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DRGE 
Dispepsia Funcional 
Acalásia 
Gastrite 
Doença Ulcerosa Péptica 
Infecção por H. pylori 
Doença de Crohn 
Retocolite Ulcerativa 
Síndrome do Intestino Irritado 
Cirrose Hepática 
Hipertensão Portal 
Pancreatite Aguda 
Pancreatite Crônica 
Doença Celíaca 
 
 
 
 
 
 
TEMA: DRGE
DEFINIÇÃO 
Doença cronica secundária ao refluxo patológico de parte do conteúdo gástrico para o 
esôfago e/ou órgãos adjacentes, faringe, laringe e árvore traqueobrônquica, que acarreta 
sinais e sintomas esofágicos e/ou extraesofágicos que podem ser acompanhados ou não de 
lesões teciduais.
FATORES DE RISCO 
Obesidade, gravidez, hérnia de hiato, tabagismo, asma, DM2, atraso no esvaziamento do 
estomago, esclerodermia e outros distúrbios do tecido conjuntivo, uso de betabloqueadores, 
broncodilatadores, bloqueadores dos canais de cálcio para HAS, sedativos e antidepressivos 
tricíclicos.
Alimentação: chocolate, pimenta, frituras, café, bebidas alcoólicas se consumidos em excesso
favorecem o refluxo.
SINTOMATOLOGIA: 
(Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) 
Sintomas típicos da DRGE: pirose + regurgitação
Disfagia (presente em 1/3 dos pacientes)
Sintomas extraesofagianos: erosão dos dentes, faringite, rouquidão, sinusite cronica, otite 
média, tosse cronica, broncoespasmo, pneumonite aspirativa, casos mais graves podem cursar
com anema ferropriva, devido a presença de esofagite erosiva grave.
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO 
(exame clínico e complementares, se necessário) 
Anamnese bem-feita + exame físico
Presença de pirose em mais de 1x/semana durante 8 semanas
Exames complementares: EDA 
Deve ser indicada em casos de pacientes com mais de 45 anos de idade, presença de sinais de
alarme: disfagia, emagrecimento, odinofagia, sangramento gastrointestinal e anemia, 
presença de longa história de pirose mais de 5-10 anos, aumenta o risco de esôfago de 
Barrett, presença de náuseas e vômitos, história familiar de câncer e sintomas intensos ou 
noturnos, bem como a presença de esofagite de refluxo. 
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
(medicamentos dose e posologia)
Medidas antirrefluxo-individualizada
-elevação da cabeceira do leito ( 15-20 cm);
-evitar alimentos que causam irritação ao esôfago: gorduras, cítricos, café, bebidas alcoólicas 
e gasosas, menta, hortelã, molho de tomate, chocolate, condimentos em excesso (alho, 
cebola, pimenta;
-evitar deitas após as refeições, indicado esperar de 2 a 3h, quanto maior a quantidade de 
gordura maior o tempo a se esperar;
-evitar refeições copiosas, indicado fracionar a dieta;
-suspender o tabagismo;
-evitar líquidos durante as refeições;
-indicado a perda de peso, se obesos;
Tratamento farmacológico
Bloqueadores de H2 
Ranitidina 75- 150 mg 2x/dia
IBP= são os mais eficazes
Omeprazol 20-40 mg 1-2x/dia
Pantoprazol 20-40 mg 1-2x/dia
Indicado tomar 30 min antes do café da manhã e antes do jantar
Pacientes com menos de 40 anos sem sinais de alarme é indicado Omeprazol 20mg 
(28cp) tomar 2 cp antes do café da manhã.
TEMA: Acalasia/Megaesôfago 
DEFINIÇÃO: O termo acalasia significa “NÃO RELAXAMENTO”, sendo um distúrbio 
motor no EEI. Pode ser primaria (idiopática), a forma mais comum ou secundaria (em nossa 
região causada pela doença de chagas). 
Alterações encontradas na acalasia são em consequência da degeneração de neurônios do 
plexo Auerbach e Meissner, nessa caso a perda do Inter neurônio inibitório que secretam 
oxido nítrico ( em caso extremos pode afetar os neurônios colinérgicos). 
 
FATORES DE RISCO: Acalasia primária ha não os fatores de risco bem conhecidos ainda, 
coloca como possíveis gêneses vírus da herpes e sarampo, doenças autoimunes, antígenos 
leucocitários humanos (HLA) classe II 
- Acalasia Secundaria principalmente em locais onde a incidência do inseto triatomíneo. 
Afeta mais o sexo masculino em idade (25-60 anos). 
 
SINTOMATOLOGIA: 
- Dificuldade para engolir? Sólidos? Líquidos? 
- Há necessidade da ingestão de agua concomitante alimentação? 
-halitose? 
Regurgitação? 
-Perda de peso? Tempo? 
-Tosse, cônica principalmente no período noturno? 
- Dor retroesternal? Como e essa dor? Melhora com a ingestão de água? 
Em geral o paciente com acalasia/megaesôfago chagásico alimenta devagar associado a 
grandes volumes de água. Podendo apresentar regurgitações e halitose. 
E comum que o paciente apresente dor retroesternal na forma de cólica com irradiação para 
dorso e mandíbula, tendo como fato de melhora a ingestão de água (principalmente gelada) 
Na fase mais avançadas da doença apresenta disfagia acentuada, relacionada à perda de peso 
ao longo dos meses associados. Sendo comum a tosse crônica com apresentação 
principalmente noturna. 
 
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO 
- EDA pode confirma a dilatação esofágica 
-Estudo radiológico contrastado, nesse exame e bastante comum a classificação de 
REZENDE : 
 
 Diâmetro esofágico (cm) Grau 
 <4 I 
 4-7 II 
 7-10 III 
 >10 IV 
 
 
-Manométrica ( alto grau de certeza mesmo em estágios iniciais da doença). 
 A qual possui a classificação de Chicago. 
 Tipo EEI Corpo esofágico 
 I Relaxamento incompleto ausência de pressurização esofágica 
 II Relaxamento incompleto pressurização >20% ao deglutir 
 III Relaxamento incompleto contrações prematuras contratilidade distal 
> 450mmhg.s.cm 
 
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
- nitratos sublinguais 
-antagonistas dos canis de cálcio nifedipina 10mg 6/6h ( responsável pela dilatação dos 
vaso e consequente redução da resistência , assim reduzindo a pressão. Pode apresentar com 
efeitos colaterais perda de sono cefaleia e ansiedade.) 
-toxina botulínica duração de 3-6 meses com eficácia de 95% dos casos. Atua pela inibição 
de neurônios excitatórios parassimpáticos. 
-Dilatação pneumática 
-Tratamento cirúrgico indicado em casos refratários ao tratamento ou recidivas ( realizada 
através da secção das camadas longitudinais da musculatura lisa ( miotomia de Heller) pode 
ser realizada por toracotomia ou VDL sendo que essa possui mais vantagens no pós 
cirúrgicos. Importante informa o paciente sobre os efeitos da cirurgia a qual pode ocasionar 
DRGE. 
 
 
 
TEMA: DISPEPSIA FUNCIONAL 
DEFINIÇÃO 
A Dispepsia Funcional (DF) é definida pela presença de dor e/ou desconforto, persistente ou 
recorrente, localizada na região central e superior do abdome (epigástrio), na ausência de 
anormalidades estruturais ou irregularidades metabólicas e bioquímicas que justifiquem a 
sintomatologia. 
FATORES DE RISCO 
Os sintomas dispépticos podem surgir em qualquer idade e são mais prevalentes no sexo 
feminino. A intensidade da dor e/ou do desconforto e a ansiedade (incluindo o medo de 
doenças mais graves) se constituem nos principais motivos de procura ao clínico. 
SINTOMATOLOGIA: 
1) Síndrome do Desconforto Pós-prandial 
Empachamento pós-prandial, que acontece necessariamente após refeições habituais, 
ocorrendo várias vezes por semana, nos últimos 3 meses. o Saciedade precoce, que 
impossibilita o término normal das refeições, ocorrendo várias vezes por semana, nos 
últimos 3 meses 
2) Síndrome da Dor Epigástrica: É fundamental a presença de todos os critérios seguintes: 
dor ou queimação localizada no epigástrio, pelo menos moderada, e que ocorre, no mínimo, 
1 vez/semana, nos últimos 3 meses; dor intermitente; dor não generalizada ou localizada 
em outras regiões do abdome ou tórax; dor não aliviada pela defecação ou eliminação de 
flatos. Outros sintomas que, se presentes, reforçam o diagnóstico: a dor pode ter 
características de queimação, mas sem irradiação retroesternal;a dor é comumente 
induzida ou aliviada pela ingestão de alimentos, podendo, porém, ocorrer em jejum; a 
síndrome do desconforto pós-prandial pode coexistir. 
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO 
Roma III – 
1 - Queixas dispépticas durante os últimos 3 meses e que se iniciaram, no mínimo, 6 meses 
antes. 
2- É fundamental a presença de um ou mais dos seguintes sintomas: 
a) empachamento pós-prandial; b) saciedade precoce; c) dor epigástrica; d) queimação 
epigástrica. 3. 
3- É fundamental a ausência de lesões estruturais (incluindo a realização de endoscopia 
digestiva alta) que possam justificar os sintomas. 
A realização da endoscopia digestiva alta durante um período sintomático e, 
preferencialmente, sem terapia antissecretora é fundamental para o diagnóstico. As 
biopsias devem ser realizadas rotineiramente durante o procedimento endoscópico, visando 
também a detectar o H. pylori. 
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
É necessário que os pacientes sejam esclarecidos de que seus sintomas são decorrentes de 
distúrbios funcionais e não caracterizam nenhuma doença grave ou risco de vida, 
assegurando-lhes que o problema será tratado de forma interessada e racional. 
Recomendar hábitos dietéticos saudáveis (comer devagar, mais vezes/dia, menor 
quantidade), evitando-se alimentos gordurosos, condimentados, ácidos, café, cigarro e 
álcool em excesso. Placebo é melhor que o tratamento farmacológico. 
 A utilização de medicamentos está indicada para as fases sintomáticas: Amitriptilina 12,5 
mg VO 24/24h. Síndrome do Desconforto Pós-prandial: domperidona 10 mg 12/12h. 
Síndrome da Dor Epigástrica: 
 
 
 
TEMA: GASTRITE 
DEFINIÇÃO: o diagnóstico verdadeiro de gastrite é pela histopatologia que demonstre 
inflamação da mucosa gástrica, sintomática ou não. Entretanto, é comum o termo ser usado, 
incorretamente na endoscopia (quando se observa uma região hiperemiada na mucosa 
gástrica) e na clínica (quando o paciente tem sintomas dispépticos). 
FATORES DE RISCO: idade avançada, uso de AINEs, tabagismo, etilismo, choque, sepse, 
trauma grave, queimaduras, ingestão de substâncias cáusticas, radioterapia, quimioterapia, 
corticoterapia, más condições de higiene. 
 
A gastrite pode aparecer no contexto da DRGE, doença de Crohn, hérnia de hiato e pós 
gastrectomia. 
SINTOMATOLOGIA: a gastrite pode se acompanhar, principalmente, de desconforto 
epigástrico, epigastralgia, náuseas e vômitos. A dor pode se irradiar para dorso, tórax e 
abdome superior, pode piorar à noite e melhorar com a alimentação. Pode haver pirose. 
 
Sinais graves incluem hematêmese, melena, sinais de hemorragia maciça, sinais de peritonite, 
perda de peso, e incapacidade de ingerir alimentos. 
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO: 
Clínica de síndrome dispéptica POSITIVA: teste não invasivo de H. pylori 
Teste não invasivo de H. pylori NEGATIVO = prova terapêutica com supressores de ácido 
Clínica de síndrome dispéptica POSITIVA + idade > 55 anos OU sinais de alarme OU 
evolução com piora OU história familiar de câncer = endoscopia digestiva alta + biópsia com 
pesquisa de H. pylori 
Prova terapêutica com RESPOSTA INADEQUADA = endoscopia digestiva alta + biópsia 
com pesquisa de H. pylori 
 
Pelo exame clínico pode ser definida gastrite aguda ou crônica. Raramente há gastrite aguda 
no contexto ambulatorial, e sim no de medicina interna. 
A endoscopia seguida de exame histopatológico de biópsia, com pesquisa de H. pylori, pode 
indicar: gastrite por H. pylori, gastrite atrófica autoimune e gastropatia química crônica (por 
álcool, por AINE, por refluxo biliar). 
Há formas raras de gastrite, como infecciosa por outros agentes, eosinofílica, granulomatosa, 
linfocítica, doença de Ménetriér, etc. 
 
A principal complicação das gastrites é a ulceração com hemorragia, que pode causar perdas 
maciças de sangue e levar ao óbito. Por isso, o tratamento deve ser iniciado rapidamente. 
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
Inibidor de bomba de prótons (omeprazol, pantoprazol), 20-40 mg, 2 vezes ao dia, por 2-4 
semanas 
Erradicação do H. pylori: antibioticoterapia + supressão ácida por 4-8 semanas (ver resumo 
sobre H. pylori) 
Interromper uso de AINEs 
Orientação alimentar: evitar alimentos ácidos, condimentados, refrigerante, evitar dormir 
logo após se alimentar 
Tratamento de eventuais doenças de base 
 
 
TEMA: DOENÇA ULCEROSA PÉPTICA 
DEFINIÇÃO: o diagnóstico é histopatológico: solução de continuidade na mucosa do 
estômago ou duodeno com diâmetro maior ou igual a 0,5 cm, que penetra profundamente na 
parede do tubo digestivo. 
FATORES DE RISCO: sexo masculino, más condições de higiene, uso de AINEs, uso de 
drogas ilícitas, tabagismo, idade 20-50 para úlcera duodenal, idade >50 anos para úlcera 
gástrica, familiar de primeiro grau com doença ulcerosa péptica, radioterapia. 
Doenças que predispõem doença ulcerosa péptica: doença pulmonar crônica, insuficiência 
renal crônica, cirrose, nefrolitíase, deficiência de alfa-1-antitripsina, mastocitose sistêmica 
A hérnia de hiato pode causar a úlcera de Cameron. 
SINTOMATOLOGIA: síndrome dispéptica (dor ou desconforto epigástrico, epigastralgia 
em queimação, náuseas, plenitude pós-prandial) 
Úlcera duodenal = epigastralgia 2-3h após alimentação e durante a noite, que melhora com 
antiácidos e com a alimentação, irradia para o dorso, com fenômeno de clocking 
Úlcera gástrica = epigastralgia piora com a alimentação, há perda de peso, há náuseas. 
Sinais de alarme = perda ponderal, anemia, sangramento, vômitos recorrentes, disfagia, sinais 
de peritonite, massa abdominal, adenopatia, história de câncer gástrico, gastrectomia parcial 
prévia 
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO: 
Clínica de dispepsia POSITIVA = teste não invasivo de H. pylori (teste respiratório da urease, 
sorologia, pesquisa de antígeno fecal) 
Clínica de dispepsia POSITIVA em paciente maior de 45 anos OU paciente com sinais de 
alarme = endoscopia digestiva alta com biópsias com pesquisa de H. pylori 
Teste não invasivo de H. pylori NEGATIVO = prova terapêutica com supressores de ácido 
Prova terapêutica com supressores de ácido NEGATIVO = endoscopia digestiva alta com 
biópsias com pesquisa de H. pylori 
 
É mais comum que o paciente tenha úlcera duodenal. 
Úlceras gástricas devem ser sempre investigadas para câncer 
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
Terapia supressora de ácido = inibidor da bomba de prótons (omeprazol 20mg/dia, 
pantoprazol 40mg/dia), em jejum, por 14 dias 
Terapia supressora de ácido alternativa = bloqueador H2 (cimetidina 800 mg/dia, ranitidina 
300 mg/dia) por 4-8 semanas 
Erradicação do H. pylori = antibioticoterapia (ver resumo de H. pylori) por 14 dias + terapia 
supressora de ácido por 4-8 semanas 
Reorientação alimentar = evitar alimentos que exacerbem os sintomas, como comidas ácidas, 
condimentadas, apimentadas, refrigerante, comidas muito quentes, etc. 
Interrupção do uso de AINEs, tabagismo, etilismo 
Endoscopia digestiva alta de controle em pacientes com úlcera gástrica = após o fim do 
tratamento farmacológico 
Úlcera complicada = tratamento cirúrgico (vagotomia, antrectomia) 
 
TEMA: Gastrite por H. Pylori 
DEFINIÇÃO 
É a infecção da mucosa gástrica pelo bacilo gram-negaivo H. pylory. Ele sobrevive no meio 
acido do estomago graças a enzima uréase que transforma ureia em amônia (básica). 
Pode ser Aguda ou crônica. Porém é a infecção crônica mais comum gerealmente adquirida 
na infância. 
Pode ser uma gastrite antral ou pangastrite (atrófica ou não) 
FATORES DE RISCO 
É inversamente proporcional ao nível socioeconômico. (mais comum em países em 
desenvolvimento) 
Fatores higienodietétios são preponderantes. 
Transmissão oro-oral / fecal-oral / gastro-oral 
SINTOMATOLOGIA: 
(Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) 
Pode evoluir de forma assintomática (maioria dos casos) 
Sintomas dispépticos (dor ou desconforto na região epigástrica, pirose, náuseas, vômitos) 
pois a gastrite antral crônica associa-se com hipercloridriae a úlcera péptica principalmente 
duodenal (H. pylori danifica célula D produtora de somatostatina inibindo o feedback 
negativo). 
 
Perguntas 
Semiologia da dor, cronologia, vômitos, regurgitações? HDA? 
Tem historia de CA gástrico na família 
Usa Anti-inflamatórios cronicamente (gastropatia pelos aines) 
Faz uso de álcool? (Gastropatia alcoolica) 
Teve perda de peso? (CA gástrico), 
Hábitos higiênicos? 
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO 
(exame clínico e complementares, se necessário) 
Quando pesquisar? 
1. Doença ulcerosa péptica 
2. Linfoma MALT 
3. Dispepsia não ulcerosa 
4. Síndrome dispéptica sem indicação para EDA 
5. História de CA gástrico em parente de 1 grau 
6. Lesões pré-neoplasicas (gastrite atrófica e metaplasia intestinal) 
7. Usuários crônicos de AINES, ou AAS 
8. Após tratamento de adenocarcinoma gástrico 
9. PCT com Púrpura trombocitopênica, ferropenia inexplicada e deficiência de B12 
 
Exames: 
 Histopatológico: gastrite neutrofílica (forma aguda), gastrite linfocítica (forma 
crônica) dividida como gastrite crônica leve, gastrite antral crônica ou pangastrite 
crônica grave ou atrófica. 
 Pesquisa de antígeno fecal (obs suspender IBP 7-14 dias antes) (Stool Antigen Test 
SAT) útil no controle da erradicação 4 semanas após o tratamento. 
 Teste respiratório da ureia (obs. Suspender IBP 7-14 dias antes) útil no controle do da 
erradicação 4 semanas após o tratamento. Obs.: saber pois já pediu pra explicar 
 EDA com teste rápido da uréase ou histopatológico (padrão ouro) nos casos de 
presença de sinais de alarme (> 40 anos, HDA, Sintomas refratários, Perda de peso, 
disfagia, odinofagia, anemia ferropriva, linfadenopatia ou massa palpável, historia 
familiar de CA gastrointestinal) 
 Teste sorológico: ELISA (cuidado com a cicatriz sorologia ) pct pode ter tido e não 
ter mais. Não é bom no brasil. 
 Cultura não é indicada 
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
(medicamentos dose e posologia) 
Tratamento por 14 dias 
Antibióticos: Claritromicina500mg 12/12hs + amoxicilina 1g 12/12hs (Efeitos adversos: 
Diarreia, náuseas vômitos e Rash cutâneo como reação de hipersensibilidade). 
IBP: Omeprazol 40 mg 1x ao dia pela manha (Efeitos adversos: cefaleia, náuseas, dor 
abdominal). 
Obs. Alérgicos a penicilina troca a amoxicilina por furazolidona 200mg 12/12hs. 
Obs. Retratamento trocar claritromicina por levofloxacino 500mg 1xd. 
 
Não esquecer de informar o Controle do tratamento 2 meses após. 
 
 
TEMA: DOENÇA DE CROHN 
DEFINIÇÃO: 
• A Doença de Crohn é estudada dentro das Doenças Inflamatórias Intestinais. 
• Ela possui um acometimento muito importante do intestino. 
• Ela teve relatos e descrições que a caracterizavam desde aproximadamente 1913 e 
posteriormente teve conceito e caracterização definidos. 
• É uma doença crônica e inflamatória que pode acometer de maneira transmural, ou seja, 
acomete, às vezes, todas as camadas da mucosa e qualquer parte do tubo digestivo, de causa 
não totalmente elucidada, e que pode levar a inúmeras complicações gastrointestinais e 
extraintestinais. 
FATORES DE RISCO 
• A Doença de Crohn tem uma distribuição bimodal, sendo mais comum de acontecer em jovens 
adultos, entre 20 e 30 anos, e outro pico de incidência, este um pouco menor, é a partir dos 60 
anos. 
• Há uma discreta preferência pelo sexo feminino, ao contrário da Retocolite, em que 60% das 
ocorrências acometem o sexo masculino. 
SINTOMATOLOGIA: 
(Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) 
• A Doença de Crohn apresenta-se, grande parte das vezes, com dor abdominal. Como o 
principal local de acometimento da doença de Crohn é o íleo terminal. 
• Ele é uma parte absortiva muito importante, e esse acometimento pode se apresentar, 
principalmente na disabsorção e perda ponderal associada que pode acabar com o 
desenvolvimento de desnutrição. 
• O quadro de diarreia nem sempre é de diarreia invasiva como na Retocolite e não 
necessariamente o paciente vai apresentar o quadro diarreico como a principal característica. 
• A hematoquezia está presente em apenas 20 a 30% dos casos. Assim, a ausência de queixas 
predominantemente diarreicas invasivas, não exclui a Doença de Crohn. 
• O paciente pode evoluir com sintomas obstrutivos, visto que pode haver um acometimento 
transmural da mucosa, uma inflamação importante, estenose e assim os sintomas obstrutivos, 
com dilatação a montante. 
• O paciente que evolui com doenças perianais/fístulas é muito sugestivo de Doença de Crohn. 
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO 
(exame clínico e complementares, se necessário) 
• Ao avaliar um paciente com quadro clínico sugestivo de doença inflamatória, solicita-se 
marcadores inflamatórios, sendo que PCR e VHS vão estar elevados. 
• Pode haver também anemia, tanto por doença crônica quanto por quadro disabsortivo que 
também leva a hipoalbuminemia. 
• A calprotectina fecal é uma proteína presente no citoplasma dos neutrófilos intestinais. Quando 
há inflamação intestinal, a migração desses neutrófilos com a degranulação deles no intestino 
permite a mensuração dessa proteína nas fezes. 
• Essa proteína é muito utilizada principalmente para o seguimento da Doença de Crohn, pois 
ela consegue prever se o intestino está inflamando quando o valor está aumentando. Também 
está aumentada ao momento do diagnóstico. 
• Na colonoscopia, o padrão visualizado no exame são lesões descontínuas com padrão 
salteado, diferente da Retocolite, cujas lesões são ascendentes e contínuas. São encontradas 
ulcerações, enemas salteadas, entremeadas por mucosa normal. No entanto, em quadros mais 
graves, com atividade mais importante, há áreas com muitas alterações. 
• Pode haver úlceras aftoides, serpiginosas ou longitudinais, dependendo da gravidade do 
paciente. Há, ainda, um padrão em "pedra de calçada 
• Para completar o diagnóstico é realizada a biópsia, após a visualização de alterações, 
principalmente do íleo terminal, durante a colonoscopia. É realizada biópsia de íleo terminal e 
o padrão mais típico da Doença de Crohn é a formação de granuloma. É encontrada também a 
inflamação transmural, agregados linfoides, glândulas de formatos irregulares, ramificadas e 
encurtadas. 
• O prognóstico é variável e depende da gravidade da doença. Pacientes com doença grave, com 
fístulas e estenoses, possuem prognóstico ruim com chances de complicação. Por fim, a doença 
pode levar a inúmeros prejuízos na qualidade de vida, cirurgias e complicações. 
 
