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Análise Psicanalítica do Filme _Her_ sob a Perspectiva Lacaniana

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Análise Psicanalítica do Filme "Her" sob a Perspectiva Lacaniana
Introdução
O filme "Her", dirigido por Spike Jonze, é uma obra cinematográfica que apresenta uma
abordagem inovadora e provocativa sobre a relação entre humanos e inteligências artificiais.
Neste artigo, como psicanalista lacaniano, irei analisar o filme "Her" sob a perspectiva da
teoria psicanalítica de Jacques Lacan, explorando as questões de identidade, desejo,
linguagem e a interação entre humanos e máquinas.
Identidade e Relação de Objeto
O protagonista, Theodore, desenvolve uma relação íntima com Samantha, uma inteligência
artificial dotada de características humanas. A conexão entre os dois é complexa, pois
levanta questões sobre a identidade e a relação de objeto. Através dessa relação, Theodore
busca preencher vazios existenciais e encontrar um sentido para sua vida.
O Real, o Simbólico e o Imaginário
A teoria lacaniana enfatiza a relação entre o real, o simbólico e o imaginário na construção
da subjetividade. Em "Her", Samantha é um produto do imaginário, uma projeção dos
desejos e fantasias de Theodore. No entanto, a complexidade dessa relação revela
aspectos do real que escapam do controle e compreensão do protagonista.
A Linguagem e a Comunicação
A linguagem desempenha um papel fundamental em "Her". Através da comunicação com
Samantha, Theodore experimenta uma forma de conexão emocional que o aproxima do
desejo e da satisfação. No entanto, a linguagem também é insuficiente para transmitir
plenamente as emoções e experiências humanas, o que leva a momentos de frustração e
incompreensão.
O Desejo e a Busca pela Completude
A relação entre Theodore e Samantha é marcada por um desejo intenso e uma busca pela
completude emocional. Lacan argumentou que o desejo é sempre deslocado e insatisfeito.
Essa dinâmica é evidente no filme, onde a relação com a inteligência artificial não consegue
preencher totalmente os vazios e as necessidades emocionais do protagonista.
A Angústia da Separação
Através da relação com Samantha, Theodore experimenta uma forma de preenchimento
emocional, mas também enfrenta a angústia da separação e da perda. A natureza da
inteligência artificial e a imprevisibilidade de seus sentimentos criam uma tensão entre o
desejo de continuidade e a inevitabilidade do afastamento.
Conclusão
O filme "Her" oferece uma visão profundamente reflexiva e psicanaliticamente rica sobre a
relação entre humanos e inteligências artificiais. Sob a perspectiva lacaniana, podemos
interpretar essa conexão como uma busca pelo desejo, identidade e completude emocional.
No entanto, a complexidade dessa relação também revela os limites da linguagem e da
comunicação, bem como a angústia da separação e da incompletude. "Her" nos convida a
questionar nossa própria humanidade e a refletir sobre as dinâmicas emocionais e
psicológicas envolvidas nas interações com máquinas inteligentes, levantando questões
sobre o que significa ser humano em um mundo cada vez mais tecnológico.

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