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ESTUDO DE CASO ANÁLISE DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - ENGENHARIA CIVIL - UFAM

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1 TIPO E CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDIMENTO 
A obra fictícia a ser realizada será de uma loja de conveniência em um posto de 
gasolina, à rua Professor João Batista Vallões, nº 1290, Vila Santa Terezinha, bairro Campo 
Largo – PR totalizando uma área de 120 m², conforme Figura 1. 
Figura 1 – Área de Estudo 
 
Fonte: Google Maps, 2021 (Adaptado pelos autores). 
O município de Campo Largo-PR possui legislação específica para o gerenciamento 
de RCC, regulamentada pela Lei n° 3.274, de 22 de outubro de 2020, além dela será utilizada 
a resolução CONAMA 307/02. 
Segundo a Lei n° 3.274, de 22 de outubro de 2020, a área de estudo foi caracterizada 
como pequena geradora e por possuir área de construção inferior a 600 m², dispensa a 
elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil (PGRCC). 
2 PROCESSOS CONSTRUTIVOS 
Para a construção da loja de conveniência não será necessário fazer demolição. Dessa 
forma, os procedimentos construtivos serão os seguintes: execução de fundações rasas 
(infraestrutura), execução da superestrutura, alvenaria, emboço, reboco, assentamento de 
pisos, telhamento e acabamentos. 
Para a execução das fundações rasas e da superestrutura, gera-se resíduo 
principalmente de madeira. Em geral, são utilizadas madeiras de baixa qualidade para fazer 
as formas e essas comumente podem ser utilizadas apenas uma vez. Gera-se também resíduo 
de aço proveniente do corte para a adequada montagem das armaduras. Para evitar uma alta 
quantidade de resíduos metálicos, nessa etapa busca-se encomendar o aço já cortado e 
dobrado. Quanto ao concreto, esse deve ser pedido da concreteira já com o volume adequado, 
para que não haja desperdício. 
 Quanto a fase do levantamento da alvenaria, emboço e reboco, gera-se resíduo de 
argamassa e materiais cerâmicos (tijolo). Tal resíduo pode ter sua quantidade 
significantemente diminuída ao se treinar e orientar a equipe visando a diminuição de perdas. 
Além disso, deve-se ter muito cuidado no recebimento dos blocos cerâmicos, não aceitando 
os que estejam quebrados e tendo cuidado no armazenamento e transporte no canteiro de 
obras, evitando o desperdício e reduzindo custos. 
No assentamento dos pisos, há que se ter cuidado para não haver geração de resíduos 
desnecessária, causada pelo manuseio inadequado das cerâmicas ou pelo mal 
acondicionamento dos materiais necessários nessa etapa do processo construtivo, além de 
calcular-se a quantidade necessária de argamassa de forma cuidadosa. 
Para a etapa de telhamento com estrutura em aço e com a utilização de telhas de 
alumínio galvanizado, geram-se resíduos similares aos gerados na montagem das armaduras. 
Basicamente, resíduos de aço que podem ser zerados caso a encomenda dos componentes da 
estrutura e das telhas seja feito nas medidas corretas, não necessitando realizar corte no 
canteiro de obras. 
Na etapa de acabamento, as paredes já rebocadas recebem um tratamento com selador, 
massa acrílica e tinta. Visando a diminuição dos resíduos e do próprio custo da obra os 
pedidos dos materiais de construção são feitos sob medida para evitar que sobrem materiais. 
3 CLASSIFICAÇÃO DOS RCC’s 
Levando-se em consideração a classificação dada pela Resolução CONAMA nº 
307, de 05/07/2002, a madeira utilizada na execução das fundações pode ser incluída na 
classe B, que é a categoria na qual incluem-se os resíduos recicláveis para outras 
destinações. 
Quanto à argamassa proveniente da fase do levantamento da alvenaria, emboço e 
reboco, aos materiais cerâmicos utilizados no assentamento dos pisos e às telhas, eles são 
incluídos na classe A, a qual considera os resíduos reutilizáveis ou recicláveis na própria obra 
ou em unidades de reciclagem de materiais ou aterros próprios para materiais de construção 
civil. 
No que tange aos materiais usados no acabamento como selador, massa acrílica e 
tinta, eles podem ser incluídos na classe D, a qual inclui resíduos perigosos, contaminados e 
prejudiciais à saúde. Por último, caso haja algum resíduo de aço, proveniente do processo de 
telhamento ou montagem da armadura, esse material é incluído na classe B. 
4 PROPOSTA DE TRIAGEM 
Para preservar as características adequadas à reciclagem de um material, deve-se ter o 
