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1 TIPO E CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDIMENTO A obra fictícia a ser realizada será de uma loja de conveniência em um posto de gasolina, à rua Professor João Batista Vallões, nº 1290, Vila Santa Terezinha, bairro Campo Largo – PR totalizando uma área de 120 m², conforme Figura 1. Figura 1 – Área de Estudo Fonte: Google Maps, 2021 (Adaptado pelos autores). O município de Campo Largo-PR possui legislação específica para o gerenciamento de RCC, regulamentada pela Lei n° 3.274, de 22 de outubro de 2020, além dela será utilizada a resolução CONAMA 307/02. Segundo a Lei n° 3.274, de 22 de outubro de 2020, a área de estudo foi caracterizada como pequena geradora e por possuir área de construção inferior a 600 m², dispensa a elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil (PGRCC). 2 PROCESSOS CONSTRUTIVOS Para a construção da loja de conveniência não será necessário fazer demolição. Dessa forma, os procedimentos construtivos serão os seguintes: execução de fundações rasas (infraestrutura), execução da superestrutura, alvenaria, emboço, reboco, assentamento de pisos, telhamento e acabamentos. Para a execução das fundações rasas e da superestrutura, gera-se resíduo principalmente de madeira. Em geral, são utilizadas madeiras de baixa qualidade para fazer as formas e essas comumente podem ser utilizadas apenas uma vez. Gera-se também resíduo de aço proveniente do corte para a adequada montagem das armaduras. Para evitar uma alta quantidade de resíduos metálicos, nessa etapa busca-se encomendar o aço já cortado e dobrado. Quanto ao concreto, esse deve ser pedido da concreteira já com o volume adequado, para que não haja desperdício. Quanto a fase do levantamento da alvenaria, emboço e reboco, gera-se resíduo de argamassa e materiais cerâmicos (tijolo). Tal resíduo pode ter sua quantidade significantemente diminuída ao se treinar e orientar a equipe visando a diminuição de perdas. Além disso, deve-se ter muito cuidado no recebimento dos blocos cerâmicos, não aceitando os que estejam quebrados e tendo cuidado no armazenamento e transporte no canteiro de obras, evitando o desperdício e reduzindo custos. No assentamento dos pisos, há que se ter cuidado para não haver geração de resíduos desnecessária, causada pelo manuseio inadequado das cerâmicas ou pelo mal acondicionamento dos materiais necessários nessa etapa do processo construtivo, além de calcular-se a quantidade necessária de argamassa de forma cuidadosa. Para a etapa de telhamento com estrutura em aço e com a utilização de telhas de alumínio galvanizado, geram-se resíduos similares aos gerados na montagem das armaduras. Basicamente, resíduos de aço que podem ser zerados caso a encomenda dos componentes da estrutura e das telhas seja feito nas medidas corretas, não necessitando realizar corte no canteiro de obras. Na etapa de acabamento, as paredes já rebocadas recebem um tratamento com selador, massa acrílica e tinta. Visando a diminuição dos resíduos e do próprio custo da obra os pedidos dos materiais de construção são feitos sob medida para evitar que sobrem materiais. 3 CLASSIFICAÇÃO DOS RCC’s Levando-se em consideração a classificação dada pela Resolução CONAMA nº 307, de 05/07/2002, a madeira utilizada na execução das fundações pode ser incluída na classe B, que é a categoria na qual incluem-se os resíduos recicláveis para outras destinações. Quanto à argamassa proveniente da fase do levantamento da alvenaria, emboço e reboco, aos materiais cerâmicos utilizados no assentamento dos pisos e às telhas, eles são incluídos na classe A, a qual considera os resíduos reutilizáveis ou recicláveis na própria obra ou em unidades de reciclagem de materiais ou aterros próprios para materiais de construção civil. No que tange aos materiais usados no acabamento como selador, massa acrílica e tinta, eles podem ser incluídos