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DRGE Dispepsia Funcional Acalásia Gastrite Doença Ulcerosa Péptica Infecção por H. pylori Doença de Crohn Retocolite Ulcerativa Síndrome do Intestino Irritado Cirrose Hepática Hipertensão Portal Pancreatite Aguda Pancreatite Crônica Doença Celíaca TEMA: DRGE DEFINIÇÃO Doença cronica secundária ao refluxo patológico de parte do conteúdo gástrico para o esôfago e/ou órgãos adjacentes, faringe, laringe e árvore traqueobrônquica, que acarreta sinais e sintomas esofágicos e/ou extraesofágicos que podem ser acompanhados ou não de lesões teciduais. FATORES DE RISCO Obesidade, gravidez, hérnia de hiato, tabagismo, asma, DM2, atraso no esvaziamento do estomago, esclerodermia e outros distúrbios do tecido conjuntivo, uso de betabloqueadores, broncodilatadores, bloqueadores dos canais de cálcio para HAS, sedativos e antidepressivos tricíclicos. Alimentação: chocolate, pimenta, frituras, café, bebidas alcoólicas se consumidos em excesso favorecem o refluxo. SINTOMATOLOGIA: (Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) Sintomas típicos da DRGE: pirose + regurgitação Disfagia (presente em 1/3 dos pacientes) Sintomas extraesofagianos: erosão dos dentes, faringite, rouquidão, sinusite cronica, otite média, tosse cronica, broncoespasmo, pneumonite aspirativa, casos mais graves podem cursar com anema ferropriva, devido a presença de esofagite erosiva grave. DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO (exame clínico e complementares, se necessário) Anamnese bem-feita + exame físico Presença de pirose em mais de 1x/semana durante 8 semanas Exames complementares: EDA Deve ser indicada em casos de pacientes com mais de 45 anos de idade, presença de sinais de alarme: disfagia, emagrecimento, odinofagia, sangramento gastrointestinal e anemia, presença de longa história de pirose mais de 5-10 anos, aumenta o risco de esôfago de Barrett, presença de náuseas e vômitos, história familiar de câncer e sintomas intensos ou noturnos, bem como a presença de esofagite de refluxo. TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: (medicamentos dose e posologia) Medidas antirrefluxo-individualizada -elevação da cabeceira do leito ( 15-20 cm); -evitar alimentos que causam irritação ao esôfago: gorduras, cítricos, café, bebidas alcoólicas e gasosas, menta, hortelã, molho de tomate, chocolate, condimentos em excesso (alho, cebola, pimenta; -evitar deitas após as refeições, indicado esperar de 2 a 3h, quanto maior a quantidade de gordura maior o tempo a se esperar; -evitar refeições copiosas, indicado fracionar a dieta; -suspender o tabagismo; -evitar líquidos durante as refeições; -indicado a perda de peso, se obesos; Tratamento farmacológico Bloqueadores de H2 Ranitidina 75- 150 mg 2x/dia IBP= são os mais eficazes Omeprazol 20-40 mg 1-2x/dia Pantoprazol 20-40 mg 1-2x/dia Indicado tomar 30 min antes do café da manhã e antes do jantar Pacientes com menos de 40 anos sem sinais de alarme é indicado Omeprazol 20mg (28cp) tomar 2 cp antes do café da manhã. TEMA: Acalasia/Megaesôfago DEFINIÇÃO: O termo acalasia significa “NÃO RELAXAMENTO”, sendo um distúrbio motor no EEI. Pode ser primaria (idiopática), a forma mais comum ou secundaria (em nossa região causada pela doença de chagas). Alterações encontradas na acalasia são em consequência da degeneração de neurônios do plexo Auerbach e Meissner, nessa caso a perda do Inter neurônio inibitório que secretam oxido nítrico ( em caso extremos pode afetar os neurônios colinérgicos). FATORES DE RISCO: Acalasia primária ha não os fatores de risco bem conhecidos ainda, coloca como possíveis gêneses vírus da herpes e sarampo, doenças autoimunes, antígenos leucocitários humanos (HLA) classe II - Acalasia Secundaria principalmente em locais onde a incidência do inseto triatomíneo. Afeta mais o sexo masculino em idade (25-60 anos). SINTOMATOLOGIA: - Dificuldade para engolir? Sólidos? Líquidos? - Há necessidade da ingestão de agua concomitante alimentação? -halitose? Regurgitação? -Perda de peso? Tempo? -Tosse, cônica principalmente no período noturno? - Dor retroesternal? Como e essa dor? Melhora com a ingestão de água? Em geral o paciente com acalasia/megaesôfago chagásico alimenta devagar associado a grandes volumes de água. Podendo apresentar regurgitações e halitose. E comum que o paciente apresente dor retroesternal na forma de cólica com irradiação para dorso e mandíbula, tendo como fato de melhora a ingestão de água (principalmente gelada) Na fase mais avançadas da doença apresenta disfagia acentuada, relacionada à perda de peso ao longo dos meses associados. Sendo comum a tosse crônica com apresentação principalmente noturna. DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO - EDA pode confirma a dilatação esofágica -Estudo radiológico contrastado, nesse exame e bastante comum a classificação de REZENDE : Diâmetro esofágico (cm) Grau <4 I 4-7 II 7-10 III >10 IV -Manométrica ( alto grau de certeza mesmo em estágios iniciais da doença). A qual possui a classificação de Chicago. Tipo EEI Corpo esofágico I Relaxamento incompleto ausência de pressurização esofágica II Relaxamento incompleto pressurização >20% ao deglutir III Relaxamento incompleto contrações prematuras contratilidade distal > 450mmhg.s.cm TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: - nitratos sublinguais -antagonistas dos canis de cálcio nifedipina 10mg 6/6h ( responsável pela dilatação dos vaso e consequente redução da resistência , assim reduzindo a pressão. Pode apresentar com efeitos colaterais perda de sono cefaleia e ansiedade.) -toxina botulínica duração de 3-6 meses com eficácia de 95% dos casos. Atua pela inibição de neurônios excitatórios parassimpáticos. -Dilatação pneumática -Tratamento cirúrgico indicado em casos refratários ao tratamento ou recidivas ( realizada através da secção das camadas longitudinais da musculatura lisa ( miotomia de Heller) pode ser realizada por toracotomia ou VDL sendo que essa possui mais vantagens no pós cirúrgicos. Importante informa o paciente sobre os efeitos da cirurgia a qual pode ocasionar DRGE. TEMA: DISPEPSIA FUNCIONAL DEFINIÇÃO A Dispepsia Funcional (DF) é definida pela presença de dor e/ou desconforto, persistente ou recorrente, localizada na região central e superior do abdome (epigástrio), na ausência de anormalidades estruturais ou irregularidades metabólicas e bioquímicas que justifiquem a sintomatologia. FATORES DE RISCO Os sintomas dispépticos podem surgir em qualquer idade e são mais prevalentes no sexo feminino. A intensidade da dor e/ou do desconforto e a ansiedade (incluindo o medo de doenças mais graves) se constituem nos principais motivos de procura ao clínico. SINTOMATOLOGIA: 1) Síndrome do Desconforto Pós-prandial Empachamento pós-prandial, que acontece necessariamente após refeições habituais, ocorrendo várias vezes por semana, nos últimos 3 meses. o Saciedade precoce, que impossibilita o término normal das refeições, ocorrendo várias vezes por semana, nos últimos 3 meses 2) Síndrome da Dor Epigástrica: É fundamental a presença de todos os critérios seguintes: dor ou queimação localizada no epigástrio, pelo menos moderada, e que ocorre, no mínimo, 1 vez/semana, nos últimos 3 meses; dor intermitente; dor não generalizada ou localizada em outras regiões do abdome ou tórax; dor não aliviada pela defecação ou eliminação de flatos. Outros sintomas que, se presentes, reforçam o diagnóstico: a dor pode ter características de queimação, mas sem irradiação retroesternal;a dor é comumente induzida ou aliviada pela ingestão de alimentos, podendo, porém, ocorrer em jejum; a síndrome do desconforto pós-prandial pode coexistir. DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO Roma III – 1 - Queixas dispépticas durante os últimos 3 meses e que se iniciaram, no mínimo, 6 meses antes. 2- É fundamental a presença de um ou mais dos seguintes sintomas: a) empachamento pós-prandial; b) saciedade precoce; c) dor epigástrica; d) queimação epigástrica. 3. 3- É fundamental a ausência de lesões estruturais (incluindo a realização de endoscopia digestiva alta) que possam justificar os sintomas. A realização da endoscopia digestiva alta durante um período sintomático e, preferencialmente, sem terapia antissecretora é fundamental para o diagnóstico. As biopsias devem ser realizadas rotineiramente durante o procedimento endoscópico, visando também a detectar o H. pylori. TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: É necessário que os pacientes sejam esclarecidos de que seus sintomas são decorrentes de distúrbios funcionais e não caracterizam nenhuma doença grave ou risco de vida, assegurando-lhes que o problema será tratado de forma interessada e racional. Recomendar hábitos dietéticos saudáveis (comer devagar, mais vezes/dia, menor quantidade), evitando-se alimentos gordurosos, condimentados, ácidos, café, cigarro e álcool em excesso. Placebo é melhor que o tratamento farmacológico. A utilização de medicamentos está indicada para as fases sintomáticas: Amitriptilina 12,5 mg VO 24/24h. Síndrome do Desconforto Pós-prandial: domperidona 10 mg 12/12h. Síndrome da Dor Epigástrica: TEMA: GASTRITE DEFINIÇÃO: o diagnóstico verdadeiro de gastrite é pela histopatologia que demonstre inflamação da mucosa gástrica, sintomática ou não. Entretanto, é comum o termo ser usado, incorretamente na endoscopia (quando se observa uma região hiperemiada na mucosa gástrica) e na clínica (quando o paciente tem sintomas dispépticos). FATORES DE RISCO: idade avançada, uso de AINEs, tabagismo, etilismo, choque, sepse, trauma grave, queimaduras, ingestão de substâncias cáusticas, radioterapia, quimioterapia, corticoterapia, más condições de higiene. A gastrite pode aparecer no contexto da DRGE, doença de Crohn, hérnia de hiato e pós gastrectomia. SINTOMATOLOGIA: a gastrite pode se acompanhar, principalmente, de desconforto epigástrico, epigastralgia, náuseas e vômitos. A dor pode se irradiar para dorso, tórax e abdome superior, pode piorar à noite e melhorar com a alimentação. Pode haver pirose. Sinais graves incluem hematêmese, melena, sinais de hemorragia maciça, sinais de peritonite, perda de peso, e incapacidade de ingerir alimentos. DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO: Clínica de síndrome dispéptica POSITIVA: teste não invasivo de H. pylori Teste não invasivo de H. pylori NEGATIVO = prova terapêutica com supressores de ácido Clínica de síndrome dispéptica POSITIVA + idade > 55 anos OU sinais de alarme OU evolução com piora OU história familiar de câncer = endoscopia digestiva alta + biópsia com pesquisa de H. pylori Prova terapêutica com RESPOSTA INADEQUADA = endoscopia digestiva alta + biópsia com pesquisa de H. pylori Pelo exame clínico pode ser definida gastrite aguda ou crônica. Raramente há gastrite aguda no contexto ambulatorial, e sim no de medicina interna. A endoscopia seguida de exame histopatológico de biópsia, com pesquisa de H. pylori, pode indicar: gastrite por H. pylori, gastrite atrófica autoimune e gastropatia química crônica (por álcool, por AINE, por refluxo biliar). Há formas raras de gastrite, como infecciosa por outros agentes, eosinofílica, granulomatosa, linfocítica, doença de Ménetriér, etc. A principal complicação das gastrites é a ulceração com hemorragia, que pode causar perdas maciças de sangue e levar ao óbito. Por isso, o tratamento deve ser iniciado rapidamente. TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: Inibidor de bomba de prótons (omeprazol, pantoprazol), 20-40 mg, 2 vezes ao dia, por 2-4 semanas Erradicação do H. pylori: antibioticoterapia + supressão ácida por 4-8 semanas (ver resumo sobre H. pylori) Interromper uso de AINEs Orientação alimentar: evitar alimentos ácidos, condimentados, refrigerante, evitar dormir logo após se alimentar Tratamento de eventuais doenças de base TEMA: DOENÇA ULCEROSA PÉPTICA DEFINIÇÃO: o diagnóstico é histopatológico: solução de continuidade na mucosa do estômago ou duodeno com diâmetro maior ou igual a 0,5 cm, que penetra profundamente na parede do tubo digestivo. FATORES DE RISCO: sexo masculino, más condições de higiene, uso de AINEs, uso de drogas ilícitas, tabagismo, idade 20-50 para úlcera duodenal, idade >50 anos para úlcera gástrica, familiar de primeiro grau com doença ulcerosa péptica, radioterapia. Doenças que predispõem doença ulcerosa péptica: doença pulmonar crônica, insuficiência renal crônica, cirrose, nefrolitíase, deficiência de alfa-1-antitripsina, mastocitose sistêmica A hérnia de hiato pode causar a úlcera de Cameron. SINTOMATOLOGIA: síndrome dispéptica (dor ou desconforto epigástrico, epigastralgia em queimação, náuseas, plenitude pós-prandial) Úlcera duodenal = epigastralgia 2-3h após alimentação e durante a noite, que melhora com antiácidos e com a alimentação, irradia para o dorso, com fenômeno de clocking Úlcera gástrica = epigastralgia piora com a alimentação, há perda de peso, há náuseas. Sinais de alarme = perda ponderal, anemia, sangramento, vômitos recorrentes, disfagia, sinais de peritonite, massa abdominal, adenopatia, história de câncer gástrico, gastrectomia parcial prévia DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO: Clínica de dispepsia POSITIVA = teste não invasivo de H. pylori (teste respiratório da urease, sorologia, pesquisa de antígeno fecal) Clínica de dispepsia POSITIVA em paciente maior de 45 anos OU paciente com sinais de alarme = endoscopia digestiva alta com biópsias com pesquisa de H. pylori Teste não invasivo de H. pylori NEGATIVO = prova terapêutica com supressores de ácido Prova terapêutica com supressores de ácido NEGATIVO = endoscopia digestiva alta com biópsias com pesquisa de H. pylori É mais comum que o paciente tenha úlcera duodenal. Úlceras gástricas devem ser sempre investigadas para câncer TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: Terapia supressora de ácido = inibidor da bomba de prótons (omeprazol 20mg/dia, pantoprazol 40mg/dia), em jejum, por 14 dias Terapia supressora de ácido alternativa = bloqueador H2 (cimetidina 800 mg/dia, ranitidina 300 mg/dia) por 4-8 semanas Erradicação do H. pylori = antibioticoterapia (ver resumo de H. pylori) por 14 dias + terapia supressora de ácido por 4-8 semanas Reorientação alimentar = evitar alimentos que exacerbem os sintomas, como comidas ácidas, condimentadas, apimentadas, refrigerante, comidas muito quentes, etc. Interrupção do uso de AINEs, tabagismo, etilismo Endoscopia digestiva alta de controle em pacientes com úlcera gástrica = após o fim do tratamento farmacológico Úlcera complicada = tratamento cirúrgico (vagotomia, antrectomia) TEMA: Gastrite por H. Pylori DEFINIÇÃO É a infecção da mucosa gástrica pelo bacilo gram-negaivo H. pylory. Ele sobrevive no meio acido do estomago graças a enzima uréase que transforma ureia em amônia (básica). Pode ser Aguda ou crônica. Porém é a infecção crônica mais comum gerealmente adquirida na infância. Pode ser uma gastrite antral ou pangastrite (atrófica ou não) FATORES DE RISCO É inversamente proporcional ao nível socioeconômico. (mais comum em países em desenvolvimento) Fatores higienodietétios são preponderantes. Transmissão oro-oral / fecal-oral / gastro-oral SINTOMATOLOGIA: (Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) Pode evoluir de forma assintomática (maioria dos casos) Sintomas dispépticos (dor ou desconforto na região epigástrica, pirose, náuseas, vômitos) pois a gastrite antral crônica associa-se com hipercloridriae a úlcera péptica principalmente duodenal (H. pylori danifica célula D produtora de somatostatina inibindo o feedback negativo). Perguntas Semiologia da dor, cronologia, vômitos, regurgitações? HDA? Tem historia de CA gástrico na família Usa Anti-inflamatórios cronicamente (gastropatia pelos aines) Faz uso de álcool? (Gastropatia alcoolica) Teve perda de peso? (CA gástrico), Hábitos higiênicos? DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO (exame clínico e complementares, se necessário) Quando pesquisar? 1. Doença ulcerosa péptica 2. Linfoma MALT 3. Dispepsia não ulcerosa 4. Síndrome dispéptica sem indicação para EDA 5. História de CA gástrico em parente de 1 grau 6. Lesões pré-neoplasicas (gastrite atrófica e metaplasia intestinal) 7. Usuários crônicos de AINES, ou AAS 8. Após tratamento de adenocarcinoma gástrico 9. PCT com Púrpura trombocitopênica, ferropenia inexplicada e deficiência de B12 Exames: Histopatológico: gastrite neutrofílica (forma aguda), gastrite linfocítica (forma crônica) dividida como gastrite crônica leve, gastrite antral crônica ou pangastrite crônica grave ou atrófica. Pesquisa de antígeno fecal (obs suspender IBP 7-14 dias antes) (Stool Antigen Test SAT) útil no controle da erradicação 4 semanas após o tratamento. Teste respiratório da ureia (obs. Suspender IBP 7-14 dias antes) útil no controle do da erradicação 4 semanas após o tratamento. Obs.: saber pois já pediu pra explicar EDA com teste rápido da uréase ou histopatológico (padrão ouro) nos casos de presença de sinais de alarme (> 40 anos, HDA, Sintomas refratários, Perda de peso, disfagia, odinofagia, anemia ferropriva, linfadenopatia ou massa palpável, historia familiar de CA gastrointestinal) Teste sorológico: ELISA (cuidado com a cicatriz sorologia ) pct pode ter tido e não ter mais. Não é bom no brasil. Cultura não é indicada TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: (medicamentos dose e posologia) Tratamento por 14 dias Antibióticos: Claritromicina500mg 12/12hs + amoxicilina 1g 12/12hs (Efeitos adversos: Diarreia, náuseas vômitos e Rash cutâneo como reação de hipersensibilidade). IBP: Omeprazol 40 mg 1x ao dia pela manha (Efeitos adversos: cefaleia, náuseas, dor abdominal). Obs. Alérgicos a penicilina troca a amoxicilina por furazolidona 200mg 12/12hs. Obs. Retratamento trocar claritromicina por levofloxacino 500mg 1xd. Não esquecer de informar o Controle do tratamento 2 meses após. TEMA: DOENÇA DE CROHN DEFINIÇÃO: • A Doença de Crohn é estudada dentro das Doenças Inflamatórias Intestinais. • Ela possui um acometimento muito importante do intestino. • Ela teve relatos e descrições que a caracterizavam desde aproximadamente 1913 e posteriormente teve conceito e caracterização definidos. • É uma doença crônica e inflamatória que pode acometer de maneira transmural, ou seja, acomete, às vezes, todas as camadas da mucosa e qualquer parte do tubo digestivo, de causa não totalmente elucidada, e que pode levar a inúmeras complicações gastrointestinais e extraintestinais. FATORES DE RISCO • A Doença de Crohn tem uma distribuição bimodal, sendo mais comum de acontecer em jovens adultos, entre 20 e 30 anos, e outro pico de incidência, este um pouco menor, é a partir dos 60 anos. • Há uma discreta preferência pelo sexo feminino, ao contrário da Retocolite, em que 60% das ocorrências acometem o sexo masculino. SINTOMATOLOGIA: (Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) • A Doença de Crohn apresenta-se, grande parte das vezes, com dor abdominal. Como o principal local de acometimento da doença de Crohn é o íleo terminal. • Ele é uma parte absortiva muito importante, e esse acometimento pode se apresentar, principalmente na disabsorção e perda ponderal associada que pode acabar com o desenvolvimento de desnutrição. • O quadro de diarreia nem sempre é de diarreia invasiva como na Retocolite e não necessariamente o paciente vai apresentar o quadro diarreico como a principal característica. • A hematoquezia está presente em apenas 20 a 30% dos casos. Assim, a ausência de queixas predominantemente diarreicas invasivas, não exclui a Doença de Crohn. • O paciente pode evoluir com sintomas obstrutivos, visto que pode haver um acometimento transmural da mucosa, uma inflamação importante, estenose e assim os sintomas obstrutivos, com dilatação a montante. • O paciente que evolui com doenças perianais/fístulas é muito sugestivo de Doença de Crohn. DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO (exame clínico e complementares, se necessário) • Ao avaliar um paciente com quadro clínico sugestivo de doença inflamatória, solicita-se marcadores inflamatórios, sendo que PCR e VHS vão estar elevados. • Pode haver também anemia, tanto por doença crônica quanto por quadro disabsortivo que também leva a hipoalbuminemia. • A calprotectina fecal é uma proteína presente no citoplasma dos neutrófilos intestinais. Quando há inflamação intestinal, a migração desses neutrófilos com a degranulação deles no intestino permite a mensuração dessa proteína nas fezes. • Essa proteína é muito utilizada principalmente para o seguimento da Doença de Crohn, pois ela consegue prever se o intestino está inflamando quando o valor está aumentando. Também está aumentada ao momento do diagnóstico. • Na colonoscopia, o padrão visualizado no exame são lesões descontínuas com padrão salteado, diferente da Retocolite, cujas