máximo cuidado que ele não se misture com outros insumos. A fim de confirmar o sucesso 
dessa etapa de triagem, os RCC têm que ser segregados no local onde foram gerados, ou ao 
final do dia de trabalho. Um motivo que favorecesse essa prática é exigir já no contrato com 
as empreiteiras que os funcionários realizem essa atividade (LIMA; LIMA, 2009, p.32). 
Segundo Pinto (2005, p. 15) para a eficácia da etapa de triagem, os funcionários 
devem receber treinamento adequado a respeito do transporte e separação adequada, a partir 
da correta utilização dos equipamentos adquiridos para esses serviços. Um acessório 
indispensável para essa etapa é a etiqueta que identifica o tipo de resíduo que deve ser 
depositado no local onde ela estiver fixada. 
O CONAMA emitiu a Resolução 275, em 2001, que padroniza as cores das etiquetas 
com a finalidade de facilitar a identificação dos geradores, coletores e transportadores. Essas 
cores com os tipos de resíduos correspondentes estão descritas no quadro 1 (CONSELHO 
NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 2001). 
Quadro 1 – Cores padrão de acordo com Resolução Conama n.275/2001 
COR RESÍDUO 
AZUL Papel/papelão 
VERMELHO Plástico 
VERDE Vidro 
AMARELO Metal 
PRETO Madeira 
LARANJA Resíduos perigosos 
BRANCO 
Resíduos 
ambulatoriais e de 
serviços de saúde 
ROXO 
Resíduos 
radioativos 
MARROM Resíduos orgânicos 
CINZA 
Resíduo geral não 
reciclável ou 
misturado, ou 
contaminado não 
passível de 
separação. 
Fonte: baseado em CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 2001. 
5 FORMAS DE ACONDICIONAMENTO E ARMAZENAMENTO 
 No caso de resíduos de tijolo, de argamassa e de azulejos sugere-se que sejam 
armazenados diretamente em uma caçamba estacionária. Em relação à madeira, deve-se 
colocá-las em baias sinalizadas, podendo-se utilizar as caçambas também. Os resíduos de 
aço e outros tipos de metal devem ser alocados em baias sinalizadas (PANDOLFO, 2012). 
 Em relação aos dispositivos de armazenamento, eles devem ser instalados com a 
intenção de deixar a obra limpa e organizada e para evitar que os resíduos se misturem ela. 
Além disso, a distribuição deles deve ser feita de forma estratégica para que sejam de fácil 
acesso tanto para os trabalhadores que irão levar os resíduos até esses locais como para os 
que irão recolhê-los para o transporte (PANDOLFO, 2012). 
6 TRANSPORTE DOS RESÍDUOS 
O transporte de resíduos pode ser dividido em duas etapas: interno e externo. 
6.1 TRANSPORTE INTERNO 
 Segundo Lima e Lima (2009), define-se transporte interno como a transferência dos 
resíduos do acondicionamento inicial para o final. Em geral, o transporte interno é feito por 
meio de carrinhos, giricas, guinchos, elevadores de carga e gruas. Como solução mais 
moderna para o transporte interno, Blumenschein (2007) sugere a utilização de tubos 
verticais para a condução de resíduos em obras com mais de um pavimento, afirmando que 
esse é um instrumento eficiente para a “disposição rápida e contêineres estacionado 
estrategicamente para recebê-los”. Quando esses contêineres se encontrarem cheios, devem 
ser coletados pelas transportadoras de entulho, configurando o início do transporte externo. 
 Pinto (2005) sugere formas de transporte interno para diversos tipos de resíduos, de 
acordo com o disposto no Quadro 2. 
Quadro 2 – Transporte interno para cada tipo de material 
TIPOS DE 
RESÍDUOS 
TRANSPORTE 
INTERNO 
Blocos de concreto, 
blocos cerâmicos, 
argamassas, outros 
componentes 
cerâmicos, concreto, 
tijolos e assemelhados. 
Carrinhos ou giricas para 
deslocamento horizontal e 
condutor de entulho, 
elevador de carga ou grua 
para transporte vertical 
Madeira 
Grandes volumes: 
transportemanual (em 
fardos) com auxílio de 
giricas ou carrinhos 
associados a elevador de 
carga ou grua. Pequenos 
volumes: deslocamento 
horinzontal manual (dentro 
dos sacos de ráfia) e 
vertical com auxílio de 
elevador de carga ou grua, 
quando necessário. 
Plásticos, papelão, 
papéis, metal, serragem 
e EPS (poliestireno 
exapandido, por 
exemplo, isopor 
Transporte dos resíduos 
contidos em sacos, bags ou 
em fardos com o auxílio de 
elevador de carga ou grua, 
quando necessário. 
Gesso de revestimento, 
placas acartonadas e 
artefatos 
Carrinhos ou giricas para 
deslocamento horizontal e 
condutor de entulho, 
elevador de carga ou grua 
para transporte vertical 
Solos 
Equipamentos disponíveis 
para escavação e transporte 
(pá-carregadeira, bobcat 
etc.). Para pequenos 
volumes, carrinhos e 
giricas 
 
