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Direito Administrativo e Internacional - Contratos Administrativos

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Documento não controlado - AN03FREV001 
104 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
105 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO V 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou 
distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do 
conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências 
Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
106 
 
MÓDULO V 
 
 
5 CONCEITO DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 
Contrato é todo acordo de vontades, firmado livremente pelas partes, 
para criar obrigações e direitos recíprocos. Em princípio, todo contrato é 
negócio jurídico bilateral e comutativo, isto é, realizado entre pessoas que se 
obrigam a prestações mútuas e equivalentes em encargos e vantagens. Como 
pacto consensual, pressupõe liberdade e capacidade jurídica das partes para 
se obrigarem validamente, como negócio jurídico, requer objeto lícito e forma 
prescrita ou não vedada em lei. Assim, contrato é um negócio jurídico bilateral, 
um acordo de vontades, com a finalidade de produzir efeitos no âmbito do 
Direito. 
Contrato é uma convenção estabelecida entre duas ou mais pessoas, 
para constituir, regular ou extinguir entre elas uma relação jurídica patrimonial. 
Caracteriza-se pela participação do Poder Público, como parte predominante, e 
pela finalidade de atender a interesses públicos. Contrato administrativo é o 
ajuste que a administração, nessa qualidade, celebra com pessoas físicas ou 
jurídicas, públicas ou privadas, para a consecução de fins públicos, regulando 
regime jurídico de direito público. Para Hely Meirelles o contrato administrativo, 
 
“é o ajuste que a Administração Pública, agindo nessa qualidade, 
firma com o particular ou com outra entidade administrativa, para a 
consecução de objetivos de interesse público, nas condições 
desejadas pela própria Administração.” (MEIRELLES, 2005, página 
59). 
 
Já José Cretella Júnior entende contrato administrativo como, 
 
“todo acordo oposto de vontades de que participa a Administração e 
que, tendo por objetivo direto a satisfação de interesses públicos, 
está submetido a regime jurídico de Direito Público, exorbitante e 
derrogatório do direito comum”. (CRETELLA JÚNIOR, 2004, página 
298). 
 
 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
107 
Os contratos da administração são regidos pelo direito privado, quando 
nestes contratos a administração encontra-se em uma situação de equilíbrio 
contratual. Temos como exemplo a locação, em que a administração é 
locatária. E também são regidos pelo direito público ou simplesmente contratos 
administrativos quando nestes contratos a administração tem privilégios que o 
contratado não tem, sendo uma relação desequilibrada. A existência desses 
privilégios deve-se aos interesses que o Poder Público representa. 
Os contratos administrativos podem ser de colaboração e de atribuição. 
Contrato de colaboração é todo aquele em que o particular se obriga a prestar 
ou realizar algo para a Administração, como ocorre nos ajustes de obras, 
serviços ou fornecimento. Contrato de atribuição é o que a Administração 
confere determinadas vantagens ou certos direitos ao particular, tal como o uso 
especial de bem público. O primeiro contrato é firmado no interesse da 
Administração, o segundo é realizado no do particular, desde que não contrarie 
o interesse público. 
O contrato administrativo é firmado entre a Administração e pessoa 
física ou jurídica, de direito público ou privado, segundo normas de direito 
público (com características próprias, que são as cláusulas exorbitantes, 
derrogatórias do direito privado), com o propósito de suprir suas necessidades 
públicas. Como exemplo, temos o contrato de fornecimento de merenda 
escolar. É contrato de adesão, bilateral, formal, consensual, oneroso, 
comutativo e intuitu personae e, em certas situações, personalíssimo. 
A Administração Pública também celebra contratos privados, que não 
tem prerrogativas especiais, os chamados contratos da Administração Pública. 
Temos como exemplo quando a Administração Pública aluga apartamento para 
servidor, o faz baseando-se na lei de locações e não em lei especialmente 
criada para contratos com a Administração. O contrato administrativo exige 
licitação prévia, só dispensada, dispensável ou inexigível nos casos 
expressamente previstos em lei. 
A competência para legislar sobre contratos administrativos é exclusiva 
da União nos termos da CF, art. 22, XXVII, que editará normas gerais, á 
normas gerais, cabendo às demais entidades da federação a competência para 
editar normas específicas. 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
108 
 