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
(medicamentos dose e posologia) 
• Corticoterapia: 
O corticoide IV é uma opção para pacientes com Doença de Crohn mais grave, com atividade mais 
franca, que geralmente está internado. Os pacientes com doença leve a moderada podem receber 
corticoide VO, geralmente não se usa a Prednisona, mas sim a Budesonida, que é um corticoide não 
absorvível e com efeito tópico na mucosa intestinal. 
• Imunossupressores: 
Os mais utilizados são: Azatioprina, 6-mercaptopurina, Ciclosporina e Metotrexato. Todos vão 
imunossuprimir o paciente e ajudar a controlar a atividade inflamatória que o paciente apresenta. 
• Terapia biológica: 
Os imunobiológicos mais utilizados no Brasil são: Anti-TNF (infliximabe e adalimumabe) e Anti-
integrina (vedolizumabe). São drogas imunossupressoras mais potentes, sendo a última linha de ação 
clínica com relação a Doença de Crohn, que necessita de cautela na prescrição tendo em vista o estado 
imunológico do paciente. Por isso, é importante lembrar de solicitar o perfil sorológico, conferir 
vacinação e solicitar PPD em áreas endêmicas para Tuberculose. 
A cirurgia é uma opção na Doença de Crohn, mas deve ser evitada, se possível. No local da operação, 
há risco de formar uma nova fístula, estenose e deiscência de anastomose. Além disso, os pacientes 
sendo desnutridos e com hipoalbuminemia podem complicar a cicatrização das mucosas. 
 
 
TEMA: RETOCOLITE ULCERATIVA 
DEFINIÇÃO: 
• A retocolite ulcerativa inflamatória é uma doença idiopáticacaracterizada por episódios 
recorrentes de inflamação que acomete predominantemente a camada mucosa do cólon. 
• A doença afeta o reto e também variáveis porções proximais do cólon, em geral de forma 
contínua, ou seja, sem áreas de mucosa normais entre as porções afetadas. 
• Ao contrário da doença de crohn, onde o acometimento é transmural, na retocolite ulcerativa 
é limitada à mucosa. 
FATORES DE RISCO 
• A doença pode iniciar em qualquer idade, sendo homens e mulheres igualmente afetados. 
• O pico de incidência parece ocorrer dos 20 aos 40 anos e muitos estudos mostram um segundo 
pico de incidência nos idosos; 
• É associada a vários fatores, tendo por base um componente hereditário e imunológico 
importantes. 
SINTOMATOLOGIA: 
(Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) 
• Diarreia com sangue de intensidade e duração variadas se alterna com intervalos 
assintomáticos. 
• Em geral, uma crise começa discretamente, com urgência evacuatória crescente, discretas 
cólicas em hipogástrio e flanco direito com sangue e muco nas fezes. 
• Os sinais e sintomas sistêmicos, mais comuns na retocolite ulcerativa grave, incluem mal-estar 
geral, febre, anemia, anorexia e perda de peso; 
• Apresenta em seu quadro clínico uma série de sintomas extradigestivos como artrite de quadril 
e joelhos que podem preceder o aparecimento dos sintomas digestivos 
• Acomete somente o reto e o colon, com padrões de acometimento continuo; 
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO 
(exame clínico e complementares, se necessário) 
• O diagnóstico é baseado no quadro clínico, endoscópico e histológico. Devem ser inicialmente 
excluídas infecções e parasitoses, mas lembrar que um paciente pode ter RCUI mais uma 
infecção e/ou parasitose. 
• O diagnóstico é sugerido por sinais e sintomas típicos, em particular quando acompanhados 
de manifestações extraintestinais ou história de crises anteriores similares. A colite ulcerativa 
deve ser diferenciada da doença de Crohn; 
• Assim como na doença de Crohn, o PCR estará elevado, bem como a calprotectina fecal; 
• COLONOSCOPIA: Demostra acometimento contínuo sem área de mucosa normal. 
Dependendo do comprometimento da mucosa, os achados endoscópicos podem ser normais 
(embora a biópsia possa demonstrar já algum grau de lesão histológicas), ou detectar aspectos 
como edema, friabilidade, granulações e ulcerações superficiais ou profundas com secreção 
muco purulenta. Nas fases mais avançadas, podem ser visíveis redução da mobilidade cólica, 
estreitamentos luminais e também pseudopólipos. Na fase quiescente, o aspecto de mucosa é 
seco, irregular, com granulações puntiformes 
• A RCUI por ser doença recorrente apresenta um prognóstico imprevisível para cada caso 
individualmente. De um modo geral, é de um prognóstico preocupante, exigindo vigilância 
constante nos casos mais benignos e controle medicamentoso nos de evolução mais grave, 
tornando-se algumas vezes incapacitante. 
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
(medicamentos dose e posologia) 
• Na RCU e DC ativas, de intensidade moderada a grave, a prednisona oral (0,75-1mg/kg/dia, 
em geral, sem necessidade de ultrapassar 60mg/dia) está indicada para induzir a remissão 
clínica da doença, mas deve ser evitada por longos períodos (> 2-3 meses), ainda que em doses 
baixas; 
• Em casos graves, internados, pode ser administrada hidrocortisona, 100 mg IV, a cada 6 ou 8 
horas, e, em seguida, substituída por prednisona oral (em doses equivalentes sem necessidade 
de ultrapassar 60 mg/dia), tão logo o estado do paciente permita 
• Os imunossupressores são eficazes na manutenção da remissão na DC e RCU e auxiliam na 
retirada do corticoide em pacientes corticoide-dependentes (A dose de AZA e 6-MP é de 2-3 
mg/kg/dia e 1-1,5 mg/kg/dia, respectivamente.) 
• Ciclosporina age reduzindo a produção de interleucina-2 (IL-2) pelas células T auxiliadoras 
(“T-helper”). Mostrou-se eficaz no tratamento de resgate na RCU grave, não responsiva após 
5-10 dias de corticoterapia intravenosa. A dose atual recomendada é de 2 mg/kg/dia, IV, 
infusão contínua, por 1 a 2 semanas, seguida da administração oral de outra droga de 
manutenção; 
• A dose recomendada de infliximabe é de 5 mg/kg nos tempos 0, 2 e 6 semanas, por via 
intravenosa, seguida de manutenção a cada 8 semanas 
• - Mesalazina: 
2,4 a 4,8g/dia – na fase ativa 
1,5 a 3,2g/dia – manutenção 
• Sulfassalazina: 
3 a 6g/dia – na fase ativa. 
2 a 4g/dia – manutenção. 
• O tratamento cirúrgico pode ser empregado e apresenta bons resultados; 
 
 
TEMA: SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL 
DEFINIÇÃO: 
• A Síndrome do intestino irritável (SII) é caracterizada por desconforto ou dor abdominal 
recorrente que é acompanhada por pelo menos 2 dos seguintes: alívio com a defecação, 
mudança na frequência de evacuação ou alteração na consistência das fezes. 
• A causa é desconhecida, e a fisiopatologia não é completamente compreendida. 
• O diagnóstico é clínico. 
• O tratamento é sintomático, consistindo em manejo dietético e tratamento farmacológico, 
incluindo anticolinérgicos e agentes que atuam nos receptores de serotonina. 
FATORES DE RISCO 
• Pacientes submetidos a níveis maiores de estresse; 
• Alguns pacientes têm distúrbios de ansiedade, depressão ou um transtorno de somatização. 
SINTOMATOLOGIA: 
(Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) 
• Obstipação intestinal ou diarreia (ou alternância entre os quadros) 
• Dor ou desconforto abdominal, geralmente cólicas, geralmente ocorre alívio com defecação. 
• Os pacientes também podem ter sintomas anormais de passagem das fezes (esforço, urgência 
ou sensação de evacuação incompleta), passagem de muco ou queixar-se de inchaço ou 
distensão abdominal. 
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO 
(exame clínico e complementares, se necessário) 
HISTÓRIA: Os critérios de Roma são critérios padronizados com base em sintomas para o diagnóst ico 
de SII. Os critérios de Roma requerem a presença de dor ou desconforto abdominal durante pelo menos 
3 dias/mês nos últimos 3 meses, juntamente com ≥ 2 dos seguintes: 
• Melhora com a defecação 
• Início (de cada episódio de desconforto) associado com uma alteração na frequência de 
defecação 
• Mudança na consistência das fezes 
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
(medicamentos dose e posologia) 
• Apoio e compreensão 
• Dieta normal, evitando alimentos produtores de gases e diarreia 
• Aumento da ingestão de fibras para constipação 
• O tratamento farmacológico é direcionado aos sintomas principais. 
 
TEMA: CIRROSE HEPÁTICA E SUAS COMPLICAÇÕES 
DEFINIÇÃO: 
É um processo patológico irreversível do parênquima hepático. É o estágio terminal de 
todas as doenças hepatocelulares. Após a morte celular e a deposição de tecido fibroso 
no parênquima hepático, há perda de sua arquitetura lobular e vascular normal e 
formação de nódulos de regeneração. Geralmente, há diminuição do tamanho e 
aumento da consistência do fígado. 
Todas as funções do órgão são dimunuídas, e, assim, advêm complicações como perda 
de massa proteica, desnutrição, ginecomastia, ascite, hipertensão portal, tendência a 
hemorragia, encefalopatia hepática, síndrome hepatorrenal, icterícia etc.. 
 
FATORES DE RISCO: 
- Homens acima de 55 anos 
- Histórico familiar (deficiência de alfa-1-antitripsina, Doença de Wilson, 
hemocromatose, fibrose cística, talassemia) 
- Etilismo 
- Episódios pregressos de hepatite 
- Hiperlipidemia, diabetes, obesidade 
- Doenças autoimunes (Hepatite autoimune, cirrose biliar primária) 
- Uso crônico de medicamentos (hepatite induzida por drogas) 
SINTOMATOLOGIA: 
1) Sinais do complexo “Hiperestrogenismo-Hipoandrogenismo”: 
 
- Eritema palmar, telangiectasias (aranhas vasculares), Ginecomastia, Atrofia 
testicular, Perda da libido, lisfunção erétil, Rarefação de pelos 
 
2) Sinais de Hipertensão Portal: 
 
- Ascite, Varizes de esôfago e fundo gástrico – sangramento digestivo, Esplenomegaliacongestiva – hiperesplenismo – pancitopenia; Circulação portal visível (“cabeça de 
medusa”); Síndrome da Hipertensão Portopulmonar. 
 
3) Sinais de Insuficiência Hepatocelular Descompensada (estágio muito 
avançado): 
- Icterícia; Encefalopatoa hepática; Coagulopatia; Hipoalbuminemia – anasarca; 
Desnutrição; Imunodepressão; Síndrome hepatorrenal e hepatopulmonar. 
 
Alguns dados importantes: 
GLA: albumina sérica – albumina do líquido ascético 
GLA> 1,1 g/dL = Hipertensão Portal. 
GLA< 1,1 g/dL = ausência de Hipertensão Portal. 
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO: 
- Anamnese e exame físico; 
- Exames laboratoriais: AST (TGO), ALT (TGP) – podem estar normais. Fosfatase 
Alcalina, Gama-GT, Bilirrubinas, Albumina, TP, TAP, gamaglobulina, Sódio sérico, 
Hemograma (pancitopenia) 
- Exames de imagem: USG, TC, RM. 
- Biópsia hepática: padrão ouro (evitar realizar quando exames de imagem e 
laboratoriais somados à clínica sejam sugestivos de cirrose avançada, porque a biópsia 
torna-se desnecessária ou até prejudicial). 
 
Classificação de Child-Turcotte modificada por Pugh 
 
PARÂMETRO PONTOS 
 1 2 3 
Ascite Ausente Facilmente controlável Mal controlada 
Bilirrubina (mg/dL) < 2 2 a 3 > 3 
Albumina (g/dL) > 3,5 3,5 a 3 < 3 
T. de Protrombina 
- seg prolongados 0-4 4 a 6 > 6 
- INR < 1,7 1,7 a 2,3 > 2,3 
Encefalopatia Ausente Graus I a II (mínima) Graus III a IV 
(avançada) 
 
PONTUAÇÃO GRAVIDADE Sobrevida em 1 e 2 anos 
5 a 6 Grau A Cirrose compensada 100% a 85% 
7 a 9 Grau B Dano funcional significativo 80% a 60% 
10 a 15 Grau C Cirrose descompensada 45% a 35% 
 
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
O tratamento depende da sintomatologia e da presença de complicações. 
Sendo assim, o tratamento da cirrose hepática pode ser didaticamente dividido em 
cinco pontos: 
- Terapia antifibrótica 
- Terapia nutricional 
- Tratamento específico da causa 
- Tratamento das complicações da cirrose 
- Transplante hepático 
Colchicina, propiltiouracil, interferon, lecitina poli-insaturada e o S-adenosil-
metionina podem ser usados no sentido de retardar a fibrose ou mesmo revertê-la. 
 - Se tiver ascite: Dieta hipossódica, uso de diuréticos nos pacientes com função renal 
comprometida (100 mg de espironolactona pela manhã), podendo combinar um 
diurético de alça, como 40 mg de furosemida. Paracentese de alívio indicada em casos 
refratários ao uso de diuréticos. Descompressão portal com TIPS: alternativa em casos 
que não respondem ao tratamento clínico. 
- Síndrome hepatorrenal: o tratamento mais efetivo é o transplante de fígado. 
É importante salientar as medidas comportamentais. Abandonar o etilismo e dieta são 
essenciais e tem grande valia. 
 
TEMA: HIPERTENSÃO PORTAL 
DEFINIÇÃO: 
 Representa a complicação de várias doenças. 
 Afecções que podem cursar com hipertensão portal: cirrose, forma hepática ou 
esplênica da esquistossomose, neoplasias do fígado, das vias biliares ou do 
pâncreas; fenômenos tromboembólicos de veia porta e moléstias supra-hepáticas 
(insuficiência cardíaca direita e oclusão da veia cava inferior). 
 Pressão vascular é resultado da interação entre o fluxo sanguíneo e a resistência do 
vaso. Pressão portal pode aumentar por: aumento do fluxo sanguíneo; aumento 
da resistência vascular; ou ambos. 
 
FATORES DE RISCO: 
 Uso abusivo de álcool 
 Contato prévio com vírus da hepatite ou residência em área endêmica; 
 Transmissão de sangue; 
 Uso de drogas injetáveis; 
 “Preferência” sexual; 
 Uso de drogas hepatotóxicas; 
Importante lembrar: hipertensão portal é mais frequentemente causada por cirrose 
hepática (em países desenvolvidos) e pela esquistossomose (em áreas endêmicas); 
 
SINTOMATOLOGIA: 
 Usualmente assintomática (sinais e sintomas decorrentes de complicações); 
 Principais consequências: varizes gastroesofágicas, ascite e hiperesplenismo. 
 Pacientes podem apresentar: sangramento gastrointestinal, ascite associada a 
edema periférico ou a esplenomegalia associada a plaquetopenia e leucopenia. 
 Outros sintomas: encefalopatia hepática, baqueteamento digital; taquicardia de 
repouso, ictus impulsivo e redução nos níveis de PA; taquipneia, dispneia de 
esforço. 
 
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO: 
Critérios clínicos 
 Realizar anamnese completa; 
 Perguntar sobre antecedentes pessoais e hábitos de vida (uso de álcool, 
sorologia para vírus B e C da hepatite; moradia, transfusões sanguíneas, entre 
outros); 
 Exame físico com identificação de desvio de sangue pela veia umbilical 
recanalizada, em direção às veias epigástricas (“cabeça de medusa” na região 
umbilical); 
Exames de imagem 
 Endoscopia digestiva alta: presença de varizes gastroesofágicas, possível 
sangramento no mesmo local; 
 Ultrassonografia: presença de esplenomegalia, ascite, circulação colateral 
portossistêmica (achado mais importante); 
 Ressonância magnética: permite visualização do sistema porta, inclusive, 
processos trombóticos, direção de fluxo sanguíneo (exame seguro e confiável); 
Métodos invasivos 
 Arteriografia de tronco celíaco 
 Portografia transparieto-hepática 
 Supra-hepatografia 
 
Prognóstico: relacionado ao grau de reserva do paciente; medicamentos e 
procedimentos endoscópicos diminuem risco de sangramento, todavia, a longo prazo, 
não interferem na mortalidade. 
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
Uso de medicamentos com o objetivo de manter o gradiente de pressão da veia hepática 
abaixo de 12 mmHg: beta-bloqueadores não seletivos (propranolol 20 a 40 mg/dia, duas 
tomadas; nalodol: 40 mg em dose única;); 
Pacientes que não respondem ao tratamento: TIPS ou shunt portocava cirúrgico; 
Tratamento de doença base; 
 
 
 
 
PANCREATITE AGUDA 
Processo inflamatório agudo de etiologia variada, cuja principal causa é a colelitíase. 
Fatores de Risco: Alcoolismo, litíase biliar, cirurgia abdominal, certos medicamentos e tabagismo. 
Sintomatologia 
- Dor abdominal de intensidade variável (epigástrio + hipocôndrio direito) com irradiação para o dorso. 
- Dor continua que pode durar horas a dias e pode ser precipitada por ingestão de álcool ou alimentos. 
- A melhora pode ser obtida por decúbito lateral e a flexão das coxas sobre o abdome, além de aspiração 
gástrica e jejum. 
- Náuseas e vômitos podem acompanhar. 
- Observa-se também parada de eliminação de gases com distensão abdominal – instalação do íleo 
paralitico. 
- Na forma branda, que inclui grande maioria dos casos, as manifestações cursam com mínima 
repercussão sistêmica que melhora com reposição de líquidos e eletrólitos. 
- Exame físico: taquicardia, sudorese, desidratação e palidez cutaneomucosa. Hipersensibilidade e dor 
localizada a palpação profunda. Em casos graves, pode se observar icterícia e cianose. 
- Pode haver sinais de SIRS e sinais de disfunção orgânica e levar a instalação de quadro de choque. 
- Hiperglicemia leve e transitória é frequente. 
- Hipocalcemia pode ser notada no segundo ou terceiro dia de instalação. 
- Sinais de hemorragia retroperitoneal: Sinal de Cullen e Sinal de Grey-Turner. 
Diagnóstico 
1. Dor 2. Amilase/lipase > 3x o limite superior 3. Exame de imagem 
Conduta 
- Investigar se há etilismo, litíase biliar e medicações 
- Solicitar exames 
A) LABORATORIAIS 
1. Hemograma 2. Amilasemia 
3. Lipasemia – após terceiro dia da doença 4. Calcemia 
5. Glicemia 6. Enzimas hepáticas (AST/ALT, FA) 
B) RX simples do abdome (alça sentinela ou/e sinal do colón amputado) 
C) RX do tórax – avaliar a possibilidade de derrame pleural 
D) USG- fazer de início clínico e para investigação da litíase – pode demonstrar áreas de hipoecogenicidade 
(necrose ou hemorragia ou apenas aumento da glândula), cistos, abscessos e alterações das vias biliares. 
E) TC – dúvida e estadiamento– não é necessário na forma branda, mas está indicada para análise das 
complicações da PA grave 
F) Colangiopancreatografia retrograda endoscópica (CPRE) – benéfico na PA biliar com colestase e 
colangite - deve ser feita nas primeiras 24 horas quando em urgência na colangite. 
G) Colangiorressonância – suspeita de coledocolitíase sem icterícia e/ou colangite. 
Tratamento e recomendações 
1. Analgesia 
2. Monitorização das funções orgânicas 
3. Reposição de fluidos – em casos de vômitos, febre, sudorese... 
4. Jejum 
5. Cirurgia é indicada para resolver condições associadas – necrose infectada, abscessos, fistulas, 
urgência na colecistite (toda pancreatite aguda biliar é indicada a colecistectomia na mesma 
internação) e pseudocistos. 
6. Promoção de saúde: Álcool, tabagismo e medicações. 
 
PANCREATITE CRÔNICA 
Lesões progressivas ao parênquima pancreático 
Fatores de risco 
• Uso abusivo de bebida alcoólica 
• Idoso do sexo masculino 
• Desnutrição proteico-calorica 
• Fator hereditário 
• Câncer associado 
Sintomatologia 
• Emagrecimento 
• Desnutrição 
• Esteatorreia 
• Dor 
• Diabetes Mellitus 
• Avitaminose – KADE 
• Icterícia 
• Dependência de opioides para controle da dor 
• Dor a palpação epigástrica 
Diagnóstico 
• Calcificações à nível de L1 no RX/TC de abdome 
• USG/TC pode demonstrar pâncreas alterado 
• CPRE também pode ser indicado 
• Elastase fecal negativo 
Tratamento 
• Cessar uso de álcool 
• Analgésicos (atentar para a dependência com opioides) 
• Redução do volume alimentar (bem como quantidade de gordura) 
• Pancreatina: extrato pancreático suíno para reposição de enzimas 
• Tratar diabetes 
 
Cirurgia 
• Em casos complicados (pseudocistos, ascite pancreática...) 
• Quando há câncer associado (pancreatotectomia e pancreatojejunostomia) 
• Litotripsia de cálculos pancreáticos 
 
TEMA: Doença celíaca 
DEFINIÇÃO 
 Representativa da Síndrome de má absorção, a doença celíaca é uma afecção difusa e 
crônica da mucosa do intestino delgado proximal, constituindo o exemplo mais representativo 
de comprometimento global do epitélio de absorção, pois provoca má absorção de todos os 
nutrientes. 
 
FATORES DE RISCO 
 A doença se desenvolve devido a fatores genéticos que predisponham a uma reação 
inflamatória da mucosa intestinal ao glúten presente em vários cereais, principalmente no 
trigo e seus derivados. 
 
SINTOMATOLOGIA: 
(Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) 
 Nas manifestações intestinais os sintomas que classicamente sugerem o diagnóstico 
de doença celíaca são distensão abdominal, diarreia crônica e perda de peso. Em crianças 
com idade inferior a 2 anos, geralmente, é possível uma forma mais agressiva da doença e 
podem ocorrer diarreia crônica, atraso de crescimento, distensão abdominal e vômitos. 
 Com relação a malabsorção, temos sinais e sintomas frequentes: as deficiências 
nutricionais subclínicas e a densidade mineral óssea pode estar alterada, mesmo na infância. 
Poderá estabelecer-se um grande espectro de malabsorção, incluindo anemia devido à 
deficiência de ferro e/ou de ácido fólico e, menos frequentemente, de cobalamina. Os níveis 
de cálcio sérico e das vitaminas lipossolúveis D e, menos frequentemente, K podem ser 
baixos. 
 As alterações neurológicas são frequentes na doença celíaca do adulto e incluem a 
presença de neuropatia periférica, perdas de memória e ataxia. Podem ocorrer alterações no 
sistema reprodutor; na mulher encontram-se perturbações específicas, tais como menarca 
tardia, amenorreia, menopausa precoce e, eventualmente, infertilidade; no homem, a 
impotência sexual, diminuição da atividade sexual e alterações morfológicas e funcionais dos 
espermatozoides são também frequentes. 
 