Fonte: Pinto, 2005. 
6.2 TRANSPORTE EXTERNO 
 O transporte externo de resíduos é a remoção dos resíduos do canteiro de obra para a 
sua destinação final. Conforme a Lei n° 3.274, de 22 de outubro de 2020, a execução dos 
serviços de transporte deve ser realizada por transportadoras credenciadas e licenciadas pelo 
órgão ambiental responsável, sendo essas “pessoas, físicas ou jurídicas, encarregadas da 
coleta e do transporte dos resíduos entre as fontes geradoras e as áreas de destinação”. 
 Conforme Pinto e González (2005), os veículos mais utilizados para o transporte 
externo são os caminhões poliguindastes que deslocam caçambas estacionárias e caminhões 
com caçamba basculante. Pinto (2005) sugere as soluções dispostas no Quadro 3 como as 
mais adequadas para o transporte externo de cada tipo de material. 
 
Quadro 3 – Transporte externo para cada tipo de material 
TIPOS DE 
RESÍDUOS 
REMOÇÃO DOS 
RESÍDUOS 
Blocos de concreto, 
blocos cerâmicos, 
outros componentes 
cerâmicos, 
argamassas, concreto e 
tijolos 
Caminhão com equipamento 
polinguindaste ou caminhão 
com caçamba basculante, 
sempre coberto com lona. 
Madeira 
Caminhão com equipamento 
polinguindaste, caminhão 
caçamba basculante ou 
caminhão com carroceria de 
madeira, respeitando as 
condições de segurança para a 
acomodação da carga na 
correceria do veículo, sempre 
coberto com lona 
Plásticos (sacaria de 
embalagens, aparas de 
tubulações etc.) 
Caminhão ou outro veículo de 
carga, desde que os bags 
sejam retirados fechados para 
impedir mistura com outros 
resíduos na carroceria e 
dispersão durante o transporte. 
Papelão (sacos e 
caixas de embalagens 
dos insumos utilizados 
durante a obra) e 
papéis (escritório) 
Caminhão ou outro veículo de 
carga, desde que os bags 
sejam retirados fechados para 
impedir mistura com outros 
resíduos na carroceria e 
dispersão durante o transporte. 
Metal (ferro, aço, 
fiação revestida, 
arames etc.) 
Caminhão preferencialmente 
equipado com guindaste para 
elevação de cargas pesadas ou 
outro veículo de carga. 
Serragem e EPS 
(poliestireno 
expandido, exemplo: 
isopor). 
Caminhão ou outro veículo de 
carga, desde que os bags 
sejam retirados fechados para 
impedir mistura com outros 
resíduos na carroceria e 
dispersão durante o transporte. 
Gesso de revestimento, 
placas acartonadas e 
artefatos 
Caminhão com equipamento 
polinguindaste ou caminhão 
com caçamba basculante, 
sempre coberto com lona. 
Solo 
Caminhão com equipamento 
polinguindaste ou caminhão 
com caçamba basculante, 
sempre coberto com lona. 
Telas de fachada e de 
proteção 
Caminhão ou outro veículo de 
carga, com cuidado para 
contenção de carga durante o 
transporte 
Materiais, 
instrumentos e 
embalagens 
contaminados por 
resíduos perigosos 
(exemplos: 
embalagens plásticas e 
de metal, instrumentos 
de aplicação como 
broxas, pincéis, 
trinchas e outros 
materiais auxiliares 
com panos, trapos, 
estopas 
Caminhão ou outro veículo de 
carga, sempre coberto. 
 
