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RESÍDUOS SÓLIDOS: contexto e possibilidades para uma atuação profissional na realidade local (Amazonas) e nacional. Os resíduos sólidos são parte integrante do saneamento, o qual deve garantir qualidade de vida e saúde para as pessoas. De forma prática, eles estão presentes em quase todas as situações da vida e, portanto, essa área de atuação é um campo vastíssimo e cheio de possibilidades para serem exploradas dentro da Engenharia Civil que deve ser tratada com a devida importância. No que tange à maneira que as intervenções para manejo dos resíduos são feitas em cidades grandes, médias e pequenas, há diferenças justamente em função da quantidade de habitantes, das atividades econômicas, dos hábitos da população, dentre outros. Alguns princípios serão os mesmos, mas a intervenção técnica em si precisa ser diferente. Devido ao descaso dos administradores públicos, ao desinteresse dos geradores de matéria prima, à ausência de profissionais qualificados, dentre outras, o resultado é uma situação precária dentro desse tema na região norte e em outras regiões, ainda que em algumas haja estrutura e processos melhores. No Amazonas, apenas Manaus possui uma solução técnica parcialmente adequada para a disposição final dos resíduos sólidos, portanto, existem 61 outros com problemas a serem resolvidos, o que significa um espaço no mercado para se atuar. A situação dos 61 municípios com problemas é vergonhosa, principalmente levando em conta que essa deficiência pode causar consequência enormes para a população no que tange a doenças e à Floresta Amazônica e aos grandes rios presentes na região que são considerados símbolos do estado. As pessoas que desejam trabalhar na área precisam entender muito bem sobre algumas leis: a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a Lei Federal de Saneamento Básico, a Lei de Consórcios Públicos e o Novo Marco Legal do Saneamento Básico. Na primeira, por exemplo, determina-se que os municípios elaborem planos (estaduais e municipais) para enfrentar o problema dos resíduos sólidos e atualmente, poucos profissionais sabem elaborar os planos de gerenciamento de resíduos, caracterizando uma oportunidade para aqueles que se interessam pela área. A temática dos resíduos sólidos muitas vezes é vista de forma irrelevante não só pela população em geral e políticos, mas também pelos profissionais que deveriam deter a técnica adequada e serem capazes de resolverem e evitarem os problemas causados pelo manejo errado dos resíduos. Ocorre que, mesmo os profissionais, principalmente na região Norte, não veem o manejo e o gerenciamento de resíduos do ponto de vista empreendedor. A composição gravimétrica, por exemplo, é importantíssima e fazê-la proporciona um melhor conhecimento a respeito das características do resíduo. Esse conhecimento possibilita que seja dado um destino correto aos diferentes tipos, além de permitir a transformação de alguns deles em novos materiais, cumprindo com a não geração. Isso tudo configura uma oportunidade no mercado de trabalho, sendo ela ainda pouco explorada. No curso de Engenharia Civil, é comum que a opinião pública e até a dos discentes seja a de que o profissional realizado dessa área trabalha com grandes prédios, constrói edifícios, faz os cálculos da infra e superestrutura. Porém, muitas vezes se esquece que o engenheiro civil pode atuar em diversos setores, fugindo inclusive ao supracitado. No projeto e construção de um aterro sanitário, por exemplo, o engenheiro civil exerce vários papéis e necessita de vasto conhecimento em diferentes áreas da sua formação. Esse tipo de profissional, completo, é o que o mercado busca, mas para isso há que se explorar mais a ideia de que ser engenheiro civil não se basta somente em trabalhar construindo prédios. Na verdade, compreende uma enorme gama de opções que deveriam ser mais exploradas. Por fim, em uma análise consensual da dupla, o mais marcante de toda a palestra foi a abertura de um leque de possibilidades profissionais antes desconhecido. Ver que trabalhar com resíduos é lidar com qualidade de vida e meio ambiente. É ir, aos poucos, mudando a realidade do planeta e conduzindo-o a um caminho melhor, mais sustentável.
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