na classe D, a qual inclui resíduos perigosos, contaminados e prejudiciais à saúde. Por último, caso haja algum resíduo de aço, proveniente do processo de telhamento ou montagem da armadura, esse material é incluído na classe B. 4 PROPOSTA DE TRIAGEM Para preservar as características adequadas à reciclagem de um material, deve-se ter o máximo cuidado que ele não se misture com outros insumos. A fim de confirmar o sucesso dessa etapa de triagem, os RCC têm que ser segregados no local onde foram gerados, ou ao final do dia de trabalho. Um motivo que favorecesse essa prática é exigir já no contrato com as empreiteiras que os funcionários realizem essa atividade (LIMA; LIMA, 2009, p.32). Segundo Pinto (2005, p. 15) para a eficácia da etapa de triagem, os funcionários devem receber treinamento adequado a respeito do transporte e separação adequada, a partir da correta utilização dos equipamentos adquiridos para esses serviços. Um acessório indispensável para essa etapa é a etiqueta que identifica o tipo de resíduo que deve ser depositado no local onde ela estiver fixada. O CONAMA emitiu a Resolução 275, em 2001, que padroniza as cores das etiquetas com a finalidade de facilitar a identificação dos geradores, coletores e transportadores. Essas cores com os tipos de resíduos correspondentes estão descritas no quadro 1 (CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 2001). Quadro 1 – Cores padrão de acordo com Resolução Conama n.275/2001 COR RESÍDUO AZUL Papel/papelão VERMELHO Plástico VERDE Vidro AMARELO Metal PRETO Madeira LARANJA Resíduos perigosos BRANCO Resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde ROXO Resíduos radioativos MARROM Resíduos orgânicos CINZA Resíduo geral não reciclável ou misturado, ou contaminado não passível de separação. Fonte: baseado em CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 2001. 5 FORMAS DE ACONDICIONAMENTO E ARMAZENAMENTO No caso de resíduos de tijolo, de argamassa e de azulejos sugere-se que sejam armazenados diretamente em uma caçamba estacionária. Em relação à madeira, deve-se colocá-las em baias sinalizadas, podendo-se utilizar as caçambas também. Os resíduos de aço e outros tipos de metal devem ser alocados em baias sinalizadas (PANDOLFO, 2012). Em relação aos dispositivos de armazenamento, eles devem ser instalados com a intenção de deixar a obra limpa e organizada e para evitar que os resíduos se misturem ela. Além disso, a distribuição deles deve ser feita de forma estratégica para que sejam de fácil acesso tanto para os trabalhadores que irão levar os resíduos até esses locais como para os que irão recolhê-los para o transporte (PANDOLFO, 2012). 6 TRANSPORTE DOS RESÍDUOS O transporte de resíduos pode ser dividido em duas etapas: interno e externo. 6.1 TRANSPORTE INTERNO Segundo Lima e Lima (2009), define-se transporte interno como a transferência dos resíduos do acondicionamento inicial para o final. Em geral, o transporte interno é feito por meio de carrinhos, giricas, guinchos, elevadores de carga e gruas. Como solução mais moderna para o transporte interno, Blumenschein (2007) sugere a utilização de tubos verticais para a condução de resíduos em obras com mais de um pavimento, afirmando que esse é um instrumento eficiente para a “disposição rápida e contêineres estacionado estrategicamente para recebê-los”. Quando esses contêineres se encontrarem cheios, devem ser coletados pelas transportadoras de entulho, configurando o início do transporte externo. Pinto (2005) sugere formas de transporte interno para diversos tipos de resíduos, de acordo com o disposto no Quadro 2. Quadro 2 – Transporte interno para cada tipo de material TIPOS DE RESÍDUOS TRANSPORTE INTERNO Blocos de concreto, blocos cerâmicos, argamassas, outros componentes cerâmicos, concreto, tijolos e assemelhados. Carrinhos ou giricas para deslocamento horizontal e condutor de entulho, elevador de carga ou grua para