-O senhor(a) vem apresentando diarreias? 
-O senhor(a) vem apresentando tremores paralisias e dores musculares (tetania)? 
-O senhor(a) sabe me dizer se houve algum problema no seu desenvolvimento quando 
jovem? 
 
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO 
(exame clínico e complementares, se necessário) 
 O diagnóstico definitivo repousa na positividade de testes sorológicos, 
particularmente a determinação do anticorpo antitransglutaminase tecidual, no achado das 
alterações morfológicas do epitélio intestinal através da biópsia e na constatação da melhora 
rápida que se segue à retirada completa do glúten da dieta. 
 
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
 O tratamento da doença celíaca baseia-se nos seguintes pontos: iniciar uma dieta sem 
glúten, monitorizar o progresso clínico, assegurar apoio regular com dietista, fornecer 
suplementos de nutrientes, se necessário ferro, ácido fólico, cálcio, monitorizar adesão à dieta 
com testes seriados com anticorpos e repetir biópsia intestinal se a evolução clínica não for 
adequada. 
 
 
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Doença Hemorroidária 
Fístulas, fissuras e abcessos anais 
Doença Diverticular do Colón 
Obstrução Intestinal 
Megacolón ChagásicoTEMA: HEMORRÓIDAS 
DEFINIÇÃO 
A doença hemorroidária surge quando há congestão, dilatação e aumento dos corpos 
cavernosos do canal anal formando grandes emaranhados vasculares, submucosos e/ou 
subcutâneos, flexíveis, que se enchem de sangue, constituindo os mamilos hemorroidários. 
FATORES DE RISCO 
• Veia varicosa • Fator degenerativo • Excessivo esforço defecatório pela dieta pobre em 
resíduos (fibras) e pouca ingestão de líquidos • Presença de hiperplasia vascular • Presença 
das comunicações arteriovenosas, muito calibrosas, na submucosa do canal anal. 
• constipação intestinal •abuso de laxativos (em especial, os catárticos) •diarreia crônica 
•gravidez (pelo aumento da pressão intraabdominal) •posição bípede do ser humano. 
•hereditariedade (fragilidade dos vasos) •idade • uso frequente de lavagens •obesidade 
 • cirrose hepática •trombose da veia porta. 
SINTOMATOLOGIA: 
•Assintomática 
• Sintomática: 
• Sangramento – mais frequente, e, às vezes, o primeiro a manifestar-se. O sangue pode ser 
observado somente no papel higiênico durante a higiene anal e/ou gotejando ou ocorrendo 
em jato no vaso sanitário durante e/ou imediatamente após a evacuação. Esporádico, 
vermelho-vivo, pouco volumoso e relacionado com a evacuação. 
• Prolapso – durante o ato evacuatório ou durante as atividades físicas. 
• Exsudação perianal – corresponde à umidade da pele perianal causada pela presença de 
muco nessa região, decorrente, sobretudo, da irritação da mucosa dos mamilos 
hemorroidários internos prolabados. Acompanha-se, em geral, pela dermatite e pelo 
prurido anal. 
• Desconforto anal – sem dor anal, porque a simples presença de doença hemorroidária não 
dói. O que dói são as complicações. 
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO 
Anamnese + exame físico + anuscópio + retossigmoidoscopia flexível 
Avaliação dos hábitos evacuatórios e alimentares dos pacientes, do uso de laxativos, da 
existência de doenças anteriores ou de cirurgias no trato digestivo. Deve-se questionar, 
também, a existência de doenças gastrintestinais nos familiares. 
Classificação: 
-Mamilo hemorroidário interno – Em todos os graus há sangramento 
 • 1° GRAU. Mamilo hemorroidário interno que não prolaba pelo canal anal quando da 
evacuação ou aos esforços; 
 • 2° GRAU. Quando ele prolaba através do canal anal durante o esforço evacuatório, 
exteriorizando-se pelo ânus, porém retraindo-se, espontaneamente, cessado esse esforço; 
• 3° GRAU. Mamilo que prolaba à evacuação e/ou aos esforços e não retoma 
espontaneamente, necessitando ser recolocado digitalmente para o interior do canal anal; 
 • 4° GRAU. Mamilo interno permanentemente prolabado pelo canal anal (lado externo), 
sem possibilidade de ser recolocado para o interior do canal anal. 
-Mamilo hemorroidário externo – Caracteriza-se por dilatações dos vasos subcutâneos do 
anoderma, formando um abaulamento de consistência mole, indolor e, às vezes, de 
coloração vinhosa. 
 -Mamilo hemorroidário misto - existência, concomitante, de mamilos internos e externos 
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
• Depende dos sintomas e de seu tipo e gravidade 
• Assintomática – não necessita de tratamento específico, somente de cuidados higiênico-
dietéticos 
• Sintomas discretos e esporádicos (grau 1 e início do 2) – tratamento clínico 
- Manejo higiêno-dietético: evacuar sempre que sentir desejo, provocar amolecimento das 
fezes e diminuição do tempo de trânsito intestinal, proibição do uso de laxativos, em 
especial dos catárticos, dieta rica em fibras (essa medida deve ser adotada até mesmo 
naqueles pacientes que precisam de intervenção mais agressiva), indicar a ingestão 
abundante de líquidos e evitar AINE e evitar uso de bebidas alcoólicas, pimentas e 
condimentos pela ação irritante sobre a mucosa do canal anal. 
- Cuidados locais: deve-se proibir a utilização de papel higiênico para limpeza anal, 
substituindo-o por banhos de assento com água morna. 
- Medicação tópica: para aliviar o desconforto local, fazendo-se uso de pomadas e/ou 
supositórios à base de anestésicos e anti-inflamatórios. 
- Drogas vasoativas: indicada para complementar o tratamento clínico. 
- Tratamento ambulatorial de hemorroidas internas: 
 Uma opção de abordagem: 
 • 1° grau: crioterapia ou fotocoagulação; 
• 2° grau: fotocoagulação ou ligadura elástica; 
• 3° grau: ligadura elástica; 
 • 4° grau: hemorroidectomia (grampeamento) OBS.: Quando a manipulação da dieta não 
funciona, o tratamento mais agressivo pode ser necessário; essas medidas podem ser 
aplicadas a graus 1, 2 e 3 de hemorroidas internas. A menos que o paciente tenha o quarto 
grau de hemorroidas internas, normalmente se tenta. 
•Tratamento cirúrgico – é o tratamento curativo. 
 Pacientes que apresentam mamilos hemorroidários externos ou mistos – 
hemorroidectomia. Uso de antibioticoprofilaxia. Deve-se tomar cuidado com o esfíncter 
anal interno, pois sua lesão poderá acarretar graus variáveis de incontinência fecal. o 
Hemorroidectomia aberta – mantem-se a área de dissecção aberta para a sua cicatrização 
por segunda intenção o Hemorroidectomia fechada – fechamento das feridas operatórias 
com sutura contínua 
 
 
TEMA: FISSURA ANAL 
DEFINIÇÃO: 
Uma fissura anal é uma lesão ulcerada linear situada no anoderma do canal anal. 
Raramente ultrapassa a linha pectínea e a anocutânea. Sua localização predominante é 
na região posterior do canal anal, correspondendo a 85,5%. A fissura anterior ocorre 
em cerca de 10,5% dos enfermos e a simultaneidade de ambas, anterior e posterior, em 
4% deles, sendo sua localização lateral rara. 
"Tríade fissurária" → fissura anal + plicoma sentinela na borda da pele + papila anal 
hipertrófica na linha pectínea Obs.: Qualquer fissura que não esteja localizada na 
posição anterior ou posterior ou que não cicatriza e múltiplas fissuras deve alertar o 
médico para a possibilidade de outros diagnósticos, tais como doença de Crohn, 
tuberculose, sífilis, câncer de células escamosas, úlcera leucêmica ou uma úlcera 
relacionada ao HIV, que pode ser de origem virai ou neoplásica. 
FATORES DE RISCO: 
• Fator traumático: esforço evacuatório, constipação intestinal crônica, passagem de 
fezes endurecidas ou diarreicas, uso de papel para higiene local 
• Fator anatômico: "espaço de Brick" – quando o ânus se abre para a passagem das 
fezes, é nesse ponto onde há a menor distensibilidade, tornando-o mais vulnerável ao 
trauma 
• Fator vascular: a comissura posterior é menos vascularizada, quando comparada às 
outras regiões do ânus 
• Hipertonia esfincteriana 
SINTOMATOLOGIA: 
A fissura anal, em geral, é única 
→ Dor anal - principal sintoma. É intensa, penetrante e aguda, do tipo latejante ou em 
queimação, apresenta intensidade máxima durante ou imediatamente após a evacuação 
ou a distensão do canal anal. Produz a sensação de estar rasgando ou cortando o ânus 
de forma aguda durante a passagem das fezes. Muitas vezes, essa dor se estende de 
forma espasmódica até a região genital, às costas ou aos membros inferiores, podendo 
manter-se por horas depois da evacuação. 
→ Obstipação intestinal 
→ Sangramento – vermelho vivo, sempre relacionado com a evacuação 
→ Irritação perianal devido a secreção de muco associada ou não ao prurido local 
→ Infecção local – ver complicação abaixo. É classificada de acordo com a duração de 
seu quadro clínico, em aguda ou crônica: Fissura anal aguda: Caracteriza-se por uma 
lesão em forma de fenda, estreita e superficial, sem elevação das bordas e com curto 
período de sintomas, variando de dias a 2 ou 3 meses. Fissura anal crônica: A lesão 
torna-se mais profunda, com bordos bem definidos e salientes, caracterizando sua fase 
crônica, em geral com mais de 6 meses de duração. 
DIAGNÓSTICO: 
Anamnese + Exame proctológico. 
Ao exame proctológico: Inspeção anal mostra a fissura. Afastamento das nádegas pode 
já ser doloroso. O exame digital do ânus é muito doloroso e o toque retal, com 
frequência, só é possível apósanalgesia local. Ao realizá-lo, deve-se observar a 
presença ou não de papila hipertrófica e verificar a intensidade do espasmo 
esfincteriano. 
Complicações: 
Lesão fissurária vai se aprofundando no anoderma, até alcançar o músculo esfíncter 
anal interno. Isso agrava a dor local, acarretando o espasmo esfincteriano reflexo 
contínuo e responsável pela dificuldade evacuatória subsequente. A infecção da lesão 
pode ocorrer em qualquer momento e estender-se para os tecidos adjacentes, formando 
um abscesso interesfincteriano ou perianal. Quando esse abscesso drena 
espontaneamente, produz uma fístula baixa. 
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
Na presença de fissura anal aguda, quando a hipertonia do músculo esfíncter anal 
interno não é muito intensa 
→ Tratamento clínico 
• Dieta rica em fibras, boa ingesta de líquidos, atividade física 
• Proíbe-se o uso de papel higiênico na limpeza local, condimentos, bebidas alcoólicas 
e a utilização de laxativos catárticos 
• Banhos de assento em água morna 
• Pomadas cicatrizantes – Vitamina A 
• Pode-se associar o uso de cremes anestésicos 
• Analgésico simples/ AINE Tratamento farmacológico: “esfincterotomia química” 
• Óxido nítrico - Utiliza-se a pomada tópica de glicerila trinitrato (GTN) a 0,2%, 2 
vezes/dia, durante o mínimo de 4 semanas, ou a solução cremosa do dinitrato de 
isossorbida a 1 ou 2%, 3 vezes/dia, também durante 4 semanas. Complicações: cefaleia, 
hipotensão ortostática 
• Bloqueadores do canal de cálcio – nifedipino tópico, uso oral não é eficiente, ou 
creme de diftiazem 
• Toxina botulínica Tratamento cirúrgico: Quando há falha do tratamento 
farmacológico ou fissura crônica. Deve ser feita avaliação pré-operatória. 
• O tratamento padrão para as fissuras anais crônicas, cujo componente fisiopatológico 
principal é a hipertonia intensa do músculo esfíncter anal interno, é a esfincterotomia 
interna lateral. Melhor resposta quando há hipertonia. 
• Avanço de retalho de anoderma – indicada em pacientes com pressão de repouso 
normal ou diminuída. 
Pós-operatório: igual tratamento clínico 
 
TEMA: ABCESSO ANORRETAL 
DEFINIÇÃO: 
Os abscessos são processos infecciosos agudos, supurativos, caracterizados por 
coleções purulentas na região anorretal. Sua etiologia principal é a criptoglandular, pela 
infecção de uma cripta anal e consequente contaminação glandular. 
FATORES DE RISCO: 
- Qualquer lesão anal que predispõe à infecção, como fissura, trauma. 
SINTOMATOLOGIA: 
• Dor - é o sintoma mais importante e característico, sendo, em geral, contínua e 
latejante, de intensidade variável de acordo com o volume da coleção purulenta, 
piorando à deambulação, ao sentar-se e até mesmo à evacuação, 
• Edema, 
• Eritema, 
• Sensibilidade acentuada, 
• Nos superficiais – dor, calor e hiperemia, 
• Febre, 
• Calafrios, 
• Tenesmos retal e urinário 
• Tumoração perianal 
DIAGNÓSTICO: 
Inspeção + Palpação + toque retal 
Exames: 
- Retossigmoidoscopia deve sempre ser realizada para avaliação de doenças 
concomitantes - - Ressonância magnética pélvica – pacientes com diagnóstico difícil 
ou duvidoso. É exame padrão ouro para demonstrar a presença de abscessos e/ou 
trajetos fistulosos 
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
Tratamento é cirúrgico – drenagem o Drenagem simples A ferida cirúrgica na pele 
deverá permanecer aberta até a total limpeza pós-operatória da cavidade do abscesso. 
o Drenagem e fistulotomia – faz-se drenagem do abscesso e a pesquisa da cripta 
infectada ou do seu orifício interno para evitar fístula Pós-operatório: antibiótico 
profilático, analgésicos e anti-inflamatórios orais, dieta rica em fibras, banhos de 
assento com permanganato de potássio após evacuações nos primeiros 7 dias pós-
operatórios, cuidados locais (curativos diários, inicialmente até 5 vezes/dia, com 
limpeza exaustiva da ferida operatória de drenagem, mediante sua lavagem com água 
corrente e sua proteção com gazes e pomadas analgésicas e anti-inflamatórias, até sua 
cicatrização total). 
 
TEMA: FÍSTULA ANAL 
DEFINIÇÃO: 
São caracterizadas por um ou mais trajetos que comunicam o canal anal e/ou o reto 
(mucoso) ao períneo (cutâneo). No canal anal, é onde se localiza o orifício interno do 
trajeto da fístula e, no períneo, o orifício externo. 
FATORES DE RISCO: 
- Drenagem de um abscesso 
SINTOMATOLOGIA: 
• Pela abertura externa pode-se ver sangue, pus (mais comum) e, às vezes, drenagem 
de fezes 
• Dor anorretal latejante, com a presença ou não de um abscesso anorretal prévio 
• Prurido perianal 
• Quando o pus se acumula se desenvolve dor 
• Dor ou a febre poderão estar presentes nos casos de fístulas com recidiva do processo 
infeccioso supurativo 
• Ao exame: presença de um ou mais orifícios externos, com bordas endurecidas, que, 
em geral, localizam-se próximo ao canal anal. 
DIAGNÓSTICO: 
Anamnese e Exame Físico 
Exames: 
Ressonância magnética da pelve – padrão ouro Se mais de 45 anos faz colonoscopia 
para rastreamento de câncer, se menos de 45 faz retossigmoidoscopia 
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
• Para abordagem conservadora, podemos utilizar a cola de fibrina (selante) injetada 
no seu trajeto 
• Tratamento cirúrgico – preferência o Fistulotomia o Outros: avanço de retalho A 
identificação cuidadosa do trajeto fistuloso é fundamental, podendo ser realizada com 
estilete ou, mais raramente, com injeção, em seu orifício externo, de água oxigenada 
ou de corante como o azul de metileno. 
 
TEMA: DIVERTICULITE
DEFINIÇÃO
Inflamação ou infecção de um ou mais divertículos pode cursar com abscesso ou perfuração.
O que pode favorecer maior risco de resíduos intestinais escaparem para a cavidade 
abdominal e provocarem peritonite.
FATORES DE RISCO 
Paciente com mais de 60 anos, dieta rica em alimentos processados e carboidratos, com 
pouca quantidade de fibras, sedentarismo, obesidade , tabagismo e AINES.
SINTOMATOLOGIA: 
(Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) 
Dor infraumbilical, que irradia para fossa ilíaca esquerda, a dor piora após a defecação e 
presença de febre. Nas fases iniciais é comum dor e ardor ao urinar e diarreia branda, 
raramente com sinais de sangue. Dor e sensibilidade são comuns em QIE, local onde os 
divertículos são mais numerosos.
Exame físico: a palpação é comum notar mecanismos de defesa após descompressão brusca 
do abdome, indicando irritação peritoneal, é comum também a presença de massa em QIE, se
a massa for próxima ao reto, é possível notar massa dolorosa via toque retal.
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO 
(exame clínico e complementares, se necessário) 
TC de abdome e pelve com contraste IV.
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
(medicamentos dose e posologia)
Diverticulite não complicada
✔ Paciente com sintomas mínimos e poucos sinais de inflamação podem ser tratados 
em casa- dieta líquida sem resíduos e antibióticos orais 
Ciprofloxacina 500 mg VO 12/12h + Metronidazol 500 mg VO 6/6h 7-10 dias 
✔ Paciente com sinais de inflamação: febre, leucocitose com desvio, dor a 
descompressão brusca em flanco e FIE devem ser internados- dieta zero, 
hidratação venosa e antibiótico parenteral
Imipenem 500 mg EV 6/6 h ou Meropenem 1 g EV 8/8 h
Após 4-6 semanas do fim do tratamento é indicado avaliar o intestino grosso para 
descartar neoplasia colorretal via colonoscopia.
Diverticulite complicada- abscesso, obstrução, formação de fístulas e perfuração livre 
com peritonite generalizada
✔ Tratamento cirúrgico de URGÊNCIA : peritonite generalizada por ruptura de 
abscesso ou divertículo ou obstrução intestinal total refratária;
Feita em 2 tempos:
Sigmoidectomia com colostomia terminal e fechamento do colo retal-Cirurgia de Hartmann
✔ Tratamento cirúrgico ELETIVO: os demais 
Ressecção do sigmóide com anastomose primária terminoterminal por sutura manual ou 
grampeador cirúrgico.
TEMA: Obstrução intestinal
DEFINIÇÃO
Interrupção do conteúdo luminal do intestino de forma habitual.
FATORES DE RISCO 
Cirurgiaabdominal ou pélvica anterior, hérnia de parede abdominal ou inguinal, doença 
inflamatória intestinal, história ou presença de neoplasia intestinal, radioterapia local prévia e 
ingestão de corpo estranho.
SINTOMATOLOGIA: 
(Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) 
Dor abdominal em cólica, borborigmo audível, vômitos, devido a obstrução ileal alta ocorre 
episódios de vômitos com bile e muco, já a obstrução ileal baixa ocorre vômitos com 
fecaloides.
Obstrução completa: constipação, parada de eliminação de gases;
Obstrução parcial: diarreia paradoxal
Obstrução por estrangulamento: taquicardia e taquipneia, alteração no nível de 
consciência, oligúria, febre e leucocitose.
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO 
(exame clínico e complementares, se necessário) 
Anamnese + exame físico
Avaliar presença de cicatrizes antigas, febre, durante a ausculta é possível notar peristalse 
exacerbada intercalados com silencio abdominal.
Exames complementares
Rx de abdome-tórax, abdome em pé e deitado
TC de abdome 
Proctossigmoidoscopia- suspeita de obstrução colônica
Colonoscopia é contraindicada pois pode ocasionar perfuração intestinal 
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
(medicamentos dose e posologia)
Tratamento clínico
Obstrução de delgado com presença de vômitos repetivos = sucção nasogástrica + hidratação 
venosa com soro fisiológico para aumentar a pressão venosa central, monitoramento da 
diurese
Tratamento cirúrgico
Laparotomia
TEMA:Megacólon chagásico
DEFINIÇÃO
O agente etiológico da Doença de Chagas, triatomíneos após serem alojados favorecem a 
destruição em massa das células ganglionares levando a distúrbios da motilidade intestinal, 
mais exuberantes nos segmentos distais, principalmente no reto, cursando com incoordenação
motora entre sigmoide e reto, que acarreta estase fecal e consequente hipertrofia das camadas 
musculares e dilatação colônica.
FATORES DE RISCO 
História pregressa de moradia em local endêmico, consumo de bebidas como açaí e caldo de 
cana-de-açúcar contaminados com triatomíneos.
SINTOMATOLOGIA: 
(Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) 
• Obstipação, de caráter insidioso e progressivo, que leva o paciente a ficar de dias a 
meses sem evacuações satisfatórias.
• Meteorismo, distensão abdominal e gases com dificuldade de eliminá-los.
• Dor abdominal cronica, tipo cólica, com intensidade variável, acompanhada de 
náuseas e vômitos.
• Fecaloma, que leva o paciente ao PS
Questionar sobre disfagia, alterações na fisiologia cardíaca, podem sugerir presença de 
outras forma chagásicas.
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO 
(exame clínico e complementares, se necessário) 
História do paciente + exame físico
Exame físico: distensão abdominal com timpanismo, podendo ser possível palpar fecaloma 
em flanco esquerdo.
Toque retal: dilatação da ampola com grande quantidade de fezes e por vezes fecaloma de 
consistência pétrea.
Exame de imagem: 
RX abdome
Enema baritado
Eletromanométrio do reto
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
(medicamentos dose e posologia)
• Paciente e fases inicias, de alto risco cirúrgico ou oligossintomático: dietas laxativas, 
restrição de alimentos obstipantes, uso de lactulose e polietilenoglicol, associado com
clisteres evacuadores.
• Pacientes com indicação cirúrgica:
Único tempo: sigmoidectomia com anastomose colorretal via abdominal (alto índice de 
recidiva)
Dois tempos: Técnica de Duhamel- Haddad
1º tempo: cólon é abaixado via abertura da parede posterior do reto logo acima da linha 
pectínea, depois é seccionado ao nível da reflexão peritoneal.
2º tempo: ressecção do cólon excedente (realizada 10-14 dias após 1º tempo)
TEMA: CA COLORRETAL 
DEFINIÇÃO 
É resultado da acumulação de mutações no epitélio intestinal. 
95% dos casos é de adenocarcinoma relacionados com os pólipos séssil ou pediculado. 
É um processo insidioso e lento (geralmente 10 anos). Displasia -> adenoma -> carcinoma 
Pode disseminar linfaticamente (linfonodomegalia perirretal), sanguínea (hepatomegalia ou 
derrame pleural), peritoneal (ascite) ou por continuidade (sintomas urinários). 
Tipos de lesões: Polipoides (Direito) lesão anular (Esquerdo) 
FATORES DE RISCO 
Mais comum em Idade superior a 60 anos, tende acometer mais homens que mulheres. 
Herança familiar (indivíduos abaixo de 50 anos) 
Síndromes hereditárias: 1. Polipose adenomatos familia (PAF) que pode apresentar como: 
Gardner (CA colorretal + doenças de tecido mole) ou Turcot (CA colorretal + CA SNC). 
 2. Síndrome de Lynch (CA Colorretal não poliposo hereditário) tem 
predileção pelo lado Direito. Pode associar com CA ginecológico, Prostata, Gástrico ... 
Fatores ambientais: dieta pobre em fibras e ricas em carne vermelha e carboidratos, 
obesidade, etilismo, tabagismo, infecção por Streptococcus bovis (endocardite). 
SINTOMATOLOGIA: 
(Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) 
Alteração do hábito intestinal crônico (obstipação (E) , diarreia (D) ou intercalar os 2 (E)) 
Perda ponderal: principalmente em homem idoso. 
Dor abdominal localizada ou inespecífica, dor pélvica. 
Anemia (descorado), astenia, diminuição do apetite (queixas inespecíficas) 
Sangramento intestinal (oculto lado E) hematoquezia e enterorragia (retal) 
Fezes finas (E); hemorragia digestiva baixa. 
OBS. Pct pode ser assintomático diagnosticado no rastreio. 
3 D: descorado, desnutrição e Dor abdominal 
 
Obs. Com esses sintomas tem q fazer diferencial com diverticulose e DII. Idade avançada é 
grande marcador para CA. 
 
