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Contratos administrativos

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Ana Luiza Bittencourt 
DIREITO ADMINISTRATIVO II 
Contratos administrativos 
CONTRATOS DA ADMINISTRAÇÃO (gênero): 
- Existe o contratante e o contratado > a partir do momento que nesse contrato surge uma entidade da administração 
pública, surge um gênero de contratos que são os contratos da administração pública. Deste GÊNERO, surgem duas 
ESPÉCIES: 
● Contratos privados da administração: embora tenha interesse público, não estará demonstrada a superioridade 
da administração em relação ao contratado > não haverá supremacia entre as partes. É um CONTRATO PRIVADO 
(regulado pelo Direito Civil ou Empresarial). Ex.: contrato de locação; permuta de imóvel. 
● Contratos administrativos: no bojo da relação contratual estará demonstrado de forma expressa a superioridade 
do contratante em relação ao contratado > supremacia da administração pública. É um CONTRATO 
ADMINISTRATIVO (e não privado). Art. 104, Lei 14.133/21 (estatuto atual). 
Obs.: todo contrato administrativo é da Administração Pública, mas nem todo contrato da Administração é 
administrativo (porque existe o contrato privado da Administração Pública). 
CONCEITO: ajuste firmado entre a administração pública e um particular (pessoa física ou jurídica), regido pelo direito 
público (supremacia da administração), que tem como objeto uma atividade que, de alguma forma, traduza em 
interesse público. 
DISCIPLINA CONSTITUCIONAL: 
● Art. 22, XXVII: competência privativa da união legislar sobre normas gerais de licitação e contratação em todas as 
modalidades. 
● Art. 37, XXI: princípio da obrigatoriedade > obrigatoriedade de contratar mediante processo licitatório, ressalvados 
os casos em lei. 
● Art. 173, parágrafo 1, III: estatuto da empresa pública e S/A que têm regras específicas de contratação. 
- Normas gerais de licitação e contratação > somente a UNIÃO tem competência para legislar normas gerais. 
- Normas específicas > Estados e Municípios > não podem contrariar as normas gerais. 
 
DISCIPLINA LEGAL: 
- Os contratos administrativos são regulados basicamente pela Lei nº 14.133/21 (principal): tem que ler essa Lei > 
precisa saber para matéria de licitação e contratos. 
SUJEITOS DO CONTRATO: só pode ser dois > o contratante (Administração) e o contratado (pessoa física ou jurídica). 
É possível que ambos os sujeitos sejam pessoas administrativas, o que ocorre nos convênios. 
 
Características 
1) A RELAÇÃO CONTRATUAL: 
- Formalismo: não basta o consenso das partes, pois é necessário que se observem requisitos externos e internos. Ex.: 
não pode contratar sem licitação. Existe formalismo interno (ex.: formulação de edital) e externo (ex.: após publicação 
do edital, em que a administração exterioriza o desejo de contratar). 
- Comutatividade: existe equivalência entre as obrigações, previamente ajustadas e conhecidas. 
- Confiança recíproca: o contratado é, em tese, o que melhor comprovou condições de contratar Administração. 
- Bilateralidade: obrigações para ambas as partes. 
- Posição preponderante da Administração Pública: no caso de conflitos entre as partes prevalece o interesse público. 
- Desigualdade entre as partes: verticalidade (superioridade da Administração Pública). 
- Mutabilidade: modificações unilaterais pela Administração. Obs.: exceto dispositivos que tratam da remuneração do 
contratado. 
- Cláusulas exorbitantes (especiais): como revogação unilateral do contrato por interesse público; alteração unilateral 
do objeto; aplicação de sanções contratuais. 
2) O SUJEITO ADMINISTRATIVO E O OBJETO: 
- Há um sujeito administrativo (ente federativo ou administração indireta) na relação e o objeto deverá, direta ou 
indiretamente, trazer benefícios à coletividade. 
Espécies 
OBRAS 
 