lesões são ascendentes e contínuas. São encontradas ulcerações, enemas salteadas, entremeadas por mucosa normal. No entanto, em quadros mais graves, com atividade mais importante, há áreas com muitas alterações. • Pode haver úlceras aftoides, serpiginosas ou longitudinais, dependendo da gravidade do paciente. Há, ainda, um padrão em "pedra de calçada • Para completar o diagnóstico é realizada a biópsia, após a visualização de alterações, principalmente do íleo terminal, durante a colonoscopia. É realizada biópsia de íleo terminal e o padrão mais típico da Doença de Crohn é a formação de granuloma. É encontrada também a inflamação transmural, agregados linfoides, glândulas de formatos irregulares, ramificadas e encurtadas. • O prognóstico é variável e depende da gravidade da doença. Pacientes com doença grave, com fístulas e estenoses, possuem prognóstico ruim com chances de complicação. Por fim, a doença pode levar a inúmeros prejuízos na qualidade de vida, cirurgias e complicações. TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: (medicamentos dose e posologia) • Corticoterapia: O corticoide IV é uma opção para pacientes com Doença de Crohn mais grave, com atividade mais franca, que geralmente está internado. Os pacientes com doença leve a moderada podem receber corticoide VO, geralmente não se usa a Prednisona, mas sim a Budesonida, que é um corticoide não absorvível e com efeito tópico na mucosa intestinal. • Imunossupressores: Os mais utilizados são: Azatioprina, 6-mercaptopurina, Ciclosporina e Metotrexato. Todos vão imunossuprimir o paciente e ajudar a controlar a atividade inflamatória que o paciente apresenta. • Terapia biológica: Os imunobiológicos mais utilizados no Brasil são: Anti-TNF (infliximabe e adalimumabe) e Anti- integrina (vedolizumabe). São drogas imunossupressoras mais potentes, sendo a última linha de ação clínica com relação a Doença de Crohn, que necessita de cautela na prescrição tendo em vista o estado imunológico do paciente. Por isso, é importante lembrar de solicitar o perfil sorológico, conferir vacinação e solicitar PPD em áreas endêmicas para Tuberculose. A cirurgia é uma opção na Doença de Crohn, mas deve ser evitada, se possível. No local da operação, há risco de formar uma nova fístula, estenose e deiscência de anastomose. Além disso, os pacientes sendo desnutridos e com hipoalbuminemia podem complicar a cicatrização das mucosas. TEMA: RETOCOLITE ULCERATIVA DEFINIÇÃO: • A retocolite ulcerativa inflamatória é uma doença idiopáticacaracterizada por episódios recorrentes de inflamação que acomete predominantemente a camada mucosa do cólon. • A doença afeta o reto e também variáveis porções proximais do cólon, em geral de forma contínua, ou seja, sem áreas de mucosa normais entre as porções afetadas. • Ao contrário da doença de crohn, onde o acometimento é transmural, na retocolite ulcerativa é limitada à mucosa. FATORES DE RISCO • A doença pode iniciar em qualquer idade, sendo homens e mulheres igualmente afetados. • O pico de incidência parece ocorrer dos 20 aos 40 anos e muitos estudos mostram um segundo pico de incidência nos idosos; • É associada a vários fatores, tendo por base um componente hereditário e imunológico importantes. SINTOMATOLOGIA: (Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) • Diarreia com sangue de intensidade e duração variadas se alterna com intervalos assintomáticos. • Em geral, uma crise começa discretamente, com urgência evacuatória crescente, discretas cólicas em hipogástrio e flanco direito com sangue e muco nas fezes. • Os sinais e sintomas sistêmicos, mais comuns na retocolite ulcerativa grave, incluem mal-estar geral, febre, anemia, anorexia e perda de peso; • Apresenta em seu quadro clínico uma série de sintomas extradigestivos como artrite de quadril e joelhos que podem preceder o aparecimento dos sintomas digestivos • Acomete somente o reto e o colon, com padrões de acometimento continuo; DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO (exame clínico e complementares, se necessário) • O diagnóstico é baseado no quadro clínico, endoscópico e histológico. Devem ser inicialmente excluídas infecções e parasitoses, mas lembrar que um paciente pode ter RCUI mais uma infecção e/ou parasitose. • O diagnóstico é sugerido por sinais e sintomas típicos, em particular quando acompanhados de manifestações extraintestinais ou história de crises anteriores similares. A colite ulcerativa deve ser diferenciada da doença de Crohn; • Assim como na doença de Crohn, o PCR estará elevado, bem como a calprotectina fecal; • COLONOSCOPIA: Demostra acometimento contínuo sem área de mucosa normal. Dependendo do comprometimento da mucosa, os achados endoscópicos podem ser normais (embora a biópsia possa demonstrar já algum grau de lesão histológicas), ou detectar aspectos como edema, friabilidade, granulações e ulcerações superficiais ou profundas com secreção muco purulenta. Nas fases mais avançadas, podem ser visíveis redução da mobilidade cólica, estreitamentos luminais e também pseudopólipos. Na fase quiescente, o aspecto de mucosa é seco, irregular, com granulações puntiformes • A RCUI por ser doença recorrente apresenta um prognóstico imprevisível para cada caso individualmente. De um modo geral, é de um prognóstico preocupante, exigindo vigilância constante nos casos mais benignos e controle medicamentoso nos de evolução mais grave, tornando-se algumas vezes incapacitante. TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: (medicamentos dose e posologia) • Na RCU e DC ativas, de intensidade moderada a grave, a prednisona oral (0,75-1mg/kg/dia, em geral, sem necessidade de ultrapassar 60mg/dia) está indicada para induzir a remissão clínica da doença, mas deve ser evitada por longos períodos (> 2-3 meses), ainda que em doses baixas; • Em casos graves, internados, pode ser administrada hidrocortisona, 100 mg IV, a cada 6 ou 8 horas, e, em seguida, substituída por prednisona oral (em doses equivalentes sem necessidade de ultrapassar 60 mg/dia), tão logo o estado do paciente permita • Os imunossupressores são eficazes na manutenção da remissão na DC e RCU e auxiliam na retirada do corticoide em pacientes corticoide-dependentes (A dose de AZA e 6-MP é de 2-3 mg/kg/dia e 1-1,5 mg/kg/dia, respectivamente.) • Ciclosporina age reduzindo a produção de interleucina-2 (IL-2) pelas células T auxiliadoras (“T-helper”). Mostrou-se eficaz no tratamento de resgate na RCU grave, não responsiva após 5-10 dias de corticoterapia intravenosa. A dose atual recomendada é de 2 mg/kg/dia, IV, infusão contínua, por 1 a 2 semanas, seguida da administração oral de outra droga de manutenção; • A dose recomendada de infliximabe é de 5 mg/kg nos tempos 0, 2 e 6 semanas, por via intravenosa, seguida de manutenção a cada 8 semanas • - Mesalazina: 2,4 a 4,8g/dia – na fase ativa 1,5 a 3,2g/dia – manutenção • Sulfassalazina: 3 a 6g/dia – na fase ativa. 2 a 4g/dia – manutenção. • O tratamento cirúrgico pode ser empregado e apresenta bons resultados; TEMA: SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL DEFINIÇÃO: • A Síndrome do intestino irritável (SII) é caracterizada por desconforto ou dor abdominal recorrente que é acompanhada por pelo menos 2 dos seguintes: alívio com a defecação, mudança na frequência de evacuação ou alteração na consistência das fezes. • A causa é desconhecida, e a fisiopatologia não é completamente compreendida. • O diagnóstico é clínico. • O tratamento é sintomático, consistindo em manejo dietético e tratamento farmacológico, incluindo anticolinérgicos e agentes que atuam nos receptores de serotonina. FATORES DE RISCO • Pacientes submetidos a níveis maiores de estresse; • Alguns pacientes têm distúrbios de ansiedade, depressão ou um transtorno de somatização. SINTOMATOLOGIA: (Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) • Obstipação intestinal ou diarreia (ou alternância entre os quadros) • Dor ou desconforto abdominal, geralmente cólicas, geralmente ocorre alívio com defecação. • Os pacientes também podem ter sintomas anormais de passagem das fezes (esforço, urgência ou sensação de evacuação incompleta), passagem de muco ou queixar-se de inchaço ou distensão abdominal. DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO (exame clínico e complementares, se necessário) HISTÓRIA: Os critérios de Roma são critérios padronizados com base em sintomas para o diagnóst ico de SII. Os critérios de Roma requerem a presença de dor ou desconforto abdominal durante pelo menos 3 dias/mês nos últimos 3 meses, juntamente com ≥ 2 dos seguintes: • Melhora com a defecação • Início (de cada episódio de desconforto) associado com uma alteração na frequência de defecação • Mudança na consistência das fezes TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: (medicamentos dose e posologia) • Apoio e compreensão • Dieta normal, evitando alimentos produtores de gases e diarreia • Aumento da ingestão de fibras para constipação • O tratamento farmacológico é direcionado aos sintomas principais. TEMA: CIRROSE HEPÁTICA E SUAS COMPLICAÇÕES DEFINIÇÃO: É um processo patológico irreversível do parênquima hepático. É o estágio terminal de todas as doenças hepatocelulares. Após a morte celular e a deposição de tecido fibroso no parênquima hepático, há perda de sua arquitetura lobular e vascular normal e formação de nódulos de regeneração. Geralmente, há diminuição do tamanho e aumento da consistência do fígado. Todas as funções do órgão são dimunuídas, e, assim, advêm complicações como perda de massa proteica, desnutrição, ginecomastia, ascite, hipertensão portal, tendência a hemorragia, encefalopatia hepática, síndrome hepatorrenal, icterícia etc.. FATORES DE RISCO: - Homens acima de 55 anos - Histórico familiar (deficiência de alfa-1-antitripsina, Doença de Wilson, hemocromatose, fibrose cística, talassemia) - Etilismo - Episódios pregressos de hepatite - Hiperlipidemia, diabetes, obesidade - Doenças autoimunes (Hepatite autoimune, cirrose biliar primária) - Uso crônico de medicamentos (hepatite induzida por drogas) SINTOMATOLOGIA: 1) Sinais do complexo “Hiperestrogenismo-Hipoandrogenismo”: - Eritema palmar, telangiectasias (aranhas vasculares), Ginecomastia, Atrofia testicular, Perda da libido, lisfunção erétil, Rarefação de pelos 2) Sinais de Hipertensão Portal: - Ascite, Varizes de esôfago e fundo gástrico – sangramento digestivo, Esplenomegaliacongestiva – hiperesplenismo – pancitopenia; Circulação portal visível (“cabeça de medusa”); Síndrome da Hipertensão Portopulmonar. 3) Sinais de Insuficiência Hepatocelular Descompensada (estágio muito avançado): - Icterícia; Encefalopatoa hepática; Coagulopatia; Hipoalbuminemia – anasarca; Desnutrição; Imunodepressão; Síndrome hepatorrenal e hepatopulmonar. Alguns dados importantes: GLA: albumina sérica – albumina do líquido ascético GLA> 1,1 g/dL = Hipertensão Portal. GLA< 1,1 g/dL = ausência de Hipertensão Portal. DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO: - Anamnese e exame físico; - Exames laboratoriais: AST (TGO), ALT (TGP) – podem estar normais. Fosfatase Alcalina, Gama-GT, Bilirrubinas, Albumina, TP, TAP, gamaglobulina, Sódio sérico, Hemograma (pancitopenia) - Exames de imagem: USG, TC, RM. - Biópsia hepática: padrão ouro (evitar realizar quando exames de imagem e laboratoriais somados à clínica sejam sugestivos de cirrose avançada, porque a biópsia torna-se desnecessária ou até prejudicial). Classificação de Child-Turcotte modificada por Pugh PARÂMETRO PONTOS 1 2 3 Ascite Ausente Facilmente controlável Mal controlada Bilirrubina (mg/dL) < 2 2 a 3 > 3 Albumina (g/dL) > 3,5 3,5 a 3 < 3 T. de Protrombina - seg prolongados 0-4 4 a 6 > 6 - INR < 1,7 1,7 a 2,3 > 2,3 Encefalopatia Ausente Graus I a II (mínima) Graus III a IV (avançada) PONTUAÇÃO GRAVIDADE Sobrevida em 1 e 2 anos 5 a 6 Grau A Cirrose compensada 100% a 85% 7 a 9 Grau B Dano funcional significativo 80% a 60% 10 a 15 Grau C Cirrose descompensada 45% a 35% TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: O tratamento depende da sintomatologia e da presença de complicações. Sendo assim, o tratamento da cirrose hepática pode ser didaticamente dividido em cinco pontos: - Terapia antifibrótica - Terapia nutricional - Tratamento específico da causa - Tratamento das complicações da cirrose - Transplante hepático Colchicina, propiltiouracil, interferon, lecitina poli-insaturada e o S-adenosil- metionina podem ser usados no sentido de retardar a fibrose ou mesmo revertê-la. - Se tiver ascite: Dieta hipossódica, uso de diuréticos nos pacientes com função renal comprometida (100 mg de espironolactona pela manhã), podendo combinar um diurético de alça, como 40 mg de furosemida. Paracentese de alívio indicada em casos refratários ao uso de diuréticos. Descompressão portal com TIPS: alternativa em casos que não respondem ao tratamento clínico. - Síndrome hepatorrenal: o tratamento mais efetivo é o transplante de fígado. É importante salientar as medidas comportamentais. Abandonar o etilismo e dieta são essenciais e tem grande valia. TEMA: HIPERTENSÃO PORTAL DEFINIÇÃO: Representa a complicação de várias doenças. Afecções que podem cursar com hipertensão portal: cirrose, forma hepática ou esplênica da esquistossomose, neoplasias do fígado, das vias biliares ou do pâncreas; fenômenos tromboembólicos de veia porta e moléstias supra-hepáticas (insuficiência cardíaca direita e oclusão da veia cava inferior). Pressão vascular é resultado da interação entre o fluxo sanguíneo e a resistência do vaso. Pressão portal pode aumentar por: aumento do fluxo sanguíneo; aumento da resistência vascular; ou ambos. FATORES DE RISCO: Uso abusivo de álcool Contato prévio com vírus da hepatite ou residência em área endêmica; Transmissão de sangue; Uso de drogas injetáveis; “Preferência” sexual; Uso de drogas hepatotóxicas; Importante lembrar: hipertensão portal é mais frequentemente causada por cirrose hepática (em países desenvolvidos) e pela esquistossomose (em áreas endêmicas); SINTOMATOLOGIA: Usualmente assintomática (sinais e sintomas decorrentes de complicações); Principais consequências: varizes gastroesofágicas, ascite e hiperesplenismo. Pacientes podem apresentar: sangramento gastrointestinal, ascite associada a edema periférico ou a esplenomegalia associada a plaquetopenia e leucopenia. Outros sintomas: encefalopatia hepática, baqueteamento digital; taquicardia de repouso, ictus impulsivo e redução nos níveis de PA; taquipneia, dispneia de esforço. DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO: Critérios clínicos Realizar anamnese completa; Perguntar sobre antecedentes pessoais e hábitos de vida (uso de álcool, sorologia para vírus B e C da hepatite; moradia, transfusões sanguíneas, entre outros); Exame físico com identificação de desvio de sangue pela veia umbilical recanalizada, em direção às veias epigástricas (“cabeça de medusa” na região umbilical); Exames de imagem Endoscopia digestiva alta: presença de varizes gastroesofágicas, possível sangramento no mesmo local; Ultrassonografia: presença de esplenomegalia, ascite, circulação colateral portossistêmica (achado mais importante); Ressonância magnética: permite visualização do sistema porta, inclusive, processos trombóticos, direção de fluxo sanguíneo (exame seguro e confiável); Métodos invasivos Arteriografia de tronco celíaco Portografia transparieto-hepática Supra-hepatografia Prognóstico: relacionado ao grau de reserva do paciente; medicamentos e procedimentos endoscópicos diminuem risco de sangramento, todavia, a longo prazo, não interferem na mortalidade. TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: Uso de medicamentos com o objetivo de manter o gradiente de pressão da veia hepática abaixo de 12 mmHg: beta-bloqueadores não seletivos (propranolol 20 a 40 mg/dia, duas tomadas; nalodol: 40 mg em dose única;); Pacientes que não respondem ao tratamento: TIPS ou shunt portocava cirúrgico; Tratamento de doença base; PANCREATITE AGUDA Processo inflamatório agudo de etiologia variada, cuja principal causa é a colelitíase. Fatores de Risco: Alcoolismo, litíase biliar, cirurgia abdominal, certos medicamentos e tabagismo. Sintomatologia - Dor abdominal de intensidade variável (epigástrio + hipocôndrio direito) com irradiação para o dorso. - Dor continua que pode durar horas a dias e pode ser precipitada por ingestão de álcool ou alimentos. - A melhora pode ser obtida por decúbito lateral e a flexão das coxas sobre o abdome, além de aspiração gástrica e jejum. - Náuseas e vômitos podem acompanhar. - Observa-se também parada de eliminação de gases com distensão abdominal – instalação do íleo paralitico. - Na forma branda, que inclui grande maioria dos casos, as manifestações cursam com mínima repercussão sistêmica que melhora com reposição de líquidos e eletrólitos. - Exame físico: taquicardia, sudorese, desidratação e palidez cutaneomucosa. Hipersensibilidade e dor localizada a palpação profunda. Em casos graves, pode se observar icterícia e cianose. - Pode haver sinais de SIRS e sinais de disfunção orgânica e levar a instalação de quadro de choque. - Hiperglicemia leve e transitória é frequente. - Hipocalcemia pode ser notada no segundo ou terceiro dia de instalação. - Sinais de hemorragia retroperitoneal: Sinal de Cullen e Sinal de Grey-Turner. Diagnóstico 1. Dor 2. Amilase/lipase > 3x o limite superior 3. Exame de imagem Conduta - Investigar se há etilismo, litíase biliar e medicações - Solicitar exames A) LABORATORIAIS 1. Hemograma 2. Amilasemia 3. Lipasemia – após terceiro dia da doença 4. Calcemia 5. Glicemia 6. Enzimas hepáticas (AST/ALT, FA) B) RX simples do abdome (alça sentinela ou/e sinal do colón amputado) C) RX do tórax – avaliar a possibilidade de derrame pleural D) USG- fazer de início clínico e para investigação da litíase – pode demonstrar áreas de hipoecogenicidade (necrose ou hemorragia ou apenas aumento da glândula), cistos, abscessos e alterações das vias biliares. E) TC – dúvida e estadiamento– não é necessário na forma branda, mas está indicada para análise das complicações da PA grave F) Colangiopancreatografia retrograda endoscópica (CPRE) – benéfico na PA biliar com colestase e colangite - deve ser feita nas primeiras 24 horas quando em urgência na colangite. G) Colangiorressonância – suspeita de coledocolitíase sem icterícia e/ou colangite. Tratamento e recomendações 1. Analgesia 2. Monitorização das funções orgânicas 3. Reposição de fluidos – em casos de vômitos, febre, sudorese... 4. Jejum 5. Cirurgia é indicada para resolver condições associadas – necrose infectada, abscessos, fistulas, urgência na colecistite (toda pancreatite aguda biliar é indicada a colecistectomia na mesma internação) e pseudocistos. 6. Promoção de saúde: Álcool, tabagismo e medicações. PANCREATITE CRÔNICA Lesões progressivas ao parênquima pancreático Fatores de risco • Uso abusivo de bebida alcoólica • Idoso do sexo masculino • Desnutrição proteico-calorica • Fator hereditário • Câncer associado Sintomatologia • Emagrecimento • Desnutrição • Esteatorreia • Dor • Diabetes Mellitus • Avitaminose – KADE • Icterícia • Dependência de opioides para controle da dor • Dor a palpação epigástrica Diagnóstico • Calcificações à nível de L1 no RX/TC de abdome • USG/TC pode demonstrar pâncreas alterado • CPRE também pode ser indicado • Elastase fecal negativo Tratamento • Cessar uso de álcool • Analgésicos (atentar para a dependência com opioides) • Redução do volume alimentar (bem como quantidade de gordura) • Pancreatina: extrato pancreático suíno para reposição de enzimas • Tratar diabetes Cirurgia • Em casos complicados (pseudocistos, ascite pancreática...) • Quando há câncer associado (pancreatotectomia e pancreatojejunostomia) • Litotripsia de cálculos pancreáticos TEMA: Doença celíaca DEFINIÇÃO Representativa da Síndrome de má absorção, a doença celíaca é uma afecção difusa e crônica da mucosa do intestino delgado proximal, constituindo o exemplo mais representativo de comprometimento global do epitélio de absorção, pois provoca má absorção de todos os nutrientes. FATORES DE RISCO A doença se desenvolve devido a fatores genéticos que predisponham a uma reação inflamatória da mucosa intestinal ao glúten presente em vários cereais, principalmente no trigo e seus derivados. SINTOMATOLOGIA: (Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) Nas manifestações intestinais os sintomas que classicamente sugerem o diagnóstico de doença celíaca são distensão abdominal, diarreia crônica e perda de peso. Em crianças com idade inferior a 2 anos, geralmente, é possível uma forma mais agressiva da doença e podem ocorrer diarreia crônica, atraso de crescimento, distensão abdominal e vômitos. Com relação a malabsorção, temos sinais e sintomas frequentes: as deficiências nutricionais subclínicas e a densidade mineral óssea pode estar alterada, mesmo na infância. Poderá estabelecer-se um grande espectro de malabsorção, incluindo anemia devido à deficiência de ferro e/ou de ácido fólico e, menos frequentemente, de cobalamina. Os níveis de cálcio sérico e das vitaminas lipossolúveis D e, menos frequentemente, K podem ser baixos. As alterações neurológicas são frequentes na doença celíaca do adulto e incluem a presença de neuropatia periférica, perdas de memória e ataxia. Podem ocorrer alterações no sistema reprodutor; na mulher encontram-se perturbações específicas, tais como menarca tardia, amenorreia, menopausa precoce e, eventualmente, infertilidade; no homem, a impotência sexual, diminuição da atividade sexual e alterações morfológicas e funcionais dos espermatozoides são também frequentes. -O senhor(a) vem apresentando diarreias? -O senhor(a) vem apresentando tremores paralisias e dores musculares (tetania)? -O senhor(a) sabe me dizer se houve algum problema no seu desenvolvimento quando jovem? DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO (exame clínico e complementares, se necessário) O diagnóstico definitivo repousa na positividade de testes sorológicos, particularmente a determinação do anticorpo antitransglutaminase tecidual, no achado das alterações morfológicas do epitélio intestinal através da biópsia e na constatação da melhora rápida que se segue à retirada completa do glúten da dieta. TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: O tratamento da doença celíaca baseia-se nos seguintes pontos: iniciar uma dieta sem glúten, monitorizar o progresso clínico, assegurar apoio regular com dietista, fornecer suplementos de nutrientes, se necessário ferro, ácido fólico, cálcio, monitorizar adesão à dieta com testes seriados com anticorpos e repetir biópsia intestinal se a evolução clínica não for adequada. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Doença Hemorroidária Fístulas, fissuras e abcessos anais Doença Diverticular do Colón Obstrução Intestinal Megacolón ChagásicoTEMA: HEMORRÓIDAS DEFINIÇÃO A doença hemorroidária surge quando há congestão, dilatação e aumento dos corpos cavernosos do canal anal formando grandes emaranhados vasculares, submucosos e/ou subcutâneos, flexíveis, que se enchem de sangue, constituindo os mamilos hemorroidários. FATORES DE RISCO • Veia varicosa • Fator degenerativo • Excessivo esforço defecatório pela dieta pobre em resíduos (fibras) e pouca ingestão de líquidos • Presença de hiperplasia vascular • Presença das comunicações arteriovenosas, muito calibrosas, na submucosa do canal anal. • constipação intestinal •abuso de laxativos (em especial, os catárticos) •diarreia crônica •gravidez (pelo aumento da pressão intraabdominal) •posição bípede do ser humano. •hereditariedade (fragilidade dos vasos) •idade • uso frequente de lavagens •obesidade • cirrose hepática •trombose da veia porta. SINTOMATOLOGIA: •Assintomática • Sintomática: • Sangramento – mais frequente, e, às vezes, o primeiro a manifestar-se. O sangue pode ser observado somente no papel higiênico durante a higiene anal e/ou gotejando ou ocorrendo em jato no vaso sanitário durante e/ou imediatamente após a evacuação. Esporádico, vermelho-vivo, pouco volumoso e relacionado com a evacuação. • Prolapso – durante o ato evacuatório ou durante as atividades físicas. • Exsudação perianal – corresponde à umidade da pele perianal causada pela presença de muco nessa região, decorrente, sobretudo, da irritação da mucosa dos mamilos hemorroidários internos prolabados. Acompanha-se, em geral, pela dermatite e pelo prurido anal. • Desconforto anal – sem dor anal, porque a simples presença de doença hemorroidária não dói. O que dói são as complicações. DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO Anamnese + exame físico + anuscópio + retossigmoidoscopia flexível Avaliação dos hábitos evacuatórios e alimentares dos pacientes, do uso de laxativos, da existência de doenças anteriores ou de cirurgias no trato digestivo. Deve-se questionar, também, a existência de doenças gastrintestinais nos familiares. Classificação: -Mamilo hemorroidário interno – Em todos os graus há sangramento • 1° GRAU. Mamilo hemorroidário interno que não prolaba pelo canal anal quando da evacuação ou aos esforços; • 2° GRAU. Quando ele prolaba através do canal anal durante o esforço evacuatório, exteriorizando-se pelo ânus, porém retraindo-se, espontaneamente, cessado esse esforço; • 3° GRAU. Mamilo que prolaba à evacuação e/ou aos esforços e não retoma espontaneamente, necessitando ser recolocado digitalmente para o interior do canal anal; • 4° GRAU. Mamilo interno permanentemente prolabado pelo canal anal (lado externo), sem possibilidade de ser recolocado para o interior do canal anal. -Mamilo hemorroidário externo – Caracteriza-se por dilatações dos vasos subcutâneos do anoderma, formando um abaulamento de consistência mole, indolor e, às vezes, de coloração vinhosa. -Mamilo hemorroidário misto - existência, concomitante, de mamilos internos e externos TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: • Depende dos sintomas e de seu tipo e gravidade • Assintomática – não necessita de tratamento específico, somente de cuidados higiênico- dietéticos • Sintomas discretos e esporádicos (grau 1 e início do 2) – tratamento clínico - Manejo higiêno-dietético: evacuar sempre que sentir desejo, provocar amolecimento das fezes e diminuição do tempo de trânsito intestinal, proibição do uso de laxativos, em especial dos catárticos, dieta rica em fibras (essa medida deve ser adotada até mesmo naqueles pacientes que precisam de intervenção mais agressiva), indicar a ingestão abundante de líquidos e evitar AINE e evitar uso de bebidas alcoólicas, pimentas e condimentos pela ação irritante sobre a mucosa do canal anal. - Cuidados locais: deve-se proibir a utilização de papel higiênico para limpeza anal, substituindo-o por banhos de assento com água morna. - Medicação tópica: para aliviar o desconforto local, fazendo-se uso de pomadas e/ou supositórios à base de anestésicos e anti-inflamatórios. - Drogas vasoativas: indicada para complementar o tratamento clínico. - Tratamento ambulatorial de hemorroidas internas: Uma opção de abordagem: • 1° grau: crioterapia ou fotocoagulação; • 2° grau: fotocoagulação ou ligadura elástica; • 3° grau: ligadura elástica; • 4° grau: hemorroidectomia (grampeamento) OBS.: Quando a manipulação da dieta não funciona, o tratamento mais agressivo pode ser necessário; essas medidas podem ser aplicadas a graus 1, 2 e 3 de hemorroidas internas. A menos que o paciente tenha o quarto grau de hemorroidas internas, normalmente se tenta. •Tratamento cirúrgico – é o tratamento curativo. Pacientes que apresentam mamilos hemorroidários externos ou mistos – hemorroidectomia. Uso de antibioticoprofilaxia. Deve-se tomar cuidado com o esfíncter anal interno, pois sua lesão poderá acarretar graus variáveis de incontinência fecal. o Hemorroidectomia aberta – mantem-se a área de dissecção aberta para a sua cicatrização por segunda intenção o Hemorroidectomia fechada – fechamento das feridas operatórias com sutura contínua TEMA: FISSURA ANAL DEFINIÇÃO: Uma fissura anal é uma lesão ulcerada linear situada no anoderma do canal anal. Raramente ultrapassa a linha pectínea e a anocutânea. Sua localização predominante é na região posterior do canal anal, correspondendo a 85,5%. A fissura anterior ocorre em cerca de 10,5% dos enfermos e a simultaneidade de ambas, anterior e posterior, em 4% deles, sendo sua localização lateral rara. "Tríade fissurária" → fissura anal + plicoma sentinela na borda da pele + papila anal hipertrófica na linha pectínea Obs.: Qualquer fissura que não esteja localizada na posição anterior ou posterior ou que não cicatriza e múltiplas fissuras deve alertar o médico para a possibilidade de outros diagnósticos, tais como doença de Crohn, tuberculose, sífilis, câncer de células escamosas, úlcera leucêmica ou uma úlcera relacionada ao HIV, que pode ser de origem virai ou neoplásica. FATORES DE RISCO: • Fator traumático: esforço evacuatório, constipação intestinal crônica, passagem de fezes endurecidas ou diarreicas, uso de papel para higiene local • Fator anatômico: "espaço de Brick" – quando o ânus se abre para a passagem das fezes, é nesse ponto onde há a menor distensibilidade, tornando-o mais vulnerável ao trauma • Fator vascular: a comissura posterior é menos vascularizada, quando comparada às outras regiões do ânus • Hipertonia esfincteriana SINTOMATOLOGIA: A fissura anal, em geral, é única → Dor anal - principal sintoma. É intensa, penetrante e aguda, do tipo latejante ou em queimação, apresenta intensidade máxima durante ou imediatamente após a evacuação ou a distensão do canal anal. Produz a sensação de estar rasgando ou cortando o ânus de forma aguda durante a passagem das fezes. Muitas vezes, essa dor se estende de forma espasmódica até a região genital, às costas ou aos membros inferiores, podendo manter-se por horas depois da evacuação. → Obstipação intestinal → Sangramento – vermelho vivo, sempre relacionado com a evacuação → Irritação perianal devido a secreção de muco associada ou não ao prurido local → Infecção local – ver complicação abaixo. É classificada de acordo com a duração de seu quadro clínico, em aguda ou crônica: Fissura anal aguda: Caracteriza-se por uma lesão em forma de fenda, estreita e superficial, sem elevação das bordas e com curto período de sintomas, variando de dias a 2 ou 3 meses. Fissura anal crônica: A lesão torna-se mais profunda, com bordos bem definidos e salientes, caracterizando sua fase crônica, em geral com mais de 6 meses de duração. DIAGNÓSTICO: Anamnese + Exame proctológico. Ao exame proctológico: Inspeção anal mostra a fissura. Afastamento das nádegas pode já ser doloroso. O exame digital do ânus é muito doloroso e o toque retal, com frequência, só é possível apósanalgesia local. Ao realizá-lo, deve-se observar a presença ou não de papila hipertrófica e verificar a intensidade do espasmo esfincteriano. Complicações: Lesão fissurária vai se aprofundando no anoderma, até alcançar o músculo esfíncter anal interno. Isso agrava a dor local, acarretando o espasmo esfincteriano reflexo contínuo e responsável pela dificuldade evacuatória subsequente. A infecção da lesão pode ocorrer em qualquer momento e estender-se para os tecidos adjacentes, formando um abscesso interesfincteriano ou perianal. Quando esse abscesso drena espontaneamente, produz uma fístula baixa. TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: Na presença de fissura anal aguda, quando a hipertonia do músculo esfíncter anal interno não é muito intensa → Tratamento clínico • Dieta rica em fibras, boa ingesta de líquidos, atividade física • Proíbe-se o uso de papel higiênico na limpeza local, condimentos, bebidas alcoólicas e a utilização de laxativos catárticos • Banhos de assento em água morna • Pomadas cicatrizantes – Vitamina A • Pode-se associar o uso de cremes anestésicos • Analgésico simples/ AINE Tratamento farmacológico: “esfincterotomia química” • Óxido nítrico - Utiliza-se a pomada tópica de glicerila trinitrato (GTN) a 0,2%, 2 vezes/dia, durante o mínimo de 4 semanas, ou a solução cremosa do dinitrato de isossorbida a 1 ou 2%, 3 vezes/dia, também durante 4 semanas. Complicações: cefaleia, hipotensão ortostática • Bloqueadores do canal de cálcio – nifedipino tópico, uso oral não é eficiente, ou creme de diftiazem • Toxina botulínica Tratamento cirúrgico: Quando há falha do tratamento farmacológico ou fissura crônica. Deve ser feita avaliação pré-operatória. • O tratamento padrão para as fissuras anais crônicas, cujo componente fisiopatológico principal é a hipertonia intensa do músculo esfíncter anal interno, é a esfincterotomia interna lateral. Melhor resposta quando há hipertonia. • Avanço de retalho de anoderma – indicada em pacientes com pressão de repouso normal ou diminuída. Pós-operatório: igual tratamento clínico TEMA: ABCESSO ANORRETAL DEFINIÇÃO: Os abscessos são processos infecciosos agudos, supurativos, caracterizados por coleções purulentas na região anorretal. Sua etiologia principal é a criptoglandular, pela infecção de uma cripta anal e consequente contaminação glandular. FATORES DE RISCO: - Qualquer lesão anal que predispõe à infecção, como fissura, trauma. SINTOMATOLOGIA: • Dor - é o sintoma mais importante e característico, sendo, em geral, contínua e latejante, de intensidade variável de acordo com o volume da coleção purulenta, piorando à deambulação, ao sentar-se e até mesmo à evacuação, • Edema, • Eritema, • Sensibilidade acentuada, • Nos superficiais – dor, calor e hiperemia, • Febre, • Calafrios, • Tenesmos retal e urinário • Tumoração perianal DIAGNÓSTICO: Inspeção + Palpação + toque retal Exames: - Retossigmoidoscopia deve sempre ser realizada para avaliação de doenças concomitantes - - Ressonância magnética pélvica – pacientes com diagnóstico difícil ou duvidoso. É exame padrão ouro para demonstrar a presença de abscessos e/ou trajetos fistulosos TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: Tratamento é cirúrgico – drenagem o Drenagem simples A ferida cirúrgica na pele deverá permanecer aberta até a total limpeza pós-operatória da cavidade do abscesso. o Drenagem e fistulotomia – faz-se drenagem do abscesso e a pesquisa da cripta infectada ou do seu orifício interno para evitar fístula Pós-operatório: antibiótico profilático, analgésicos e anti-inflamatórios orais, dieta rica em fibras, banhos de assento com permanganato de potássio após evacuações nos primeiros 7 dias pós- operatórios, cuidados locais (curativos diários, inicialmente até 5 vezes/dia, com limpeza exaustiva da ferida operatória de drenagem, mediante sua lavagem com água corrente e sua proteção com gazes e pomadas analgésicas e anti-inflamatórias, até sua cicatrização total). TEMA: FÍSTULA ANAL DEFINIÇÃO: São caracterizadas por um ou mais trajetos que comunicam o canal anal e/ou o reto (mucoso) ao períneo (cutâneo). No canal anal, é onde se localiza o orifício interno do trajeto da fístula e, no períneo, o orifício externo. FATORES DE RISCO: - Drenagem de um abscesso SINTOMATOLOGIA: • Pela abertura externa pode-se ver sangue, pus (mais comum) e, às vezes, drenagem de fezes • Dor anorretal latejante, com a presença ou não de um abscesso anorretal prévio • Prurido perianal • Quando o pus se acumula se desenvolve dor • Dor ou a febre poderão estar presentes nos casos de fístulas com recidiva do processo infeccioso supurativo • Ao exame: presença de um ou mais orifícios externos, com bordas endurecidas, que, em geral, localizam-se próximo ao canal anal. DIAGNÓSTICO: Anamnese e Exame Físico Exames: Ressonância magnética da pelve – padrão ouro Se mais de 45 anos faz colonoscopia para rastreamento de câncer, se menos de 45 faz retossigmoidoscopia TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: • Para abordagem conservadora, podemos utilizar a cola de fibrina (selante) injetada no seu trajeto • Tratamento cirúrgico – preferência o Fistulotomia o Outros: avanço de retalho A identificação cuidadosa do trajeto fistuloso é fundamental, podendo ser realizada com estilete ou, mais raramente, com injeção, em seu orifício externo, de água oxigenada ou de corante como o azul de metileno. TEMA: DIVERTICULITE DEFINIÇÃO Inflamação ou infecção de um ou mais divertículos pode cursar com abscesso ou perfuração. O que pode favorecer maior risco de resíduos intestinais escaparem para a cavidade abdominal e provocarem peritonite. FATORES DE RISCO Paciente com mais de 60 anos, dieta rica em alimentos processados e carboidratos, com pouca quantidade de fibras, sedentarismo, obesidade , tabagismo e AINES. SINTOMATOLOGIA: (Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) Dor infraumbilical, que irradia para fossa ilíaca esquerda, a dor piora após a defecação e presença de febre. Nas fases iniciais é comum dor e ardor ao urinar e diarreia branda, raramente com sinais de sangue. Dor e sensibilidade são comuns em QIE, local onde os divertículos são mais numerosos. Exame físico: a palpação é comum notar mecanismos de defesa após descompressão brusca do abdome, indicando irritação peritoneal, é comum também a presença de massa em QIE, se a massa for próxima ao reto, é possível notar massa dolorosa via toque retal. DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO (exame clínico e complementares, se necessário) TC de abdome e pelve com contraste IV. TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: (medicamentos dose e posologia) Diverticulite não complicada ✔ Paciente com sintomas mínimos e poucos sinais de inflamação podem ser tratados em casa- dieta líquida sem resíduos e antibióticos orais Ciprofloxacina 500 mg VO 12/12h + Metronidazol 500 mg VO 6/6h 7-10 dias ✔ Paciente com sinais de inflamação: febre, leucocitose com desvio, dor a descompressão brusca em flanco e FIE devem ser internados- dieta zero, hidratação venosa e antibiótico parenteral Imipenem 500 mg EV 6/6 h ou Meropenem 1 g EV 8/8 h Após 4-6 semanas do fim do tratamento é indicado avaliar o intestino grosso para descartar neoplasia colorretal via colonoscopia. Diverticulite complicada- abscesso, obstrução, formação de fístulas e perfuração livre com peritonite generalizada ✔ Tratamento cirúrgico de URGÊNCIA : peritonite generalizada por ruptura de abscesso ou divertículo ou obstrução intestinal total refratária; Feita em 2 tempos: Sigmoidectomia com colostomia terminal e fechamento do colo retal-Cirurgia de Hartmann ✔ Tratamento cirúrgico ELETIVO: os demais Ressecção do sigmóide com anastomose primária terminoterminal por sutura manual ou grampeador cirúrgico. TEMA: Obstrução intestinal DEFINIÇÃO Interrupção do conteúdo luminal do intestino de forma habitual. FATORES DE RISCO Cirurgiaabdominal ou pélvica anterior, hérnia de parede abdominal ou inguinal, doença inflamatória intestinal, história ou presença de neoplasia intestinal, radioterapia local prévia e ingestão de corpo estranho. SINTOMATOLOGIA: (Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) Dor abdominal em cólica, borborigmo audível, vômitos, devido a obstrução ileal alta ocorre episódios de vômitos com bile e muco, já a obstrução ileal baixa ocorre vômitos com fecaloides. Obstrução completa: constipação, parada de eliminação de gases; Obstrução parcial: diarreia paradoxal Obstrução por estrangulamento: taquicardia e taquipneia, alteração no nível de consciência, oligúria, febre e leucocitose. DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO (exame clínico e complementares, se necessário) Anamnese + exame físico Avaliar presença de cicatrizes antigas, febre, durante a ausculta é possível notar peristalse exacerbada intercalados com silencio abdominal. Exames complementares Rx de abdome-tórax, abdome em pé e deitado TC de abdome Proctossigmoidoscopia- suspeita de obstrução colônica Colonoscopia é contraindicada pois pode ocasionar perfuração intestinal TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: (medicamentos dose e posologia) Tratamento clínico Obstrução de delgado com presença de vômitos repetivos = sucção nasogástrica + hidratação venosa com soro fisiológico para aumentar a pressão venosa central, monitoramento da diurese Tratamento cirúrgico Laparotomia TEMA:Megacólon chagásico DEFINIÇÃO O agente etiológico da Doença de Chagas, triatomíneos após serem alojados favorecem a destruição em massa das células ganglionares levando a distúrbios da motilidade intestinal, mais exuberantes nos segmentos distais, principalmente no reto, cursando com incoordenação motora entre sigmoide e reto, que acarreta estase fecal e consequente hipertrofia das camadas musculares e dilatação colônica. FATORES DE RISCO História pregressa de moradia em local endêmico, consumo de bebidas como açaí e caldo de cana-de-açúcar contaminados com triatomíneos. SINTOMATOLOGIA: (Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) • Obstipação, de caráter insidioso e progressivo, que leva o paciente a ficar de dias a meses sem evacuações satisfatórias. • Meteorismo, distensão abdominal e gases com dificuldade de eliminá-los. • Dor abdominal cronica, tipo cólica, com intensidade variável, acompanhada de náuseas e vômitos. • Fecaloma, que leva o paciente ao PS Questionar sobre disfagia, alterações na fisiologia cardíaca, podem sugerir presença de outras forma chagásicas. DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO (exame clínico e complementares, se necessário) História do paciente + exame físico Exame físico: distensão abdominal com timpanismo, podendo ser possível palpar fecaloma em flanco esquerdo. Toque retal: dilatação da ampola com grande quantidade de fezes e por vezes fecaloma de consistência pétrea. Exame de imagem: RX abdome Enema baritado Eletromanométrio do reto TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: (medicamentos dose e posologia) • Paciente e fases inicias, de alto risco cirúrgico ou oligossintomático: dietas laxativas, restrição de alimentos obstipantes, uso de lactulose e polietilenoglicol, associado com clisteres evacuadores. • Pacientes com indicação cirúrgica: Único tempo: sigmoidectomia com anastomose colorretal via abdominal (alto índice de recidiva) Dois tempos: Técnica de Duhamel- Haddad 1º tempo: cólon é abaixado via abertura da parede posterior do reto logo acima da linha pectínea, depois é seccionado ao nível da reflexão peritoneal. 