5.1 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS 
ADMINISTRATIVOS 
 
 
O contrato administrativo é sempre consensual e, em regra, formal, 
oneroso, comutativo e realizado intuitu personae. Assim, todo contrato 
administrativo tem como características o formalismo exigido por lei, a 
consensualidade entre as partes, a bilateralidade, a posição de supremacia da 
administração pública em relação ao contratado e o fato de que o objeto do 
contrato deverá estar revestido de interesse público. 
Em regra os contratos administrativos devem ser formados por meio de 
um termo que é termo administrativo ou termo de contrato. É formal porque se 
expressa por escrito e com requisitos especiais. São consensuais por surgirem 
da vontade e consentimento mútuo entre as partes envolvidas. São bilaterais 
porque, realizado o acordo, surgem direitos e obrigações recíprocas para 
ambos os contratantes. 
É oneroso porque remunerado na forma convencionada. É comutativo 
porque estabelece compensações recíprocas e equivalentes para as partes. É 
intuitu personae porque deve ser executado pelo próprio contratado. Além 
dessas características, o contrato administrativo possui outra que lhe é própria, 
embora externa, como sendo a exigência de prévia licitação, sendo 
dispensável nos casos expressamente previstos em lei. 
 
 
5.2 ESPÉCIES DE CONTRATOS 
 
 
Os principais contratos administrativos são: contrato de obra pública, 
contrato de serviço. 
 
 Contrato de obra pública: 
 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
109 
É todo ajuste administrativo que tem por objeto uma construção, uma 
reforma ou uma ampliação de imóvel destinado ao público ou ao serviço 
público. Ou seja, contratos de obra pública são aqueles em que o objeto 
convencionado consiste em construir, reformar, fabricar ou ampliar um 
determinado bem público, como exemplo, temos a construção de uma ponte, 
reforma de uma escola, ampliação de um hospital. 
Assim, pode ser classificado em equipamento urbano (ruas, praças, 
estádios, monumentos, calçamentos e canalizações); redes de energia elétrica 
e de comunicação, viadutos túneis, metrôs, dentre outros melhoramentos para 
a cidade, equipamentos administrativos (instalações e aparelhamentos para o 
serviço administrativo geral), empreendimentos de utilidade pública (ferrovias, 
rodovias, pontes, portos, aeroportos, represas, usinas hidrelétricas e demais 
construções de interesse coletivo), edifícios públicos (sedes de governo, 
escolas, repartições públicas, presídios, hospitais, etc.). 
Sabemos que a execução de uma obra pode dar-se mediante 
empreitada por preço global, por preço unitário, integral ou por tarefa. Assim, o 
contrato de obra pública admite duas modalidades de regime de execução. São 
elas, empreitada e tarefa. Pelo contrato de empreitada, que é maisusado, a 
Administração comete ao particular a execução de obra por sua conta e risco, 
mediante remuneração previamente ajustada previsto no art. 6°, VIII da lei 
8.666/93 e arts. 610 a 626 do CC. 
Sendo assim, o empreiteiro de obra pública não goza de inteira 
liberdade na execução do contrato, sujeitando-se à fiscalização da 
administração, podendo resultar multas e outras consequências. Quanto ao 
modo de remuneração, o regime de empreitada pode ser por preço global, por 
preço unitário ou integral. 
Empreitada por preço global é aquela em que se ajusta à execução por 
preço certo, embora reajustável. Sendo assim, reajustado de acordo com a 
necessidade e o pagamento pode ser parcelado, nas datas prefixadas ou na 
conclusão da obra. Empreitada por preço unitário é a em que se contrata a 
execução por preço certo de unidades determinadas, assim, o preço é ajustado 
por unidades, que pode ser por metros quadrados de muro levantado, como 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
110 
metros cúbicos de concreto fundido, e o pagamento feito após o recebimento 
de cada unidade pela Administração. 
Empreitada Integral ocorre quando se contrata o empreendimento em 
sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e 
instalações necessárias, sob responsabilidade do contratado até a sua entrega 
ao contratante. O regime de Tarefa é aquele em que a execução de pequenas 
obras ou de parte de uma obra é ajustada por preço certo. Global ou unitário, 
com pagamento efetuado periodicamente, após a verificação ou a medição 
feita pelo fiscal do órgão contratante. Ocorre, geralmente, com as reformas e 
ampliações de pequeno vulto. 
 