Perguntas: 
Perdeu peso? Em quanto tempo? 
Alterou o habito intestinal? 
Como esta as fezes? Afilamento? Diarreia? Constipação? 
Tem dor abdominal 
Tem sangramento nas fezes? Melena? Hematoquezia? 
Tem sintomas urinários? (invasão de ureter, bexiga) 
Tem dor abdominal? Decálogo 
Tem historia de CA intestinal na família? 
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO 
(exame clínico e complementares, se necessário) 
Exame físico: Massa palpável, sangue na ponta da luva. 
 Exame proctológico (inspeção + anuscopia `+ toque retal) 
Exames de imagem: 
 RX de abdome com contraste (Enema baritado): sinal da maçã mordida 
 TC de abdome e pelve (+ tórax). 
 RN: melhor para CA de reto para ver os linfonodos. 
 PET para avaliar metástase e acompanha a resposta ao tratamento. 
 Colonoscopia com biópsia 
Exames laboratoriais: Hemograma, sangue oculto nas fezes, bioquímica básica, antígeno 
carcinoembrionário (CEA) tem valor de acompanhamento não tem valor diagnóstico. 
 
OBS Rastreio do CA esporádico: a partir do 50 anos colonoscopia a cada 10 anos. Paciente 
recusou devo pelo menos pesquisar sangue oculto nas fezes anual se + colono. Se historia 
familiar positiva faz colono a partir dos 40 anos de 5 em 5 anos.se colono não disponível 
pode ser retosigmoidoscopia flexível, enema baritado o colonografia tomográfica a cada 5 
anos 
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
(medicamentos dose e posologia) 
Ressecção endoscópica (mucosectomia) indicada no estadiamento M1 (epitélio) M2 (n passa 
a lamina própria). 
Cirurgia aberta ou videolaparoscópica: 
 Hemicolectomia direita com ileotransverso anastomose terminoterminal 
 Hemicolectomia esqueda com transversosigmoide anastomose terminoterminal 
 Retosigmoidectomia com colorreto anastomose se margem de 5cm da borda anal. Se 
acometimento do esfíncter indico amputação abdomino-perineal. 
 Colectomia total com anastomose ileorretal ou bolsa ileal se ressecar boa parte do 
reto: indicada para em pct com síndrome de Lynch, PAF e tumores sincrônicos 
Radiação endocavitaria:em lesões precoce distante no mínimo 10 cm da borda anal. 
Tratamento neoadjuvante: antes da cirurgia (diminuir o tamanho da lesão, estadiamento e 
aumentar sobrevida). 
 Quimioterapia. 
 Radioterapia (CA de reto) para tentar preservar o esfíncter. 
Tratamento adjuvante (após a cirurgia). 
 Quimioterapia : Folfox ou CapeOx de 3 a 6 meses em Pct estádio T3 ou T4 ou tem 
linfonodo acometido. 
 Radioterapia em CA de reto. 
Terapia complementar: Cesar tabagismo, etilismo, evitar obesidade. 
 Dieta rica em fibras (evidência de aumento da sobrevida em estádio I e III) e 
prevenção. 
Paliativo: cirurgia para tratar complicações com Ostomia, quimio, radio, imunobiológicos. 
Acompanhamento: consulta a cada 6 meses por 2 anos, dosar CEA a cada 6 meses por 2 
anos, TC tórax e abdome anual por 5 anos, colono no 1º e 3º ano depois a cada 5. 
 
Prognóstico: boa sobrevida em estadiamento iniciais . 
 Mal prognostico se obstrução, perfuração, ulceração e CEA >200ng/mL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Atendimento Inicial ao Paciente Grave 
Suporte Básico de Vida 
Insuficiência Respiratória Aguda 
Sepse 
Coma 
Dor torácica 
Cetoacidose 
Hemorragia Digestiva Alta 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEMA: ATENDIMENTO INICIAL AO PACIENTE 
GRAVE 
PRIORIDADE NO ATENDIMENTO NA EMERGÊNCIA: 
1) Rebaixamento agudo do nível de consciência; 
2) Alterações importantes nos sinais vitais: 
• FR > 30 ou < 8 irpm ou uso de musculatura acessória; 
• SatO2 < 90% 
• FC > 100 ou < 50 bpm 
• PAS < 90 mmHg 
• TEC > 4,5 s 
3) Pacientes com achados potencialmente emergenciais: 
• Precordialgia ou dor torácica; 
• Febre com suspeita de neutropenia; 
• Suspeita de obstrução de via aérea; 
• Alterações neurológicas agudas: afasia, convulsões, delirium 
• Hematêmese, enterorragia ou hemoptise; 
• Dor intensa; 
 PROCEDIENTOS INICIAIS: 
• MOV(E) 
o M: Monitorização cardioscópica, PA não invasiva e oximetria de pulso; 
o O: oxigenioterapia, se SatO2 < 90%; 
o V: acesso venoso calibroso (jelco 16 ou 18); 
o E: ECG, em caso de dor torácica com suspeita de SCA; 
• QUEIXA E DURAÇÃO DE FORMA OBJETIVA: 
o Objetividade é o principal determinante neste ponto; 
o Deve perguntar ativamente “O que o senhor está sentido agora?” “A que horas 
começou?” “Já sentiu isso antes?”, “Como é a dor: um aperto, uma queimação, uma 
pontada?” 
o Além disso, é fundamental esclarecer fatores associados, antecedentes patológicos 
relevantes e se o paciente utilizou medicamentos; 
• EXAME FÍSICO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OXIGÊNIOTERAPIA: 
 
DISPOSITIVO FiO2 Principais indicações: 
Cateter nasal de O2 Cada L/min aumenta em 3 a 
4% a FiO2; 
 
Uso de baixos fluxos: 5 
L/min 
Casos menos graves; IRpA 
sem shunt como mecanismo 
predominante; 
Máscara facial de Venturi Mistura ar-oxigênio 
 
FiO2 precisa (24 a 50%) 
 
Uso em altos fluxos 
Necessidade de precisão de 
titulação de FiO2 
Exacerbação de DPOC ou 
IRpA mista 
 
Máscara fácil de aerossol Combinações variáveis de O2 
e fluxos moderados; 
Qualquer IRpA hipoxemica 
não refratária a O2 
Mascara facial com 
reservatório 
Alta concentração (90 a 
100%) de O2 e altos fluxos 
IRA hipoxêmica com 
predomínio de shunt 
 
TEMA: SUPORTE BÁSICO DE VIDA 
CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA EXTRA HOSPITALAR: 
 
CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA INTRA HOSPITALAR: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEMA: INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA 
DEFINIÇÃO: 
• A insuficiência respiratória (IR) pode ser definida como a condição clínica na qual o 
sistema respiratório não consegue manter os valores da pressão arterial de oxigênio 
(PaO2) e/ou da pressão arterial de gás carbônico (PaCO2 ) dentro dos limites da 
normalidade, para determinada demanda metabólica; 
DIAGNÓSTICO: 
• Para sua caracterização, pontos de corte na gasometria arterial, como se segue: PaO2 < 
60 mmHg e PaCO2 > 45 mmHg; 
TRATAMENTO: 
• Os objetivos do tratamento de pacientes com IRpA incluem: alívio do desconforto 
respiratório com resolução dos sinais e sintomas relacionados à hipoxemia e/ou 
hipercapnia, reversão da acidose respiratória e da hipoxemia, além de uma oferta de 
oxigênio adequada aos tecidos do organismo. O tratamento é essencialmente de 
suporte enquanto “se ganha tempo” para correção do fator precipitante e a terapia da 
doença de base. 
 
 
 
 
 
TEMA: SEPSE 
DEFINIÇÃO: 
• A sepse pode ser definida como sendo uma disfunção fatal, causada por uma resposta 
desregulada do hospedeiro à uma infecção; 
• Para analise clínica, é importante caracterizar a disfunção por meio do uso de SOFA (maior 
ou igual 2) 
• Choque séptico deve ser definido como um subgrupo de sepse no qual anormalidades 
circulatórias, celulares e metabólicas particularmente profundas estão associadas a um risco 
maior de mortalidade do que com sepse isolada. 
• Pacientes em choque séptico são clinicamente identificados pelo seguinte critério: 
o Necessidade do uso de vasopressores para manter uma pressão arterial média de 
65 mmHg ou mais e um nível de lactato sérico maior que 2 mmol/L (> 18 mg / dL) 
na ausência de hipovolemia. 
FATORES DE RISCO 
• Pacientes submetidos a cirurgias contaminadas; 
• Pacientes com ITU, pneumonias e infecções abdominais; 
• Pacientes em uso de aparelhos invasivos, como sondas e cateteres; 
SINTOMATOLOGIA:(Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) 
• Possui sintomatologia variada a depender do sitio de infecção; 
• Em geral, a depender do tipo de disfunção orgânica, pode apresentar baixo debito urinário, 
febre, rebaixamento do nível de consciência, taquicardia, taquipneia, pulsos finos, etc; 
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO 
(exame clínico e complementares, se necessário) 
BEIRA DO LEITO: Quick SOFA: 
• Frequência respiratória de 22/min ou superior; 
• Alteração mental 
• Pressão arterial sistólica de 100 mmHg ou menos 
DIAGNÓSTICO: SOFA 
• O escore SOFA é considerado padrão ouro no diagnóstico da sepse e está relacionado a maior 
mortalidade; todavia não é prático, pois envolve parâmetros laboratoriais (plaquetas, 
creatinina, bilirrubinas). 
• O escore varia de 0 a 4, e uma pontuação igual ou superior a 2 do nível basal do paciente 
representa disfunção orgânica. 
• Avalia disfunção orgânica: renal, hepática, cardíaca, coagulação e do SNC; 
• SOFA igual ou maior a 2 é considerado diagnóstico de sepse; 
 
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
(medicamentos dose e posologia) 
Intervenções que devem ser realizadas em até 1h: 
• Medir o lactato; 
• Colher culturas; 
• Administrar antibioticoterapia de amplo espectro; 
• Administrar cristaloides 30 ml/kg; 
• Vasopressores se PAM > 65 mmHg; 
 
 
TEMA: COMA 
DEFINIÇÃO: falência dos mecanismos de manutenção da consciência, em que o indivíduo 
não demonstra conhecimento de si próprio e do ambiente, caracterizado pela ausência ou 
extrema diminuição do alerta comportamental, permanecendo não responsivo aos estímulos 
internos e externos e com os olhos fechados. 
EXAME: 
Pulso carotídeo: se ausente, iniciar ressuscitação cardiopulmonar imediatamente 
Fraturas de base de crânio: equimose periorbital, edema e descolamento da mastoide, 
otorragia, rinorreia, otorreia. 
Hipertensão intracraniana: anisocoria, papiledema, ultrassom com nervo óptico > 5mm 
Escala de coma de Glasgow: 
 
Padrão respiratório: normal, Cheyne-Stokes, respiração irregular, ventilação mecânica (FR 
maior que o aparelho ou igual), apneia 
Exame das pupilas: reflexo pupilar, dilatação/contração unilateral 
Alterações de pressão arterial 
Temperatura: pode haver hipotermia ou hipertermia 
CAUSAS: trauma cranioencefálico, acidente vascular encefálico, tumores cranianos, 
hidrocefalia aguda, sepse / choque séptico, epilepsia, crises hiperglicêmicas e hipoglicêmicas, 
hipoxemia, hipercapnia, distúrbios hidroeletrolíticos, encefalopatia hepática, intoxicações 
agudas 
CONDUTA: 
ABCD primário e secundário = fundamental via aérea, oxigenação e estabilização 
hemodinâmica 
Glicemia < 60 mg/dL = glicose 50% 100mL IV 
MOV = PA não invasiva, oxímetro, cardioscopia, oxigênio e acesso venoso para exames 
laboratoriais de emergência 
História clínica atual e pregressa 
Buscar causas reversíveis (administrar antídoto se intoxicação; antibiótico e corticoide se 
meningite) 
Intubação se não houver causa reversível 
TC após estabilização clínica 
 
 
TEMA: Dor torácica
DEFINIÇÃO
Dor torácica é uma queixa bastante comum no pronto-socorro. Entretanto, as 
etiologias são diversas, envolvendo principalmente os sistemas cardiovascular e pulmonar 
(mas também o musculoesquelético e gastrointestinal; além de etiologias psiquiátricas).
O estímulo doloroso é visceral, mas a dor é experimentada na superfície da pele. Isto 
acontece pela convergência de estímulos sobre o mesmo segmento da medula que recebe 
também estímulos da pele. 
FATORES DE RISCO 
A depender da etiologia.
SINTOMATOLOGIA: 
(Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação)
• Síndrome coronariana aguda
Sintomas: dor torácica em queimação e em peso ou aperto, que geralmente 
começou como um desconforto e foi piorando. Pode apresentar irradiação para MSE, 
ombros, pescoço ou mandíbula.
Sintomas associados: sudorese, palpitação, náuseas e dispneia.
• Síndromes aórticas agudas
Sintomas: dor súbita e muito intensa desde o início do quadro, com 
característica de dor em facada, podendo irradiar para região cervical, braços, 
epigastro e dorso.
Sintomas associados: sudorese, taquicardia e palidez.
Exame físico: assimetria de pressão e pulso entre os membros e sopro 
diastólico no foco aórtico.
• Tromboembolismo pulmonar 
Sintomas: dor torácica súbita, do tipo pleurítica, ventilatório dependente bem 
localizada e de caráter “em aguilhada”.
Sintomas associados: dispneia, hemoptise e sinal de TVP (trombose venosa 
profunda).
Importante pesquisar se o paciente tem histórico de cirurgia feita 
recentemente, de ter ficado muito tempo parado (como em viagens ou acamado), 
gravidez ou alguma doença que predispõe a formação de trombos.
• Pericardite 
A pericardite está associada principalmente a doenças infecciosas e 
reumáticas. 
Sintomas: a dor torácica na pericardite é de Início súbito, localizada em região
anterior e profunda do tórax, com irradiação para ombro ou dorso e piora na 
inspiração. Paciente relata melhora ao inclinar-se para frente. 
Caso o paciente evolua para tamponamento cardíaco é comum a apresentação 
da Tríade de Beck (hipotensão, turgência jugular e abafamento de bulhas cardíacas).
• Pneumotórax 
A dor torácica no pneumotórax é de início súbita, do tipo pleurítica, muitas 
vezes sem fator desencadeante. 
Sintomas associados: principalmente dispneia, taquicardia e cianose. 
Exame físico: à ausculta, redução do murmúrio vesicular; à percussão, 
hipertimpanismo. 
• Rotura de esôfago 
A dor torácica na rotura de esôfago é de localização retroesternal, em pontada 
e sem irradiação. 
Sintomas associados: sintomas respiratórios e gastrointestinais simultâneos 
(azia, pirose, dispepsia).
Na história clínica é importante buscar história de vômitos incoercíveis e 
sinais de sepse.
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO 
(exame clínico e complementares, se necessário)
Para que seja feito o diagnóstico é necessário fazer:
-História clínica (nunca esquecer o decálogo da dor) e exames físicos direcionados;
-ECG e a Radiografia do tórax deverá ser feito em todos os casos;
-MOV (monitorização, oximetria e venóclise) completo apenas caso necessário;
-Angiotomografia caso necessário;
-marcadores de necrose do miocárdio caso necessário.
O prognóstico vai depender muito da etiologia.
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
(medicamentos dose e posologia)
No caso da Síndrome coronariana aguda, precisa ser feito uma revascularização do 
miocárdio, que pode ser feito com o uso de trombolíticos (não pode ser usado em pacientes 
com dissecção aórtica, seu diagnóstico precisa ser descartado como precaução) ou 
angioplastia.
No caso de uma dissecção aórtica precisa ser usado betabloqueadores e nitroprussiato para a 
redução da PA. Cirurgia vascular pode ser necessária.
No tromboembolismo pulmonar o tratamento é feito com anticoagulante e trombolíticos.
 
Cetoacidose 
Complicação aguda do Diabetes Mellitus (DM) caracterizada por hiperglicemia, acidose metabólica, 
desidratação e cetose, na vigência de deficiência profunda de insulina. 
Acomete principalmente pacientes com DM tipo 1 e geralmente é precipitada por condições 
infecciosas, uso inadequado de insulina ou desconhecimento do diagnóstico de diabetes. 
Os principais fatores precipitantes da CAD são: 
• Omissão da insulinoterapia/problemas na bomba de insulina 
• Infecções (principalmente pulmonares) 
• Situações de stress agudo: IAM, AVE, choque.. 
• Gestação 
• Outras patologias associadas (acromegalia, hemocromatose, hipertireoidismo) 
• Abuso de substâncias (álcool, cocaína) 
• Uso de medicamentos: corticosteróides, diuréticos e agentes simpaticomiméticos 
Sintomatologia 
• Poliúria, polifagia, polidipsia e cansaço. 
• Anorexia, náuseas e vômitos, que podem agravar a desidratação. 
• Cefaleia, mal-estar, parestesia e dor abdominal também são comuns. 
• Alteração do nível de consciência, 
• A CAD pode ser a forma de apresentação inicial do DM. 
• O exame físico revela desidratação, commucosas ressecadas, turgor cutâneo diminuído e 
língua pregueada. 
• Há taquicardia, hálito cetônico (de “maçã passada”) e alterações do ritmo respiratório. 
(Inicialmente há taquipneia, que é seguida por ritmo de Kussmaul). 
• Pode ainda haver hipotensão arterial. 
• Dor abdominal (elevação do PGI2 e PGE2 pelo tecido adiposo) 
• Acidemia/Hipotermia/Rabdomiólise 
Diagnóstico 
Hiperglicemia (acima de 250 mg/dl) 
Acidose metabólica (pH < 7,2 e bicarbonato < 15 mEq/L) 
Cetonemia (ou cetonúria) 
 
Conduta: 
a) Solicitar avaliação laboratorial 
• Glicemia 
• Cetonemia/Cetonuria 
• Hemograma completo 
• Amilase e CPK 
• EAS 
• Sódio/Potássio 
• Gasometria arterial 
• Osmolaridade plasmática 
• ECG – útil para acompanhar alterações de concentração sérica de potássio e sua reposição. 
Tratamento 
Hidratação 
Insulinoterapia 
Correção de possíveis anormalidades hidro-eletrolíticas. 
TEMA: HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA 
DEFINIÇÃO: 
 São hemorragias que ocorrem proximais ao ligamento de Treitz; podem se 
apresentar como hematêmese ou melena. 
 Quadro clínico pode corresponder a várias definições. 
 HDA é cinco vezes mais frequente que HDB. Mais comum em homens, pessoas 
idosas e portadores de doenças crônicas. 
 
FATORES DE RISCO: 
 Frequentes: existência de úlcera gástrica e duodenal; lesão aguda da mucosa 
gastroduodenal; varizes esofágicas e lesão de Mallory-Weiss; 
 Menos frequentes: existência gastropatia, erosões gástricas; esofagite; 
telangiectasias; gastropatia hipertensiva portal; varizes gástricas; neoplasias; úlcera 
esofágica; duodenite erosiva; fístula aortoentérica, etc. 
 
SINTOMATOLOGIA: 
 Podem auxiliar na hipótese diagnóstica: dor abdominal, náuseas, vômitos, mudança 
de hábito intestinal, anorexia e perda de peso; 
 
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO: 
 Anamnese: bem orientada, no sentido de confirmar a existência de sangramento e 
possível uso de medicamentos; histórico de hemorragia anterior ou existência de 
sintomas ou condições que possam produzir lesões; importante para determinar a 
etiologia; 
 Exame físico: importante para obter informações sobre o local de sangramento; 
estimar volume perdido verificando-se frequência de pulso e PA com o paciente 
deitado, assentado e em posição ortostática (se possível); cor das mucosas e 
presença ou não de sudorese; 
 Pesquisar aparência do sangramento: melena (lesões de cólon direito com 
trânsito lento podem apresentar melena, ou seja, cuidado!); hematêmese (vômito 
com sangue vivo geralmente indica sangramento gastrointestinal); 
 Importante: dor à palpação abdominal, linfadenopatia, massa abdominal, 
esplenomegalia, hipertensão portal, insuficiência hepática, malformações 
vasculares, vasculites e coagulopatias; 
 Perguntar sobre: cirurgias prévias, radioterapia, etilismo, uso de tóxicos e 
procedência; 
 Exames complementares: hemograma e contagem de plaquetas; endoscopia 
(realizar em paciente hemodinamicamente estável!), exames radiológicos de tórax 
e abdome simples; arteriografia simples; cintigrafia; exames radiológicos com 
constraste baritado; 
 Prognóstico: mortalidade de 7 a 10%; mau prognóstico em idade avançada, 
sangramento de varizes, existência de outras comorbidades, choque ou hipotensão 
na admissão; sangramento ativo; coagulopatias; 
 
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
a) Avaliação imediata e estabilização do paciente; caracterizar gravidade do 
sangramento (discreto, moderado ou grave): 
b) Reanimação do paciente: 
 Infusão rápida de solução cristaloide para manter sinais vitais normais; 
 Oxigênio; monitorização de sinais vitais e débito urinário; 
 Intubação orotraqueal em caso de paciente não conseguir proteger a via aérea 
ou se haver risco de aspiração; 
c) Transfusão sanguínea: indicada para todos os pacientes com sinais vitais instáveis, 
sangramento contínuo ou baixa oxigenação; 
d) Medicamentos: antagonistas de receptores H2 ou inibidores de bomba de prótons 
(omeprazol ou pantoprazol; bolus 80 mg + seguido de infusão contínua de 8 mg/h 
durante 72h após hemostasia endoscópica); somatostatina (via intravenosa, dse de 50 a 
250 ug em bolus + seguida de 3,5 ug/kg/h, em solução salina, até 48 a 72h após o fim 
da hemorragia) e octreotídio (reduz pressão venosa portal e fluxo arterial do estômago 
e duodeno); 
e) Cirurgia em caso de não-resposta aos tratamentos anteriores; atenção a possível 
instabilidade hemodinâmica: anastomose portocava terminolateral (controle de 
sangramento e prevenção de possíveis recidivas); 
f) Endoscópico: escleroterapia (injeção de substâncias esclerosantes nas varizes ou 
em região perivascular; 62 a 100% dos sangramentos são controlados); ligadura 
elástica (oclusão mecânica do foco hemorrágico; taxa de controle de 86 a 92%); 
O tratamento varia de acordo com a doença! 
 