transporte vertical Madeira Grandes volumes: transportemanual (em fardos) com auxílio de giricas ou carrinhos associados a elevador de carga ou grua. Pequenos volumes: deslocamento horinzontal manual (dentro dos sacos de ráfia) e vertical com auxílio de elevador de carga ou grua, quando necessário. Plásticos, papelão, papéis, metal, serragem e EPS (poliestireno exapandido, por exemplo, isopor Transporte dos resíduos contidos em sacos, bags ou em fardos com o auxílio de elevador de carga ou grua, quando necessário. Gesso de revestimento, placas acartonadas e artefatos Carrinhos ou giricas para deslocamento horizontal e condutor de entulho, elevador de carga ou grua para transporte vertical Solos Equipamentos disponíveis para escavação e transporte (pá-carregadeira, bobcat etc.). Para pequenos volumes, carrinhos e giricas Fonte: Pinto, 2005. 6.2 TRANSPORTE EXTERNO O transporte externo de resíduos é a remoção dos resíduos do canteiro de obra para a sua destinação final. Conforme a Lei n° 3.274, de 22 de outubro de 2020, a execução dos serviços de transporte deve ser realizada por transportadoras credenciadas e licenciadas pelo órgão ambiental responsável, sendo essas “pessoas, físicas ou jurídicas, encarregadas da coleta e do transporte dos resíduos entre as fontes geradoras e as áreas de destinação”. Conforme Pinto e González (2005), os veículos mais utilizados para o transporte externo são os caminhões poliguindastes que deslocam caçambas estacionárias e caminhões com caçamba basculante. Pinto (2005) sugere as soluções dispostas no Quadro 3 como as mais adequadas para o transporte externo de cada tipo de material. Quadro 3 – Transporte externo para cada tipo de material TIPOS DE RESÍDUOS REMOÇÃO DOS RESÍDUOS Blocos de concreto, blocos cerâmicos, outros componentes cerâmicos, argamassas, concreto e tijolos Caminhão com equipamento polinguindaste ou caminhão com caçamba basculante, sempre coberto com lona. Madeira Caminhão com equipamento polinguindaste, caminhão caçamba basculante ou caminhão com carroceria de madeira, respeitando as condições de segurança para a acomodação da carga na correceria do veículo, sempre coberto com lona Plásticos (sacaria de embalagens, aparas de tubulações etc.) Caminhão ou outro veículo de carga, desde que os bags sejam retirados fechados para impedir mistura com outros resíduos na carroceria e dispersão durante o transporte. Papelão (sacos e caixas de embalagens dos insumos utilizados durante a obra) e papéis (escritório) Caminhão ou outro veículo de carga, desde que os bags sejam retirados fechados para impedir mistura com outros resíduos na carroceria e dispersão durante o transporte. Metal (ferro, aço, fiação revestida, arames etc.) Caminhão preferencialmente equipado com guindaste para elevação de cargas pesadas ou outro veículo de carga. Serragem e EPS (poliestireno expandido, exemplo: isopor). Caminhão ou outro veículo de carga, desde que os bags sejam retirados fechados para impedir mistura com outros resíduos na carroceria e dispersão durante o transporte. Gesso de revestimento, placas acartonadas e artefatos Caminhão com equipamento polinguindaste ou caminhão com caçamba basculante, sempre coberto com lona. Solo Caminhão com equipamento polinguindaste ou caminhão com caçamba basculante, sempre coberto com lona. Telas de fachada e de proteção Caminhão ou outro veículo de carga, com cuidado para contenção de carga durante o transporte Materiais, instrumentos e embalagens contaminados por resíduos perigosos (exemplos: embalagens plásticas e de metal, instrumentos de aplicação como broxas, pincéis, trinchas e outros materiais auxiliares com panos, trapos, estopas Caminhão ou outro veículo de carga, sempre coberto. Fonte: Pinto, 2005. Cada carregamento de RCC que sai da obra precisa estar acompanhado do Controle de Transporte de Resíduos – CTR. Esse documento deve ser feito em três vias, uma fica com o gerador