 Contrato de serviços 
 
Contrato de serviço é todo ajuste administrativo que tem por objeto 
uma atividade prestada à Administração, para atendimento de suas 
necessidades ou de seus administrados. Os serviços podem ser comuns ou 
técnicos profissionais (generalizados ou especializados): 
 
Serviços comuns são todos aqueles que não exigem habilitação para a 
sua execução, podendo ser realizado por qualquer pessoa, ou seja, 
independem de habilitação específica, especial e não são privativos de 
categoria profissional, devendo ser contratados sempre por licitação, salvo se 
dispensável em razão do valor do contrato. Por exemplo, contrato para pintar 
um prédio, limpeza e conservação de prédios. Admite empreitada e tarefa. 
Serviços profissionais exigem habilitação especial que pode ser o 
registro do profissional ou a conclusão de curso técnico ou universitário. Podem 
ser generalizados ou especializados: 
 
 Serviços profissionais especializados carecem de habilitação profissional 
e exigem o emprego de conhecimentos técnicos e científicos incomuns, 
podendo autorizar a contratação direta ante a inexigibilidade da licitação. 
Os serviços especializados são, por exemplo, planejamento de projeto, 
perícias, pareceres e avaliações em geral, consultorias, auditorias, etc. 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
111 
 
 Os serviços técnicos profissionais generalizados são os que não 
demandam maiores conhecimentos, teóricos ou práticos, que os 
normalmente exigidos do profissional, exige licitação, porque há sempre 
a possibilidade de competição entre os que os executam em igualdade 
de condições e em caráter profissional. 
 
Já os contratos de trabalhos artísticos são os que visam à realização 
de obras de arte, em qualquer dos campos das chamadas belas artes. A 
contratação pela administração exige licitação. Existem outros contratos, tais 
como: 
 
 Contrato de gerenciamento 
 
Para os grandes e complexos empreendimentos de engenharia tem-se 
adotado o contrato de gerenciamento. Trata-se do contrato pelo qual o Poder 
Público transfere ao contratado a condução de um empreendimento 
(assessoria, consultoria, fiscalização), conservando a Administração, porém, a 
capacidade decisória (os serviços que deverão ser contratados, os custos, a 
imposição de penalidades, etc.). É atividade de mediação, representativo de 
serviço técnico profissional especializado, comum nas grandes obras (como 
nas hidroelétricas, rodovias, etc.). 
Será o particular o controlador, condutor, gerenciador da obra, atuando 
como mediador. Nesta espécie de contrato, a Administração remunera o custo 
e a comissão devida pelos serviços do contratado, que tem amplas atribuições 
como contratar pessoas, adquirir bens e equipamentos, executar os serviços. O 
contrato de gerenciamento não se confunde com a figura da “Administração 
contratada” (que foi objeto de veto presidencial, foi proibida), em que não há 
previsão do custo final e ausência de controle pela Administração. 
 
 Contrato de fornecimento 
 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
112 
Contratos de fornecimento são aqueles que se destinam à aquisição de 
bens móveis essenciais à execução dos serviços administrativos, como por 
exemplo, a compra de instrumentos cirúrgicos. É o ajuste administrativo pelo 
qual a Administração adquiriu coisas móveis como materiais, produtos 
industrializados, gêneros alimentícios. Ou ainda, são os contratos de compra 
que preveem a aquisição de bens móveis pela Administração, tais como 
materiais ou produtos de qualquer natureza. Identificam-se aos contratos de 
compra regidos pelo direito privado. 
As aquisições devem ser licitadas, salvo se o valor autorizar a dispensa 
de licitação. Pode ser de três modalidades: integral, exaure-se com a entrega 
de uma só vez da coisa adquirida; parcelada, que é entrega parcelada de uma 
quantidade predeterminada, em um número de vezes definido, com uma 
entrega final pré-estipulada; fornecimento contínuo, em que a entrega e o 
pagamento é sucessivo, de acordo com a necessidade, ou com datas e 
quantidades prefixadas, mas sem quantidade ou termo final; contrato de 
concessão – a concessão pode ser de obra pública, de serviço público e de 
uso de bem público. 
 
 Contrato de gestão 
 
É o ajuste celebrado pelo Poder Público com órgão ou entidade da 
administração direta, indireta e entidades privadas qualificadas como ONG’s. 
 