Fonte: Pinto, 2005. 
Cada carregamento de RCC que sai da obra precisa estar acompanhado do Controle 
de Transporte de Resíduos – CTR. Esse documento deve ser feito em três vias, uma fica com 
o gerador de resíduos, outra com o transportador e a última com o destinatário (PINTO, 
2005). A importância do CTR é a de que se garanta a correta destinação dos resíduos e 
também para que seja possível registrar a “pegada” da geração de resíduos da obra 
(LIMA;LIMA, 2009). 
No CTR devem estar contidas as seguintes informações: dados do gerador, dados do 
transportador, dados do destinatário, assinaturas e carimbos (do gerador, transportador e 
destinatário) e o tipo de resíduo com indicação de volume e peso. 
7 DISPOSIÇÃO FINAL 
 A disposição final dos resíduos deve ser feita conforme a prévia classificação efetuada 
seguindo a Resolução CONAMA nº 307, de 05/07/2002. Pinto e González (2005) frisam a 
responsabilidade do município quanto a disposição final dos RCC. Segundo eles: “ao poder 
público municipal cabe a responsabilidade de informar aos profissionais e ao público em 
geral quais as áreas adequadas e licenciadas para o descarte dos resíduos pelos 
transportadores”. 
 Pinto (2005) lista soluções e cuidados que devem ser tomados para a disposição final 
de diferentes tipos de materiais, conforme o Quadro 4. 
Quadro 4 – Destinação para cada tipo de material. 
TIPO DE ÁREA DESCRIÇÃO OBSERVAÇÕES 
Pontos de entrega 
Área pública ou 
viabilizada pela 
administração pública 
apta para o recebimento 
de pequenos volumes de 
resíduos da construção 
civil 
Restrição ao 
recebimento de cargas 
de resíduos de 
construção civil 
constituídas 
predominantemente por 
resíduos da construção 
civil perigosos e não-
inertes (enquadrados 
como Classe I da NBR 
10004/2004) 
Área de 
Transbordo e 
Triagem (ATT) 
Estabelecimento privado 
ou público destinado ao 
recebimento de resíduos 
da construção civil, e que 
deverão ser usadas para a 
triagem dos resíduos 
recebidos, eventual 
transformação e posterior 
remoção para adequada 
disposição 
Restrição ao 
recebimento de cargas 
predominantemente 
constituídas por 
resíduos classe D 
Área de 
Reciclagem 
Estabelecimento privado 
ou público destinado à 
transformação dos 
resíduos classe A em 
agregados 
 
Aterros de 
Resíduos da 
Construção Civil 
Estabelecimento privado 
ou público onde serão 
empregadas técnicas de 
disposição de resíduos da 
construção civil classe A 
no solo, visando à 
reservação de materiais 
segregados de forma a 
possibilitar seu uso 
futuro e/ou futura 
utilização da área. 
Os resíduos classe B, C 
e D poderão apenas 
transitar pela área para 
serem, em seguida, 
transferidos para 
destinação adequada 
Fonte: Pinto, 2005. 
 Quanto às alternativas tecnológicas de reciclagem e de aplicação dos RCC’s, Vieira e 
Dal Molin (2004) realizaram pesquisa para avaliar a viabilidade técnica e econômica da 
utilização de agregados reciclados provenientes de resíduos de construção e demolição em 
concretos. Elas realizaram uma comparação entre concretos produzidos com agregados 
naturais e reciclados com substituições da ordem de 50% e 100% de agregados graúdos e 
miúdos em cinco composições. Os resultados da pesquisa indicaram que os agregados 
reciclados em proporções devidamente dosadas podem melhorar algumas propriedades do 
concreto, como sua resistência a compressão e durabilidade. 
 Já Sales e Santos (2009) desenvolveram um trabalho que objetivou estudar as 
características físicas e mecânicas de blocos para alvenaria, sem função estrutural, produzidos 
com agregado reciclado. O agregado em questão foi britado no próprio canteiro da obra, e os 
blocos foram produzidos na fábrica de pré-moldados da mesma empresa. Foram produzidos 
blocos com dois traços em massa (1:12 e 1:13) e com consumo de cimento similar ao 
aplicado na fabricação dos blocos convencionais. Para os dois traços produzidos com 
agregado reciclado, os resultados obtidos quanto à resistência acompressão foram superiores 
em quase 50% se comparados aos resultados dos blocos produzidos com agregado natural. 
 Sendo assim, é possível concluir que o agregado reciclado de RCC tem uso promissor 
e deve ser mais explorado. 
8 FLUXO DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS GERADOS 
 Visto o processo construtivo, o acondicionamento e os métodos de transporte de 
resíduos, considerando também as características recomendadas em cada tópico, tem-se para 
a obra hipotética como principais elementos da triagem: Madeiras, cerâmicas, argamassa e 
aço. Contudo, cada etapa da obra gera resíduos em proporções diferentes, então optou-se pela 
definição de fluxo de gerenciamento para cada etapa abordada. 
8.1 FUNDAÇÕES E ALVENARIA 
 Nesta etapa da obra, será necessário cavar o terreno para situar as fundações da obra, 
logo, os resíduos mais gerados serão dos moldes de madeiras, concreto e solo removidos da 
área de situação das estruturas e aço, com os demais em menor quantidade, logo o fluxo 
adotado será: 
 