- São aqueles em que o objeto pactuado consiste na construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação de 
determinado bem público. A noção envolve bens de utilização administrativa ou de uso coletivo > equipamentos 
urbanos, administrativos e de utilidade pública (ferrovias, rodovias, portos, aeroportos). 
- Art. 6º, XII e art.45, I a VI (lei 14.133/21): define o que é obra 
● Construção: atividades e materiais destinados à execução da obra. 
● Reforma: conjunto de alterações que esse bem pode sofrer, sem que seja ampliado. 
● Ampliação: acréscimo nas dimensões. 
● Fabricação: levantamento da obra; criação do bem. 
● Recuperação: (que não deixa de ser uma reforma) contrata-se para o fim especial de restauração do bem. 
- Condições específicas de contratação: deverão ser observadas pela Administração > só pode ser realizada mediante 
a contratação com um PROJETO BÁSICO (prévia da obra, em que é abordado: motivos, extensão e tempo; previsão de 
gastos) + PROJETO EXECUTIVO (indica os elementos necessários à execução completa da obra). O ideal é que ambos 
os projetos sejam feitos pela mesma empresa. 
Obs.: devem ainda obedecer ao requisito da PADRONIZAÇÃO sempre que as obras se destinarem ao mesmo objetivo, 
salvo quando houver peculiaridade quanto ao local ou à natureza do empreendimento. Outra condição é a 
programação da INTEGRALIDADE da obra. Com efeito, havendo previsão orçamentária para a execução da obra, deve 
ser programada em sua totalidade, considerando-se os custos e os prazos de execução. 
- Regimes de execução:(discricionariedade da Administração entre os previstos em lei) 
● DIRETA: quando realizada pelos próprios órgãos administrativos. Pequenas obras e pequenos serviços > pode 
fazer diretamente com seus servidores e empregados > é incomum. Ex.: tampar um único buraco. 
● INDIRETA: mais vantajoso pela celeridade, pelos valores e pela responsabilidade. Realizada por empresa 
privada que venceu a licitação. Ex.: tampar buracos de uma avenida inteira. A FORMA que vai ser executada é 
escolha da Administração. Pode ser realizada sob quatro regimes diversos: 
*Empreitada por preço global: quando o preço ajustado leva em consideração a obra como um todo. Como 
se trata de empreitada, pode o empreiteiro contribuir apenas com seu trabalho, ou pode também fornecer os 
materiais. É a forma mais utilizada hoje em dia. 
*Empreitada por preço unitário: o preço leva em conta unidades determinadas da obra a ser realizada. Não é 
vantajoso para a Administração, mas é feito quando não há recurso para fazer pelo preço global. 
*Empreitada por preço integral: quando a administração contrata um empreendimento em sua integralidade, 
compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações. Caracteriza esse regime o fato de serem 
contratados simultaneamente serviços e obras, quando, é evidente, o objetivo se revestir de maior vulto e 
complexidade: estrutura física + todos equipamentos imobiliários + contratação de serviços (quem vai ser 
responsável para dar assistência para os equipamentos). É complexa pelo alto valor. Ex.: usinas nucleares 
foram feitas assim pela União. 
*Tarefa: pequenos trabalhos, em que pode contratar pessoas físicas ou jurídicas, com preço certo e com ou 
sem fornecimento de materiais. 
CONTRATOS DE SERVIÇOS 
- Art. 6º, XI (lei nº 14.133/21). 
- Visam a atividade destinada a obter determinada utilidade concreta de interesse para a Administração. Nesse 
contrato se realça a atividade material do contratado. É tipicamente o contrato onde a obrigação se traduz num facete. 
Algumas dessas atividades são mencionadas na lei, como as de conservação, reparação, conserto, transporte, 
operação, manutenção e outras, todas consubstanciando obrigação de fazer. 
● Serviços comuns: não há necessidade de específica habilitação, como é o caso de serviços de conservação de 
limpeza, pintura e vigilância. Ex.: serviço de limpeza. 
● Serviços técnicos profissionais: reclamam habilitação legal, seja através de formação de curso superior ou técnico 
etc. 
 