 
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Atendimento inicial ao Politraumatizado 
ABCDE 
Via Aérea 
Pneumotórax 
Choque Hipovolêmico 
Choque Obstrutivo, Cardiogênico e Distributivo 
AbdomeAgudo Inflamatório 
Abdome Agudo Perfurativo 
Abdome Agudo Hemorrágico 
Abdome Agudo Vascular 
Abdome Agudo Obstrutivo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEMA: Atendimento inicial ao politraumatizado
DEFINIÇÃO
O indivíduo politraumatizado é necessário tratamento imediato; este requer avaliação rápida 
das lesões e aplicação de medidas terapêuticas de suporte de vida. Dessa forma, é importante 
que seja instituída uma abordagem sistematizada, que possa ser facilmente revista e aplicada. 
Este processo é denominado de Avaliação Inicial e inclui as seguintes etapas: (1) Preparação; 
(2) Triagem; (3) Exame Primário; (4) Reanimação; (5) Medidas Auxiliares ao Exame 
Primário e à Reanimação; (6) Exame Secundário; (7) Medidas Auxiliares ao Exame 
Secundário; (8) Reavaliação e Monitoração Contínuas após Reanimação; e (9) Cuidados 
Definitivos.
TRIAGEM E ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
✔ Garantir a segurança da cena antes do atendimento
✔ Triagem de vítimas de acordo com a gravidade das lesões
✔ Avaliar os recursos humanos e estruturais para atendimento das vítimas, em 
quadro de maior número de vítimas frente a capacidade de atendimento, os 
pacientes com maiores chances de sobrevivência são atendidas prioritariamente,
pois requerem menor tempo, equipamentos, recursos e pessoal.
✔ Episódios com que o número de vítimas não excede a capacidade de 
atendimento, pacientes com maior risco e tidos como mais graves são atendidos 
prioritariamente.
AVALIAÇÃO INICIAL- ATLS
✔ Lesões são diagnosticadas e tratadas simultaneamente;
Etapas:
1. Exame primário e reanimação; ABCDE do trauma
2. Exame secundário e história do trauma;
3. Reavaliação e monitoração contínua;
4. Cuidados definitivos.
 
ABCDE no atendimento ao paciente traumatizado 
A (airways) – vias aéreas com controle da coluna cervical; 
B (breathing) – respiração e ventilação; 
C (circulation) – circulação com controle da hemorragia; 
D (disability) – estado neurológico; 
E (exposure) – exposição e controle da temperatura. 
 O ABCDE é aplicado no exame primário do atendimento inicial ao politraumatizado e também pode 
ser retomado no exame secundário durante a monitorização dos sinais vitais. 
A 
1. A equipe de socorro deve se aproximar da vítima pela frente, para evitar que mova a cabeça 
para os lados durante o olhar, podendo causar lesões medulares. 
2. Mobilização da coluna cervical (se possível da coluna como um todo, utilizando uma prancha 
rígida). 
3. Avaliação das vias aéreas. 
4. O socorrista aborda a vítima perguntando seu nome. (Se responder:vias aéreas estão pérvias), 
Voz alterada, estridor, baixo nível de consciência, roncos e esforço respiratório são 
sinais de obstrução de vias aéreas. As manobras mais utilizadas nessa fase são a 
elevação do mento e anteriorização da mandíbula. 
5. Se constatar obstrução, e não conseguir desobstruir: intubação endotraqueal, 
cricotireoidostomia ou traqueostomia. As principais indicações para este procedimento são: 
estresse respiratório, Escala de Coma de Glasgow menor ou igual a 8 e parada cardíaca. 
B - O socorrista deve analisar se a respiração está adequada. Com isso: 
- Frequência respiratória - Inspeção dos movimentos torácicos 
- Cianose - Desvio de traquéia 
- Observação da musculatura acessória. 
C - Circulação e a pesquisa por hemorragia 
• A maioria das hemorragias é estancada pela compressão direta do foco 
• A frequência de pulso e enchimento capilar podem ser determinados. 
• Mudanças na coloração da pele, sudorese e do estado de consciência podem sugerir perfusão 
comprometida. 
• É recomendado obter 2 acessos venosos periféricos e infundir, inicialmente, 2 L de cristaloides. 
D - Análise do nível de consciência - o objetivo principal é minimizar as chances de lesão 
secundária pela manutenção da perfusão adequada do tecido cerebral. 
• Tamanho e reatividade das pupilas 
• Presença de hérnia cerebral 
• Sinais de lateralização e o nível de lesão medular são medidas realizadas 
• Existem duas formas de verificar o nível de consciência: o AVPU ( A – alerta; V – responsivo à 
voz; P – responsivo à dor e U – irresponsivo a voz; P – responsivo à dor e U – irresponsivo) e a 
Escala de Coma de Glasgow (ECG). 
o Vítimas com Glasgow entre 3-8 precisam ser intubados. 
E - Análise da extensão das lesões e o controle do ambiente com prevenção da hipotermia. 
• O socorrista deve analisar sinais de trauma, sangramento, manchas na pele etc. 
• Além disso, deve-se despir a vítima para detectar ou excluir novas lesões. 
• Nessa fase, deve-se medir a temperatura da vítima. 
• Depois do atendimento, a vítima deve ser coberta com cobertores aquecidos. 
• Os cristalóides e infusões intravenosas também devem estar aquecidos. 
TEMA: VIAS AÉREAS 
DEFINIÇÃO 
Dispositivo ou manobra que visa melhorar, proteger ou desobstruir a Via aérea para garantir o 
adequado aporte de oxigênio e prevenir a hipoxemia. 
No trauma tem prioridade absoluta sobre o controle de todas as outras condições. 
Pode ser: não definitiva ou definitiva (cirúrgica ou não). 
Via aérea definitiva é um tubo colocado abaixo das cordas bocais com balonete insuflado, 
fixo e conectado a um mecanismo de ventilação assistida. 
FATORES DE RISCO 
Doentes com o nível e consciência alterado pode indicar má perfusão cerebral de O2 
Trauma maxilofacial, cervical, de laringe (rouquidão, enfisema subcutâneo, e fratura 
palpável) 
Doentes inconscientes, com lesão cerebral, torporosos por abuso de álcool. 
Respiração ruidosa indica obstrução parcial que pode evoluir para total. 
Esforço respiratório também pode indicar a obstrução. 
SINTOMATOLOGIA: 
(Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) 
Sinais objetivos de obstrução: 
 Agitação (hipóxia), torpor (hipercapnia); cianose. 
 Oximetria de pulso. Tirarem intercostal e uso de musculatura acessória. 
 Respiração ruidosa, roncos, gorgolejos e estridores. 
 Desvio da traqueia 
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO 
(exame clínico e complementares, se necessário) 
Fatores preditores de via aérea difícil: 
 Lesões de coluna cervical; 
 Artrite avançada da coluna cervical (menor mobilidade); 
 Trauma mandibular ou maxilofacial significativo 
 Limitação da abertura da boca, obesidade, micrognatismo, prognatismo e pescoço 
curto ou musculoso 
 < que 3 dedos de distancia entre os incisivos e/ou < que 3 dedos entre o osso hioide e 
o mento e/ou < que 2 dedos da proeminência tireóidea e o assoalho da boca. 
 
Indicações de via aérea definitiva: 
 Impossibilidade de manter a via aérea permeável de outra forma como em fraturas 
faciais, hematomas retrofaringeos, fraturas maxilofaciais, risco de aspiração. 
 Lesão por inalação com edema de via aérea superior 
 Impossbilidade de manter a ventilação adequada com outros dipositivos 
 Contusão pulmonar 
 Apneia, 
 Inconsciência (glsgow menor ou igual a 8) 
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
(medicamentos dose e posologia) 
Elevação do mento e tração da mandíbula 
Cânula de guedel (evitar a queda da língua) em pcts inconscientes, inserir com a ponta para 
cima e rodar 180º quando tocar o palato mole. 
Ventilação com pressão positiva com dispositivo de máscara com válvula e balão. 
Cateter nasal de O2 
Dispositivos supraglóticos: máscara laríngea, tubo esofágico multilúmen ou tubo laríngeo. 
São uma ponte para a obtenção da via aérea definitiva. 
 
VA definitiva não cirúrgica 
 Intubação orotraqueal ou nasotraqueal (resumo específico) 
 
VA definitiva cirúrgica 
Indicada quando não consigo intubar, quando houver edema de glote, fratura de laringe ou 
hemorragia orofaríngea grave. 
 Cricotireoidostomia: mais fácil, menor tempo de execução e menor risco de 
hemorragia, menor movimentação do doente. Pode ser: 
Por punção (não é definitiva): É uma estratégia temporária. Insere-se cateter 12 a 14 
na membrana tireioidea voltado para baixo e conectado a 15L de O2).Uso conexão 
em Ye deixo passar O2 por 1 segundo e 4 segundos não. Posso ventilar o pct por 
punção por 30 a 45 min. Cuidado de obstrução glótica para não gera barotrauma devo 
ofertar 5 a 7 L de O2. 
Cirúrgica: Incisão na pele que se estende pela membrana cricotireoidea e inserção de 
tubo endotraqueal ou tubo de traqueostomia (torna-se definitiva) de pequeno calibre 5 
a 7mm. Não é indicada em crianças menores que 12 anos. 
 Traqueostomia. Incisão vertical 2 dedos abaixo do manúbrio ou 2 dedos abaio da 
tireoide ou 2 dedos acimia do manúvrio external. Atravesso os planos pele, 
subcutâneo, platisma gordura e visualizo a traqueia. Abordo a traqueia com incisão 
em U, U invertido, T em H ou Janela. Insere-se o tubo de traqueostomia e insuflo o 
balão. 
 
 
 
 
 
TEMA: PNEUMOTÓRAX 
DEFINIÇÃO: 
Pneumotórax hipertensivo: fluxo de ar em válvula unidirecional para o interior do espaço 
pleural, de forma que o ar não consiga escapar, provocando o colabamento do pulmão. 
Pneumotórax aberto: equalização da pressão intratorácica com a pressão atmosférica devido 
a abertura na parede torácica de 2/3 do diâmetro da traqueia ou maior, com o ar passando 
para o espaço pleural a cada inspiração prejudicando a ventilação. 
Pneumotórax simples: ar no espaço pleural sem as complicações acima. 
RECONHECIMENTO: dispneia, dor torácica ipsilateral 
Pneumotórax hipertensivo: desvio de traqueia contralateral, abolição de murmúrios 
ipsilateral, hipertimpanismo ipsilateral, hemitórax elevado ipsilateral, turgência jugular, sinais 
de hipoxemia, cianose (tardiamente). DIAGNÓSTICO CLÍNICO E IMEDIATO 
Pneumotórax aberto: esforço respiratório, taquipneia, redução de sons respiratórios 
ipsilateral, passagem ruidosa de ar através do ferimento. DIAGNÓSTICO CLÍNICO E 
IMEDIATO 
Pneumotórax simples: redução de sons respiratórios ipsilateral, ferimento/laceração no tórax, 
radiografia de tórax 
PROGNÓSTICO: 
Pneumotórax hipertensivo: choque obstrutivo, pela compressão do sistema venoso com 
redução do retorno venoso. 
Pneumotórax aberto: hipóxia e hipercapnia. 
Pneumotórax simples: disfunção de ventilação-perfusão. 
CAUSAS: 
Pneumotórax hipertensivo: ventilação mecânica com pressão positiva, complicação de 
pneumotórax simples, acesso venoso central, curativo oclusivo de 4 pontas 
Pneumotórax aberto: grandes traumas torácicos 
Pneumotórax simples: trauma penetrante; trauma contuso com laceração de pulmão; 
espontaneamente em homens jovens longilíneos magros, fumantes e pneumopatas 
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
Pneumotórax hipertensivo: toracocentese imediata com cateter sobre agulha grande, no 5º 
espaço intercostal levemente anterior à linha axilar média. Posteriormente, deve ser colocado 
um tubo de toracostomia. 
Pneumotórax aberto: curativo oclusivo de 3 pontas, com posterior colocação de dreno de 
tórax o mais longe possível do ferimento e síntese cirúrgica do ferimento. 
Pneumotórax simples: dreno de tórax no 5º espaço intercostal, logo anteriormente à linha 
axilar média, posteriormente acoplar com selo d’água. 
REALIZAR RADIOGRAFIA EM TODA COLOCAÇÃO DE DRENO 
NÃO VENTILAR COM PRESSÃO POSITIVA 
 
 
TEMA: CHOQUE HIPOVOLÊMICO 
DEFINIÇÃO: 
• O choque circulatório é uma síndrome marcada por reduções críticas na perfusão tecidual, 
podendo provocar falência de órgãos e com alto índice de mortalidade. 
• O choque é definido pelo estado clínico resultante do suprimento inadequado de oxigênio aos 
tecidos ou da inabilidade, dos tecidos, em utilizar, adequadamente, o oxigênio disponível. 
• Este fenômeno resulta em metabolismo celular alterado, morte celular e disfunção ou falha dos 
órgãos e sistemas. 
HIPOVOLÊMIA: 
• O choque hipovolêmico é causado por uma redução do volume sanguíneo (hipovolemia). 
• É o tipo mais frequente de choque. 
• Essa redução do volume pode ser devida a uma hemorragia (causa mais frequente) em que há 
perda tanto de eritrócitos quanto de plasma, ou a uma perda isolada de plasma, que ocorre em 
casos mais específicos. 
• Aumento da resistência vascular periférica; aumento da pós-carga; 
 
SINTOMATOLOGIA: 
(Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) 
• Os Sintomas incluem: aumento da FR, aumento FC, redução da pressão arterial, alteração do 
sensório; 
• De acordo com a presença ou ausência desses sinais, pode-se classificar o choque 
hipovolêmico (hemorrágico) em 4 grupos; 
 
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO 
(exame clínico e complementares, se necessário) 
• História e exame clínico dirigidos; 
• Laboratório: 
o Hemoconcetração; 
o Plaquetopenia; 
o TP e TTP 
o Gasometria arterial; 
o Perda de eletrólitos; 
o Glicose e lactato; 
• ECG 
• Radiografia de tórax 
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
(medicamentos dose e posologia) 
MANUSEIO INICIAL: 
• Cuidados intensivos; 
• Acesso venoso; 
• Acesso venoso central; 
• Monitorização cardioscópica; 
• Oximetria de pulso; 
• Suporte hemodinâmico (se PAM < 60 mmHg) 
OBJETIVOS IMEDIATOS NO CHOQUE: 
• Suporte hemodinâmico: PAM > 60 mmHg; PCP: 15-18 mmHg; 
• Manutenção da oferta de oxigênio: Hemoglobina > 10g/dL; saturação arterial > 92%; Oxigênio 
suplementar; 
• Reversão da disfunção orgânica: Diminuição do lactato, manter o debito urinário, reverter 
encefalopatia; mehorar as provas de função renal e hepáticos; 
 
 
TEMA: Choque obstrutivo, cardiogênico e distributivo 
DEFINIÇÃO:
Choque por definição implica em hipoperfusão tecidual, nem sempre absoluta.
No choque cardiogênico com dano miocárdico direto, ocorre disfunção sistólica, 
diastólica, ou ambas, podendo até mesmo haver ausência de disfunção miocárdica 
absoluta, como no caso de insuficiência mitral aguda, levando à diminuição do DC e 
choque.
No choque distributivo há aumento do leito vascular pela vasodilatação promovendo 
diminuição da RVS (resistência vascular sistêmica), depressão miocárdica levando à 
queda da PAM (Pressão Arterial Média), choque e DMOS (Disfunção de Múltiplos 
Órgãos e Sistemas).
No choque obstrutivo ocorre diminuição do enchimento diastólico relacionado 
diretamente ao tamponamento cardíaco, ou indiretamente ao aumento da pós-carga do
ventrículo direito com disfunção sistólica deste, dificultando enchimento do 
ventrículo esquerdo, levando à diminuição do débito cardíaco (DC) e choque. 
FATORES DE RISCO: 
Deve-se suspeitar de traumatismo fechado do coração sempre que a desaceleração 
rápida for o mecanismo de lesão torácica.
SINTOMATOLOGIA: 
(Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação)
Sinais clínicos: estase jugular distendida, palidez, hipotermia, FC aumentada, 
ansiedade e diurese diminuída.
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO:
(exame clínico e complementares, se necessário)
Todo doente com trauma fechado do tórax necessita de raio x do tórax e monitoração 
eletrocardiográfica (ECG) contínua para determinar a presença de arritmias ou de 
traçados sugestivos de lesão. A ecocardiografia pode ser útil no diagnóstico de 
tamponamento ou de ruptura valvular, mas, frequentemente, não é prática ou 
acessível de imediato no PS. O FAST realizado no PS pode identificar a presença de 
líquido no pericárdio e a possibilidade de tamponamento cardíaco como a causa do 
choque. O trauma cardíaco contuso pode constituir-se em indicação para monitoração
precoce da PVC com o intuito de orientar a reposição volêmica. 
Ainda podem ser pedidos leucograma para avaliar uma possível sepse, ureia e 
creatinina para avaliar a função renal e gasometria para avaliar oxigenação.
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
(medicamentos dose e posologia)
Para além da monitorização, pacientes com baixa oxigenação é recomendado 
oxigenação suplementar, podendo fazer uso da intubação orotraqueal em casos de 
glasgow ≤8.
Para a restauração e manutenção da perfusão faz-se uso de soro fisiológico ou Ringer 
lactato e drogas vasoativas (como a noradrenalina) em acesso venoso central, 
geralmente 5 ampolas (10 mg).
Depois de estabilizado o paciente, deve ser tratado a causa base, que podem ser: 
tamponamentocardíaco, pneumotórax hipertensivo, sepse, arritmia etc.
TEMA: Abdome Agudo Inflamatório
DEFINIÇÃO
Síndrome dolorosa aguda de intensidade variável com presença de peritonite secundária a 
afecção infecciosa ou inflamatória na cavidade abdominal.
CAUSAS
Apendicite aguda, colecistite aguda, pancreatite aguda e diverticulite aguda
SINTOMATOLOGIA: 
(Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) 
Colecistite aguda: dor persistente em HCD, associada a náuseas e vômitos
Pancreatite aguda: dor em faixa em abdome superior e no dorso, associada a vômitos
Diverticulite aguda: dor na fossa ilíaca esquerda e febre persistente 
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO 
(exame clínico e complementares, se necessário) 
Colecistite aguda: exame físico: defesa a palpação no HCD, avaliar sinal de Murphy 
(comprimir HCD e solicitar ao paciente inspiração profunda), em quadro de colecistite, a 
irritação peritoneal fará o paciente cessar a inspiração; exames laboratoriais: aumento de 
bilirrubinas , fosfatase alcalina e gama-GT; exames de imagem: US de abdome e 
colangiopancreatografia retrógrada endoscópica.
Pancreatite aguda: exame físico: sinal de Cullen ( manchas equimóticas periumbilicais), 
sinal de Grey Turner (manchas equimóticas no flanco esquerdo); exames laboratoriais: 
aumento de amilase e lipase séricas; exames de imagem: TC de abdome, possível avaliar via
Critérios de Ranson a gravidade do caso.
Diverticulite aguda: exame físico: defesa e peritonite no QIE, podem estar presentes 
fístulas;
exames de imagem: TC de abdome e pelve.
Colonoscopia e enema opaca são contraindicados na fase aguda, devido ao mrisco de 
possível perfuração e contaminação da cavidade.
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
(medicamentos dose e posologia)
Colecistite aguda: cirúrgico- COLECISTECTOMIA VIDEOLAPAROSCÓPICA
Pancreatite aguda: origem biliar: COLECISTECTOMIA VIDEOLAPAROSCÓPICA;
Formas graves devem ser internadas em UTI e ATB 
Diverticulite aguda: orientado de acordo com a escala de HINCHEY
Hinchey I: internação hospitalar para jejum, hidratação, antiespasmóticos, ATB e observação 
por 48-72h;
Hinchey II: falha no tratamento clínico de abscesso pequeno ou presença de coleção pélvica 
que devem ser drenadas por via radiologia ou abordagem cirúrgica.
Hinchey III: ressecção cirúrgica, anastomose primária, sendo possível por via ressecção 
videolaparoscópica;
Hinchey IV: cirurgia de Hartmann por laparotomia.
TEMA: Abdome Agudo Perfurativo 
DEFINIÇÃO 
Processo intra-abdminal de perfuração de vísceras que causa dor severa e requer 
intervenção cirúrgica de emergência. É a terceira causa de abdome agudo, depois do 
inflamatório e do obstrutivo. 
 
ETIOLOGIAS 
Úlcera péptica, neoplasia gastro-intestinal perfurada, amebíase, febre tifóide, divertículos 
do cólon, dentre outros. 
 
SINTOMATOLOGIA: 
• Síndrome de irritação peritoneal (Dor tipo parietal, defesa muscular, contratura 
muscular, descompressão dolorosa, percussão dolorosa e redução do peristaltismo) 
• Se perfuração de víscera oca, apesenta também desidratação progressiva 
• Se perfuração de víscera maciça, apresenta também sinais de perda sanguínea 
(hipovolemia, choque) 
• A dor é de forte intensidade, súbita, difusa, tipo facada, associada com náuseas, 
vômitos, febre, parada na eliminação de fezes e gases 
• Há alteração no estado geral, hipotensão, desidratação, febre, sudorese, dor à 
palpação abdominal superficial e profunda, abdome em tábua, diminuição ou 
ausência de RHA, sinal de Jobert positivo. 
 
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO 
• Investigação clínica bem dirigida e exame físico minucioso 
• Raio-X simples de tórax ou de abdome em decúbito lateral esquerdo indicam 
presença de pneumoperitônio. Mesmo pequenos volumes de gás extraluminar 
podem ser detectados por esse exame (75-80% dos casos de perfuração de víscera 
oca). 
• A endoscopia digestiva e a vídeolaparoscopia são opções para a elucidação 
diagnóstica de casos duvidosos. 
• Muitas vezes, o diagnóstico é feito intraoperatório 
• Prognóstico= A mortalidade pode chegar a 10%. 
 