 Para a escavação da área de situação das fundações, serão disponibilizadas duas 
caçambas, um para depositar solo e outro para depositar o piso escavado. O solo, por poder 
ser utilizado para preenchimento do entorno das estruturas, não será destinado até conclusão 
desta etapa, contudo, o resíduo gerado na remoção do piso anteriormente situado no local, 
Limpeza da 
área das 
fundações
Disponibilizar 
caçambas para 
resíduos
Transporte 
externo
Disposição de 
estruturas 
metálicas das 
fundações
Preenchimen-
to de sapatas e 
vigas baldrames
Separação de 
resíduos 
metálicos dos 
de madeira
Estocagem de 
materiais 
reutilizáveis em 
obra
Redução de 
volume das 
madeiras 
residuais
Construção de 
muros externos 
e internos da 
obra
Disponbilizar 
ceramicas 
residuais em 
caçamba
Situar estrutura 
metálica e 
moldagem de 
pilares
Redução de 
volume das 
madeiras 
residuais
Disponibilizar 
estas em sacos 
para destinação 
final
Destinação dos 
resíduos de 
menor porte
constituído basicamente por concreto solido, será destinado, conforme descrito no Quadro 4, 
em área previamente aprovada pela administração pública com auxílio de caminhão com 
caçamba para realização do transporte. 
 A seguir tem-se a confecção das estruturas e locação destas em suas devidas posições, 
neste processo, há geração de resíduos metálicos tanto por parte do aço das estruturas, quanto 
dos acessórios utilizados para corte de madeira e outros materiais, os quais serão dispostos 
em pequenas baias sinalizada, até o momento do transporte externo. Nesta fase também há o 
preenchimento das sapatas e vigas baldrames, contudo, os resíduos de concreto gerados nesta 
etapa não apresentam grandes proporções, podendo ser disponibilizados em sacolas para sua 
disposição final. Além disso, há necessidade de moldar as vigas baldrames, ou seja há o corte 
de madeira e a remoção destes moldes ao final desta etapa, ou seja, grande volume deste tipo 
de resíduos será gerado, havendo necessidade de utilizar uma das caçambas para este tipo de 
resíduo, os quais terão volume reduzido para facilitar o transporte final. 
 Por fim desta etapa, tem-se a elevação das paredes externas e internas da obra e 
moldagem e preenchimento dos pilares. Neste ponto da obra, os resíduos serão semelhantes 
aos citados anteriormente, ou seja, o processo será o mesmo citado, contudo ao fim desta 
etapa, os resíduos serão destinados para descarte ou reciclagem, em função do tipo de 
resíduo. 
8.2 SUPRAESTRUTURA E INSTALAÇÕES ELÉTRICAS/HIDRÁULICAS 
 Nesta etapa, serão adicionadas à estrutura anterior as vigas superiores, telhamento e 
instalações elétricas e hidráulicas, sendo assim, os resíduos predominantes nesta etapa serão 
as cerâmicas e plásticos, além dos em menor quantidade, como aço e concreto. Isto posto, 
tem-se o fluxograma de gerenciamento abaixo: 
 