CONTRATOS DE FORNECIMENTO OU COMPRAS 
- Art. 6ª, X da lei14.133/21. 
- São aqueles que se destinam à aquisição de bens móveis necessários à consecução dos serviços administrativos.- As compras feitas pela Administração devem atender a algumas diretrizes especificas, tendo em vista a natureza da 
Contratação. 
● Princípio da padronização: em algumas ocasiões, é necessário que os bens tenham as mesmas características 
técnicas. 
● Registro de preços: necessário para a obtenção de certa uniformidade e regularidade na aquisição dos bens. 
Segundo tal método, o vencedor da licitação (concorrência) firma ata de registro de preços, pela qual se 
compromete a fornecer, em determinado prazo, não superior a um ano, o objeto licitado conforme as 
necessidades da Administração. Esta não assume obrigação imediata para com o fornecedor; se ela desejar, 
convoca o fornecedor para aquisição paulatina, celebrando tantos contratos quantos sejam necessários para 
atender às suas necessidades. 
- Fornecimento integral: a entrega deve ocorrer até 60/90 dias da data de assinatura do contrato. Depende do objeto 
e da quantidade. 
- Fornecimento parcelado: entrega em partes. 
- Fornecimento contínuo: ex.: gênero alimentício; remédios 
CONTRATOS DE CONCESSÃO E PERMISSÃO 
- Os contratos de concessão podem ser catalogados em dois grupos de acordo com o objetivo a que se destinam: 
● Concessão de serviço público: têm por objeto a delegação da execução de serviço público a pessoa privada. 
Trata-se de processo de descentralização, formalizado por instrumento contratual. O concessionário, a seu 
turno, terá sempre a seu cargo o exercício de atividade pública. 
● Concessões de uso de bem público: visam somente consentir que pessoa privada se utilize de bem público. 
Os concessionários de uso, contrariamente ao que ocorre com as concessões de serviços públicos, podem 
executar atividades de caráter público e privado, dependendo da destinação do uso do bem público que lhes 
tiver sido autorizada. 
● Concessões comuns: têm por objeto a prestação de serviço público delegado e comportam duas modalidades: 
serviços públicos simples, aquela em que o Poder Público só delega o serviço público em si; serviços públicos 
precedidos da execução de obra pública, aquela em que o contrato prevê duplo objeto, ou seja, a execução 
de obra e a prestação do serviço. Caracterizam-se pelas circunstâncias de que o concessionário não recebe 
qualquer contrapartida pecuniária por parte do concedente; seus recursos têm origem no pagamento das 
respectivas tarifas pelos usuários do serviço. 
● Concessões especiais: se sujeitam a regime jurídico especifico – o regime das parcerias público-privadas. Nas 
concessões especiais o concessionário recebe contra partida pecuniária por parte do poder concedente. 
Subdividem-se em: Concessões Patrocinadas – aquelas em que a contraprestação pecuniária do concedente 
representa um adicional à tarifa cobrada dos usuários. Concessões Administrativas – aquelas em que a 
Administração Pública é a usuária direta ou indireta do serviço, da obra ou do fornecimento. 
Cláusulas de privilégio 
- Também denominadas de cláusulas exorbitantes, são as prerrogativas especiais conferidas à Administração na 
relação do contrato administrativo em virtude de sua posição de supremacia em relação à parte contratada. 
Considerada dentro do contrato e já no edital de licitação. 
● Alteração unilateral do contrato: fato inexistente nos contratos de direito privado (demonstra a superioridade 
da administração em face da outra parte. Se dá em dois casos: 
1. Quando há modificação do projeto ou das especificações, com vistas à melhor adequação técnica aos fins 
do contrato (alteração qualitativa); 
2. Quando é preciso modificar o valor em virtude do aumento ou diminuição quantitativa do objeto contratual 
(alteração quantitativa). 
Outra vantagem da Administração reside na possibilidade de obrigar o contratado a aceitar, nas mesmas 
condições, acréscimos ou supressões em obras, serviços ou compras até 25% do valor originário do contrato, 
ou até 50% no caso de reforma de edifício ou equipamento. Alterações devem ser justificadas. 
● Rescisão unilateral (devido processo legal com contraditório e ampla defesa): situação que não é encontrada 
no âmbito privado. A administração pode rescindir unilateralmente os controles administrativos e o efeito 
imediato é a extinção do contrato. A administração só pode fazer isso se houver interesse público. Principais 
motivos para rescisão do contrato: 
- Relativo ao cumprimento do contrato pelo particular: não cumprimento das cláusulas contratuais; 
cumprimento irregular; morosidade indevida; atraso imotivado da obra e outros. 
- Relativo ao interesse da própria Administração: razões de interesse público, devendo a providência 
ser justificada e determinada pela máxima autoridade da esfera administrativa. Aqui não há de se falar 
em inadimplemento do contratado. 
Formalização 
1) Instrumento escrito: os contratos administrativos devem ser escritos, salvo o de pequenas compras para 
pronto pagamento. Fora desta hipótese, é nulo e de nenhum efeito o contrato verbal. No caso de dispensa ou 
inexigibilidade de licitação, deve-se rotular como termo de contrato. 
2) Solenidades: arquivamento dos contratos em ordem cronológica e o registro de seus extratos. Depois de 
celebrados, os contratos devem ser publicados, embora resumidamente, no órgão oficial de imprensa da 
entidade pública contratante. Também devem ser registrados e arquivados nas repartições administrativas, 
para fins de consulta e controle. É uma condição de eficácia. 
3) Cláusulas essenciais: (art.92 – 14.133/21) deverão estar presentes em todos os contratos administrativos, 
definem o objeto e suas características; indicam o regime de execução; o preço e as condições de pagamento; 
que demarque os prazos; que aponte os recursos etc. Obs.: não pode ter subjetivismo, devendo ser claro. 
4) Garantias: servem para assegurar o cumprimento do contrato, e desde que haja previsão anteriormente, no 
instrumento convocatório, pode a Administração exigir da parte contratada determinada garantia, que não 
poderá exceder a 5% do valor do contrato, como regra geral. 
Duração do contrato 
- Os contratos administrativos devem ser celebrados por prazo determinado. A duração é adstrita à vigência dos 
respectivos créditos orçamentários. A lei 14.133/21 deixou claro que obras e serviços só podem ser contratados se 
houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações. 
- Como regra geral, a duração dos contratos será ânua e se a administração pretender a execução de determinada 
obra se prolongue por mais de um ano, deverá inserir o projeto no plano plurianual. 
 