de resíduos, outra com o transportador e a última com o destinatário (PINTO, 2005). A importância do CTR é a de que se garanta a correta destinação dos resíduos e também para que seja possível registrar a “pegada” da geração de resíduos da obra (LIMA;LIMA, 2009). No CTR devem estar contidas as seguintes informações: dados do gerador, dados do transportador, dados do destinatário, assinaturas e carimbos (do gerador, transportador e destinatário) e o tipo de resíduo com indicação de volume e peso. 7 DISPOSIÇÃO FINAL A disposição final dos resíduos deve ser feita conforme a prévia classificação efetuada seguindo a Resolução CONAMA nº 307, de 05/07/2002. Pinto e González (2005) frisam a responsabilidade do município quanto a disposição final dos RCC. Segundo eles: “ao poder público municipal cabe a responsabilidade de informar aos profissionais e ao público em geral quais as áreas adequadas e licenciadas para o descarte dos resíduos pelos transportadores”. Pinto (2005) lista soluções e cuidados que devem ser tomados para a disposição final de diferentes tipos de materiais, conforme o Quadro 4. Quadro 4 – Destinação para cada tipo de material. TIPO DE ÁREA DESCRIÇÃO OBSERVAÇÕES Pontos de entrega Área pública ou viabilizada pela administração pública apta para o recebimento de pequenos volumes de resíduos da construção civil Restrição ao recebimento de cargas de resíduos de construção civil constituídas predominantemente por resíduos da construção civil perigosos e não- inertes (enquadrados como Classe I da NBR 10004/2004) Área de Transbordo e Triagem (ATT) Estabelecimento privado ou público destinado ao recebimento de resíduos da construção civil, e que deverão ser usadas para a triagem dos resíduos recebidos, eventual transformação e posterior remoção para adequada disposição Restrição ao recebimento de cargas predominantemente constituídas por resíduos classe D Área de Reciclagem Estabelecimento privado ou público destinado à transformação dos resíduos classe A em agregados Aterros de Resíduos da Construção Civil Estabelecimento privado ou público onde serão empregadas técnicas de disposição de resíduos da construção civil classe A no solo, visando à reservação de materiais segregados de forma a possibilitar seu uso futuro e/ou futura utilização da área. Os resíduos classe B, C e D poderão apenas transitar pela área para serem, em seguida, transferidos para destinação adequada Fonte: Pinto, 2005. Quanto às alternativas tecnológicas de reciclagem e de aplicação dos RCC’s, Vieira e Dal Molin (2004) realizaram pesquisa para avaliar a viabilidade técnica e econômica da utilização de agregados reciclados provenientes de resíduos de construção e demolição em concretos. Elas realizaram uma comparação entre concretos produzidos com agregados naturais e reciclados com substituições da ordem de 50% e 100% de agregados graúdos e miúdos em cinco composições. Os resultados da pesquisa indicaram que os agregados reciclados em proporções devidamente dosadas podem melhorar algumas propriedades do concreto, como sua resistência a compressão e durabilidade. Já Sales e Santos (2009) desenvolveram um trabalho que objetivou estudar as características físicas e mecânicas de blocos para alvenaria, sem função estrutural, produzidos com agregado reciclado. O agregado em questão foi britado no próprio canteiro da obra, e os blocos foram produzidos na fábrica de pré-moldados da mesma empresa. Foram produzidos blocos com dois traços em massa (1:12 e 1:13) e com consumo de cimento similar ao aplicado na fabricação dos blocos convencionais. Para os dois traços produzidos com agregado reciclado, os resultados obtidos quanto à resistência acompressão foram superiores em quase 50% se comparados aos resultados dos blocos produzidos com agregado natural. Sendo assim, é possível concluir que o agregado reciclado de RCC tem uso promissor e deve ser mais explorado. 