2º tempo: ressecção do cólon excedente (realizada 10-14 dias após 1º tempo) TEMA: CA COLORRETAL DEFINIÇÃO É resultado da acumulação de mutações no epitélio intestinal. 95% dos casos é de adenocarcinoma relacionados com os pólipos séssil ou pediculado. É um processo insidioso e lento (geralmente 10 anos). Displasia -> adenoma -> carcinoma Pode disseminar linfaticamente (linfonodomegalia perirretal), sanguínea (hepatomegalia ou derrame pleural), peritoneal (ascite) ou por continuidade (sintomas urinários). Tipos de lesões: Polipoides (Direito) lesão anular (Esquerdo) FATORES DE RISCO Mais comum em Idade superior a 60 anos, tende acometer mais homens que mulheres. Herança familiar (indivíduos abaixo de 50 anos) Síndromes hereditárias: 1. Polipose adenomatos familia (PAF) que pode apresentar como: Gardner (CA colorretal + doenças de tecido mole) ou Turcot (CA colorretal + CA SNC). 2. Síndrome de Lynch (CA Colorretal não poliposo hereditário) tem predileção pelo lado Direito. Pode associar com CA ginecológico, Prostata, Gástrico ... Fatores ambientais: dieta pobre em fibras e ricas em carne vermelha e carboidratos, obesidade, etilismo, tabagismo, infecção por Streptococcus bovis (endocardite). SINTOMATOLOGIA: (Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) Alteração do hábito intestinal crônico (obstipação (E) , diarreia (D) ou intercalar os 2 (E)) Perda ponderal: principalmente em homem idoso. Dor abdominal localizada ou inespecífica, dor pélvica. Anemia (descorado), astenia, diminuição do apetite (queixas inespecíficas) Sangramento intestinal (oculto lado E) hematoquezia e enterorragia (retal) Fezes finas (E); hemorragia digestiva baixa. OBS. Pct pode ser assintomático diagnosticado no rastreio. 3 D: descorado, desnutrição e Dor abdominal Obs. Com esses sintomas tem q fazer diferencial com diverticulose e DII. Idade avançada é grande marcador para CA. Perguntas: Perdeu peso? Em quanto tempo? Alterou o habito intestinal? Como esta as fezes? Afilamento? Diarreia? Constipação? Tem dor abdominal Tem sangramento nas fezes? Melena? Hematoquezia? Tem sintomas urinários? (invasão de ureter, bexiga) Tem dor abdominal? Decálogo Tem historia de CA intestinal na família? DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO (exame clínico e complementares, se necessário) Exame físico: Massa palpável, sangue na ponta da luva. Exame proctológico (inspeção + anuscopia `+ toque retal) Exames de imagem: RX de abdome com contraste (Enema baritado): sinal da maçã mordida TC de abdome e pelve (+ tórax). RN: melhor para CA de reto para ver os linfonodos. PET para avaliar metástase e acompanha a resposta ao tratamento. Colonoscopia com biópsia Exames laboratoriais: Hemograma, sangue oculto nas fezes, bioquímica básica, antígeno carcinoembrionário (CEA) tem valor de acompanhamento não tem valor diagnóstico. OBS Rastreio do CA esporádico: a partir do 50 anos colonoscopia a cada 10 anos. Paciente recusou devo pelo menos pesquisar sangue oculto nas fezes anual se + colono. Se historia familiar positiva faz colono a partir dos 40 anos de 5 em 5 anos.se colono não disponível pode ser retosigmoidoscopia flexível, enema baritado o colonografia tomográfica a cada 5 anos TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: (medicamentos dose e posologia) Ressecção endoscópica (mucosectomia) indicada no estadiamento M1 (epitélio) M2 (n passa a lamina própria). Cirurgia aberta ou videolaparoscópica: Hemicolectomia direita com ileotransverso anastomose terminoterminal Hemicolectomia esqueda com transversosigmoide anastomose terminoterminal Retosigmoidectomia com colorreto anastomose se margem de 5cm da borda anal. Se acometimento do esfíncter indico amputação abdomino-perineal. Colectomia total com anastomose ileorretal ou bolsa ileal se ressecar boa parte do reto: indicada para em pct com síndrome de Lynch, PAF e tumores sincrônicos Radiação endocavitaria:em lesões precoce distante no mínimo 10 cm da borda anal. Tratamento neoadjuvante: antes da cirurgia (diminuir o tamanho da lesão, estadiamento e aumentar sobrevida). Quimioterapia. Radioterapia (CA de reto) para tentar preservar o esfíncter. Tratamento adjuvante (após a cirurgia). Quimioterapia : Folfox ou CapeOx de 3 a 6 meses em Pct estádio T3 ou T4 ou tem linfonodo acometido. Radioterapia em CA de reto. Terapia complementar: Cesar tabagismo, etilismo, evitar obesidade. Dieta rica em fibras (evidência de aumento da sobrevida em estádio I e III) e prevenção. Paliativo: cirurgia para tratar complicações com Ostomia, quimio, radio, imunobiológicos. Acompanhamento: consulta a cada 6 meses por 2 anos, dosar CEA a cada 6 meses por 2 anos, TC tórax e abdome anual por 5 anos, colono no 1º e 3º ano depois a cada 5. Prognóstico: boa sobrevida em estadiamento iniciais . Mal prognostico se obstrução, perfuração, ulceração e CEA >200ng/mL ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Atendimento Inicial ao Paciente Grave Suporte Básico de Vida Insuficiência Respiratória Aguda Sepse Coma Dor torácica Cetoacidose Hemorragia Digestiva Alta TEMA: ATENDIMENTO INICIAL AO PACIENTE GRAVE PRIORIDADE NO ATENDIMENTO NA EMERGÊNCIA: 1) Rebaixamento agudo do nível de consciência; 2) Alterações importantes nos sinais vitais: • FR > 30 ou < 8 irpm ou uso de musculatura acessória; • SatO2 < 90% • FC > 100 ou < 50 bpm • PAS < 90 mmHg • TEC > 4,5 s 3) Pacientes com achados potencialmente emergenciais: • Precordialgia ou dor torácica; • Febre com suspeita de neutropenia; • Suspeita de obstrução de via aérea; • Alterações neurológicas agudas: afasia, convulsões, delirium • Hematêmese, enterorragia ou hemoptise; • Dor intensa; PROCEDIENTOS INICIAIS: • MOV(E) o M: Monitorização cardioscópica, PA não invasiva e oximetria de pulso; o O: oxigenioterapia, se SatO2 < 90%; o V: acesso venoso calibroso (jelco 16 ou 18); o E: ECG, em caso de dor torácica com suspeita de SCA; • QUEIXA E DURAÇÃO DE FORMA OBJETIVA: o Objetividade é o principal determinante neste ponto; o Deve perguntar ativamente “O que o senhor está sentido agora?” “A que horas começou?” “Já sentiu isso antes?”, “Como é a dor: um aperto, uma queimação, uma pontada?” o Além disso, é fundamental esclarecer fatores associados, antecedentes patológicos relevantes e se o paciente utilizou medicamentos; • EXAME FÍSICO: OXIGÊNIOTERAPIA: DISPOSITIVO FiO2 Principais indicações: Cateter nasal de O2 Cada L/min aumenta em 3 a 4% a FiO2; Uso de baixos fluxos: 5 L/min Casos menos graves; IRpA sem shunt como mecanismo predominante; Máscara facial de Venturi Mistura ar-oxigênio FiO2 precisa (24 a 50%) Uso em altos fluxos Necessidade de precisão de titulação de FiO2 Exacerbação de DPOC ou IRpA mista Máscara fácil de aerossol Combinações variáveis de O2 e fluxos moderados; Qualquer IRpA hipoxemica não refratária a O2 Mascara facial com reservatório Alta concentração (90 a 100%) de O2 e altos fluxos IRA hipoxêmica com predomínio de shunt TEMA: SUPORTE BÁSICO DE VIDA CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA EXTRA HOSPITALAR: CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA INTRA HOSPITALAR: TEMA: INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA DEFINIÇÃO: • A insuficiência respiratória (IR) pode ser definida como a condição clínica na qual o sistema respiratório não consegue manter os valores da pressão arterial de oxigênio (PaO2) e/ou da pressão arterial de gás carbônico (PaCO2 ) dentro dos limites da normalidade, para determinada demanda metabólica; DIAGNÓSTICO: • Para sua caracterização, pontos de corte na gasometria arterial, como se segue: PaO2 < 60 mmHg e PaCO2 > 45 mmHg; TRATAMENTO: • Os objetivos do tratamento de pacientes com IRpA incluem: alívio do desconforto respiratório com resolução dos sinais e sintomas relacionados à hipoxemia e/ou hipercapnia, reversão da acidose respiratória e da hipoxemia, além de uma oferta de oxigênio adequada aos tecidos do organismo. O tratamento é essencialmente de suporte enquanto “se ganha tempo” para correção do fator precipitante e a terapia da doença de base. TEMA: SEPSE DEFINIÇÃO: • A sepse pode ser definida como sendo uma disfunção fatal, causada por uma resposta desregulada do hospedeiro à uma infecção; • Para analise clínica, é importante caracterizar a disfunção por meio do uso de SOFA (maior ou igual 2) • Choque séptico deve ser definido como um subgrupo de sepse no qual anormalidades circulatórias, celulares e metabólicas particularmente profundas estão associadas a um risco maior de mortalidade do que com sepse isolada. • Pacientes em choque séptico são clinicamente identificados pelo seguinte critério: o Necessidade do uso de vasopressores para manter uma pressão arterial média de 65 mmHg ou mais e um nível de lactato sérico maior que 2 mmol/L (> 18 mg / dL) na ausência de hipovolemia. FATORES DE RISCO • Pacientes submetidos a cirurgias contaminadas; • Pacientes com ITU, pneumonias e infecções abdominais; • Pacientes em uso de aparelhos invasivos, como sondas e cateteres; SINTOMATOLOGIA:(Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) • Possui sintomatologia variada a depender do sitio de infecção; • Em geral, a depender do tipo de disfunção orgânica, pode apresentar baixo debito urinário, febre, rebaixamento do nível de consciência, taquicardia, taquipneia, pulsos finos, etc; DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO (exame clínico e complementares, se necessário) BEIRA DO LEITO: Quick SOFA: • Frequência respiratória de 22/min ou superior; • Alteração mental • Pressão arterial sistólica de 100 mmHg ou menos DIAGNÓSTICO: SOFA • O escore SOFA é considerado padrão ouro no diagnóstico da sepse e está relacionado a maior mortalidade; todavia não é prático, pois envolve parâmetros laboratoriais (plaquetas, creatinina, bilirrubinas). • O escore varia de 0 a 4, e uma pontuação igual ou superior a 2 do nível basal do paciente representa disfunção orgânica. • Avalia disfunção orgânica: renal, hepática, cardíaca, coagulação e do SNC; • SOFA igual ou maior a 2 é considerado diagnóstico de sepse; TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: (medicamentos dose e posologia) Intervenções que devem ser realizadas em até 1h: • Medir o lactato; • Colher culturas; • Administrar antibioticoterapia de amplo espectro; • Administrar cristaloides 30 ml/kg; • Vasopressores se PAM > 65 mmHg; TEMA: COMA DEFINIÇÃO: falência dos mecanismos de manutenção da consciência, em que o indivíduo não demonstra conhecimento de si próprio e do ambiente, caracterizado pela ausência ou extrema diminuição do alerta comportamental, permanecendo não responsivo aos estímulos internos e externos e com os olhos fechados. EXAME: Pulso carotídeo: se ausente, iniciar ressuscitação cardiopulmonar imediatamente Fraturas de base de crânio: equimose periorbital, edema e descolamento da mastoide, otorragia, rinorreia, otorreia. Hipertensão intracraniana: anisocoria, papiledema, ultrassom com nervo óptico > 5mm Escala de coma de Glasgow: Padrão respiratório: normal, Cheyne-Stokes, respiração irregular, ventilação mecânica (FR maior que o aparelho ou igual), apneia Exame das pupilas: reflexo pupilar, dilatação/contração unilateral Alterações de pressão arterial Temperatura: pode haver hipotermia ou hipertermia CAUSAS: trauma cranioencefálico, acidente vascular encefálico, tumores cranianos, hidrocefalia aguda, sepse / choque séptico, epilepsia, crises hiperglicêmicas e hipoglicêmicas, hipoxemia, hipercapnia, distúrbios hidroeletrolíticos, encefalopatia hepática, intoxicações agudas CONDUTA: ABCD primário e secundário = fundamental via aérea, oxigenação e estabilização hemodinâmica Glicemia < 60 mg/dL = glicose 50% 100mL IV MOV = PA não invasiva, oxímetro, cardioscopia, oxigênio e acesso venoso para exames laboratoriais de emergência História clínica atual e pregressa Buscar causas reversíveis (administrar antídoto se intoxicação; antibiótico e corticoide se meningite) Intubação se não houver causa reversível TC após estabilização clínica TEMA: Dor torácica DEFINIÇÃO Dor torácica é uma queixa bastante comum no pronto-socorro. Entretanto, as etiologias são diversas, envolvendo principalmente os sistemas cardiovascular e pulmonar (mas também o musculoesquelético e gastrointestinal; além de etiologias psiquiátricas). O estímulo doloroso é visceral, mas a dor é experimentada na superfície da pele. Isto acontece pela convergência de estímulos sobre o mesmo segmento da medula que recebe também estímulos da pele. FATORES DE RISCO A depender da etiologia. SINTOMATOLOGIA: (Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) • Síndrome coronariana aguda Sintomas: dor torácica em queimação e em peso ou aperto, que geralmente começou como um desconforto e foi piorando. Pode apresentar irradiação para MSE, ombros, pescoço ou mandíbula. Sintomas associados: sudorese, palpitação, náuseas e dispneia. • Síndromes aórticas agudas Sintomas: dor súbita e muito intensa desde o início do quadro, com característica de dor em facada, podendo irradiar para região cervical, braços, epigastro e dorso. Sintomas associados: sudorese, taquicardia e palidez. Exame físico: assimetria de pressão e pulso entre os membros e sopro diastólico no foco aórtico. • Tromboembolismo pulmonar Sintomas: dor torácica súbita, do tipo pleurítica, ventilatório dependente bem localizada e de caráter “em aguilhada”. Sintomas associados: dispneia, hemoptise e sinal de TVP (trombose venosa profunda). Importante pesquisar se o paciente tem histórico de cirurgia feita recentemente, de ter ficado muito tempo parado (como em viagens ou acamado), gravidez ou alguma doença que predispõe a formação de trombos. • Pericardite A pericardite está associada principalmente a doenças infecciosas e reumáticas. Sintomas: a dor torácica na pericardite é de Início súbito, localizada em região anterior e profunda do tórax, com irradiação para ombro ou dorso e piora na inspiração. Paciente relata melhora ao inclinar-se para frente. Caso o paciente evolua para tamponamento cardíaco é comum a apresentação da Tríade de Beck (hipotensão, turgência jugular e abafamento de bulhas cardíacas). • Pneumotórax A dor torácica no pneumotórax é de início súbita, do tipo pleurítica, muitas vezes sem fator desencadeante. Sintomas associados: principalmente dispneia, taquicardia e cianose. Exame físico: à ausculta, redução do murmúrio vesicular; à percussão, hipertimpanismo. • Rotura de esôfago A dor torácica na rotura de esôfago é de localização retroesternal, em pontada e sem irradiação. Sintomas associados: sintomas respiratórios e gastrointestinais simultâneos (azia, pirose, dispepsia). Na história clínica é importante buscar história de vômitos incoercíveis e sinais de sepse. DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO (exame clínico e complementares, se necessário) Para que seja feito o diagnóstico é necessário fazer: -História clínica (nunca esquecer o decálogo da dor) e exames físicos direcionados; -ECG e a Radiografia do tórax deverá ser feito em todos os casos; -MOV (monitorização, oximetria e venóclise) completo apenas caso necessário; -Angiotomografia caso necessário; -marcadores de necrose do miocárdio caso necessário. O prognóstico vai depender muito da etiologia. TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: (medicamentos dose e posologia) No caso da Síndrome coronariana aguda, precisa ser feito uma revascularização do miocárdio, que pode ser feito com o uso de trombolíticos (não pode ser usado em pacientes com dissecção aórtica, seu diagnóstico precisa ser descartado como precaução) ou angioplastia. No caso de uma dissecção aórtica precisa ser usado betabloqueadores e nitroprussiato para a redução da PA. Cirurgia vascular pode ser necessária. No tromboembolismo pulmonar o tratamento é feito com anticoagulante e trombolíticos. Cetoacidose Complicação aguda do Diabetes Mellitus (DM) caracterizada por hiperglicemia, acidose metabólica, desidratação e cetose, na vigência de deficiência profunda de insulina. Acomete principalmente pacientes com DM tipo 1 e geralmente é precipitada por condições infecciosas, uso inadequado de insulina ou desconhecimento do diagnóstico de diabetes. Os principais fatores precipitantes da CAD são: • Omissão da insulinoterapia/problemas na bomba de insulina • Infecções (principalmente pulmonares) • Situações de stress agudo: IAM, AVE, choque.. • Gestação • Outras patologias associadas (acromegalia, hemocromatose, hipertireoidismo) • Abuso de substâncias (álcool, cocaína) • Uso de medicamentos: corticosteróides, diuréticos e agentes simpaticomiméticos Sintomatologia • Poliúria, polifagia, polidipsia e cansaço. • Anorexia, náuseas e vômitos, que podem agravar a desidratação. • Cefaleia, mal-estar, parestesia e dor abdominal também são comuns. • Alteração do nível de consciência, • A CAD pode ser a forma de apresentação inicial do DM. • O exame físico revela desidratação, commucosas ressecadas, turgor cutâneo diminuído e língua pregueada. • Há taquicardia, hálito cetônico (de “maçã passada”) e alterações do ritmo respiratório. (Inicialmente há taquipneia, que é seguida por ritmo de Kussmaul). • Pode ainda haver hipotensão arterial. • Dor abdominal (elevação do PGI2 e PGE2 pelo tecido adiposo) • Acidemia/Hipotermia/Rabdomiólise Diagnóstico Hiperglicemia (acima de 250 mg/dl) Acidose metabólica (pH < 7,2 e bicarbonato < 15 mEq/L) Cetonemia (ou cetonúria) Conduta: a) Solicitar avaliação laboratorial • Glicemia • Cetonemia/Cetonuria • Hemograma completo • Amilase e CPK • EAS • Sódio/Potássio • Gasometria arterial • Osmolaridade plasmática • ECG – útil para acompanhar alterações de concentração sérica de potássio e sua reposição. Tratamento Hidratação Insulinoterapia Correção de possíveis anormalidades hidro-eletrolíticas. TEMA: HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA DEFINIÇÃO: São hemorragias que ocorrem proximais ao ligamento de Treitz; podem se apresentar como hematêmese ou melena. Quadro clínico pode corresponder a várias definições. HDA é cinco vezes mais frequente que HDB. Mais comum em homens, pessoas idosas e portadores de doenças crônicas. FATORES DE RISCO: Frequentes: existência de úlcera gástrica e duodenal; lesão aguda da mucosa gastroduodenal; varizes esofágicas e lesão de Mallory-Weiss; Menos frequentes: existência gastropatia, erosões gástricas; esofagite; telangiectasias; gastropatia hipertensiva portal; varizes gástricas; neoplasias; úlcera esofágica; duodenite erosiva; fístula aortoentérica, etc. SINTOMATOLOGIA: Podem auxiliar na hipótese diagnóstica: dor abdominal, náuseas, vômitos, mudança de hábito intestinal, anorexia e perda de peso; DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO: Anamnese: bem orientada, no sentido de confirmar a existência de sangramento e possível uso de medicamentos; histórico de hemorragia anterior ou existência de sintomas ou condições que possam produzir lesões; importante para determinar a etiologia; Exame físico: importante para obter informações sobre o local de sangramento; estimar volume perdido verificando-se frequência de pulso e PA com o paciente deitado, assentado e em posição ortostática (se possível); cor das mucosas e presença ou não de sudorese; Pesquisar aparência do sangramento: melena (lesões de cólon direito com trânsito lento podem apresentar melena, ou seja, cuidado!); hematêmese (vômito com sangue vivo geralmente indica sangramento gastrointestinal); Importante: dor à palpação abdominal, linfadenopatia, massa abdominal, esplenomegalia, hipertensão portal, insuficiência hepática, malformações vasculares, vasculites e coagulopatias; Perguntar sobre: cirurgias prévias, radioterapia, etilismo, uso de tóxicos e procedência; Exames complementares: hemograma e contagem de plaquetas; endoscopia (realizar em paciente hemodinamicamente estável!), exames radiológicos de tórax e abdome simples; arteriografia simples; cintigrafia; exames radiológicos com constraste baritado; Prognóstico: mortalidade de 7 a 10%; mau prognóstico em idade avançada, sangramento de varizes, existência de outras comorbidades, choque ou hipotensão na admissão; sangramento ativo; coagulopatias; TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: a) Avaliação imediata e estabilização do paciente; caracterizar gravidade do sangramento (discreto, moderado ou grave): b) Reanimação do paciente: Infusão rápida de solução cristaloide para manter sinais vitais normais; Oxigênio; monitorização de sinais vitais e débito urinário; Intubação orotraqueal em caso de paciente não conseguir proteger a via aérea ou se haver risco de aspiração; c) Transfusão sanguínea: indicada para todos os pacientes com sinais vitais instáveis, sangramento contínuo ou baixa oxigenação; d) Medicamentos: antagonistas de receptores H2 ou inibidores de bomba de prótons (omeprazol ou pantoprazol; bolus 80 mg + seguido de infusão contínua de 8 mg/h durante 72h após hemostasia endoscópica); somatostatina (via intravenosa, dse de 50 a 250 ug em bolus + seguida de 3,5 ug/kg/h, em solução salina, até 48 a 72h após o fim da hemorragia) e octreotídio (reduz pressão venosa portal e fluxo arterial do estômago e duodeno); e) Cirurgia em caso de não-resposta aos tratamentos anteriores; atenção a possível instabilidade hemodinâmica: anastomose portocava terminolateral (controle de sangramento e prevenção de possíveis recidivas); f) Endoscópico: escleroterapia (injeção de substâncias esclerosantes nas varizes ou em região perivascular; 62 a 100% dos sangramentos são controlados); ligadura elástica (oclusão mecânica do foco hemorrágico; taxa de controle de 86 a 92%); O tratamento varia de acordo com a doença! 