 Contrato de concessão 
 
Contratos de concessão são contratos pelos quais a administração 
pública, titular de um bem, transfere a outrem algumas faculdades inerentes a 
esse bem. Ou seja, contrato de concessão é o contrato pelo qual a 
Administração transfere ao particular a execução de uma obra pública, a fim de 
que seja executada por conta e risco do contratado. A remuneração será paga 
pelos beneficiários da obra ou usuários dos serviços dela decorrentes, como 
ocorre com as praças de pedágio. Exige a realização de licitação, na 
modalidade de concorrência, e depende de lei que o autorize. 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
113 
Daí a tripartição da concessão em concessão de serviço público, 
concessão de obra pública e concessão de uso de bem público. O contrato de 
concessão de serviço público é o contrato que tem por objeto a transferência 
da execução de um serviço do Poder Público ao particular, que se remunerará 
dos gastos com o empreendimento, aí incluídos os ganhos normais do negócio, 
por meio de uma tarifa cobrada ao usuário. 
A concessão de serviço público está prevista na Constituição Federal 
em seu art. 175. O contrato de concessão de obra pública é o ajuste 
administrativo que tem por objeto a delegação a um particular da execução e 
exploração de uma obra pública ou de interesse público, para uso da 
coletividade, mediante remuneração ao concessionário, ou por tarifa. 
O contrato de concessão de uso de bem público é destinado a outorgar 
ao particular a faculdade de utilizar um bem da Administração, segundo a sua 
destinação específica, tal como um hotel, restaurante, um logradouro turístico, 
etc. A concessão de uso pode ser remunerada ou não. 
 
 Contrato de consórcio público 
 
É o ajuste que entes federados celebram precedido de protocolode 
intenções e aprovação legislativa, no qual delegam a gestão associada de 
serviços públicos e a realização de objetivos de interesses comuns, de 
conformidade com as normas legais, as cláusulas do protocolo e as do próprio 
contrato. 
 
 
5.3 FORMALIZAÇÃO, EXECUÇÃO E INEXECUÇÃO 
 
 
5.3.1 Formalização 
 
 
 Instrumento do contrato administrativo 
 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
114 
É, em regra, termo, em livro próprio da repartição contratante, ou 
escrituras públicas, nos casos exigidos em lei. As regras de formalização se 
aplicam a qualquer espécie de contrato, independentemente de regime jurídico, 
por exemplo, concessão de direito real de uso tem que ser celebrado por 
escritura pública. 
O contrato verbal constitui exceção, pois os negócios administrativos 
dependem de comprovação documental e de registro nos órgãos de controle 
interno. Além do termo de contrato, obrigatório nos casos que exigem 
concorrência e tomada de preços, os ajustes administrativos podem ser 
formalizados mediante outros documentos hábeis, tais como, carta contrato, 
nota de empenho de despesa, autorização de compra e ordem de serviço. São 
instrumentos de contrato administrativo, expedidos pela administração e 
aceitos pela outra parte, expressa ou tacitamente, para a formalização do 
ajuste. 
 
 Conteúdo do contrato 
 
É a vontade das partes expressa no momento de sua formalização. Daí 
a necessidade de cláusulas que fixem com fidelidade o objeto do ajuste e 
definam com precisão os direitos, obrigações, encargos e responsabilidades 
dos contratantes, em conformidade com o edital e a proposta vencedora. 
 
 Cláusulas essenciais 
 
Todo contrato administrativo possui cláusulas essenciais ou 
necessárias e cláusulas acessórias ou secundárias, pois elas fixam o objeto do 
ajuste e estabelecem as condições fundamentais para a sua execução, estas 
complementam e esclarecem a vontade das partes. Assim, são cláusulas 
necessárias em qualquer contrato administrativo as que definam o objeto e 
seus elementos característicos, estabelecem o regime de execução da obra ou 
do serviço, fixam o preço e as condições de pagamento, os critérios de 
reajustes e de atualização monetária, etc. 
 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
115 
 Garantias para a execução do contrato 
 
As leis administrativas facultam à administração a exigência de 
garantia a fim de assegurar a execução do contrato. As principais garantias 
usualmente exigidas pela administração para assegurar o cumprimento de 
seus contratos são caução, fiança bancária e seguro-garantia. 
Caução é toda garantia em dinheiro ou em títulos da dívida pública. É 
uma reserva de numerário ou de valores que a administração pode utilizar 
sempre que o contrato faltar a seus compromissos. Fiança bancária é garantia 
fidejussória fornecida por um banco que se responsabiliza perante a 
administração pelo cumprimento das obrigações do contratado. Seguro-
garantia é a garantia oferecida por uma companhia seguradora para assegurar 
a plena execução do contrato. 
 