8 FLUXO DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS GERADOS Visto o processo construtivo, o acondicionamento e os métodos de transporte de resíduos, considerando também as características recomendadas em cada tópico, tem-se para a obra hipotética como principais elementos da triagem: Madeiras, cerâmicas, argamassa e aço. Contudo, cada etapa da obra gera resíduos em proporções diferentes, então optou-se pela definição de fluxo de gerenciamento para cada etapa abordada. 8.1 FUNDAÇÕES E ALVENARIA Nesta etapa da obra, será necessário cavar o terreno para situar as fundações da obra, logo, os resíduos mais gerados serão dos moldes de madeiras, concreto e solo removidos da área de situação das estruturas e aço, com os demais em menor quantidade, logo o fluxo adotado será: Para a escavação da área de situação das fundações, serão disponibilizadas duas caçambas, um para depositar solo e outro para depositar o piso escavado. O solo, por poder ser utilizado para preenchimento do entorno das estruturas, não será destinado até conclusão desta etapa, contudo, o resíduo gerado na remoção do piso anteriormente situado no local, Limpeza da área das fundações Disponibilizar caçambas para resíduos Transporte externo Disposição de estruturas metálicas das fundações Preenchimen- to de sapatas e vigas baldrames Separação de resíduos metálicos dos de madeira Estocagem de materiais reutilizáveis em obra Redução de volume das madeiras residuais Construção de muros externos e internos da obra Disponbilizar ceramicas residuais em caçamba Situar estrutura metálica e moldagem de pilares Redução de volume das madeiras residuais Disponibilizar estas em sacos para destinação final Destinação dos resíduos de menor porte constituído basicamente por concreto solido, será destinado, conforme descrito no Quadro 4, em área previamente aprovada pela administração pública com auxílio de caminhão com caçamba para realização do transporte. A seguir tem-se a confecção das estruturas e locação destas em suas devidas posições, neste processo, há geração de resíduos metálicos tanto por parte do aço das estruturas, quanto dos acessórios utilizados para corte de madeira e outros materiais, os quais serão dispostos em pequenas baias sinalizada, até o momento do transporte externo. Nesta fase também há o preenchimento das sapatas e vigas baldrames, contudo, os resíduos de concreto gerados nesta etapa não apresentam grandes proporções, podendo ser disponibilizados em sacolas para sua disposição final. Além disso, há necessidade de moldar as vigas baldrames, ou seja há o corte de madeira e a remoção destes moldes ao final desta etapa, ou seja, grande volume deste tipo de resíduos será gerado, havendo necessidade de utilizar uma das caçambas para este tipo de resíduo, os quais terão volume reduzido para facilitar o transporte final. Por fim desta etapa, tem-se a elevação das paredes externas e internas da obra e moldagem e preenchimento dos pilares. Neste ponto da obra, os resíduos serão semelhantes aos citados anteriormente, ou seja, o processo será o mesmo citado, contudo ao fim desta etapa, os resíduos serão destinados para descarte ou reciclagem, em função do tipo de resíduo. 8.2 SUPRAESTRUTURA E INSTALAÇÕES ELÉTRICAS/HIDRÁULICAS Nesta etapa, serão adicionadas à estrutura anterior as vigas superiores, telhamento e instalações elétricas e hidráulicas, sendo assim, os resíduos predominantes nesta etapa serão as cerâmicas e plásticos, além dos em menor quantidade, como aço e concreto. Isto posto, tem-se o fluxograma de gerenciamento abaixo: Conforme citado no processo anterior, para molde e preenchimento de viga, serão gerados resíduos de madeira, os quais serão depositados diretamente em caçambas, contudo, este é o único momento nesta etapa que gerará este tipo de resíduo. Moldagem e preenchimento das vigas superiores Remoção dos moldes e locação em caçamba Assentamento de pisos Deposito de