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Dessa forma, é importante que seja instituída uma abordagem sistematizada, que possa ser facilmente revista e aplicada. Este processo é denominado de Avaliação Inicial e inclui as seguintes etapas: (1) Preparação; (2) Triagem; (3) Exame Primário; (4) Reanimação; (5) Medidas Auxiliares ao Exame Primário e à Reanimação; (6) Exame Secundário; (7) Medidas Auxiliares ao Exame Secundário; (8) Reavaliação e Monitoração Contínuas após Reanimação; e (9) Cuidados Definitivos. TRIAGEM E ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR ✔ Garantir a segurança da cena antes do atendimento ✔ Triagem de vítimas de acordo com a gravidade das lesões ✔ Avaliar os recursos humanos e estruturais para atendimento das vítimas, em quadro de maior número de vítimas frente a capacidade de atendimento, os pacientes com maiores chances de sobrevivência são atendidas prioritariamente, pois requerem menor tempo, equipamentos, recursos e pessoal. ✔ Episódios com que o número de vítimas não excede a capacidade de atendimento, pacientes com maior risco e tidos como mais graves são atendidos prioritariamente. AVALIAÇÃO INICIAL- ATLS ✔ Lesões são diagnosticadas e tratadas simultaneamente; Etapas: 1. Exame primário e reanimação; ABCDE do trauma 2. Exame secundário e história do trauma; 3. Reavaliação e monitoração contínua; 4. Cuidados definitivos. ABCDE no atendimento ao paciente traumatizado A (airways) – vias aéreas com controle da coluna cervical; B (breathing) – respiração e ventilação; C (circulation) – circulação com controle da hemorragia; D (disability) – estado neurológico; E (exposure) – exposição e controle da temperatura. O ABCDE é aplicado no exame primário do atendimento inicial ao politraumatizado e também pode ser retomado no exame secundário durante a monitorização dos sinais vitais. A 1. A equipe de socorro deve se aproximar da vítima pela frente, para evitar que mova a cabeça para os lados durante o olhar, podendo causar lesões medulares. 2. Mobilização da coluna cervical (se possível da coluna como um todo, utilizando uma prancha rígida). 3. Avaliação das vias aéreas. 4. O socorrista aborda a vítima perguntando seu nome. (Se responder:vias aéreas estão pérvias), Voz alterada, estridor, baixo nível de consciência, roncos e esforço respiratório são sinais de obstrução de vias aéreas. As manobras mais utilizadas nessa fase são a elevação do mento e anteriorização da mandíbula. 5. Se constatar obstrução, e não conseguir desobstruir: intubação endotraqueal, cricotireoidostomia ou traqueostomia. As principais indicações para este procedimento são: estresse respiratório, Escala de Coma de Glasgow menor ou igual a 8 e parada cardíaca. B - O socorrista deve analisar se a respiração está adequada. Com isso: - Frequência respiratória - Inspeção dos movimentos torácicos - Cianose - Desvio de traquéia - Observação da musculatura acessória. C - Circulação e a pesquisa por hemorragia • A maioria das hemorragias é estancada pela compressão direta do foco • A frequência de pulso e enchimento capilar podem ser determinados. • Mudanças na coloração da pele, sudorese e do estado de consciência podem sugerir perfusão comprometida. • É recomendado obter 2 acessos venosos periféricos e infundir, inicialmente, 2 L de cristaloides. D - Análise do nível de consciência - o objetivo principal é minimizar as chances de lesão secundária pela manutenção da perfusão adequada do tecido cerebral. • Tamanho e reatividade das pupilas • Presença de hérnia cerebral • Sinais de lateralização e o nível de lesão medular são medidas realizadas • Existem duas formas de verificar o nível de consciência: o AVPU ( A – alerta; V – responsivo à voz; P – responsivo à dor e U – irresponsivo a voz; P – responsivo à dor e U – irresponsivo) e a Escala de Coma de Glasgow (ECG). o Vítimas com Glasgow entre 3-8 precisam ser intubados. E - Análise da extensão das lesões e o controle do ambiente com prevenção da hipotermia. • O socorrista deve analisar sinais de trauma, sangramento, manchas na pele etc. • Além disso, deve-se despir a vítima para detectar ou excluir novas lesões. • Nessa fase, deve-se medir a temperatura da vítima. • Depois do atendimento, a vítima deve ser coberta com cobertores aquecidos. • Os cristalóides e infusões intravenosas também devem estar aquecidos. TEMA: VIAS AÉREAS DEFINIÇÃO Dispositivo ou manobra que visa melhorar, proteger ou desobstruir a Via aérea para garantir o adequado aporte de oxigênio e prevenir a hipoxemia. No trauma tem prioridade absoluta sobre o controle de todas as outras condições. Pode ser: não definitiva ou definitiva (cirúrgica ou não). Via aérea definitiva é um tubo colocado abaixo das cordas bocais com balonete insuflado, fixo e conectado a um mecanismo de ventilação assistida. FATORES DE RISCO Doentes com o nível e consciência alterado pode indicar má perfusão cerebral de O2 Trauma maxilofacial, cervical, de laringe (rouquidão, enfisema subcutâneo, e fratura palpável) Doentes inconscientes, com lesão cerebral, torporosos por abuso de álcool. Respiração ruidosa indica obstrução parcial que pode evoluir para total. Esforço respiratório também pode indicar a obstrução. SINTOMATOLOGIA: (Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) Sinais objetivos de obstrução: Agitação (hipóxia), torpor (hipercapnia); cianose. Oximetria de pulso. Tirarem intercostal e uso de musculatura acessória. Respiração ruidosa, roncos, gorgolejos e estridores. Desvio da traqueia DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO (exame clínico e complementares, se necessário) Fatores preditores de via aérea difícil: Lesões de coluna cervical; Artrite avançada da coluna cervical (menor mobilidade); Trauma mandibular ou maxilofacial significativo Limitação da abertura da boca, obesidade, micrognatismo, prognatismo e pescoço curto ou musculoso < que 3 dedos de distancia entre os incisivos e/ou < que 3 dedos entre o osso hioide e o mento e/ou < que 2 dedos da proeminência tireóidea e o assoalho da boca. Indicações de via aérea definitiva: Impossibilidade de manter a via aérea permeável de outra forma como em fraturas faciais, hematomas retrofaringeos, fraturas maxilofaciais, risco de aspiração. Lesão por inalação com edema de via aérea superior Impossbilidade de manter a ventilação adequada com outros dipositivos Contusão pulmonar Apneia, Inconsciência (glsgow menor ou igual a 8) TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: (medicamentos dose e posologia) Elevação do mento e tração da mandíbula Cânula de guedel (evitar a queda da língua) em pcts inconscientes, inserir com a ponta para cima e rodar 180º quando tocar o palato mole. Ventilação com pressão positiva com dispositivo de máscara com válvula e balão. Cateter nasal de O2 Dispositivos supraglóticos: máscara laríngea, tubo esofágico multilúmen ou tubo laríngeo. São uma ponte para a obtenção da via aérea definitiva. VA definitiva não cirúrgica Intubação orotraqueal ou nasotraqueal (resumo específico) VA definitiva cirúrgica Indicada quando não consigo intubar, quando houver edema de glote, fratura de laringe ou hemorragia orofaríngea grave. Cricotireoidostomia: mais fácil, menor tempo de execução e menor risco de hemorragia, menor movimentação do doente. Pode ser: Por punção (não é definitiva): É uma estratégia temporária. Insere-se cateter 12 a 14 na membrana tireioidea voltado para baixo e conectado a 15L de O2).Uso conexão em Ye deixo passar O2 por 1 segundo e 4 segundos não. Posso ventilar o pct por punção por 30 a 45 min. Cuidado de obstrução glótica para não gera barotrauma devo ofertar 5 a 7 L de O2. Cirúrgica: Incisão na pele que se estende pela membrana cricotireoidea e inserção de tubo endotraqueal ou tubo de traqueostomia (torna-se definitiva) de pequeno calibre 5 a 7mm. Não é indicada em crianças menores que 12 anos. Traqueostomia. Incisão vertical 2 dedos abaixo do manúbrio ou 2 dedos abaio da tireoide ou 2 dedos acimia do manúvrio external. Atravesso os planos pele, subcutâneo, platisma gordura e visualizo a traqueia. Abordo a traqueia com incisão em U, U invertido, T em H ou Janela. Insere-se o tubo de traqueostomia e insuflo o balão. TEMA: PNEUMOTÓRAX DEFINIÇÃO: Pneumotórax hipertensivo: fluxo de ar em válvula unidirecional para o interior do espaço pleural, de forma que o ar não consiga escapar, provocando o colabamento do pulmão. Pneumotórax aberto: equalização da pressão intratorácica com a pressão atmosférica devido a abertura na parede torácica de 2/3 do diâmetro da traqueia ou maior, com o ar passando para o espaço pleural a cada inspiração prejudicando a ventilação. Pneumotórax simples: ar no espaço pleural sem as complicações acima. RECONHECIMENTO: dispneia, dor torácica ipsilateral Pneumotórax hipertensivo: desvio de traqueia contralateral, abolição de murmúrios ipsilateral, hipertimpanismo ipsilateral, hemitórax elevado ipsilateral, turgência jugular, sinais de hipoxemia, cianose (tardiamente). DIAGNÓSTICO CLÍNICO E IMEDIATO Pneumotórax aberto: esforço respiratório, taquipneia, redução de sons respiratórios ipsilateral, passagem ruidosa de ar através do ferimento. DIAGNÓSTICO CLÍNICO E IMEDIATO Pneumotórax simples: redução de sons respiratórios ipsilateral, ferimento/laceração no tórax, radiografia de tórax PROGNÓSTICO: Pneumotórax hipertensivo: choque obstrutivo, pela compressão do sistema venoso com redução do retorno venoso. Pneumotórax aberto: hipóxia e hipercapnia. Pneumotórax simples: disfunção de ventilação-perfusão. CAUSAS: Pneumotórax hipertensivo: ventilação mecânica com pressão positiva, complicação de pneumotórax simples, acesso venoso central, curativo oclusivo de 4 pontas Pneumotórax aberto: grandes traumas torácicos Pneumotórax simples: trauma penetrante; trauma contuso com laceração de pulmão; espontaneamente em homens jovens longilíneos magros, fumantes e pneumopatas TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: Pneumotórax hipertensivo: toracocentese imediata com cateter sobre agulha grande, no 5º espaço intercostal levemente anterior à linha axilar média. Posteriormente, deve ser colocado um tubo de toracostomia. Pneumotórax aberto: curativo oclusivo de 3 pontas, com posterior colocação de dreno de tórax o mais longe possível do ferimento e síntese cirúrgica do ferimento. Pneumotórax simples: dreno de tórax no 5º espaço intercostal, logo anteriormente à linha axilar média, posteriormente acoplar com selo d’água. REALIZAR RADIOGRAFIA EM TODA COLOCAÇÃO DE DRENO NÃO VENTILAR COM PRESSÃO POSITIVA TEMA: CHOQUE HIPOVOLÊMICO DEFINIÇÃO: • O choque circulatório é uma síndrome marcada por reduções críticas na perfusão tecidual, podendo provocar falência de órgãos e com alto índice de mortalidade. • O choque é definido pelo estado clínico resultante do suprimento inadequado de oxigênio aos tecidos ou da inabilidade, dos tecidos, em utilizar, adequadamente, o oxigênio disponível. • Este fenômeno resulta em metabolismo celular alterado, morte celular e disfunção ou falha dos órgãos e sistemas. HIPOVOLÊMIA: • O choque hipovolêmico é causado por uma redução do volume sanguíneo (hipovolemia). • É o tipo mais frequente de choque. • Essa redução do volume pode ser devida a uma hemorragia (causa mais frequente) em que há perda tanto de eritrócitos quanto de plasma, ou a uma perda isolada de plasma, que ocorre em casos mais específicos. • Aumento da resistência vascular periférica; aumento da pós-carga; SINTOMATOLOGIA: (Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) • Os Sintomas incluem: aumento da FR, aumento FC, redução da pressão arterial, alteração do sensório; • De acordo com a presença ou ausência desses sinais, pode-se classificar o choque hipovolêmico (hemorrágico) em 4 grupos; DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO (exame clínico e complementares, se necessário) • História e exame clínico dirigidos; • Laboratório: o Hemoconcetração; o Plaquetopenia; o TP e TTP o Gasometria arterial; o Perda de eletrólitos; o Glicose e lactato; • ECG • Radiografia de tórax TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: (medicamentos dose e posologia) MANUSEIO INICIAL: • Cuidados intensivos; • Acesso venoso; • Acesso venoso central; • Monitorização cardioscópica; • Oximetria de pulso; • Suporte hemodinâmico (se PAM < 60 mmHg) OBJETIVOS IMEDIATOS NO CHOQUE: • Suporte hemodinâmico: PAM > 60 mmHg; PCP: 15-18 mmHg; • Manutenção da oferta de oxigênio: Hemoglobina > 10g/dL; saturação arterial > 92%; Oxigênio suplementar; • Reversão da disfunção orgânica: Diminuição do lactato, manter o debito urinário, reverter encefalopatia; mehorar as provas de função renal e hepáticos; TEMA: Choque obstrutivo, cardiogênico e distributivo DEFINIÇÃO: Choque por definição implica em hipoperfusão tecidual, nem sempre absoluta. No choque cardiogênico com dano miocárdico direto, ocorre disfunção sistólica, diastólica, ou ambas, podendo até mesmo haver ausência de disfunção miocárdica absoluta, como no caso de insuficiência mitral aguda, levando à diminuição do DC e choque. No choque distributivo há aumento do leito vascular pela vasodilatação promovendo diminuição da RVS (resistência vascular sistêmica), depressão miocárdica levando à queda da PAM (Pressão Arterial Média), choque e DMOS (Disfunção de Múltiplos Órgãos e Sistemas). No choque obstrutivo ocorre diminuição do enchimento diastólico relacionado diretamente ao tamponamento cardíaco, ou indiretamente ao aumento da pós-carga do ventrículo direito com disfunção sistólica deste, dificultando enchimento do ventrículo esquerdo, levando à diminuição do débito cardíaco (DC) e choque. FATORES DE RISCO: Deve-se suspeitar de traumatismo fechado do coração sempre que a desaceleração rápida for o mecanismo de lesão torácica. SINTOMATOLOGIA: (Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) Sinais clínicos: estase jugular distendida, palidez, hipotermia, FC aumentada, ansiedade e diurese diminuída. DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO: (exame clínico e complementares, se necessário) Todo doente com trauma fechado do tórax necessita de raio x do tórax e monitoração eletrocardiográfica (ECG) contínua para determinar a presença de arritmias ou de traçados sugestivos de lesão. A ecocardiografia pode ser útil no diagnóstico de tamponamento ou de ruptura valvular, mas, frequentemente, não é prática ou acessível de imediato no PS. O FAST realizado no PS pode identificar a presença de líquido no pericárdio e a possibilidade de tamponamento cardíaco como a causa do choque. O trauma cardíaco contuso pode constituir-se em indicação para monitoração precoce da PVC com o intuito de orientar a reposição volêmica. Ainda podem ser pedidos leucograma para avaliar uma possível sepse, ureia e creatinina para avaliar a função renal e gasometria para avaliar oxigenação. TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: (medicamentos dose e posologia) Para além da monitorização, pacientes com baixa oxigenação é recomendado oxigenação suplementar, podendo fazer uso da intubação orotraqueal em casos de glasgow ≤8. Para a restauração e manutenção da perfusão faz-se uso de soro fisiológico ou Ringer lactato e drogas vasoativas (como a noradrenalina) em acesso venoso central, geralmente 5 ampolas (10 mg). Depois de estabilizado o paciente, deve ser tratado a causa base, que podem ser: tamponamentocardíaco, pneumotórax hipertensivo, sepse, arritmia etc. TEMA: Abdome Agudo Inflamatório DEFINIÇÃO Síndrome dolorosa aguda de intensidade variável com presença de peritonite secundária a afecção infecciosa ou inflamatória na cavidade abdominal. CAUSAS Apendicite aguda, colecistite aguda, pancreatite aguda e diverticulite aguda SINTOMATOLOGIA: (Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) Colecistite aguda: dor persistente em HCD, associada a náuseas e vômitos Pancreatite aguda: dor em faixa em abdome superior e no dorso, associada a vômitos Diverticulite aguda: dor na fossa ilíaca esquerda e febre persistente DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO (exame clínico e complementares, se necessário) Colecistite aguda: exame físico: defesa a palpação no HCD, avaliar sinal de Murphy (comprimir HCD e solicitar ao paciente inspiração profunda), em quadro de colecistite, a irritação peritoneal fará o paciente cessar a inspiração; exames laboratoriais: aumento de bilirrubinas , fosfatase alcalina e gama-GT; exames de imagem: US de abdome e colangiopancreatografia retrógrada endoscópica. Pancreatite aguda: exame físico: sinal de Cullen ( manchas equimóticas periumbilicais), sinal de Grey Turner (manchas equimóticas no flanco esquerdo); exames laboratoriais: aumento de amilase e lipase séricas; exames de imagem: TC de abdome, possível avaliar via Critérios de Ranson a gravidade do caso. Diverticulite aguda: exame físico: defesa e peritonite no QIE, podem estar presentes fístulas; exames de imagem: TC de abdome e pelve. Colonoscopia e enema opaca são contraindicados na fase aguda, devido ao mrisco de possível perfuração e contaminação da cavidade. TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: (medicamentos dose e posologia) Colecistite aguda: cirúrgico- COLECISTECTOMIA VIDEOLAPAROSCÓPICA Pancreatite aguda: origem biliar: COLECISTECTOMIA VIDEOLAPAROSCÓPICA; Formas graves devem ser internadas em UTI e ATB Diverticulite aguda: orientado de acordo com a escala de HINCHEY Hinchey I: internação hospitalar para jejum, hidratação, antiespasmóticos, ATB e observação por 48-72h; Hinchey II: falha no tratamento clínico de abscesso pequeno ou presença de coleção pélvica que devem ser drenadas por via radiologia ou abordagem cirúrgica. Hinchey III: ressecção cirúrgica, anastomose primária, sendo possível por via ressecção videolaparoscópica; Hinchey IV: cirurgia de Hartmann por laparotomia. TEMA: Abdome Agudo Perfurativo DEFINIÇÃO Processo intra-abdminal de perfuração de vísceras que causa dor severa e requer intervenção cirúrgica de emergência. É a terceira causa de abdome agudo, depois do inflamatório e do obstrutivo. ETIOLOGIAS Úlcera péptica, neoplasia gastro-intestinal perfurada, amebíase, febre tifóide, divertículos do cólon, dentre outros. SINTOMATOLOGIA: • Síndrome de irritação peritoneal (Dor tipo parietal, defesa muscular, contratura muscular, descompressão dolorosa, percussão dolorosa e redução do peristaltismo) • Se perfuração de víscera oca, apesenta também desidratação progressiva • Se perfuração de víscera maciça, apresenta também sinais de perda sanguínea (hipovolemia, choque) • A dor é de forte intensidade, súbita, difusa, tipo facada, associada com náuseas, vômitos, febre, parada na eliminação de fezes e gases • Há alteração no estado geral, hipotensão, desidratação, febre, sudorese, dor à palpação abdominal superficial e profunda, abdome em tábua, diminuição ou ausência de RHA, sinal de Jobert positivo. DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO • Investigação clínica bem dirigida e exame físico minucioso • Raio-X simples de tórax ou de abdome em decúbito lateral esquerdo indicam presença de pneumoperitônio. Mesmo pequenos volumes de gás extraluminar podem ser detectados por esse exame (75-80% dos casos de perfuração de víscera oca). • A endoscopia digestiva e a vídeolaparoscopia são opções para a elucidação diagnóstica de casos duvidosos. • Muitas vezes, o diagnóstico é feito intraoperatório • Prognóstico= A mortalidade pode chegar a 10%. TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: Identificação dos riscos imediatos e estabilização do paciente visando à prevenção do choque. O tratamento é cirúrgico = Laparotomia exploradora ou videolaparoscopia (apenas