 
5.3.2 Execução 
 
 
Executar o contrato é cumprir suas cláusulas segundo a comum 
intenção das partes no momento da sua celebração. Executar contrato é 
cumpri-lo no seu objeto, nos seus prazos e nas suas condições, como veremos 
a seguir. No que toca aos Direitos e Obrigações das partes, o contrato 
administrativo, como qualquer contrato deve ser executado fielmente, 
exercendo cada parte seus direitos e cumprindo suas obrigações. 
O principal direito da administração, além do que consta nas cláusulas 
contratuais e nos regulamentos próprios da espécie, é exercer suas 
prerrogativas diretamente, isto é, sem a intervenção do judiciário, ao qual cabe 
ao contratado recorrer sempre que não concordar com as pretensões da 
administração e não lograr compor-se amigavelmente com ela. 
O principal direito do contratado é o de receber o preço, nos contratos 
de colaboração de execução de obras, serviços e fornecimento, na forma e no 
prazo convencionado. As obrigações da administração reduzem-se ao 
pagamento do preço ajustado. Outra obrigação é a entrega do local da obra ou 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
116 
do serviço na espécie e nas condições que permitam ao contratado a regular 
execução do contrato. Nesse encargo da administração compreendem-se as 
desapropriações necessárias, as interdições de trânsito e demais atos de 
autoridade que só o poder público pode praticar. 
Quanto ao particular, ao lado da prestação do objeto do contrato, que é 
a principal, existem outras obrigações exigíveis, tais como, o emprego de 
material apropriado, atendimento dos encargos trabalhistas, previdenciários, 
fiscais decorrentes da execução do contrato e etc. Os contratos administrativos 
preveem a possibilidade de controle e fiscalização a ser exercido pela própria 
Administração. 
A fiscalização da execução do contrato de trabalho abrange a 
verificação do material e do trabalho, admitindo testes, provas de carga, etc. A 
finalidade é assegurar a perfeita execução do contrato, ou seja, a exata 
correspondência dos trabalhos com o projeto ou com as exigências 
previamente estabelecidas pela administração. 
Com relação ao prazo de duração dos contratos administrativos, o 
termo máximo de vigência dos contratos administrativos deve ficar adstrito à 
vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos 
aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas de plano 
plurianual. 
 
 
5.3.3 Inexecução 
 
 
É o descumprimento de suas cláusulas, total ou parcial. Culposa ou 
não. Pode ocorrer por ação ou omissão, culposa ou sem culpa, de qualquer 
das partes, caracterizando o retardamento ou o descumprimento integral do 
ajustado. Qualquer dessas situações pode ensejar responsabilidades para o 
inadimplente e até mesmo propiciar a rescisão do contrato. 
Quando o contratado descumpre obrigações contratuais ou realiza ato 
que de acordo com regimes jurídicos não poderia fazê-lo; quando não há mais 
interesse público ou conveniência a mantença do contrato. A inexecução ou 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
117 
inadimplência culposa é a que resulta de ação ou omissão da parte, decorrente 
de negligência, imprudência ou imperícia no atendimento das cláusulas 
contratuais. Tanto pode se referir aos prazos contratuais (mora), como ao 
modo de realização do objeto de ajuste, como a sua própria consecução. É 
previsto para esse caso multas e até a rescisão do contrato, com a cobrança 
de perdas e danos, a suspensão provisória e a declaração de idoneidade para 
contratar com a administração. 
Quando a rescisão se dá por culpa do contratado a Administração 
Pública terá direito: 
 
 Assunção imediata do objeto do contrato; tratando-se de serviço 
essencial; 
 Ocupação das instalações, material, equipamentos e, inclusive, 
funcionários, para dar continuidade ao contrato em razão do princípio da 
continuidade do serviço público essencial; 
 A administração poderá executar a garantia prestada; 
 Retenção dos créditos decorrentes do contrato até os limites dos danos. 
 