 
Inexecução do contrato 
- Inexecução culposa: culpa de uma ou ambas as partes. É a forma mais comum de inexecução. As partes ajustam 
certas regras e, depois de ajustadas, deixa a parte de observá-las. O efeito imediato é a rescisão do contrato pela 
parte a quem atingiu a conduta culposa. Outros efeitos podem advir da inexecução com culpa, como o dever de 
indenizar, a suspensão do direito de contratar novamente etc. 
Quando a rescisão decorre de conduta culposa do contratado, o Estatuto aponta as seguintes consequências (processo 
administrativo punitivo): 
❖ o direito do poder público assumir de imediato o objeto contratado; 
❖ a possibilidade de ocupação e utilização do local, instalações e equipamentos, material e pessoal com os quais 
era executado o contrato; 
❖ a execução dos valores das multas e indenizações, bem como da garantia contratual, visando ao ressarcimento 
do poder público; 
❖ a retenção dos créditos do contratado até que sejam reparados os prejuízos causados à administração. 
 
- Inexecução sem culpa: neste caso, uma das partes não consegue cumprir o contrato nas condições em que foi 
firmado, mas não por culpa, e sim em virtude de fatos supervenientes à celebração, que impediram ou dificultaram a 
conclusão do contrato. 
 
Extinção do contrato - prerrogativa do contratado 
- Cumprimento do objeto: as partes conseguiram pactuare seguir o acordado no contrato. É a forma natural da 
extinção dos contratos administrativos. 
- Término do prazo: as partes delimitam o período em que vigorarão as obrigações pactuadas. 
- Impossibilidade material: quando o fato constitui óbice intransponível para a execução das obrigações ajustadas. É 
o caso do desaparecimento do objeto. 
- Impossibilidade jurídica: admite, em tese, o cumprimento da obrigação, mas não nas condições jurídicas decorrentes 
do contrato. 
 
- Invalidação: havendo vício de legalidade no contrato, deve este sujeitar-se à invalidação, ou anulação. 
 
- Rescisão (amigável): manifestação bilateral dos contratantes. Não há litígio entre eles, mas sim interesses comuns, 
sobretudo da Administração que, quanto ao desfazimento, terá discricionariedade em sua resolução, mas há 
requisitos formais para isso. 
❖ Judicial: quando a desconstituição do contrato provém de decisão emanada da autoridade investida na função 
jurisdicional. 
❖ Administrativa: determinada por ato unilateral e escrita da administração, neste caso decorre da só 
manifestação unilateral da administração, e não pode o contrato opor-se a ela. Para evitar abusos, o legislador 
exigiu a presença de 4 pressupostos para legitimar esse tipo de rescisão: que as razões administrativas sejam 
altamente relevantes; que a administração promova amplo conhecimento desses motivos; que tais razões 
sejam justificadas e determinadas pela mais alta autoridade na respectiva esfera administrativa; e que tudo 
fique formalizado em processo administrativo.

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