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Resumo sobre lipoma

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1.DESCRIÇÃO DA DOENÇA
O lipoma é um tumor benigno constituído por células de gordura, também chamadas de células adiposas. Esse tipo de tumor se destaca do tecido gorduroso ao seu redor por ser revestido por uma cápsula fibrosa. O lipoma é, portanto, uma tumoração de gordura ao redor do tecido gorduroso.
Geralmente são notados quando a pessoa emagrece ou quando começam a crescer, pois ficam mais evidentes.
Possui uma característica firme, elástica e macia ao toque, podendo ser palpados sob a forma de um relevo na pele. Quando cresce muito, o lipoma causa um grande desconforto físico e estético, mesmo quando não causa dor.
A maior parte possui diâmetro inferior a 5 centímetros. Entre os locais de formação mais comuns estão a parte superior das costas, ombros e abdómen.
2.CAUSAS DA DOENÇA
Os Lipomas não têm uma causa conhecida. Eles podem estar relacionados a uma lesão tecidual (lipoma pós-traumático) e ao que tudo indica a genética pode estar envolvida em em seu desenvolvimento. Parece haver, porém, um maior risco de surgimento do lipoma quando o indivíduo magro ganha peso subitamente. Esse lipoma, entretanto, não desaparece se o paciente voltar a emagrecer.
Não conhecer as causas dos lipomas dificulta, e muito, desenvolver medidas preventivas para controle da doença.
3.DIAGNÓSTICOS
Num primeiro momento, o diagnóstico dos lipomas é clínico, apalpando a massa gordurosa. No entanto, sob certas circunstâncias, a biópsia realizada numa amostra de células retiradas da lesão para análise histopatológica, assim como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética são exames importantes para determinar o tipo do tumor e o diagnóstico diferencial com cistos sebáceos e algumas neoplasias das partes moles. A preocupação maior é excluir a presença do lipossarcoma, tumor maligno do tecido adiposo que, em geral, se apresenta sob a forma de um único nódulo endurecido, com bordas irregulares, baixa mobilidade e crescimento muito rápido.
Na literatura médica, entretanto, há pouquíssimos registros de lipomas benignos que evoluíram para tumores malignos. A certeza desse diagnóstico, entretanto, só é possível depois de realizado a análise histopatológica de células.
4.SINTOMAS
· Geralmente, surgem na faixa etária de 40 a 60 anos e são raros em crianças
· São assintomáticos. 
· Dependendo de sua localização, porém, a dor na área acometida pelo lipoma é o sinal mais característico da doença. 
· Em geral, ela surge quando uma estrutura vizinha (um nervo, por exemplo) é pressionada pelo crescimento do tumor.
5.LIPOMA NA CAVIDADE ORAL
Na cavidade oral, os lipomas tipicamente se apresentam como nódulos submucosos indolores, solitários, de crescimento lento, bem-circunscritos. O diagnóstico clínico é geralmente óbvio, mas os lipomas podem ser confundidos com outros neoplasmas da cavidade oral. A mucosa jugal é o sítio mais afetado, embora o lipoma possa aparecer em várias localizações. Esse neoplasma pode ocorrer em todas as idades, porém é incomum nos mais jovens. 
Os lipomas são as neoplasias mesenquimais mais frequentes do corpo humano, portanto são raros na cavidade oral. No aspecto histopatógico, são constituídos basicamente de adipócitos maduros. Clinicamente, apresentam-se como massas nodulares, sésseis ou pedunculadas, de consistência amolecida, aspecto gelatinoso e de superfície lisa; frequentemente são assintomáticos e sem ulcerações. 
Os principais sítios acometidos na cavidade bucal são língua, assoalho bucal, vestíbulo, palato e mucosa jugal onde são encontradas, geralmente, as lesões com maiores dimensões.
O lipoma oral, geralmente, é composto por tecido adiposo maduro com variável quantidade de feixes colágenos e vasos sanguíneos. Os lipomas podem apresentar variantes microscópicas, a exemplo do fibrolipoma, angiolipoma, lipoma de células fusiformes, lipoma pleomórfico e lipoma intramuscular.
6.RELATOS CLÍNICOS NA CAVIDADE ORAL
Caso 1
Paciente M.G.S., 52 anos de idade, gênero feminino, leucoderma procurou o Serviço de Cirurgia Maxilo Facial do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes /RJ, queixando-se de um aumento de volume na bochecha direita. Durante a anamnese, não relatou alterações sistêmicas e informou que a lesão crescia progressivamente, há cerca de 11 ano. Ao exame físico, a lesão apresentava-se com consistência amolecida, móvel, assintomática, com aproximadamente 8 cm em seu maior diâmetro, na região submandibular do lado direito. Ao exame intraoral, a mucosa de recobrimento apresentava-se normocrômica, com fundo de vestíbulo inalterado na região de pré-molares e molares inferiores direito.