Sendo assim, o descumprimento do pactuado pelo contratado leva à 
imposição de sanções, penalidades e à apuração da responsabilidade civil. 
Vale dizer, o descumprimento total ou parcial pode ensejar a apuração de 
responsabilidade civil, criminal e administrativa do contratado, propiciando, 
ainda, a rescisão do contrato. Já a inexecução sem culpa é a que decorre de 
atos ou fatos estranhos à conduta da parte, retardando ou impedindo 
totalmente a execução do contrato. Nesses casos, seria provinda de força 
maior, caso fortuito, etc. 
Força maior e caso fortuito são eventos que, por sua imprevisibilidade 
e inevitabilidade, criam para o contrato impossibilidade intransponível de 
normal execução do contrato. No caso de força maior, temos uma greve queparalise os transportes ou a fabricação de um produto de que dependa a 
execução do contrato. No caso fortuito, é o evento da natureza, como por 
exemplo, um tufão, inundação. 
 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
118 
 
5.4 REVISÃO E RESCISÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO 
 
 
5.4.1 Revisão 
 
 
A revisão do contrato, ou seja, a modificação das condições de sua 
execução pode ocorrer por interesse da própria administração ou pela 
superveniência de fatos novos que tornem inexequível o ajuste inicial. É o 
procedimento adotado pelas partes quando ocorre um fato superveniente ao 
contrato, com o objetivo de restabelecer o seu equilíbrio econômico financeiro. 
Isto é, ocorre quando o equilíbrio econômico-financeiro é rompido por um fato 
superveniente à celebração do contrato, de natureza imprevista e imprevisível 
e visa seu restabelecimento. 
Os contratantes podem manter o equilíbrio econômico-financeiro por 
meio das medidas de reajuste e revisão de preço. Assim, reajuste é o 
procedimento preventivo adotado pelas partes no momento da celebração do 
contrato, com objetivo de preservá-las dos efeitos da desvalorização da moeda, 
mantendo o equilíbrio econômico-financeiro e revisão de preço é o 
procedimento adotado pelas partes quando ocorre um fato superveniente ao 
contrato, com o objetivo de restabelecer o seu equilíbrio econômico-financeiro. 
Quanto ao interesse da administração, é quando o interesse público 
exige a alteração do projeto ou dos processos técnicos de sua execução, com 
aumento de encargos. Quanto à superveniência de fatos, é quando sobrevêm 
atos de governo ou fatos materiais imprevistos e imprevisíveis pelas partes, o 
qual dificulta ou agrava a conclusão do objeto do contrato. É bom lembrar que, 
em qualquer destes casos, o contrato é passível de revisão, para adequação à 
nova realidade e recomposição dos preços, em face da situação emergente. 
Importante frisar que não se trata do reajustamento de preço constante 
do contrato, mas sim de revisão do próprio ajuste diante de circunstâncias e 
fatos imprevistos, imprevisíveis e estranhos ao acordo inicial das partes. Nessa 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
119 
revisão ocorre, nas interferências imprevistas, além do caso fortuito, força da 
administração, de força maior, etc. 
 
 
5.4.2 Rescisão 
 
 
Rescisão é o desfazimento do contrato durante sua execução por 
inadimplência de uma das partes, ou seja, é o término do contrato durante a 
execução por inadimplência de uma das partes, pela superveniência de 
eventos que impeçam ou tornem inconveniente o prosseguimento do ajuste. A 
rescisão pode efetivar-se por várias formas: por rescisão administrativa, por 
acordo entre as partes, rescisão amigável e por rescisão judicial e por pleno 
direito. 
 
 Rescisão administrativa 
 
É efetivada por ato próprio e unilateral da administração, por 
inadimplência do contrato ou por interesse do serviço público. Por 
inadimplência do contratado ocorre quando este descumpre cláusulas 
essenciais do contrato, retardando ou paralisando sua execução ou 
desvirtuando seu objeto. Por interesse público tem por fundamento a variação 
do interesse público, que autoriza a cessação do ajuste quando este se torna 
inútil ou prejudicial à coletividade. 
 
 Rescisão amigável 
 
É a que realiza por mútuo acordo entre as partes, para a extinção do 
contrato e acerto dos direitos dos distratantes. Opera efeitos a partir da data 
em que foi firmada, embora possam ser fixados direitos e obrigações dos 
distratantes com eficácia retroativa ou posterior, como por exemplo, a fluência 
de juros sobre débitos anteriores, o pagamento futuro de créditos e outras 
relações negociais decorrentes do contrato que vai extinguir. 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
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 Rescisão judicial 
 
É decretada pelo Poder Judiciário em ação proposta pela parte que 
tiver direito à extinção do contrato, ou seja, é determinada pelo Poder 
Judiciário, sendo facultativa para a Administração, esta, se quiser, pode pleitear 
judicialmente a rescisão. O contratado somente poderá pleitear a rescisão, 
judicialmente. Assim, essa rescisão pode ser obtida pelo particular ou pela 
administração. 
 