 Conforme citado no processo anterior, para molde e preenchimento de viga, serão 
gerados resíduos de madeira, os quais serão depositados diretamente em caçambas, contudo, 
este é o único momento nesta etapa que gerará este tipo de resíduo. 
Moldagem e 
preenchimento 
das vigas 
superiores
Remoção dos 
moldes e 
locação em 
caçamba
Assentamento 
de pisos
Deposito de 
resíduos 
cerâmicos em 
caçamba
Telhamento e 
instalação do 
suporte em aço
Deposito de 
resíduos 
cerâmicos em 
caçamba
Armazenamento 
de resíduos de 
aço em baia
Destinação dos 
resíduos de 
menor porte
 A seguir, tem-se o assentamento de pisos, telhamento e instalação de suporte em aço, 
nesta etapa, os suportes em aço são pré-fabricados, ou seja, os resíduos desta parte são quase 
nulos, sendo os que forem gerados depositados em baia sinalizada, contudo o assentamento 
de telhas e piso, gera grande quantidade de resíduos cerâmicos, seja por necessidade de 
adequação da peça ao projeto ou mesmo por quaisquer erros ocorridos em obra, os quais são 
depositados em caçamba diretamente. 
8.3 ACABAMENTO 
 Por fim, há a etapa de acabamento, onde as paredes recebem tratamento com selador, 
massa acrílica e tinta, contudo, como estes materiais são comprados sob medida, não há 
geração de resíduos considerável. 
9 LAYOUT DO GERENCIAMENTO NO CANTEIRO DE OBRAS 
 Sendo assim, para atender o processo construtivo e o fluxograma citado acima, tem-se 
o seguinte layout de canteiro de obras. 
Figura 2 – Gerenciamento de resíduos em obra 
 
Fonte: Autores (2021) 
 Conforme apresentado na figura acima, há uma área especifica destinada à obra, na 
qual ocorrerão todos os processos construtivos, logo é necessário haver disposição adequada 
dos locais de armazenamento e acondicionamento dos resíduos. Isto posto, mais próximo à 
obra, foi disposta a baia (representada pelo número 1), pois resíduos de aço podem causar 
maior dificuldade no transporte interno em relação ao externo, então uma proximidade ao 
local de manuseio desses é o mais ideal, a seguir, tem-se as caçambas (representadas pelo 
número 2), as quais estão mais próximas da via de saída (representada pelo número 3), para 
facilitar o transporte externo de resíduos. 
10 REFERÊNCIAS 
BLUMENSCHEIN, R. N. Manual técnico: gestão de resíduos sólidos em canteiro de obras. 
Brasília: Sebrae-DF, 2007. 
 
CAMPO LARGO. Lei n° 3.274, de 22 de outubro de 2020. Regulamenta o Plano de 
Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil (PGRCC) previsto na Lei Federal 12.305 
para obras de construção, demolição, reformas e outros similares. Campo Largo, PR: 
Prefeitura de Campo Largo, 2020. Disponível em: 
https://leismunicipais.com.br/a/pr/c/campo-largo/lei-ordinaria/2020/328/3274/lei-ordinaria-n-
3274-2020-regulamenta-o-plano-de-gerenciamento-de-residuos-de-construcao-civil-pgrcc-
previsto-na-lei-federal-12305-para-obras-de-construcao-demolicao-reformas-e-outros-
similares. Acesso em: 17 nov. 2021. 
 
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução n. 275, de 25 de abril de 
2001. Estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduo a ser adotado na 
identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a 
coleta seletiva. Brasília, DF, 2001. Disponível em: 
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=97507. Acesso em: 17 nov. 2021. 
 
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução n. 307, de 25 de julho de 
2002. Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da 
construção civil. Brasília, DF, 2002. Disponível em: 
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=98303. Acesso em: 17 nov. 2021. 
 
LIMA, R. S.; LIMA, R. R. R. Guia para Elaboração de Projeto de Gerenciamento de 
Resíduos da Construção Civil. Curitiba: CREA-PR, 2009. 
 
PANDOLFO, 2012. Proposta de projeto de gerenciamento de resíduos da construção 
civil para um empreendimento localizado em Porto Alegre. Orientador: Dieter Wartchow. 
2012. 74f. TCC (Graduação) – Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do 
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