se o doente estiver estável hemodinamicamente) Em caso de úlcera péptica (causa mais comum): debridamento das bordas da ulcera, retirada de tecido isquêmico, e sutura (Ulcerorrafia com Patch de Epíplon) TEMA: Abdome agudo hemorrágico DEFINIÇÃO Presença de choque hemorrágico: taquicardia, redução da PA, palidez, sudorese fria e agitação, devido a sangramento intra-abdominal. CAUSAS Gravidez ectópica rota e rotura de aneurisma de aorta abdominal SINTOMATOLOGIA: (Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) Dor abdominal, que ão variar de intensidade localização de acordo com o local da hemorragia, que pode ser apresentar isolada ou concomitante a evidencias de hipovolemia e choque. DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO (exame clínico e complementares, se necessário) Exame físico: buscar sinais de irritação peritoneal, presença de visceromegalias, de massas palpáveis pulsáteis ou não, de sopros tanto na face anterior do abdome quanto no dorso. Equimoses na cicatriz umbilical, sinal de Cullen, descrito na gravidez ectópica ou na região dos flancos, sinal de Gray-Turney, descrito na pancreatite aguda, sugerem hemorragia intraperitoneal e retroperitoneal. TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: (medicamentos dose e posologia) Gravidez ectópica: anexectomia unilateral até histerectomia total Rotura de aneurisma de aorta abdominal: via endovascular, colocação de próteses ou derivações vasculares TEMA: ABDOME AGUDO VASCULAR DEFINIÇÃO: O abdome agudo vascular representa uma das formas mais graves entre as urgências abdominais não traumáticas. A insuficiência vascular intestinal pode ser dividida em aguda (infarto intestinal) e crônica (angina abdominal). FISIOLOGIA: São quatro as causas mais frequentes de abdome agudo vascular: - Embolia de artéria mesentérica superior: principal causa, normalmente com isquemia de delgado; - Trombose arterial mesentérica: diretamente relacionada a aterosclerose aórtica; - Trombose venosa mesentérica: Investigar a presença de elementos da tríade de Virshow; - Insquemia mesentérica não oclusiva: normalmente associada a quadros de hipofluxo (hipovolemia, sepse, etc.). SINTOMATOLOGIA: O quadro clínico é variável e depende do grau de oclusão. Na fase inicial, os sintomas são inespecíficos, com predomínio de dor abdominal tipo cólica. Antecedentes como arritmia cardíaca ou insuficiência vascular periférica devem ser investigados. A angina abdominal, comum nos quadros de isquemia crônica, consiste em episódios de dor abdominal, normalmente desencadeados no período pós-prandial, que melhoram espontaneamente, mas, progressivamente, aumentam de frequência e intensidade. Outro achado bastante sugestivo de isquemia é a presença de fezes mucosanguinolentas ao toque retal (“geleia de framboesa”). Uma das características dos quadros de abdome agudo vascular é a dissociação entre a queixa do indivíduo e o exame físico. O paciente relata dor de forte intensidade, mas o exame físico não mostra sinais de peritonite. Isso ocorre quando já existe necrose intestinal instalada e denota prognóstico ruim. DIAGNÓSTICO: Entre os exames complementares, a acidose metabólica persistente é um parâmetro importante no diagnóstico de infarto intestinal. Os exames de imagens são pouco elucidativos, e a laparoscopia pode ser uma alternativa tanto para o diagnóstico quanto para evitar laparotomia desnecessária. Caso a condição clínica do paciente permita, o estudo angiográfico pode ser indicado para descartar embolia de artéria mesentérica superior. A arteriografia seletiva, permite diferenciar a isquemia oclusiva, identificando o local e a natureza da obstrução. TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: - Embolia de artéria mesentéricasuperior: Embolectomia - Trombose arterial mesentérica: Revascularização - Trombose venosa mesentérica: Anticoagulação com heparina - Insquemia mesentérica não oclusiva: Papaverina intra-arterial A fase inicial do tratamento consiste na compensação clínica, Não é infrequente a indicação de cirurgia e, durante a laparotomia exploradora, deparar-se com necrose extensa sem nenhuma possibilidade terapêutica. Diversas formas são propostas para a avaliação da avaliação da viabilidade intestinal, como Doppler, termometria e fluoresceinoscopia; entretanto, a avaliação da coloração da alça e da presença ou não de peristalse pode ser suficiente na maioria das situações. O tratamento deve ser orientado de acordo com a etiologia, o que nem sempre é possível. Além disso, mesmo a embolectomia e as revascularizações não apresentam resultados satisfatórios. Em se optando pela ressecção intestinal, deve-se avaliar o intestino remanescente. Pacientes que conseguem se recuperar da cirurgia, mas que desenvolvem síndrome do intestino curto, são candidatos à nutrição parenteral definitiva, além de sofrerem quadros de diarreia e disabsorção. Logo, observa-se que o resultado final é diretamente proporcional à precocidade do diagnóstico e ao início de medidas gerais e específicas de suporte. TEMA: ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO DEFINIÇÃO Síndrome caracterizada por presença de obstáculo mecânico ou funcional que leve a interrupção da progressão do conteúdo intestinal. Ex: Presença de aderências intestinais, hérnia estrangulada, fecaloma, obstrução pilórica, volvo, intussuscepção, cálculo biliar, corpo estranho, bolo de áscaris, dentre outros. FATORES DE RISCO: Gravidez, obstipação, cirurgias prévias. SINTOMATOLOGIA: • Alteração do estado geral, com desidratação, hipotensão arterial. A febre pode ocorrer quando há complicação do quadro. • Náuseas e vômitos, parada da eliminação de gases e fezes e distensão abdominal, sendo que esta manifestação ocorre mais tarde • Dor abdominal: tipo cólica, início brusco, evolui em salvas, de localização variável, dependendo da etiologia. Quando há mudança do padrão da dor para continuada, pode-se suspeitar de comprometimento vascular. Os sítios de localização das dores levam à suspeição do fator que desencadeou o quadro. • Dores em região superior de abdome indicam obstrução intestinal alta (estenose pilórica, tumores duodenais, tumores periampulares). • Dores em região periumbilical demonstram a ocorrência de obstrução de intestino delgado (bridas e aderências, hérnias encarceradas, bolo de áscaris, estenoses inflamatórias, tumores e carcinomatose). • Dores em hipogástrio sugere obstrução de intestino grosso (hérnias encarceradas, corpo estranho, intussuscepção, volvo de cólon, fecaloma, tumores de cólon e reto). • Náuseas e vômitos: surgem precocemente nas obstruções altas, eliminando material estagnado e de aspecto biliar. Nos quadros onde há obstrução baixa, pode não haver vômitos com conteúdo entérico. • Parada de eliminação de fezes e gases: estes são sintomas tardios e demonstram a completa obstrução do intestino. Quando há suboclusão intestinal, o paciente pode continuar a eliminar gases. • Distensão abdominal simétrica ou assimétrica: surge após poucas horas da instalação do quadro, sendo discreta ou inexistente nos quadros de obstrução alta. • Exame físico: O exame físico inicial é pobre, os sinais vitais estarão alterados somente na vigência dos sintomas de dor. Em abdome, observa-se defesa de parede à palpação, presença de massas. Os ruídos hidroaéreos estão altos, agudos e metálicos na vigência das cólicas; tornam-se diminuídos com a evolução do quadro, podendo tornar-se ausentes. DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO - Anamnese: - característica da dor - tempo de evolução - sintomas associados - medicações - cirurgias prévias. Exames laboratoriais: hematológico completo, exame qualitativo de urina (urina rotina), amilase e teste de gravidez (mulheres em idade fértil). Não confirmou? radiografia abdominal em decúbito dorsal e ortostático. Avançando-se para a ultra-sonografia de abdômen, tomografia computadorizada (TC), e em alguns casos arteriografia e ressonância magnética. A videolaparoscopia e a laparotomia exploradora constituem-se nos meios diagnósticos definitivos. TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: Reposição de líquidos e eletrólitos, jejum, descompressão do trânsito intestinal através de instalação de sonda nasogástrica. Os pacientes devem ser reavaliados entre 24 a 48 h, não tendo resolução espontânea, avalia-se a necessidade de cirurgia. Os quadros de abdome agudo obstrutivo causados por hérnia estrangulada, volvo de sigmoide, intussuscepçao, neoplasia intestinal, e isquemia mesentérica devem receber tratamento cirúrgico com maior brevidade possível. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Avaliação Pré-Anestésica Avaliação vias aéreas Malampatti, ASA e Aldrete e Kloulik Checklist Pré-Anestésico RaquianestesiaAnestesia Peridural Intubação Orotraqueal SRPA TEMA: AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA DEFINIÇÃO: • Avaliação clínica prévia realizada pelo anestesiologista para prever complicações perioperatória, permitindo que o paciente seja submetido a uma anestesia segura com mínimo danos. • Deve-se também obter consentimento livre e esclarecido, específico para anestesia, e orientar sobre cuidados perioperatórios, esperando reduzir a ansiedade e facilitar recuperação. OBJETIVOS: • Identificar uma doença ou desordem que possa afetar o cuidado perioperatório • Avaliar uma doença conhecida, desordem ou tratamento médico ou alternativo que possa influenciar no perioperatório • Formular planos específicos ou alternativas para o cuidado dos pacientes no perioperatório COMPONENTES: 1. Anamnese e exame físico; • Avaliação de comorbidades; • Avaliação de cirurgias/anestesias prévias; • Avaliação hábitos de vida (tabagismo, etilismo, drogas elícitas) • Pesquisa por alergias, transfusões sanguíneas e distúrbios de coagulação; • Uso de medicamentos; • Exame físico do aparelho respiratório e cardiovascular, principalmente; 2. Exames complementares: • ECG • HT/HG • Coagulograma • Creatinina; • Sódio, potássio e cálcio; • Glicemia de jejum; • Radiografia de tórax; 3. Avaliação das Vias aéreas (ver resumo VIA AÉREA) • Tamanho dos incisivos superiores • Condições dos dentes • Relação entre os incisivos superiores e inferiores • Protusão da mandíbula • Distância interincisivos • Visibilidade da Úvula • Complacência do espaço mandibular • Distância tireomento • Comprimento do pescoço • Circunferência do pescoço • Mobilidade da cabeça e pescoço 4. Avaliação de fatores de risco para dificuldade de ventilação: • Idade > 55 anos • IMC > 26 • Presença de barba • História de roncos; • Ausência de dentes; 5. Scores: • Classificação de Mallampati • ASA; • Lee 6. Definição de condutas anestésicas: • Tromboprofilaxia • Vaga de UTI • Necessidade de transfusão sanguínea; TEMA: AVALIAÇÃO DE VIAS AÉREAS DEFINIÇÃO: • A avaliação da VA compreende a análise conjunta da história clínica e do exame físico, visando antever a presença de VAD; • As comorbidades que implicam modificações da anatomia da VA, como trauma cervical ou de face, diabetes, acromegalia, tumores, sequelas de queimaduras, trismo, abscessos e alterações congênitas, provocam marcante suspeita da presença de VAD. • Via aérea difícil: definida quando um profissional experiente antecipa ou encontra dificuldade em alguma ou em todas as ações de VMF, laringoscopia direta (LD) ou indireta, como a videolaringoscopia (VLC), IT, instalação de DSG ou acesso cirúrgico. • Ventilação sob máscara facial difícil: após manobras de facilitação (posicionamento da cabeça e pescoço, cânulas nasais ou orais, elevação da mandíbula, aplicação da VMF com duas mãos e auxílio de outro profissional), ocorrem um ou mais problemas, como vedamento facial inapropriado, escape ou resistência ao fluxo de oxigênio (O2). • Intubação traqueal difícil: o julgamento quanto à IT deve ser independente do grau de visualização da laringe. É definida pela presença de um ou todos estes critérios: 1. Múltiplas tentativas ou necessidade de mais de um profissional. 2. Uso de dispositivo introdutor para facilitar a IT (p. ex., bougie). 3.Falha do plano inicial para IT, com consequente mudança de dispositivo SINAIS DE MÁ VENTILAÇÃO: • Ausência ou inadequação dos movimentos do tórax, ou da ausculta ventilatória. • Ruídos sugestivos de obstrução grave. • Cianose. • Entrada de ar e dilatação do estômago. • Queda da saturação de oxigênio. • Ausência ou inadequação do dióxido de carbono (CO2) expirado e das medidas espirométricas do fluxo expiratório. • Hipertensão, taquicardia ou disritmias ligadas à hipóxia ou hipercapnia. EXAME FÍSICO DA VIA AÉREA: • O exame físico da VA deve ser efetuado visando identificar se os dois principais objetivos no CVA podem ser atingidos: oxigenação e IT. • MALLAMPATI: As recomendações para execução dos exames compreendem sua realização em posição sentada, com a cabeça completamente estendida, protrusão lingual com fonação e mensuração da distância tireomentoniana a partir da face interna do mento. MALLAMPATI MODIFICADO: III e IV são preditores de via aérea difícil (Obs: Para o Dr. Fernando, MM é quando você pede pra pessoa falar “AAAAAAAAH”) LARINGOSCOPIA DIFÍCIL E VENTILAÇÃO SOB MÁSCARA FACIAL DÍFICIL: TEMA: ASA, MALLAMPATI E ALDRETE E KROULIK DEFINIÇÃO DE ASA Classificação do estado físico da American Society of Anesthesiologists (ASA): utilizado como avaliação de risco perioperatório, entretanto apresenta limitações subjetivas e o fato de o escore valor para o momento da avaliação, podendo estar alterado no momento da anestesia; É dividida em seis classificações, sendo a primeira para indivíduos com saúde normal e a última para pacientes com morte encefálica e passíveis de doação de órgãos: Classificação ASA Definição Exemplos (não se limita a) ASA I Paciente com saúde normal Saudável, não tabagista, nenhum ou uso mínimo de álcool ASA II Paciente com doença sistêmica leve Doenças leves, sem limitação significativa: tabagista atual, elitista social, gestação, obesidade com IMC entre 30 e 40, HAS e DM compensadas, etc. ASA II Paciente com doença sistêmica grave Limitações funcionais significativas: HAS ou DM descompensadas, DPOC, obesidade mórbida (IMC maior que 40). Hepatite ativa, abuso ou dependência de álcool, marcapasso, insuficiência renal terminal, redução moderada da fração de ejeção, prematuridade, IAM com mais de três meses, doença cardiovascular, doença coronariana, etc. ASA IV Paciente com doença sistêmica grave com ameaça constante de morte Acidente cardiovascular com menos de três meses, isquemia coronariana atual, disfunção valvar grave, sepse, IRpA, coagulação intravascular disseminada, insuficiência renal terminal sem diálise regular ASA V Paciente moribundo, sem expectativa de sobrevida caso não seja operado Aneurisma abdominal/torácico roto, trauma maciço, sangramento intracraniano, isquemia mesentérica por doença cardíaca grave, disfunção de múltiplos órgãos, etc. ASA VI Pacientes com morte encefálica declarada + processo de doação de órgãos DEFINIÇÃO DE MALLAMPATI O teste de Mallampati é um dos testes preditivos de intubação orotraqueal difícil (além da distância tiro/esterno-mentoniana, comprimento entre incisivos durante protusão voluntária, visibilidade da úvula, forma do palato, entre outros.). Mallampati modificado: realizado com o paciente sentado, pescoço perpendicular ao chão, boca em abertura total e língua em protusão máxima; o observador deve estar sentado, com os olhos à mesma altura do paciente. Existem quatro classificações: ⋅ Mallampati I: palato mole, fauce, úvula e pilares visíveis; ⋅ Mallampati II: palato mole, fauce e úvula visíveis; ⋅ Mallampati III: palato mole e base da úvula visíveis (sugestivo de intubação difícil); ⋅ Mallampati IV: palato mole parcialmento ou não visível (sugestivo de intubação difícil); DEFINIÇÃO DE ALDRETE E KROULIK Índice de Aldrete e Kroulik modificado: um dos critérios utilizados para alta da sala de recuperação pós-anestésica (SRPA); analisa-se cinco itens cujas respostas são graduadas de 0 a 2. ⋅ Um total ou acima de 8 pontos: condiz com alta quando realizada anestesia geral; ⋅ Total de 10 pontos: alta para anestesias regionais; Importante! Não há necessidade de se aguardar débito urinário ou de se beber líquido; todos os pacientes devem ser mantidos em observação até que não tenham mais o risco de depressão cardiorrespiratória; Item Especificação Nota Atividade Move 4 membros Move 2 membros Move 0 membros 2 10 Respiração Profunda, tosse Limitada, dispneia Apneia 2 1 0 Consciência Completamente acordado Desperta ao chamado Não responde ao chamado 2 1 0 Circulação (PA) 20% do nível pré-anestésico 20 a 49% do nível pré-anestésico 50% do nível pré-anestésico 2 1 0 SpO2 Mantém SpO2 > 92% em ar ambiente Mantém SpO2 > 90% com O2 Mantém SpO2 < 90% com O2 2 1 0 TEMA: Checklist pré-anestésico DEFINIÇÃO O objetivo de seu uso é estabelecer uma forma e uma ordem apropriada para realizar os procedimentos, reforçar que todos os planejamentos estão sendo idealizados da forma correta e ainda otimizar a comunicação e o trabalho em equipe. TEMA: RAQUIANESTESIA DEFINIÇÃO: A raquianestesia é a injeção de anestésico local diretamente sob a cauda equina, em contato direto com o líquor, ou seja, após a membrana subaracnóidea. ANATOMIA: A coluna é formada por 33 vértebras, unidas por 5 ligamentos superpostos: 1. Supraespinal 2. Interespinal 3. Amarelo 4. Longitudinal anterior 5. Longitudinal posterior Recobrindo a medula, há 3 meninges: - Dura-mater (mais externa e resistente); - Aracnoide (delicada e avascular); - Pia-mater (fina e vascularizada, que recobre a superfície da medula, aderindo a ela). Tais ligamentos e meninges delimitam os espaços raquidianos: - Peridural (entre os componentes ligamentares e a dura-máter); - Subdural (existe virtualmente, entre a superfície interna da dura-máter e a aracnoide); - Subaracnóideo (entre a pia-máter e a aracnoide, contém o líquido cerebrospinal - LCE). A partir do 3º mês de gestação, a coluna vertebral aumenta em extensão mais do que a medula, sendo que, ao nascimento, esta se posiciona ao nível de L3. Quando o indivíduo é adulto, apresenta-se na maioria das vezes em L1. Abaixo de L2, o espaço subaracnóideo contém as raízes nervosas em forma de cauda equina e o filamento terminal, permitindo a punção lombar sem risco à medula. Desta, saem 31 pares de raízes espinais. A área cutânea inervada por um nervo e seu correspondente segmento medular chama-se dermátomo. O LCE tem volume entre 90 e 150 mL, secretado continuamente (20mL/h) em sua maior parte pelo plexo coroide dos ventrículos encefálicos (3º e 4º laterais). É incolor, claro, cristalino e não coagulável, ligeiramente alcalino e proveniente do plasma. O anestésico tende a bloquear, inicialmente, as fibras condutoras de calor, dor, propriocepção, pressão, tato e, por último, bloqueio motor. FARMACOLOGIA: Os anestésicos locais disponíveis no Brasil são, principalmente, a lidocaína, com duração intermediária, e a bupivacaína, com longa duração, podendo ser isobáricas e hipobáricas ou, adicionando-se glicose, hiperbáricas. Podem-se também utilizar agentes adjuvantes, como opioides, clonidina etc. Os opioides mais utilizados são o fentanila, o sulfentanila e a morfina, que têm ação analgésica, aumentado a qualidade do bloqueio. A analgesia resulta da ativação dos receptores opioides específicos (um, delta ou kappa) situados, principalmente, na substância cinzenta do corno posterior da medula. Causam, entretanto, efeitos colaterais que variam de prurido a depressão respiratória tardia. TÉCNICA: O bloqueio pode ser realizado com o paciente sentado ou em decúbito lateral ou ventral, em condições de antissepsia rigorosa. É praticado, usualmente, nos espaços L2-L3, L3- L4 ou L4-L5, principalmente por via mediana, a fim de evitar o plexo venoso peridural. Há, assim, progressão por pele, tecido celular subcutâneo, ligamentos supra e interespinoso, ligamento amarelo, penetração no espaço peridural e na dura-máter. O correto posicionamento é confirmado pelo refluxo de LCE. Há, também, a via de acesso paramediana, que atravessa a musculatura paravertebral e atinge o lugamento amarelo na linha mediana. VANTAGENS: - Facilidade de execução; - Bloqueio motor; - Relaxamento abdominal mais intenso do que o do bloqueio peridural; - Latência curta; - Bloqueio da resposta ao estresse cirúrgico; - Diminuição da perda sanguínea intraoperatória; - Diminuição da incidência de eventos tromboemnólicos no PO; - Redução na morbimortalidade de pacientes cirúrgicos e de alto risco; - Analgesia PO; - Terapia da dor aguda cirúrgica ou não. CONTRAINDICAÇÕES: - Absoluta: recusa do paciente; - Hipovolemia; - Hipertensão intracraniana; - Coagulopatias ou trombocitopenia; - Sepse e infecção no local da punção. COMPLICAÇÕES: - Hipotensão, bradicardia, bloqueios atrioventriculares e parada cardíaca; - Prurido, náuseas e vômitos; - Retenção urinária; - Depressão