A tomografia computatorizada em cortes coronais e axiais, sob contraste venoso, revelou uma lesão extraóssea de contornos bem definidos, aspecto cístico e densidade Hansfield, sugestiva de gordura. A paciente foi, então, submetida à anestesia geral, com intubação oro-traqueal para a realização de biópsia excisional da lesão. O acesso cirúrgico se deu por uma incisão submandibular direita e dissecção da pele e da tela subcutânea até a visualização e exposição completa da lesão. A lesão foi dissecada em toda a sua extensão e removida em totalidade. A peça cirúrgica foi acondicionada em solução de formol a 10% e seguiu para o exame histopatológico cujo diagnóstico foi compatível com lipoma. Não houve complicações pós-operatórias imediatas ou tardias. A paciente permaneceu em acompanhamento pósoperatório por 36 meses, sem nenhuma recidiva da lesão.
Caso 2
Paciente do gênero feminino, 70 anos de idade, procurou o Serviço de Cirurgia Bucomaxilofacial do Hospital da Face – PAM de Areais, queixando-se de um aumento de volume na região na região abaixo da língua, com 6 anos de evolução, comprometendo a estabilidade de sua prótese total inferior no rebordo alveolar. Ao exame físico foi possível de se observar uma tumefação assintomática de consistência amolecida à palpação na região do ventre da língua, com coloração amarelada, debase séssil, com mucosa de revestimento íntegra, não sangrante espontaneamente ou ao toque. Paciente referia ser portadora de hipertensão arterial sistêmica, fazendo uso regular de drogas anti-hipertensivas, e da doença de Parkinson, apresentando intensas contrações musculares involuntárias, fato este que determinou a realização do procedimento cirúrgico sob anestesia geral para melhor conforto e colaboração da paciente.
Após indução da anestesia geral e intubação nasotraqueal, estabilizou-se a língua atráves de pontos de reparo com fios de sutura (no ápice da língua e nas bordas laterais), para melhor controle cirúrgico da lesão . Uma punção aspirativa com agulha de grosso calibre foi realizada previamente a incisão da mucosa, para identificação do conteúdo presente no interior da lesão, já que as lesões por extravazamento de muco – mucoceles e rânulas – podem apresentar características clínicas semelhanças, assim como os cistos linfoepiteliais.
Uma incisão na linha média do ventre lingual foi realizada apenas na mucosa de revestimento para exposição da lesão. A divulsão com pinça hemostática Halsted promoveu a total separação entre a neoplasia e o tecido adjacente sadio. Após a exérese do tumor, seguiu-se a síntese por planos anatômicos para minimizar os risco da manutenção do espaço morto, e sutura da mucosa de revestimento com fio de sutura absorvível do tipo Vicryl 4-0.
Paciente retornou após o 8º dia de cirurgia para acompanhamento pós operatório onde se observa uma cicatrização. Laudo histopatológico com o diagnóstico de lipoma Paciente retornou após o 8º dia de cirurgia para acompanhamento pós operatório onde se observa uma cicatrização. Laudo histopatológico com o diagnóstico de lipoma.
Caso 3
Paciente caucasiano, 82 anos, sexo feminino, com história de problemas vasculares, polimedicada, compareceu em consulta de Medicina Dentária com o objetivo de efetuar uma nova prótese total removível, devido à falta de suporte, retenção e estabilidade da prótese que possuía. Observou-se massa de 1cm, móvel, localizada na mucosa oral, perto da comissura labial, com aparência amarelada,sem sinais de inflamação. (Fig.1) Face à ausência de sintomatologia optou-se por não se realizar a sua remoção cirúrgica e efetuou-se a reabilitação protética. Contudo, com a nova prótese em função, a paciente referiu dor e desconforto relacionado com esta massa. Após interconsulta com cirurgião vascular, procedeu-se então à resseção completa da lesão, sob efeito de anestesia local (cloridrato de articaína com adrenalina, artinibsa w/EPI 1:10000), efetuando uma incisão longitudinal sobre a mucosa seguida de uma disecção com tesoura cirúrgica e bisturi, até a lesão “saltar” dos tecidos. Encerramento da ferida cirúrgica: sutura reabsorvível (Safil® Quick + B.Braun). (Fig.2) A lesão apresentava, ao exame macroscópico, uma tonalidade amarela e perfeitamente encapsulada. Num recipiente com água, a lesão permaneceu à superfície (Fig.3), flutuando, compatível com lesão de natureza adiposa. A análise histopatológica confirmou o diagnóstico clínico de lipoma. Primeiro controlo: 10 dias, lesão em processo de cicatrização normal (Fig.4). Hematoma na face, em processo de remissão, provavelmente devido a medicação anti-agregante plaquetária. (Fig.5) Cuidados pós-operatório: colutório clorhexidina 2x/dia, durante 10 dias. Controlo da dor com terapêutica analgésica e anti-inflamatória.