resíduos cerâmicos em caçamba Telhamento e instalação do suporte em aço Deposito de resíduos cerâmicos em caçamba Armazenamento de resíduos de aço em baia Destinação dos resíduos de menor porte A seguir, tem-se o assentamento de pisos, telhamento e instalação de suporte em aço, nesta etapa, os suportes em aço são pré-fabricados, ou seja, os resíduos desta parte são quase nulos, sendo os que forem gerados depositados em baia sinalizada, contudo o assentamento de telhas e piso, gera grande quantidade de resíduos cerâmicos, seja por necessidade de adequação da peça ao projeto ou mesmo por quaisquer erros ocorridos em obra, os quais são depositados em caçamba diretamente. 8.3 ACABAMENTO Por fim, há a etapa de acabamento, onde as paredes recebem tratamento com selador, massa acrílica e tinta, contudo, como estes materiais são comprados sob medida, não há geração de resíduos considerável. 9 LAYOUT DO GERENCIAMENTO NO CANTEIRO DE OBRAS Sendo assim, para atender o processo construtivo e o fluxograma citado acima, tem-se o seguinte layout de canteiro de obras. Figura 2 – Gerenciamento de resíduos em obra Fonte: Autores (2021) Conforme apresentado na figura acima, há uma área especifica destinada à obra, na qual ocorrerão todos os processos construtivos, logo é necessário haver disposição adequada dos locais de armazenamento e acondicionamento dos resíduos. Isto posto, mais próximo à obra, foi disposta a baia (representada pelo número 1), pois resíduos de aço podem causar maior dificuldade no transporte interno em relação ao externo, então uma proximidade ao local de manuseio desses é o mais ideal, a seguir, tem-se as caçambas (representadas pelo número 2), as quais estão mais próximas da via de saída (representada pelo número 3), para facilitar o transporte externo de resíduos. 10 REFERÊNCIAS BLUMENSCHEIN, R. N. Manual técnico: gestão de resíduos sólidos em canteiro de obras. Brasília: Sebrae-DF, 2007. CAMPO LARGO. Lei n° 3.274, de 22 de outubro de 2020. Regulamenta o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil (PGRCC) previsto na Lei Federal 12.305 para obras de construção, demolição, reformas e outros similares. Campo Largo, PR: Prefeitura de Campo Largo, 2020. Disponível em: https://leismunicipais.com.br/a/pr/c/campo-largo/lei-ordinaria/2020/328/3274/lei-ordinaria-n- 3274-2020-regulamenta-o-plano-de-gerenciamento-de-residuos-de-construcao-civil-pgrcc- previsto-na-lei-federal-12305-para-obras-de-construcao-demolicao-reformas-e-outros- similares. Acesso em: 17 nov. 2021. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução n. 275, de 25 de abril de 2001. Estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduo a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva. Brasília, DF, 2001. Disponível em: https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=97507. Acesso em: 17 nov. 2021. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução n. 307, de 25 de julho de 2002. Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Brasília, DF, 2002. Disponível em: https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=98303. Acesso em: 17 nov. 2021. LIMA, R. S.; LIMA, R. R. R. Guia para Elaboração de Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. Curitiba: CREA-PR, 2009. PANDOLFO, 2012. Proposta de projeto de gerenciamento de resíduos da construção civil para um empreendimento localizado em Porto Alegre. Orientador: Dieter Wartchow. 2012. 74f. TCC (Graduação) – Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012. Disponível em:https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/63202/000862913.pdf. Acesso em: 17 nov. 2021. PINTO, T. de P. (Coord.). Gestão Ambiental de Resíduos da Construção Civil: a experiência do Sinduscon-SP. São Paulo: Sinduscon-SP, 2005. PINTO, T. de P.; GONZÁLEZ, J. L. R. Guia profissional para uma gestão correta dos resíduos da construção. 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