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
Identificação dos riscos imediatos e estabilização do paciente visando à prevenção do 
choque. 
O tratamento é cirúrgico = Laparotomia exploradora ou videolaparoscopia (apenas se o 
doente estiver estável hemodinamicamente) 
Em caso de úlcera péptica (causa mais comum): debridamento das bordas da ulcera, 
retirada de tecido isquêmico, e sutura (Ulcerorrafia com Patch de Epíplon) 
 
 
 
TEMA: Abdome agudo hemorrágico
DEFINIÇÃO
Presença de choque hemorrágico: taquicardia, redução da PA, palidez, sudorese fria e 
agitação, devido a sangramento intra-abdominal.
CAUSAS
Gravidez ectópica rota e rotura de aneurisma de aorta abdominal
SINTOMATOLOGIA: 
(Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) 
Dor abdominal, que ão variar de intensidade localização de acordo com o local da 
hemorragia, que pode ser apresentar isolada ou concomitante a evidencias de hipovolemia e 
choque.
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO 
(exame clínico e complementares, se necessário) 
Exame físico: buscar sinais de irritação peritoneal, presença de visceromegalias, de massas 
palpáveis pulsáteis ou não, de sopros tanto na face anterior do abdome quanto no dorso.
Equimoses na cicatriz umbilical, sinal de Cullen, descrito na gravidez ectópica ou na região 
dos flancos, sinal de Gray-Turney, descrito na pancreatite aguda, sugerem hemorragia 
intraperitoneal e retroperitoneal.
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
(medicamentos dose e posologia)
Gravidez ectópica: anexectomia unilateral até histerectomia total
Rotura de aneurisma de aorta abdominal: via endovascular, colocação de próteses ou 
derivações vasculares
TEMA: ABDOME AGUDO VASCULAR 
DEFINIÇÃO: 
O abdome agudo vascular representa uma das formas mais graves entre as urgências 
abdominais não traumáticas. A insuficiência vascular intestinal pode ser dividida em 
aguda (infarto intestinal) e crônica (angina abdominal). 
FISIOLOGIA: 
São quatro as causas mais frequentes de abdome agudo vascular: 
- Embolia de artéria mesentérica superior: principal causa, normalmente com isquemia 
de delgado; 
- Trombose arterial mesentérica: diretamente relacionada a aterosclerose aórtica; 
- Trombose venosa mesentérica: Investigar a presença de elementos da tríade de 
Virshow; 
- Insquemia mesentérica não oclusiva: normalmente associada a quadros de hipofluxo 
(hipovolemia, sepse, etc.). 
SINTOMATOLOGIA: 
O quadro clínico é variável e depende do grau de oclusão. Na fase inicial, os sintomas 
são inespecíficos, com predomínio de dor abdominal tipo cólica. Antecedentes como 
arritmia cardíaca ou insuficiência vascular periférica devem ser investigados. A angina 
abdominal, comum nos quadros de isquemia crônica, consiste em episódios de dor 
abdominal, normalmente desencadeados no período pós-prandial, que melhoram 
espontaneamente, mas, progressivamente, aumentam de frequência e intensidade. 
Outro achado bastante sugestivo de isquemia é a presença de fezes mucosanguinolentas 
ao toque retal (“geleia de framboesa”). 
Uma das características dos quadros de abdome agudo vascular é a dissociação entre a 
queixa do indivíduo e o exame físico. O paciente relata dor de forte intensidade, mas o 
exame físico não mostra sinais de peritonite. Isso ocorre quando já existe necrose 
intestinal instalada e denota prognóstico ruim. 
DIAGNÓSTICO: 
Entre os exames complementares, a acidose metabólica persistente é um parâmetro 
importante no diagnóstico de infarto intestinal. Os exames de imagens são pouco 
elucidativos, e a laparoscopia pode ser uma alternativa tanto para o diagnóstico quanto 
para evitar laparotomia desnecessária. 
Caso a condição clínica do paciente permita, o estudo angiográfico pode ser indicado 
para descartar embolia de artéria mesentérica superior. A arteriografia seletiva, permite 
diferenciar a isquemia oclusiva, identificando o local e a natureza da obstrução. 
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
- Embolia de artéria mesentéricasuperior: Embolectomia 
- Trombose arterial mesentérica: Revascularização 
- Trombose venosa mesentérica: Anticoagulação com heparina 
- Insquemia mesentérica não oclusiva: Papaverina intra-arterial 
A fase inicial do tratamento consiste na compensação clínica, Não é infrequente a 
indicação de cirurgia e, durante a laparotomia exploradora, deparar-se com necrose 
extensa sem nenhuma possibilidade terapêutica. 
Diversas formas são propostas para a avaliação da avaliação da viabilidade intestinal, 
como Doppler, termometria e fluoresceinoscopia; entretanto, a avaliação da coloração 
da alça e da presença ou não de peristalse pode ser suficiente na maioria das situações. 
O tratamento deve ser orientado de acordo com a etiologia, o que nem sempre é 
possível. Além disso, mesmo a embolectomia e as revascularizações não apresentam 
resultados satisfatórios. Em se optando pela ressecção intestinal, deve-se avaliar o 
intestino remanescente. Pacientes que conseguem se recuperar da cirurgia, mas que 
desenvolvem síndrome do intestino curto, são candidatos à nutrição parenteral 
definitiva, além de sofrerem quadros de diarreia e disabsorção. Logo, observa-se que o 
resultado final é diretamente proporcional à precocidade do diagnóstico e ao início de 
medidas gerais e específicas de suporte. 
 
TEMA: ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO 
DEFINIÇÃO 
Síndrome caracterizada por presença de obstáculo mecânico ou funcional que leve a interrupção 
da progressão do conteúdo intestinal. Ex: Presença de aderências intestinais, hérnia 
estrangulada, fecaloma, obstrução pilórica, volvo, intussuscepção, cálculo biliar, corpo 
estranho, bolo de áscaris, dentre outros. 
FATORES DE RISCO: Gravidez, obstipação, cirurgias prévias. 
SINTOMATOLOGIA: 
• Alteração do estado geral, com desidratação, hipotensão arterial. A febre pode ocorrer 
quando há complicação do quadro. 
• Náuseas e vômitos, parada da eliminação de gases e fezes e distensão abdominal, sendo 
que esta manifestação ocorre mais tarde 
• Dor abdominal: tipo cólica, início brusco, evolui em salvas, de localização variável, 
dependendo da etiologia. Quando há mudança do padrão da dor para continuada, pode-se 
suspeitar de comprometimento vascular. Os sítios de localização das dores levam à 
suspeição do fator que desencadeou o quadro. 
• Dores em região superior de abdome indicam obstrução intestinal alta (estenose pilórica, 
tumores duodenais, tumores periampulares). 
• Dores em região periumbilical demonstram a ocorrência de obstrução de intestino delgado 
(bridas e aderências, hérnias encarceradas, bolo de áscaris, estenoses inflamatórias, 
tumores e carcinomatose). 
• Dores em hipogástrio sugere obstrução de intestino grosso (hérnias encarceradas, corpo 
estranho, intussuscepção, volvo de cólon, fecaloma, tumores de cólon e reto). 
• Náuseas e vômitos: surgem precocemente nas obstruções altas, eliminando material 
estagnado e de aspecto biliar. Nos quadros onde há obstrução baixa, pode não haver 
vômitos com conteúdo entérico. 
• Parada de eliminação de fezes e gases: estes são sintomas tardios e demonstram a completa 
obstrução do intestino. Quando há suboclusão intestinal, o paciente pode continuar a 
eliminar gases. 
• Distensão abdominal simétrica ou assimétrica: surge após poucas horas da instalação do 
quadro, sendo discreta ou inexistente nos quadros de obstrução alta. 
• Exame físico: O exame físico inicial é pobre, os sinais vitais estarão alterados somente na 
vigência dos sintomas de dor. Em abdome, observa-se defesa de parede à palpação, 
presença de massas. Os ruídos hidroaéreos estão altos, agudos e metálicos na vigência das 
cólicas; tornam-se diminuídos com a evolução do quadro, podendo tornar-se ausentes. 
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO 
- Anamnese: - característica da dor - tempo de evolução - sintomas 
associados - medicações - cirurgias prévias. 
Exames laboratoriais: hematológico completo, exame qualitativo de 
urina (urina rotina), amilase e teste de gravidez (mulheres em idade 
fértil). Não confirmou? radiografia abdominal em decúbito dorsal e 
ortostático. Avançando-se para a ultra-sonografia de abdômen, 
tomografia computadorizada (TC), e em alguns casos arteriografia e 
ressonância magnética. A videolaparoscopia e a laparotomia 
exploradora constituem-se nos meios diagnósticos definitivos. 
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
Reposição de líquidos e eletrólitos, jejum, descompressão do trânsito intestinal através de instalação 
de sonda nasogástrica. Os pacientes devem ser reavaliados entre 24 a 48 h, não tendo resolução 
espontânea, avalia-se a necessidade de cirurgia. Os quadros de abdome agudo obstrutivo causados 
por hérnia estrangulada, volvo de sigmoide, intussuscepçao, neoplasia intestinal, e isquemia 
mesentérica devem receber tratamento cirúrgico com maior brevidade possível. 
 
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Avaliação Pré-Anestésica 
Avaliação vias aéreas 
Malampatti, ASA e Aldrete e Kloulik 
Checklist Pré-Anestésico 
RaquianestesiaAnestesia Peridural 
Intubação Orotraqueal 
SRPA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEMA: AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA 
DEFINIÇÃO: 
• Avaliação clínica prévia realizada pelo anestesiologista para prever complicações 
perioperatória, permitindo que o paciente seja submetido a uma anestesia segura com mínimo 
danos. 
• Deve-se também obter consentimento livre e esclarecido, específico para anestesia, e orientar 
sobre cuidados perioperatórios, esperando reduzir a ansiedade e facilitar recuperação. 
OBJETIVOS: 
• Identificar uma doença ou desordem que possa afetar o cuidado perioperatório 
• Avaliar uma doença conhecida, desordem ou tratamento médico ou alternativo que possa 
influenciar no perioperatório 
• Formular planos específicos ou alternativas para o cuidado dos pacientes no perioperatório 
COMPONENTES: 
1. Anamnese e exame físico; 
• Avaliação de comorbidades; 
• Avaliação de cirurgias/anestesias prévias; 
• Avaliação hábitos de vida (tabagismo, etilismo, drogas elícitas) 
• Pesquisa por alergias, transfusões sanguíneas e distúrbios de coagulação; 
• Uso de medicamentos; 
• Exame físico do aparelho respiratório e cardiovascular, principalmente; 
2. Exames complementares: 
• ECG 
• HT/HG 
• Coagulograma 
• Creatinina; 
• Sódio, potássio e cálcio; 
• Glicemia de jejum; 
• Radiografia de tórax; 
3. Avaliação das Vias aéreas (ver resumo VIA AÉREA) 
• Tamanho dos incisivos superiores 
• Condições dos dentes 
• Relação entre os incisivos superiores e inferiores 
• Protusão da mandíbula 
• Distância interincisivos 
• Visibilidade da Úvula 
• Complacência do espaço mandibular 
• Distância tireomento 
• Comprimento do pescoço 
• Circunferência do pescoço 
• Mobilidade da cabeça e pescoço 
4. Avaliação de fatores de risco para dificuldade de ventilação: 
• Idade > 55 anos 
• IMC > 26 
• Presença de barba 
• História de roncos; 
• Ausência de dentes; 
5. Scores: 
• Classificação de Mallampati 
• ASA; 
• Lee 
6. Definição de condutas anestésicas: 
• Tromboprofilaxia 
• Vaga de UTI 
• Necessidade de transfusão sanguínea; 
 
 
 
TEMA: AVALIAÇÃO DE VIAS AÉREAS 
DEFINIÇÃO: 
• A avaliação da VA compreende a análise conjunta da história clínica e do exame 
físico, visando antever a presença de VAD; 
• As comorbidades que implicam modificações da anatomia da VA, como trauma 
cervical ou de face, diabetes, acromegalia, tumores, sequelas de queimaduras, 
trismo, abscessos e alterações congênitas, provocam marcante suspeita da 
presença de VAD. 
• Via aérea difícil: definida quando um profissional experiente antecipa ou 
encontra dificuldade em alguma ou em todas as ações de VMF, laringoscopia 
direta (LD) ou indireta, como a videolaringoscopia (VLC), IT, instalação de DSG 
ou acesso cirúrgico. 
• Ventilação sob máscara facial difícil: após manobras de facilitação 
(posicionamento da cabeça e pescoço, cânulas nasais ou orais, elevação da 
mandíbula, aplicação da VMF com duas mãos e auxílio de outro profissional), 
ocorrem um ou mais problemas, como vedamento facial inapropriado, escape ou 
resistência ao fluxo de oxigênio (O2). 
• Intubação traqueal difícil: o julgamento quanto à IT deve ser independente do 
grau de visualização da laringe. É definida pela presença de um ou todos estes 
critérios: 1. Múltiplas tentativas ou necessidade de mais de um profissional. 2. 
Uso de dispositivo introdutor para facilitar a IT (p. ex., bougie). 3.Falha do plano 
inicial para IT, com consequente mudança de dispositivo 
SINAIS DE MÁ VENTILAÇÃO: 
• Ausência ou inadequação dos movimentos do tórax, ou da ausculta ventilatória. 
• Ruídos sugestivos de obstrução grave. 
• Cianose. 
• Entrada de ar e dilatação do estômago. 
• Queda da saturação de oxigênio. 
• Ausência ou inadequação do dióxido de carbono (CO2) expirado e das medidas 
espirométricas do fluxo expiratório. 
• Hipertensão, taquicardia ou disritmias ligadas à hipóxia ou hipercapnia. 
EXAME FÍSICO DA VIA AÉREA: 
• O exame físico da VA deve ser efetuado visando identificar se os dois principais 
objetivos no CVA podem ser atingidos: oxigenação e IT. 
• MALLAMPATI: As recomendações para execução dos exames compreendem 
sua realização em posição sentada, com a cabeça completamente estendida, 
protrusão lingual com fonação e mensuração da distância tireomentoniana a 
partir da face interna do mento. MALLAMPATI MODIFICADO: III e IV são 
preditores de via aérea difícil (Obs: Para o Dr. Fernando, MM é quando você 
pede pra pessoa falar “AAAAAAAAH”) 
 
 
 
LARINGOSCOPIA DIFÍCIL E VENTILAÇÃO SOB MÁSCARA FACIAL DÍFICIL: 
 
 
 
TEMA: ASA, MALLAMPATI E ALDRETE E KROULIK 
DEFINIÇÃO DE ASA 
 Classificação do estado físico da American Society of Anesthesiologists (ASA): utilizado 
como avaliação de risco perioperatório, entretanto apresenta limitações subjetivas e o fato 
de o escore valor para o momento da avaliação, podendo estar alterado no momento da 
anestesia; 
 É dividida em seis classificações, sendo a primeira para indivíduos com saúde normal e a 
última para pacientes com morte encefálica e passíveis de doação de órgãos: 
 
Classificação ASA Definição Exemplos (não se limita a) 
ASA I Paciente com saúde 
normal 
Saudável, não tabagista, nenhum ou uso 
mínimo de álcool 
ASA II Paciente com 
doença sistêmica 
leve 
Doenças leves, sem limitação significativa: 
tabagista atual, elitista social, gestação, 
obesidade com IMC entre 30 e 40, HAS e DM 
compensadas, etc. 
ASA II Paciente com 
doença sistêmica 
grave 
Limitações funcionais significativas: HAS ou 
DM descompensadas, DPOC, obesidade 
mórbida (IMC maior que 40). Hepatite ativa, 
abuso ou dependência de álcool, marcapasso, 
insuficiência renal terminal, redução 
moderada da fração de ejeção, prematuridade, 
IAM com mais de três meses, doença 
cardiovascular, doença coronariana, etc. 
ASA IV Paciente com 
doença sistêmica 
grave com ameaça 
constante de morte 
Acidente cardiovascular com menos de três 
meses, isquemia coronariana atual, disfunção 
valvar grave, sepse, IRpA, coagulação 
intravascular disseminada, insuficiência renal 
terminal sem diálise regular 
ASA V Paciente 
moribundo, sem 
expectativa de 
sobrevida caso não 
seja operado 
Aneurisma abdominal/torácico roto, trauma 
maciço, sangramento intracraniano, isquemia 
mesentérica por doença cardíaca grave, 
disfunção de múltiplos órgãos, etc. 
ASA VI Pacientes com 
morte encefálica 
declarada + 
processo de doação 
de órgãos 
 
 
DEFINIÇÃO DE MALLAMPATI 
 O teste de Mallampati é um dos testes preditivos de intubação orotraqueal difícil (além 
da distância tiro/esterno-mentoniana, comprimento entre incisivos durante protusão 
voluntária, visibilidade da úvula, forma do palato, entre outros.). 
 Mallampati modificado: realizado com o paciente sentado, pescoço perpendicular ao 
chão, boca em abertura total e língua em protusão máxima; o observador deve estar 
sentado, com os olhos à mesma altura do paciente. Existem quatro classificações: 
⋅ Mallampati I: palato mole, fauce, úvula e pilares visíveis; 
⋅ Mallampati II: palato mole, fauce e úvula visíveis; 
⋅ Mallampati III: palato mole e base da úvula visíveis (sugestivo de intubação difícil); 
⋅ Mallampati IV: palato mole parcialmento ou não visível (sugestivo de intubação 
difícil); 
 
 
DEFINIÇÃO DE ALDRETE E KROULIK 
 Índice de Aldrete e Kroulik modificado: um dos critérios utilizados para alta da sala de 
recuperação pós-anestésica (SRPA); analisa-se cinco itens cujas respostas são graduadas 
de 0 a 2. 
⋅ Um total ou acima de 8 pontos: condiz com alta quando realizada anestesia 
geral; 
⋅ Total de 10 pontos: alta para anestesias regionais; 
 Importante! Não há necessidade de se aguardar débito urinário ou de se beber líquido; 
todos os pacientes devem ser mantidos em observação até que não tenham mais o risco de 
depressão cardiorrespiratória; 
 
Item Especificação Nota 
Atividade Move 4 membros 
Move 2 membros 
Move 0 membros 
2 
10 
Respiração Profunda, tosse 
Limitada, dispneia 
Apneia 
2 
1 
0 
Consciência Completamente acordado 
Desperta ao chamado 
Não responde ao chamado 
2 
1 
0 
Circulação (PA) 20% do nível pré-anestésico 
20 a 49% do nível pré-anestésico 
50% do nível pré-anestésico 
2 
1 
0 
SpO2 Mantém SpO2 > 92% em ar ambiente 
Mantém SpO2 > 90% com O2 
Mantém SpO2 < 90% com O2 
2 
1 
0 
 
 
 
 
TEMA: Checklist pré-anestésico
DEFINIÇÃO
O objetivo de seu uso é estabelecer uma forma e uma ordem apropriada para realizar os 
procedimentos, reforçar que todos os planejamentos estão sendo idealizados da forma correta 
e ainda otimizar a comunicação e o trabalho em equipe. 
TEMA: RAQUIANESTESIA 
DEFINIÇÃO: 
A raquianestesia é a injeção de anestésico local diretamente sob a cauda equina, em 
contato direto com o líquor, ou seja, após a membrana subaracnóidea. 
ANATOMIA: 
A coluna é formada por 33 vértebras, unidas por 5 ligamentos superpostos: 
1. Supraespinal 
2. Interespinal 
3. Amarelo 
4. Longitudinal anterior 
5. Longitudinal posterior 
Recobrindo a medula, há 3 meninges: 
- Dura-mater (mais externa e resistente); 
- Aracnoide (delicada e avascular); 
- Pia-mater (fina e vascularizada, que recobre a superfície da medula, aderindo a ela). 
Tais ligamentos e meninges delimitam os espaços raquidianos: 
- Peridural (entre os componentes ligamentares e a dura-máter); 
- Subdural (existe virtualmente, entre a superfície interna da dura-máter e a aracnoide); 
- Subaracnóideo (entre a pia-máter e a aracnoide, contém o líquido cerebrospinal - 
LCE). 
A partir do 3º mês de gestação, a coluna vertebral aumenta em extensão mais do que a 
medula, sendo que, ao nascimento, esta se posiciona ao nível de L3. Quando o 
indivíduo é adulto, apresenta-se na maioria das vezes em L1. Abaixo de L2, o espaço 
subaracnóideo contém as raízes nervosas em forma de cauda equina e o filamento 
terminal, permitindo a punção lombar sem risco à medula. Desta, saem 31 pares de 
raízes espinais. A área cutânea inervada por um nervo e seu correspondente segmento 
medular chama-se dermátomo. 
O LCE tem volume entre 90 e 150 mL, secretado continuamente (20mL/h) em sua 
maior parte pelo plexo coroide dos ventrículos encefálicos (3º e 4º laterais). É incolor, 
claro, cristalino e não coagulável, ligeiramente alcalino e proveniente do plasma. O 
anestésico tende a bloquear, inicialmente, as fibras condutoras de calor, dor, 
propriocepção, pressão, tato e, por último, bloqueio motor. 
FARMACOLOGIA: 
Os anestésicos locais disponíveis no Brasil são, principalmente, a lidocaína, com 
duração intermediária, e a bupivacaína, com longa duração, podendo ser isobáricas e 
hipobáricas ou, adicionando-se glicose, hiperbáricas. 
Podem-se também utilizar agentes adjuvantes, como opioides, clonidina etc. Os 
opioides mais utilizados são o fentanila, o sulfentanila e a morfina, que têm ação 
analgésica, aumentado a qualidade do bloqueio. A analgesia resulta da ativação dos 
receptores opioides específicos (um, delta ou kappa) situados, principalmente, na 
substância cinzenta do corno posterior da medula. Causam, entretanto, efeitos 
colaterais que variam de prurido a depressão respiratória tardia. 
TÉCNICA: 
O bloqueio pode ser realizado com o paciente sentado ou em decúbito lateral ou ventral, 
em condições de antissepsia rigorosa. É praticado, usualmente, nos espaços L2-L3, L3-
L4 ou L4-L5, principalmente por via mediana, a fim de evitar o plexo venoso peridural. 
Há, assim, progressão por pele, tecido celular subcutâneo, ligamentos supra e 
interespinoso, ligamento amarelo, penetração no espaço peridural e na dura-máter. O 
correto posicionamento é confirmado pelo refluxo de LCE. Há, também, a via de 
acesso paramediana, que atravessa a musculatura paravertebral e atinge o lugamento 
amarelo na linha mediana. 
VANTAGENS: 
- Facilidade de execução; 
- Bloqueio motor; 
- Relaxamento abdominal mais intenso do que o do bloqueio peridural; 
- Latência curta; 
- Bloqueio da resposta ao estresse cirúrgico; 
- Diminuição da perda sanguínea intraoperatória; 
- Diminuição da incidência de eventos tromboemnólicos no PO; 
- Redução na morbimortalidade de pacientes cirúrgicos e de alto risco; 
- Analgesia PO; 
- Terapia da dor aguda cirúrgica ou não. 
CONTRAINDICAÇÕES: 
- Absoluta: recusa do paciente; 
- Hipovolemia; 
- Hipertensão intracraniana; 
- Coagulopatias ou trombocitopenia; 
- Sepse e infecção no local da punção. 
COMPLICAÇÕES: 
- Hipotensão, bradicardia, bloqueios atrioventriculares e parada cardíaca; 
- Prurido, náuseas e vômitos; 
- Retenção urinária; 
- Depressão respiratória. 
 
CEFALÉIA PÓS-PUNÇÃO: 
Resulta da perda de LCE por meio do orifício da dura-máter criado após sua punção. 
Como consequência, há tração dos folhetos meníngeos e das estruturas vasculares, 
ocasionando fenômenos dolorosos. 
 