respiratória. CEFALÉIA PÓS-PUNÇÃO: Resulta da perda de LCE por meio do orifício da dura-máter criado após sua punção. Como consequência, há tração dos folhetos meníngeos e das estruturas vasculares, ocasionando fenômenos dolorosos. TEMA: ANESTESIA PERIDURAL DEFINIÇÃO: instilação de volumes de anestésicos locais no espaço epidural, que é o espaço potencial que existe entre a dura-máter e o revestimento osteoarticular do canal vertebral. VANTAGENS: Dura por mais tempo Promove bloqueio anestésico segmentar Não bloqueia sistema simpático Menor risco de cefaleia pós-raqui DESVANTAGENS: Progride mais lentamente Demanda grande quantidade de anestésico Maior risco de complicações e efeitos sistêmicos, por maior absorção vascular e adiposa Procedimento técnico mais difícil Técnica é diferente na coluna lombar e na torácica RISCOS: Complicações da raquianestesia Intoxicação sistêmica (cardiotoxicidade e neurotoxicidade; parada cardíaca) Raqui total = semelhante à anestesia geral (necessita intubação) CONTRAINDICAÇÕES: Recusa do paciente Infecção localizada (ex.: herpes zoster) Alergia ao fármaco Hipertensão intracraniana Lesão desconhecida de coluna Distúrbio de coagulação / Terapia anticoagulante em curso Instabilidade hemodinâmica Contraindicações relativas: doenças neurológicas (mielopatia, neuropatia, estenose espinal), cardiológicas (estenose aórtica, hipovolemia), hematológicas (coagulopatia herdada) TEMA: Intubação Endotraqueal DEFINIÇÃO É a colocação de um tubo dentro da traqueia, seja através da via oral ou da via nasal. OBS: Via aérea definitiva é definida como um tubo colocado na traqueia com o balonete insuflado abaixo das cordas vocais, estando o tubo fixado e conectado a uma forma de ventilação assistida enriquecida com oxigênio, e a via aérea estando assegurada em sua posição com um método apropriado de estabilização. A via aérea definitiva garante ventilação, não aspiração de conteúdo gástrico, e menor risco de ser removida. INDICAÇÃO • Apneia. • Proteção das vias aéreas inferiores contra aspiração de sangue ou conteúdo gástrico. • Comprometimento iminente das vias aéreas por exemplo, lesão por inalação, fraturas faciais ou convulsões reentrantes. • TCE necessitando de hiperventilação. • Incapacidade de manter oxigenação ade- quada com ventilação sob máscara. MATERIAL NECESSÁRIO • Laringoscópios com lâminas retas e curvas; • Tubos endotraqueais; • Sistema de ventilação manual (AMBU); • Máscaras faciais (usada combinada a uma fonte de ventilação, geralmente o AMBU); • Cânula de traqueostomia ou cricotireostomia (para emergências); • Sondas gástrica e de aspiração; • Fio guia flexível; • Anestésicos locais; • Seringa para insuflar os balonetes; • Tiras de esparadrapo ou adesivo; • Fonte de oxigênio; • Estetoscópio. INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL • É a mais utilizada e com os melhores resultados. • Indicações: o Perda dos reflexos de proteção das vias aéreas; o Escore de Glasgow ≤ 8; o Insuficiência respiratória; o Parada cardiorrespiratória; o Necessidade de assistência ventilatória prolongada ou controle da ventilação pulmonar; o Condição potencialmente obstrutivas das vias aéreas (anafilaxia, infecções e queimadura de vias aéreas);o Necessidade de sedação; o Doenças neurológicas; o Instabilidade hemodinâmica. • Técnica: o Avaliação da via aérea; o Preparação para intubação: verificação do material e posicionamento do paciente em posição olfativa (quando possível): cabeça estendida e elevada – melhor alinhamento dos eixos oral, faríngeo e laríngeo. o Pré oxigenação com oxigênio a 100% (suporte para o período de apneia até conseguir intubar o paciente); o Laringoscopia: A ponta da lâmina deve ser inserida na valécula (espaço acima da epiglote). Então deve-se tracionar o laringoscópio para cima e para trás realizando assim, a elevação da epiglote para que as cordas vocais sejam visualizadas---não fazer movimentos de báscula com o laringoscópio, para evitar traumas dentários. o Introduzir tubo endotraqueal até que seu balonete ultrapasse a glote; o Retirar o Laringoscópio, Insuflar balonete; o Oxigenar. o Confirmar posicionamento correto do tubo observando a expansibilidade de ambos os hemitórax e a presença de murmúrio vesicular uniformemente distribuído, audível com estetoscópio. • Complicações: o Intubação esofágica, levando a hipóxia e morte. o Indução ao vômito, levando a aspiração, hipóxia e morte. o Luxação da mandíbula. o Laceração de partes moles das vias aéreas, faringe posterior, epiglote e/ ou larínge. o Fratura de dentes (causados por movimento de alavanca). o Ruptura ou vazamento do balonete do tubo, resultando em perda de vedação durante a ventilação. INTUBAÇÃO NASOTRAQUEAL • Parte-se do mesmo princípio da colocação de cânula nasofarígea (facilitar o fluxo aéreo) • Indicações: o Paciente consciente; o Impossibilidade de visualização de estruturas anatômicas durante a laringoscopia; o Trismo intenso; o Impossibilidade de posicionar o paciente em decúbito dorsal. • Contraindicações: o Apneia; o Fratura de base de crânio o Trauma da face. TEMA: SRPA DEFINIÇÃO: A Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA) é o local destinado a receber o paciente em pós-operatório imediato até que recupere a consciência e tenha seus sinais vitais estáveis. O corpo funcional da SRPA é composta obrigatoriamente por um médico anestesiologista, um enfermeiro e técnicos plantonistas EQUIPAMENTOS: A sala de recuperação pós-anestésica deverá estar ocupada com: • Cama/maca de recuperação com grade; • Tensiômetro ou similar; • Laringoscópio adulto ou infantil; • Capnógrafo; • Ventilador pulmonar adulto e infantil; • Aspirador contínuo elétrico; • Estetoscópio; • Fonte de oxigênio e vácuo; • Monitor cardíaco; • Oxímetro de pulso; • Eletrocardiógrafo; • Material de consumo; • Medicamentos. MONITORIZAÇÃO: Desde a admissão até o momento da alta, os pacientes permanecerão monitorados quanto: a) à circulação, incluindo aferição da pressão arterial e dos batimentos cardíacos e determinação contínua do ritmo cardíaco, por meio da cardioscopia; b) à respiração, incluindo determinação contínua da oxigenação do sangue arterial e oximetria de pulso; c) ao estado de consciência; d) à intensidade da dor. CRITÉRIOS DE ALTA DA SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA • Valor da escala de Aldrete e Kroulik maior ou igual a 8; • Valor da escala de Bromage 2, 1 ou 0, em pacientes que foram submetidas a anestesia espinhal; • Estabilidade dos sinais vitais, comparada com os sinais vitais de enfermaria ou da admissão; • Orientação do paciente no tempo e espaço; • Ausência de sangramento ativo e retenção urinária; • Vômito sob controle e/ou em tratamento medicamentoso; • Dor sob controle e/ou em tratamento medicamentoso; • Força muscular que favoreça respiração profunda e tosse. Os critérios de alta da SRPA devem ser avaliados a cada 30 minutos. A indicação para alta da SRPA é atribuição exclusiva do médico anestesiologista plantonista. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Lavagem de mãos Cuidados Paliativos Sondas Receita e Prescrição Prevenção de Infecção Punção Venosa Ulcera por Pressão Equipamentos de Proteção Individual Gasometria Lavagem de mãos Cinco momentos para a higiene das mãos 1. Antes de tocar o paciente 2. Antes de realizar procedimento limpo/asséptico 3. Após risco de exposição a fluidos corporais 4. Após tocar o paciente e 5. Após contato com superfícies próximas ao paciente. As mãos devem ser lavadas com água e sabonete quando estiverem visivelmente sujas de, quando forem expostas a potenciais organismos formadores de esporos ou depois de utilizar o banheiro. As ações de higiene das mãos são mais eficazes quando a pele das mãos é livre de descontinuidade, as unhas estão no tamanho natural, curtas e as mãos e antebraços sem joias e descobertos. Cuidados paliativos • Conhecer problemas, anseios, temores e expectativas do paciente. • Facilitar o alívio de sintomas de modo eficaze melhorar sua autoestima. • Oferecer informações verdadeiras, de modo delicado e progressivo, de acordo com as necessidades do paciente. • Identificar o que pode aumentar seu bem-estar. • Conhecer seus valores culturais, espirituais e oferecer medidas de apoio. • Respeitar/reforçar a autonomia. • Tornar mais direta e interativa a relação entre profissional da saúde e paciente. • Melhorar as relações com os entes queridos e detectar necessidades da família. • Dar tempo e oferecer oportunidades para a resolução de assuntos pendentes (despedidas, agradecimentos, reconciliações). • Fazer com que o paciente se sinta cuidado e acompanhado até o fim. • Diminuir incertezas. • Auxiliar o paciente no bom enfrentamento e na vivência do processo de morte Comportamento empático envolve: • Manter contato com os olhos durante aproximadamente 50% do tempo da interação. • Ouvir atentamente. • Permanecer em silêncio enquanto o outro fala, utilizando eventualmente meneios positivos • Sorrir. • Manter tom de voz suave. • Voltar o corpo na direção de quem fala e manter os membros descruzados. • Utilizar, eventualmente, toques afetivos em braços, mãos ou ombros Protocolo SPIKES Processo de comunicação de notícias clínicas desfavoráveis S – Setting – configurando a entrevista – revisar plano de comunicação com paciente e prever respostas as reações emocionais (ambiente ideal) P – assessing the patient’s – perception – avaliar percepção do paciente – Usar perguntas abertas antes de discutir os achados médicos a fim de criar uma imagem precisa de como o paciente percebe sua situação. (Qual sua compressão? O que lhe foi dito até agora?) I – Invitation – obtendo o convite do paciente – Perceber se ele quer ou não ter a informação completa. (Alguns preferem não ter, outros anseiam por ela). ‘’Como você gostaria que eu lhe desse as informações dos resultados do exame?’’ K – knowledge – dar conhecimento e informação ao paciente (Evitar termos que possam provocar confusão). E – Responder as emoções do paciente empaticamente, oferecer apoio e solidariedade. S – Estratégia médica TEMA: Sondas DEFINIÇÃO Tubo que se introduz em um canal no organismo SONDA NASOGÁSTRICA • Conceito: é a introdução de uma sonda através das fossas nasais até́ o estômago. • Finalidade: alimentação, remover secreções do estômago, remover doses excessivas de medicamentos ingeridos ou venenos, esvaziamento gástrico antes de cirurgias e administração de medicações. • Indicação: Intoxicação exógena, pacientes graves/traumatizados, perioperatório, pacientes que não conseguem ou não podem deglutir ou que necessitam de complementação nutricional. • Material necessário: o Bandeja contendo sonda nasogástrica em calibre adequado o Frasco coletor o Seringa de 20 ml o Pacote de gaze o Toalha de rosto o Lubrificante o Micropore para fixação o Estetoscópio o Tesoura. • Técnica: o Higienizar as mãos. o Preparar material e ambiente. o Explicar ao paciente/família os benefícios e objetivos do procedimento. o Paramentação. o Posicionar o paciente em fowler (45o) sem travesseiro. o Medir a sonda da ponta do nariz ao lóbulo da orelha até́ o apêndice xifóide e daí mais 3 cm marcando com esparadrapo. o Lubrificar a ponta da sonda. o Passar a sonda através de uma das narinas solicitar ao paciente que auxilie (quando possível) deglutindo a sonda quando passar pela faringe. o Introduzir a sonda até ́a porção marcada com o esparadrapo. o Verificar se a sonda está bem posicionada no estômago: injeta-se 20 ml de ar através da sonda e com o estetoscópio sobre o epigástrio, ausculta-se a presença de som estridente. o Ajustar a sonda e fixação com esparadrapo. SONDA NASOENTÉRICA • Conceito: é a passagem de uma sonda através das fossas nasais, geralmente até o jejuno. Esta sonda causa menos traumas que a sonda nasogástrica, podendo permanecer por mais tempo, e reduz o risco de regurgitação e aspiração traqueal. • Finalidade: manutenção ou correção do estado nutricional • Indicação: pré e pós operatório de diversas cirurgias, estado comatoso, anorexia • Material necessário: o Bandeja contendo sonda nasoenteral em calibre adequado o SG10% 500 mL e equipo o Seringa de 20 ml o Pacote de gaze o Lubrificante o Micropore para fixação o Estetoscópio o Tesoura. • Técnica: idem nasoentérica, exceto partes em negrito o Higienizar as mãos. o Preparar material e ambiente. o Paramentação. o Explicar ao paciente/família os benefícios e objetivos do procedimento. o Posicionar o paciente em fowler (45o) sem travesseiro. o Medir a sonda da ponta do nariz ao lóbulo da orelha até o apêndice xifóide e daí mais 30 a 40 cm marcando com esparadrapo. o Lubrificar a ponta da sonda. o Passar a sonda através de uma das narinas solicitar ao paciente que auxilie (quando possível) deglutindo a sonda quando passar pela faringe. Pode haver náuseas e vômitos, portanto deixe-o repousar alguns minutos. A flexão cervical, nesta tarefa, pode ser útil em pacientes intubados e sedados. o Introduzir a sonda até a porção marcada com o esparadrapo. o Retirar o fio guia segurando firmemente a sonda próximo ao nariz para que não saia; o Verificar se a sonda está bem posicionada no estômago: aspirando o conteúdo gástrico e injetando 20 ml de ar através da sonda e com o estetoscópio sobre o epigástrio, auscultar a presença de som estridente. o Ajustar a sonda na posição correta e fixá-la com micropore sobre a pele do paciente (região nasal). o Deixar o paciente preferencialmente em decúbito lateral direito e manter soro glicosado 10% a 7 gotas por minuto ou a critério médico a fim de facilitar a migração da sonda ao duodeno. SONDA VESICAL • Conceito: É um procedimento estéril que consiste na introdução de uma sonda até́ a bexiga, através da uretra. • Finalidade: facilitar a drenagem da urina ou instilar medicação ou líquido, com tempo de permanência longo (pode variar de dias a meses), determinado pelo médico. • Indicação: o Terapêutica: estabelecer um débito urinário em pacientes graves; diante da retenção urinária (bexiga neurogênica em neuropatas), nos casos de insuficiência renal, cetoacidose diabética, entre outras. o Diagnóstica: caracterizar com precisão a existência de infecção urinária. • Material necessário: o Sondas vesicante de vários tamanhos; o Campos fenestrados; o Luvas; o Compressas de gaze; o Tubos para coleta de exames; o Xilocaína viscosa para lubrificação; o Solução antisséptica. • Técnica: o Lavar as mãos; o Reunir o material e levar até́ a paciente; o Promover ambiente iluminado e privativo; o Explicar o procedimento à paciente; o Calçar luvas de procedimento; o Verificar as condições de higiene do períneo, se necessário, proceder à higienização com água e sabão; o Posicionar a paciente em decúbito dorsal, com as pernas flexionadas e afastadas (mulher) o Visualizar o meato uretral; o Retirar as luvas de procedimento; o Organizar o material sobre uma mesa ou local disponível; o Abrir o pacote de sondagem, acrescentando: quantidade suficiente de antisséptico na cuba rim, pacotes de gaze sobre o campo estéril, uma porção de xilocaína gel (após descartar o primeiro jato) sobre o campo e/ou sobre a extremidade da sonda após testar o balonete e a bolsa coletora; o Calçar as luvas estéreis; o Conectar a sonda à bolsa coletora; o Proceder à antissepsia do períneo com as gazes que foram embebidas no antisséptico o Colocar o campo fenestrado de maneira a permitir a visualização do meato uretral; o Com a mão não dominante e auxílio de gaze estéril, afastar os grandes lábios na mulher e expor o prepúcio no homem, para exposição do meato uretral; em seguida, com a mão dominante introduzir a sonda comxilocaína 2% na sua extremidade no meato uretral do paciente até́ retornar urina no intermediário da bolsa coletora, sendo seguro introduzir mais uma porção a fim de evitar inflar o balonete no canal uretral, pois o mesmo deve ser inflado no interior da bexiga urinária; o Inflar o balonete com 15-20 ml de água destilada e tracionar a sonda para verificar se está fixa na bexiga; o Fixar com micropore o corpo da sonda na parte interna da coxa da paciente, tendo o cuidado de não deixá-la tracionada; o Pendurar a bolsa coletora em suporte localizado abaixo do leito (e não nas grades); TEMA: Precaução hospitalar DEFINIÇÃO Precaução padrão: são medidas aplicadas no atendimento de todos os pacientes (independente do diagnóstico), devem ser utilizadas quando houver risco de contato com: sangue, fluidos corpóreos, secreções e excreções, pele não íntegra, mucosas • Lavagem de mãos: antes de tocar no paciente, antes de realizar procedimento limpo/ asséptico, após risco de exposição a fluidos corporais, após tocar o paciente, após tocar nas superfícies próximas ao paciente. • Luvas: usar luvas limpas, não estéreis, quando houver possibilidade de contato com sangue ou outros fluidos corporais ou artigos contaminados; retirar luvas após uso, antes de tocar em superfícies ambientais ou de contato co outro paciente; lavar as mãos imediatamente após a retirada das luvas; trocar de luvas entre um paciente e outro e entre procedimentos. • Máscaras e óculos de proteção: proteção individual de mucosa dos olhos, nariz e boca durante a realização de procedimentos, sempre que houver risco de respingo com sangue ou fluidos corpóreos. • Avental: usar limpo, não estéril, para proteção individual, sempre que houver risco de sujar a roupa com sangue ou fluidos corpóreos; retirar o avental o mais rápido possível e lavar as mãos. • Material pérfuro-cortantes: descarte adequado em caixas rígidas de papelão. Precauções específicas: são baseadas nas formas de transmissão, precauções no cuidado de pacientes suspeitos ou confirmados de infecção com microorganismos: precauções com gotículas; precauções com aerossóis; precauções de contato. Transmissão por gotículas: 1. Contato próximo ao paciente (até 1 m); 2. Fonte: fala, tosse, espirro, aspiração de VA; 3. Indicação: meningite, coqueluche, influenza, difteria e rubéola. Precauções por gotículas: higienização de mãos, máscara cirúrgica, quarto privativo Quando não houver disponibilidade de quarto privativo, o paciente pode ser internado com outros infectados pelo mesmo microorganismos. Transmissão por aerossóis: 1. Permanecem suspensos no ar e podem ser dispersadas a longas distâncias; 2. Fonte: pessoas (secreções oral e nasal), corrente de ar; 3. Indicação: tuberculose pulmonar, laríngea, sarampo, varicela. Precauções por aerossóis: higienização das mãos, máscara N-95, quarto provativo. Porta do quarto deve ser mantida sempre fechada e necessita do uso de máscara antes de entrar no quarto. Quando não houver disponibilidade de quarto privativo, o paciente pode ser internado com outros infectados pelo mesmo microorganismos. Transmissão por contato: 1. Contato direto ou indireto: pessoas, superfícies ambientais, artigos e equipamentos; 2. Indicações: diarreias, escabiose, pediculose, bactérias multirresistentes. Precauções de contato: higienização das mãos, avental, luvas, quarto privativo. Equipamentos como termômetro, esfigmomanômetro e estetoscópio devem ser de uso exclusivo do paciente. Precauções mistas: 1. Indicação: recomendadas para evitar a disseminação de agentes que apresentam dupla via de transmissão. 