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AD1 - Ciência Política (2023.1)

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UFF – UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
Curso: Administração Pública
Disciplina: Ciência Política
Nome:
Polo: Paracambi
Matrícula:
AD1
Ao tratar das relações de poder, Aristóteles, em sua obra “A Política”, elaborou a
tipologia clássica das formas de poder, indicando o nível de interesse sobre o qual o poder é
exercido. Para essa classificação, ele considera a observação de três elementos: sujeito, objeto
e fim. Desse modo, os tipos de poder podem ser: Poder paterno: realizado pelo pai (sujeito)
sobre o filho (objeto), no interesse do filho (finalidade); Poder despótico: realizado pelo
senhor (sujeito) sobre o escravo (objeto), no interesse do escravo (finalidade); Poder político:
realizado pelos governantes (sujeito) sobre os governados (objeto), no interesse de ambos
(finalidade).
Vale mencionar que Aristóteles estabeleceu três formas de governo, cada uma com
suas características particulares. Para essa classificação, foi considerado o número de
governantes. Segundo a concepção dele, o bom governo será direcionado para atender o
interesse de todos da sociedade, incluindo governantes e governados. Assim o poder será
desempenhado por meio de: uma monarquia, na figura de um único indivíduo, caracterizado
por um rei soberano que detém o controle absoluto sobre o Estado, seu poder é justificado
pela ideia de que ele é a pessoa mais capaz de governar e proteger a comunidade; uma
aristocracia, na representação de um pequeno grupo de pessoas, considerado o mais
capacitado para governar, geralmente sendo membros da elite com as melhores qualificações;
ou uma politeia, representado pela maioria, que significa o governo da pólis, cidade-Estado.
Por outro lado, o mau governo, seria direcionado para atender aos interesses dos próprios
governantes, como nas seguintes formas de governo: tirania, governo composto por um
indivíduo, de forma autoritária, outorgada e sem participação popular; oligarquia, constituída
por um pequeno grupo de pessoas ricas que detém o controle ou influência sobre o Estado; ou
democracia, considerada um tipo de tirania da maioria, em seu próprio interesse. É válido
destacar que o significado de democracia apontado pelo filósofo possuía uma conotação
negativa, diferentemente do que se compreende hoje em dia. A partir do século XX, esse
conceito se caracteriza pela presença de instituições democráticas, que garantem a todas as
pessoas a igualdade de participação e voz no processo político, e o envolvimento nas decisões
políticas tomadas pela maioria, de forma direta ou indireta, com a titularidade do poder obtida
pelo povo.
Para Aristóteles, a melhor forma de governo seria aquela que combinasse elementos
de cada uma dessas formas, criando um equilíbrio entre o poder do governante, da elite e do
povo. Ele acreditava que um governo justo e eficaz deveria ser baseado na virtude e na
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sabedoria, e que o objetivo principal do governo deveria ser a promoção do bem comum e o
bem-estar da sociedade como um todo.
Importante destacar que de acordo com Norberto Bobbio, filósofo e cientista político
italiano, que definiu a tipologia moderna das formas de poder, existem três tipos de poder na
sociedade contemporânea: poder econômico, exercido por elites econômicas e financeiras,
que detém o controle dos meios de produção e distribuição de bens e serviços; poder político,
exercido pelo Estado e pelos governantes, que têm o monopólio do uso legítimo da violência
e do poder de regulamentação da sociedade, sendo baseado na autoridade e no controle da lei
e da ordem; poder ideológico, exercido pelos meios de comunicação, pelas instituições
culturais e pelas elites intelectuais, que moldam a opinião pública e os valores sociais. Esse
poder é baseado na influência sobre a percepção e a interpretação da realidade.
Por fim, destaca-se que o Estado e o poder político estão intimamente relacionados,
pois o Estado é a instituição que detém o poder político e é responsável por exercê-lo de
maneira legítima na sociedade. Já o poder político pode ser definido como o poder de tomar
decisões e controlar a ação coletiva da sociedade, tendo o objetivo de promover o bem
comum e a justiça social. Em outras palavras, esse poder é exercido pelo Estado, que é a
organização política mais complexa da sociedade e que detém o monopólio do uso legítimo
da força. O Estado é responsável por estabelecer e fazer cumprir as leis, administrar a justiça,
garantir a segurança, prover serviços públicos e promover o desenvolvimento econômico e
social.
Referências bibliográficas
COELHO, Ricardo Corrêa. Ciência política. Florianópolis: Departamento de Ciências da
Administração / UFSC. Brasília: CAPES: UAB, 2010.
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