TEMA: ANESTESIA PERIDURAL 
DEFINIÇÃO: instilação de volumes de anestésicos locais no espaço epidural, que é o espaço 
potencial que existe entre a dura-máter e o revestimento osteoarticular do canal vertebral. 
VANTAGENS: 
Dura por mais tempo 
Promove bloqueio anestésico segmentar 
Não bloqueia sistema simpático 
Menor risco de cefaleia pós-raqui 
DESVANTAGENS: 
Progride mais lentamente 
Demanda grande quantidade de anestésico 
Maior risco de complicações e efeitos sistêmicos, por maior absorção vascular e adiposa 
Procedimento técnico mais difícil 
Técnica é diferente na coluna lombar e na torácica 
RISCOS: 
Complicações da raquianestesia 
Intoxicação sistêmica (cardiotoxicidade e neurotoxicidade; parada cardíaca) 
Raqui total = semelhante à anestesia geral (necessita intubação) 
CONTRAINDICAÇÕES: 
Recusa do paciente 
Infecção localizada (ex.: herpes zoster) 
Alergia ao fármaco 
Hipertensão intracraniana 
Lesão desconhecida de coluna 
Distúrbio de coagulação / Terapia anticoagulante em curso 
Instabilidade hemodinâmica 
Contraindicações relativas: doenças neurológicas (mielopatia, neuropatia, estenose espinal), 
cardiológicas (estenose aórtica, hipovolemia), hematológicas (coagulopatia herdada) 
 
 
TEMA: Intubação Endotraqueal 
DEFINIÇÃO 
É a colocação de um tubo dentro da traqueia, seja através da via oral ou da via nasal. 
OBS: Via aérea definitiva é definida como um tubo colocado na traqueia com o balonete 
insuflado abaixo das cordas vocais, estando o tubo fixado e conectado a uma forma de 
ventilação assistida enriquecida com oxigênio, e a via aérea estando assegurada em sua 
posição com um método apropriado de estabilização. A via aérea definitiva garante 
ventilação, não aspiração de conteúdo gástrico, e menor risco de ser removida. 
 
INDICAÇÃO 
• Apneia. 
• Proteção das vias aéreas inferiores contra aspiração de sangue ou conteúdo 
gástrico. 
• Comprometimento iminente das vias aéreas por exemplo, lesão por inalação, 
fraturas faciais ou convulsões reentrantes. 
• TCE necessitando de hiperventilação. 
• Incapacidade de manter oxigenação ade- quada com ventilação sob máscara. 
 
MATERIAL NECESSÁRIO 
• Laringoscópios com lâminas retas e curvas; 
• Tubos endotraqueais; 
• Sistema de ventilação manual (AMBU); 
• Máscaras faciais (usada combinada a uma fonte de ventilação, geralmente o 
AMBU); 
• Cânula de traqueostomia ou cricotireostomia (para emergências); 
• Sondas gástrica e de aspiração; 
• Fio guia flexível; 
• Anestésicos locais; 
• Seringa para insuflar os balonetes; 
• Tiras de esparadrapo ou adesivo; 
• Fonte de oxigênio; 
• Estetoscópio. 
 
INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL 
• É a mais utilizada e com os melhores resultados. 
• Indicações: 
o Perda dos reflexos de proteção das vias aéreas; 
o Escore de Glasgow ≤ 8; 
o Insuficiência respiratória; 
o Parada cardiorrespiratória; 
o Necessidade de assistência ventilatória prolongada ou controle da 
ventilação pulmonar; 
o Condição potencialmente obstrutivas das vias aéreas (anafilaxia, infecções e 
queimadura de vias aéreas);o Necessidade de sedação; 
o Doenças neurológicas; 
o Instabilidade hemodinâmica. 
 
• Técnica: 
o Avaliação da via aérea; 
o Preparação para intubação: verificação do material e posicionamento do 
paciente em posição olfativa (quando possível): cabeça estendida e elevada 
– melhor alinhamento dos eixos oral, faríngeo e laríngeo. 
o Pré oxigenação com oxigênio a 100% (suporte para o período de apneia até 
conseguir intubar o paciente); 
o Laringoscopia: A ponta da lâmina deve ser inserida na valécula (espaço 
acima da epiglote). Então deve-se tracionar o laringoscópio para cima e para 
trás realizando assim, a elevação da epiglote para que as cordas vocais 
sejam visualizadas---não fazer movimentos de báscula com o laringoscópio, 
para evitar traumas dentários. 
o Introduzir tubo endotraqueal até que seu balonete ultrapasse a glote; 
o Retirar o Laringoscópio, Insuflar balonete; 
o Oxigenar. 
o Confirmar posicionamento correto do tubo observando a expansibilidade de 
ambos os hemitórax e a presença de murmúrio vesicular uniformemente 
distribuído, audível com estetoscópio. 
• Complicações: 
o Intubação esofágica, levando a hipóxia e morte. 
o Indução ao vômito, levando a aspiração, hipóxia e morte. 
o Luxação da mandíbula. 
o Laceração de partes moles das vias aéreas, faringe posterior, epiglote e/ ou 
larínge. 
o Fratura de dentes (causados por movimento de alavanca). 
o Ruptura ou vazamento do balonete do tubo, resultando em perda de 
vedação durante a ventilação. 
 
INTUBAÇÃO NASOTRAQUEAL 
• Parte-se do mesmo princípio da colocação de cânula nasofarígea (facilitar o fluxo 
aéreo) 
• Indicações: 
o Paciente consciente; 
o Impossibilidade de visualização de estruturas anatômicas durante a 
laringoscopia; 
o Trismo intenso; 
o Impossibilidade de posicionar o paciente em decúbito dorsal. 
• Contraindicações: 
o Apneia; 
o Fratura de base de crânio 
o Trauma da face. 
 
 
 
TEMA: SRPA 
DEFINIÇÃO: A Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA) é o local 
destinado a receber o paciente em pós-operatório imediato até que recupere a 
consciência e tenha seus sinais vitais estáveis. O corpo funcional da SRPA é 
composta obrigatoriamente por um médico anestesiologista, um enfermeiro 
e técnicos plantonistas 
EQUIPAMENTOS: 
A sala de recuperação pós-anestésica deverá estar ocupada com: 
 • Cama/maca de recuperação com grade; 
 • Tensiômetro ou similar; 
 • Laringoscópio adulto ou infantil; 
 • Capnógrafo; 
• Ventilador pulmonar adulto e infantil; 
 • Aspirador contínuo elétrico; 
 • Estetoscópio; 
 • Fonte de oxigênio e vácuo; 
• Monitor cardíaco; 
• Oxímetro de pulso; 
• Eletrocardiógrafo; 
• Material de consumo; 
• Medicamentos. 
MONITORIZAÇÃO: 
Desde a admissão até o momento da alta, os pacientes permanecerão 
monitorados quanto: 
a) à circulação, incluindo aferição da pressão arterial e dos batimentos 
cardíacos e determinação contínua do ritmo cardíaco, por meio da 
cardioscopia; 
b) à respiração, incluindo determinação contínua da oxigenação do sangue 
arterial e oximetria de pulso; 
c) ao estado de consciência; 
d) à intensidade da dor. 
CRITÉRIOS DE ALTA DA SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA 
 • Valor da escala de Aldrete e Kroulik maior ou igual a 8; 
• Valor da escala de Bromage 2, 1 ou 0, em pacientes que foram submetidas a 
anestesia espinhal; 
• Estabilidade dos sinais vitais, comparada com os sinais vitais de enfermaria ou da 
admissão; 
 • Orientação do paciente no tempo e espaço; 
 • Ausência de sangramento ativo e retenção urinária; 
 • Vômito sob controle e/ou em tratamento medicamentoso; 
• Dor sob controle e/ou em tratamento medicamentoso; 
 • Força muscular que favoreça respiração profunda e tosse. 
Os critérios de alta da SRPA devem ser avaliados a cada 30 minutos. A indicação 
para alta da SRPA é atribuição exclusiva do médico anestesiologista plantonista. 
 
 
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Lavagem de mãos 
Cuidados Paliativos 
Sondas 
Receita e Prescrição 
Prevenção de Infecção 
Punção Venosa 
Ulcera por Pressão 
Equipamentos de Proteção Individual 
Gasometria 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lavagem de mãos 
Cinco momentos para a higiene das mãos 
1. Antes de tocar o paciente 
2. Antes de realizar procedimento limpo/asséptico 
3. Após risco de exposição a fluidos corporais 
4. Após tocar o paciente e 
5. Após contato com superfícies próximas ao paciente. 
 
As mãos devem ser lavadas com água e sabonete quando estiverem visivelmente sujas de, 
quando forem expostas a potenciais organismos formadores de esporos ou depois de utilizar o 
banheiro. As ações de higiene das mãos são mais eficazes quando a pele das mãos é livre de 
descontinuidade, as unhas estão no tamanho natural, curtas e as mãos e antebraços sem joias 
e descobertos. 
 
 
 
 
Cuidados paliativos 
• Conhecer problemas, anseios, temores e expectativas do paciente. 
• Facilitar o alívio de sintomas de modo eficaze melhorar sua autoestima. 
• Oferecer informações verdadeiras, de modo delicado e progressivo, de acordo com as 
necessidades do paciente. 
• Identificar o que pode aumentar seu bem-estar. 
• Conhecer seus valores culturais, espirituais e oferecer medidas de apoio. 
• Respeitar/reforçar a autonomia. 
• Tornar mais direta e interativa a relação entre profissional da saúde e paciente. 
• Melhorar as relações com os entes queridos e detectar necessidades da família. 
• Dar tempo e oferecer oportunidades para a resolução de assuntos pendentes 
(despedidas, agradecimentos, reconciliações). 
• Fazer com que o paciente se sinta cuidado e acompanhado até o fim. 
• Diminuir incertezas. 
• Auxiliar o paciente no bom enfrentamento e na vivência do processo de morte 
Comportamento empático envolve: 
• Manter contato com os olhos durante aproximadamente 50% do tempo da interação. 
• Ouvir atentamente. 
• Permanecer em silêncio enquanto o outro fala, utilizando eventualmente meneios 
positivos 
• Sorrir. 
• Manter tom de voz suave. 
• Voltar o corpo na direção de quem fala e manter os membros descruzados. 
• Utilizar, eventualmente, toques afetivos em braços, mãos ou ombros 
Protocolo SPIKES 
Processo de comunicação de notícias clínicas desfavoráveis 
S – Setting – configurando a entrevista – revisar plano de comunicação com paciente e prever 
respostas as reações emocionais (ambiente ideal) 
P – assessing the patient’s – perception – avaliar percepção do paciente – Usar perguntas 
abertas antes de discutir os achados médicos a fim de criar uma imagem precisa de como o 
paciente percebe sua situação. (Qual sua compressão? O que lhe foi dito até agora?) 
I – Invitation – obtendo o convite do paciente – Perceber se ele quer ou não ter a informação 
completa. (Alguns preferem não ter, outros anseiam por ela). ‘’Como você gostaria que eu lhe 
desse as informações dos resultados do exame?’’ 
K – knowledge – dar conhecimento e informação ao paciente (Evitar termos que possam 
provocar confusão). 
E – Responder as emoções do paciente empaticamente, oferecer apoio e solidariedade. 
S – Estratégia médica 
 
TEMA: Sondas 
DEFINIÇÃO 
Tubo que se introduz em um canal no organismo 
 
SONDA NASOGÁSTRICA 
• Conceito: é a introdução de uma sonda através das fossas nasais até́ o estômago. 
• Finalidade: alimentação, remover secreções do estômago, remover doses excessivas 
de medicamentos ingeridos ou venenos, esvaziamento gástrico antes de cirurgias e 
administração de medicações. 
• Indicação: Intoxicação exógena, pacientes graves/traumatizados, perioperatório, 
pacientes que não conseguem ou não podem deglutir ou que necessitam de 
complementação nutricional. 
• Material necessário: 
o Bandeja contendo sonda nasogástrica em calibre adequado 
o Frasco coletor 
o Seringa de 20 ml 
o Pacote de gaze 
o Toalha de rosto 
o Lubrificante 
o Micropore para fixação 
o Estetoscópio 
o Tesoura. 
• Técnica: 
o Higienizar as mãos. 
o Preparar material e ambiente. 
o Explicar ao paciente/família os benefícios e objetivos do procedimento. 
o Paramentação. 
o Posicionar o paciente em fowler (45o) sem travesseiro. 
o Medir a sonda da ponta do nariz ao lóbulo da orelha até́ o apêndice xifóide 
e daí mais 3 cm marcando com esparadrapo. 
o Lubrificar a ponta da sonda. 
o Passar a sonda através de uma das narinas solicitar ao paciente que auxilie 
(quando possível) deglutindo a sonda quando passar pela faringe. 
o Introduzir a sonda até ́a porção marcada com o esparadrapo. 
o Verificar se a sonda está bem posicionada no estômago: injeta-se 20 ml de 
ar através da sonda e com o estetoscópio sobre o epigástrio, ausculta-se a 
presença de som estridente. 
o Ajustar a sonda e fixação com esparadrapo. 
 
 
SONDA NASOENTÉRICA 
• Conceito: é a passagem de uma sonda através das fossas nasais, geralmente até o 
jejuno. Esta sonda causa menos traumas que a sonda nasogástrica, podendo 
permanecer por mais tempo, e reduz o risco de regurgitação e aspiração traqueal. 
• Finalidade: manutenção ou correção do estado nutricional 
• Indicação: pré e pós operatório de diversas cirurgias, estado comatoso, anorexia 
• Material necessário: 
o Bandeja contendo sonda nasoenteral em calibre adequado 
o SG10% 500 mL e equipo 
o Seringa de 20 ml 
o Pacote de gaze 
o Lubrificante 
o Micropore para fixação 
o Estetoscópio 
o Tesoura. 
• Técnica: idem nasoentérica, exceto partes em negrito 
o Higienizar as mãos. 
o Preparar material e ambiente. 
o Paramentação. 
o Explicar ao paciente/família os benefícios e objetivos do procedimento. 
o Posicionar o paciente em fowler (45o) sem travesseiro. 
o Medir a sonda da ponta do nariz ao lóbulo da orelha até o apêndice xifóide 
e daí mais 30 a 40 cm marcando com esparadrapo. 
o Lubrificar a ponta da sonda. 
o Passar a sonda através de uma das narinas solicitar ao paciente que auxilie 
(quando possível) deglutindo a sonda quando passar pela faringe. Pode 
haver náuseas e vômitos, portanto deixe-o repousar alguns minutos. A 
flexão cervical, nesta tarefa, pode ser útil em pacientes intubados e 
sedados. 
o Introduzir a sonda até a porção marcada com o esparadrapo. 
o Retirar o fio guia segurando firmemente a sonda próximo ao nariz para que 
não saia; 
o Verificar se a sonda está bem posicionada no estômago: aspirando o 
conteúdo gástrico e injetando 20 ml de ar através da sonda e com o 
estetoscópio sobre o epigástrio, auscultar a presença de som estridente. 
o Ajustar a sonda na posição correta e fixá-la com micropore sobre a pele do 
paciente (região nasal). 
o Deixar o paciente preferencialmente em decúbito lateral direito e manter 
soro glicosado 10% a 7 gotas por minuto ou a critério médico a fim de 
facilitar a migração da sonda ao duodeno. 
 
SONDA VESICAL 
• Conceito: É um procedimento estéril que consiste na introdução de uma sonda até́ a 
bexiga, através da uretra. 
• Finalidade: facilitar a drenagem da urina ou instilar medicação ou líquido, com 
tempo de permanência longo (pode variar de dias a meses), determinado pelo 
médico. 
• Indicação: 
o Terapêutica: estabelecer um débito urinário em pacientes graves; diante da 
retenção urinária (bexiga neurogênica em neuropatas), nos casos de 
insuficiência renal, cetoacidose diabética, entre outras. 
o Diagnóstica: caracterizar com precisão a existência de infecção urinária. 
• Material necessário: 
o Sondas vesicante de vários tamanhos; 
o Campos fenestrados; 
o Luvas; 
o Compressas de gaze; 
o Tubos para coleta de exames; 
o Xilocaína viscosa para lubrificação; 
o Solução antisséptica. 
• Técnica: 
o Lavar as mãos; 
o Reunir o material e levar até́ a paciente; 
o Promover ambiente iluminado e privativo; 
o Explicar o procedimento à paciente; 
o Calçar luvas de procedimento; 
o Verificar as condições de higiene do períneo, se necessário, proceder à 
higienização com água e sabão; 
o Posicionar a paciente em decúbito dorsal, com as pernas flexionadas e 
afastadas (mulher) 
o Visualizar o meato uretral; 
o Retirar as luvas de procedimento; 
o Organizar o material sobre uma mesa ou local disponível; 
o Abrir o pacote de sondagem, acrescentando: quantidade suficiente de 
antisséptico na cuba rim, pacotes de gaze sobre o campo estéril, uma 
porção de xilocaína gel (após descartar o primeiro jato) sobre o campo e/ou 
sobre a extremidade da sonda após testar o balonete e a bolsa coletora; 
o Calçar as luvas estéreis; 
o Conectar a sonda à bolsa coletora; 
o Proceder à antissepsia do períneo com as gazes que foram embebidas no 
antisséptico 
o Colocar o campo fenestrado de maneira a permitir a visualização do meato 
uretral; 
o Com a mão não dominante e auxílio de gaze estéril, afastar os grandes 
lábios na mulher e expor o prepúcio no homem, para exposição do meato 
uretral; em seguida, com a mão dominante introduzir a sonda comxilocaína 
2% na sua extremidade no meato uretral do paciente até́ retornar urina no 
intermediário da bolsa coletora, sendo seguro introduzir mais uma porção a 
fim de evitar inflar o balonete no canal uretral, pois o mesmo deve ser 
inflado no interior da bexiga urinária; 
o Inflar o balonete com 15-20 ml de água destilada e tracionar a sonda para 
verificar se está fixa na bexiga; 
o Fixar com micropore o corpo da sonda na parte interna da coxa da paciente, 
tendo o cuidado de não deixá-la tracionada; 
o Pendurar a bolsa coletora em suporte localizado abaixo do leito (e não nas 
grades); 
 
 
TEMA: Precaução hospitalar
DEFINIÇÃO
Precaução padrão: são medidas aplicadas no atendimento de todos os pacientes 
(independente do diagnóstico), devem ser utilizadas quando houver risco de contato com: 
sangue, fluidos corpóreos, secreções e excreções, pele não íntegra, mucosas
• Lavagem de mãos: antes de tocar no paciente, antes de realizar procedimento limpo/
asséptico, após risco de exposição a fluidos corporais, após tocar o paciente, após 
tocar nas superfícies próximas ao paciente.
• Luvas: usar luvas limpas, não estéreis, quando houver possibilidade de contato com 
sangue ou outros fluidos corporais ou artigos contaminados; retirar luvas após uso, 
antes de tocar em superfícies ambientais ou de contato co outro paciente; lavar as 
mãos imediatamente após a retirada das luvas; trocar de luvas entre um paciente e 
outro e entre procedimentos.
• Máscaras e óculos de proteção: proteção individual de mucosa dos olhos, nariz e 
boca durante a realização de procedimentos, sempre que houver risco de respingo 
com sangue ou fluidos corpóreos.
• Avental: usar limpo, não estéril, para proteção individual, sempre que houver risco 
de sujar a roupa com sangue ou fluidos corpóreos; retirar o avental o mais rápido 
possível e lavar as mãos.
• Material pérfuro-cortantes: descarte adequado em caixas rígidas de papelão.
Precauções específicas: são baseadas nas formas de transmissão, precauções no cuidado de 
pacientes suspeitos ou confirmados de infecção com microorganismos: precauções com 
gotículas; precauções com aerossóis; precauções de contato.
Transmissão por gotículas: 
1. Contato próximo ao paciente (até 1 m);
2. Fonte: fala, tosse, espirro, aspiração de VA;
3. Indicação: meningite, coqueluche, influenza, difteria e rubéola.
Precauções por gotículas: higienização de mãos, máscara cirúrgica, quarto privativo
Quando não houver disponibilidade de quarto privativo, o paciente pode ser internado 
com outros infectados pelo mesmo microorganismos.
Transmissão por aerossóis:
1. Permanecem suspensos no ar e podem ser dispersadas a longas distâncias;
2. Fonte: pessoas (secreções oral e nasal), corrente de ar;
3. Indicação: tuberculose pulmonar, laríngea, sarampo, varicela.
Precauções por aerossóis: higienização das mãos, máscara N-95, quarto provativo.
Porta do quarto deve ser mantida sempre fechada e necessita do uso de máscara antes 
de entrar no quarto.
Quando não houver disponibilidade de quarto privativo, o paciente pode ser internado 
com outros infectados pelo mesmo microorganismos.
Transmissão por contato:
1. Contato direto ou indireto: pessoas, superfícies ambientais, artigos e equipamentos;
2. Indicações: diarreias, escabiose, pediculose, bactérias multirresistentes.
Precauções de contato: higienização das mãos, avental, luvas, quarto privativo.
Equipamentos como termômetro, esfigmomanômetro e estetoscópio devem ser de uso 
exclusivo do paciente.
Precauções mistas:
1. Indicação: recomendadas para evitar a disseminação de agentes que apresentam 
dupla via de transmissão.
2. Associação: precaução de contato + precaução de gotículas
 precaução de contato + precaução com aerossóis
TEMA: EPI dos profissionais de saúde 
DEFINIÇÃO
Deve ser usado quando se prevê exposição a material biológico e a produtos químicos 
tóxicos.
Indicação nas áreas clínicas e de apoio diagnóstico.
Tipos de EPI:
1. Máscara com filtro químico: manipular substâncias tóxicas;
2. Máscara N-95: proteção de doenças por transmissão aéreas;
3. Luvas de borracha: proteção de pele a material biológico e produtos químicos;
4. Óculos de acrílicos: proteção lateral e com dispositivo que evite embaçar;
5. Protetor facial de acrílico: indicado durante limpeza mecânica de instrumentos;
6. Avental impermeável, capote de manga comprida;
7. Bota ou sapato fechado impermeável: locais úmidos ou com material infectante;
8. Máscara cirúrgica;
9. Gorro.
Medidas de proteção coletiva que devem ser usadas nas unidades de saúde
EPC-Equipamentos de Proteção Coletiva
1. Cabine de área química: circulação de ar para evitar a inalação de materiais 
contaminantes;
2. Recipiente com areia: neutralizar derramamento de substâncias;
3. Mangueira: combate de incêndios;
4. Alça descartável de transferência: uso de materiais potencialmente contaminados;
5. Lava-olhos e chuveiro de emergência: uso imediato em caso de contato com produtos
químicos e agentes contaminantes;
6. Kit de limpeza;
7. Caixa de primeiros- socorros: deve conter antídotos contra cianuretos e outros 
compostos químicos perigosos.
TEMA: RECEITUARIO, PRESCRIÇÃO E 
SOLICITAÇÃO DE EXAMES 
RECEITUÁRIO: 
• SIMPLES: – é utilizada para prescrição de medicamentos anódinos e de 
medicamento de tarja vermelha, com os dizeres venda sob prescrição médica; 
• Receita de Controle Especial – é utilizada para a prescrição de medicamentos à base 
de substancias constantes das listas “C1” (outras substâncias sujeitas a controle 
especial), “C2”(retinoicas para uso tópico) e “C5”(anabolizantes). É preciso fazer 
duas vias. 
• Receita Azul ou Receita B – Notificação de Receita B é um impresso, padronizado, 
na cor azul, utilizado na prescrição de medicamentos que contenham substâncias 
psicotrópicas – listas B1 e B2 
• Receita Amarela ou Receita A – A Notificação de Receita A é um impresso, na cor 
amarela, para a prescrição dos medicamentos das listas A1 e A2 (entorpecentes) e A3 
(psicotrópicos). 
o Superinscrição – constituída por nome e endereço do paciente, idade, 
quando pertinente, e sem obrigatoriedade do símbolo RX, que significa: 
“receba”; por vezes, esse último é omitido, e, em seu lugar, se escreve: “uso 
interno” ou “uso externo”, correspondentes ao emprego de medicamentos 
por vias enterais ou parenterais, respectivamente. 
o Inscrição – compreende o nome do fármaco, a forma farmacêutica e sua 
concentração. 
o Subscrição – designa a quantidade total a ser fornecida; para fármacos de 
uso controlado, essa quantidade deve ser expressa em algarismos arábicos, 
escritos por extenso, entre parênteses. 
o Adscrição – é composta pelas orientações do profissional para o paciente. 
o Data e assinatura e, ao final, inutilizar a receita; 
 
