realização de fundoscopia a fim de observar se há papiledema. MIGRÂNEA ● Trata-se de uma doença neurovascular que se caracteriza por crises repetidas de dor de cabeça que podem ocorrer com uma frequência bastante variável; ● Atingindo mais mulheres do que homens; ● Mecanismo fisiopatogênico uma dilatação das artérias cranianas, o que justifica a melhora com a adoção de procedimentos que diminuem o aporte de sangue para o segmento cefálico, tais como escalda pés, compressão digital da artéria carótida externa ou da temporal superficial, aposição de gelo no local da dor ● As crises migranosas são predominantemente marcadas por limitação das atividades habituais (estudo, trabalho, outras), náusea e fotofobia; ● Há de se considerar no diagnóstico, também, a presença de estímulos capazes de determinar o surgimento de uma crise em indivíduos predispostos; ● Sendo os mais comuns: estresse; alterações do sono, jejuns, ingestão de certos alimentos (chocolate, laranja, comidas gordurosas e lácteas, vinhos), privação da cafeína, exposição a ruídos altos, odores fortes ou alterações climáticas, prática de exercícios físicos, uso de medicamentos vasodilatadores RED FLAGS - Pior cefaleia da vida - Mudança no padrão da cefaleia - Progressão ou alteração na frequência e severidade - Provocada pela Manobra de Valsava - Piora da cefaleia com a postura - Papiledema - Sintomas neurológicos ou achados anormais (confusão, alteração do nível de consciência, mudança no comportamento e personalidade,papiledema, diplopia, zumbido, sintomas neurológicos focais, meningismo e convulsões) - Sintomas sistêmicos, doença ou condição associada (febre, calafrios, mialgia, sudorese noturna, perda de peso, câncer, infecção, arterite de células gigantes, gravidez, puerpério, estado de imunossupressão, incluindo HIV) TRATAMENTO EM SALVAS O manejo da cefaleia em salvas tem início com a orientação dos pacientes sobre hábitos que desencadeiam as crises. As drogas utilizadas são: - Ergotamina, 1 mg via endovenosa, intramuscular ou subcutânea até 3 mg ao dia; - Triptanos – Sumatriptano, 6 mg/dia via subcutânea ou 20 mg via inalatória; - Oxigênio a 7 litros por minuto por 15 minutos com máscara facial; - Não oferecer Paracetamol (Acetominofen), AINEs e opioide
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