 Rescisão de pleno direito 
 
É a que se verifica independentemente de manifestação de vontade de 
qualquer das partes, diante da só ocorrência de fato extintivo do contrato 
previsto em lei, no regulamento ou no próprio texto de ajuste, tais como, a 
dissolução da sociedade, falecimento do contratado, a falência da empresa e 
demais eventos de efeitos semelhantes. A rescisão de pleno direito pode dar-
se com ou sem indenização, conforme previsto em norma legal ou 
regulamento. 
 
 
5.5 CLÁUSULAS DE PRIVILÉGIOS OU EXORBITANTES 
 
 
O contrato administrativo possui certas peculiaridades que constituem, 
genericamente, as chamadas cláusulas exorbitantes, explícitas ou implícitas 
em todo contrato administrativo. Portanto, as cláusulas de privilégios também 
são chamadas de cláusulas exorbitantes, são prerrogativas conferidas à 
administração pública no contrato administrativo em razão de sua posição de 
supremacia sobre o contrato. Assim, as cláusulas exorbitantes nos contratos 
administrativos são deferidas prerrogativas para a Administração que exorbitam 
do direito privado, em posição de superioridade. Recebem o nome de 
“cláusulas exorbitantes”. 
 
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Assim, cláusulas exorbitantes são as que excedem do direito comum 
para consignar uma vantagem ou uma restrição à administração ou ao 
contratado. Essas cláusulas podem consignar as mais diversas prerrogativas, 
no interesse do servidor público, como a ocupação do domínio público, o poder 
expropriatório e a atribuição de arrecadar tributos, concedidos ao particular 
contratado para a cabal execução do contrato. 
As principais cláusulas exorbitantes são as que se exteriorizam na 
possibilidade de alteração, rescisão unilateral contratual, no equilíbrio 
econômico e financeiro, na revisão de preços e tarifas, na inoponibilidade de 
exceção de contrato não cumprido, no controle do contratado, na ocupação 
provisória e na aplicação de penalidades contratuais pela Administração. 
Então, as prerrogativas da administração pública são a alteração e 
rescisão unilaterais do contrato e fiscalização da sua execução, aplicação de 
sanções e ocupação provisória de bens móveis e imóveis, pessoal e serviços 
vinculados ao objeto do contrato, nos termos da lei. 
A Administração Pública deve, em defesa do interesse público e desde 
que assegurada a ampla defesa em processo administrativo, promover a 
alteração do contrato, ainda que discordante o contratado. A possibilidade de 
alteração do que fora pactuado sempre se sujeita à existência de necessidade 
coletiva, de interesse público. 
A alteração pode ser qualitativa quando é preciso modificar o projeto 
para a melhor adequação técnica ou modificação quantitativa quando é preciso 
modificar a quantidade do objeto do contrato. Ao particular restará, se for o 
caso, eventual indenização pelos danos que vier a suportar, como por exemplo, 
a possibilidade da Administração rever unilateralmente as tarifas 
contratualmente fixadas, sem a concordância do contratado, apenas mantendo 
o equilíbrio econômico-financeiro. 
O equilíbrio financeiro ou econômico do contrato administrativo é a 
relação estabelecida inicialmente pelas partes entre os encargos do contratado 
e a retribuição da administração para a justa remuneração do objeto de ajuste. 
Assim, ao usar do seu direito de alterar unilateralmente as cláusulas 
regulamentares do contrato administrativo, a administração não pode violar o 
direito do contrato de ver mantida a equação financeira originariamente 
 
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estabelecida, cabendo-lhe operar os necessários reajustes econômicos para orestabelecimento do equilíbrio financeiro. 
Na interpretação do contrato administrativo não se pode negar, 
portanto, o direito de a administração alterar as cláusulas regulamentares para 
atender ao interesse público, mas por outro lado, não se pode também deixar 
de reconhecer a necessidade do equilíbrio financeiro e da reciprocidade e 
equivalência nos direitos e obrigações das partes, devendo-se compensar a 
supremacia da administração com as vantagens econômicas estabelecidas no 
contrato em favor do particular contratado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
-------------------------FIM DO MÓDULO V-----------------------------

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