EXEMPLO: 
 
 
 
 
P/ Maria José do Carmo 
 
Uso oral: 
1) Dipirona sódica 500 mg -------------------------------- 21 compromidos 
Tomar 1 comprimido, por via oral, a cada 8 horas por 7 dias; 
 
2) Omeprazol 20 mg ------------------------------- 1 caixa 
Tomar 1 comprimido pela manhã em jejum 
 
 
 
Goiânia, 07/06/19 Dra. Cacilda Pedrosa 
 MÉDICA 
 CRM: 1234 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRESCRIÇÃO HOSPITALAR: 
• Toda ordem médica deve constar na prescrição; 
• Deve ser identificada com nome, prontuário, data e horário em que foi ordenada, 
assinada e carimbada pelo médico; 
• A prescrição deve ser escrita em letra legível e ordens claros; 
• Ao modificar um item deve-se informar o horário, assinar e carimbar; 
• Qualquer acréscimo deve conter data e horário e estar assinado, com carimbo. 
• Toda a prescrição de medicamentos deve conter: 1) nome farmacológico; 2) forma 
farmacêutica; Potencia(mg, ml, Ui...), 3) dose ou quantidade, 4) Via de 
administração e intervalos de administração: 
• Deve conter, em sequência: 
1. Dieta 
2. Soro de mune tenção 
3. Antibióticos (DIA – deve ser colocado qual o dia está o tratamento ex. D2 para o 
segundo dia; D5 para o quinto dia) 
4. Medicamentos de infusão contínua; 
5. Medicações de uso EV 
6. Medicações de uso IM 
7. Medicações de uso SC 
8. Medicações de uso Oral; 
9. Medicações de uso aerossol 
10. Medicações SN (se necessário – “em caso de...”) 
11. Procedimentos com horários ou intervalos, com material ou orientações; 
12. Cuidados de outros profissionais; 
13. Cuidados de enfermagem 
14. Monitorização (diurese, peso...) 
15. Acompanhamento de outros médicos 
16. Assinatura do médico com CRM ou carimbo; 
 
EXEMPLO: 
 
UNIDADE DE INTERNAÇÃO: Clínica Cirúrgica Leito: 206 B 
Prontúario: 9193893 Paciente: Homer Jay Simpson 
 
PRESCRIÇÃO 
1. Dieta oral livre após recuperação anestésica; 
2. SF 0,9% 500 ml 2fr. EV 41 ml/h 
3. Tramadol 100 ml diluído em 100 ml de SF 0,9% EV 8/8h 
4. Dipirona sódica 500 mg/ml EV 6/6 h 
5. Bromoprida 10mg/2ml EV EV 8/8h 
6. Aferir débito SVD de 8/8h 
7. Glicemia capilar 8/8h 
8. Cabeceira em 30° 
 Dr. Juarez Távora 
 MÉDICO 
 CRM: 6666 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOLICITAÇÃO DE EXAMES: 
• Deve conter: nome do paciente, data, exame solicitado, razão clínica (motivo), 
assinatura e CRM do médico: 
 
EXEMPLO: 
 
P/ Maria Aparecida Cardoso 
07/06/19 
Solicito: 
 
1) Hemograma completo 
2) TGO 
3) TGP 
4) FA 
5) GGT 
6) Bilurrubinas totais e frações 
7) TP 
8) TPPA 
9) Albumina sérica 
10) Creatinina sérica 
 
Motivo: Síndrome Colestática 
 Dr. Fernando Amorim 
 MÉDICO 
 CRM-GO: 0939 
 
 
 
 
TEMA: PUNÇÃO VENOSA 
MATERIAL: 
Abocath/Jelco (cateter intravenoso) 
Garrote 
Bolas de algodão 
Álcool 70% 
Bandeja 
Soro fisiológico 0,9% 
Esparadrapo / Microporo 
Seringa 10 mL 
Plug adaptador 
EPI: 
Luvas de procedimento 
Óculos 
Gorro 
Máscara 
ANTES: 
Cumprimentar paciente (conferir identificação na pulseira) 
Explicar procedimento ao paciente 
Obter consentimento 
Higienização das mãos 
Calçar luvas 
Conectar plug adaptador ao soro fisiológico 
PROCEDIMENTO: 
Garrotear braço 15 a 20 cm acima do local de punção 
Palpar a veia com o dedo indicador 
Solicitar ao paciente que coloque o membro pendente e faça movimento de abrir e fechar a 
mão 
Antissepsia do local de punção com algodão embebido em álcool 70%, em movimentos 
circulares, esperar secagem espontânea 
Fixar a veia tracionando a pele 
Introduzir agulha com bisel para cima em ângulo de 45° 
Diminuir o ângulo e progredir em direção à veia até observar retorno venoso 
Soltar o garrote 
Conectar plug adaptador e observar infiltração 
Fixação do plug com esparadrapo ou microporo 
APÓS: 
Deixar o paciente confortável 
Desprezar material utilizado 
Remover luvas de procedimento 
Higienizar as mãos 
 
 
TEMA: ÚLCERA DE PRESSÃO 
DEFINIÇÃO: 
Segundo o American National Pressure Ulcer Panel (NPUAP) e European Pressure 
Ulcer Advisory Panel (EPUAP), a úlcera por pressão é uma lesão localizada na pele ou 
tecidos subjacentes, normalmente sobre uma proeminência óssea, secundárias a um 
aumento de pressão externa, ou pressão em combinação com cisalhamento. 
As úlceras por pressão são uma importante causa de morbidade e mortalidade, 
especialmente para pessoas com sensibilidade reduzida, imobilidade prolongada ou 
idade avançada. 
FISIOLOGIA: 
A úlcera por pressão ocorre em virtude de mudanças degenerativas da pele e/ou tecido 
subcutâneo exposto às forças de pressão e cisalhamento. A pressão sobre a 
proeminência óssea prejudica a circulação sanguínea favorecendo a morte celular e o 
conseqüente aparecimento da úlcera. O cisalhamento é fenômeno de deformação da 
pele que ocorre quando as forças que agem sobre ela provocam um deslocamento em 
planos diferentes. 
FATORES DE RISCO: 
• Pessoas com perda da sensibilidade (lesado medular) 
• Idoso incapacitado 
• Pessoa incapaz ou com dificuldade de mobilidade do corpo 
• Doenças degenerativas 
• Tolerância tecidual reduzida (pele frágil) 
• Incontinência urinária ou intestinal 
• Desnutrição ou obesidade 
CLASSIFICAÇÃO: 
 
SINTOMATOLOGIA: 
A fissura anal, em geral, é única 
→ Dor anal - principal sintoma. É intensa, penetrante e aguda, do tipo latejante ou em 
queimação, apresenta intensidade máxima durante ou imediatamente após a evacuação 
ou a distensão do canal anal. Produz a sensação de estar rasgando ou cortando o ânus 
de forma aguda durante a passagem das fezes. Muitas vezes, essa dor se estende de 
forma espasmódica até a região genital, às costas ou aos membros inferiores, podendo 
manter-se por horas depois da evacuação. 
→ Obstipação intestinal 
→ Sangramento – vermelho vivo, sempre relacionado com a evacuação 
→ Irritação perianal devido a secreção de muco associada ou não ao prurido local 
→ Infecção local – ver complicação abaixo. É classificada de acordo com a duração de 
seu quadro clínico, em aguda ou crônica: Fissura anal aguda: Caracteriza-se por uma 
lesão em forma de fenda, estreita e superficial, sem elevação das bordas e com curto 
período de sintomas, variando de dias a 2 ou 3 meses. Fissura anal crônica: A lesão 
torna-se mais profunda, com bordos bem definidos e salientes, caracterizando sua fase 
crônica, em geral com mais de 6 meses de duração. 
 
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
Técnicas de curativo incluem a limpeza, desbridamento e cobertura que pode ser: 
Filme de Poliuretano: Cobertura estéril, semipermeável, sendo impermeável à líquidos 
e bactérias. Facilmente adaptável a áreas de contorno do corpo. Adesivo acrílico 
hipoalergênico, permitindo aderência somente à pele íntegra e não aderindo à 
superfície úmida, evitando o trauma durante a sua retirada. 
Ácido graxo essencial (Dersani): Cobertura originada de óleos vegetais poliinsaturados 
compostos fundamentalmente de ácidos graxos essenciais: ácido linoleico, caprílico, 
cáprico, vitamina A, E e lecitina de soja. 
Alginato de cálcio 
 • Cobertura composta por um polissacarídeo derivado de algas marinhas. 
• Apresentação: Gel ou fibras. 
• Utilizado como curativo em lesões abertas e altamente exsudativas. 
• Poder de absorção. 
Hidrocolóide: Curativo composto por partículas com capacidade de absorção (gelatina, 
pectina e carboximetilcelulose) dispersas em água formando um gel semi-sólido. 
Hidrogel: Gel que atua no sentido de umedecer o tecido desvitalizado e auxiliar no 
desbridamento autolítco, a umidade promove angiogênese. Indicado para feridas com 
necrose ou esfacelo. 
Papaína: 
• Enzima derivada do mamão papaia. Realiza desbridamento químico, tem ação 
bactericida, bacteriostática e acelera o processo de cicatrização. 
• Concentrações: 
– 3% - granulação 
– 6%- exsudato purulento 
– 10%- necrose 
Sulfadiazina de prata: 
• Cobertura de sulfadiazina de prata a 1%, com ação bactericida, bacteriostática e 
fungicida pela liberação de íons prata que levam à precipitação de proteínas. 
• Indicação: Prevenção de colonização e tratamento de queimadura. 
• Tempo ideal de uso: sete dias 
• Contra Indicações: uso prolongado, lembrar que esta cobertura é nefrotóxica. 
 
TEMA: GASOMETRIA 
DEFINIÇÃO: É um exame indicado para avaliação do distúrbio do equilíbrio ácido-base, da 
oxigenaçãopulmonar do sangue arterial e da ventilação alveolar. Tem por objetivo mensurar 
os valores do pH sanguíneo, da pressão parcial de gás carbônico (PaCO2) e oxigênio (PaO2), 
do íon bicarbonato (HCO3) e da saturação da oxi-hemoglobina, dentre outros. 
MATERIAL: 
1-Seringa de 3 ml 
2- Agulha 1,2x40 (rosa) 
3- Agulha 0,7x25(cinza) ou menor 
4- Heparina 
5- Algodão 
6- Álcool 70% 
7- Gaze 
8- Luva de procedimento 
9-Coxim 
10- SOLICITAÇÃO DO EXAME (OBVIAMENTE) 
EPI: Gorro, máscara descartável, óculos e luva de procedimento. 
ANTES: -CONFERIR A SOLICITAÇÃO DO EXAME E O NOME DO PACIENTE. 
• Explicar o procedimento ao paciente 
• Estender o braço, com a palma da mão para cima e hiperextender o punho 
apoiando-o sobre o coxim (para deixar a artéria radial o mais superficial 
possível) 
• Identificar a artéria radial: palpar o processo estiloide do rádio e o tendão dos 
flexores do carpo – sente -se o pulso radial entre essas duas estruturas 
anatômicas. 
PROCEDIMENTO: 
Lavar as mãos 
1-Colocar luva 
2- Limpar o local da punção com algodão embebido com álcool 70% 
3- Heparinizar a seringa com a agulha rosa (aspira a heparina e devolve no frasco) -
NO HC AS SERINGAS JÁ VEM HEPARINIZADAS 
4- Palpar o pulso radial usando a mão não dominante (Polpa digital dos dedos 
indicador e médio) 
5-Com a mão dominante, inserir a agulha em um ângulo de 30-45º em direção 
cefálica logo abaixo do local onde está palpando o pulso 
6- Avançar a agulha lentamente até que o sangue arterial flua espontaneamente para a 
seringa. Coletar no mínimo 1 ml (idealmente coletar 3ml) 
7- Retirar a agulha e comprimir imediatamente com a gaze, fazendo pressão por 5 
minutos. (NÃO ESQUEÇA DE VERIFICAR SE O SANGRAMENTO PAROU) 
8- Retirar as bolhas da seringa e tampar a agulha. Balançar delicadamente para 
misturar o sangue com a heparina. 
9- Identificar a seringa com o nome do paciente 
APÓS: 
1- Lavar as mãos e descartar os materiais usados. 
2- Encaminhar a coleta imediatamente para laboratório em bolsa térmica com gelo 
 
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Síndrome Colestática 
Hérnias de Parede Abdominal I 
Hérnias de Parede Abdominal II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEMA: Hérnias de parede abdominal -1
DEFINIÇÃO
Protusão de um órgão ou de seu revestimento através da parede ou cavidade que deveria 
contê-lo. 
Hérnias de parede abdominal: hérnias epigástricas, umbilicais, lombares, ventrolaterais de 
Spiegel, incisionais e periestomacais.
Hérnias da região inguinofemoral: hérnias inguinais, femorais e obturatórias.
Hérnias inguinais: podem ser divididas quanto ao mecanismo de formação: indiretas, mais 
comuns, e diretas, mais frequente em homens devido a atrofia tardia do conduto 
peritoneovaginal, principalmente do lado direito.
Hérnias indiretas: ocorrem devido a alterações congenitas do não fechamento do conduto 
peritoneovaginal, que em condições normais é obliterado e recebe o nome de Ligamento de 
Choquet, nos homens e mas mulheres recebe o nome de Divertículo de Nuck. Em casos de 
não fechamento ou mesmo fechamento parcial do conduto peritoneovaginal, há comunicação 
entre a cavidade abdominal e o canal inguinal, favorecendo o aparecimento de hérnia inguinal
indireta e outras afecções como hidrocele do cordão e hidrocele comunicante.
Hérnias diretas: ocorrem devido ao enfraquecimento da musculatura da parede posterior do 
canal inguinal. Localizada no Triangulo de Hesselbach, local de maior fragilidade da fascia 
transversalis, que possui menor proteção de aponeuroses.
SINTOMATOLOGIA: 
(Incluir sintomas e perguntas obrigatórias na investigação) 
Sensação de peso ou dor mal definida na região inguinal associada aos esforços, dor pode vir 
acompanhada de abaulamentos na região inguinal, que pode retornar de maneira espontânea 
para a cavidade abdominal ou não, podendo provocar dor intensa.
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO 
(exame clínico e complementares, se necessário) 
Exame físico: principal forma de diagnóstico, buscar fatores desencadeantes que levaram ao 
aumento da pressão intra-abdominal e ao desenvolvimento de hérnias.
✔ Paciente em pé, avaliar presença de abaulações na região inguinal em repouso e 
durante a manobra de Valsalva;
✔ Hérnias indiretas volumosas, o saco herniário pode estar presente dentro da bolsa 
escrotal, são as hérnias inguinoescrotais.
Avaliação se a hérnia é direta ou indireta: introduz-se o dedo no anel inguinal externo que 
é palpado através da bolsa escrotal, introduz o dedo indicados na porção inferior da bolsa 
escrotal e invaginamos o saco herniário para o interior do canal inguinal, até encontrar o 
orifício inguinal externo, depois solicita ao paciente que realiza a manobra de Valsalva, se a 
protusão for palpável é hérnia indireta, se a protusão for sentida a a partir do assoalho do 
canal inguinal é hérnia direta.
Exames complementares: indicados apenas quando há dúvidas quanto ao diagnóstico, é 
sugerido USG e TC.
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
(medicamentos dose e posologia)
Tratamentocirúrgico é indicado em casos sintomáticos 
Técnica de Bassini: reforço é feito via sutura do tendão conjunto e ao arco do músculo 
aponeurótico do transverso no ligamento inguinal; apresenta maior risco de recidiva.
Técnica de Shouldice: ultiliza imbicação de quatro planos de estruturas músculo- 
aponeuróticas no reforço da parede anterior.
Técnica de Zimmerman: realiza a sustura nas fascia transversalis a cinta ileopectinea, que 
começa ao nível do púbis e termina na borda do anel inguinal interno, o que leva ao 
estreitamento.
Técnica de Lichtenstein: reparo feito com uso de telas que é suturada ao longo 
ligamento inguinal inferiormente, no tendão conjunto e sob o M. oblíquo interno; possui 
menor índice de recidiva.
Técnica de Stoppa: abordagem via espaço pré-peritoneal, indicado para hérnias bilaterias e 
de recidivas, única incisão é realizada e permite abordar toda a região inguinal, realiza-se 
uma incisão mediana infraumbilical desloca o espaço pré-peritoneal até o tubérculo púbico, 
os sacos herniários são reduzidos e depois a tela é colocada.
Técnica videolaparoscópico: não possui nenhuma vantagem frente as demais, favorece 
aumento de custos e risco anestésico, pois requer anestesia geral e indução de 
pneumoperitônio.
TEMA: Hérnias de parede abdominal-2
DEFINIÇÃO
Hérnias femorais: recorrentes em mulheres obesas, >45 anos, são mais frequentes a direita, 
possivelmente devido ao efeito de tamponamento do sigmoide sobre o canal femoral 
esquerdo.
Podem cursar para encarceramento e estrangulamento.
Hérnias umbilicais: persistencia do anel umbilical sem fechamento de sua camada 
aponeurótica após o nascimento, há protusão anormal do peritôneo contendo tecido 
gorduroso pré-peritoneal e omento.
Pacientes com cirrose e ascite são mais propensos a ocorrer estrangulamento ou ruptura
do saco herniário, que pode cursar para peritonite.
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE HÉRNIA FEMORAL
TRATAMENTO CIRÚRGICO DA HÉRNIA UMBILICAL
TEMA: Síndrome Colestática 
DEFINIÇÃO 
É o acúmulo de bilirrubina direta e outros ingredientes da bile (ácidos biliares, colesterol) 
por um problema existente na drenagem biliar intra ou extra-hepática. 
• Intra-hepática: inclui as condições em que o hepatócito é incapaz de excretar a bile 
(hepatite), e aquelas em que há ́algum problema com a drenagem da bile pela 
árvore biliar dentro do próprio parênquima hepático. Principais causas: hepatites 
(virais, tóxicas ou medicamentosas), doenças infiltrativas do fígado e cirrose biliar 
primária. 
• Extra-hepática: ocorre a obstrução de alguma grande via biliar (principalmente o 
colédoco). Principais causas: obstrução por cálculos e neoplasias. 
 
FATORES DE RISCO 
Variam de acordo com a etiologia: 
• Idade: a prevalência de hepatite A diminui com a idade, ao contrário das doenças 
neoplásicas. 
• História familiar: icterícia, hepatite, colecistectomia, neoplasia. 
• Contatos de risco: profissionais de saúde, profissionais de creches ou escolas, 
usuários de drogas intravenosas, tatuagens, tratamentos odontológicos, uso de 
medicamentos ou plantas medicinais, ingesta de frutos do mar, ou viagens a áreas 
endêmicas de hepatite. 
 
SINTOMATOLOGIA: 
Icterícia (mista, com predomínio de BD), hipocolia ou acolia fecal, colúria, prurido, dor 
abdominal (cólica, no hipocôndrio D, irradia para dorso e ombro homolateral, com náuseas 
e vômitos), esteatorreia, Hepatoesplenomegalia, ascite, sinal de Murphy positivo (colestite 
aguda), sinal de Courvosier positivo (vesícula biliar palpável e indolor +icterícia -> neoplasia 
periampular). 
 
OBS: febre, calafrios e cólica biliar (Tríade de Charcot) + hipotensão e alteração do nível de 
consciência (Pêntade de Reynolds) podem indicar colangite por litíase ou estenose biliar. 
 
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO 
O diagnóstico da síndrome é clínico. Porém deve-se investigar a etiologia. 
• Exame físico: fígado de volume reduzido exclui colestase extra-hepática 
• Atenção! para Sinal de Murphy (Colecistite aguda) e Sinal de Courvosier (neoplasia 
periampular). 
• Laboratório: pouco ou nenhum aumento das transaminases (2-3x) e grande 
aumento da fosfatase alcalina e da gama-GT, além hiperbilirrubinemia com 
predomínio de BD. A prova de vitamina K é outro fator importante: Se o tempo de 
protrombina estiver alargado (com atividade de protrombina reduzida), a 
administração parenteral de 10 mg de vitamina K o faz retornar ao normal nos casos 
de colestase. 
• Sorologias para hepatites virais 
• USG de abdome, a qual deve revelar dilatação das vias biliares (nos casos de 
colestase obstrutiva) e auxiliar na detecção da etiologia (sombra acústica=obstrução 
por cálculo). 
 
TRATAMENTO E RECOMENDAÇÕES: 
Depende da Etiologia. 
 
Colecistite aguda calculosa (complicação da Colelitíase, é a inflamação da vesícula por 
obstrução do ducto cístico por cálculo): 
• Inicialmente, medidas de suporte clínico: Internação hospitalar; Hidratação venosa; 
Analgesia; Dieta zero; Antibioticoterapia parenteral. 
• Depois, o tratamento definitivo é feito com Colecistectomia, preferencialmente, por 
via laparoscópica. 
Coledocolitíase (obstrução do colédoco por cálculo) 
• Se o diagnóstico for feito antes da colecistectomia, o método de escolha é a via 
endoscópica (pela CPRE): papilotomia endoscópica com extração de cálculos, 
programando-se em seguida uma colecistectomia laparoscópica eletiva. 
• Se a coledocolitíase for descoberta durante o ato cirúrgico da colecistectomia, pela 
colangiografia transoperatória, os cálculos devem ser extraídos por exploração do 
colédoco. 
Colecistectomia: Duas técnicas podem ser utilizadas para a colecistectomia: a técnica 
convencional (ou aberta) e a videolaparoscópica. 
• Aberta: incisão da parede abdominal anterior, seja incisão subcostal direita (tipo 
Kocher), mediana supraumbilical, ou paramediana direita. Realiza-se dissecção do 
trígono hepatocístico (triângulo de Calot) com isolamento e ligadura da artéria 
cística e ducto cístico. Procede-se então ao descolamento da vesícula de seu leito 
hepático através da secção de suas fixações peritoneais. 
• Videolaparoscópica: sua principal diferença está no acesso à cavidade abdominal. 
Este é feito através da insuflação de CO2 no interior da cavidade por meio de 
punção com agulha de Verres na região umbilical. São colocados três trocartes na 
parede abdominal que permitem o acesso dos instrumentos cirúrgicos. É realizada 
dissecção do trígono hepatocístico e ligadura do pedículo da vesícula com clipes 
metálicos. É muito importante realizar uma dissecção adequada do trígono 
hepatocístico, pois em seu interior passa a artéria cística, que deve ser ligada. É 
retirada a vesícula através do trocarte umbilical.

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