Caso 4
Paciente do gênero feminino, melanoderma, 40 anos de idade apresentou-se em consultório particular, tendo como queixa principal a presença de um "caroço" na boca. Durante a anamnese, a paciente relatou o surgimento de uma lesão de crescimento lento no lábio inferior, sem sintomatologia dolorosa, há aproximadamente dois anos. Ao exame físico, foi verificada discreta mudança de coloração da pele e mucosa, assimetria e dificuldade de coloração labial. A lesão possuía aspecto nodular, pouco consistente à palpação e media aproximadamente 2,5 cm no seu maior diâmetro.
Como tratamento, foi proposta uma biópsia excisional. O procedimento foi realizado sob anestesia local, a obter margens e base livres. Após a excisão, a peça foi colocada dentro de um recipiente com soro fisiológico e foi observada flutuação desta, uma característica peculiar dos lipomas. Foi realizada sutura em ponto simples com fio mononylon 5-0, sendo este removido após oito dias. Houve proservação do caso durante um ano sem a constatação de recidiva.
7.TRATAMENTO
De modo geral, lipomas pequenos e indolores dispensam tratamento, até porque eles costumam desaparecer espontaneamente em parte significativa dos casos. No entanto, o tratamento passa a ser indicado nas seguintes situações:
· As lesões são dolorosas ou sua localização é incômoda demais;
· Representam comprometimento estético ou funcional;
· Crescem rapidamente;
· Deixam dúvidas sobre seu caráter benigno.
Não existe tratamento por via oral. Injeções de esteroides e lipoaspiração do tecido adiposo são condutas terapêuticas possíveis que podem oferecer bons resultados. Na maior parte dos casos, porém, a extração cirúrgica do lipoma é o procedimento mais utilizado. Se por um lado, ele tem o inconveniente de deixar cicatrizes, por outro, pode ser realizado com anestesia local, sem a necessidade de internação hospitalar. Outra vantagem é que a recorrência da lesão praticamente inexiste, desde que ela seja removida completamente junto com a cápsula fibrosa.
8. RECOMENDAÇÕES
• Procurar um médico dermatologista, clínico geral ou cirurgião, para o diagnóstico, se notar o crescimento de um ou mais nódulos em qualquer parte do corpo;
• Não se automedicar, nem se informar por conversas de pessoas que dizem entender sobre o assunto;
• Manter contato periódico com o médico, para realizar o acompanhamento clínico de rotina se os lipomas já estejam instalados;
• Manter-se informado sobre a disponibilidade do plano de saúde arcar com as despesas do procedimento cirúrgico.
FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS APLICADAS
MICROBIOLOGIA BUCAL
PROFESSOR PEDRO AUGUSTO REZENDE
ODONTOLOGIA
ELENICE BARBOSA DE SOUZA DANTAS
IZABELLA DE MATOS FERREIRA ALMEIDA 
JAMILY AMANDA TELES SILVA 
JOSEFA NARA
LETÍCIA CHAVES FÉLIX
LARA MARIANE OLIVEIRA
NAIANE MACEDO CAMACAM
TAINAN SANTOS SANTANA
VALDINÊS RODRIGUES CAVALCANTE
LIPOMA
OUTUBRO
2019
ELENICE BARBOSA DE SOUZA DANTAS
IZABELLA DE MATOS FERREIRA ALMEIDA 
JAMILY AMANDA TELES SILVA 
JOSEFA NARA
LETÍCIA CHAVES FÉLIX
LARA MARIANE OLIVEIRA
NAIANE MACEDO CAMACAM
TAINAN SANTOS SANTANA
VALDINÊS RODRIGUES CAVALCANTE
LIPOMA
Trabalho apresentado à disciplina de Microbiologia Bucal, ministrada pelo professor Pedro Augusto Rezende, como requisito para a obtenção de nota de OT do 2° período de Odontologia no semestre 2019.2.
OUTUBRO
2019

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