2. Associação: precaução de contato + precaução de gotículas precaução de contato + precaução com aerossóis TEMA: EPI dos profissionais de saúde DEFINIÇÃO Deve ser usado quando se prevê exposição a material biológico e a produtos químicos tóxicos. Indicação nas áreas clínicas e de apoio diagnóstico. Tipos de EPI: 1. Máscara com filtro químico: manipular substâncias tóxicas; 2. Máscara N-95: proteção de doenças por transmissão aéreas; 3. Luvas de borracha: proteção de pele a material biológico e produtos químicos; 4. Óculos de acrílicos: proteção lateral e com dispositivo que evite embaçar; 5. Protetor facial de acrílico: indicado durante limpeza mecânica de instrumentos; 6. Avental impermeável, capote de manga comprida; 7. Bota ou sapato fechado impermeável: locais úmidos ou com material infectante; 8. Máscara cirúrgica; 9. Gorro. Medidas de proteção coletiva que devem ser usadas nas unidades de saúde EPC-Equipamentos de Proteção Coletiva 1. Cabine de área química: circulação de ar para evitar a inalação de materiais contaminantes; 2. Recipiente com areia: neutralizar derramamento de substâncias; 3. Mangueira: combate de incêndios; 4. Alça descartável de transferência: uso de materiais potencialmente contaminados; 5. Lava-olhos e chuveiro de emergência: uso imediato em caso de contato com produtos químicos e agentes contaminantes; 6. Kit de limpeza; 7. Caixa de primeiros- socorros: deve conter antídotos contra cianuretos e outros compostos químicos perigosos. TEMA: RECEITUARIO, PRESCRIÇÃO E SOLICITAÇÃO DE EXAMES RECEITUÁRIO: • SIMPLES: – é utilizada para prescrição de medicamentos anódinos e de medicamento de tarja vermelha, com os dizeres venda sob prescrição médica; • Receita de Controle Especial – é utilizada para a prescrição de medicamentos à base de substancias constantes das listas “C1” (outras substâncias sujeitas a controle especial), “C2”(retinoicas para uso tópico) e “C5”(anabolizantes). É preciso fazer duas vias. • Receita Azul ou Receita B – Notificação de Receita B é um impresso, padronizado, na cor azul, utilizado na prescrição de medicamentos que contenham substâncias psicotrópicas – listas B1 e B2 • Receita Amarela ou Receita A – A Notificação de Receita A é um impresso, na cor amarela, para a prescrição dos medicamentos das listas A1 e A2 (entorpecentes) e A3 (psicotrópicos). o Superinscrição – constituída por nome e endereço do paciente, idade, quando pertinente, e sem obrigatoriedade do símbolo RX, que significa: “receba”; por vezes, esse último é omitido, e, em seu lugar, se escreve: “uso interno” ou “uso externo”, correspondentes ao emprego de medicamentos por vias enterais ou parenterais, respectivamente. o Inscrição – compreende o nome do fármaco, a forma farmacêutica e sua concentração. o Subscrição – designa a quantidade total a ser fornecida; para fármacos de uso controlado, essa quantidade deve ser expressa em algarismos arábicos, escritos por extenso, entre parênteses. o Adscrição – é composta pelas orientações do profissional para o paciente. o Data e assinatura e, ao final, inutilizar a receita; EXEMPLO: P/ Maria José do Carmo Uso oral: 1) Dipirona sódica 500 mg -------------------------------- 21 compromidos Tomar 1 comprimido, por via oral, a cada 8 horas por 7 dias; 2) Omeprazol 20 mg ------------------------------- 1 caixa Tomar 1 comprimido pela manhã em jejum Goiânia, 07/06/19 Dra. Cacilda Pedrosa MÉDICA CRM: 1234 PRESCRIÇÃO HOSPITALAR: • Toda ordem médica deve constar na prescrição; • Deve ser identificada com nome, prontuário, data e horário em que foi ordenada, assinada e carimbada pelo médico; • A prescrição deve ser escrita em letra legível e ordens claros; • Ao modificar um item deve-se informar o horário, assinar e carimbar; • Qualquer acréscimo deve conter data e horário e estar assinado, com carimbo. • Toda a prescrição de medicamentos deve conter: 1) nome farmacológico; 2) forma farmacêutica; Potencia(mg, ml, Ui...), 3) dose ou quantidade, 4) Via de administração e intervalos de administração: • Deve conter, em sequência: 1. Dieta 2. Soro de mune tenção 3. Antibióticos (DIA – deve ser colocado qual o dia está o tratamento ex. D2 para o segundo dia; D5 para o quinto dia) 4. Medicamentos de infusão contínua; 5. Medicações de uso EV 6. Medicações de uso IM 7. Medicações de uso SC 8. Medicações de uso Oral; 9. Medicações de uso aerossol 10. Medicações SN (se necessário – “em caso de...”) 11. Procedimentos com horários ou intervalos, com material ou orientações; 12. Cuidados de outros profissionais; 13. Cuidados de enfermagem 14. Monitorização (diurese, peso...) 15. Acompanhamento de outros médicos 16. Assinatura do médico com CRM ou carimbo; EXEMPLO: UNIDADE DE INTERNAÇÃO: Clínica Cirúrgica Leito: 206 B Prontúario: 9193893 Paciente: Homer Jay Simpson PRESCRIÇÃO 1. Dieta oral livre após recuperação anestésica; 2. SF 0,9% 500 ml 2fr. EV 41 ml/h 3. Tramadol 100 ml diluído em 100 ml de SF 0,9% EV 8/8h 4. Dipirona sódica 500 mg/ml EV 6/6 h 5. Bromoprida 10mg/2ml EV EV 8/8h 6. Aferir débito SVD de 8/8h 7. Glicemia capilar 8/8h 8. Cabeceira em 30° Dr. Juarez Távora MÉDICO CRM: 6666 SOLICITAÇÃO DE EXAMES: • Deve conter: nome do paciente, data, exame solicitado, razão clínica (motivo), assinatura e CRM do médico: EXEMPLO: P/ Maria Aparecida Cardoso 07/06/19 Solicito: 1) Hemograma completo 2) TGO 3) TGP 4) FA 5) GGT 6) Bilurrubinas totais e frações 7) TP 8) TPPA 9) Albumina sérica 10) Creatinina sérica Motivo: Síndrome Colestática Dr. Fernando Amorim MÉDICO CRM-GO: 0939 TEMA: PUNÇÃO VENOSA MATERIAL: Abocath/Jelco (cateter intravenoso) Garrote Bolas de algodão Álcool 70% Bandeja Soro fisiológico 0,9% Esparadrapo / Microporo Seringa 10 mL Plug adaptador EPI: Luvas de procedimento Óculos Gorro Máscara ANTES: Cumprimentar paciente (conferir identificação na pulseira) Explicar procedimento ao paciente Obter consentimento Higienização das mãos Calçar luvas Conectar plug adaptador ao soro fisiológico PROCEDIMENTO: Garrotear braço 15 a 20 cm acima do local de punção Palpar a veia com o dedo indicador Solicitar ao paciente que coloque o membro pendente e faça movimento de abrir e fechar a mão Antissepsia do local de punção com algodão embebido em álcool 70%, em movimentos circulares, esperar secagem espontânea Fixar a veia tracionando a pele Introduzir agulha com bisel para cima em ângulo de 45° Diminuir o ângulo e progredir em direção à veia até observar retorno venoso Soltar o garrote Conectar plug adaptador e observar infiltração Fixação do plug com esparadrapo ou microporo APÓS: Deixar o paciente confortável Desprezar material utilizado Remover luvas de procedimento Higienizar as mãos TEMA: ÚLCERA DE PRESSÃO DEFINIÇÃO: Segundo o American National Pressure Ulcer Panel (NPUAP) e European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP), a úlcera por pressão é uma lesão localizada na pele ou tecidos subjacentes, normalmente sobre uma proeminência óssea, secundárias a um aumento de pressão externa, ou pressão em combinação com cisalhamento. As úlceras por pressão são uma importante causa de morbidade e mortalidade, especialmente para pessoas com sensibilidade reduzida, imobilidade prolongada ou idade avançada. FISIOLOGIA: A úlcera por pressão ocorre em virtude de mudanças degenerativas da pele e/ou tecido subcutâneo exposto às forças de pressão e cisalhamento. A pressão sobre a proeminência óssea prejudica a circulação sanguínea favorecendo a morte celular e o conseqüente aparecimento da úlcera. O cisalhamento é fenômeno de deformação da pele que ocorre quando as forças que agem sobre ela provocam um deslocamento em planos diferentes. FATORES DE RISCO: • Pessoas com perda da sensibilidade (lesado medular) • Idoso incapacitado • Pessoa incapaz ou com dificuldade de mobilidade do corpo • Doenças degenerativas • Tolerância tecidual reduzida (pele frágil) • Incontinência urinária ou intestinal • Desnutrição ou obesidade CLASSIFICAÇÃO: SINTOMATOLOGIA: A fissura anal, em geral, é única → Dor anal - principal sintoma. É intensa, penetrante e aguda, do tipo latejante ou em queimação, apresenta intensidade máxima durante ou imediatamente após a evacuação ou a distensão do canal anal. Produz a sensação de estar rasgando ou cortando o ânus de forma aguda durante a passagem das fezes. Muitas vezes, essa dor se estende de forma espasmódica até a região genital, às costas ou aos membros inferiores, podendo manter-se por horas depois da evacuação. → Obstipação intestinal → Sangramento – vermelho vivo, sempre relacionado com a evacuação → Irritação perianal devido a secreção de muco associada ou não ao prurido local → Infecção local – ver complicação abaixo. É classificada de acordo com a duração de seu quadro clínico, em aguda ou crônica: Fissura anal aguda: Caracteriza-se por uma lesão em forma de fenda, estreita e superficial, sem elevação das bordas e com curto período de sintomas, variando de dias a 2 ou 3 meses. Fissura anal crônica: A lesão torna-se mais profunda, com bordos bem definidos e salientes, caracterizando sua fase crônica, em geral com mais de 6 meses de duração. TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: Técnicas de curativo incluem a limpeza, desbridamento e cobertura que pode ser: Filme de Poliuretano: Cobertura estéril, semipermeável, sendo impermeável à líquidos e bactérias. Facilmente adaptável a áreas de contorno do corpo. Adesivo acrílico hipoalergênico, permitindo aderência somente à pele íntegra e não aderindo à superfície úmida, evitando o trauma durante a sua retirada. Ácido graxo essencial (Dersani): Cobertura originada de óleos vegetais poliinsaturados compostos fundamentalmente de ácidos graxos essenciais: ácido linoleico, caprílico, cáprico, vitamina A, E e lecitina de soja. Alginato de cálcio • Cobertura composta por um polissacarídeo derivado de algas marinhas. • Apresentação: Gel ou fibras. • Utilizado como curativo em lesões abertas e altamente exsudativas. • Poder de absorção. Hidrocolóide: Curativo composto por partículas com capacidade de absorção (gelatina, pectina e carboximetilcelulose) dispersas em água formando um gel semi-sólido. Hidrogel: Gel que atua no sentido de umedecer o tecido desvitalizado e auxiliar no desbridamento autolítco, a umidade promove angiogênese. Indicado para feridas com necrose ou esfacelo. Papaína: • Enzima derivada do mamão papaia. Realiza desbridamento químico, tem ação bactericida, bacteriostática e acelera o processo de cicatrização. • Concentrações: – 3% - granulação – 6%- exsudato purulento – 10%- necrose Sulfadiazina de prata: • Cobertura de sulfadiazina de prata a 1%, com ação bactericida, bacteriostática e fungicida pela liberação de íons prata que levam à precipitação de proteínas. • Indicação: Prevenção de colonização e tratamento de queimadura. • Tempo ideal de uso: sete dias • Contra Indicações: uso prolongado, lembrar que esta cobertura é nefrotóxica. TEMA: GASOMETRIA DEFINIÇÃO: É um exame indicado para avaliação do distúrbio do equilíbrio ácido-base, da oxigenaçãopulmonar do sangue arterial e da ventilação alveolar. Tem por objetivo mensurar os valores do pH sanguíneo, da pressão parcial de gás carbônico (PaCO2) e oxigênio (PaO2), do íon bicarbonato (HCO3) e da saturação da oxi-hemoglobina, dentre outros. MATERIAL: 1-Seringa de 3 ml 2- Agulha 1,2x40 (rosa) 3- Agulha 0,7x25(cinza) ou menor 4- Heparina 5- Algodão 6- Álcool 70% 7- Gaze 8- Luva de procedimento 9-Coxim 10- SOLICITAÇÃO DO EXAME (OBVIAMENTE) EPI: Gorro, máscara descartável, óculos e luva de procedimento. ANTES: -CONFERIR A SOLICITAÇÃO DO EXAME E O NOME DO PACIENTE. • Explicar o procedimento ao paciente • Estender o braço, com a palma da mão para cima e hiperextender o punho apoiando-o sobre o coxim (para deixar a artéria radial o mais superficial possível) • Identificar a artéria radial: palpar o processo estiloide do rádio e o tendão dos flexores do carpo – sente -se o pulso radial entre essas duas estruturas anatômicas. PROCEDIMENTO: Lavar as mãos 1-Colocar luva 2- Limpar o local da punção com algodão embebido com álcool 70% 3- Heparinizar a seringa com a agulha rosa (aspira a heparina e devolve no frasco) - NO HC AS SERINGAS JÁ VEM HEPARINIZADAS 4- Palpar o pulso radial usando a mão não dominante (Polpa digital dos dedos indicador e médio) 5-Com a mão dominante, inserir a agulha em um ângulo de 30-45º em direção cefálica logo abaixo do local onde está palpando o pulso 6- Avançar a agulha lentamente até que o sangue arterial flua espontaneamente para a seringa. Coletar no mínimo 1 ml (idealmente coletar 3ml) 7- Retirar a agulha e comprimir imediatamente com a gaze, fazendo pressão por 5 minutos. (NÃO ESQUEÇA DE VERIFICAR SE O SANGRAMENTO PAROU) 8- Retirar as bolhas da seringa e tampar a agulha. Balançar delicadamente para misturar o sangue com a heparina. 9- Identificar a seringa com o nome do paciente APÓS: 1- Lavar as mãos e descartar os materiais usados. 2- Encaminhar a coleta imediatamente para laboratório em bolsa térmica com gelo ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Síndrome Colestática Hérnias de Parede Abdominal I Hérnias de Parede Abdominal II TEMA: Hérnias de parede abdominal -1 DEFINIÇÃO Protusão de um órgão ou de seu revestimento através da parede ou cavidade que deveria contê-lo. Hérnias de parede abdominal: hérnias epigástricas, umbilicais, lombares, ventrolaterais de Spiegel, incisionais e periestomacais. Hérnias da região inguinofemoral: hérnias inguinais, femorais e obturatórias. Hérnias inguinais: podem ser divididas quanto ao mecanismo de formação: indiretas, mais comuns, e diretas, mais frequente em homens devido a atrofia tardia do conduto peritoneovaginal, principalmente do lado direito. Hérnias indiretas: ocorrem devido a alterações congenitas do não fechamento do conduto peritoneovaginal, que em condições normais é obliterado e recebe o nome de Ligamento de Choquet, nos homens e mas mulheres recebe o nome de Divertículo de Nuck. Em casos de não fechamento ou mesmo fechamento parcial do conduto peritoneovaginal, há comunicação entre a cavidade abdominal e o canal inguinal, favorecendo o aparecimento de hérnia inguinal indireta e outras afecções como hidrocele do cordão e hidrocele comunicante. Hérnias diretas: ocorrem devido ao enfraquecimento da musculatura da parede posterior do canal inguinal. Localizada no Triangulo de Hesselbach, local de maior fragilidade da fascia transversalis, que possui menor proteção de aponeuroses. SINTOMATOLOGIA: (Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) Sensação de peso ou dor mal definida na região inguinal associada aos esforços, dor pode vir acompanhada de abaulamentos na região inguinal, que pode retornar de maneira espontânea para a cavidade abdominal ou não, podendo provocar dor intensa. DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO (exame clínico e complementares, se necessário) Exame físico: principal forma de diagnóstico, buscar fatores desencadeantes que levaram ao aumento da pressão intra-abdominal e ao desenvolvimento de hérnias. ✔ Paciente em pé, avaliar presença de abaulações na região inguinal em repouso e durante a manobra de Valsalva; ✔ Hérnias indiretas volumosas, o saco herniário pode estar presente dentro da bolsa escrotal, são as hérnias inguinoescrotais. Avaliação se a hérnia é direta ou indireta: introduz-se o dedo no anel inguinal externo que é palpado através da bolsa escrotal, introduz o dedo indicados na porção inferior da bolsa escrotal e invaginamos o saco herniário para o interior do canal inguinal, até encontrar o orifício inguinal externo, depois solicita ao paciente que realiza a manobra de Valsalva, se a protusão for palpável é hérnia indireta, se a protusão for sentida a a partir do assoalho do canal inguinal é hérnia direta. Exames complementares: indicados apenas quando há dúvidas quanto ao diagnóstico, é sugerido USG e TC. TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: (medicamentos dose e posologia) Tratamentocirúrgico é indicado em casos sintomáticos Técnica de Bassini: reforço é feito via sutura do tendão conjunto e ao arco do músculo aponeurótico do transverso no ligamento inguinal; apresenta maior risco de recidiva. Técnica de Shouldice: ultiliza imbicação de quatro planos de estruturas músculo- aponeuróticas no reforço da parede anterior. Técnica de Zimmerman: realiza a sustura nas fascia transversalis a cinta ileopectinea, que começa ao nível do púbis e termina na borda do anel inguinal interno, o que leva ao estreitamento. Técnica de Lichtenstein: reparo feito com uso de telas que é suturada ao longo ligamento inguinal inferiormente, no tendão conjunto e sob o M. oblíquo interno; possui menor índice de recidiva. Técnica de Stoppa: abordagem via espaço pré-peritoneal, indicado para hérnias bilaterias e de recidivas, única incisão é realizada e permite abordar toda a região inguinal, realiza-se uma incisão mediana infraumbilical desloca o espaço pré-peritoneal até o tubérculo púbico, os sacos herniários são reduzidos e depois a tela é colocada. Técnica videolaparoscópico: não possui nenhuma vantagem frente as demais, favorece aumento de custos e risco anestésico, pois requer anestesia geral e indução de pneumoperitônio. TEMA: Hérnias de parede abdominal-2 DEFINIÇÃO Hérnias femorais: recorrentes em mulheres obesas, >45 anos, são mais frequentes a direita, possivelmente devido ao efeito de tamponamento do sigmoide sobre o canal femoral esquerdo. Podem cursar para encarceramento e estrangulamento. Hérnias umbilicais: persistencia do anel umbilical sem fechamento de sua camada aponeurótica após o nascimento, há protusão anormal do peritôneo contendo tecido gorduroso pré-peritoneal e omento. Pacientes com cirrose e ascite são mais propensos a ocorrer estrangulamento ou ruptura do saco herniário, que pode cursar para peritonite. TRATAMENTO CIRÚRGICO DE HÉRNIA FEMORAL TRATAMENTO CIRÚRGICO DA HÉRNIA UMBILICAL TEMA: Síndrome Colestática DEFINIÇÃO É o acúmulo de bilirrubina direta e outros ingredientes da bile (ácidos biliares, colesterol) por um problema existente na drenagem biliar intra ou extra-hepática. • Intra-hepática: inclui as condições em que o hepatócito é incapaz de excretar a bile (hepatite), e aquelas em que há ́algum problema com a drenagem da bile pela árvore biliar dentro do próprio parênquima hepático. Principais causas: hepatites (virais, tóxicas ou medicamentosas), doenças infiltrativas do fígado e cirrose biliar primária. • Extra-hepática: ocorre a obstrução de alguma grande via biliar (principalmente o colédoco). Principais causas: obstrução por cálculos e neoplasias. FATORES DE RISCO Variam de acordo com a etiologia: • Idade: a prevalência de hepatite A diminui com a idade, ao contrário das doenças neoplásicas. • História familiar: icterícia, hepatite, colecistectomia, neoplasia. • Contatos de risco: profissionais de saúde, profissionais de creches ou escolas, usuários de drogas intravenosas, tatuagens, tratamentos odontológicos, uso de medicamentos ou plantas medicinais, ingesta de frutos do mar, ou viagens a áreas endêmicas de hepatite. SINTOMATOLOGIA: Icterícia (mista, com predomínio de BD), hipocolia ou acolia fecal, colúria, prurido, dor abdominal (cólica, no hipocôndrio D, irradia para dorso e ombro homolateral, com náuseas e vômitos), esteatorreia, Hepatoesplenomegalia, ascite, sinal de Murphy positivo (colestite aguda), sinal de Courvosier positivo (vesícula biliar palpável e indolor +icterícia -> neoplasia periampular). OBS: febre, calafrios e cólica biliar (Tríade de Charcot) + hipotensão e alteração do nível de consciência (Pêntade de Reynolds) podem indicar colangite por litíase ou estenose biliar. DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO O diagnóstico da síndrome é clínico. Porém deve-se investigar a etiologia. • Exame físico: fígado de volume reduzido exclui colestase extra-hepática • Atenção! para Sinal de Murphy (Colecistite aguda) e Sinal de Courvosier (neoplasia periampular). • Laboratório: pouco ou nenhum aumento das transaminases (2-3x) e grande aumento da fosfatase alcalina e da gama-GT, além hiperbilirrubinemia com predomínio de BD. A prova de vitamina K é outro fator importante: Se o tempo de protrombina estiver alargado (com atividade de protrombina reduzida), a administração parenteral de 10 mg de vitamina K o faz retornar ao normal nos casos de colestase. • Sorologias para hepatites virais • USG de abdome, a qual deve revelar dilatação das vias biliares (nos casos de colestase obstrutiva) e auxiliar na detecção da etiologia (sombra acústica=obstrução por cálculo). TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: Depende da Etiologia. Colecistite aguda calculosa (complicação da Colelitíase, é a inflamação da vesícula por obstrução do ducto cístico por cálculo): • Inicialmente, medidas de suporte clínico: Internação hospitalar; Hidratação venosa; Analgesia; Dieta zero; Antibioticoterapia parenteral. • Depois, o tratamento definitivo é feito com Colecistectomia, preferencialmente, por via laparoscópica. Coledocolitíase (obstrução do colédoco por cálculo) • Se o diagnóstico for feito antes da colecistectomia, o método de escolha é a via endoscópica (pela CPRE): papilotomia endoscópica com extração de cálculos, programando-se em seguida uma colecistectomia laparoscópica eletiva. • Se a coledocolitíase for descoberta durante o ato cirúrgico da colecistectomia, pela colangiografia transoperatória, os cálculos devem ser extraídos por exploração do colédoco. Colecistectomia: Duas técnicas podem ser utilizadas para a colecistectomia: a técnica convencional (ou aberta) e a videolaparoscópica. • Aberta: incisão da parede abdominal anterior, seja incisão subcostal direita (tipo Kocher), mediana supraumbilical, ou paramediana direita. Realiza-se dissecção do trígono hepatocístico (triângulo de Calot) com isolamento e ligadura da artéria cística e ducto cístico. Procede-se então ao descolamento da vesícula de seu leito hepático através da secção de suas fixações peritoneais. • Videolaparoscópica: sua principal diferença está no acesso à cavidade abdominal. Este é feito através da insuflação de CO2 no interior da cavidade por meio de punção com agulha de Verres na região umbilical. São colocados três trocartes na parede abdominal que permitem o acesso dos instrumentos cirúrgicos. É realizada dissecção do trígono hepatocístico e ligadura do pedículo da vesícula com clipes metálicos. É muito importante realizar uma dissecção adequada do trígono hepatocístico, pois em seu interior passa a artéria cística, que deve ser ligada. É retirada a vesícula através do trocarte umbilical.